ENGENHARIA QUÍMICA:
CONCEITOS E RESOLUÇÕES
DE PROBLEMAS
RESUMO
O presente material tem como objetivo principal auxiliar o(a) estudante do curso
de engenharia química na resolução de problemas, mas também serve como
embasamento para o profissional de áreas correlatas resolver e aprender sobre
a dinâmica dos problemas envolvendo o MS-EXCEL®. Este material dá ênfase na
resolução de diversos problemas, então os conceitos introdutórios do MS-EXCEL®
não serão o foco. Serão apresentadas noções que abrangem desde os conceitos
básicos até os intermediários desta ferramenta. O material é organizado em dois
capítulos, onde o primeiro aborda algumas ferramentas básicas para auxiliar na
resolução dos problemas encontrados nas disciplinas do curso de Engenharia
Química, como o Solver, o Atingir Meta e outros recursos. O segundo trata do
uso de métodos numéricos para equações algébricas não lineares e como estes
são essenciais nos problemas envolvendo essas equações. Ao final dos dois
capítulos serão resolvidos exercícios com o objetivo de fixar os conceitos e ajudar
na visualização das ferramentas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1....................................................................................................................... 6
1.1 O ATINGIR META ..................................................................................................... 6
1.2 O SOLVER ................................................................................................................ 7
1.3 IMPORTANDO DADOS DO BLOCO DE NOTAS (ARQUIVOS .txt) PARA A PLANILHA
DO MS-EXCEL® ............................................................................................................... 7
1.4 PROBLEMAS .......................................................................................................... 12
Problema 1: Balanço de massa em um tanque de formulação. (Princípios de
Processos Químicos) ............................................................................................... 12
Problema 2: Cálculo do volume molar utilizando uma equação de estado.
(Termodinâmica) ..................................................................................................... 18
Problema 3: Estimativa da pressão de vapor do n-Decano em uma ampla faixa de
temperatura. (Termodinâmica) .............................................................................. 22
Problema 4: Reator Bioquímico ou Biorreator. (Engenharia Bioquímica) ............. 27
Problema 5: Cálculo da porosidade em uma operação de Fluidização. (Operações
Unitárias I) ............................................................................................................... 35
Problema 6: Cálculo da temperatura de saída em um processo de troca térmica.
(Termodinâmica) ..................................................................................................... 41
Problema 7: Determinação da permeabilidade, k, e do fator “c” em um experimento
de permeametria. (Operações Unitárias I) ............................................................. 45
Problema 8: Cálculo flash em um sistema multicomponente em equilíbrio líquido-
vapor (ELV). (Termodinâmica)................................................................................. 49
Problema 9: Cálculo do volume parcial molar de uma mistura binária. (Físico-
Química) .................................................................................................................. 55
Problema 10: Encontrando a constante cinética de uma reação. (Reatores I) ...... 60
CAPÍTULO 2..................................................................................................................... 66
2.1 MÉTODOS NUMÉRICOS ........................................................................................ 66
2.2 Método do Ponto Fixo, MPF (substituição direta) ............................................... 68
2.3 Método da Bisseção .............................................................................................. 70
2.4 Método de Newton-Raphson ............................................................................... 74
2.5 Método da Secante ............................................................................................... 77
2.6 PROBLEMAS .......................................................................................................... 80
Problema 1: Concentração de saída em um reator CSTR (Reatores – Modelagem e
Simulação de Processos). ........................................................................................ 80
Problema 2: Modelagem de um tanque esférico (Modelagem e Simulação de
Processos)................................................................................................................ 85
5
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
1.2 O SOLVER
Figura 1 – Dados copiados dos coeficientes das equações de Antoine e Wagner para calcular a pressão de
vapor em uma determinada faixa de temperatura.
1
POLING, B. E.; PRAUSNITZ, J. M.; O’CONNEL, J. P. The Properties of Gases and Liquids.
5th. ed. New York: McGraw-Hill, 2001.
9
Figura 2 - Bloco de notas (arquivo .txt) com os dados copiados do arquivo .pdf.
Abaixo do título da caixa de diálogo é enfatizado que esta tela permite que
você defina os delimitadores contidos em seus dados, em que você pode ver
como seu texto é afetado na visualização. Neste caso, perceba que os dados
separados pela opção “Espaço” é a mais adequada e os mesmos irão ser
importados para o Excel quase todos organizados, como mostra a Figura 5
abaixo. Após realizar essas etapas, avance e escolha uma célula para serem
importados.
2
Tabulações são marcas definidas na régua que através da tecla TAB permitem avançar texto
para uma posição predefinida.
11
Note que os dados não estão totalmente organizados como desejado, isso
porque os nomes de alguns componentes são compostos. Aqui nesta etapa final
o que nos resta é organizar os dados fazendo alguns ajustes e o banco de dados
estará igual ao pretendido, como mostra a Figura 6.
Com os conceitos mostrados até aqui e com o seu conhecimento, seja ele
básico, intermediário ou até mesmo avançado, acreditamos que será capaz de
enriquecer ainda mais o aprendizado na resolução dos problemas.
Adiante serão resolvidos alguns problemas que são comumente tradados
nas disciplinas do curso de Engenharia Química. Bom aprendizado!
1.4 PROBLEMAS
Nesta seção serão resolvidos alguns problemas que o(a) aluno(a) pode se
deparar ao longo do curso de Engenharia Química nas mais variadas disciplinas.
Estarão dispostos de forma que o leitor possa aprender de uma maneira
dinâmica e fácil, englobando o passo a passo para a resolução dos mesmos e
mostrando as ferramentas utilizadas na planilha do Excel, além de mostrar em
qual disciplina o tipo de problema é tratado.
****************************************************************
3
MOURA, L. F. Excel para Engenharia: formas simples para resolver problemas complexos. 1. ed. São
Paulo: EdUFSCar, 2007.
13
Solução:
Antes de iniciarmos os balanços de massa, é necessário fazer algumas
hipóteses para a simplificação do problema, são elas:
C1 + C2 + C3 = M = 1000
0,18C1 + 0,23C2 + 0,67C3 = 308
0,54C1 + 0,37C2 + 0,10C3 = 350
14
𝑥 = 𝐴−1 𝑏 (1)
________________________________________________________________
CUIDADO: Para calcular uma matriz no Excel depois de ter selecionado os dados
de entrada para a função MATRIZ.INVERSO, não pressiona-se “Enter”, mas sim
CTRL+SHIFT+ENTER, e assim o Excel retornará os valores em cada célula do
intervalo necessário. Caso tivesse sido pressionado “Enter” sem pressionar
CTRL+SHIFT, o Excel retornaria um único valor para uma única célula.
Após ter sido feito esse procedimento, a matriz inversa de A que a planilha
nos retorna é
−3,669 4,405 7,178
[ 5,608 −7,182 −7,993]
−0,940 2,773 0,816
OBS: Como iremos multiplicar uma matriz 3x3 por uma matriz 3x1, o resultado é
uma matriz 3x1, justamente a que desejamos encontrar.
Solução:
𝑃𝑉𝑚 𝐵 𝐶
𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑧𝑒𝑟𝑜 = −1+ + 2 =0
𝑅𝑇 𝑉𝑚 𝑉𝑚
Dessa forma podemos utilizar o Atingir Meta para encontrar o valor das
raízes de tal equação.
É importante citar que, os valores de temperatura (𝑇) e a constante dos
gases (𝑅) devem estar com suas unidades consistentes com as dos coeficientes
da equação do Virial.
A figura 2.1 ilustra como os dados podem ser organizados em uma planilha
do Excel, bem como a equação 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑧𝑒𝑟𝑜 pode ser escrita.
19
Após a 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑧𝑒𝑟𝑜 ter sido escrita no Excel, deve-se escolher um valor
para ser utilizado como “chute inicial” para o volume molar e então chamar o
Atingir Meta. Para chama-lo na planilha, basta ir na aba Dados e em seguida
Teste de Hipóteses>Atingir Meta.
Note que o valor obtido para a 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑧𝑒𝑟𝑜 é de fato, bem próximo a zero.
Porém, nós como engenheiros ou estudantes de engenharia química, devemos
nos atentar que a equação do gás ideal é utilizada apenas como um modelo
inicial, onde a mesma se ajusta a uma faixa de temperatura e pressão baixas.
Dessa maneira, utilizamos o Atingir Meta para que haja um “refino” quanto ao
valor do volume molar encontrado.
Com isso, a Figura 2.4 mostra o resultado obtido após ser utilizado o
recurso Atingir Meta.
Figura 2.5 - Volume molar para toda a faixa de pressão e gráfico de dispersão para os resultados obtidos.
22
Solução:
Para o cálculo da pressão de vapor de um componente, deve-se utilizar
uma equação que estime os valores com uma boa precisão dentro da faixa de
temperatura considerada para cada componente. Na literatura, vários modelos
são encontrados para o cálculo dessa propriedade, sendo a equação de Antoine
a mais amplamente utilizada. Isso se dá pelo fato da simplicidade dessa equação
e por necessitar de apenas três parâmetros correlacionados de dados
experimentais (cada composto tem as suas constantes de Antoine), além de
estimar bons valores de pressão de vapor. Porém, outras equações podem
estimar valores melhores, dependendo da faixa de temperatura analisada.
Chirico et. al. (1989) através de estudos em laboratório mostraram que a
equação de Cox5 estima valores de pressões de vapor com bastante precisão na
faixa de temperatura analisada. Com isso, utilizaremos esta equação para estimar
os valores que queremos.
A equação de Cox é escrita como mostra a equação 3.1 abaixo
𝑃 𝑇𝑟𝑒𝑓
𝑙𝑛 = (1 − ) exp(𝐴 + 𝐵𝑇 + 𝐶𝑇 2 ) (3.1)
𝑃𝑟𝑒𝑓 𝑇
4
CHIRICO, R. D.; NGUYEN, A.; STEELE, W. V.; STRUBE, M. M. Vapor Pressure of n-Alkanes Revisited. New
High-Precision Vapor Pressure Data on n-Decane, n-Eicosane, and n-Octacosane. J. Chem. Eng. Data.
1989; 34: 149-156.
5
COX, E. R. Hydrocarbon Vapor Pressures. Ind. Eng. Chem. 1936; 28: 613-616.
23
𝑃 𝑇𝑏 (3.2)
𝑙𝑛 = (1 − ) exp(𝐴 + 𝐵𝑇 + 𝐶𝑇 2 )
𝑃𝑟𝑒𝑓 𝑇
𝑃
𝑙𝑛 = 𝐷 ∙ exp ∙ E (3.3)
𝑃𝑟𝑒𝑓
Figura 3.1 - Valores experimentais de pressão de vapor do n-Decano reportados por Chirico
et. al. (1989).
OBS: As células que são constantes, isto é, não alteram o seu valor, são eles:
Tref, Pref, A, B e C, devem ser fixadas na planilha. Para fazer isso, basta pressionar
a tecla “F4” no valor a ser fixado e na equação vai aparecer o símbolo $ entre a
letra e o número que representa a célula na planilha (ex. a célula que tem o valor
da constante A é a célula H4 e quando a mesma é fixada ficará como sendo
$H$4)
𝑃𝑣𝑎𝑝𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝑃𝑣𝑎𝑝𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎
𝐷𝑅𝐴(%) = | | 100 (3.5)
𝑃𝑣𝑎𝑝𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙
Figura 3.5 - Inserção da equação de Cox para o cálculo da pressão de vapor do n-Decano.
Solução:
Antes de apresentar todo o equacionamento que será utilizado na resolução deste
problema, recomendamos que o leitor veja a obra de Schmidell6 (mais
precisamente o Capítulo 6). Nela, você encontrará o formalismo matemático e
hipóteses para se chegar nas equações que serão mostradas.
Algumas hipóteses para a simplificação do problema são:
• O sistema está em regime estacionário;
• O sistema opera com um volume constante;
Balanço de células:
𝑑 (𝑋 ∙ 𝑉 ) 𝑆
= 𝑋0 ∙ 𝑄 − 𝑋 ∙ 𝑄 + 𝜇𝑚á𝑥 𝑋∙𝑉 (4.1)
𝑑𝑡 𝐾𝑠 + 𝑆
6
SCHMIDELL, W.; LIMA, U. A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W. Biotecnologia Industrial Volume 2. 1. ed.
São Paulo: Blucher, 2007.
28
Balanço de substrato:
𝑑(𝑆 ∙ 𝑉) 1 𝑆
= 𝑆0 ∙ 𝑄 − 𝑆 ∙ 𝑄 − ∙ 𝜇𝑚á𝑥 ∙ ∙ 𝑋 ∙ 𝑉 (4.2)
𝑑𝑡 𝑌𝑋/𝑆 𝐾𝑠
Balanço do produto:
𝑃 = 𝑃0 + (𝑋 − 𝑋0 ) ∙ 𝑌𝑃/𝑋 (4.3)
Balanço de células:
𝑆
𝑋0 𝑄 − 𝑋 ∙ 𝑄 + 𝜇𝑚á𝑥 𝑋∙𝑉 =0 (4.4)
𝐾𝑠 + 𝑆
Balanço de substrato:
1 𝑆
𝑆0 ∙ 𝑄 − 𝑆 ∙ 𝑄 − ∙ 𝜇𝑚á𝑥 ∙ ∙ 𝑋 ∙ 𝑉 = 0 (4.5)
𝑌𝑋 𝐾𝑠
𝑆
Balanço do produto:
𝑃 = 𝑃0 + (𝑋 − 𝑋0 ) ∙ 𝑌𝑃/𝑋 (4.6)
De maneira análoga, o balanço para o produto, Eq. (4.6), deve ser inserida
na célula E7. O resultado dessa inserção é mostrado na Figura 4.4 abaixo.
Utilizando o Solver
OBS: Caso o Solver não esteja habilitado no Excel, os passos para habilitá-lo são
os seguintes:
Assim que o Solver estiver aberto, uma janela igual à mostrada a seguir
deve aparecer.
Figura 4.6 - Janela do Solver.
Por fim, basta selecionar o método GRG Não Linear (por se tratar de um
problema simples não linear, ver seção 1.2) na opção Selecionar um Método
de Solução e clicar em Resolver.
O resultado final pode ser visto na planilha do Excel na Figura 4.9 abaixo
(note que as equações que precisavam ser zeradas ficaram em uma ordem de
10-10, ou seja, podemos considera-las nulas).
34
Solução:
Antes de apresentar todo o equacionamento que será utilizado na resolução deste
problema, recomendamos que o leitor veja a obra de Cremasco8 (mais
precisamente os capítulos 10 e 11). Nela, você encontrará todas as deduções e
hipóteses para se chegar nas equações que serão mostradas.
∆𝑃
− =𝑚 Eq. de Darcy (5.1)
𝐿
e
𝑚 = (1 − 𝜀)(𝜌𝑠 − 𝜌𝑓 )𝑔 (5.2)
7
MOREIRA, M. F. P. Operações Unitárias da Engenharia Química utilizando o Excel/VBA. 1. ed. Rio de
Janeiro: E-papers, 2017.
8
CREMASCO, M. A. Operações Unitárias em Sistemas Particulados e Fluidomecânicos. 1. ed. São Paulo:
Blucher, 2012.
36
Assumindo que a perda de carga no meio poroso possa ser dada pela
Equação de Ergun, uma vez que a porosidade resultante não estará muito acima
da faixa recomendada, obtém-se a Eq. (5.3) abaixo.
∆𝑃 (1 − 𝜀) 𝑓 ∗ 𝐿𝑞 2
− = (5.3)
𝜌 𝜀3 𝐷𝑝
(1 − 𝜀)² 𝜇 1−𝜀 𝜌 2
150 [ ] 𝑞 + 1,75 ( ) 𝑞 = (1 − 𝜀)(𝜌𝑝 − 𝜌)𝑔 (5.4)
𝜀3 (𝜙𝐷𝑝 )² 𝜀 3 𝜙𝐷𝑝
(1−𝜀)² 𝜇 1−𝜀 𝜌
X = 150 [ ] (𝜙𝐷 𝑞; Y = 1,75 ( 𝜀3 ) 𝜙𝐷 𝑞 2 e Z = (1 − 𝜀)(𝜌𝑝 − 𝜌)𝑔
𝜀3 𝑝 )² 𝑝
Neste caso,
𝑋 + 𝑌 − 𝑍 = 𝐹𝑢𝑛çã𝑜𝑍𝑒𝑟𝑜 (5.5)
seja, devemos “chutar” um valor que esteja entre o intervalo 0,40 < ε < 1. Para
critério de resolução, escolhemos o valor 0,50 para a porosidade como chute
inicial.
O que foi feito: O Atingir Meta definiu a célula F14 (FunçãoZero) para
atingir o valor de zero alterando o valor da porosidade que atribuímos no “chute
inicial”.
Com isso, esse recurso nos deu a resposta de que a porosidade do leito é
de 0,748.
Qual é a temperatura final, quando uma quantidade de calor igual a 0,4∙106 BTU
é adicionada a 25 lb-mol de amônia (inicialmente a uma temperatura de 500 ͦ F)
em um processo com escoamento em regime estacionário à pressão atmosférica
(1 atm)? Sabe-se que a relação entre a capacidade calorífica da amônia e a
temperatura é dada pela seguinte equação:
𝐶𝑝 𝐶
= 𝐴 + 𝐵𝑇(𝐾) +
𝑅 𝑇(𝐾)2
Solução:
∆𝐻 · 𝑛 = 𝑄 (6.1)
9
SMITH, J. M.; VAN NESS, H. C.; ABBOTT, M. M. Introdução à Termodinâmica da Engenharia Química.
7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
42
𝑇𝑓
𝐵 1 1
∆𝐻 = 𝑅 ∫ 𝐶𝑝 𝑑𝑇 → ∆𝐻 = 𝑅 · [𝐴 · (𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 ) + · (𝑇𝑓 2 − 𝑇𝑖 2 ) − 𝐶 · ( − )] (6.2)
𝑇𝑖 2 𝑇𝑓 𝑇𝑖
𝑄
∆𝐻 − = 0 = 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑧𝑒𝑟𝑜 (6.3)
𝑛
Podemos testar valores de temperatura final até que a “função zero” seja
igual ou aproximadamente zero. Dessa maneira, encontraremos o valor da
temperatura final. A Figura 6.2 ilustra como deve ser feito essa etapa.
Após clicar em “OK” o Atingir Meta realizará cálculos por tentativas até que
a condição da Eq. (6.3) seja atingida. Dessa forma, pode-se encontrar um valor
de temperatura final igual a 1250,20 K, como mostra a Figura 6.3.
Q [cm³/s]x10-4 ΔP [cmHg]
2,09 2,4
3,02 4,45
3,48 5,6
10,7 33,9
15,7 58,6
Solução:
𝑑𝑃 𝜇 𝑐𝜌√𝑘
𝑚=− = [1 + 𝑞] 𝑞 (7.1)
𝑑𝑧 𝑘 𝜇
𝑐𝜌√𝑘
𝑞≪1 (7.2)
𝜇
𝑑𝑃 𝜇
− = 𝑞 (7.3)
𝑑𝑧 𝑘
1 ∆𝑃 𝜇 𝑐𝜌
(− ) = + 𝑞 (7.4)
𝑞 𝐻 𝑘 √𝑘
𝜇 𝑐𝜌
Sabendo que 𝑏 = e𝑎= , encontramos facilmente a permeabilidade
𝑘 √𝑘
k e o fator “c”.
Solução:
𝑃𝑖𝑠𝑎𝑡 𝑦𝑖
= = 𝐾𝑖 (8.2)
𝑃 𝑥𝑖
𝐹𝑧𝑖
𝑥𝑖 = (8.4)
(𝐿 + 𝑉𝐾𝑖 )
𝑧𝑖
𝑥𝑖 = (8.5)
1 + 𝛽(𝐾𝑖 − 1)
Onde 𝛽 = 𝑉 ⁄𝐹 .
A razão V/F é a fração de alimentação que é vaporizada e que queremos
encontrar.
Para acharmos um modelo que calcule 𝛽, devemos ter em mente que
∑𝑖 𝑥𝑖 = 1 ou alternativamente que ∑𝑖 𝑦𝑖 = ∑𝑖 𝐾𝑖 𝑥𝑖 = 1. No entanto, verificou-se
que a combinação ∑𝑖(𝑦𝑖 − 𝑥𝑖 ) = 0 nos leva a um modelo conhecido como a
Equação de Rachford-Rice10
𝑧𝑖 (𝐾𝑖 − 1)
∑ =0 (8.6)
𝑖 1 + 𝛽(𝐾𝑖 − 1)
10
RACHFORD, H.H. and RICE, J.D. Procedure for Use of Electrical Digital Computers in Calculating Flash
Vaporization Hydrocarbon Equilibrium. Journal of Petroleum Technology. Sec. 1, p. 19, Oct. 1952.
52
𝑛𝑖
𝑥𝑖 = (8.7)
𝑛
O que deve ser feito agora em diante na sua planilha é fazer a célula F11
ir para o valor de 0 variando a célula E13, bem como colocar as restrições físicas
• $E$13 <= 1
• $E13$ >= 0
Solução:
𝜕𝑉
𝑉𝐽 = ( ) (9.1)
𝜕𝑛𝐽 𝑃,𝑇,𝑛
11
ATKINS, P.; DE PAULA, J. Físico-Química Volume 1. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
56
𝜕𝑉
𝑉𝑐 = ( ) (9.2)
𝜕𝑛𝑐 𝑃,𝑇,𝑛
𝑝
e
𝜕𝑉
𝑉𝑝 = ( ) (9.3)
𝜕𝑛𝑝 𝑃,𝑇,𝑛
𝑐
𝑥𝑐 𝑛𝑝
𝑛𝑐 = (9.5)
1 − 𝑥𝑐
e
(1 − 𝑥𝑐 )𝑛𝑐
𝑛𝑝 = (9.6)
𝑥𝑐
𝑚 𝑛𝑐 𝑀𝑐 + 𝑛𝑝 𝑀𝑝
𝑉= = (9.7)
𝜌 𝜌
O verde de malaquita é um corante químico que ao ser diluído pode ser utilizado
como fungicida no setor agrícola e também pode ser utilizado com indicador ácido
base.
A reação balanceada proposta entre o verde de malaquita com hidróxido de sódio
é dada por:
Solução:
1 𝑑𝑁𝐴
− = −𝑟𝐴 (10.2)
𝑉 𝑑𝑡
1 𝑑𝐶𝐴 ∙ 𝑉
− = −𝑟𝐴 (10.3)
𝑉 𝑑𝑡
1 𝑑𝐶𝐴 ∙ 𝑉
− = 𝑘𝐶𝐴 (10.4)
𝑉 𝑑𝑡
62
𝐶𝐴
− ln | | = 𝑘𝑡 (10.5)
𝐶𝐴0
− ln|1 − 𝑋| = 𝑘𝑡 (10.6)
6,00E-06
Concentração [mol/L]
5,00E-06
4,00E-06
3,00E-06
2,00E-06
1,00E-06
0,00E+00
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Tempo [s]
64
𝐶𝐴
𝑋 = 1− (10.7)
𝐶𝐴0
94,00%
93,00%
92,00%
91,00%
90,00%
0 200 400 600 800 1000
Tempo [s]
Por fim, a partir da equação obtida após o balanço molar, percebemos que
se plotarmos um gráfico de − ln|1 − 𝑋| em função do tempo, fizermos uma
regressão linear, o valor do coeficiente angular da reta que se ajusta aos pontos
será igual a constante cinética da reação. A Figura 10.5 ilustra o gráfico obtido.
6
y = 0,0217x + 2,5493
R² = 0,9811
5
- ln(1-X)
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Tempo [s]
CAPÍTULO 2
𝑓(𝑥) = 0
67
𝑎
(𝑃 + ) (𝑉 − 𝑏) = 𝑅𝑇 (1)
𝑉2
Em que
27 𝑅 2 𝑇𝑐2
𝑎= ( )
64 𝑃𝑐
1 𝑅𝑇𝑐
𝑏=
8 𝑃𝑐
Para a Eq. (1) tomar a forma de 𝑓(𝑥) = 0 basta passar 𝑅𝑇 para o lado
esquerdo, dessa forma
𝑎
𝑓(𝑉) = (𝑃 + ) (𝑉 − 𝑏) − 𝑅𝑇 = 0 (2)
𝑉2
Plotando a equação
Figura 1 - Raízes da equação de van der Waals para a amônia a 250 ͦ C e 10 atm.
Da Figura 1 é possível notar que existe uma raiz real entre 3 e 5 L∙gmol-1,
as outras raízes são complexos conjugados.
Dada uma função f (x) contínua no intervalo [a,b] onde existe uma única
raiz, f (x) = 0, é possível transformar tal equação em uma equação equivalente
x = g (x) e, a partir de uma aproximação inicial x0, gerar uma sequência {xk} de
aproximações para ε pela relação. Uma vez que g (x) é tal que f (ε) = 0.
69
Para calcularmos o volume molar usando esse método, faremos a Eq. (1)
assumir a forma x = g (x), neste caso
𝑅𝑇
𝑉 (𝑘+1) = 𝑎 +𝑏 (4)
(𝑃 + 2(𝑘+1) )
𝑉
𝐿 ∙ 𝑎𝑡𝑚
(0,08206 )(523,15 𝐾)
𝑉(4) (1)
= 𝑚𝑜𝑙 ∙ 𝐾 + 0,03756
4,23845 (5)
(10 𝑎𝑡𝑚 + )
42(1)
Na célula G4, insira a Eq. (4) e atribua os valores das variáveis e iremos
ter o valor de volume molar de 4,2197 L∙gmol-1. Também, faça a célula E5 ter o
novo valor que foi dado na célula G4, e assim sucessivamente até atingir a
tolerância predeterminada. Ao final deste procedimento, acharemos que o valor
do volume molar da amônia será de 4,2312 L∙gmol-1.
Sua planilha do Excel ficará semelhante à Figura 3.
OBS: Nota-se que o método necessitou de apenas 5 iterações, isso por causa que
sabíamos que a raiz estava próxima de 4. Se não soubéssemos, seriam
necessárias mais iterações, mas chegaríamos no mesmo resultado (4,2312). Para
testar, mude o valor da célula E4 para 1, 2 e depois para 3, e veja que precisamos
de mais iterações para se notar um erro de 1∙10-5.
𝑎𝑘 + 𝑏𝑘
𝑥𝑘 = (6)
2
Em que 𝑘 = 1, 2, 3, …
𝑎1 + 𝑏1
𝑥1 = (7)
2
A célula B3 ficará =SE(G2<0; F2; B2). Aqui definimos que: se f (x) < 0, a
recebe o valor de x contido em F2 ao invés do valor que está em B3.
Já para a célula C3 é =SE(G2<0; C2; F2). Aqui definimos que: Se f (x) <0, b
permanece com seu atual valor ao invés do novo valor contido em F2.
Nota-se que o mesmo valor foi encontrado para o volume molar, 4,2312
L∙gmol-1.
𝑓(𝑥0 )
𝑥1 = 𝑥0 − (10)
𝑓′(𝑥0 )
𝑓(𝑥𝑘 )
𝑥(𝑘+1) = 𝑥𝑘 − (11)
𝑓′(𝑥𝑘 )
Em que 𝑘 = 0, 1, 2, 3, …
𝑎(2𝑏 − 𝑉)
𝑓 ′ (𝑉) = +𝑃 (12)
𝑉3
O valor de xi na iteração 1 (célula B4), assume a Eq. (11) que é o próprio método
para calcular xk.
𝑓(𝑥𝑘 ) − 𝑓(𝑥𝑘−1 )
𝑓 ′ (𝑥) = (13)
𝑥𝑘 − 𝑥𝑘−1
A partir de uma reta secante traçada entre os dois pontos iniciais, uma
nova aproximação (x2) é obtida. O ponto em que a reta cruzar o eixo x, será a
nova aproximação a ser utilizada. Uma nova reta é traçada agora entre os pontos
x1 e x2, para que o próximo ponto (x3) seja obtido ao cruzar o eixo x. O processo
é repetido até que a aproximação obtida esteja próxima da raiz.
𝑓(𝑥)
𝑥𝑘+1 = 𝑥𝑘 −
𝑓(𝑥𝑘 ) − 𝑓(𝑥𝑘−1 ) (14)
𝑥𝑘 − 𝑥𝑘−1
𝑓(𝑥𝑘 )
𝑥𝑘+1 = 𝑥𝑘 − (𝑥 − 𝑥𝑘−1 ) (15)
𝑓(𝑥𝑘 ) − 𝑓(𝑥𝑘−1 ) 𝑘
Agora basta arrastar para baixo. Com isso conseguimos calcular o volume
molar para a amônia nas condições de temperatura e pressão estabelecidas,
como mostrada na planilha final (Figura 14).
2.6 PROBLEMAS
****************************************************************
Solução:
𝑑𝑚
= 𝑚̇𝑒 − 𝑚̇𝑠 (1.1)
𝑑𝑡
𝑑𝑉
𝜌 = 𝜌(𝐹𝑒 − 𝐹𝑠 ) (1.2)
𝑑𝑡
𝑑𝑉
Como o regime está em estado estacionário, temos que = 0, então
𝑑𝑡
𝐹𝑒 − 𝐹𝑠 = 0 = 𝐹 (1.3)
𝑑𝑛
= 𝑛̇ 𝑒 − 𝑛̇ 𝑠 − 𝑟𝐴 𝑉 (1.4)
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝐴
𝑉 = 𝐹(𝐶𝐴𝑒 − 𝐶𝐴𝑠 ) − 𝑟𝐴 𝑉 (1.5)
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝐴 𝐹
= (𝐶𝐴𝑒 − 𝐶𝐴𝑠 ) − 𝑟𝐴 (1.6)
𝑑𝑡 𝑉
𝑑𝐶𝐴 𝐹
= (𝐶𝐴𝑒 − 𝐶𝐴𝑠 ) − 𝑘𝐶𝐴2 (1.7)
𝑑𝑡 𝑉
𝑑𝐶𝐴 1
= (1 − 𝐶𝐴𝑠 ) − 1𝐶𝐴2 (1.8)
𝑑𝑡 1
0 = 1 − 𝐶𝐴 − 𝐶𝐴2 (1.9)
82
Resultando assim em
𝐶𝐴2 + 𝐶𝐴 − 1 = 0 (1.10)
Resolução:
(3 ∙ 3 − ℎ)
30 = 𝜋ℎ2 (2.1)
3
Manipulando, temos
Temos que a equação para utilizar os métodos será a Eq. (2.3) abaixo
xi não variar mais o seu valor, essa será a altura. Em B4 colocar o método de NR
(equação 11).
Com isso feito, as duas planilhas com o valor da profundidade podem ser
vistas nas Figuras 2.3 e 2.4.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
MUITO OBRIGADO!