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Etapas do Tratamento

- Tratamento Primário;
- Tratamento Secundário;
- Tratamento Terciário;
Inovações Tecnológicas
- Processo de Osmose Inversa
Eficiência e Escolha do Tipo de Tratamento
Legislação Ambiental
Conclusão
Técnicas Convencionais
e
Inovações Tecnológicas
O funcionamento de uma Estação de
Tratamento de Efluente (ETE) compreende
basicamente as seguintes etapas:
-Pré-tratamento
(gradeamento e desarenação);

- Tratamento Primário
(floculação e sedimentação);
- Tratamento Secundário (processos
biológicos de oxidação), tratamento do
lodo e

- Tratamento Terciário (polimento da água).


 Pré-Tratamento (Grade e Caixa de Areia)
Tem como objetivos:
 A remoção de areia contida no esgoto;

 O mecanismo de remoção é o de
sedimentação;
 A retirada e o transporte da areia
sedimentada pode ser manual ou
completamente mecanizada;
- As finalidades da remoção são :
 evitar abrasão nos equipamentos e
tubulações;
 eliminar ou reduzir a possibilidade de
obstrução em tanques, orifícios, sifões, etc.;
 facilitar o transporte líquido em suas
diversas fases.
 Caixa em  Calha Parshall
Funcionamento
 Gradeamento – ETE de Campinas/SP
 Classificações dos Sistemas de Gradeamento

Tipo de Grade Espaçamento (cm)


Grade Grosseira 4 -10
Grade Média 2-4
Grade Fina 1-2
 Após passarem pelo tratamento preliminar,
os esgotos ainda contêm sólidos grosseiros,
os quais podem ser removidos através de
unidades de sedimentação e floculação;

 O tratamento primário é constituído


unicamente por processos físico-químicos;
 Nesta etapa procede-se a equalização e
neutralização da carga do efluente a partir
de um tanque de equalização e adição de
produtos químicos.
 A Equalização tem como finalidade
principal regular a vazão que deve ser
constante nas unidades subsequentes.
 Nesta etapa procede-se a equalização e
neutralização da carga do efluente a partir
de um tanque de equalização e adição de
produtos químicos.

 Destina-se a remoção de :
- Sólidos em suspensão sedimentáveis;
- Sólidos flutuantes.
 Uma parte destes sólidos corresponde à
Matéria Orgânica em suspensão.
Floculação
 O processo de coagulação-floculação, consiste
na adição de produtos químicos que
promovem a
aglutinação e o agrupamento das partículas a
serem removidas, tornando o peso especifico
das mesmas maior que o da água, facilitando a
decantação.
 O processo de coagulação-floculação
necessita de um valor ótimo de pH para a
formação de flocos.
 No caso das indústrias têxteis, que geram
efluentes alcalinos, a correção de pH é
realizada com produtos acidificantes, como
o ácido sulfúrico ou gás carbônico.
Tratamento Primário

ASPECTO DE UM EFLUENTE APÓS A ADIÇÃO DE


UM AGENTE COAGULANTE
Tratamento Primário
01 - Cidade
02 - Rede de
esgotos
03 - Grades
04- Caixa de areia
05- Decantador
Primário
Decantação Primária

 Esta etapa consiste na separação sólido (lodo) –


líquido (efluente bruto) por meio da
sedimentação das partículas sólidas.
 Os tanques de decantação podem ser circulares
ou retangulares. Os efluentes fluem
vagarosamente através dos decantadores,
permitindo que os sólidos em suspensão, que
apresentam densidade maior do que a do
líquido circundante, sedimentem gradualmente
no fundo.
Decantação Primária

 Essa massa de sólidos, denominada lodo


primário bruto, pode ser adensada no poço
de lodo do decantador e enviada
diretamente para a digestão ou ser enviada
para os adensadores.
Tratamento Primário

Imagem de um Decantador Primário Circular


Peneira Rotativa
 Dependendo da natureza e da
granulometria do sólido, as peneiras podem
substituir o sistema de gradeamento ou
serem colocadas em substituição aos
decantadores primários.
 A finalidade é separar sólidos com
granulometria superior à dimensão dos
furos da tela.
Dependendo da  Jejkjk
natureza e da
granulometria do
sólido, as peneiras
podem substituir o
sistema de
gradeamento.
A finalidade é separar
sólidos com
granulometria
superior à dimensão
dos furos da tela.
Peneiras Rotativas

Os sólidos são
retidos em função
da perda de carga
na tela, removidos
continuamente e
recolhidos em
caçambas.
 Etapa na qual ocorre a remoção da matéria
orgânica, por meio de reações bioquímicas.
Os processos podem ser aeróbicos ou
anaeróbicos.
 Os processos Aeróbios simulam o processo
natural de decomposição, com eficiência no
tratamento de partículas finas em
suspensão. O oxigênio é obtido por aeração
mecânica (agitação) ou por insuflação de ar.
 Os processos Anaeróbios consistem na
estabilização de resíduos feita pela ação de
microorganismos, na ausência de ar ou
oxigênio elementar.

 O tratamento pode ser considerado como


uma fermentação mecânica.
Tanque de Aeração

 Tanque no qual a remoção da matéria orgânica


é efetuada por reações bioquímicas, realizadas
por microrganismos aeróbios (bactérias,
protozoários, fungos etc).
 A base de todo o processo biológico é o contato
efetivo entre esses organismos e o material
orgânico contido nos efluentes, de tal forma
que esse possa ser utilizado como alimento
pelos microrganismos.
Tanque de Aeração

 Os microrganismos convertem a matéria


orgânica em gás carbônico, água e material
celular (crescimento e reprodução dos
microrganismos).
Tratamento Secundário
01 - Cidade
02 - Rede de esgotos
03 - Grades
04- Caixa de areia
05- Decantador
Primário
06 - Tanque de
Aeração
Tanque de Aeração

Tanque com sistema de aeração de fundo


Decantação Secundária e Retorno do Lodo
 Etapa em que ocorre a clarificação do
efluente e o retorno do lodo.
 Os decantadores secundários exercem um
papel fundamental no processo de lodos
ativados, sendo responsáveis pela saída de
um efluente clarificado, pela sedimentação
dos sólidos em suspensão no fundo do
decantador, permitindo o retorno do lodo
em concentração mais elevada.
Decantador Tanque de Decantador
Grade Caixa de areia Primário Aeração Secundário

Rio
Adensamento

Digestão

Secagem Lodo “Seco”


Decantação Secundária e Retorno do Lodo;

 O retorno do lodo é necessário para suprir o


tanque de aeração com uma quantidade
suficiente de microrganismos e manter uma
relação alimento/ microrganismo capaz de
decompor com maior eficiência o material
orgânico.
Decantador Tanque de Decantador
Grade Caixa de areia Primário Aeração Secundário

Rio
Adensamento

Digestão

Secagem Lodo “Seco”


Decantação Secundária e Retorno do Lodo

 O efluente líquido oriundo do decantador


secundário pode ser descartado diretamente
para o corpo receptor, pode ser oferecido ao
mercado para usos menos nobres, como
lavagem de ruas e rega de jardins, ou passar
por tratamento para que possa ser
reutilizado internamente.
 O lodo excedente extraído do sistema é
dirigido para a seção de tratamento de lodo.
Adensamento do Lodo
 Etapa em que acontece a redução do
volume do lodo. Como o lodo contém uma
quantidade muito grande de água, deve-se
realizar a redução do seu volume através do
aumento do teor de sólidos do lodo e,
conseqüentemente, reduzir o seu volume.
Desta forma, as unidades subseqüentes, tais
como a digestão, desidratação e secagem,
beneficiam-se desta redução.
Decantador Tanque de Decantador
Grade Caixa de areia Primário Aeração Secundário

Rio
Adensamento

Digestão

Secagem Lodo “Seco”


Adensamento do Lodo

 O adensamento por gravidade do lodo tem


por princípio de funcionamento a
sedimentação por zona, sistema similar aos
decantadores convencionais. O lodo
adensado é retirado do fundo do tanque.
Adensamento do Lodo
 No adensamento por flotação, o ar é
introduzido na solução através de uma
câmara de alta pressão. Quando a solução é
despressurizada, o ar dissolvido forma
micro-bolhas que se dirigem para cima,
arrastando consigo os flocos de lodo que
são removidos na superfície.
Digestão Anaeróbia
 Etapa na qual ocorre a estabilização de
substâncias instáveis e da matéria orgânica
presente no lodo fresco.
 A digestão é realizada com as seguintes
finalidades: destruir ou reduzir os
microrganismos patogênicos; estabilizar
total ou parcialmente as substâncias
instáveis e matéria orgânica presentes no
lodo fresco.
Digestão Anaeróbia

 A estabilização de substâncias instáveis e da


matéria orgânica presente no lodo fresco
também pode ser realizada através da
adição de produtos químicos. Esse processo
é denominado estabilização química do
lodo.
Condicionamento Químico do Lodo
 Etapa na qual ocorre a estabilização do lodo
pelo uso de produtos químicos tais como:
cloreto férrico, cal, sulfato de alumínio e
polímeros orgânicos.
 O condicionamento químico, usado antes dos
sistemas de desidratação mecânica, tais como
filtração, centrifugação, etc, resulta na
coagulação de sólidos e liberação da água
adsorvida.
Desidratação do Lodo
 Etapa na qual é feita a remoção de umidade do
lodo, com o uso de equipamentos tais como:
centrífuga, filtro prensa ou belt press.
Secagem do Lodo
 Etapa na qual é feita a secagem do lodo, com o
uso de secador térmico.
 A secagem térmica do Lodo é um processo de
redução de umidade através de evaporação de
água para a atmosfera com a aplicação de
energia térmica, podendo-se obter teores de
sólidos da ordem de 90 a 95%.
 O tratamento terciário pode ser empregado
com a finalidade de se conseguir remoções
adicionais de poluentes em águas
residuárias, antes de sua descarga no corpo
receptor e/ ou para recirculação em sistema
fechado. Essa operação é também chamada
de polimento”.
 Em função das necessidades de cada
indústria, os processos de tratamento
terciário são muito diversificados; no
entanto pode-se citar as seguintes etapas:
filtração, cloração ou ozonização para a
remoção de bactérias, absorção por carvão
ativado, e outros processos de absorção
química para a remoção de cor, redução de
espuma e de sólidos inorgânicos tais como:
eletrodiálise, osmose reversa e troca iônica.
 Os graves problemas ambientais gerados
pelo aumento dos descartes de efluentes
contaminados nos lagos, rios e mares,
aliados às leis ambientais cada vez mais
rigorosas, estimularam o desenvolvimento
de métodos alternativos e eficientes no
tratamento de águas e despejos, entre os
quais: remoção por biomassa de plantas
aquáticas, resinas de troca-iônica e
processos de separação por membranas .
 Os processos de separação por membranas
são recentes quando comparados aos
processos tradicionais de tratamentos de
efluentes. As membranas sintéticas
surgiram como uma tentativa de se imitar
as membranas naturais, especialmente
quanto às suas características únicas de
seletividade e de permeabilidade.
 O processo de osmose inversa tem sido
muito difundido na dessalinização da água
do mar para o consumo humano,
especialmente em países do Oriente Médio
em função da escassez de água doce.
 A membrana de OI atua, assim, como uma
barreira a todos os sais dissolvidos e
moléculas inorgânicas.
 As moléculas de água, por outro lado,
passam livremente através da superfície da
membrana, criando uma corrente de água
purificada. O transporte da água através da
membrana se dá por difusão, sendo
essencial uma boa afinidade com o material
da membrana.
Processo de Osmose Inversa
As rejeições
típicas de sais
dissolvidos
atingem a marca
de 95 a 99%.
Processo de Osmose Inversa

Planta Industrial de um Sistema de Osmose Inversa para


Dessalinização de Água Marinha
 Sistema de OI de bancada
 Sistema de OI de bancada
 Membrana de Acetato de Celulose
EFICIÊNCIA E ESCOLHA

DO TIPO DE TRATAMENTO
 Os processos físico-químicos são
recomendados na remoção de poluentes
orgânicos, metais pesados, óleos e graxas,
cor, sólidos em suspensão através de
coagulação-floculação, sólidos
sedimentáveis, matérias orgânicas não-
biodegradáveis e sólidos dissolvidos por
precipitação química.
 Na remoção de sólidos voláteis (dissolvidos
ou em suspensão) o tratamento biológico é
o mais indicado.
 Os sistemas biológicos mais comuns são: as
lagoas de estabilização aeróbia, lodos
ativados convencionais, lagoas aeradas e
sistemas anaeróbios.
Tratamento de Efluentes

Sistema Biológico de Lagoa Aerada


(ETE de Araraquara-SP)
 Num sistema de lodos ativados com aeração
prolongada, por exemplo, a eficiência de
remoção da DBO (demanda bioquímica de
oxigênio) está entre 90 e 95%.
 Para remover sólidos dissolvidos,
recomenda-se tratamentos avançados como
troca iônica, adsorção em carvão ativado,
osmose inversa.
 Na escolha do tipo de tratamento, dois
parâmetros são de grande importância para
avaliar qual deles (físico-químico ou
biológico) é o mais propício: a DQO e a
DBO.
 Exemplo: No caso em que a DQO seja
menor que o dobro da DBO, é possível que
a grande parte da matéria orgânica seja
biodegradável, podendo ser adotados os
tratamentos biológicos convencionais.
 Os sistemas físico-químicos por coagulação-
floculação, quando concebidos unicamente,
removem parcialmente a carga orgânica,
sendo às vezes necessário um tratamento
complementar, objetivando atingir a melhor
eficiência possível.
 Muito comum é associar tratamento físico-
químico a um tratamento biológico
complementar.
 As águas residuárias, após o tratamento e
lançamento nos corpos d’água receptores,
devem atender aos limites máximos e
mínimos.

 No Brasil, a Resolução nº 357/2005 do


CONAMA estabelece os padrões de
qualidade e de lançamento.
 Os estados podem legislar sobre o assunto,
ressalvando-se que a Legislação Estadual
pode ser mais restritiva que a Legislação
Federal.
 O conhecimento das características das
águas residuárias constitui-se no primeiro
passo para o estudo preliminar de projetos,
em que os possíveis tratamentos só podem
ser selecionados a partir do levantamento
destas características.
 A análise dos custos operacionais e de
instalação de um sistema de tratamento a
ser implantado permitem que o projetista
decida pela escolha do melhor sistema.
 A escassez, a má distribuição da água, a
falta de saneamento básico e a crescente
degradação dos recursos hídricos movida
por um modelo que os utilizam de forma
crescente, descontrolada e irresponsável
são alguns fatores que devem ser bem
geridos, tendo em vista, a busca de um
desenvolvimento econômico-social
compatível com a conservação do meio
ambiente.
MENSAGEM AOS PROFISSIONAIS
DA ÁREA AMBIENTAL
 O investimento no gerenciamento de
efluentes é uma das diversas
soluções para preservar, minimizar
os impactos e usar de forma
sustentada a água, um recurso
indispensável para sobrevivência
humana.

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