Você está na página 1de 21

CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof.

Jacira Fernandes Granato

SELEÇÃO DE EXERCÍCIOS
CONSULPLAN

Autora: Jacira Fernandes Granato

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 1


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

CONSULPLAN/2017/TRF - 2ª REGIÃO/Analista Judiciário - Área Administrativa

Onde o Direito e a Literatura se encontram

“Porque esse é o meu nome! Porque não posso ter outro em minha vida! Porque estaria mentindo e
assinando mentiras. Porque não valho a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar! Eu já dei a
minha alma ao Senhor, deixe-me ficar com meu nome!”. A citação acima foi retirada da obra As
Bruxas de Salém, de Arthur Miller, que também foi tema de filme, lançado em 1996. O trecho em
questão, porém, também foi utilizado como argumentação em uma decisão judicial a favor da autora
que reclamava de atentado à honra.
A argumentação não só mostra como a Literatura ajuda a fundamentar a realidade, mas como o
próprio Direito se utiliza dessa ferramenta para interpretar a sociedade. Essa relação entre Direito e
Literatura pode ser analisada de três formas: o Direito na Literatura; o Direito da Literatura, que
trata dos direitos do autor ou de uma obra e de temas relacionados, como a liberdade de expressão;
e, ainda, a utilização de práticas da crítica literária para compreender e avaliar os direitos, as
instituições e procedimentos judiciais, o que seria o Direito como Literatura.
Esta última relação do Direito com a Literatura, como explica Vera Karam, professora da disciplina
de Direito e Literatura da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é o estudo
de temas jurídicos – e da própria realidade em que estão inseridos – com a ajuda das obras literárias.
“A Literatura surge como uma metáfora que o direito usa para tentar articular uma boa solução para
aquilo que é chamado a responder”, explica. [...]
“O aplicador do direito é constantemente demandado a dar respostas a conflitos concretos e
diversos, e a Literatura justamente abre um espaço de reflexão e de ação mais crítico, porque é mais
sensível às especificidades do humano”, aponta Vera.
“A Literatura amplia os horizontes, já que possibilita ao leitor experimentar, de um modo seguro,
situações que ele provavelmente jamais viveria. A boa literatura estimula a reflexão e desperta o
senso crítico”, complementa Lenio Streck, procurador de Justiça do Rio Grande do Sul e professor de
Pós-Graduação em Direito na Unisinos-RS.
Para Vera, além de trazer novas perspectivas aos operadores do Direito, a Literatura antecipa temas
relacionados ao universo jurídico. “A ficção literária tem essa riqueza, essa sutileza, essa
sensibilidade que permite que o Direito às vezes fique até mais bem preparado para o enfrentamento
de conflitos que seriam inimagináveis fora da ficção”, diz.
A linguagem, que no Direito encontra suas especificidades e na Literatura é registrada de maneira
mais diversa e livre, também é apontada pelos especialistas como um ponto-chave da interpretação
jurídica por meio das obras. “Olhando a operacionalidade, a realidade não nos toca, as ficções, sim.
Com isso, confundimos as ficções da realidade com a realidade das ficções. Ficamos endurecidos. A
Literatura pode ser mais do que isso. Faltam grandes narrativas no Direito, e a Literatura pode
humanizá-lo”, finaliza Streck.
(Katna Baran, especial para a Gazeta do Povo 21/03/2013. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/
vidapublica/ justica-direito/onde -o-direito-e-a-literatura-se-encontramb2yn714yocf2hz62cladr6p1q>Acesso em
janeiro de 2017. Adaptado.)

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 2


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

1) Em “a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar!” (1º§) o termo destacado
indica, sintaticamente, a mesma função exercida pelo termo grifado em:

a) “que também foi tema de filme, lançado em 1996.” (1º§)

b) “o Direito da Literatura, que trata dos direitos do autor ou de uma obra [...]” (2º§)

c) “A Literatura surge como uma metáfora que o Direito usa para tentar articular uma boa solução
[...]” (3º§)

d) “decisão judicial a favor da autora que reclamava de atentado à honra.” (1º§)

CONSULPLAN/2017/TRF - 2ª REGIÃO/Técnico Judiciário - Sem Especialidade

Internet e as novas mídias: contribuições para a proteção do meio ambiente no ciberespaço

A sociedade passou por profundas transformações em que a realidade socioeconômica modificou-


se com rapidez junto ao desenvolvimento incessante das economias de massas. Os mecanismos de
produção desenvolveram-se de tal forma a adequarem-se às necessidades e vontades humanas.
Contudo, o homem não mediu as possíveis consequências que tal desenvolvimento pudesse causar
de modo a provocar o desequilíbrio ao meio ambiente e a própria ameaça à vida humana.
Desse modo, a preocupação com o meio ambiente é questionada, sendo centro de tomada de
decisões, diante da grave problemática que ameaça romper com o equilíbrio ecológico do Planeta. E
não apenas nos tradicionais meios de comunicação, tais como jornais impressos, rádio, televisão,
revistas, dentre outros, como também nos espaços virtuais de interatividade, por meio das novas
mídias, as quais representam novos meios de comunicação, tem-se o debate sobre a problemática
ambiental.
O capitalismo foi reestruturado e a partir das transformações científicas e tecnológicas deu-se
origem a um novo estabelecimento social, em que por meio de redes e da cultura da virtualidade,
configura-se a chamada sociedade informacional, na qual a comunicação e a informação constituem-
se ferramentas essenciais da Era Digital.
As novas mídias, por meio da utilização da Internet, estão sendo consideradas como novos
instrumentos de proteção do meio ambiente, na medida em que proporcionam a expansão da
informação ambiental, de práticas sustentáveis, de reivindicações e ensejo de decisões em prol do
meio ambiente.
No ciberespaço, devido à conectividade em tempo real, é possível promover debates de inúmeras
questões como a construção da hidrelétrica de Belo Monte, o Novo Código Florestal, Barra Grande,
dentre outras, as quais ensejam por tomada de decisões políticas, jurídicas e sociais. [...]
Vislumbra-se que a Internet é um meio que aproxima pessoas e distâncias, sendo utilizada por um
número ilimitado de pessoas, a custo razoável e em tempo real. De fato, a Internet proporciona
benefícios, pois, além de promover a circulação de informações, a curto espaço de tempo, muitos
debates virtuais produzem manifestações sociais. Assim sendo, tem-se a democratização das
informações através dos espaços virtuais, como blogs, websites, redes sociais, jornais
virtuais, sites especializados, sites oficiais, dentre outros, de modo a expandir conhecimentos,

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 3


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

promover discussões e, por vezes, influenciando nas tomadas de decisões dos governantes e na
proliferação de movimentos sociais. Desse modo, os cidadãos acabam participando e exercendo a
cidadania de forma democrática no ciberespaço. [...]
Faz-se necessária a execução de ações concretas em prol do meio ambiente, com adaptação e
intermédio do novo padrão de democracia participativa fomentado pelas novas mídias, a fim de
enfrentar a gestão dos riscos ambientais, dentre outras questões socioambientais. Ainda, são
necessárias discussões aprofundadas sobre a complexidade ambiental, agregando a
interdisciplinaridade para escolhas sustentáveis e na difusão do conhecimento. E, embora haja
inúmeros desafios a percorrer com a utilização das tecnologias de comunicação e informação (novas
TIC’s), entende-se que a atuação das novas mídias é de suma importância, pois possibilita a expansão
da informação, a práxis ambiental, o debate e as aspirações dos cidadãos, contribuindo, dessa forma,
para a proteção do meio ambiente.
(SILVA NUNES, Denise. Internet e as novas mídias: contribuições para a proteção do meio ambiente no ciberespaço. In:
Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 115, ago. 2013. Disponível em: http://ambito - juridico.com.br/site/?n_link=
revista_artigos_leitura&artigo_id=13051& revista_caderno=17. Acesso em: jan. 2017. Adaptado.)

2) Analise os trechos a seguir.


I. “[...] adequarem-se às necessidades e vontades humanas.” (1º§)
II. “Contudo, o homem não mediu as possíveis consequências [...]” (1º§)
III. “Desse modo, a preocupação com o meio ambiente é questionada, [...]” (2º§)
IV. “[...] por meio das novas mídias, as quais representam novos meios de comunicação, [...]” (2º§)
Os verbos que, no contexto, exigem o mesmo tipo de complemento verbal, foram
empregados em apenas

a) I e II.

b) I, III e IV

c) II e IV.

d) II, III e IV.

CONSULPLAN/2017/TRF - 2ª REGIÃO/Técnico Judiciário - Enfermagem

Mentes livres

Atualmente, já está muito claro que nossas experiências mentais estão sempre criando estruturas
cerebrais que facilitam a resposta rápida a futuras demandas semelhantes. O tema mais importante,
no entanto, não é que as estruturas se ampliem sempre, é a liberdade natural da mente, que opera
além das estruturas.
Um motorista não é seu carro, nem por onde circula. Ele tem a liberdade de deixar o carro e seguir
por outros meios e também de repensar seus trajetos. Ainda assim, se as estradas ficarem
bloqueadas ou o carro quebrar, ele terá dificuldade em andar a pé e usará o tempo arrumando o

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 4


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

carro ou colocando a estrada em condições de uso. Só ao final de um tempo ele conseguirá


ultrapassar as fixações estruturais internas e refazer suas opções.
Em verdade, a liberdade do motorista é tal que nem mesmo motorista ele é. Ele é um ser livre. A
prática espiritual profunda conduz a essa liberdade, naturalmente presente. As fixações são o carma.
As experiências comuns no mundo, eventos maiores e menores, vão se consolidando como trajetos e
redes neurais internas e estruturas cármicas que balizam a operação da mente, estruturando
recursos limitados como se fossem as únicas opções, ainda que, essencialmente, a mente siga livre.
As estruturas grosseiras como os espaços das cidades, as ruas físicas, e em um sentido mais amplo
tudo o que aciona nossos sentidos físicos, surgem também como resultado das atividades mentais
repetitivas, assim como a circulação da energia interna, que é o aspecto sutil. Um automobilista
precisa de uma transformação interna e externa complexa para se tornar um ciclista; não é fácil. Já o
tripulante do sofá tem dificuldade em incluir exercícios, novos hábitos de alimentação e mudanças na
autoimagem – os desafios são idênticos.
Nossos melhores pensamentos constroem mundos melhores e também cérebros melhores. Já os
pensamentos aflitivos constroem mundos piores e cérebros com estruturas que conduzem à aflição e
à doença.
Tanto os aspectos grosseiros como os sutis flutuam; é visível. A única expressão incessantemente
presente e disponível é a liberdade natural silenciosa dentro de nós mesmos. É dessa natureza que
surge a energia que, livre de condicionamentos, cria novos caminhos neurais e novas configurações
de mundo. Os mestres de sabedoria apontam-na como sempre disponível, mesmo durante
experiências como a doença e a morte. É dessa região inabalável que irradiam sua sabedoria,
compaixão e destemor.
(SAMTEN, Padma – Revista “Vida simples” – agosto 2014 – Ed. Abril.)

3) À frente das frases citadas a seguir, está indicado o tipo de circunstância que elas
expressam no texto. A indicação está correta em

a) “... para se tornar um ciclista;...” (4º§) – (finalidade)


b) “… que nem mesmo motorista ele é.” (3º§) – (causa)
c) “… se as estradas ficarem bloqueadas...” (2º§) – (concessão)
d) “... como se fossem as únicas opções,...” (3º§) – (conformidade)

CONSULPLAN/2016/Prefeitura de Venda Nova do Imigrante – ES/Assistente Social

O coronel, que então morava já na cidade, tinha um compadre sitiante que ele estimava muito.
Quando um filho do compadre Zeferino ficava doente, ia para a casa do coronel, ficava morando ali
até ficar bom, o coronel é que arranjava médico, remédio, tudo.
Quase todos os meses o compadre pobre mandava um caixote de ovos para o coronel. Seu sítio era
retirado umas duas léguas de uma estaçãozinha da Leopoldina, e compadre Zeferino despachava o
caixote de ovos de lá, frete a pagar. Sempre escrevia no caixote: CUIDADO É OVOS – e cada ovo era
enrolado em sua palha de milho com todo cuidado para não se quebrar na viagem. Mas, que o quê: a
maior parte quebrava com os solavancos do trem.

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 5


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

Os meninos filhos do coronel morriam de rir abrindo o caixote de presente do compadre Zeferino;
a mulher dele abanava a cabeça como quem diz: qual...Os meninos, com as mãos lambuzadas de clara
e gema, iam separando os ovos bons. O coronel, na cadeira de balanço, ficava sério; mas, reparando
bem, a gente via que ele às vezes sorria das risadas dos meninos e das bobagens que eles diziam: por
exemplo, um gritava para o outro – “cuidado, é ovos”!
Quando os meninos acabavam o serviço, o coronel perguntava:
– Quantos salvaram?
Os meninos diziam. Então ele se voltava para a mulher: “Mulher, a quanto está a dúzia de ovos aqui
no Cachoeiro?” A mulher dizia. Então ele fazia um cálculo do frete que pagara, mais do carreto da
estação até a casa e coçava a cabeça com um ar engraçado:
– Até que os ovos do compadre Zeferino não estão me saindo muito caros desta vez. [...]
(BRAGA, R. O Compadre Pobre. In. BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 2013. Fragmento.)

4) De acordo com as relações sintáticas estabelecidas no texto, leia e analise as


considerações a seguir.
I. Para relatar a forma como o compadre arrumava a encomenda dos ovos empregou-se o
predicado nominal em “... e cada ovo era enrolado em sua palha de milho com todo carinho...”.
II. O sujeito indeterminado foi empregado para demonstrar a ação da mulher do coronel em:
“... como quem diz: qual...”.
III. Para indicar as ações da mulher e dos filhos do coronel foram empregados verbo transitivo
direto e indireto, respectivamente, vistos em: “abanava a cabeça”, “acabavam o serviço”.
Está(ão) correta(s) apenas
a) I.

b) III.

c) I e II.

d) II e III.

CONSULPLAN/2016/Prefeitura de Cascavel – PR/Técnico em Informática

As famílias da sociedade órfã

A família transformou-se em bode expiatório das mazelas de nossa sociedade. Crianças se


descontrolam, brigam, desobedecem? Jovens fazem algazarras, bebem em demasia, usam drogas
ilegais, namoram escandalosamente em espaços públicos? Faltou educação de berço. Como é bom ter
uma “Geni” para nela atirar todas as pedras, principalmente quando se trata dos mais novos.
Até o Secretário Estadual da Educação de São Paulo, em um artigo de sua autoria, para defender
sua tese de que estamos vivendo em uma “sociedade órfã”, inicia suas justificativas afirmando que “...
a fragmentação da família, a perda de importância da figura paterna – e também a materna – a
irrelevância da Igreja e da Escola em múltiplos ambientes geram um convívio amorfo”.

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 6


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

As escolas também costumam agir assim: quando um aluno é considerado problemático e


indisciplinado, ou apresenta um ritmo de aprendizagem diferente do esperado pela instituição, a
família é chamada para resolver o “problema”.
Vamos refletir sobre expressões usadas a respeito da família: “família fragmentada”, “família
desestruturada”, “família disfuncional”, “família sem valores” e outras semelhantes. Não lhe parece,
caro leitor, que tais expressões apontam na direção de que a família decidiu entornar o caldo da
sociedade?
Não é a família que está fragmentada: é a vida. Hoje, os tratamentos médicos, o conhecimento, as
metodologias, as relações interpessoais, as escolas, o Estado etc. estão fragmentados. Mesmo não
sendo a família um agente passivo nesse contexto, é salutar lembrar que ela se desenvolve conectada
ao clima sociocultural em que vive.
A família não está desestruturada ou disfuncional: ela passa por um período de transição, com
sucessivas e intensas mudanças, o que provoca uma redefinição de papéis e funções. Esse processo
está em andamento, o que nos permite falar, hoje, não em família, mas em famílias, no plural, já que
há grande diversidade de desenhos, dinâmicas etc.
As famílias não estão sem valores: elas têm valores fortes, em sua maioria eleitos pelas prioridades
que a sociedade determina. O consumo é um deles: as famílias não decidiram consumir cada vez
mais, foi o sistema econômico que apontou esse valor para elas.
Há problemas com a escola, sim: ela tem ensinado sem educar devido, principalmente, à primazia
do conteúdo – que insisto em dizer que não é conhecimento –, às políticas públicas adotadas e à
ausência de outras, prioritárias. Por isso, a escola tem tido um papel irrelevante na formação dos
mais novos.
Há famílias em situações de risco e fragilidade? Há. A escola perdeu sua importância na socialização
de crianças e jovens? Sim. Mães e pais podem estar mais ocupados com suas vidas do que com os
filhos? Sim. Mas isso ocorre porque as ideologias socioculturais da juventude, do sucesso e da
instantaneidade ganharam grande relevância, e não há políticas públicas – de novo – que busquem
equilibrar tal contexto. E, mesmo assim, têm sido as famílias a instituição protetora dos mais novos!
A sociedade não precisa, tampouco demanda, que o Estado exerça a função de babá, de pai ou de
mãe. Ela necessita que o Estado reconheça, na prática, que as famílias e a escola dependem de ações
públicas de apoio ao seu pleno desenvolvimento e que garantam os seus direitos.
(Rosely Saião. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/04/1759920-as-
familias-da-sociedade-orfa.shtml.)

5) Assinale a alternativa em que o termo, ou trecho sublinhado, apresenta uma


função sintática DIFERENTE das demais.

a) “... elas têm valores fortes,...” (7º§)

b) “... e que garantam os seus direitos.” (10º§)

c) “A escola perdeu sua importância na socialização de crianças e jovens?” (9º§)

d) “E, mesmo assim, têm sido as famílias a instituição protetora dos mais novos!” (9º§)

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 7


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

e) “... as ideologias socioculturais da juventude, do sucesso e da instantaneidade ganharam grande


relevância,...” (9º§)

CONSULPLAN/2015/Prefeitura de Patos de Minas – MG/Engenheiro de Segurança do


Trabalho
Recomeço: a vida dos refugiados sírios em São Paulo

Em março deste ano, cinco meses antes da imagem do corpo do menino Aylan Kurdi, de três anos,
estirado nas areias da praia de Bodrum dar um tapa na cara da humanidade, o Alto Comissário das
Nações Unidas para Refugiados, o português Antônio Guterres, classificou a guerra civil da Síria como
“a pior crise humanitária da nossa era" – ou pelo menos a mais grave pós‐Segunda Guerra. Em quatro
anos e meio, o conflito insano que destruiu o país árabe deixou mais de 250.000 mortos e espalhou 4
milhões de refugiados pelo mundo – 25% deles menores de idade. Do grupo que arriscou cruzar o
Atlântico rumo às Américas, a maioria desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na
região metropolitana de São Paulo. No Brasil, o primeiro destino foi bater à porta da mesquita de
Guarulhos, a 10 quilômetros de onde aterrissaram, em busca de abrigo.
Foi esse o caminho percorrido no ano passado por Marah Khamis, de 23 anos, ao lado do marido,
dos pais e de três irmãs, que deixaram Damasco depois que um familiar desenvolveu um câncer em
consequência de uma bomba química. Os bens foram convertidos em passagens aéreas para o Brasil.
Desembarcaram com poucas malas e economias suficientes para algumas semanas. O único endereço
em mente era a mesquita de Guarulhos, onde foram acolhidos e se juntaram a cerca de 150
conterrâneos que seguiram o mesmo itinerário – hoje, o país contabiliza 2.077 refugiados sírios,
segundo a ONU.
Uma tragédia também foi o motivo que trouxe ao Brasil a síria Fateh Saymeh, de 29 anos, o
marido, Mohamed Saymeh, e as duas filhas de cinco anos. “Minha casa explodiu na minha frente",
lembra Fateh, de fala calma e serena ante as memórias da guerra. A indignação fica por conta do
marido, que assumiu uma dura rotina para sustentar a família. Saymeh é funcionário de um
restaurante das 9h às 18h, o que lhe rende 1.000 reais por mês – dinheiro que tem como destino o
aluguel da casa. Para complementar a renda, ele trabalha na Feira da Madrugada, no Brás. Embora
ainda não consiga se comunicar em português, ele já aprendeu a pronunciar as únicas palavras que
definem sua realidade – e a de milhares de brasileiros: “Muito cansado".

(Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/recomeco‐a‐vida‐dos‐refugiados‐sirios‐em‐sao‐paulo. Acesso em:


setembro de 2015.)

6) Dentre os termos destacados a seguir, assinale o que possui classificação diferente


dos demais em relação à função sintática exercida.

a) “Do grupo que arriscou cruzar o Atlântico [...]" (1º§)

b) “[...] a maioria desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, [...]" (1º§)

c) “No Brasil, o primeiro destino foi bater à porta da mesquita de Guarulhos, [...]" (1º§)

d) “[...] o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, o português Antônio Guterres, classificou
a guerra civil da Síria [...]" (1º§)

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 8


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

CONSULPLAN/2014/CBTU/Analista de Gestão - Advogado

Todo escritor é útil ou nocivo, um dos dois. É nocivo se escreve coisas inúteis, se deforma ou
falsifica (mesmo inconscientemente) para obter um efeito ou um escândalo; se se conforma sem
convicção a opiniões nas quais não acredita. É útil se acrescenta à lucidez do leitor, livra-o da timidez
ou dos preconceitos, faz com que veja e sinta o que não teria visto nem sentido sem ele. Se meus
livros são lidos e atingem uma pessoa, uma única, e lhe trazem uma ajuda qualquer, ainda que por
um momento, considero-me útil. E como acredito na duração infinita de todas as pulsões, como tudo
prossegue e se reencontra sob uma outra forma, essa utilidade pode estender-se bastante longe no
tempo.
Um livro pode dormir cinquenta anos ou dois mil anos, em um canto de biblioteca, e de repente
eu o abro, e nele descubro maravilhas ou abismos, uma linha que me parece ter sido escrita apenas
para mim. O escritor, nisso, não difere do ser humano em geral: tudo o que dizemos, tudo o que
fazemos se conduz mais ou menos. É preciso tentar deixar atrás de nós um mundo um pouco mais
limpo, um pouco mais belo do que era, mesmo que esse mundo seja apenas um quintal ou uma
cozinha.
(Marguerite Yourcenar. De olhos abertos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.)

7) “É nocivo se escreve coisas inúteis, se deforma ou falsifica (mesmo


inconscientemente) para obter um efeito ou um escândalo; se se conforma sem
convicção a opiniões nas quais não acredita.” A respeito das várias ocorrências do
termo destacado “se”, é correto afirmar que:

a) em todas as ocorrências a função do termo “se” é a mesma.

b) entre as quatro ocorrências podem ser identificadas apenas duas funções distintas do “se”.

c) a primeira ocorrência pode ser substituída por “já que”, sem que haja alteração quanto ao sentido.

d) as duas últimas ocorrências representam ênfase quanto à condição para que haja nocividade no
trabalho do escritor.

CONSULPLAN/2014/CBTU/Analista de Gestão - Contador

O rápido e significativo crescimento das cidades brasileiras, nas últimas seis décadas, ocasionou três
fenômenos de grande relevância:

• transição de um país predominantemente rural para o patamar atual onde aproximadamente 80%
da população passa a residir em áreas urbanas;
• triplicação da população ao longo deste mesmo período;
• crescimento da frota de veículos, a partir do desenvolvimento industrial com foco na indústria
automobilística.

A consideração da inter-relação existente entre cidades sustentáveis, redes de transporte de


qualidade, eficiência energética, respeito ao meio ambiente e renda da população, impõe-se como

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 9


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

questão indiscutível, exigindo atuação e colaboração entre os diferentes setores de governo e ação
integrada nos três níveis de poder, sob pena de não alcançar a desejada inclusão social com
qualidade de vida nas cidades.

A experiência mundial aponta para a importância dos sistemas sobre trilhos como uma solução
eficiente para estruturação das redes de transporte urbano nas médias e grandes cidades. O setor
metro ferroviário é capaz de proporcionar impactos muito relevantes e positivos sobre os aspectos
anteriormente mencionados. Ao mesmo tempo, exige vultosos investimentos para sua implantação e
expansão, tornando imprescindível o apoio da União, em conjunto com os poderes locais, num
planejamento mais amplo e consistente de priorização de investimentos no setor.
(Disponível em: http://www.cbtu.gov.br/estudos/evol_inst/evolucao.pdf.)

8) Dentre os termos destacados a seguir, indique o que, no texto, desempenha a


mesma função sintática de “consideração” (2º§).

a) “questão” (2º§).

b) “inclusão” (2º§).

c) “experiência” (3º§).

d) “planejamento” (3º§).

CONSULPLAN/2014/MAPA/Administrador

As verdades da razão

Raciocinar não é algo que aprendemos na solidão, mas algo que inventamos ao nos comunicar
e nos confrontar com os semelhantes: toda razão é fundamentalmente conversação. “Conversar” não
é o mesmo que ouvir sermões ou atender a vozes de comando. Só se conversa - sobretudo só se
discute - entre iguais. Por isso o hábito filosófico de raciocinar nasce na Grécia, junto com as
instituições políticas da democracia. Ninguém pode discutir com Assurbanipal ou com Nero, e
ninguém pode conversar abertamente em uma sociedade em que existem castas sociais inamovíveis.
[...] Afinal de contas, a disposição a filosofar consiste em decidir-se a tratar os outros como se
também fossem filósofos: oferecendo-lhes razões, ouvindo as deles e construindo a verdade, sempre
em dúvida, a partir do encontro entre umas e outras.
[...]Oferecemos nossa opinião aos outros para que a debatam e por sua vez a aceitem ou
refutem, não simplesmente para que saibam “onde estamos e quem somos”. E é claro que nem todas
as opiniões são igualmente válidas: valem mais as que têm melhores argumentos a seu favor e as que
melhor resistem à prova de fogo do debate com as objeções que lhe sejam colocadas.
[... ]A razão não está situada como um árbitro semidivino acima de nós para resolver nossas
disputas; ela funciona dentro de nós e entre nós. Não só temos que ser capazes de exercer a razão em
nossas argumentações como também - e isso é muito importante e, talvez, mais difícil ainda -
devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões, venham de quem

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 10


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

vierem. [...] A partir da perspectiva racionalista, a verdade buscada é sempre resultado, não ponto de
partida: e essa busca incluía conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. Não como
afirmação da própria subjetividade, mas como caminho para alcançar uma verdade objetiva através
das múltiplas subjetividades.

(Fernando Savater. “As verdades da razão”. In: As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001.)

9) Considerando as funções estabelecidas sintaticamente pelas palavras em determi


nada oração, identifique o termo ou expressão destacado(a) cuja função sintática
DIFERE dos demais.

a) “[...] ouvindo as deles e construindo a verdade [...]” (1º§)

b) “[...] sociedade em que existem castas sociais inamovíveis.” (1º§)

c) “Por isso o hábito filosófico de raciocinar nasce na Grécia [...]” (1º§)

d) “‘Conversar’ não é o mesmo que ouvir sermões ou atender a vozes de comando.” (1º§)

CONSULPLAN/2014/MAPA/Agente Administrativo

Gerador de frases machistas

Campanha da ONU tenta mudar estereótipos femininos que se propagam em sistemas de buscas
na internet.
Dessa os internautas de língua portuguesa escaparam por pouco. O órgão das Nações Unidas
para a igualdade de gênero lançou campanha mundial em novembro deste 2013 contra o machismo
entranhado nos sistemas de busca da internet. O preenchimento automático do Google sugere ao
usuário uma lista dos termos mais procurados ligados aos termos digitados.
Ao digitar “women shouldn’t” (mulheres não devem) no campo de pesquisa, o
publicitário Christopher Hunt (diretor de arte da agência Ogilvy & Mather, em Dubai, nos Emirados
Árabes) percebeu que a ferramenta autocompletar frases sugeria construções como “mulheres não
devem trabalhar”, “ter direitos”, “votar”, “falar na igreja”, “serem dignas de confiança” ou como
“mulheres precisam ser disciplinadas”. A busca pela mesma expressão, com a palavra “homem”
como sujeito, traz resultados bem diferentes: “homem não deve chorar”, “ser bonzinho” etc.
Em português, a expressão “mulheres não devem” não enumera sugestões sexistas ao Google, ao
menos nas buscas mais populares no Brasil. Os estereótipos emergem, na verdade, quando o termo
pesquisado é “mulherada”.
(Língua Portuguesa, Dez/2013.)

10) De acordo com o texto, a expressão “mulheres não devem” era autocompletada
com expressões prontas. A respeito dos complementos, é correto afirmar que
“trabalhar” e “votar” constituem:
a) complementos nominais exigidos pelo verbo dever.

b) junto à expressão que os antecede, uma locução verbal.

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 11


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

c) um estado do sujeito indicado em “mulheres não devem”.

d) complementos desnecessários para o entendimento da expressão anterior.

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 12


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

11) Assinale a palavra que, no texto, desempenhe função sintática idêntica à de marca (L.
27).
a) amor (L. 26)

b) vinho (L. 17)

c) bobagem (L. 32)

d) caro (L. 9)

Texto para responder às questões 12 e 13.

Exigências da vida moderna

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a
diabetes.
Todos os dias deve‐se tomar ao menos dois litros de água. E uriná‐los, o que consome o dobro do
tempo.
Todos os dias deve‐se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas
que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto
também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro
bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e
tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve‐se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um
pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar
pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes
depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental,
massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e
aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai
passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são
vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três
horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência
própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente,
o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 13


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

Deve‐se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as
informações.
Ah! E o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo,
inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo – e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não
tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo! Por exemplo,
tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos
junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher... na sua cama.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos,
uma colherada de leite de magnésio.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal... Tchau!
Viva a vida com bom humor!!!

(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Exigências da vida moderna. Disponível em http://pensador.uol.com.br/frase/MzI3NDUz/


Acesso em: 01/11/2015. Adaptado.)

12) (Adm./Pref. Ibiraçu-ES/Consulplan-2015-Superior)


“‘Deve‐se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as
informações.’ (13º§) Ah! E o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser
criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo...” (14º§). O termo “isso” tem valor
______________ e retoma, por coesão textual, o referente _______________.” Assinale a alternativa que
completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
a) catafórico / renovar a sedução
b) anafórico / ser criativo e inovador
c) catafórico / comparar as informações
d) deítico / ler dois ou três jornais por dia

13) (Adm./Pref. Ibiraçu-ES/Consulplan-2015-Superior)


Considerando a organização das ideias e as estruturas linguísticas do texto, assinale a alternativa em
que a análise está correta.
a) No excerto “E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta...” (12º§), o “porque”
introduz ideia de causa, podendo ser substituído pelo “pois”, sem modificação de sentido.
b) No período “Sobram três, desde que você não pegue trânsito.” (10º§), a locução conjuntiva “desde
que” apresenta valor semântico de condição, podendo ser substituída pelo “contanto que”, sem
prejuízo de sentido.

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 14


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

c) No fragmento “Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem.” (5º§), o
conector “mas” estabelece relação semântica de adversidade e pode ser substituído pelo termo
“porquanto”, sem alteração semântica.
d) No trecho “Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som,
porque (...) você vai passar ali várias horas por dia.” (8º§), o termo “inclusive” tem a função de
introduzir uma retificação relacionada à informação anteriormente apresentada no texto. No
contexto, pode ser substituído pelo “aliás”, sem mudança semântica.

Texto para responder à questão 14.

Conversa de grego

Tinha recebido pequena herança de uma tia. Queria aplicar o dinheiro numa atividade que lhe
desse algum lucro, porém, mais que lucro, satisfação intelectual. Descartou a ideia de abrir uma
banca de jornal. Jornaleiro tem que acordar de madrugada. Queria coisa mais suave. Foi pedir
conselho a um amigo. Ainda há pessoas que acreditam em conselhos. O amigo era criativo.
– Abra um curso de grego. Todo mundo está abrindo cursos de línguas. Inglês, espanhol... Hoje,
com o Mercosul, são comuns jogos de futebol contra a Argentina, o Uruguai, o Chile, o espanhol está
em alta. Não se admite mais o portunhol de antes. O negócio de hoje é abrir um curso de espanhol.
Inglês também, é claro. Atualmente até para comer um sanduíche é preciso saber inglês. McDonald’s,
Coca, Blue Life... Não se diz mais apartamento. É loft. Daqui a uns vinte anos, quando o Brasil tiver
liquidado sua dívida externa, as relações pessoais com o resto do mundo serão feitas no idioma de
Cervantes, de Carlos Gardel e, claro, na língua do Clinton... Entendeu?
– Não.
– É simples. É preciso alargar os horizontes. É a razão por que em qualquer esquina da cidade
surgem placas de cursos de línguas. Você tem que ser esperto... Entendeu?
– Ainda não.
– Serei mais objetivo. A cidade está saturada de cursos de inglês e de espanhol... Percebe?
– Percebo.
– Muito bem. Agora me diga: quantos cursos de grego você conhece na cidade?
– Bem...
– Taí. Nenhum... Nem um, cara. O que existe é escola de inglês, de espanhol, de informática...
Até de ikebana. Mas de grego, rapaz, não existe. Então é isso. Você tem que aproveitar as brechas que
o mercado oferece. Abra um curso de grego.
– Mas...
– Não tem mas. Já pensou formar classes de alunos interessados em ler Xenofonte no original?
O problema do Brasil é que todo mundo quer ir pelo caminho mais fácil. O sujeito abre uma pizzaria,
no mês seguinte outros doze cidadãos resolvem abrir o mesmo tipo de negócio na mesma rua. Desse

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 15


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

jeito é claro que não vai dar certo... Veja o caso da comida por quilo. Está arruinando com o negócio
do prato feito. O tradicional prato feito elaborado com carinho, artesanalmente, cada bar com seu
tempero peculiar... Hoje o prato feito está indo pro brejo. Só tem comida por quilo. O mercado vai
acabar saturado de comida por quilo. Escute o que lhe digo: daqui a cinquenta anos, ou um pouco
mais, quando o Brasil tiver se safado da dívida externa, ninguém vai poder nem olhar comida por
quilo... Entendeu?
– Hum...
– Vou explicar melhor, Anaxágoras. Teu pai não era comandante da marinha mercante grega?
– Foi.
– E tua genitora? Nasceu onde?
– Em Chipre.
– Era cipriota. Eu sabia. Perguntei por perguntar. Veja bem. Teu pai era comandante de navio
grego, tua mãe era cipriota, você se chama Anaxágoras, passou a infância ouvindo os pais falando
grego. Cursou a universidade... Que curso você fez na faculdade?
– Grego, ué. Você sabe disso...
– Aí é que está. Você tem tudo para abrir um curso de grego.
– Você acha que há alguém disposto a aprender grego? Qual a utilidade prática? Inglês vá lá...
Até jogador do Palmeiras precisa disso para disputar a taça Toyota...
– Taça Mitsubishi.
– Mitsubishi, Honda, tanto faz... Tem o torneio Mercosul...
– Mercosur.
– Tanto faz. Mas, grego? Nem sei se a Grécia tem time de futebol.
– Claro que tem. Mas não estamos falando de futebol. As pessoas precisam alargar seus
horizontes culturais.
Quantas pessoas sabem quem foi Alexandre, o Grande? A vida de Alexandre é uma novela.
Novela – você entendeu o que quero dizer? No‐ve‐la. Já imaginou emplacar uma novela grega na TV?
Quem dominou o mundo? Quem chegou a Roma e a Cartago? Quem atravessou as Colunas de
Hércules? Os gregos mudaram a face do mundo, rapaz. Ainda hoje, quando se quer falar que uma
mulher é de fechar o comércio, o que se diz?
– Que é boazuda.
– Isso quem fala é a ralé. Gente educada diz: “É uma mulher de beleza helênica”. As pessoas
ainda têm muito o que aprender com Tucídides, com o general Brásidas, com o cerco de Esfactéria,
com a guerra do Peloponeso... A Grécia dá samba, amigo. Infelizmente, as pessoas estão sendo
induzidas a se entreter com histórias de macarronada, de amores entre fazendeiros e mucamas... Vá
por mim, Anaxágoras. Abra um curso de grego. Você vai faturar uma nota. Daqui a cem anos, quando
o Brasil...
– ... zerar a dívida externa...

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 16


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

– Exato. O grego vai voltar a ter a importância cultural do passado. Mas alguém tem que iniciar
o processo. Entendeu?
– Entendi...
– Então o próximo passo é bolar o nome da escola. Que tal Ágora? Ágora era a praça onde os
gregos discutiam filosofia. Me parece um bom nome para um curso de grego. Gostou da ideia?
– Não é ruim. Apenas precisa de uns ajustes técnicos...
Três meses depois Anaxágoras inaugurava o Ágora, um restaurante especializado em delivery
de prato‐feito grego.
(DIAFÉRIA, Lourenço. Conversa de grego. In.: PINTO, Manuel da Costa. Crônica brasileira contemporânea. São Paulo:
Moderna, 2008. p. 52‐56.)

14) (Analista Polít. Públicas/HOB/Consulplan-2015-Superior)


“Ainda há pessoas que acreditam em conselhos.” (1º§) A palavra “que” destacada no trecho anterior
tem a mesma função em:
a) “Desse jeito é claro que não vai dar certo...” (12º§)
b) “– Você acha que há alguém disposto a aprender grego?” (21º§)
c) “Você tem que aproveitar as brechas que o mercado oferece.” (10º§)
d) “O problema do Brasil é que todo mundo quer ir pelo caminho mais fácil.” (12º§)

Texto para responder às questões 15 e 16.

Refletir

[...] Consumir é quase um vício atualmente. Claro que não estamos falando dos produtos
indispensáveis do dia a dia, mas de objetos que compramos por simples impulso, condicionados pela
vontade de consumir – os chamados produtos supérfluos.
Um dos problemas dessa atitude consumista é seu impacto ambiental, que na maioria das
vezes nem percebemos. Qualquer item comprado em uma loja ou supermercado exige recursos para
ser produzido – como água e energia – além de gerar resíduos que devem ser tratados e eliminados:
sobras de matérias‐primas, embalagens etc. Portanto, toda vez que decidimos comprar alguma coisa,
é bom pensar que estaremos automaticamente aumentando a quantidade de lixo no ambiente e os
problemas decorrentes de seu acúmulo.
Para muita gente, no entanto, ser consumista não parece ser um defeito. Pelo contrário, parece
que se dá mais valor a quem possui a maior quantidade de bens. Mas será que isso é mesmo verdade?
Só pelo fato de possuir mais bens uma pessoa deve ser mais valorizada?
A oferta de bens é muito maior atualmente do que no passado, mas isso não significa que
nossas necessidades tenham aumentado na mesma proporção. Claro que muitos desses produtos
facilitam a vida, mas é preciso avaliar com cuidado o que de fato é importante para a gente.

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 17


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

Outro aspecto importante é a durabilidade dos produtos. Brinquedos, eletrodomésticos,


roupas, carros... Hoje tudo parece ser produzido para durar e ser rapidamente substituído. Roupas
que estão na moda em uma estação já não estarão mais alguns meses depois, aparelhos eletrônicos
parecem descartáveis e daí por diante.
(RIOS. Rosana; MUHRINGER, Sonia Marina; SHAYER, Michelle M. Lixo e sustentabilidade. São Paulo Ática, 2007.)

15) (Assist. Jur. /Pref. Caratinga/Consulplan-2015-Superior)


Semanticamente, a conjunção é capaz de estabelecer relações lógicas entre as orações. Acerca da
conjunção destacada em “Portanto, toda vez que decidimos comprar alguma coisa, [...]” (2º§) é correto
afirmar que:
a) introduz uma explicação acerca dos efeitos do consumo exagerado.
b) relaciona duas orações em que uma indica a condição do que se diz na outra.
c) há uma relação de alternância entre o fato mencionado e suas consequências.
d) é responsável por introduzir uma conclusão a partir da afirmação feita anteriormente.

16) (Assist. Jur. /Pref. Caratinga/Consulplan-2015-Superior)


A palavra “que” se classifica de várias formas; assinale o trecho em que o vocábulo “que” possui
classificação diferente de pronome relativo.
a) “... que na maioria das vezes nem percebemos.” (2º§)
b) “... mas de objetos que compramos por simples impulso,...” (1º§)
c) “... além de gerar resíduos que devem ser tratados e eliminados:...” (2º§)
d) “... não significa que nossas necessidades tenham aumentado na mesma proporção.” (4º§)

Tirinha para responder à questão a seguir

(MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa – 10. ed. – São Paulo: Saraiva, 2009. p. 373 )

17) (Assist. Jur. /Pref. Caratinga/Consulplan-2015-Superior)

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 18


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

Em “Hagar, você já pensou no que poderia realizar...”, o “que” possui a mesma função sintática vista no
termo destacado em:
a) Seu chefe felicitou‐a.
b) Puxou‐me para a escada.
c) O homem estendeu‐me a mão.
d) Não soube quem cumprimentar primeiro.

Texto para responder às questões 18 e 19.

Degraus da ilusão

Fala‐se muito na ascensão das classes menos favorecidas, formando uma “nova classe média”,
realizada por degraus que levam a outro patamar social e econômico (cultural, não ouço falar). Em
teoria, seria um grande passo para reduzir a catastrófica desigualdade que aqui reina.
Porém receio que, do modo como está se realizando, seja uma ilusão que pode acabar em
sérios problemas para quem mereceria coisa melhor. Todos desejam uma vida digna para os
despossuídos, boa escolaridade para os iletrados, serviços públicos ótimos para a população inteira,
isto é, educação, saúde, transporte, energia elétrica, segurança, água, e tudo de que precisam
cidadãos decentes.
Porém, o que vejo são multidões consumindo, estimuladas a consumir como se isso
constituísse um bem em si e promovesse real crescimento do país. Compramos com os juros mais
altos do mundo, pagamos os impostos mais altos do mundo e temos os serviços (saúde, comunicação,
energia, transportes e outros) entre os piores do mundo. Mas palavras de ordem nos impelem a
comprar, autoridades nos pedem para consumir, somos convocados a adquirir o supérfluo, até o
danoso, como botar mais carros em nossas ruas atravancadas ou em nossas péssimas estradas.
Além disso, a inadimplência cresce de maneira preocupante, levando famílias que compraram
seu carrinho a não ter como pagar a gasolina para tirar seu novo tesouro do pátio no fim de semana.
Tesouro esse que logo vão perder, pois há meses não conseguem pagar as prestações que ainda se
estendem por anos.
Estamos enforcados em dívidas impagáveis, mas nos convidam a gastar ainda mais, de maneira
impiedosa, até cruel. Em lugar de instruírem, esclarecerem, formarem uma opinião sensata e
positiva, tomam novas medidas para que esse consumo insensato continue crescendo – e, como
somos alienados e pouco informados, tocamos a comprar.
Sou de uma classe média em que a gente crescia com quatro ensinamentos básicos: ter seu
diploma, ter sua casinha, ter sua poupança e trabalhar firme para manter e, quem sabe, expandir isso.
Para garantir uma velhice independente de ajuda de filhos ou de estranhos; para deixar aos filhos
algo com que pudessem começar a própria vida com dignidade.

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 19


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

Tais ensinamentos parecem abolidos, ultrapassadas a prudência e a cautela, pouco


estimulados o desejo de crescimento firme e a construção de uma vida mais segura. Pois tudo é uma
construção: a vida pessoal, a profissão, os ganhos, as relações de amor e amizade, a família, a velhice
(naturalmente tudo isso sujeito a fatalidades como doença e outras, que ninguém controla). Mas,
mesmo em tempos de fatalidade, ter um pouco de economia, ter uma casinha, ter um diploma, ter
objetivos certamente ajuda a enfrentar seja o que for. Podemos ser derrotados, mas não estaremos
jogados na cova dos leões do destino, totalmente desarmados.
[...]
A mais forte raiz de tantos dos nossos males é a falta de informação e orientação, isto é, de
educação. E o melhor remédio é investir fortemente, abundantemente, decididamente, em educação:
impossível repetir isso em demasia. Mas não vejo isso como nossa prioridade.
Fosse o contrário, estaríamos atentos aos nossos gastos e aquisições, mais interessados num
crescimento real e sensato do que em itens desnecessários em tempos de crise. Isso não é subir de
classe social: é saracotear diante de uma perigosa ladeira. Não tenho ilusão de que algo mude, mas
deixo aqui meu quase solitário (e antiquado) protesto.
(Lya Luft – Revista Veja – 5 de junho de 2012 – Adaptado.)

18) (Assist. Social/Pref. Juatuba/Consulplan-2015-Superior)


Em “Além disso, a inadimplência cresce de maneira preocupante,...” (4º§), a expressão sublinhada
estabelece com o período anterior uma relação de:
a) adição.
b) oposição.
c) conclusão.
d) concessão.

19) (Assist. Social/Pref. Juatuba/Consulplan-2015-Superior)


A expressão sublinhada que exerce uma função sintática diferente das demais, por ser considerada
um adjunto, e não um complemento é:
a) Ajuda de filhos.
b) Relações de amor.
c) Falta de informação.
d) Desejo de crescimento.

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 20


CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato

GABARITO

1–C 2-C 3-A 4-A 5-D

6-C 7-B 8-C 9-A 10 - B

11 - C 12 - B 13 - B 14 - C 15 - D

16 - D 17 - C 18 - A 19 - A

www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 21

Você também pode gostar