DE
TREINAMENTO
SOLAS
MANUAL DE TREINAMENTO
SOLAS
1ª edição
Niterói/RJ
Edição do Autor
2018
CDD 600
MANUAL DE TREINAMENTO
SOLAS
(nos Equipamentos Salva-Vidas)
Nome do navio:
Porto de registro:
Bandeira:
Tipo de navio:
Indicativo de chamada:
Número IMO:
Ano de construção:
Armador:
Este manual de treinamento é um guia completo para o uso dos equipamentos salva-vidas dos
navios quando as atualizações mencionadas abaixo forem realizadas. Ele atende às exigências
da Convenção SOLAS, Capítulo III, Parte B, Seção V, Regra 35.
A Autoridade Marítima auxiliará o máximo possível na adaptação das instruções dadas pelos
fornecedores ao estilo deste manual de treinamento.
Página Ação
INTRODUÇÃO
Este manual de treinamento foi escrito e compilado pelo Autor, que tem trabalhado para o
desenvolvimento de um manual de treinamento abrangente e uniforme no uso dos
equipamentos salva-vidas de bordo dos navios em conjunto com a introdução do Capítulo III
revisado (equipamentos salva-vidas) da Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida
Humana no Mar, SOLAS 74 *). Este capítulo revisado entrou em vigor em 1º de julho de 1986.
Este manual foi preparado como algo dinâmico, ao qual podem ser feitas correções. Além
disso, podem ser inseridas seções para cada usuário quanto aos tipos especiais de navios,
equipamentos, política das companhias de navegação quanto a procedimentos, etc.
Se este manual foi corretamente preparado para o navio que está identificado na capa, a
presente edição receberá a aprovação da Autoridade Marítima atendendo aos requisitos da
Regra 35 da Convenção SOLAS 74, em seu Capítulo III.
*SOLAS é uma abreviação de International Convention for the Safety of Life at Sea preparada pela administração da
navegação da Organização das Nações Unidas - IMO (International Maritime Organization).
ÍNDICE
REGRA 35
2 Deverá haver em cada refeitório e sala de recreação, ou em cada camarote dos membros da
tripulação, um manual de adestramento que atenda ao disposto no parágrafo 3.
3 O manual de adestramento, que poderá ter vários volumes, deverá conter instruções e
informações, em termos facilmente compreensíveis e sempre que possível com ilustrações, relativas aos
equipamentos salva-vidas existentes no navio e aos melhores métodos de sobrevivência. Qualquer parte
dessas informações poderá ser apresentada na forma de um recurso audiovisual, em lugar do manual. Os
seguintes itens deverão ser explicados detalhadamente:
.15 a melhor utilização dos recursos existentes a bordo das embarcações de sobrevivência, de
modo a conseguir sobreviver;
.16 métodos de resgate, incluindo a utilização dos dispositivos de resgate dos helicópteros
(estropos, cestas, macas), das boias-calção, dos aparelhos salva-vidas de terra e dos
equipamentos lança retinida do navio;
.17 todas as demais funções contidas na Tabela de Postos e nas instruções de emergência;
4 Todo navio dotado de um sistema de evacuação marítima deverá dispor a bordo de acessórios de
ensino sobre a utilização do sistema.
1.1. Introdução
2 Cada navio de passageiros deverá ter procedimentos estabelecidos para a localização e o resgate
de passageiros presos em seus camarotes.
3 A Tabela de Postos deverá indicar as tarefas designadas aos diversos membros da tripulação,
inclusive:
4 A Tabela de Postos deverá especificar quais os Oficiais designados para assegurar que os
equipamentos salva-vidas e de combate a incêndio sejam mantidos em boas condições e prontos para
utilização imediata.
5 A Tabela de Postos deverá especificar os substitutos das pessoas chave que possam vir a ficar
inválidas, levando em consideração que diferentes situações de emergência podem exigir ações
diferentes.
6 A Tabela de Postos deverá indicar as tarefas designadas aos diversos membros da tripulação, com
relação aos passageiros, em caso de emergência. Essas tarefas deverão incluir:
.1 avisar os passageiros;
.4 manter a ordem nos corredores e nas escadas e controlar, de uma maneira geral, o
movimento dos passageiros; e
7 A Tabela de Postos deverá ser preparada antes do navio suspender. Após haver sido preparada, se
houver qualquer mudança na tripulação que exija uma alteração da tabela, o Comandante deverá fazer
uma revisão na Tabela de Postos, ou preparar uma nova.
8 O modelo da Tabela de Postos utilizada nos navios de passageiros deverá ser aprovado.
De acordo com a Convenção SOLAS, as informações para conhecimento geral, tais como as
Tabelas de Postos, as quais determinam o que cada tripulante deve fazer em uma
emergência, têm de ser afixadas em todos os navios. Entre estas informações estão as
“Tabelas de Postos de Abandono e Incêndio”. Estas podem diferir de navio para navio,
dependendo da companhia. As Tabelas de abandono e de Incêndio podem também variar de
acordo com o tipo de navio e número de tripulantes.
Determinadas exigências gerais se aplicam ao conteúdo destas tabelas de postos, entre outras
coisas, que devem conter informação sobre quando os vários sinais devem ser usados e como
são.
É vital que todos a bordo tenham bem compreendidas suas funções em emergências. Por esta
razão, é o dever de cada tripulante estudar cuidadosamente estas tabelas assim que embarcar.
Para assegurar que todos a bordo conheçam suas funções nas emergências, devem ser
realizados exercícios. É durante os exercícios que se descobre coisas que não estão de acordo
e ter solucionadas as dúvidas.
Relembre! Pergunte - enquanto houver tempo para respostas! Durante uma emergência
não existe tempo para responder às perguntas.
Relembre! É seu dever participar dos exercícios e das fainas de abandono e incêndio
Se uma pessoa cai n’água, é vital que seja recuperada e trazida para bordo o mais rápido
possível. Os casos mais frequentes de morte não são por causa de afogamento, mas sim por
causa do frio.
Para garantir uma rápida recuperação de pessoas que tenham caído n’água, alguns navios
possuem as Tabelas especiais de Postos para Homem ao Mar - Tabelas MOB. Estas Tabelas
consistem de somente um pequeno número de tripulantes os quais, em caso de alguém cair
n’água, podem lançar rapidamente a embarcação de resgate e salvar o náufrago.
Alguns navios possuem botes de resgate especialmente para este fim, em outros, a baleeira a
motor é usada.
As Tabelas de Postos para Homem ao Mar devem estar próximas às Tabelas de Postos de
Abandono e de Incêndio, ou nelas incluídas.
Tão importante quanto o fato da tripulação estar preparada para agir corretamente em qualquer
emergência, é a necessidade de se ter conhecimento sobre o que pode provocar um acidente;
devido a isto, são realizados frequentemente exercícios para as várias emergências e, a fim de
suplementar os exercícios são dadas instruções sobre os vários equipamentos salva-vidas.
Para melhora da segurança, várias informações e sinais são colocadas em vários locais de
bordo; estes podem ser avisos sobre o conteúdo de vários compartimentos, caixas ou
similares.
SIMBOLOGIA IMO/SOLAS
Nº 72000401 Nº 72000412
Apertar os cintos de segurança Embarcação de salvamento
Nº 72000402 Nº 72000413
Fechar as escotilhas Balsa salva-vidas
Nº 72000403 Nº 72000414
Dar partida no motor Balsa salva-vidas arriada por
turco
Nº 72000404 Nº 72000415
Arriar até a água a embarcação Escada de embarque
salva-vidas
Nº 72000405 Nº 72000416
Arriar até a água a balsa salva- Rampa de abandono
vidas
Nº 72000406 Nº 72000417
Arriar até a água a embarcação Boia salva-vidas
de salvamento
Nº 72000407 Nº 72000418
Liberar as talhas Boia salva-vidas com retinida
Nº 72000408 Nº 72000419
Acionar borrifo d’água Boia salva-vidas com dispositivo
de iluminação automática
Nº 72000409 Nº 72000420
Acionar suprimento de ar Boia salva-vidas com dispositivo
de iluminação e fumígeno
Nº 72000410 Nº 72000421
Liberar as peias Colete salva-vidas
Nº 72000411 Nº 72000422
Embarcação salva-vidas Colete salva-vidas para criança
Nº 72000423 Nº 72000428
Roupa de imersão Foguete manual estrela vermelha
com paraquedas
Nº 72000424 Nº 72000429
Rádio portátil para embarcação Aparelho lança-retinida
de sobrevivência
Nº 72000425 Nº 72000430
EPIRB Posto de reunião
Nº 72000426 Nº 72000431 - Nº 1
Transponder-radar Nº 72000432 - Nº 2
Nº 72000433 - Nº 3
Nº 72000434 - Nº 4
Nº 72000427 Nº 72000435
Sinal de socorro pirotécnico de Seta de 150 mm
embarcação de sobrevivência Nº 72000436
Seta de 225 mm
1.6. Fuga
Preserve a segurança a bordo e verifique se alguma rota de fuga está bloqueada - mantenha
as rotas de fuga livres para atenderem seus propósitos, denominados FUGA.
2.1. Introdução
Muitos destes podem ser evitados com atenção e conhecimento dos perigos potenciais. Por
esta razão, é importante não se expor nem a outros aos perigos devidos à desatenção.
Gelo: pode ser perigoso, especialmente para navios menores. Este reduz a estabilidade do
navio, o que pode provocar emborcamento.
Homem ao Mar: para resgatar com segurança para bordo novamente, uma pessoa que caiu
n’água, uma ação rápida e eficiente é exigida da tripulação.
Todas as emergências citadas representam perigo à vida humana; a maioria delas pode levar
ao abandono e perda do navio.
O final feliz de uma emergência implica que você também execute suas atribuições com
responsabilidade e atenção.
Além de que para o oficial encarregado do seu posto e para você mesmo, é sua obrigação
familiarizar-se completamente com a Tabela de Postos, considere ainda:
Quem dá as ordens?
É sua obrigação atender a todas as emergências e exercícios. Seu posto na Tabela de Postos
é definido por sua categoria, nome, número na tripulação ou número do beliche.
3.1. Introdução
O resfriamento pela permanência na água fria é a mais freqüente causa de morte por acidentes
no mar. As investigações dos desastres com navios têm mostrado que o risco de se morrer por
exposição ao frio é maior do que o por afogamento.
A temperatura da água é parte importante nas chances de sobrevivência. Isto não é uma regra
universal, pois a resistência das pessoas ao frio e seus instintos de autopreservação se diferem
amplamente. A tabela seguinte, baseada em estatísticas pode, de qualquer forma, dar uma
indicação das possibilidades.
Quando uma pessoa cai na água fria, esta imediatamente penetrará nas roupas. A camada de
isolamento com ar nas roupas será substituída pela água e a pele ficará muito fria.
Como a temperatura cai, os calafrios tornam-se fracos e a pessoa não sentirá frio por muito
tempo, pois irá ficando inconsciente lentamente.
Caindo na água fria os braços e pernas ficarão rapidamente paralisados, tornando difícil para a
pessoa que caiu, agarrar e segurar a retinida lançada.
Quando n’água, você pode fazer alguma coisa para sobrevi-ver. Se existe a possibilidade,
tente sair da água o mais rápido possível. A água resfria 5 a 6 vezes mais que o ar, mesmo
com ventos velozes.
Se você está na água fria e não pode nadar para algo próximo, mantenha suas roupas, evite
movimentos e espere o resgate. Não superestime sua habilidade de nadar na água fria.
Como você vê, usar o colete não é somente uma questão de evitar o afogamento, mas também
uma questão de sobrevivência por longo período.
O calor deve ser agora transferido do exterior para o corpo a fim de elevar a temperatura. Este
é o maior problema no tratamento dos sobreviventes de água gelada. Quando a pele é
aquecida, os vasos sanguíneos alargarão e acontece a mesma coisa quando se bebe álcool. O
calor do corpo é deslocado para a superfície enquanto o sangue resfriado na pele é deslocado
para os órgãos internos.
O reaquecimento de um sobrevivente pode ser feito de várias maneiras. Você deve distinguir
entre três diferentes princípios de reaquecimento.
A pessoa pode estar tão gelada que um médico deve ter dificuldades em decidir se a pessoa
está morta. Por esta razão deve-se iniciar o tratamento mesmo que não possam ser
encontrados sinais de vida.
Não se deve colocar um sobrevivente de água gelada em estado grave em um quarto quente.
Isto deve resultar na abertura dos vasos sanguíneos e sangramento dos órgãos mais internos
do corpo (coração, cérebro) no último aquecimento.
Se há sobreviventes de água gelada em estado grave para serem tratados de uma só vez,
deve-se especialmente cuidar dos enfermos que não apresentam sinais visíveis de calafrios.
As pessoas que ainda têm calafrios estarão ainda com uma temperatura do corpo alta a ponto
de não haver combate contra o frio - como uma regra, estes se restabelecerão rapidamente
quando forem colocados em uma cama e beberem algo quente.
Envolvendo em Cobertores
Uma folha plástica envolvendo o O cobertor de baixo é enrolado no O restante da pessoa é envolvido.
sobrevivente de água gelasa, se enfermo Especialmente a cabeça é coberta
possível
“Um Guia Prático para Sobrevivência em Água Gelada” que foi publicado pela
Organização Marítima Internacional - IMO, inserido neste manual;
Guia Médico Internacional.
A tabela abaixo mostra como o vento resfria a pele para cada temperatura baixa - quanto maior
a velocidade, menor a temperatura.
Uma completa compreensão da informação contida neste guia pode algum dia salvar sua vida.
Durante a segunda guerra mundial, a marinha do Reino Unido perdeu sozinha cerca de 45.000
homens no mar, dos quais estima-se que 30.000 morreram afogados ou de hipotermia. Muitos
dos que se afogaram, morreram por incapacitação devido ao frio. Ainda hoje os exemplos são
parecidos.
É importante imaginar que você não está desamparado para tentar sua própria sobrevivência
em água gelada. A perda de calor do corpo é um processo gradual, e uma pesquisa mostra
que em água calma a 5ºC, uma pessoa normalmente vestida tem 50 por cento de chance de
sobreviver por uma hora. As técnicas de alto-ajuda podem facilmente prolongar este tempo,
particularmente se a pessoa estiver usando um colete salva-vidas.
Você pode fazer a diferença; Este guia tenta mostrar a você como.
Seu Corpo
Imagine o seu corpo possuindo um núcleo interno e uma camada externa. Dentro do núcleo o
seu corpo produz uma grande quantidade de calor como resultado das suas funções normais,
tais como exercícios físicos e digestão.
A natureza exige que o núcleo do seu corpo seja mantido na temperatura ideal de 37ºC. Uma
rede de vasos sangüíneos percorrendo o núcleo e a camada externa do seu corpo carrega o
calor produzido pela “fornalha” dentro do núcleo, e o distribui por todo o corpo. A natureza
também dá ao seu corpo um sistema muito sensível de regulagem da temperatura interna em
37ºC. Por exemplo, se a temperatura a sua volta é alta, como num dia quente ou em uma
sauna, os vasos sanguíneos próximos à pele do seu corpo dilatarão, permitindo um maior fluxo
de sangue na camada externa e aumento da perda de calor. Isto o deixará confortável e evita o
aumento da temperatura do núcleo. Se o ambiente está frio, o seu corpo estreitará os vasos
sanguíneos da camada externa e fará com que o importante calor interno não se perca tão
rapidamente.
Este sistema regulador esforça-se para manter a temperatura do interior do corpo constante,
apesar das variações da temperatura ao seu redor. O corpo só pode fazer isso dentro de certos
limites. Existem níveis de exposição ao frio quando o corpo deve manter a temperatura interior
na escolhida pela natureza (37ºC). Você deve dar sua ajuda agindo corretamente e usando
roupas de proteção.
CONDUÇÃO é a transferência de calor pelo contato direto com a água fria ou outros
materiais. O calor passa do seu corpo, que está com uma temperatura relativamente
Marcos Machado da Silveira 23
Manual de Treinamento SOLAS
alta, para uma substância com temperatura inferior. Determinadas substâncias são
melhores condutores de calor que outras. A água conduz calor muitas vezes mais
rápido que o ar.
RADIAÇÃO é a transferência de calor por raios de energia sem o contato direto com
outras substâncias, tal como um aquecedor na sala.
Hipotermia
A perda de calor do corpo é um dos maiores riscos para a sobrevivência de uma pessoa no
mar. A taxa de perda de calor depende da temperatura da água e do ar, da velocidade do
vento, condições do mar, tempo de permanência na água, roupas de proteção usadas, o tipo
do corpo do sobrevivente, e a maneira com a qual o sobrevivente se conduz. Uma temperatura
baixa anormal do interior do corpo pode ser reconhecido por uma série de sintomas. No início
da exposição, o corpo tenta combater a perda excessiva de calor estreitando seus vasos
sanguíneos (para reduzir a transferência de sangue para a superfície) e pelos calafrios (para
produzir mais calor no corpo). Entretanto, se a exposição é grave, o corpo não é capaz de
produzir ou armazenar calor suficiente. A temperatura interna começa a cair. Quando a
temperatura do corpo está abaixo de 35ºC a pessoa está sofrendo de “hipotermia”.
Abandono do Navio
4. Se houver tempo todas as pessoas devem antes de embarcar na balsa ou, em alguns
casos imediatamente após embarcar, tomar remédio contra enjoo na dose da bula. O
enjoo interferirá nas suas chances de sobrevivência, pois o vômito retira líquidos
preciosos do corpo e, de uma forma geral, o deixa mais propenso à hipotermia
enfraquecendo seu corpo.
5. Se possível, evite a entrada na água, embarcando em uma balsa operada por turco
(davit) do convés das embarcações ou por meio do sistema de fuga marítimo (prancha
inflável). Se a balsa operada por turco, o sistema de fuga marítimo ou outros meios de
embarque a seco não estão disponíveis, use as escadas de embarque laterais ou, se
necessário, desça por meio de um cabo ou mangueira de incêndio.
6. A menos que não possa ser evitado, não pule na água de altura superior a 5 metros.
Tente minimizar o choque de uma súbita imersão na água fria. Um mergulho rápido na
água fria pode causar uma morte súbita ou um aumento incontrolado da respiração
pode resultar na entrada de água nos pulmões. Existem situações em que pode ser
necessário pular na água; neste caso, você deve manter os cotovelos apertados do
lado, cobrir o nariz e a boca com uma mão enquanto segura o pulso ou o cotovelo com
a outra mão. Não se deve pular na água na popa da embarcação no caso do navio
ainda ter seguimento.
7. Uma vez na água, quer seja acidentalmente ou por abandono do navio, oriente-se e
tente localizar o navio, baleeiras, balsas, outros sobreviventes ou outros objetos
flutuantes. Se você não pode se preparar antes de entrar na água, abotoe a roupa
agora. Na água gelada você pode experimentar calafrios violentos e muita dor. Estes
são reflexos naturais do corpo que não são perigosos. Você tem, entretanto,
necessidade de agir o mais rápido possível antes de perder o total uso das mãos;
abotoe as roupas, ligue as luzes de sinalização, localize o apito, etc.
8. Enquanto estiver flutuando na água, não tente nadar, a menos que seja para alcançar
uma balsa próxima, um outro sobrevivente, ou um objeto flutuante no qual você pode se
agarrar ou subir. Uma natação desnecessária eliminará qualquer água aquecida entre o
seu corpo e as camadas das roupas, além de aumentar a taxa de perda de calor do
corpo. Ainda, os movimentos desnecessários de seus braços e pernas mandam o
sangue aquecido do interior para as extremidades (braços e pernas) e deste modo para
as partes externas do corpo. Isto pode resultar em uma perda de calor muito rápida.
Fique calmo e assuma uma boa posição para evitar se afogar.
11. Mantenha otimismo quanto à sua sobrevivência e resgate. Isto aumentará as chances
de dilatar o seu tempo de sobrevivência até o resgate chegar. A sua vontade de viver
faz a diferença!
Na maioria dos casos, onde o sobrevivente não está tremendo e está semiconsciente,
inconsciente, ou aparentemente morto, serão necessárias medidas imediatas de primeiros
socorros para preservar a vida enquanto se aguarda conselho médico para procedimentos
mais detalhados. As medidas de primeiros socorros recomendadas para um sobrevivente de
imersão são as seguintes:
6.1 Método ‘Ativo’ de aquecimento: este é feito de preferência em banho com água
aquecida (38ºC a 40ºC - mão quente) ou usando alternativamente cobertores ou lençóis
aquecidos (cerca de 45ºC, não pode ser mais quente);
6.2 Método ‘Passivo’ de aquecimento: corte as roupas da pessoa para serem removidas
sem incomodar. Envolva então a pessoa em cobertores para reduzir mais a perda de
calor. Não tente aquecer a pessoa com ações enérgicas. Coloque almofadas de
aquecimento ou bolsas térmicas sob o cobertor, na cabeça, pescoço, tórax e virilha -
mas nunca coloque na pele nua, pois a pele fria é facilmente queimada.
Se os métodos passivos ou ativos de aquecimento não estão disponíveis, aplique então o calor
do corpo pelo corpo-a-corpo direto com o resgatado. Enrole ainda um cobertor juntando o
resgatado e a pessoa, ou pessoas que dão o calor.
Início (Resgate)
Respiração
Sim Não
Outro problema que o sobrevivente enfrenta nos ambientes frios é o risco de contrair
ferimentos. Tais ferimentos normalmente resultam de exposições prolongadas a temperaturas
ambientes baixas, especialmente quando as velocidades do vento são altas. Os ferimentos
pelo frio podem ser do tipo por congelamento ou não.
Causa
Diagnóstico
Os sintomas são:
2. início de dormência e dureza locais quando é difícil franzir o rosto ou dobrar os dedos
dos pés ou das mãos;
Esteja atento aos primeiros sinais de congelação em você mesmo e nos outros.
Prevenção
Se a pele nua deve ser exposta ao tempo, os períodos de exposição devem ser mantidos no
mínimo e serem particularmente evitados os ventos congelantes. O exercício e massagem
moderada no estágio inicial ajudará a prevenir o aparecimento de ferimento pelo frio. NÃO
fume; o fumo reduz o fornecimento de sangue às mãos e aos pés. Não devem ser consumidas
bebidas alcoólicas .
Tratamento
Percebendo os sinais acima, devem ser tomadas as medidas imediatas para reaquecer a parte
congelada antes que ocorra dano permanente. Afaste-se do vento. Reaqueça as parte
congeladas colocando-as em uma parte do corpo aquecida como mãos sob axilas, mão
fechada sobre a face, nariz, orelha, etc. As partes congeladas podem ser também reaquecidas
colocando-as em água com uma temperatura não superior a 40ºC. Uma vez ocorrido o
congelamento, NÃO friccione ou massageie as áreas afetadas.
Pé imerso é o termo dado à condição quando a temperatura dos tecidos locais nos membros
(geralmente os pés) permanece abaixo da normal, mas acima da de congelamento por um
período prolongado. Isto é normalmente encontrado em sobreviventes de naufrágio que
ficaram no frio e à deriva por vários dias. Geralmente o pé ficou molhado e imóvel, mas este
ferimento pode ocorrer em condições secas. Outros fatores que contribuem são sapatos
apertados e sentar mantendo os pés para baixo como quando se senta em uma cadeira por
períodos longos.
Diagnóstico
Os pés ficam brancos, dormentes, frios e frequentemente ficam ligeiramente inchados. Quando
retornam ao calor os pés ficam quentes, vermelhos, inchados e normalmente doloridos.
Prevenção
Deve haver todo o empenho dos sobreviventes em manter seus pés aquecidos e secos. Os
cadarços devem ser folgados; os pés devem ser levantados e são encorajados os exercícios
com os dedos e tornozelo muitas vezes ao dia. Quando possível, os sapatos devem ser tirados
e os pés mantidos aquecidos sob as axilas, mas fora da roupa, de um ocupante próximo.
Alternativamente, uma roupa sobrando pode ser enrolada nos pés para mantê-los aquecidos.
Deve-se evitar o fumo.
Tratamento
Após o resgate deve haver todo o empenho em evitar o reaquecimento rápido dos membros
afetados. Deve haver o cuidado de não se machucar a pele ou furar as bolhas. Elevar as
pernas para reduzir a inchação e cobri-las levemente. Relembre que os membros dormentes
não sentem calor ou qualquer outra dor e são muito facilmente queimados. NÃO massageie os
membros afetados.
3. Recapitulação
Explicamos resumidamente como o seu corpo reage ao frio, o que você pode fazer para evitar
os efeitos danosos do frio e finalmente, como prestar socorro a um sobrevivente de imersão.
Vamos agora recapitular a história com um número de lembretes importantes. Siga-os, sua vida
pode depender disso!
1. Planeje os seus movimentos em uma emergência! Pergunte a você mesmo o que fazer
se surgiu uma emergência. Qual a sua saída mais próxima para o convés em uma
fuga? Onde está a mais próxima e disponível roupa de imersão, colete ou balsa? Como
você poderá usar rapidamente suas roupas para mal tempo, roupas e luvas de
isolamento, sinais de alerta, etc.?
3. Mesmo nos trópicos, antes de abandonar o navio, vista muitas camadas de roupa para
compensar os efeitos do frio. Use uma roupa de imersão se disponível;
5. Quando abandonando o navio, tente embarcar na baleeira ou balsa seco sem entrar na
água. Tome o remédio contra enjoo assim que possível;
8. Para reduzir a sua perda de calor, flutue na água com suas pernas juntas, cotovelos do
lado e braços cruzados no peito;
Dependendo do tipo de navio, certas precauções serão necessárias, às quais deve-se prestar
particular atenção antes do lançamento da embarcação salva-vidas.
As roupas de imersão tem material com flutuabilidade intrínseca, e por este motivo o usuário
não precisa usar um colete salva-vidas.
Geral
Sinal:
Walkie-talkie:
Intercomunicador:
Embarque
Nos navios construídos recentemente o lançamento pode ser feito de dentro da própria
baleeira.
Uma pessoa passa a boça e dá volta na parte de vante do navio. Arria a escada de
embarque. Ajuda os tripulantes e passageiros a embarcarem com segurança;
Uma pessoa fica à disposição no freio operando a alavanca. Arria quando for ordenado
para tal.
O subencarregado. - No comando do
lançamento se o encarregado está ausente.
Ajuda os tripulantes e passageiros a
embarcarem com segurança.
Uma pessoa de prontidão no turco. Arria afastando na ordem dada pelo encarregado da balsa.
Algumas das funções acima podem ser executadas pela mesma pessoa.
Haverá sempre reunião nos postos de abandono antes do embarque para verificar se todos
estão em seus postos.
Lançamento
Baleeiras
O SOLAS estabelece que todos os botes de resgate e ainda as baleeiras nos navios de carga
com 20.000 TPB ou mais, devem ser lançados enquanto o navio tiver seguimento avante
máximo de 5 nós em mar calmo.
Quando o lançamento ocorre com o navio com seguimento avante, este deve ser feito
em acordo com as instruções abaixo, preparadas pela IMO, e o exercício pode ser
realizado somente se a embarcação é aprovada para este propósito pela Autoridade
Marítima.
Anexo à Resolução A.624(15) da IMO, revogada pela Resolução A.921(22). Apesar de sua
revogação pela incorporação ao Código STCW, Parte A (obrigatória), o Autor considera
importante apresentar essas instruções detalhadas.
A embarcação deve ser abastecida pelo auxiliar substituto para uso no exercício no
caso de eventuais circunstâncias imprevistas; por exemplo, quando for possível, uma
segunda embarcação deve ser preparada para lançamento.
Onde for possível, o exercício deve ser realizado quando o navio tiver a borda livre
mínima (calado máximo).
Deve ser estabelecida comunicação via rádio, entre o oficial encarregado de arriar a
embarcação, o passadiço e a própria embarcação antes da sua descida começar, e ser
mantida durante todo o exercício.
Os navios de carga construídos após a data acima mencionada podem ser equipados com um
dos três seguintes sistemas de equipamentos salva-vidas:
Uma baleeira a motor totalmente fechada posicionada a ré com acesso da sua posição
de estiva e dispositivos de lançamento por queda livre da popa. São incluídas
Marcos Machado da Silveira 40
Manual de Treinamento SOLAS
Outros navios, não sendo petroleiros, com um comprimento menor que 85 m podem ser
equipados com balsas infláveis operadas por turco em ambos os bordos e um bote de
resgate.
Liberação
4.1. Introdução
A Baleeira
A primeira e talvez a parte mais difícil do resgate já terminou e talvez você perceba que o que
você acreditava poder acontecer somente às outras pessoas foi mais fácil que o esperado, e a
bordo nós temos alguns equipamentos que aumentam as possibilidades de ser resgatado.
Palamenta da Baleeira
1 jogo de remos;
1 jogo de forquetas;
2 croques;
1 bartedouro (cuia);
2 baldes;
1 manual de sobrevivência;
1 agulha magnética na bitácula;
1 âncora flutuante;
2 boças;
2 machadinhas;
3 litros de água potável por pessoa;
1 recipiente antiferrugem graduado;
Marcos Machado da Silveira 46
Manual de Treinamento SOLAS
A Balsa Inflável
Muitos dos aspectos relativos à estadia em uma baleeira, como mencionado anteriormente, são
também válidos quando permanecendo em uma balsa inflável.
No entanto existem condições especiais relativas à balsa inflável e você deve ler
cuidadosamente as instruções encontradas em qualquer balsa (O manual de instruções para
as balsas deste navio está inserido nas pastas plásticas no fim deste livro). O que segue é um
extrato do manual de instruções da Viking.
Corte o cabo, usando a faca colocada no tubo da cobertura. Use os remos para se
afastar do navio.
Procure por outros sobreviventes e os retire da água usando o aro de resgate com
retinida.
Os estojos do equipamento está preso nos flutuadores e piso de um dos lados da balsa. O
estojo de emergência contém, além de outras coisas, kit de primeiros socorros com instruções
de uso.
Os remos estão presos no topo do estojo de emergência e, nos bordos estão os sacos com
foles e kits de reparo.
Durante os resgates envolvendo muitas balsas, estas devem ser interconectadas quando
Marcos Machado da Silveira 47
Manual de Treinamento SOLAS
Drogue e cabo
O drogue e o cabo, que está preso ao flutuante inferior, devem ser lançados imediatamente (o
cabo/ fiel de liberação será cortado antes). O drogue estabiliza a balsa, reduzindo então o risco
de virar. Ele também reduz a deriva da posição de onde pode ter sido disparado o rádio. O
estojo de emergência contém um drogue com cabo sobressalente.
Feche as entradas (veja as instruções montadas na cobertura, nas entradas, na parte interna
da balsa).
Uma lâmpada (luz de tope) está instalada externamente no topo da balsa, uma outra, está pelo
lado de dentro. Ambas as lâmpadas se acendem automaticamente quando a balsa é inflada e
entra em contacto com a água. Se uma ou ambas as lâmpadas estão fora de operação, tente
localizar o problema se possível. Dentro da balsa, há uma chave liga/ desliga que você pode
desligar para poupar energia de dia.
Reenchimento
Após uma longa permanência na balsa, você pode ter de encher os dois flutuadores e os arcos
da cobertura desde que estejam murchos.
As válvulas de enchimento estão dentro da balsa, uma em cada flutuador e uma nos arcos da
cobertura. Conecte a mangueira dos foles nas válvulas e encha até você sentir que os
flutuadores e o arco ficaram duros. Após completar o enchimento, coloque as tampas (plugs)
nas válvulas.
Rádio
Todos têm a obrigação - no seu interesse próprio - de assegurarem que o aparelho rádio para
os equipamentos salva-vidas é trazido para bordo da baleeira ou da balsa.
Respondedores-radar (SARTs);
Walkie-talkies (rádios VHF portáteis);
A possibilidade adicional de se trazer para bordo da baleeira ou balsa o EPIRB montado
no mecanismo de autoliberação, frequentemente localizado na parte mais alta do navio
(tope do mastro principal).
Sinais de Socorro
2. O uso ou exibição de alguns dos sinais precedentes exceto com o propósito de indicar
socorro e necessidade de assistência e é proibido o uso de outros sinais que podem ser
confundidos com algum dos sinais acima.
a) um pedaço de lona na cor laranja com um quadrado e círculo negros ou outro símbolo
apropriado (para identificação do ar);
b) um sinalizador por tingimento.
A bordo tem:
Tipo: ________________________________
Localização: __________________________
Transponder-radar (SART)
A bordo tem:
Tipo: ________________________________
Localização: __________________________
Antes da partida:
c) Verifique com a vareta se o nível de óleo lubrificante está entre as marcas da vareta no
motor e na redutora;
Partida:
a) Ative a descompressão;
d) Agora ative a descompressão novamente e gire o motor quantas rotações for possível.
f) O motor parte.
Após a partida:
Balsas Salva-vidas
5.1. Introdução
Perceba os riscos ligados à transferência de pessoas entre embarcações quando o mar está
encapelado. A transferência de uma pessoa para um navio assistente em mar revolto é
arriscado e deve ser considerado um possível adiamento até as condições se acalmarem.
Esta parte do manual de treinamento descreve os métodos e equipamentos com os quais você
deve se familiarizar no contexto das várias operações de resgate.
Cinto Singelo
O cinto singelo é um estropo de resgate típico. Aproxime o cinto de uma maneira que esta
esteja sempre entre você e o cabo. O cinto deve ser passado por baixo das axilas e as tiras
devem ser apertadas.
Cinto Duplo
Quando usando o cinto duplo o helicóptero envia um assistente para colocar o cinto em volta
da pessoa a ser resgatada.
Cesta de Resgate
Quando usando a cesta de resgate a pessoa deve se sentar, com os braços e pernas dentro
da cesta. A cabeça deve estar inclinada sobre os joelhos, as mãos em volta dos mesmos.
Maca de Resgate
Se um navio encalhou ou está posicionado próximo à costa, a tripulação pode ser resgatada de
terra se as condições são favoráveis.
ser capaz de lançar uma retinida com razoável precisão a pelo menos 230 m em tempo
calmo;
utilizar retinidas com carga de ruptura de não menos que 2 kN (200 kp);
assistência em reboque;
retirada de pessoas;
guarnecer a boia-calção.
RELEMBRE!!!
Antes de disparar, o chicote do cabo deve estar amarrado ao navio - ou melhor ainda - a
outro cabo mais resistente pronto a ser lançado!!!
1. A embarcação é manobrada embaixo dos gatos e moitões. Dois homens devem estar
prontos para pegar os gatos e prevenir que alguém possa se ferir com os moitões.
4. O motor é parado.
Boias Salva-vidas
2. Pelo menos a metade do número de boias salva-vidas deve estar munida de uma
lâmpada com acendimento automático dando luz contínua ou em “flashes” por um
período que não seja inferior a duas horas.
3. Pelo menos 2 das boias munidas de luzes automáticas devem estar também munidas
de um sinal autoativado emissor de fumaça com cor distinta e visível por um período de
não menos que 15 minutos. Deve ser fácil o lançamento destas boias do passadiço.
Muitos navios possuem a boia salva-vidas com luz e fumígeno combinados, a assim chamada
“boia de Homem ao Mar ou MOB”.
As boias salva-vidas com os acessórios acima devem estar distribuídas em números iguais em
ambos os bordos do navio.
1. Se há homem ao mar:
2. Atracado ou fundeado:
6.1. Introdução
BIBLIOGRAFIA
ORGANIZATION, International Maritime. International Convention for the Safety of Life at Sea,
1974 e seu Protocolo de 1988. Ed. Online (PDF). Inglaterra. 2014.