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Livro Eletrônico

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Questões Comentadas de Português - Consulplan (Com videoaulas)

Professor: Rafaela Freitas

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Questões comentadas de Português
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Teoria e Questões Comentadas Profª Rafaela Freitas

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QUESTÕES COMENTADAS SOBRE:

Leitura, compreensão e análise de textos.

Tipologia textual. Coesão e coerência.

Semântica (significação das palavras).

Estilística (figuras de linguagem).

0
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .....................................................................................2
CRONOGRAMA E OBJETIVO DO CURSO......................................................3
QUESTÕES COMENTADAS.......................................................................06
LISTA DE QUESTÕES QUE FORAM COMENTADAS NESTA AULA....................55
GABARITO............................................................................................92
O MEU ATÉ BREVE.................................................................................92

DA FELICIDADE

Quantas vezes a gente, em busca da ventura,


Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!

Mário Quintana

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APRESENTAÇÃO

Olá, caros amigos do Estratégia Concursos!

Vamos iniciar um curso com uma proposta diferente: questões


comentadas da banca Consulplan. Só questões comentadas? Não! Teoria
completa em vídeo! Se o seu estudo rende mais estudando com vídeos, não
perca tempo! Assista às aulas e pegue os PDFs para praticar com questões
comentadas.

Mas por que estudar com questões da banca organizadora do


certame e não com questões de outras bancas?

Meus queridos, o “pulo do gato” do concurseiro é entender que conhecer o


perfil da organizadora do concurso que vai prestar é fundamental para chegar
a aprovação. Não basta conhecer todo o conteúdo, estudar cada tópico do
edital, se não dominar a maneira como a banca vai cobrar os assuntos na
prova!
Se você está aqui lendo o meu curso, é porque já entendeu ou menos
começou a entender isso! Parabéns! Siga em frente!

Quero explicar outros detalhes, mas, antes preciso me apresentar!

Para que me conheça, falarei brevemente sobre mim: meu nome é


Rafaela Freitas, sou graduada em Letras pela Universidade Federal de
Juiz de Fora, onde resido, e pós-graduada em Ensino de Língua
Portuguesa, pela mesma instituição (UFJF). Desde que me formei, tenho
trabalhado com a preparação dos alunos para os mais diversos concursos
públicos, em cursos presenciais, no que tenho colocado ênfase em minha

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carreira, embora também trabalhe com turmas preparatórias para


vestibulares.
Sou concursada em dois estados diferentes (Minas Gerais e Rio de
Janeiro), conquistei (e ainda estou conquistando) muitos objetivos com muito
suor! Não foi fácil, tenho uma família para dar atenção, uma casa para cuidar,
mas AMO o que faço, o cansaço não me vence! Sou uma apaixonada pela
nossa língua mãe e por ensiná-la! E para vocês eu digo: cada esforço será
recompensado no final! Tenham a certeza de que o português, já neste curso,
não será um problema, mas sim a solução! Você sabe muito mais dessa língua
do que imagina! Confie em mim e principalmente em seu potencial!

OBJETIVO E CRONOGRAMA DO CURSO

Este curso tem por objetivo trazer para os alunos questões comentadas
da CONSULPLAN em todas as aulas em PDF. Além disso, aulas teóricas em
vídeo sobre todos os assuntos abordados nas questões.

Está estudando para um concurso cuja a banca examinadora é a


Consulplan? Está estudando para o TJ-MG? Está no lugar certo. Veja o que
preparei para você:

CRONOGRAMA

AULA MATÉRIA LIBERAÇÃO

QUESTÕES COMENTADAS SOBRE:


Leitura, compreensão e análise de textos.
Tipologia textual. Coesão e coerência.
0 27/10/2016
Semântica (significação das palavras).
Estilística (figuras de linguagem).

QUESTÕES COMENTADAS SOBRE:


1 08/11/2016
Morfologia e Estrutura das palavras
Colocação Pronominal

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Sintaxe da oração e do período composto

QUESTÕES COMENTADAS SOBRE:


Concordância nominal e verbal
2 23/11/2016
Regência nominal e verbal. Crase.

QUESTÕES COMENTADAS SOBRE:


Letras e grafemas; encontros vocálicos e
3 consonantais; dígrafos; sílabas; acento tônico; 07/12/2016
Ortografia e acentuação
Sinais de pontuação.
Redação Oficial

Revisão I com provas comentadas:


5 TJ-MG (Estagiário) 2016 16/12/2016
Prefeitura de Cascavel (professor) 2016

Revisão II com provas comentadas:


6 Câmara de Olinda (Ag. Adm) 2015 26/12/2016
Corpo de Bombeiros PA (Oficiais) 2016

Revisão III com provas comentadas:


Corpo de Bombeiros PA (Praças) 2016
7 06/01/2017
Prefeitura de Imigrantes (Médico do Trabalho)
2016

Revisão IV com provas comentadas:


Prefeitura de Imigrantes (monitor de informática)
2016
8 16/01/2017
Corpo de Bombeiros SC 2015
Prefeitura de Cascavel (Téc. Seg do Trabalho)
2016

Aula em vídeo de revisão geral com questões e


9 20/01/2017
teoria

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Aula em vídeo de revisão geral com questões e 27/01/2017


10
teoria

Reforçando: as 4 primeiras aulas serão com questões divididas por


conteúdos. Nas outras, vou comentar provas Consulplan na íntegra para vocês
(PDF), a maioria de 2016! As duas últimas aulas serão em vídeo com minhas
considerações finais e estudo da banca.

Desde já, coloco-me à disposição para qualquer dúvida ou esclarecimento,


pelo e-mail: contato@professorarafaelafreitas.com.br
ou ainda pelo fórum de dúvidas.

Facebook, Instagram e Youtube: Palavreando com Rafa Freitas

https://www.facebook.com/palavreandocomrafafreitas/

https://www.instagram.com/palavreandocomrafafreitas

https://www.periscope.tv/Rafaela190619

Vamos começar o nosso estudo! Mas antes, um poema...

O Tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.


Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...

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Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.


Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das
horas...
Seguraria o amor que está à minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana

Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo dos


consumidores brasileiros que navegam na Internet. E esse é o mote – mais
que o mote, o alerta – que orienta a campanha lançada pelo Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) na última terça-feira, contra o
Projeto de Lei 84/99, que trata de crimes cibernéticos.
A campanha “Consumidores contra o PL Azeredo” pretende chamar a
atenção da sociedade para a ameaça que o PL 84 representa ao direito à
privacidade e liberdade na rede, aos direitos dos consumidores no acesso aos
produtos e serviços e no direito fundamental de acesso à cultura, à informação
e à comunicação.
No Congresso desde 1999, o PL 84/99 segue na Câmara dos Deputados
nos termos do texto substitutivo proposto pelo deputado Eduardo Azeredo
(PSDB-MG). O PL Azeredo tramita em caráter de urgência na Casa e está
prestes a ser votado no início de agosto, quando termina o recesso
parlamentar. Se aprovado, desviando-se de sua pretensa função de combater

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os crimes na Internet, o projeto vai instaurar um cenário de vigilância e


monitoramento na rede, restringindo sensivelmente os direitos e liberdades e
criminalizando condutas que são cotidianas dos cidadãos no mundo virtual.
Para os consumidores, a aprovação do projeto traz consequências
drásticas, especialmente se considerarmos que a Internet é inteiramente
permeada por relações de consumo. Desde a conexão até o acesso a
conteúdos em sites, produtos e serviços via comércio eletrônico, passando pela
utilização de e-mails, plataformas colaborativas e redes sociais, em menor ou
maior grau, tudo é relação de consumo e deve ser entendido na lógica da
defesa dos direitos consagrados pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Há 20 anos, esse mesmo CDC tenta fazer valer um de seus princípios
básicos: a boa-fé. Pressupõe-se que todos são legítimos titulares de direitos e
praticam seus atos cotidianos com base na legalidade, na confiança e no
respeito. Por óbvio, essa premissa é válida também para a Internet. O que o
PL Azeredo faz, no entanto, é inverter essa lógica. No lugar da presunção da
boa-fé, instaura-se a constante suspeita. No lugar do respeito à privacidade
dos dados e informações dos usuários, o projeto determina a sua vigilância
constante, como se a qualquer momento fossem praticar um crime, um ato de
vandalismo, uma atitude ilícita. Para o PL Azeredo, como norma penal que é,
na Internet todos passam a ser suspeitos até que se prove o contrário.
(Guilherme Varella, Carta Capital. 28/07/11)

01. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) De


acordo com o texto, o Projeto de Lei 84/99
a) determina o acesso irrestrito a produtos e serviços virtuais.
b) atende ao clamor público de que seja instituída uma proteção virtual.
c) é incentivado pela campanha: Proteção, sim; violação à privacidade,
não.
d) impõe limites no mundo virtual desconsiderando o respeito à
privacidade.
e) está de acordo com a lógica de defesa dos direitos consagrados pelo
CDC.

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Comentário: vamos analisar as alternativas para encontrar aquela mais


completa com relação ao que se diz no texto:
a) determina o acesso irrestrito a produtos e serviços virtuais. – ERRADA.
Em momento alguém o texto diz que o projeto de Lei determina acesso
irrestrito a produtos e serviços virtuais.
b) atende ao clamor público de que seja instituída uma proteção virtual. –
ERRADA. Não existe tal clamor público.
c) é incentivado pela campanha: Proteção, sim; violação à privacidade,
não. – ERRADA. Ao contrário, não é incentivada, é criticada. Além disso,
“Proteção, sim; violação à privacidade, não.” Não é uma campanha, é a tese
do autor.
d) impõe limites no mundo virtual desconsiderando o respeito à
privacidade. – CORRETA. Podemos comprovar que a Lei impõe limites ao
mundo virtual desconsiderando o respeito à privacidade relendo os trechos do
segundo e terceiro parágrafos:
“A campanha “Consumidores contra o PL Azeredo” pretende chamar a
atenção da sociedade para a ameaça que o PL 84 representa ao direito à
privacidade e liberdade na rede, aos direitos dos consumidores no acesso aos
produtos e serviços e no direito fundamental de acesso à cultura, à informação
e à comunicação”
“Se aprovado, desviando-se de sua pretensa função de combater os
crimes na Internet, o projeto vai instaurar um cenário de vigilância e
monitoramento na rede, restringindo sensivelmente os direitos e liberdades e
criminalizando condutas que são cotidianas dos cidadãos no mundo virtual”.

e) está de acordo com a lógica de defesa dos direitos consagrados pelo


CDC. – ERRADA. Ao contrário, o autor argumenta que o Projeto de Lei NÃO
está de acordo com a lógica de defesa dos direitos consagrados pelo CDC.
GABARITO: D

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02. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) Na


frase “Proteção, sim; violação de privacidade, não”, há uma indicação de
a) ideia de concessão.
b) motivo e finalidade.
c) oposição de ideias.
d) causa e consequência.
e) ideias que se completam.

Comentário: trata-se de um texto argumentativo com tese


explicitada logo no primeiro período: “Proteção, sim; violação de
privacidade, não”. O autor deixa claro que a proteção é importante, mas sem
exageros.
Notem que “proteção” é exatamente o contrário de “violação de
privacidade”, por isso podemos dizer que a frase marca uma ideia de
oposição de ideias, tanto que poderíamos reescrevê-la utilizando uma
conjunção adversativa: proteção sim, mas sem violação de privacidade.
GABARITO: C

03. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan)


Assinale o elemento de coesão textual destacado que tem o seu referente
corretamente identificado.
a) “Esse é o desejo dos consumidores...” – Proteção, sim; violação de
privacidade, não
b) “E esse é o mote...” – Internet
c) “Por óbvio, essa premissa é válida...” – defesa dos direitos
d) “... e praticam seus atos cotidianos...” – direitos
e) “... é inverter essa lógica.” – validade da Internet

Comentário: elemento importantíssimo de coesão textual é o pronome.


Ele deve estar em perfeita harmonia com seu antecedente, fazendo a remissão
de maneira adequada.
Para encontrarmos a resposta correta, vamos analisar cada alternativa:

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a) “Esse é o desejo dos consumidores...” – Proteção, sim; violação de


privacidade, não
CORRETA, veja:
“Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo dos
consumidores brasileiros...”

b) “E esse é o mote...” – Internet


ERRADO, veja que o “esse” refere-se a “Proteção, sim; violação de
privacidade, não”
“Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo dos
consumidores brasileiros que navegam na Internet. E esse é o mote – mais
que o mote, o alerta...”

c) “Por óbvio, essa premissa é válida...” – defesa dos direitos


ERRADA. O pronome “essa” refere-se, na verdade, à presunção de que
todos são legítimos de direitos e praticam seus hábitos cotidianos pautados na
legitimidade, na confiança e no respeito.

d) “... e praticam seus atos cotidianos...” – direitos


ERRADA. O pronome “seus” refere-se aos atos cotidianos de todos.

e) “... é inverter essa lógica.” – validade da Internet


ERRADA. O termo “essa lógica” refere-se à lógica de se pressupor que
todos são legítimos de direitos e praticam seus hábitos cotidianos pautados na
legitimidade, na confiança e no respeito.

GABARITO: A

04. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) No


3º§, ao falar do PL 84, quanto à sua aprovação, está expressa uma ideia de
a) finalidade.
b) condição.

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c) acréscimo.
d) tempo.
e) explicação.

Comentário: vamos reler o terceiro parágrafo:


“No Congresso desde 1999, o PL 84/99 segue na Câmara dos Deputados
nos termos do texto substitutivo proposto pelo deputado Eduardo Azeredo
(PSDB-MG). O PL Azeredo tramita em caráter de urgência na Casa e está
prestes a ser votado no início de agosto, quando termina o recesso
parlamentar. Se aprovado, desviando-se de sua pretensa função de combater
os crimes na Internet, o projeto vai instaurar um cenário de vigilância e
monitoramento na rede, restringindo sensivelmente os direitos e liberdades e
criminalizando condutas que são cotidianas dos cidadãos no mundo virtual”.
A conjunção “se” expressa condição dando todo o sentido para a ideia de
que a Lei ainda seria votada podendo ser ou não aprovada.
GABARITO: B

05. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) O


texto afirma que o PL 84 apresenta um conteúdo expressando que, a qualquer
momento, alguém pode praticar um crime, um ato de vandalismo, uma atitude
ilícita. Tal pressuposto indica
a) hipótese.
b) certeza.
c) condição.
d) indução.
e) altivez.

Comentário: ao interpretar o próprio enunciado, podemos chegar


facilmente à reposta correta, pois, quando a banca diz: o texto afirma que o
PL 84 apresenta um conteúdo expressando que, a qualquer momento,
alguém pode praticar um crime, um ato de vandalismo, uma atitude
ilícita, o uso do verbo “pode” está indicando uma hipótese, é possível, não é

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certo que alguém, pratique um crime, um ato de vandalismo ou um atitude


ilícita.
GABARITO: A

Leia (textos para as questões 6 e 7):

TEXTO I:
IBGE divulga Indicadores de Sustentabilidade do Brasil
Nesta quarta-feira, 1 de setembro, o IBGE divulgou os IDS – Indicadores
de Desenvolvimento Sustentável referentes ao ano de 2010, que apontaram
que, embora o país tenha evoluído nos principais aspectos socioambientais
avaliados, ainda há um longo caminho para percorrer rumo ao
desenvolvimento sustentável, sobretudo na preservação da biodiversidade.
(Planeta Sustentável – 01/09/2010)

TEXTO II:
São Paulo é encoberta por camada de poluição, que dificulta inclusive a
visão. A qualidade do ar na cidade de São Paulo é a pior dos últimos oito anos.
Segundo os dados da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental), 37 dias dos últimos sete meses atingiram níveis de poluição acima
do padrão aceitável. – Thiago Bernardes/Folhapress.
(07/08/2011 – 09h10, do UOL Notícis)

06. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento –


Consulplan) A existência do problema da poluição tratado no texto II é
comprovada pela expressão do texto I “IBGE divulga Indicadores de
Sustentabilidade do Brasil”
a) “IDS – Indicadores de Desenvolvimento Sustentável”
b) “aspectos socioambientais avaliados”
c) “há um longo caminho para percorrer”
d) “desenvolvimento sustentável”
e) “preservação da biodiversidade”

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Comentário: estabelecendo “um diálogo” entre os dois textos, ambos de


caráter expositivo, é possível relacionar a existência da poluição, abordada no
texto II, ao segmento “há um longo caminho para percorrer”, texto I, que
indica que algo precisa ser resolvido, mudado: o problema da poluição.
Digamos que este é o ponto da intertextualidade entre os dois textos, da
confluência textual.
GABARITO: C

TEXTO III:
IBGE divulga Indicadores de Sustentabilidade do Brasil
Nesta quarta-feira, 1 de setembro, o IBGE divulgou os IDS – Indicadores
de Desenvolvimento Sustentável referentes ao ano de 2010, que apontaram
que, embora o país tenha evoluído nos principais aspectos socioambientais
avaliados, ainda há um longo caminho para percorrer rumo ao
desenvolvimento sustentável, sobretudo na preservação da biodiversidade.
(Planeta Sustentável – 01/09/2010)

TEXTO IV:
São Paulo é encoberta por camada de poluição, que dificulta inclusive a
visão. A qualidade do ar na cidade de São Paulo é a pior dos últimos oito anos.
Segundo os dados da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental), 37 dias dos últimos sete meses atingiram níveis de poluição acima
do padrão aceitável. – Thiago Bernardes/Folhapress.
(07/08/2011 – 09h10, do UOL Notícias)

07. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento –


Consulplan) Considerando as informações acerca de sustentabilidade e
poluição, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A informação apresentada no texto III utiliza uma linguagem formal.
( ) A informação “São Paulo é encoberta por camada de poluição, que
dificulta a visão”, do texto IV, contradiz todo o texto III.

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( ) O tema tratado no texto III é de caráter atual considerando o texto


IV.
A sequência está correta em
a) F, F, F
b) V, F, V
c) V, V, V
d) F, V, F
e) V, V, F

Comentário:
(VERDADEIRA) A informação apresentada no texto III utiliza uma
linguagem formal.
Os textos expositivo têm a característica importante de usar a linguagem
padrão da língua, por ser um tipo de texto divulgado em larga escala e para
todo o tipo de leitor. Na linguagem formal, evita-se o uso de gírias, jargões ou
regionalismos. Preza-se pelo respeita às normas gramaticais.

(FALSA) A informação “São Paulo é encoberta por camada de poluição, que


dificulta a visão”, do texto II, contradiz todo o texto I.
Pelo contrário, os textos se completam por tratarem de assuntos afins.

(VERDADEIRA) O tema tratado no texto I é de caráter atual considerando o


texto II.
A atualidade do texto I pode ser comprovada pela exemplificação dada no
texto II.
GABARITO: B

Os cabeças-sujas e seu mundinho

A pessoa que joga lixo na rua, na calçada ou na praia se revela portadora


de uma disfunção mental e social que a inabilita para o sucesso no atual
estágio da civilização.

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Que tipo de gente joga lixo na rua, pela janela do carro ou deixa a praia
emporcalhada quando sai? Uma das respostas corretas é: um tipo que está se
tornando mais raro. Sim. A atual geração de adultos foi criança em um tempo
em que jogar papel de bala ou a caixa vazia de biscoitos pela janela do carro
quase nunca provocava uma bronca paterna. Foi adolescente quando amassar
o maço vazio de cigarros e chutá-lo para longe não despertava na audiência
nenhuma reação especial, além de um “vai ser perna de pau assim na China”.
Chegou à idade adulta dando como certo que aquelas pessoas de macacão
com a sigla do Serviço de Limpeza Urbana estampada nas costas precisam
trabalhar e, por isso, vamos contribuir sujando as ruas. Bem, isso mudou. O
zeitgeist, o espírito do nosso tempo, pode não impedir, mas, pelo menos, não
impele mais ninguém com algum grau de conexão com o atual estágio
civilizatório da humanidade a se livrar de detritos em lugares públicos sem que
isso tenha um peso, uma consequência. É feio. É um ato que contraria a ideia
tão prevalente da sustentabilidade do planeta e da preciosidade que são os
mananciais de água limpa, as porções de terra não contaminadas e as golfadas
de ar puro.
E, no entanto, as pessoas ainda sujam, e muito as cidades impunemente.
Só no mês de janeiro, 3000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias
cariocas – guimbas de cigarro, palitos de picolé, cocô de cachorro e restos de
alimento. Empilhadas, essas evidências de vida pouco inteligente lotariam
cinco piscinas olímpicas. Resume o historiador Marco Antônio Villa: “Ao
contrário de cidadãos dos países desenvolvidos, o brasileiro só vê como
responsabilidade sua a própria casa e não nutre nenhum senso de dever sobre
os espaços que compartilha com os outros – um claro sinal de atraso”.
O flagrante descaso com o bem público tem suas raízes fincadas na
história, desde os tempos do Brasil colônia. No período escravocrata, a
aristocracia saía a passear sempre com as mãos livres, escoltada por serviçais
que não só carregavam seus pertences como limpavam a sujeira que ia
atirando às calçadas. Não raro, o rei Dom João VI fazia suas necessidades no
meio da rua, hábito também cultivado pelo filho, Pedro I, e ainda hoje
presente. Foi com a instauração da República que o Estado assumiu, de forma

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sistemática, o protagonismo no recolhimento do lixo, mas isso não significou,


nem de longe, nenhuma mudança de mentalidade por parte dos brasileiros.
Cuidar da sujeira continuou a ser algo visto como aquilo que cabe a terceiros –
jamais a si mesmo.
Existe uma relação direta entre o nível de educação de um povo e a
maneira como ele lida com o seu lixo. Não por acaso, o brasileiro está em
situação pior que o cidadão do Primeiro Mundo quando se mede a montanha
de lixo nas ruas deixada por cada um deles.
Desde a Antiguidade, as grandes cidades do mundo, que já foram
insalubres um dia, só conseguiram deixar essa condição à custa de um intenso
processo de urbanização, aliado à mobilização dos cidadãos e a severas
punições em forma de multa. “A concepção do bem público como algo valoroso
nunca é espontânea, mas, sim, fruto de um forte empenho por parte do Estado
e das famílias”, diz o filósofo Roberto Romano.

(Veja 09/03/2011, pág. 72 / com adaptações)

08. (Prefeitura de Londrina – 2011 – Administrador – Consulplan)


Com relação às ideias expressas no texto, assinale a afirmativa correta:
a) De acordo com o texto, as pessoas têm cuidado com o lixo produzido.
b) As pessoas cuidam das praias, evitam deixá-las sujas.
c) O brasileiro não se preocupa com o espaço público, o que é sinal de
atraso.
d) Nos tempos do Brasil colônia, as pessoas eram mais comprometidas
com a limpeza pública.
e) Faz parte da educação dos brasileiros o cuidado com a seleção do lixo.

Comentário: tipo de questão muito comum em concursos, a banca que


que o candidato encontre a alternativa que melhor resume a ideia principal do
texto ou que não nega o que foi exposto nele. Vejamos cada uma:
a) De acordo com o texto, as pessoas têm cuidado com o lixo produzido. –
ERRADA. Embora com alguma melhora, a população ainda tem sujada os

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ambientes público e não se preocupado com a limpeza, pois isso cabe a


terceiros.
b) As pessoas cuidam das praias, evitam deixá-las sujas. – ERRADA. Ao
contrário, segundo o texto, 3000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias
cariocas em apenas um mês.
c) O brasileiro não se preocupa com o espaço público, o que é sinal de
atraso. – CORRETA. Podemos confirmar no seguinte trecho: “Resume o
historiador Marco Antônio Villa: ‘Ao contrário de cidadãos dos países
desenvolvidos, o brasileiro só vê como responsabilidade sua a própria
casa e não nutre nenhum senso de dever sobre os espaços que
compartilha com os outros – um claro sinal de atraso’”
d) Nos tempos do Brasil colônia, as pessoas eram mais comprometidas
com a limpeza pública. – ERRADA. De forma alguma, o autor cita inclusive o
exemplo de D. João VI e do filho Pedro I, que faziam as necessidades nas ruas
e que escrevas é que iam atrás limpando as sujeiras não só deles, mas de toda
aristocracia.
e) Faz parte da educação dos brasileiros o cuidado com a seleção do lixo.
– ERRADA. Infelizmente não. O texto diz o contrário disso.
GABARITO: C

A maldição da norma culta

Impossível calcular o estrago que o termo “norma culta” vem causando


nos meios educacionais e, em geral, na cultura brasileira. Enquanto ele não for
definitivamente jogado no lixo e incinerado, vai ser difícil examinar as relações
entre linguagem e sociedade sob uma ótica serena e bem fundamentada. Por
quanto tempo ainda teremos de viver sob a maldição da norma culta?
Embora alguns linguistas usem esse termo com outros sentidos, a
retumbante maioria das pessoas se refere à norma culta como um modelo
idealizado de língua “certa”, “bonita” e “elegante”, que elas mesmas não
sabem dizer onde, quando nem por quem foi estabelecido, mas que, apesar
disso, merece toda a reverência do mundo, como se fosse uma doutrina

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sagrada, ditada pelo próprio Deus a seus profetas. Numa época em que se
questiona tudo, em que se protesta contra toda forma de discriminação, contra
qualquer prescrição no que diz respeito às relações sexuais, às crenças
religiosas, aos modos de se vestir, de viver, de comer, de criar os filhos etc.,
em que a palavra diversidade impera, assim como a exigência de que ela seja
respeitada e valorizada, é espantoso que só o uso da língua permaneça sujeito
a uma regulação restritiva e tacanha. O dogma da infalibilidade papal virou
piada, mas quase ninguém zomba dos dogmas gramaticais (mais velhos que a
religião cristã). Por que os rótulos de “certo” e “errado” são abandonados, e
até ridicularizados, em outras esferas da vida social, mas permanecem vivos e
ativos quando o assunto é língua? Por que ninguém se dá conta de que a
nebulosa norma culta é um produto humano e, portanto, imperfeito, falho e
suscetível de contestação e reformulação?
Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra, fixada
trezentos anos antes de Cristo. Impregnados dos preconceitos da época, os
primeiros gramáticos repudiaram todo e qualquer uso de língua que não fosse,
primeiro, escrito (a fala, para eles, era um caos completo) e, não bastasse,
escrito por meia dúzia de “grandes autores”, todos mortos. Essa doença torpe
se propagou nos últimos dois milênios e meio, a ponto de se tornar invisível
para quase todo mundo. É com base nesse critério estúpido – a língua escrita
dos “clássicos” – que se fixou, nas diversas nações, o modelo de “língua certa”
que, no Brasil, atende pelo nome infeliz de norma culta. No caso brasileiro, a
coisa é ainda mais cruel porque, fruto de processo colonial, nosso padrão
idiomático se inspira numa língua escrita do outro lado do Atlântico, em outro
hemisfério, em meados do século XIX. Por isso, não podemos começar frase
com pronome oblíquo, nem usar “ele” como objeto direto (“eu vi ele”), nem
dizer “prefiro mais X do que Y”, nem “o filme que eu gosto”, embora tudo isso
constitua a gramática de uma língua autônoma, o português brasileiro, com
mais de 500 anos de idade e 200 milhões de falantes (a terceira mais falada
no Ocidente)! Até quando, meu pai Oxóssi?
(Marcos Bagno, agosto de
2008http://www.portuguesepoesia.com/?page=cronica&id=107 – com adaptações)

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09. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo –


Consulplan) No texto, o autor defende a ideia de que a norma culta
a) dificulta a aprendizagem da língua portuguesa, principalmente nas
instituições de ensino.
b) deve prescrever regras não só para a língua escrita, mas também para
a língua falada.
c) precisa ser, no mínimo, repensada, porque impõe regras que não
correspondem à realidade linguística de seus usuários.
d) não se aplica ao português brasileiro, uma vez que ela segue os
0
padrões impostos pelos grandes autores portugueses contemporâneos.
e) é mais antiga que a própria religião cristã; existe por volta de 300 anos
antes de Cristo.

Comentário: permitam-me comentar que este texto é fabuloso,


espetacular!! Trata-se de um gênero argumentativo que defende a tese de que
a norma culta impões regras que não corresponde ao uso nos contextos dos
falantes e, por isso, deve ser repensada. Isso torna a alternativa C correta.
Vamos analisar as outras alternativas, marcando o erro em vermelho:
a) dificulta a aprendizagem da língua portuguesa, principalmente nas
instituições de ensino.
b) deve prescrever regras não só para a língua escrita, mas também para
a língua falada.
d) não se aplica ao português brasileiro, uma vez que ela segue os
padrões impostos pelos grandes autores portugueses contemporâneos.
e) é mais antiga que a própria religião cristã; existe (NÃO, ELA FOI
FIXADA NESTA ÉPOCA) por volta de 300 anos antes de Cristo.
GABARITO: C

10. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo –


Consulplan) Assinale as afirmativas acerca das ideias do texto.

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I. O padrão linguístico vigente em nosso país se baseia na língua escrita


dos grandes autores clássicos.
II. “O filme que gosto” constitui exemplo de frase que contraria as regras
prescritas pela norma culta, entretanto ilustra uma construção típica da
gramática da língua real, do português brasileiro falado por milhões de
pessoas.
III. A norma culta que impera atualmente prescreve as seguintes regras:
“iniciar frase com pronome oblíquo átono” e “prefiro mais X do que Y”.
IV. Embora a norma culta seja uma convenção humana assentada na
língua falada, necessita urgentemente ser reformulada, senão, erradicada.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) I, II
b) I, III
c) III, IV
d) I, II, IV
e) I, II, III, IV

Comentário: avaliando as afirmativas:


I. O padrão linguístico vigente em nosso país se baseia na língua escrita
dos grandes autores clássicos. – CORRETA. Podemos confirmar no seguinte
trecho:
“Impregnados dos preconceitos da época, os primeiros gramáticos
repudiaram todo e qualquer uso de língua que não fosse, primeiro, escrito (a
fala, para eles, era um caos completo) e, não bastasse, escrito por meia dúzia
de “grandes autores”, todos mortos. Essa doença torpe se propagou nos
últimos dois milênios e meio, a ponto de se tornar invisível para quase todo
mundo”.

II. “O filme que gosto” constitui exemplo de frase que contraria as regras
prescritas pela norma culta, entretanto ilustra uma construção típica da
gramática da língua real, do português brasileiro falado por milhões de
pessoas. – CORRETA. A frase traz um uso comum do falante no quotidiano,

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mas uma inadequação quanto à regência do verbo “gostar” que rege uso da
preposição “de”: o filme de que gosto.

III. A norma culta que impera atualmente prescreve as seguintes regras:


“iniciar frase com pronome oblíquo átono” e “prefiro mais X do que Y”. –
ERRADO. A norma culta repudia tais usos.
IV. Embora a norma culta seja uma convenção humana assentada na
língua falada, necessita urgentemente ser reformulada, senão, erradicada. –
ERRADA. Em nenhum momento o autor afirma que a norma culta precisa ser
urgentemente reformulada, muito menos erradicada.
GABARITO: A

11. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo –


Consulplam) Assinale a alternativa que NÃO expressa uma opinião do autor.
a) “Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra,
fixada trezentos anos antes de Cristo.” (3º§)
b) “É com base nesse critério estúpido – a língua escrita dos ‘clássicos’ –
que se fixou, nas diversas nações...” (3º§)
c) “... o modelo de ‘língua certa’ que, no Brasil, atende pelo nome infeliz
de norma culta.” (3º§)
d) “... nosso padrão idiomático se inspira numa língua escrita do outro
lado do Atlântico, em outro hemisfério...” (3º§)
e) “No caso brasileiro, a coisa é ainda mais cruel porque, fruto de
processo colonial...” (3º§)

Comentário: a única alternativa que NÃO apresenta opinião do autor é a


D, pois nela não encontramos adjetivos de caráter subjetivo, ou seja, que
expressam o que o autor pensa ou como ele vê o assunto.
Marquei os adjetivos de caráter subjetivo nas outras alternativas. A
presença deles é a marca da opinião do autor:
a) “Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra,
fixada trezentos anos antes de Cristo.” (3º§)

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b) “É com base nesse critério estúpido – a língua escrita dos ‘clássicos’ –


que se fixou, nas diversas nações...” (3º§)
c) “... o modelo de ‘língua certa’ que, no Brasil, atende pelo nome infeliz
de norma culta.” (3º§)
e) “No caso brasileiro, a coisa é ainda mais cruel porque, fruto de
processo colonial...” (3º§)
GABARITO: D

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

(Andrade, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988)

12. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo –


Consulplam) Pode-se concluir da leitura do poema que o eu lírico
a) prega uma supervalorização da norma culta em detrimento da norma
popular.
b) confirma que o português prescrito pela gramática normativa é mais
correto do que o português falado pelo povo.
c) faz uma crítica à rigidez dos padrões gramaticais que não
correspondem às situações reais de uso da língua.
d) reconhece que a língua culta escrita reflete o padrão linguístico
utilizado pela maior parte dos brasileiros.

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e) afirma que a gramática normativa não prescreve qualquer regra


relativa à colocação pronominal.

Comentário: o texto literário desta questão é um poema do modernismo


brasileiro que faz, assim como era tendência literária da época, uma crítica aos
padrões europeus estabelecidos para a língua portuguesa no Brasil, que não
correspondem às reais situações de uso.
GABARITO: C

Leia:

Quando a gente olha para os oceanos, para os rios e lagos, a Terra parece
ter muita água. Quase 3/4 da superfície são cobertos por oceanos, de acordo
com o planeta azul visto do espaço. Mas será que é tudo isso?
Na realidade, a camada de água dos oceanos é fina e, por isso, a
quantidade de água é relativamente pequena. Se a Terra fosse do tamanho de
uma bola de basquete, toda a água do planeta caberia dentro de uma bolinha
de ping pong. E mais: dessa bolinha de ping pong, quase tudo, 97,5% é água
salgada. E, desse pouquinho que sobra, 70% é agua congelada nos polos e nas
geleiras, 30% está debaixo da Terra e apenas 0,3% é água potável, acessível
nos lagos e rios.
E essa água está mal distribuída. Sobra em algumas regiões e falta em
outras. Soma a isso o fato de várias regiões do mundo estarem passando por
secas mais prolongadas, como o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que
está entrando no quarto ano seguido de seca.
O ano de 2013 foi o mais seco em 120 anos, diz o climatologista do
governo americano, Michael Anderson. Ele prevê para este ano um novo
recorde de pouca chuva e altas temperaturas. O nível dos reservatórios
baixou. Paul Boyer, da Self-Help Enterprises diz que o lençol de água
subterrânea, que deveria ter subido nos primeiros meses do ano, ficou
estático. Para ele, a crise ainda vai piorar antes de melhorar.

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A situação também pode piorar no Nordeste brasileiro. Em São Miguel, Rio


Grande do Norte, cidade de 23 mil habitantes, ninguém recebe mais conta de
água porque ela acabou em dezembro passado, quando o açude secou. Desde
que a água encanada acabou, a cidade se movimenta basicamente em torno
de um objetivo: conseguir água, vender e comprar água, transportar água,
carregar baldes d’água, situação que deve se manter por um bom tempo
porque as autoridades locais não estão vendo uma solução em curto prazo.
A crise também bateu na porta da rica região Sudeste do Brasil. Os dois
maiores reservatórios que atendem a Grande São Paulo, Cantareira e Alto
Tietê, estão com níveis críticos. O Cantareira, o mais importante deles, entrou
no volume morto em maio do ano passado e nunca mais saiu. O presidente da
Agência Nacional de Água (ANA), Vicente Andreu Guillo, reconhece que o Brasil
tem um nível muito baixo de água reservada e reclama que a legislação
ambiental pouco flexível não ajuda.
Cingapura não cometeu esse erro. Conservando água, uma ilha pequena
que era pobre quando pertencia à Malásia, hoje é uma cidade-estado rica e
high tech. À época da Independência, 50 anos atrás, a maior parte da água
consumida em Cingapura era importada da Malásia, que fica do outro lado.
Hoje, a cidade-estado tem reservatórios que satisfazem às suas necessidades.
Atualmente a escassez de água afeta mais de 40% da população do nosso
planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Ela prevê que, até
2025, ou seja, em apenas 10 anos, 1,8 bilhão de pessoas estarão vivendo em
países ou regiões com absoluta escassez de água.
(Extraído e adaptado de: http://g1.globo.com/hora1/noticia/2015/08/. Acesso em:
31/08/2015)

13. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAN) Assinale


a opção em que consta o título do texto.
a) Má distribuição e seca prolongada agravam o problema da falta de
água.
b) O mapa da seca no Brasil: estudo de caso.
c) O problema das políticas públicas de gestão das águas.

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d) Aquecimento global: o ônus das secas prolongadas.

Comentário: atentem para o fato de que o texto não fala apenas da seca
no Brasil, aponta para o problema em outros países. Isso elimina a alternativa
B. Não foi colocada em foco a gestão das águas, menos ainda as políticas
públicas foram discutidas para que a alternativa C configurasse o título do
texto. O aquecimento global não está no centro do assunto, como sugere a
alternativa D. A alternativa A traz o título do texto, pois resume a ideia
proposta da escassez crescente dos recursos hídricos no mundo.
GABARITO: A

14. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAN) Aponte a


opção em que consta, por ordem de relevância, o eixo temático do texto.
a) Seca, efeitos do aquecimento global, legislação ambiental.
b) Seca, má distribuição da água, legislação ambiental.
c) Legislação ambiental, seca, má distribuição da água.
d) Má distribuição da água, seca, legislação ambiental.

Comentário: a questão pede o que aparece no texto por ordem de


relevância, ou seja, de importância, não por ordem sequencial. Dessa forma,
percebemos que o eixo temático do texto gira, primeiramente, em torno da
seca e depois da má distribuição da água.
GABARITO: B

15. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAN) Observe


a imagem e relacione-a à passagem do texto da questão 13 com a qual se
identifica argumentativamente.

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a) A crise ainda vai piorar antes de melhorar


b) Atualmente a escassez de água afeta mais de 40% da população do
nosso planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
c) As autoridades locais não estão vendo uma solução em curto prazo.
d) A crise também bateu na porta da rica região Sudeste do Brasil.

Comentário: a questão inicialmente pode parecer confusa, mas, se


observarmos bem, nada tem a ver com a charge os trechos destacados nas
alternativas A, B e C. Já a alternativa D faz sentido, já que o lado da cerca
cheio de água representa a região sudeste. O região seca já encostou ao lado
da região rica que passou a sofrer com a seca também. Atenção ainda para o
significado de “cerca” como delimitação da propriedade privada, dos ricos, que
confirma a orientação argumentativa do texto.
GABARITO: D

16. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAN) Na figura


acima, há uma estratégia linguística que contribui para a elaboração do sentido
no texto, identifique-a.
a) O emprego das palavras “seca” e “cerca”, quase homófonas, contribui
para um efeito em que se neutralizariam, porém o significado de “cerca”, como
delimitação da propriedade privada, dos ricos, confere uma orientação
argumentativa contrária ao efeito da homofonia.
b) A imagem do chão batido, rachado, com o mandacaru, símbolo da
resistência do povo do Nordeste, oferece um contraste relativo ao outro lado

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da cerca, representando o fato de haver seca no Nordeste, mas não no


Sudeste.
c) O fato de utilizar “seca” e “cerca” não oferece, pela imagem, uma
leitura adequada.
d) A utilização de um ponto exclamativo ao final da oração funciona de
modo a demonstrar a inviabilidade de continuar distribuindo de modo injusto a
água no planeta.

Comentário: as palavras “seca” e “cerca” são parônimas, ou seja,


possuem som e grafia parecidos. São quase homófonas, pois o som é bem
parecido. Mas, apesar disso, levando em consideração que a cerca separa,
segrega, divide ricos e pobres, podemos entender a interpretação estimulada
de que não há nada de parecido entre as duas palavras.
GABARITO: A

Nesta trajetória, em parte minha, em parte de minhas ficções – já escritas


ou ainda nem definidas – ficou-me a certeza de que o bem supremo não é a
vida mas uma vida digna; o bem maior não é o amor mas um amor que dê
alegria e paz – e que, mesmo se terminar, continuará nos aquecendo na
memória.
E que há sempre, em algum lugar talvez inesperado, a possibilidade de
música e voo.
Não há fase da vida para ser paciente e virtuoso; não há idade para ser
belo, amoroso e sensual.
De todos os meus livros, este é especialmente uma série de reflexões, em
prosa e em poesia, sobre os medos e alegrias, ganhos e perdas que nos traz o
amor em suas várias formas. Ele nos faz melhores se tiver sido bom; nos
ajuda a aceitar a transformação se tiver sido terno; nos ensina a respeitar a
liberdade se tiver sido sagrado. E se for tudo isso, certamente será um amor
demorado, um amor delicado, um digno amor; mesmo doente vestirá seu traje
de baile para não perturbar a calma de quem é amado; mesmo solitário porá a
máscara da festa para não inquietar quem precisa partir.

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Não sei se fui capaz dele ou se o mereci, mas esse amor – cuja duração
nem sempre importa – vale muitas vidas e não nos pertence. Foi colocado em
nós como um aroma num frasco, guiado por outra mão que não a do mero
acaso. Tem em si uma luz que a maturidade torna mais vibrante e espalhada –
e, apesar das dores, muito mais enternecida.
(Lya Luft)

17. (Prefeitura Municipal de Monte Belo – 2011 – Auxiliar


Administrativo – Consulplan) “Tem em si uma luz que a maturidade torna
mais vibrante e espalhada – e, apesar das dores, muito mais enternecida.” A
palavra destacada apresenta como significado correto.
a) Prender com laços.
b) Tornar-se terna, branda, amorosa, sensibilizado.
c) Qualidade de breve.
d) Avarenta, mesquinha.
e) Sentir com antecipação.

Comentário: a palavra “enternecida” é derivada do adjetivo “terna”, que


significa amável, querida. Se observarmos a significação da palavra no
contexto: “Não sei se fui capaz dele ou se o mereci, mas esse amor – cuja
duração nem sempre importa – vale muitas vidas e não nos pertence. Foi
colocado em nós como um aroma num frasco, guiado por outra mão que não a
do mero acaso. Tem em si uma luz que a maturidade torna mais vibrante e
espalhada – e, apesar das dores, muito mais enternecida”, percebemos que
enternecida (terna, calma, branda, sensível) é a luz do amor!
GABARITO: B

Texto para responder à questão.

Norma jurídica x realidade política

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No avanço do processo de democratização do Estado brasileiro, com o


consequente aumento da transparência dos atos públicos, a imprensa vem
derramando nos ouvidos da sociedade uma verdadeira enxurrada de denúncias
(fundadas ou não) de conduta ilícita ou reprovável por parte de agentes
públicos. Isso tem resultado no profundo descrédito da classe política, que
regularmente se mantém flagrante, até que uma notícia de grande
repercussão desvie as atenções do povo das acusações e ações contra
Senadores, Deputados, Ministros, lobistas de todo tipo. (Mas esse fenômeno
ocorre só por pouco tempo: passada a perplexidade com a notícia calamitosa,
volta-se logo ao lugar-comum da corrupção, do favoritismo, do enriquecimento
ilícito por desvio de recursos públicos.) Tornou-se comum ouvir em entrevistas
com populares expressões de descrença na classe política, ao lado de
reclamações por “uma lei que proíba isso”.
Sabe-se que isso não é solução. [...]
Os recursos de integração hermenêutica, disponíveis ao aplicador
contemporâneo, são suficientes para exigir, dos agentes públicos, a conduta
politicamente virtuosa e constitucionalmente positivada que se espera deles.
Além disso, verifica-se no Brasil um conjunto de fatores comuns a países
de democratização tardia, que saíram de regimes autocráticos. Inclui-se entre
esses fatores a falta de maturidade democrática de boa parcela da população,
que simplesmente outorga ao agente público seu voto, sem exigir dele
prestação de contas de seu mandato, ou mesmo qualquer ação política efetiva.
Os motivos para tal inércia têm sede na própria história e tradição brasileira,
como se houvesse uma aceitação na não participação ativa nas decisões de
governo, no referendo tácito a oligarquias locais, numa forma de clientelismo
patológico, de troca de votos por cestas de alimentos. Tais fenômenos
guardam mais relação com o desconhecimento da lei e dos meios de controle
político, à disposição de qualquer cidadão, do que com uma tradição consciente
de passividade.
(Maluf, Emir Couto Manjud. O desafio da justiça eleitoral face à crise
de moralidade política. Revista de monografias: concurso de
monografias do TRE/MG. nº 1 (2010). Belo Horizonte: TRE/MG, 2010.)

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18. (TRE/MG – 2013 – Analista Judiciário – Consulplan)


Considerando-se o contexto, a expressão destacada no segmento “... a
imprensa vem derramando nos ouvidos da sociedade uma verdadeira
enxurrada de denúncias (fundadas ou não)...” tem o sentido corretamente
expresso em
a) série de conflitos.
b) acusações indevidas.
c) revelações indesejadas.
d) abundância de acusações.
e) sequência de inconveniências.

Comentário: na expressão “enxurrada de denúncias”, o substantivo


“enxurrada” foi usado em sentido conotativo, ou seja, em sentido figurado,
significando que foram muitas denúncias, em excesso, em abundância. Vale
ressaltar que a figura de linguagem usada neste caso foi a hipérbole, que
consiste no exagero proposital com intenção de enfatizar uma ideia.
GABARITO: D

Envelhecer com mel ou fel?

Conheço muitas pessoas que estão envelhecendo mal.


Desconfortavelmente. Com uma infelicidade crua na alma. Estão ficando
velhas, mas não estão ficando sábias. Um rancor cobre-lhes a pele, a escrita e
o gesto. São críticos azedos, aliás estão ficando cítricos sem nenhuma doçura
nas palavras. Estão amargos. Com fel nos olhos.
[...]
Envelhecer deveria ser como planar. Como quem não sofre mais (tanto)
com os inevitáveis atritos. Assim como a nave que sai do desgaste da
atmosfera e vai entrando noutro astral, e vai silente, e vai gastando nenhum-
quase combustível, flutuando como uma caravela no mar ou uma cápsula no
cosmos.

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Os elefantes, por exemplo, envelhecem bem. E olha que é uma tarefa


enorme. Não se queixam do peso dos anos, e nem da ruga do tempo, e,
quando percebem a hora da morte, caminham pausadamente para um certo
lugar – o cemitério dos elefantes, e aí morrem, completamente, com a
grandeza existencial só aos sábios permitida.
Os vinhos envelhecem melhor ainda. Ficam ali nos limites de sua garrafa,
na espessura de seu sabor, na adega do prazer. E vão envelhecendo e
ganhando vida, envelhecendo e sendo amados, e, porque velhos, desejados.
Os vinhos envelhecem densamente. E dão prazer.
O problema da velhice também se dá com certos instrumentos. Não me
refiro aos que enferrujam pelos cantos, mas a um envelhecimento atuante
como o da faca. Nela o corte diário dos dias a vai consumindo. E no entanto,
ela continua afiadíssima, encaixando-se nas mãos da cozinheira como
nenhuma outra faca nova.
Vai ver, a natureza deveria ter feito os homens envelhecerem diferente.
Como as facas, digamos, por desgaste, sim, mas nunca desgastante. Seria
uma suave solução: a gente devia ir se gastando, se gastando, se gastando
até se evaporar. E aí iam perguntar: cadê fulano? E alguém diria: gastou-se,
foi vivendo, vivendo e acabou. Acabou, é claro, sem nenhum gemido ou
resmungo.
[...]
Especialistas vão dizer que envelhece mal o indivíduo que não realizou
suas pulsões eróticas assenciais; que deixou coagulada ou oculta uma grande
parte de seus desejos. Isto é verdade. Parcial porém. Pois não se sabe por que
estranhos caminhos de sublimação, há pessoas que, embora roxas de levar
tanta pancada da vida, têm, contudo, um arco-íris na alma.
Bilac dizia que a gente deveria aprender a envelhecer com as velhas
árvores. Walt Whitman tem um poema onde vai dizendo: “Penso que podia
viver com os animais que são plácidos e bastam-se a si mesmos”.
Ainda agora tirei os olhos do papel e olhei a natureza em torno. Nunca vi
o sol se queixar no entardecer. Nem a lua chorar quando amanhece.

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(Affonso Romano de Sant'anna. Fizemos bem em resistir. Rio de Janeiro: Ed. Rocco,
1984.)

19. (Prefeitura Municipal de Cantagalo – 2013 – Auditor –


Consulplan) Assinale a alternativa em que o sinônimo ou termo equivalente
da palavra sublinhada encontra-se INCORRETO.

a) “Estão amargos.” (1º§) – ressentidos


b) “... animais que são plácidos...” (8º§) – mansos
c) “... com os inevitáveis atritos.” (2º§) – prescindíveis
d) “... estranhos caminhos de sublimação,...” (7º§) – exaltação
e) “Os vinhos envelhecem densamente.” (4º§) – espessamente

Comentário: a única alternativa que traz um sinônimo equivocado é a C,


pois prescindível é o mesmo que aquilo que não é importante; desnecessário
ou dispensável. Sendo assim, não pode ser sinônimo (mesmo sentido) de
atritos, que significa, em sentido denotativo, ação de dois corpos em contato,
um dos quais, pelo menos, está em movimento ou, em sentido figurado,
desinteligência, choque.
GABARITO: C

Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo dos


consumidores brasileiros que navegam na Internet. E esse é o mote – mais
que o mote, o alerta – que orienta a campanha lançada pelo Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) na última terça-feira, contra o
Projeto de Lei 84/99, que trata de crimes cibernéticos.
A campanha “Consumidores contra o PL Azeredo” pretende chamar a
atenção da sociedade para a ameaça que o PL 84 representa ao direito à
privacidade e liberdade na rede, aos direitos dos consumidores no acesso aos
produtos e serviços e no direito fundamental de acesso à cultura, à informação
e à comunicação.
No Congresso desde 1999, o PL 84/99 segue na Câmara dos Deputados
nos termos do texto substitutivo proposto pelo deputado Eduardo Azeredo
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(PSDB-MG). O PL Azeredo tramita em caráter de urgência na Casa e está


prestes a ser votado no início de agosto, quando termina o recesso
parlamentar. Se aprovado, desviando-se de sua pretensa função de combater
os crimes na Internet, o projeto vai instaurar um cenário de vigilância e
monitoramento na rede, restringindo sensivelmente os direitos e liberdades e
criminalizando condutas que são cotidianas dos cidadãos no mundo virtual.
Para os consumidores, a aprovação do projeto traz consequências
drásticas, especialmente se considerarmos que a Internet é inteiramente
permeada por relações de consumo. Desde a conexão até o acesso a
conteúdos em sites, produtos e serviços via comércio eletrônico, passando pela
utilização de e-mails, plataformas colaborativas e redes sociais, em menor ou
maior grau, tudo é relação de consumo e deve ser entendido na lógica da
defesa dos direitos consagrados pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Há 20 anos, esse mesmo CDC tenta fazer valer um de seus princípios
básicos: a boa-fé. Pressupõe-se que todos são legítimos titulares de direitos e
praticam seus atos cotidianos com base na legalidade, na confiança e no
respeito. Por óbvio, essa premissa é válida também para a Internet. O que o
PL Azeredo faz, no entanto, é inverter essa lógica. No lugar da presunção da
boa-fé, instaura-se a constante suspeita. No lugar do respeito à privacidade
dos dados e informações dos usuários, o projeto determina a sua vigilância
constante, como se a qualquer momento fossem praticar um crime, um ato de
vandalismo, uma atitude ilícita. Para o PL Azeredo, como norma penal que é,
na Internet todos passam a ser suspeitos até que se prove o contrário.
(Guilherme Varella, Carta Capital. 28/07/11)

20. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2011 – Advogado –


Consulplan) Algumas palavras ou expressões assumem sentido conotativo de
acordo com o contexto no qual estão inseridas. Isso ocorre em
a) “... que navegam na Internet.”
b) “... que trata de crimes cibernéticos.”
c) “... traz consequências drásticas,...”
d) “O PL Azeredo tramita em caráter de urgência...”

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e) “... criminalizando condutas que são cotidianas...”

Comentário: sentido conotativo é aquele inesperado, que foge ao


significado real encontrado no dicionário. Isso ocorre com o verbo “navegar”,
usado em linguagem de internet, pois significa usar a rede de dados, pesquisar
na Web. No sentido real, o verbo “navegar” está ligado à ação de viajar pelo
mar.
GABARITO: A

A maldição da norma culta

Impossível calcular o estrago que o termo “norma culta” vem causando


nos meios educacionais e, em geral, na cultura brasileira. Enquanto ele não for
definitivamente jogado no lixo e incinerado, vai ser difícil examinar as relações
entre linguagem e sociedade sob uma ótica serena e bem fundamentada. Por
quanto tempo ainda teremos de viver sob a maldição da norma culta?
Embora alguns linguistas usem esse termo com outros sentidos, a
retumbante maioria das pessoas se refere à norma culta como um modelo
idealizado de língua “certa”, “bonita” e “elegante”, que elas mesmas não
sabem dizer onde, quando nem por quem foi estabelecido, mas que, apesar
disso, merece toda a reverência do mundo, como se fosse uma doutrina
sagrada, ditada pelo próprio Deus a seus profetas. Numa época em que se
questiona tudo, em que se protesta contra toda forma de discriminação, contra
qualquer prescrição no que diz respeito às relações sexuais, às crenças
religiosas, aos modos de se vestir, de viver, de comer, de criar os filhos etc.,
em que a palavra diversidade impera, assim como a exigência de que ela seja
respeitada e valorizada, é espantoso que só o uso da língua permaneça sujeito
a uma regulação restritiva e tacanha. O dogma da infalibilidade papal virou
piada, mas quase ninguém zomba dos dogmas gramaticais (mais velhos que a
religião cristã). Por que os rótulos de “certo” e “errado” são abandonados, e
até ridicularizados, em outras esferas da vida social, mas permanecem vivos e
ativos quando o assunto é língua? Por que ninguém se dá conta de que a

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nebulosa norma culta é um produto humano e, portanto, imperfeito, falho e


suscetível de contestação e reformulação?
Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra, fixada
trezentos anos antes de Cristo. Impregnados dos preconceitos da época, os
primeiros gramáticos repudiaram todo e qualquer uso de língua que não fosse,
primeiro, escrito (a fala, para eles, era um caos completo) e, não bastasse,
escrito por meia dúzia de “grandes autores”, todos mortos. Essa doença torpe
se propagou nos últimos dois milênios e meio, a ponto de se tornar invisível
para quase todo mundo. É com base nesse critério estúpido – a língua escrita
dos “clássicos” – que se fixou, nas diversas nações, o modelo de “língua certa”
que, no Brasil, atende pelo nome infeliz de norma culta. No caso brasileiro, a
coisa é ainda mais cruel porque, fruto de processo colonial, nosso padrão
idiomático se inspira numa língua escrita do outro lado do Atlântico, em outro
hemisfério, em meados do século XIX. Por isso, não podemos começar frase
com pronome oblíquo, nem usar “ele” como objeto direto (“eu vi ele”), nem
dizer “prefiro mais X do que Y”, nem “o filme que eu gosto”, embora tudo isso
constitua a gramática de uma língua autônoma, o português brasileiro, com
mais de 500 anos de idade e 200 milhões de falantes (a terceira mais falada
no Ocidente)! Até quando, meu pai Oxóssi?
(Marcos Bagno, agosto de 2008 –
http://www.portuguesepoesia.com/?page=cronica&id=107 – com adaptações)

21. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 – Assistente


Administrativo – Consulplan) Assinale a alternativa em que há uma palavra
que, no texto, foi utilizada fora de seu sentido usual.
a) “Essa doença torpe se propagou nos últimos dois milênios e meio...”
(3º§)
b) “... os primeiros gramáticos repudiaram todo e qualquer uso de língua
que não fosse, primeiro, escrito...” (3º§)
c) “Por isso, não podemos começar frase com pronome oblíquo, nem usar
‘ele’ como objeto direto...” (3º§)

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d) “Embora alguns linguistas usem esse termo com outros sentidos...”


(2º§)
e) “Numa época em que se questiona tudo, em que se protesta contra
toda forma de discriminação...” (2º§)

Comentário: a palavra “doença”, na alternativa A, foi usada fora do seu


sentido usual, que seria “uma alteração da saúde”. Foi usada no texto para se
referir à aceitação da norma culta (no sentido conotativo).
Nas demais alternativas, as palavras estão todas usadas no sentido
denotativo.
GABARITO: A

As lições do capitão

Normalmente, um naufrágio de grandes proporções mobiliza a atenção do


público em função das mortes que provoca e dos mistérios que cercam o
ocorrido. Com o naufrágio do navio italiano Costa Concórdia foi diferente:
mesmo tendo causado um número pequeno de vítimas fatais, o acidente não
sai do noticiário. O motivo é a incrível performance do capitão Schettino, que
abandonou o navio antes dos passageiros e dos tripulantes, para a estupefação
geral.
Não deixa de ser uma boa notícia: por remeter a questões relacionadas à
honra, bravura, solidariedade e outras qualidades escassas, tal interesse pode
ser interpretado como um impulso moral coletivo, coisa alentadora nestes
tempos marcados, simultaneamente, por uma grande interconectividade e por
um individualismo exacerbado. E no qual os discursos de uma ética global,
financeira, ambiental ou política perdem-se na retórica e na queda de braço
entre a sociedade civil, o Estado e as corporações: ninguém quer largar o osso,
mas, na hora do naufrágio, todo mundo quer pular primeiro.
Uma coisa é pedir arrego na iminência de um ataque pirata no século XVI.
O barbudo capitão agarra-se a um barril, e, caso sobreviva, abriga-se numa
ilhota caribenha, onde terá tempo e paz para repensar seus atos ou,

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simplesmente, dar graças aos céus, no gozo da condição de covarde


consumado. Outra coisa é pular do navio a poucas braçadas da costa, deixando
centenas de semelhantes à própria sorte.
O dever, imputado a um capitão, de ser o último a deixar o navio, é velho,
remonta às navegações da antiguidade clássica, mas é até hoje usado, não
apenas nas leis de navegação, mas como metáfora na análise de atitudes
várias nas relações sociais. No âmbito das empresas, por exemplo: o gerente
recém-empossado que, diante da crise de seu departamento, ou de sua
própria inépcia, deixa seus comandados na mão e corre para a primeira oferta
de emprego, é hoje figurinha fácil, sobretudo nos meios de experimentação
tecnológica. Faz-nos pensar, também, no quanto o ensimesmamento
psicológico, em paradoxal anteposição à eclosão geométrica de redes sociais,
se torna a regra de ouro numa era que se quer avançada e inventiva.
(Arnaldo Bloch. Jornal O Globo, 21.01.12 / adaptado)

22. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 – Bibliotecário –


Consulplan) Na expressão “largar o osso” utilizada no texto, observa-se o uso
da conotação. Assinale a alternativa em que esse recurso também é utilizado.
a) O sol brilhou no céu durante o dia.
b) O navio afundou perto da costa.
c) O rei tinha um coração de pedra.
d) Ninguém quer perder seus direitos.
e) Ossos de dinossauros foram encontrados no local.

Comentário: buscando entre as alternativas, aquela que traz palavras ou


expressões em sentido figurado é a C: O rei tinha um coração de pedra. É
claro que, denotativamente, nenhum coração é de pedra, tal expressão é
usada para caracterizar aquele que tem coração forte, que suporta grandes
adversidades.
GABARITO: C

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23. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 – Bibliotecário –


CONSULPLAN) A metáfora é uma figura de linguagem citada no texto.
Assinale a alternativa que apresenta uma característica da referida figura.
a) Produção do efeito de exagero.
b) Comparação subentendida de universos distintos.
c) Estabelecimento de relação de causa e consequência.
d) Identificação de ideias contraditórias.
e) Repetição de ideias.

Comentário: vamos relembrar o que é metáfora: A metáfora consiste em


utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma
relação real, mas mantendo uma associação pelas semelhanças. É um tipo de
comparação, mas que não possui o elemento comparativo.
Exemplo: seus olhos são dois oceanos.
Nessa metáfora os olhos da pessoa estão sendo comparados à beleza, à
profundidade e ao poder atrativo do oceano.
Vamos para as alternativas:
a) Produção do efeito de exagero. – ERRADA. Isso é hipérbole, outra
figura de linguagem.
b) Comparação subentendida de universos distintos. – CORRETA.
Comparação implícita, sem elementos comparativos (como, tal qual...) isso é
metáfora!
c) Estabelecimento de relação de causa e consequência. – ERRADA. Tal
relação é estabelecida por uso de conjunções entre orações.
d) Identificação de ideias contraditórias. – ERRADA. Isso é paradoxo.
e) Repetição de ideias – ERRADA. Isso é pleonasmo.
GABARITO: B

Tirinha base para as duas próximas questões:

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(BROWNE, Dik. O melhor de Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2007. v. 4, pág. 91)

24. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento –


Consulplan) O humor da tira baseia-se no fato de que
a) Eddie sortudo não dá atenção ao que Hagar lhe diz.
b) Eddie sortudo usa a palavra “pão” em seu sentido próprio.
c) Hagar, 2º personagem, fala ironicamente no 1º quadrinho.
d) no 2º quadrinho apenas Eddie sortudo expressa suas ideias.
e) no 2º quadrinho não há compreensão do que diz Eddie sortudo.

Comentário: o humor dessa tira está no fato de Eddie sortudo ter usado a
palavra “pão” no sentido real, denotativo (alimento) e Hagar ter entendido a
fala do amigo no sentido conotativo (o homem não vive apenas com o
alimento para o corpo, precisa de algo mais, de pensamentos, visão crítica,
leitura e coisas desse tipo).
GABARITO: B

25. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento –


Consulplan) Na frase “o homem não vive só de pão”, as palavras “homem” e
“pão” são entendidas pelo personagem Hagar da seguinte forma
a) Hagar, o horrível / almoço, refeição.
b) o gênero humano / alimento, materialismo.
c) Eddie sortudo / alimento assado, saudável.
d) um determinado homem / lanche nutricional.
e) um homem especial / fruto do trabalho.

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Comentário: na frase “o homem não vive só de pão”, a palavra “homem”


está sendo usada em sentido genérico: o ser humano, foi assim que Hagar
compreendeu. A palavra “pão” significa realmente o alimento material, bem
como a compreensão de Hagar.
GABARITO: B

O aluno depende demais do Google

Para o historiador, o desafio é educar a nova geração a usar a “máquina”


chamada livro.
Ele é um rato de biblioteca. Robert Darnton ama os livros. Especialmente
se forem antigos, com mais de 200 anos. Darnton é um dos maiores
historiadores americanos. Por quatro décadas, explorou os meandros das
grandes bibliotecas da Europa à caça de volumes perdidos de romances
amorais do Antigo Regime ou da única cópia de um folhetim subversivo da
França pré-revolucionária. Darnton, de 69 anos, se aposentou da Universidade
Princeton em 2007 e assumiu a direção da Biblioteca da Universidade Harvard.
Tomou a missão de digitalizar e tornar acessível gratuitamente pela Internet o
conjunto da produção intelectual de Harvard. Defensor da nova tecnologia,
Darnton detecta nos alunos a perda de intimidade com uma tecnologia mais
antiga – o livro.

ÉPOCA – O livro tem futuro?

Robert Darnton – O livro é uma grande invenção. É agradável de


manusear e ler. Não desaparecerá. Mas crianças e adolescentes têm hoje
pouco contato com ele. Sua fonte de entretenimento é o computador. Os
jovens são fascinados pelas pequenas doses de informação a que têm acesso
pelos diferentes tipos de máquina e não desenvolvem o hábito das longas
horas de leitura. Para eles, o livro é menos convidativo, confortável e familiar
que para nós. Isso me preocupa. Creio que veremos surgir diversas formas de

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leitura e toda uma variedade de meios de comunicação. Os livros acadêmicos


serão híbridos, publicados em parte na forma convencional, em parte online,
com dados, links e material suplementar em áudio, vídeo e imagem. No caso
dos livros de não ficção, que escrevo para o público leigo, acho ótimo poder
exibir aspectos do passado graças à nova tecnologia.

ÉPOCA – Seus alunos ainda leem livros?

Robert Darnton – Meus alunos em Harvard são ávidos pela leitura. Mas
não conhecem suas convenções, não sabem usar uma biblioteca, não sabem
fazer pesquisas nem acompanhar as notas de rodapé. Eles dependem demais
do Google. Ele é uma ferramenta fantástica, mas não é adequada para
oferecer ao leitor o tipo de experiência, de degustação, que só o livro
possibilita, como quando usamos o sumário para nos orientar ou folheamos
capítulos aleatoriamente. O Google não permite isso. Haverá uma perda se
dependermos demais desses mecanismos. Nesse sentido, sou pessimista.
Devemos educar a nova geração a usar essa “máquina”, o livro, do modo
como foi criada para ser usada.
(Época, nº 537, São Paulo, 01/09/2008. Adaptado.)

26. (Prefeitura Municipal de Cascavel – 2014 – Técnico em


Edificações – CONSULPLAN) O 1º§ do texto é introduzido pela frase “Ele é
um rato de biblioteca.”, cujo sentido possui um aspecto
a) denotativo, apontando uma das principais características do
entrevistado.
b) conotativo, por ter a função de representar o valor da biblioteca para
aquisição do conhecimento.
c) denotativo, pois, por ter a função de introduzir o parágrafo, fornece
informações sobre quem é o entrevistado.
d) indicativo de sentido figurado, expressando a dificuldade do
entrevistado em lidar com bibliotecas de modo geral.

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e) conotativo, pois “rato” sugere mais que o objeto designado, sendo tal
sentido confirmado pelas informações do parágrafo.

Comentário: dizer que uma pessoa é um “rato de biblioteca” é o mesmo


que dizer que ela adora os livros e estar entre eles, como os ratos. Trata-se de
um uso figurado da língua, conotativo. Podemos perceber isso nos elementos
destacados no parágrafo: “Ele é um rato de biblioteca. Robert Darnton ama os
livros. Especialmente se forem antigos, com mais de 200 anos. Darnton é um
dos maiores historiadores americanos. Por quatro décadas, explorou os
meandros das grandes bibliotecas da Europa à caça de volumes perdidos
de romances amorais do Antigo Regime ou da única cópia de um folhetim
subversivo da França pré-revolucionária”.
GABARITO: E

É preciso aperfeiçoar a Lei Seca

Embora não tenha sido capaz de atender às generosas expectativas


anunciadas no momento em que foi aprovada pelo Congresso, os números
oficiais comprovam que a Lei Seca ajuda a reduzir o desperdício de vidas
humanas. Contando indenizações por morte pagas às famílias de vítimas de
acidentes fatais, um levantamento do Departamento Nacional de Trânsito
mostra que, em 2007, quando a legislação ainda não entrara em vigor, morria
uma pessoa a cada 742 veículos. Em 2009, o último ano para o qual todos os
dados estão disponíveis e o segundo da Lei Seca, morria uma pessoa para
cada 1.119 veículos.
Embora esses resultados não possam ser considerados civilizados, é bom
advertir que eles podem piorar. A Lei Seca já nasceu com uma ambiguidade.
Com base no princípio constitucional de que ninguém é obrigado a produzir
provas contra si mesmo, nenhum motorista pode ser forçado a fazer o teste do
bafômetro nem submeter-se contra a vontade a um exame de sangue para
comprovar o nível de álcool no organismo.

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Em hora oportuna, o governo federal e os parlamentares debatem ideias


para aperfeiçoar a Lei Seca. É uma preocupação correta.
(Época, 9 de abril de 2012)

27. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 - Auxiliar Fiscal de


Obras Públicas – Consulplan) A palavra “desperdício”, no texto, significa
a) estrago.
b) insensatez.
c) desordem.
d) produtividade.
e) extravagante.

Comentário: a palavra “desperdício” significa: ação ou efeito de


desperdiçar ou de gastar em excesso, perder, estragar, dissipar,
esbanjar. Contextualizando-a, temos: “Embora não tenha sido capaz de
atender às generosas expectativas anunciadas no momento em que foi
aprovada pelo Congresso, os números oficiais comprovam que a Lei Seca
ajuda a reduzir o desperdício de vidas humanas”. Assim podemos perceber
que a palavra em destaque, ligada a “vidas humanas”, só pode significar
“estrago”.
GABARITO: A

28. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 - Auxiliar Fiscal de


Obras Públicas – Consulplan) “Em hora oportuna, o governo federal e os
parlamentares debatem ideias para aperfeiçoar a Lei Seca.” A palavra
destacada pode ser substituída sem alteração de sentido por
a) aperfeiçoam.
b) desperdiçam.
c) excedem.
d) discutem.
e) delineiam.

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Comentário: a questão busca um sinônimo para o verbo “debater”. Saiba


que tal verbo significa trocar ideias em debate, discutir, questionar.
Sendo assim, a resposta correta é “discutem”, que consta na alternativa D.
Nas demais o significado é:
a) aperfeiçoam = melhoram
b) desperdiçam = estragam
c) excedem = exageram
e) delineiam = planejam
GABARITO: D

29. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 - Auxiliar Fiscal de


Obras Públicas – Consulplan) “A Lei Seca já nasceu com uma
ambiguidade”. Isso significa que
a) ela não tem o direito de interferir na liberdade do indivíduo.
b) é baseada em princípios constitucionais.
c) o número de mortes no trânsito tem diminuído.
d) a lei apresenta resultados civilizados.
e) a lei apresenta mais de um sentido, dúvida.

Comentário: ser ambíguo é apresentar duas possibilidades de


interpretação, o que causa dúvida. E, segundo, o texto, a Lei Seca apresenta
certa ambiguidade pelo fato de que ninguém é obrigado a produzir provas
contra si mesmo, o que causa dúvida quanto a sua eficácia.
GABARITO: E

POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2008-2009: mais de


90% da população comem poucas frutas, legumes e verduras

O consumo alimentar da população brasileira combina a tradicional dieta à


base de arroz e feijão com alimentos com poucos nutrientes e muitas calorias.
A ingestão diária de frutas, legumes e verduras está abaixo dos níveis
recomendados pelo Ministério da Saúde (400g) para mais de 90% da

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população. Já as bebidas com adição de açúcar (sucos, refrescos e


refrigerantes) têm consumo elevado, especialmente entre os adolescentes, que
ingerem o dobro da quantidade registrada para adultos e idosos, além de
apresentarem alta frequência de consumo de biscoitos, linguiças, salsichas,
mortadelas, sanduíches e salgados e uma menor ingestão de feijão, saladas e
verduras.
A ingestão de alguns componentes de uma dieta saudável, como arroz,
feijão, peixe fresco e farinha de mandioca, diminui à medida que aumenta o
rendimento familiar per capita. Já o consumo de pizzas, salgados fritos, doces
e refrigerantes se eleva. A ingestão de frutas, verduras e laticínios diet/light
também aumenta com a renda.
Na área rural, as médias de consumo individual diário foram maiores para
arroz, feijão, peixe fresco, batata-doce, farinha de mandioca e manga, entre
outros. Já na área urbana, destacaram-se refrigerantes, pães, cervejas, pizzas
e biscoitos recheados.
O consumo médio de calorias fora do domicílio correspondeu a
aproximadamente 16% da ingestão calórica total e foi maior nas áreas
urbanas, na região Sudeste, entre os homens e para indivíduos na faixa de
renda familiar per capita mais elevada.
Entre as prevalências de inadequação de consumo (percentuais de
pessoas que ingerem determinado nutriente em níveis abaixo das
necessidades diárias ou acima do limite recomendado) destacam-se o excesso
de gorduras saturadas e açúcar (82% e 61% da população, respectivamente)
e escassez de fibras (68% da população).
(http://www.ibge.gov.br / com adaptações)

30. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento –


Consulplan) Assinale a alternativa que apresenta o antônimo da palavra em
destaque no trecho do texto “... abaixo dos níveis recomendados pelo
Ministério da Saúde...”.
a) Advertidos.
b) Preconizados.

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c) Desaconselhados.
d) Suportados.
e) Compartilhados.

Comentário: algo recomendado é algo aconselhado, desejado. A questão


solicita a opção em que há uma palavra que signifique o contrário disso. Um
antônimo para a palavra “recomendados” seria “desaconselhados”, letra C, ou
indesejados.
GABARITO: C

Medo da eternidade

Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.


Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo
em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou
bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar:
com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a
escola me explicou:
– Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura
a vida inteira.
– Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.
– Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias
de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava
o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu
que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira,
para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-
de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do
qual já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal pondo o
chicle na boca.

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– E agora que é que eu faço? – Perguntei para não errar no ritual que
certamente deveria haver.
– Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que
passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos
que você perca, eu já perdi vários.
Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E,
ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
– Acabou-se o docinho. E agora?
– Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve
tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de
nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não
estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma
espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me
dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um
jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
– Olha só o que me aconteceu! – Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
– Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
– Já lhe disse – repetiu minha irmã – que ela não acaba nunca. Mas a
gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não
engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe
dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã,
envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por
acaso.
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
(Clarice Lispector. In: SANTOS, J. F. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2007.)

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31. (Prefeitura Municipal de Cascavel – 2014 – Analista de Tributos


– Consulplan) “No texto de Clarice Lispector, o chicle atua como um(a)
_________________ da/para eternidade.” Assinale a alternativa que completa
corretamente a afirmativa anterior.
a) metáfora
b) metonímia
c) eufemismo
d) comparação
e) prosopopeia

Comentário: segundo o texto, completando a lacuna, o “chicle” atua como


uma metáfora da eternidade. Analise: “Eu estava envergonhada diante da
bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o
chicle caíra na boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre
mim”. Observe que ao “derrubar o chicle”, a personagem sente-se sem o “peso
da eternidade” sobre ela, marcando a chamada metáfora da eternidade.
GABARITO: A

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32. (TRE/MG – 2015 – Técnico Judiciário – Consulplan) Analise os


trechos I e II a seguir.

I. “Segundo a Constituição Federal, em seu artigo 14, o voto é facultativo


para os analfabetos, aos maiores de 70 anos e para os maiores de 16 anos e
menores de 18 anos." (6º§)
II. “É obrigatório para os cidadãos entre 18 e 70 anos, sendo necessário
justificar a ausência em qualquer seção eleitoral, no dia da eleição, sob pena
de multa." (6º§)

Os trechos anteriores compõem uma cadeia de referência que é quando


em um texto há um ou mais fragmentos textuais sem referência autônoma,
cuja interpretação depende do valor referencial em um processo de
catáfora, anáfora ou elipse. Ao analisar a cadeia de referência dos trechos I e
II, verifica-se que
a) o termo anafórico “a eleição" no trecho II retoma o valor referencial
do antecedente “o voto".
b) a interpretação referencial do termo “Constituição" do trecho I
depende da sua relação anafórica com o termo “o voto".
c) a catáfora expressa no sujeito do trecho II deve ser interpretada
elipticamente, pois retoma o valor referencial do antecedente “o voto".
d) há elipse do sujeito do trecho II, mas esse sujeito continua a ser
interpretado anaforicamente, por retomada do valor referencial do antecedente
“o voto".

Comentário: relembre primeiro que anáfora é a referência que fazemos a


termos já explicitados no texto, já a catáfora é a remissão textual feita com
um elemento que ainda será citado no texto. Sendo assim, identificamos que,
no trecho II, há um sujeito elíptico, ou seja, oculto, e a referência a ele se faz
de maneira anafórica apontando para “voto” citado anteriormente. Cuidado
com a alternativa C, o erro dela está em afirmar que há catáfora, não anáfora!

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GABARITO: D

==0==

33. (TRE/MG – 2015 – Técnico Judiciário – Consulplan) O significado


mais adequado para a palavra “nefanda”, no contexto apresentado, é
a) tirânica.
b) extensa.
c) execrável.
d) complexa.

Comentário: “nefando” está ligado sempre a algo ruim, significa


abominável, execrável, execrando, aborrecível, perverso, malvado... estando a
alternativa C adequada para a resposta.
GABARITO: C

34. (TRE/MG – 2015 – Técnico Judiciário – Consulplan) No trecho


“(...) que lhe ornasse o dedo anular." (1º§), o termo destacado refere-se a
a) antiquário.
b) peça usada.
c) dedo anular.
d) cientista ambiental.

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Comentário: o termo “lhe” refere-se a quem estava procurando um anel


para colocar em seu dedo anular, ou seja, a cientista ambiental! Trata-se de
uma questão de remissão textual a partir do pronome.
GABARITO: D

Eles são uma gracinha, alegram a casa e, para muita gente, são
companhia indispensável. Mas há também quem não tem paciência, parte para
a agressão e até enfrenta a lei por causa disso – quem não lembra do caso da
enfermeira que agrediu até a morte um pequeno cão de raça yorkshire? A
diferença é que, se antigamente as pessoa ficavam indiferentes, hoje elas
exercem sua cidadania e denunciam.
Mas ao contrário do que muita gente pensa, não existem direitos
específicos para os animais de estimação. Como parte do meio ambiente eles
têm proteção garantida contra práticas que os submetem à crueldade.
Entretanto esses direitos nem sempre são respeitados e, ainda, cabe a sua
regulamentação. E no direito brasileiro um animal é considerado uma coisa
difícil de entender pois “coisa” dá uma ideia de algo inanimado, mas talvez
seja pelo fato de um animal não possuir personalidade jurídica, não
respondendo assim pelos seus atos. Então, juridicamente falando, para que o
animal tenha o seu direito exercido, é necessário que alguém responda por ele,
por isso cabe ao dono o dever de guarda ou controle. Em outras palavras se
queremos que os animais de estimação sejam respeitados, nós é que devemos
fazer nossa parte.
(Dinheiro & Direitos. Nº 48. Fev. 2014. p. 8-9 . Adaptado.)

35. (TRE/MG – 2015 – Técnico Judiciário – Consulplan) No trecho


“Eles são uma gracinha, alegram a casa e, para muita gente, são companhia
indispensável” (1º§), o pronome refere-se a
a) cães.
b) yorkshires.
c) animais de estimação.
d) companhia indispensável.

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Comentário: no trecho em destaque, o pronome “ele” faz uma remissão


catafórica ao foco do assunto tratado no texto como um todo: animais de
estimação. Os cães e o caso citado do yorkshire são apenas exemplos.
GABARITO: E

A bola e o livro

A má distribuição de renda no país, os megapatrocínios, a idolatria


constante na nossa cultura fazem surgir pessoas despreparadas para o uso de
tanto dinheiro, enquanto escolas despencam, hospitais deixam de atender ao
mais simples diagnóstico, aposentados choram pelo minguado aumento. Até
quando isto vai continuar? A sociedade já não suporta ver estes “ídolos” na
mídia. Por que os salários não são igualitários? Por que se concedem altos
aumentos na política? Por que alguns artistas ganham a peso de ouro? Por que
jogadores ganham tanto dinheiro e poder sem ter ficado nos bancos escolares?
Por que tanto interesse das empresas em patrocinar estes jogadores? Será que
uma bola é mais valiosa que um livro?
(Maria Marta Nascimento Cardoso – Rio In Carta dos Leitores, O Globo 11/07/2010)

36. (TRE/MG – 2015 – Técnico Judiciário – Consulplan) Há sentido


conotativo na seguinte alternativa:
a) “Será que uma bola é mais valiosa que um livro?”
b) “... aposentados choram pelo minguado aumento.”
c) “Por que se concedem altos aumentos na política?”
d) “... hospitais deixam de atender ao mais simples diagnóstico...”
e) “Por que os salários não são igualitários?”

Comentário: a banca considerou a alternativa B como correta. Existe nela


uma linguagem metafórica realmente, pois não necessariamente os
aposentados estão chorando, o recurso da linguagem foi usado para dar ênfase
ao descontentamento. Alguns alunos questionaram as alternativas D e A,

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dizendo que também há linguagem figurada nelas e, consequentemente,


conotação. De acordo com tal análise, “bola” e “livro” representam
metaforicamente futebol e educação. “Hospitais”, na alternativa D, não
atendem ninguém, os profissionais fazem esse serviço. Essa questão deveria
ter sido anulada.
GABARITO: B

As desigualdades e a questão social

Há processos estruturais que estão na base das desigualdades e


antagonismos que constituem a questão social. Dentre esses processos, alguns
podem ser lembrados agora. O desenvolvimento extensivo e intensivo do
capitalismo, na cidade e no campo, provoca os mais diversos movimentos de
trabalhadores, compreendendo indivíduos, famílias, grupos e amplos
contingentes. As migrações internas atravessam os campos e as cidades, as
regiões e as nações. Movimentam trabalhadores em busca de terra, trabalho,
condições de vida, garantias, direitos. A industrialização e a urbanização
expandem se de modo contínuo, por fluxos e refluxos, ou surtos. Assim como
ocorre a metropolização dos maiores centros urbano industriais, também
ocorre a abertura e reabertura das fronteiras. Os surtos de atividades
agrícolas, pecuárias, extrativas, mineradoras e industriais, ao longo das várias
repúblicas, assinalam os mais diversos momentos de populações e negócios,
de fatores econômicos ou forças produtivas. As crescentes diversidades sociais
estão acompanhadas de crescentes desigualdades sociais. Criam se e
recriam se as condições de mobilidade social horizontal e vertical,
simultaneamente às desigualdades e aos antagonismos. Esse é o contexto em
que o emprego, desemprego, subemprego e pauperismo se tornam realidade
cotidiana para muitos trabalhadores. As reivindicações, protestos e greves
expressam algo deste contexto. Também os movimentos sociais, sindicatos e
partidos revelam dimensões da complexidade crescente do jogo das forças
sociais que se expandem com os desenvolvimentos extensivos e intensivos do
capitalismo na cidade e no campo. [...]

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Aos poucos, a história da sociedade parece movimentada por um vasto


contingente de operários agrícolas e urbanos, camponeses, empregados e
funcionários. São brancos, mulatos, negros, caboclos, índios, japoneses e
outros. Conforme a época e o lugar, a questão social mescla aspectos raciais,
regionais e culturais, juntamente com os econômicos e políticos. Isto é, o
tecido da questão social mescla desigualdades e antagonismos de significação
estrutural.
(IANNI, Octavio. Pensamento social no Brasil. Bauru: Edusc, 2004. (com adaptações).)

37. (Combatentes – Oficiais/2016 - Corpo de Bombeiros Militar/PA


– CONSULPLAN) Em um texto, alguns elementos são empregados para que
haja articulação entre os enunciados de tal modo que retomam referentes em
um texto. Em “Dentre esses processos, alguns podem ser lembrados agora.”
(1º§) o termo “esses” é empregado com tal propósito, estabelecendo uma
relação com o que já foi expresso no texto. Dentre os elementos destacados a
seguir, pode ser visto como exemplo do mesmo emprego:
A) “As reivindicações, protestos e greves expressam algo deste contexto.”
(1º§)
B) “A industrialização e a urbanização expandem se de modo contínuo,
por fluxos e refluxos, ou surtos.” (1º§)
C) “[...] provoca os mais diversos movimentos de trabalhadores,
compreendendo indivíduos, famílias, [...]” (1º§)
D) “Esse é o contexto em que o emprego, desemprego, subemprego e
pauperismo se tornam realidade [...]” (1º§)
E) “Os surtos de atividades agrícolas, pecuárias, extrativas, mineradoras e
industriais, ao longo das várias repúblicas, [...]” (1º§)

Comentário:
Dentre os elementos destacados, o único que está funcionando como
elemento de coesão é o “que”, presente na alternativa D. Esse elemento está
retomando “contexto”.
Gabarito: D

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38. (Combatentes – Oficiais/2016 - Corpo de Bombeiros Militar/PA


– CONSULPLAN) No texto ocorre a expressão da opinião do autor sobre o
assunto tratado. Tal opinião – tese – pode ser identificada em:
A) “As migrações internas atravessam os campos e as cidades, as regiões
e as nações.” (1º§)
B) “As crescentes diversidades sociais estão acompanhadas de crescentes
desigualdades sociais.” (1º§)
C) “A industrialização e a urbanização expandem se de modo contínuo,
por fluxos e refluxos, ou surtos.” (1º§)
D) “Esse é o contexto em que o emprego, desemprego, subemprego e
pauperismo se tornam realidade cotidiana para muitos trabalhadores.” (1º§)
E) “O desenvolvimento extensivo e intensivo do capitalismo, na cidade e
no campo, provoca os mais diversos movimentos de trabalhadores [...]” (1º§)

Comentário:
No texto, o autor alia a ideia de diversidade social à ideia de
desigualdade social, sendo assim a alternativa que traz a tese do texto é a
letra B.
Gabarito: B

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

Texto

Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo dos


consumidores brasileiros que navegam na Internet. E esse é o mote – mais
que o mote, o alerta – que orienta a campanha lançada pelo Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) na última terça-feira, contra o
Projeto de Lei 84/99, que trata de crimes cibernéticos.
A campanha “Consumidores contra o PL Azeredo” pretende chamar a
atenção da sociedade para a ameaça que o PL 84 representa ao direito à
privacidade e liberdade na rede, aos direitos dos consumidores no acesso aos

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produtos e serviços e no direito fundamental de acesso à cultura, à informação


e à comunicação.
No Congresso desde 1999, o PL 84/99 segue na Câmara dos Deputados
nos termos do texto substitutivo proposto pelo deputado Eduardo Azeredo
(PSDB-MG). O PL Azeredo tramita em caráter de urgência na Casa e está
prestes a ser votado no início de agosto, quando termina o recesso
parlamentar. Se aprovado, desviando-se de sua pretensa função de combater
os crimes na Internet, o projeto vai instaurar um cenário de vigilância e
monitoramento na rede, restringindo sensivelmente os direitos e liberdades e
criminalizando condutas que são cotidianas dos cidadãos no mundo virtual.
Para os consumidores, a aprovação do projeto traz consequências
drásticas, especialmente se considerarmos que a Internet é inteiramente
permeada por relações de consumo. Desde a conexão até o acesso a
conteúdos em sites, produtos e serviços via comércio eletrônico, passando pela
utilização de e-mails, plataformas colaborativas e redes sociais, em menor ou
maior grau, tudo é relação de consumo e deve ser entendido na lógica da
defesa dos direitos consagrados pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Há 20 anos, esse mesmo CDC tenta fazer valer um de seus princípios
básicos: a boa-fé. Pressupõe-se que todos são legítimos titulares de direitos e
praticam seus atos cotidianos com base na legalidade, na confiança e no
respeito. Por óbvio, essa premissa é válida também para a Internet. O que o
PL Azeredo faz, no entanto, é inverter essa lógica. No lugar da presunção da
boa-fé, instaura-se a constante suspeita. No lugar do respeito à privacidade
dos dados e informações dos usuários, o projeto determina a sua vigilância
constante, como se a qualquer momento fossem praticar um crime, um ato de
vandalismo, uma atitude ilícita. Para o PL Azeredo, como norma penal que é,
na Internet todos passam a ser suspeitos até que se prove o contrário.
(Guilherme Varella, Carta Capital. 28/07/11)

01. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) De


acordo com o texto, o Projeto de Lei 84/99
a) determina o acesso irrestrito a produtos e serviços virtuais.

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b) atende ao clamor público de que seja instituída uma proteção virtual.


c) é incentivado pela campanha: Proteção, sim; violação à privacidade,
não.
d) impõe limites no mundo virtual desconsiderando o respeito à
privacidade.
e) está de acordo com a lógica de defesa dos direitos consagrados pelo
CDC.

02. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) Na


frase “Proteção, sim; violação de privacidade, não”, há uma indicação de
a) ideia de concessão.
b) motivo e finalidade.
c) oposição de ideias.
d) causa e consequência.
e) ideias que se completam.

03. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan)


Assinale o elemento de coesão textual destacado que tem o seu referente
corretamente identificado.
a) “Esse é o desejo dos consumidores...” – Proteção, sim; violação de
privacidade, não
b) “E esse é o mote...” – Internet
c) “Por óbvio, essa premissa é válida...” – defesa dos direitos
d) “... e praticam seus atos cotidianos...” – direitos
e) “... é inverter essa lógica.” – validade da Internet

04. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) No


3º§, ao falar do PL 84, quanto à sua aprovação, está expressa uma ideia de
a) finalidade.
b) condição.
c) acréscimo.
d) tempo.

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e) explicação.

05. (Prefeitura de Uberlândia – 2011 – Advogado – Consulplan) O


texto afirma que o PL 84 apresenta um conteúdo expressando que, a qualquer
momento, alguém pode praticar um crime, um ato de vandalismo, uma atitude
ilícita. Tal pressuposto indica
a) hipótese.
b) certeza.
c) condição.
d) indução.
e) altivez.

Leia (textos para questões 6 e 7):

TEXTO I:
IBGE divulga Indicadores de Sustentabilidade do Brasil
Nesta quarta-feira, 1 de setembro, o IBGE divulgou os IDS – Indicadores
de Desenvolvimento Sustentável referentes ao ano de 2010, que apontaram
que, embora o país tenha evoluído nos principais aspectos socioambientais
avaliados, ainda há um longo caminho para percorrer rumo ao
desenvolvimento sustentável, sobretudo na preservação da biodiversidade.
(Planeta Sustentável – 01/09/2010)

TEXTO II:
São Paulo é encoberta por camada de poluição, que dificulta inclusive a
visão. A qualidade do ar na cidade de São Paulo é a pior dos últimos oito anos.
Segundo os dados da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental), 37 dias dos últimos sete meses atingiram níveis de poluição acima
do padrão aceitável. – Thiago Bernardes/Folhapress.
(07/08/2011 – 09h10, do UOL Notícis)

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06. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento –


Consulplan) A existência do problema da poluição tratado no texto II é
comprovada pela expressão do texto I “IBGE divulga Indicadores de
Sustentabilidade do Brasil”
a) “IDS – Indicadores de Desenvolvimento Sustentável”
b) “aspectos socioambientais avaliados”
c) “há um longo caminho para percorrer”
d) “desenvolvimento sustentável”
e) “preservação da biodiversidade”

TEXTO III:
IBGE divulga Indicadores de Sustentabilidade do Brasil
Nesta quarta-feira, 1 de setembro, o IBGE divulgou os IDS – Indicadores
de Desenvolvimento Sustentável referentes ao ano de 2010, que apontaram
que, embora o país tenha evoluído nos principais aspectos socioambientais
avaliados, ainda há um longo caminho para percorrer rumo ao
desenvolvimento sustentável, sobretudo na preservação da biodiversidade.
(Planeta Sustentável – 01/09/2010)

TEXTO IV:
São Paulo é encoberta por camada de poluição, que dificulta inclusive a
visão. A qualidade do ar na cidade de São Paulo é a pior dos últimos oito anos.
Segundo os dados da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental), 37 dias dos últimos sete meses atingiram níveis de poluição acima
do padrão aceitável. – Thiago Bernardes/Folhapress.
(07/08/2011 – 09h10, do UOL Notícias)

07. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento –


Consulplan) Considerando as informações acerca de sustentabilidade e
poluição, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A informação apresentada no texto III utiliza uma linguagem formal.

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( ) A informação “São Paulo é encoberta por camada de poluição, que


dificulta a visão”, do texto IV, contradiz todo o texto III.
( ) O tema tratado no texto III é de caráter atual considerando o texto
IV.
A sequência está correta em
a) F, F, F
b) V, F, V
c) V, V, V
d) F, V, F
e) V, V, F

Os cabeças-sujas e seu mundinho

A pessoa que joga lixo na rua, na calçada ou na praia se revela portadora


de uma disfunção mental e social que a inabilita para o sucesso no atual
estágio da civilização.
Que tipo de gente joga lixo na rua, pela janela do carro ou deixa a praia
emporcalhada quando sai? Uma das respostas corretas é: um tipo que está se
tornando mais raro. Sim. A atual geração de adultos foi criança em um tempo
em que jogar papel de bala ou a caixa vazia de biscoitos pela janela do carro
quase nunca provocava uma bronca paterna. Foi adolescente quando amassar
o maço vazio de cigarros e chutá-lo para longe não despertava na audiência
nenhuma reação especial, além de um “vai ser perna de pau assim na China”.
Chegou à idade adulta dando como certo que aquelas pessoas de macacão
com a sigla do Serviço de Limpeza Urbana estampada nas costas precisam
trabalhar e, por isso, vamos contribuir sujando as ruas. Bem, isso mudou. O
zeitgeist, o espírito do nosso tempo, pode não impedir, mas, pelo menos, não
impele mais ninguém com algum grau de conexão com o atual estágio
civilizatório da humanidade a se livrar de detritos em lugares públicos sem que
isso tenha um peso, uma consequência. É feio. É um ato que contraria a ideia
tão prevalente da sustentabilidade do planeta e da preciosidade que são os

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mananciais de água limpa, as porções de terra não contaminadas e as golfadas


de ar puro.
E, no entanto, as pessoas ainda sujam, e muito as cidades impunemente.
Só no mês de janeiro, 3000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias
cariocas – guimbas de cigarro, palitos de picolé, cocô de cachorro e restos de
alimento. Empilhadas, essas evidências de vida pouco inteligente lotariam
cinco piscinas olímpicas. Resume o historiador Marco Antônio Villa: “Ao
contrário de cidadãos dos países desenvolvidos, o brasileiro só vê como
responsabilidade sua a própria casa e não nutre nenhum senso de dever sobre
os espaços que compartilha com os outros – um claro sinal de atraso”.
O flagrante descaso com o bem público tem suas raízes fincadas na
história, desde os tempos do Brasil colônia. No período escravocrata, a
aristocracia saía a passear sempre com as mãos livres, escoltada por serviçais
que não só carregavam seus pertences como limpavam a sujeira que ia
atirando às calçadas. Não raro, o rei Dom João VI fazia suas necessidades no
meio da rua, hábito também cultivado pelo filho, Pedro I, e ainda hoje
presente. Foi com a instauração da República que o Estado assumiu, de forma
sistemática, o protagonismo no recolhimento do lixo, mas isso não significou,
nem de longe, nenhuma mudança de mentalidade por parte dos brasileiros.
Cuidar da sujeira continuou a ser algo visto como aquilo que cabe a terceiros –
jamais a si mesmo.
Existe uma relação direta entre o nível de educação de um povo e a
maneira como ele lida com o seu lixo. Não por acaso, o brasileiro está em
situação pior que o cidadão do Primeiro Mundo quando se mede a montanha
de lixo nas ruas deixada por cada um deles.
Desde a Antiguidade, as grandes cidades do mundo, que já foram
insalubres um dia, só conseguiram deixar essa condição à custa de um intenso
processo de urbanização, aliado à mobilização dos cidadãos e a severas
punições em forma de multa. “A concepção do bem público como algo valoroso
nunca é espontânea, mas, sim, fruto de um forte empenho por parte do Estado
e das famílias”, diz o filósofo Roberto Romano.

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(Veja 09/03/2011, pág. 72 / com adaptações)

08. (Prefeitura de Londrina – 2011 – Administrador – Consulplan)


Com relação às ideias expressas no texto, assinale a afirmativa correta:
a) De acordo com o texto, as pessoas têm cuidado com o lixo produzido.
b) As pessoas cuidam das praias, evitam deixá-las sujas.
c) O brasileiro não se preocupa com o espaço público, o que é sinal de
atraso.
d) Nos tempos do Brasil colônia, as pessoas eram mais comprometidas
com a limpeza pública.
e) Faz parte da educação dos brasileiros o cuidado com a seleção do lixo.

A maldição da norma culta

Impossível calcular o estrago que o termo “norma culta” vem causando


nos meios educacionais e, em geral, na cultura brasileira. Enquanto ele não for
definitivamente jogado no lixo e incinerado, vai ser difícil examinar as relações
entre linguagem e sociedade sob uma ótica serena e bem fundamentada. Por
quanto tempo ainda teremos de viver sob a maldição da norma culta?
Embora alguns linguistas usem esse termo com outros sentidos, a
retumbante maioria das pessoas se refere à norma culta como um modelo
idealizado de língua “certa”, “bonita” e “elegante”, que elas mesmas não
sabem dizer onde, quando nem por quem foi estabelecido, mas que, apesar
disso, merece toda a reverência do mundo, como se fosse uma doutrina
sagrada, ditada pelo próprio Deus a seus profetas. Numa época em que se
questiona tudo, em que se protesta contra toda forma de discriminação, contra
qualquer prescrição no que diz respeito às relações sexuais, às crenças
religiosas, aos modos de se vestir, de viver, de comer, de criar os filhos etc.,
em que a palavra diversidade impera, assim como a exigência de que ela seja
respeitada e valorizada, é espantoso que só o uso da língua permaneça sujeito
a uma regulação restritiva e tacanha. O dogma da infalibilidade papal virou
piada, mas quase ninguém zomba dos dogmas gramaticais (mais velhos que a

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religião cristã). Por que os rótulos de “certo” e “errado” são abandonados, e


até ridicularizados, em outras esferas da vida social, mas permanecem vivos e
ativos quando o assunto é língua? Por que ninguém se dá conta de que a
nebulosa norma culta é um produto humano e, portanto, imperfeito, falho e
suscetível de contestação e reformulação?
Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra, fixada
trezentos anos antes de Cristo. Impregnados dos preconceitos da época, os
primeiros gramáticos repudiaram todo e qualquer uso de língua que não fosse,
primeiro, escrito (a fala, para eles, era um caos completo) e, não bastasse,
escrito por meia dúzia de “grandes autores”, todos mortos. Essa doença torpe
se propagou nos últimos dois milênios e meio, a ponto de se tornar invisível
para quase todo mundo. É com base nesse critério estúpido – a língua escrita
dos “clássicos” – que se fixou, nas diversas nações, o modelo de “língua certa”
que, no Brasil, atende pelo nome infeliz de norma culta. No caso brasileiro, a
coisa é ainda mais cruel porque, fruto de processo colonial, nosso padrão
idiomático se inspira numa língua escrita do outro lado do Atlântico, em outro
hemisfério, em meados do século XIX. Por isso, não podemos começar frase
com pronome oblíquo, nem usar “ele” como objeto direto (“eu vi ele”), nem
dizer “prefiro mais X do que Y”, nem “o filme que eu gosto”, embora tudo isso
constitua a gramática de uma língua autônoma, o português brasileiro, com
mais de 500 anos de idade e 200 milhões de falantes (a terceira mais falada
no Ocidente)! Até quando, meu pai Oxóssi?
(Marcos Bagno, agosto de
2008http://www.portuguesepoesia.com/?page=cronica&id=107 – com adaptações)

09. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo –


Consulplan) No texto, o autor defende a ideia de que a norma culta
a) dificulta a aprendizagem da língua portuguesa, principalmente nas
instituições de ensino.
b) deve prescrever regras não só para a língua escrita, mas também para
a língua falada.

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c) precisa ser, no mínimo, repensada, porque impõe regras que não


correspondem à realidade linguística de seus usuários.
d) não se aplica ao português brasileiro, uma vez que ela segue os
padrões impostos pelos grandes autores portugueses contemporâneos.
e) é mais antiga que a própria religião cristã; existe por volta de 300 anos
antes de Cristo.

10. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo –


Consulplan) Assinale as afirmativas acerca das ideias do texto.
I. O padrão linguístico vigente em nosso país se baseia na língua escrita
dos grandes autores clássicos.
II. “O filme que gosto” constitui exemplo de frase que contraria as regras
prescritas pela norma culta, entretanto ilustra uma construção típica da
gramática da língua real, do português brasileiro falado por milhões de
pessoas.
III. A norma culta que impera atualmente prescreve as seguintes regras:
“iniciar frase com pronome oblíquo átono” e “prefiro mais X do que Y”.
IV. Embora a norma culta seja uma convenção humana assentada na
língua falada, necessita urgentemente ser reformulada, senão, erradicada.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) I, II
b) I, III
c) III, IV
d) I, II, IV
e) I, II, III, IV

11. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo –


Consulplan) Assinale a alternativa que NÃO expressa uma opinião do autor.
a) “Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra,
fixada trezentos anos antes de Cristo.” (3º§)
b) “É com base nesse critério estúpido – a língua escrita dos ‘clássicos’ –
que se fixou, nas diversas nações...” (3º§)

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c) “... o modelo de ‘língua certa’ que, no Brasil, atende pelo nome infeliz
de norma culta.” (3º§)
d) “... nosso padrão idiomático se inspira numa língua escrita do outro
lado do Atlântico, em outro hemisfério...” (3º§)
e) “No caso brasileiro, a coisa é ainda mais cruel porque, fruto de
processo colonial...” (3º§)

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

(Andrade, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988)

12. (Prefeitura de Uberlândia – 2012 - Assistente Administrativo –


Consulplan) Pode-se concluir da leitura do poema que o eu lírico
a) prega uma supervalorização da norma culta em detrimento da norma
popular.
b) confirma que o português prescrito pela gramática normativa é mais
correto do que o português falado pelo povo.
c) faz uma crítica à rigidez dos padrões gramaticais que não
correspondem às situações reais de uso da língua.
d) reconhece que a língua culta escrita reflete o padrão linguístico
utilizado pela maior parte dos brasileiros.

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e) afirma que a gramática normativa não prescreve qualquer regra


relativa à colocação pronominal.

Leia:

Quando a gente olha para os oceanos, para os rios e lagos, a Terra parece
ter muita água. Quase 3/4 da superfície são cobertos por oceanos, de acordo
com o planeta azul visto do espaço. Mas será que é tudo isso?
Na realidade, a camada de água dos oceanos é fina e, por isso, a
quantidade de água é relativamente pequena. Se a Terra fosse do tamanho de
uma bola de basquete, toda a água do planeta caberia dentro de uma bolinha
de ping pong. E mais: dessa bolinha de ping pong, quase tudo, 97,5% é água
salgada. E, desse pouquinho que sobra, 70% é agua congelada nos polos e nas
geleiras, 30% está debaixo da Terra e apenas 0,3% é água potável, acessível
nos lagos e rios.
E essa água está mal distribuída. Sobra em algumas regiões e falta em
outras. Soma a isso o fato de várias regiões do mundo estarem passando por
secas mais prolongadas, como o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que
está entrando no quarto ano seguido de seca.
O ano de 2013 foi o mais seco em 120 anos, diz o climatologista do
governo americano, Michael Anderson. Ele prevê para este ano um novo
recorde de pouca chuva e altas temperaturas. O nível dos reservatórios
baixou. Paul Boyer, da Self-Help Enterprises diz que o lençol de água
subterrânea, que deveria ter subido nos primeiros meses do ano, ficou
estático. Para ele, a crise ainda vai piorar antes de melhorar.
A situação também pode piorar no Nordeste brasileiro. Em São Miguel, Rio
Grande do Norte, cidade de 23 mil habitantes, ninguém recebe mais conta de
água porque ela acabou em dezembro passado, quando o açude secou. Desde
que a água encanada acabou, a cidade se movimenta basicamente em torno
de um objetivo: conseguir água, vender e comprar água, transportar água,
carregar baldes d’água, situação que deve se manter por um bom tempo
porque as autoridades locais não estão vendo uma solução em curto prazo.

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A crise também bateu na porta da rica região Sudeste do Brasil. Os dois


maiores reservatórios que atendem a Grande São Paulo, Cantareira e Alto
Tietê, estão com níveis críticos. O Cantareira, o mais importante deles, entrou
no volume morto em maio do ano passado e nunca mais saiu. O presidente da
Agência Nacional de Água (ANA), Vicente Andreu Guillo, reconhece que o Brasil
tem um nível muito baixo de água reservada e reclama que a legislação
ambiental pouco flexível não ajuda.
Cingapura não cometeu esse erro. Conservando água, uma ilha pequena
que era pobre quando pertencia à Malásia, hoje é uma cidade-estado rica e
high tech. À época da Independência, 50 anos atrás, a maior parte da água
consumida em Cingapura era importada da Malásia, que fica do outro lado.
Hoje, a cidade-estado tem reservatórios que satisfazem às suas necessidades.
Atualmente a escassez de água afeta mais de 40% da população do nosso
planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Ela prevê que, até
2025, ou seja, em apenas 10 anos, 1,8 bilhão de pessoas estarão vivendo em
países ou regiões com absoluta escassez de água.
(Extraído e adaptado de: http://g1.globo.com/hora1/noticia/2015/08/. Acesso em:
31/08/2015)

13. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAN) Assinale


a opção em que consta o título do texto.
a) Má distribuição e seca prolongada agravam o problema da falta de
água.
b) O mapa da seca no Brasil: estudo de caso.
c) O problema das políticas públicas de gestão das águas.
d) Aquecimento global: o ônus das secas prolongadas.

14. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAM) Aponte a


opção em que consta, por ordem de relevância, o eixo temático do texto.
a) Seca, efeitos do aquecimento global, legislação ambiental.
b) Seca, má distribuição da água, legislação ambiental.
c) Legislação ambiental, seca, má distribuição da água.

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d) Má distribuição da água, seca, legislação ambiental.

15. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAN) Observe


a imagem e relacione-a à passagem do texto da questão 13 com a qual se
identifica argumentativamente.

a) A crise ainda vai piorar antes de melhorar


b) Atualmente a escassez de água afeta mais de 40% da população do
nosso planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
c) As autoridades locais não estão vendo uma solução em curto prazo.
d) A crise também bateu na porta da rica região Sudeste do Brasil.

16. (CRESS-PB – 2015 – Assistente social – CONSULPLAN) Na figura


acima, há uma estratégia linguística que contribui para a elaboração do sentido
no texto, identifique-a.
a) O emprego das palavras “seca” e “cerca”, quase homófonas, contribui
para um efeito em que se neutralizariam, porém o significado de “cerca”, como
delimitação da propriedade privada, dos ricos, confere uma orientação
argumentativa contrária ao efeito da homofonia.
b) A imagem do chão batido, rachado, com o mandacaru, símbolo da
resistência do povo do Nordeste, oferece um contraste relativo ao outro lado
da cerca, representando o fato de haver seca no Nordeste, mas não no
Sudeste.
c) O fato de utilizar “seca” e “cerca” não oferece, pela imagem, uma
leitura adequada.

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d) A utilização de um ponto exclamativo ao final da oração funciona de


modo a demonstrar a inviabilidade de continuar distribuindo de modo injusto a
água no planeta.
Nesta trajetória, em parte minha, em parte de minhas ficções – já escritas
ou ainda nem definidas – ficou-me a certeza de que o bem supremo não é a
vida mas uma vida digna; o bem maior não é o amor mas um amor que dê
alegria e paz – e que, mesmo se terminar, continuará nos aquecendo na
memória.
E que há sempre, em algum lugar talvez inesperado, a possibilidade de
música e voo.
Não há fase da vida para ser paciente e virtuoso; não há idade para ser
belo, amoroso e sensual.
De todos os meus livros, este é especialmente uma série de reflexões, em
prosa e em poesia, sobre os medos e alegrias, ganhos e perdas que nos traz o
amor em suas várias formas. Ele nos faz melhores se tiver sido bom; nos
ajuda a aceitar a transformação se tiver sido terno; nos ensina a respeitar a
liberdade se tiver sido sagrado. E se for tudo isso, certamente será um amor
demorado, um amor delicado, um digno amor; mesmo doente vestirá seu traje
de baile para não perturbar a calma de quem é amado; mesmo solitário porá a
máscara da festa para não inquietar quem precisa partir.
Não sei se fui capaz dele ou se o mereci, mas esse amor – cuja duração
nem sempre importa – vale muitas vidas e não nos pertence. Foi colocado em
nós como um aroma num frasco, guiado por outra mão que não a do mero
acaso. Tem em si uma luz que a maturidade torna mais vibrante e espalhada –
e, apesar das dores, muito mais enternecida.
(Lya Luft)

17. (Prefeitura Municipal de Monte Belo – 2011 – Auxiliar


Administrativo – Consulplan) “Tem em si uma luz que a maturidade torna
mais vibrante e espalhada – e, apesar das dores, muito mais enternecida.” A
palavra destacada apresenta como significado correto.
a) Prender com laços.

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b) Tornar-se terna, branda, amorosa, sensibilizado.


c) Qualidade de breve.
d) Avarenta, mesquinha.
e) Sentir com antecipação.

Texto para responder à questão.

Norma jurídica x realidade política

No avanço do processo de democratização do Estado brasileiro, com o


consequente aumento da transparência dos atos públicos, a imprensa vem
derramando nos ouvidos da sociedade uma verdadeira enxurrada de denúncias
(fundadas ou não) de conduta ilícita ou reprovável por parte de agentes
públicos. Isso tem resultado no profundo descrédito da classe política, que
regularmente se mantém flagrante, até que uma notícia de grande
repercussão desvie as atenções do povo das acusações e ações contra
Senadores, Deputados, Ministros, lobistas de todo tipo. (Mas esse fenômeno
ocorre só por pouco tempo: passada a perplexidade com a notícia calamitosa,
volta-se logo ao lugar-comum da corrupção, do favoritismo, do enriquecimento
ilícito por desvio de recursos públicos.) Tornou-se comum ouvir em entrevistas
com populares expressões de descrença na classe política, ao lado de
reclamações por “uma lei que proíba isso”.
Sabe-se que isso não é solução. [...]
Os recursos de integração hermenêutica, disponíveis ao aplicador
contemporâneo, são suficientes para exigir, dos agentes públicos, a conduta
politicamente virtuosa e constitucionalmente positivada que se espera deles.
Além disso, verifica-se no Brasil um conjunto de fatores comuns a países
de democratização tardia, que saíram de regimes autocráticos. Inclui-se entre
esses fatores a falta de maturidade democrática de boa parcela da população,
que simplesmente outorga ao agente público seu voto, sem exigir dele
prestação de contas de seu mandato, ou mesmo qualquer ação política efetiva.
Os motivos para tal inércia têm sede na própria história e tradição brasileira,

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como se houvesse uma aceitação na não participação ativa nas decisões de


governo, no referendo tácito a oligarquias locais, numa forma de clientelismo
patológico, de troca de votos por cestas de alimentos. Tais fenômenos
guardam mais relação com o desconhecimento da lei e dos meios de controle
político, à disposição de qualquer cidadão, do que com uma tradição consciente
de passividade.
(Maluf, Emir Couto Manjud. O desafio da justiça eleitoral face à crise
de moralidade política. Revista de monografias: concurso de
monografias do TRE/MG. nº 1 (2010). Belo Horizonte: TRE/MG, 2010.)

18. (TRE/MG – 2013 – Analista Judiciário – Consulplan)


Considerando-se o contexto, a expressão destacada no segmento “... a
imprensa vem derramando nos ouvidos da sociedade uma verdadeira
enxurrada de denúncias (fundadas ou não)...” tem o sentido corretamente
expresso em
a) série de conflitos.
b) acusações indevidas.
c) revelações indesejadas.
d) abundância de acusações.
e) sequência de inconveniências.

Envelhecer com mel ou fel?

Conheço muitas pessoas que estão envelhecendo mal.


Desconfortavelmente. Com uma infelicidade crua na alma. Estão ficando
velhas, mas não estão ficando sábias. Um rancor cobre-lhes a pele, a escrita e
o gesto. São críticos azedos, aliás estão ficando cítricos sem nenhuma doçura
nas palavras. Estão amargos. Com fel nos olhos.
[...]
Envelhecer deveria ser como planar. Como quem não sofre mais (tanto)
com os inevitáveis atritos. Assim como a nave que sai do desgaste da
atmosfera e vai entrando noutro astral, e vai silente, e vai gastando nenhum-

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quase combustível, flutuando como uma caravela no mar ou uma cápsula no


cosmos.
Os elefantes, por exemplo, envelhecem bem. E olha que é uma tarefa
enorme. Não se queixam do peso dos anos, e nem da ruga do tempo, e,
quando percebem a hora da morte, caminham pausadamente para um certo
lugar – o cemitério dos elefantes, e aí morrem, completamente, com a
grandeza existencial só aos sábios permitida.
Os vinhos envelhecem melhor ainda. Ficam ali nos limites de sua garrafa,
na espessura de seu sabor, na adega do prazer. E vão envelhecendo e
ganhando vida, envelhecendo e sendo amados, e, porque velhos, desejados.
Os vinhos envelhecem densamente. E dão prazer.
O problema da velhice também se dá com certos instrumentos. Não me
refiro aos que enferrujam pelos cantos, mas a um envelhecimento atuante
como o da faca. Nela o corte diário dos dias a vai consumindo. E no entanto,
ela continua afiadíssima, encaixando-se nas mãos da cozinheira como
nenhuma outra faca nova.
Vai ver, a natureza deveria ter feito os homens envelhecerem diferente.
Como as facas, digamos, por desgaste, sim, mas nunca desgastante. Seria
uma suave solução: a gente devia ir se gastando, se gastando, se gastando
até se evaporar. E aí iam perguntar: cadê fulano? E alguém diria: gastou-se,
foi vivendo, vivendo e acabou. Acabou, é claro, sem nenhum gemido ou
resmungo.
[...]
Especialistas vão dizer que envelhece mal o indivíduo que não realizou
suas pulsões eróticas assenciais; que deixou coagulada ou oculta uma grande
parte de seus desejos. Isto é verdade. Parcial porém. Pois não se sabe por que
estranhos caminhos de sublimação, há pessoas que, embora roxas de levar
tanta pancada da vida, têm, contudo, um arco-íris na alma.
Bilac dizia que a gente deveria aprender a envelhecer com as velhas
árvores. Walt Whitman tem um poema onde vai dizendo: “Penso que podia
viver com os animais que são plácidos e bastam-se a si mesmos”.

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Ainda agora tirei os olhos do papel e olhei a natureza em torno. Nunca vi


o sol se queixar no entardecer. Nem a lua chorar quando amanhece.
(Affonso Romano de Sant'anna. Fizemos bem em resistir. Rio de Janeiro: Ed. Rocco,
1984.)

19. (Prefeitura Municipal de Cantagalo – 2013 – Auditor –


Consulplan) Assinale a alternativa em que o sinônimo ou termo equivalente
da palavra sublinhada encontra-se INCORRETO.

a) “Estão amargos.” (1º§) – ressentidos


b) “... animais que são plácidos...” (8º§) – mansos
c) “... com os inevitáveis atritos.” (2º§) – prescindíveis
d) “... estranhos caminhos de sublimação,...” (7º§) – exaltação
e) “Os vinhos envelhecem densamente.” (4º§) – espessamente

Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo dos


consumidores brasileiros que navegam na Internet. E esse é o mote – mais
que o mote, o alerta – que orienta a campanha lançada pelo Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) na última terça-feira, contra o
Projeto de Lei 84/99, que trata de crimes cibernéticos.
A campanha “Consumidores contra o PL Azeredo” pretende chamar a
atenção da sociedade para a ameaça que o PL 84 representa ao direito à
privacidade e liberdade na rede, aos direitos dos consumidores no acesso aos
produtos e serviços e no direito fundamental de acesso à cultura, à informação
e à comunicação.
No Congresso desde 1999, o PL 84/99 segue na Câmara dos Deputados
nos termos do texto substitutivo proposto pelo deputado Eduardo Azeredo
(PSDB-MG). O PL Azeredo tramita em caráter de urgência na Casa e está
prestes a ser votado no início de agosto, quando termina o recesso
parlamentar. Se aprovado, desviando-se de sua pretensa função de combater
os crimes na Internet, o projeto vai instaurar um cenário de vigilância e
monitoramento na rede, restringindo sensivelmente os direitos e liberdades e
criminalizando condutas que são cotidianas dos cidadãos no mundo virtual.
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Para os consumidores, a aprovação do projeto traz consequências


drásticas, especialmente se considerarmos que a Internet é inteiramente
permeada por relações de consumo. Desde a conexão até o acesso a
conteúdos em sites, produtos e serviços via comércio eletrônico, passando pela
utilização de e-mails, plataformas colaborativas e redes sociais, em menor ou
maior grau, tudo é relação de consumo e deve ser entendido na lógica da
defesa dos direitos consagrados pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Há 20 anos, esse mesmo CDC tenta fazer valer um de seus princípios
básicos: a boa-fé. Pressupõe-se que todos são legítimos titulares de direitos e
praticam seus atos cotidianos com base na legalidade, na confiança e no
respeito. Por óbvio, essa premissa é válida também para a Internet. O que o
PL Azeredo faz, no entanto, é inverter essa lógica. No lugar da presunção da
boa-fé, instaura-se a constante suspeita. No lugar do respeito à privacidade
dos dados e informações dos usuários, o projeto determina a sua vigilância
constante, como se a qualquer momento fossem praticar um crime, um ato de
vandalismo, uma atitude ilícita. Para o PL Azeredo, como norma penal que é,
na Internet todos passam a ser suspeitos até que se prove o contrário.
(Guilherme Varella, Carta Capital. 28/07/11)

20. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2011 – Advogado –


Consulplan) Algumas palavras ou expressões assumem sentido conotativo de
acordo com o contexto no qual estão inseridas. Isso ocorre em
a) “... que navegam na Internet.”
b) “... que trata de crimes cibernéticos.”
c) “... traz consequências drásticas,...”
d) “O PL Azeredo tramita em caráter de urgência...”
e) “... criminalizando condutas que são cotidianas...”

A maldição da norma culta

Impossível calcular o estrago que o termo “norma culta” vem causando


nos meios educacionais e, em geral, na cultura brasileira. Enquanto ele não for

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definitivamente jogado no lixo e incinerado, vai ser difícil examinar as relações


entre linguagem e sociedade sob uma ótica serena e bem fundamentada. Por
quanto tempo ainda teremos de viver sob a maldição da norma culta?
Embora alguns linguistas usem esse termo com outros sentidos, a
retumbante maioria das pessoas se refere à norma culta como um modelo
idealizado de língua “certa”, “bonita” e “elegante”, que elas mesmas não
sabem dizer onde, quando nem por quem foi estabelecido, mas que, apesar
disso, merece toda a reverência do mundo, como se fosse uma doutrina
sagrada, ditada pelo próprio Deus a seus profetas. Numa época em que se
questiona tudo, em que se protesta contra toda forma de discriminação, contra
qualquer prescrição no que diz respeito às relações sexuais, às crenças
religiosas, aos modos de se vestir, de viver, de comer, de criar os filhos etc.,
em que a palavra diversidade impera, assim como a exigência de que ela seja
respeitada e valorizada, é espantoso que só o uso da língua permaneça sujeito
a uma regulação restritiva e tacanha. O dogma da infalibilidade papal virou
piada, mas quase ninguém zomba dos dogmas gramaticais (mais velhos que a
religião cristã). Por que os rótulos de “certo” e “errado” são abandonados, e
até ridicularizados, em outras esferas da vida social, mas permanecem vivos e
ativos quando o assunto é língua? Por que ninguém se dá conta de que a
nebulosa norma culta é um produto humano e, portanto, imperfeito, falho e
suscetível de contestação e reformulação?
Impera na cultura ocidental uma concepção de língua tosca e burra, fixada
trezentos anos antes de Cristo. Impregnados dos preconceitos da época, os
primeiros gramáticos repudiaram todo e qualquer uso de língua que não fosse,
primeiro, escrito (a fala, para eles, era um caos completo) e, não bastasse,
escrito por meia dúzia de “grandes autores”, todos mortos. Essa doença torpe
se propagou nos últimos dois milênios e meio, a ponto de se tornar invisível
para quase todo mundo. É com base nesse critério estúpido – a língua escrita
dos “clássicos” – que se fixou, nas diversas nações, o modelo de “língua certa”
que, no Brasil, atende pelo nome infeliz de norma culta. No caso brasileiro, a
coisa é ainda mais cruel porque, fruto de processo colonial, nosso padrão
idiomático se inspira numa língua escrita do outro lado do Atlântico, em outro

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hemisfério, em meados do século XIX. Por isso, não podemos começar frase
com pronome oblíquo, nem usar “ele” como objeto direto (“eu vi ele”), nem
dizer “prefiro mais X do que Y”, nem “o filme que eu gosto”, embora tudo isso
constitua a gramática de uma língua autônoma, o português brasileiro, com
mais de 500 anos de idade e 200 milhões de falantes (a terceira mais falada
no Ocidente)! Até quando, meu pai Oxóssi?
(Marcos Bagno, agosto de 2008 –
http://www.portuguesepoesia.com/?page=cronica&id=107 – com adaptações)

21. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 – Assistente


Administrativo – Consulplan) Assinale a alternativa em que há uma palavra
que, no texto, foi utilizada fora de seu sentido usual.
a) “Essa doença torpe se propagou nos últimos dois milênios e meio...”
(3º§)
b) “... os primeiros gramáticos repudiaram todo e qualquer uso de língua
que não fosse, primeiro, escrito...” (3º§)
c) “Por isso, não podemos começar frase com pronome oblíquo, nem usar
‘ele’ como objeto direto...” (3º§)
d) “Embora alguns linguistas usem esse termo com outros sentidos...”
(2º§)
e) “Numa época em que se questiona tudo, em que se protesta contra
toda forma de discriminação...” (2º§)

As lições do capitão

Normalmente, um naufrágio de grandes proporções mobiliza a atenção do


público em função das mortes que provoca e dos mistérios que cercam o
ocorrido. Com o naufrágio do navio italiano Costa Concórdia foi diferente:
mesmo tendo causado um número pequeno de vítimas fatais, o acidente não
sai do noticiário. O motivo é a incrível performance do capitão Schettino, que
abandonou o navio antes dos passageiros e dos tripulantes, para a estupefação
geral.

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Não deixa de ser uma boa notícia: por remeter a questões relacionadas à
honra, bravura, solidariedade e outras qualidades escassas, tal interesse pode
ser interpretado como um impulso moral coletivo, coisa alentadora nestes
tempos marcados, simultaneamente, por uma grande interconectividade e por
um individualismo exacerbado. E no qual os discursos de uma ética global,
financeira, ambiental ou política perdem-se na retórica e na queda de braço
entre a sociedade civil, o Estado e as corporações: ninguém quer largar o osso,
mas, na hora do naufrágio, todo mundo quer pular primeiro.
Uma coisa é pedir arrego na iminência de um ataque pirata no século XVI.
O barbudo capitão agarra-se a um barril, e, caso sobreviva, abriga-se numa
ilhota caribenha, onde terá tempo e paz para repensar seus atos ou,
simplesmente, dar graças aos céus, no gozo da condição de covarde
consumado. Outra coisa é pular do navio a poucas braçadas da costa, deixando
centenas de semelhantes à própria sorte.
O dever, imputado a um capitão, de ser o último a deixar o navio, é velho,
remonta às navegações da antiguidade clássica, mas é até hoje usado, não
apenas nas leis de navegação, mas como metáfora na análise de atitudes
várias nas relações sociais. No âmbito das empresas, por exemplo: o gerente
recém-empossado que, diante da crise de seu departamento, ou de sua
própria inépcia, deixa seus comandados na mão e corre para a primeira oferta
de emprego, é hoje figurinha fácil, sobretudo nos meios de experimentação
tecnológica. Faz-nos pensar, também, no quanto o ensimesmamento
psicológico, em paradoxal anteposição à eclosão geométrica de redes sociais,
se torna a regra de ouro numa era que se quer avançada e inventiva.
(Arnaldo Bloch. Jornal O Globo, 21.01.12 / adaptado)

22. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 – Bibliotecário –


Consulplan) Na expressão “largar o osso” utilizada no texto, observa-se o uso
da conotação. Assinale a alternativa em que esse recurso também é utilizado.
a) O sol brilhou no céu durante o dia.
b) O navio afundou perto da costa.
c) O rei tinha um coração de pedra.

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d) Ninguém quer perder seus direitos.


e) Ossos de dinossauros foram encontrados no local.

23. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 – Bibliotecário –


CONSULPLAN) A metáfora é uma figura de linguagem citada no texto.
Assinale a alternativa que apresenta uma característica da referida figura.
a) Produção do efeito de exagero.
b) Comparação subentendida de universos distintos.
c) Estabelecimento de relação de causa e consequência.
d) Identificação de ideias contraditórias.
e) Repetição de ideias.

Tirinha base para as duas próximas questões:

(BROWNE, Dik. O melhor de Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2007. v. 4, pág. 91)

24. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento –


Consulplan) O humor da tira baseia-se no fato de que
a) Eddie sortudo não dá atenção ao que Hagar lhe diz.
b) Eddie sortudo usa a palavra “pão” em seu sentido próprio.
c) Hagar, 2º personagem, fala ironicamente no 1º quadrinho.
d) no 2º quadrinho apenas Eddie sortudo expressa suas ideias.
e) no 2º quadrinho não há compreensão do que diz Eddie sortudo.

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25. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento –


Consulplan) Na frase “o homem não vive só de pão”, as palavras “homem” e
“pão” são entendidas pelo personagem Hagar da seguinte forma
a) Hagar, o horrível / almoço, refeição.
b) o gênero humano / alimento, materialismo.
c) Eddie sortudo / alimento assado, saudável.
d) um determinado homem / lanche nutricional.
e) um homem especial / fruto do trabalho.

O aluno depende demais do Google

Para o historiador, o desafio é educar a nova geração a usar a “máquina”


chamada livro.
Ele é um rato de biblioteca. Robert Darnton ama os livros. Especialmente
se forem antigos, com mais de 200 anos. Darnton é um dos maiores
historiadores americanos. Por quatro décadas, explorou os meandros das
grandes bibliotecas da Europa à caça de volumes perdidos de romances
amorais do Antigo Regime ou da única cópia de um folhetim subversivo da
França pré-revolucionária. Darnton, de 69 anos, se aposentou da Universidade
Princeton em 2007 e assumiu a direção da Biblioteca da Universidade Harvard.
Tomou a missão de digitalizar e tornar acessível gratuitamente pela Internet o
conjunto da produção intelectual de Harvard. Defensor da nova tecnologia,
Darnton detecta nos alunos a perda de intimidade com uma tecnologia mais
antiga – o livro.

ÉPOCA – O livro tem futuro?

Robert Darnton – O livro é uma grande invenção. É agradável de


manusear e ler. Não desaparecerá. Mas crianças e adolescentes têm hoje
pouco contato com ele. Sua fonte de entretenimento é o computador. Os
jovens são fascinados pelas pequenas doses de informação a que têm acesso
pelos diferentes tipos de máquina e não desenvolvem o hábito das longas

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horas de leitura. Para eles, o livro é menos convidativo, confortável e familiar


que para nós. Isso me preocupa. Creio que veremos surgir diversas formas de
leitura e toda uma variedade de meios de comunicação. Os livros acadêmicos
serão híbridos, publicados em parte na forma convencional, em parte online,
com dados, links e material suplementar em áudio, vídeo e imagem. No caso
dos livros de não ficção, que escrevo para o público leigo, acho ótimo poder
exibir aspectos do passado graças à nova tecnologia.

ÉPOCA – Seus alunos ainda leem livros?

Robert Darnton – Meus alunos em Harvard são ávidos pela leitura. Mas
não conhecem suas convenções, não sabem usar uma biblioteca, não sabem
fazer pesquisas nem acompanhar as notas de rodapé. Eles dependem demais
do Google. Ele é uma ferramenta fantástica, mas não é adequada para
oferecer ao leitor o tipo de experiência, de degustação, que só o livro
possibilita, como quando usamos o sumário para nos orientar ou folheamos
capítulos aleatoriamente. O Google não permite isso. Haverá uma perda se
dependermos demais desses mecanismos. Nesse sentido, sou pessimista.
Devemos educar a nova geração a usar essa “máquina”, o livro, do modo
como foi criada para ser usada.
(Época, nº 537, São Paulo, 01/09/2008. Adaptado.)

26. (Prefeitura Municipal de Cascavel – 2014 – Técnico em


Edificações – CONSULPLAN) O 1º§ do texto é introduzido pela frase “Ele é
um rato de biblioteca.”, cujo sentido possui um aspecto
a) denotativo, apontando uma das principais características do
entrevistado.
b) conotativo, por ter a função de representar o valor da biblioteca para
aquisição do conhecimento.
c) denotativo, pois, por ter a função de introduzir o parágrafo, fornece
informações sobre quem é o entrevistado.

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d) indicativo de sentido figurado, expressando a dificuldade do


entrevistado em lidar com bibliotecas de modo geral.
e) conotativo, pois “rato” sugere mais que o objeto designado, sendo tal
sentido confirmado pelas informações do parágrafo.

É preciso aperfeiçoar a Lei Seca

Embora não tenha sido capaz de atender às generosas expectativas


anunciadas no momento em que foi aprovada pelo Congresso, os números
oficiais comprovam que a Lei Seca ajuda a reduzir o desperdício de vidas
humanas. Contando indenizações por morte pagas às famílias de vítimas de
acidentes fatais, um levantamento do Departamento Nacional de Trânsito
mostra que, em 2007, quando a legislação ainda não entrara em vigor, morria
uma pessoa a cada 742 veículos. Em 2009, o último ano para o qual todos os
dados estão disponíveis e o segundo da Lei Seca, morria uma pessoa para
cada 1.119 veículos.
Embora esses resultados não possam ser considerados civilizados, é bom
advertir que eles podem piorar. A Lei Seca já nasceu com uma ambiguidade.
Com base no princípio constitucional de que ninguém é obrigado a produzir
provas contra si mesmo, nenhum motorista pode ser forçado a fazer o teste do
bafômetro nem submeter-se contra a vontade a um exame de sangue para
comprovar o nível de álcool no organismo.
Em hora oportuna, o governo federal e os parlamentares debatem ideias
para aperfeiçoar a Lei Seca. É uma preocupação correta.
(Época, 9 de abril de 2012)

27. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 - Auxiliar Fiscal de


Obras Públicas – Consulplan) A palavra “desperdício”, no texto, significa
a) estrago.
b) insensatez.
c) desordem.
d) produtividade.

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e) extravagante.

28. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 - Auxiliar Fiscal de


Obras Públicas – Consulplan) “Em hora oportuna, o governo federal e os
parlamentares debatem ideias para aperfeiçoar a Lei Seca.” A palavra
destacada pode ser substituída sem alteração de sentido por
a) aperfeiçoam.
b) desperdiçam.
c) excedem.
d) discutem.
e) delineiam.

29. (Prefeitura Municipal de Uberlândia – 2012 - Auxiliar Fiscal de


Obras Públicas – Consulplan) “A Lei Seca já nasceu com uma
ambiguidade”. Isso significa que
a) ela não tem o direito de interferir na liberdade do indivíduo.
b) é baseada em princípios constitucionais.
c) o número de mortes no trânsito tem diminuído.
d) a lei apresenta resultados civilizados.
e) a lei apresenta mais de um sentido, dúvida.

POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2008-2009: mais de


90% da população comem poucas frutas, legumes e verduras

O consumo alimentar da população brasileira combina a tradicional dieta à


base de arroz e feijão com alimentos com poucos nutrientes e muitas calorias.
A ingestão diária de frutas, legumes e verduras está abaixo dos níveis
recomendados pelo Ministério da Saúde (400g) para mais de 90% da
população. Já as bebidas com adição de açúcar (sucos, refrescos e
refrigerantes) têm consumo elevado, especialmente entre os adolescentes, que
ingerem o dobro da quantidade registrada para adultos e idosos, além de

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apresentarem alta frequência de consumo de biscoitos, linguiças, salsichas,


mortadelas, sanduíches e salgados e uma menor ingestão de feijão, saladas e
verduras.
A ingestão de alguns componentes de uma dieta saudável, como arroz,
feijão, peixe fresco e farinha de mandioca, diminui à medida que aumenta o
rendimento familiar per capita. Já o consumo de pizzas, salgados fritos, doces
e refrigerantes se eleva. A ingestão de frutas, verduras e laticínios diet/light
também aumenta com a renda.
Na área rural, as médias de consumo individual diário foram maiores para
arroz, feijão, peixe fresco, batata-doce, farinha de mandioca e manga, entre
outros. Já na área urbana, destacaram-se refrigerantes, pães, cervejas, pizzas
e biscoitos recheados.
O consumo médio de calorias fora do domicílio correspondeu a
aproximadamente 16% da ingestão calórica total e foi maior nas áreas
urbanas, na região Sudeste, entre os homens e para indivíduos na faixa de
renda familiar per capita mais elevada.
Entre as prevalências de inadequação de consumo (percentuais de
pessoas que ingerem determinado nutriente em níveis abaixo das
necessidades diárias ou acima do limite recomendado) destacam-se o excesso
de gorduras saturadas e açúcar (82% e 61% da população, respectivamente)
e escassez de fibras (68% da população).
(http://www.ibge.gov.br / com adaptações)

30. (IBGE – 2011 - Agente de Pesquisas e Mapeamento –


Consulplan) Assinale a alternativa que apresenta o antônimo da palavra em
destaque no trecho do texto “... abaixo dos níveis recomendados pelo
Ministério da Saúde...”.
a) Advertidos.
b) Preconizados.
c) Desaconselhados.
d) Suportados.
e) Compartilhados.

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Medo da eternidade

Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.


Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo
em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou
bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar:
com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a
escola me explicou:
– Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura
a vida inteira.
– Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.
– Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias
de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava
o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu
que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira,
para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-
de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do
qual já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal pondo o
chicle na boca.
– E agora que é que eu faço? – Perguntei para não errar no ritual que
certamente deveria haver.
– Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que
passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos
que você perca, eu já perdi vários.
Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E,
ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
– Acabou-se o docinho. E agora?
– Agora mastigue para sempre.

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Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve


tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de
nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não
estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma
espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me
dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um
jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
– Olha só o que me aconteceu! – Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
– Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
– Já lhe disse – repetiu minha irmã – que ela não acaba nunca. Mas a
gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não
engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe
dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã,
envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por
acaso.
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
(Clarice Lispector. In: SANTOS, J. F. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2007.)

31. (Prefeitura Municipal de Cascavel – 2014 – Analista de Tributos


– Consulplan) “No texto de Clarice Lispector, o chicle atua como um(a)
_________________ da/para eternidade.” Assinale a alternativa que completa
corretamente a afirmativa anterior.
a) metáfora
b) metonímia
c) eufemismo
d) comparação
e) prosopopeia

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32. (TRE/MG – 2015 – Técnico Judiciário – Consulplan) Analise os


trechos I e II a seguir.

I. “Segundo a Constituição Federal, em seu artigo 14, o voto é facultativo


para os analfabetos, aos maiores de 70 anos e para os maiores de 16 anos e
menores de 18 anos." (6º§)
II. “É obrigatório para os cidadãos entre 18 e 70 anos, sendo necessário
justificar a ausência em qualquer seção eleitoral, no dia da eleição, sob pena
de multa." (6º§)

Os trechos anteriores compõem uma cadeia de referência que é quando


em um texto há um ou mais fragmentos textuais sem referência autônoma,
cuja interpretação depende do valor referencial em um processo de
catáfora, anáfora ou elipse. Ao analisar a cadeia de referência dos trechos I e
II, verifica-se que
a) o termo anafórico “a eleição" no trecho II retoma o valor referencial
do antecedente “o voto".
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b) a interpretação referencial do termo “Constituição" do trecho I


depende da sua relação anafórica com o termo “o voto".
c) a catáfora expressa no sujeito do trecho II deve ser interpretada
elipticamente, pois retoma o valor referencial do antecedente “o voto".
d) há elipse do sujeito do trecho II, mas esse sujeito continua a ser
interpretado anaforicamente, por retomada do valor referencial do antecedente
“o voto".

33. (TRE/MG – 2015 – Técnico Judiciário – Consulplan) O significado


mais adequado para a palavra “nefanda”, no contexto apresentado, é
a) tirânica.
b) extensa.
c) execrável.
d) complexa.

34. (TRE/MG – 2015 – Técnico Judiciário – Consulplan) No trecho


“(...) que lhe ornasse o dedo anular." (1º§), o termo destacado refere-se a
a) antiquário.
b) peça usada.
c) dedo anular.
d) cientista ambiental.

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Eles são uma gracinha, alegram a casa e, para muita gente, são
companhia indispensável. Mas há também quem não tem paciência, parte para
a agressão e até enfrenta a lei por causa disso – quem não lembra do caso da
enfermeira que agrediu até a morte um pequeno cão de raça yorkshire? A
diferença é que, se antigamente as pessoa ficavam indiferentes, hoje elas
exercem sua cidadania e denunciam.
Mas ao contrário do que muita gente pensa, não existem direitos
específicos para os animais de estimação. Como parte do meio ambiente eles
têm proteção garantida contra práticas que os submetem à crueldade.
Entretanto esses direitos nem sempre são respeitados e, ainda, cabe a sua
regulamentação. E no direito brasileiro um animal é considerado uma coisa
difícil de entender pois “coisa” dá uma ideia de algo inanimado, mas talvez
seja pelo fato de um animal não possuir personalidade jurídica, não
respondendo assim pelos seus atos. Então, juridicamente falando, para que o
animal tenha o seu direito exercido, é necessário que alguém responda por ele,
por isso cabe ao dono o dever de guarda ou controle. Em outras palavras se
queremos que os animais de estimação sejam respeitados, nós é que devemos
fazer nossa parte.
(Dinheiro & Direitos. Nº 48. Fev. 2014. p. 8-9 . Adaptado.)

35. (TRE/MG – 2015 – Técnico Judiciário – Consulplan) No trecho


“Eles são uma gracinha, alegram a casa e, para muita gente, são companhia
indispensável” (1º§), o pronome refere-se a
a) cães.
b) yorkshires.
c) animais de estimação.
d) companhia indispensável.

A bola e o livro

A má distribuição de renda no país, os megapatrocínios, a idolatria


constante na nossa cultura fazem surgir pessoas despreparadas para o uso de

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tanto dinheiro, enquanto escolas despencam, hospitais deixam de atender ao


mais simples diagnóstico, aposentados choram pelo minguado aumento. Até
quando isto vai continuar? A sociedade já não suporta ver estes “ídolos” na
mídia. Por que os salários não são igualitários? Por que se concedem altos
aumentos na política? Por que alguns artistas ganham a peso de ouro? Por que
jogadores ganham tanto dinheiro e poder sem ter ficado nos bancos escolares?
Por que tanto interesse das empresas em patrocinar estes jogadores? Será que
uma bola é mais valiosa que um livro?
(Maria Marta Nascimento Cardoso – Rio In Carta dos Leitores, O Globo 11/07/2010)

36. (TRE/MG – 2015 – Técnico Judiciário – Consulplan) Há sentido


conotativo na seguinte alternativa:
a) “Será que uma bola é mais valiosa que um livro?”
b) “... aposentados choram pelo minguado aumento.”
c) “Por que se concedem altos aumentos na política?”
d) “... hospitais deixam de atender ao mais simples diagnóstico...”
e) “Por que os salários não são igualitários?”

As desigualdades e a questão social

Há processos estruturais que estão na base das desigualdades e


antagonismos que constituem a questão social. Dentre esses processos, alguns
podem ser lembrados agora. O desenvolvimento extensivo e intensivo do
capitalismo, na cidade e no campo, provoca os mais diversos movimentos de
trabalhadores, compreendendo indivíduos, famílias, grupos e amplos
contingentes. As migrações internas atravessam os campos e as cidades, as
regiões e as nações. Movimentam trabalhadores em busca de terra, trabalho,
condições de vida, garantias, direitos. A industrialização e a urbanização
expandem se de modo contínuo, por fluxos e refluxos, ou surtos. Assim como
ocorre a metropolização dos maiores centros urbano industriais, também
ocorre a abertura e reabertura das fronteiras. Os surtos de atividades
agrícolas, pecuárias, extrativas, mineradoras e industriais, ao longo das várias

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repúblicas, assinalam os mais diversos momentos de populações e negócios,


de fatores econômicos ou forças produtivas. As crescentes diversidades sociais
estão acompanhadas de crescentes desigualdades sociais. Criam se e
recriam se as condições de mobilidade social horizontal e vertical,
simultaneamente às desigualdades e aos antagonismos. Esse é o contexto em
que o emprego, desemprego, subemprego e pauperismo se tornam realidade
cotidiana para muitos trabalhadores. As reivindicações, protestos e greves
expressam algo deste contexto. Também os movimentos sociais, sindicatos e
partidos revelam dimensões da complexidade crescente do jogo das forças
sociais que se expandem com os desenvolvimentos extensivos e intensivos do
capitalismo na cidade e no campo. [...]
Aos poucos, a história da sociedade parece movimentada por um vasto
contingente de operários agrícolas e urbanos, camponeses, empregados e
funcionários. São brancos, mulatos, negros, caboclos, índios, japoneses e
outros. Conforme a época e o lugar, a questão social mescla aspectos raciais,
regionais e culturais, juntamente com os econômicos e políticos. Isto é, o
tecido da questão social mescla desigualdades e antagonismos de significação
estrutural.
(IANNI, Octavio. Pensamento social no Brasil. Bauru: Edusc, 2004. (com adaptações).)

37. (Combatentes – Oficiais/2016 - Corpo de Bombeiros Militar/PA


– CONSULPLAN) Em um texto, alguns elementos são empregados para que
haja articulação entre os enunciados de tal modo que retomam referentes em
um texto. Em “Dentre esses processos, alguns podem ser lembrados agora.”
(1º§) o termo “esses” é empregado com tal propósito, estabelecendo uma
relação com o que já foi expresso no texto. Dentre os elementos destacados a
seguir, pode ser visto como exemplo do mesmo emprego:
A) “As reivindicações, protestos e greves expressam algo deste contexto.”
(1º§)
B) “A industrialização e a urbanização expandem se de modo contínuo,
por fluxos e refluxos, ou surtos.” (1º§)

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C) “[...] provoca os mais diversos movimentos de trabalhadores,


compreendendo indivíduos, famílias, [...]” (1º§)
D) “Esse é o contexto em que o emprego, desemprego, subemprego e
pauperismo se tornam realidade [...]” (1º§)
E) “Os surtos de atividades agrícolas, pecuárias, extrativas, mineradoras e
industriais, ao longo das várias repúblicas, [...]” (1º§)

38. (Combatentes – Oficiais/2016 - Corpo de Bombeiros Militar/PA


– CONSULPLAN) No texto ocorre a expressão da opinião do autor sobre o
assunto tratado. Tal opinião – tese – pode ser identificada em:
A) “As migrações internas atravessam os campos e as cidades, as regiões
e as nações.” (1º§)
B) “As crescentes diversidades sociais estão acompanhadas de crescentes
desigualdades sociais.” (1º§)
C) “A industrialização e a urbanização expandem se de modo contínuo,
por fluxos e refluxos, ou surtos.” (1º§)
D) “Esse é o contexto em que o emprego, desemprego, subemprego e
pauperismo se tornam realidade cotidiana para muitos trabalhadores.” (1º§)
E) “O desenvolvimento extensivo e intensivo do capitalismo, na cidade e
no campo, provoca os mais diversos movimentos de trabalhadores [...]” (1º§)

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1. D 14. B 27. A
2. C 15. D 28. F
3. A 16. A 29. E
4. B 17. B 30. C
5. A 18. D 31. A
6. C 19. C 32. D
7. B 20. A 33. C
8. C 21. A 34. D
9. C 22. C 35. E
10. A 23. B 36. B
11. D 24. B 37. D
12. C 25. B 38. B
13. A 26. E

O MEU ATÉ BREVE

Chegamos ao final da nossa primeira aula! Espero que tenham gostado!


No caso de qualquer dúvida, já sabem, entrem em contato comigo!

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Abraços, até breve!!!


Rafaela Freitas.

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