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ENEM
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
VOLUME 1
1 ENEM - VOL.1
Apostila Digital Licenciada para Lais Ferreira Duarte - ferreiralais095@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
APOSTILAS OPÇÃO
O primeiro regente foi o Padre Diogo Antônio Feijó , que notabilizou-se a chamada fase de consolidação, que se estende de 1840 a 1850.
por ser um governo de inspirações liberais, porém, devido às pressões As lutas internas são pacificadas, o café inicia a sua expansão, a tarifa
políticas e sociais, teve que renunciar. O governo de caráter liberal caiu Alves Branco permite a Era Mauá.
para dar lugar ao do conservador Araújo Lima, que centralizou o poder em o chamado apogeu do Império, um período marcado por grande
suas mãos, sendo atacado veementemente pelos liberais, que só tomaram estabilidade política, quando de 1849 até 1889 não aconteceu no Brasil
o poder devido ao golpe da maioridade. Destacam-se neste período a nenhuma revolução, algo inédito no mundo: 50 anos de paz interna em um
instabilidade política e a atuação do tutor José Bonifácio, que garantiu o país, permitida pelo sistema parlamentarista,(o parlamentarismo às aves-
trono para D. Pedro II. sas) e pela política de troca de favores. Em termos de Relações Internaci-
Teve início neste período a Revolução Farroupilha, em que os gaú- onais, o período é marcado pela Questão Christie e pela Guerra do Para-
chos revoltaram-se contra a política interna do Império, e declararam a guai.
República Piratini. Também neste período ocorreram a Cabanada, de o chamado declínio do Império, marcado pela Questão Militar, pela
Alagoas e Pernambuco; a Cabanagem, do Pará; a revolta dos Malês e a Questão Religiosa, pelas lutas abolicionistas e pelo movimento republica-
Sabinada, na Bahia; e a Balaiada, no Maranhão. no, que conduzem ao fim do regime monárquico.
Segundo reinado Libertação dos escravos
O Segundo Reinado teve início com o Golpe da Maioridade (1840), Os primeiros movimentos contra a escravidão foram feitos pelos missi-
que elevou D. Pedro II ao trono, antes dos 18 anos, com 15 anos. A eco- onários jesuítas, que combateram a escravização dos indígenas mas
nomia, que teve como base principal a agricultura – tornando-se o café o toleraram a dos africanos. O fim gradual do tráfico negreiro foi decidido, no
principal produto exportador do Brasil durante o reinado de Pedro II, em Congresso de Viena, em 1815. Desde 1810, a Inglaterra fez uma série de
substituição à cana-de-açúcar –, apresentou uma expansão de 900%.A exigências a Portugal, e passou, a partir de 1845, a reprimir violentamente
falta de mão-de-obra, na época chamada de "falta de braços para a lavou- o tráfico internacional de escrvos, amparada na lei inglessa chamada Lei
ra", em consequência da libertação dos escravos foi solucionada com a Aberdeen. Em 1850, a Lei Eusébio de Queirós aboliu o tráfico internacional
atração de centenas de milhares de imigrantes, em sua maioria italianos, de escravos no Brasil.
portugueses e alemães.O que fez o país desenvolver uma base industrial e
começar a expandir-se para o interior. Em 1871, o Parlamento Brasileiro aprovou e a Princesa Isabel sancio-
nou a Lei 2.040, conhecida como Lei Rio Branco ouLei do Ventre Livre,
Nesse período, foi construída uma ampla rede ferroviária, sendo o determinando que todos os filhos de escravos nascidos desde então seri-
Brasil o segundo país latino-americano a implantar este tipo de transporte, am livres a partir dos 21 anos.
e, durante a Guerra do Paraguai, foi possuidor da quarta maior marinha de
guerra do mundo. A mão-de-obra escrava, por pressão interna de oligar- Em 28 de setembro de 1885, promulgou-se uma outra lei, a Lei dos
quias paulistas, mineiras e fluminenses, manteve-se vigente até o ano de Sexagenários (Lei Saraiva–Cotegipe) que determinava a "extinção gradual
1888, quando caiu na ilegalidade pela Lei Áurea. Entretanto, havia-se do elemento servil" e criava fundos para a indenização dos proprietários de
encetado um gradual processo de decadência em 1850, ano do fim do escravos e determinava que escravos a partir de 60 anos poderiam ser
tráfico negreiro, por pressão da Inglaterra, além de que o Imperador era livres. Assim, com estas duas leis (Ventre Livre e Sexagenários), a aboli-
contra a escravidão, pela opção dos produtores de café paulistas que ção dos escravos seria gradativa, com os escravos sendo libertos ao
preferiam a mão de obra assalariada dos imigrantes europeus, pela malária atingirem a idade de 60 anos.
que dizimou a população escrava naquela época e pela guerra do Paraguai
Em 1880, fora criada a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão que,
quando os negros que dela participaram foram alforriados.
juntamente com a Associação Central Abolicionista e outras organizações,
A partir de 1870, assistiu-se ao crescimento dos movimentos republi- passou a ser conhecida pela Confederação Abolicionista] liderada por José
canos no Brasil. Em 1889, um golpe militar tirou o cargo de primeiro- do Patrocínio, filho de uma escrava negra com um padre. Em 1884, os
Durante a Primeira República, a economia brasileira permanece cen- DIVERSIFICAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES
trada na produção cafeeira, mas avança o processo de modernização e Em seus melhores momentos, o café representa 70% do total das ex-
diversificação das atividades econômicas. No final do século XIX, os enge- portaçõesdo país, mas outros produtos agrícolas ganham importância na
nhos nordestinos modernizam-se com a instalação de usinas mecanizadas. pauta de exportações a partir do final do século XIX. Os principais são a
No sul do país, as pequenas propriedades de colonização estrangeira borracha - ver foto ao lado -, nativa da Amazônia, e o cacau, plantado na
aumentam sua participação no mercado interno e externo, com núcleos Bahia. A explosão das vendas desses produtos promove um surto de
econômicos exportadores de charque e erva-mate. Na região Amazônica progresso nessas regiões.
intensifica-se a exploração da borracha, valorizada pela nascente indústria
automobilística. A indústria brasileira também cresce com capitais vindos Apogeu da borracha – Os preços do látex extraído das seringueiras
da cafeicultura ou estrangeiros, e expandem-se os organismos de crédito. da Amazônia (Hevea brasilienses) explodem com a invenção do pneumáti-
No início do século, empresas estrangeiras instaladas no país, como a co e a expansão da indústria automobilística nos Estados Unidos. A produ-
anglo-canadense Light & Power e a norte-americana Bond and Share, ção brasileira cresce rapidamente e, em 1907, a borracha já é responsável
ampliam os serviços urbanos de água, luz e transportes. por 23% do valor das exportações brasileiras. O recorde ocorre em 1912,
quando são exportadas 42 mil toneladas de borracha. A partir de 1910, no
POLÍTICA ECONÔMICA entanto, holandeses e ingleses desenvolvem plantações planejadas e com
A valorização do café, a emissão de moedas e a inflação são as ques- grande produtividade na Indonésia, Ceilão e Malásia. Em 1919 a borracha
tões centrais da política econômica da Primeira República. A escassez de asiática já inunda o mercado internacional: das 423 mil toneladas comer-
moeda, um problema que surge com a abolição da escravatura e com a cializadas, apenas 34 mil toneladas são brasileiras. A produção da Amazô-
imigração, torna-se aguda com o crescimento do trabalho assalariado no nia definha e toda a região entra em decadência.
campo e na cidade. Em janeiro de 1890, Rui Barbosa, ministro da Fazenda Cultivo do cacau – No final do século XIX a demanda europeia e nor-
do governo provisório de Deodoro da Fonseca, tenta resolver o problema te-americana pelo cacau torna seu plantio lucrativo. O cultivo desenvolve-
adotando uma política emissionista, a primeira do país, chamada de enci- se na região de Ilhéus, no sul da Bahia, onde o solo e o clima são ideais,
lhamento. Mais tarde, no governo de Campos Sales, a superprodução do há terras virgens em abundância e mão-de-obra barata. A produção atinge
café dá início à política de desvalorização da moeda nacional, num proces- seu pico em 1900, quando o Brasil vende 13 mil toneladas de cacau e
so de socialização das perdas dos cafeicultores. firma-se como o maior exportador mundial. Nos anos seguintes, os ingle-
Encilhamento – A política monetária de Rui Barbosa fica conhecida ses instalados na Costa do Ouro, África, passam a dominar o mercado.
como encilhamento, uma alusão ao lugar do hipódromo onde são feitas as INDUSTRIALIZAÇÃO
apostas nos cavalos. O país é dividido em quatro zonas – Bahia, Rio de
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul – e um banco emissor é instalado A riqueza acumulada com o café dinamiza o mercado consumidor e es-
em cada uma. Seu objetivo é atender às novas necessidades financeiras, timula o desenvolvimento industrial. Em 1910 o Brasil possui cerca de
expandir o crédito e estimular a criação de novas empresas nessas regi- 3.500 indústrias. Dez anos mais tarde já são 13 mil estabelecimentos
ões. O resultado, porém, é desastroso. A emissão de moedas sem controle industriais. Destes, 5.936 surgem entre 1915 e 1919, em consequência das
acelera a inflação, que chega aos 115%. Proliferam também as atividades dificuldades de importação durante a 1a Guerra e da política de incentivo à
especulativas: empresas fantasmas com grandes planos irrealizáveis industrialização dos governos republicanos. Em 1924, o país produz 99%
supervalorizam suas ações na Bolsa de Valores em uma orgia especulativa dos sapatos consumidos internamente, 90% dos móveis e 86% dos têxteis.
que faz surgir grandes fortunas da noite para o dia. A indústria de alimentação é a que mais cresce nas primeiras décadas da
República e chega a representar 40% dos estabelecimentos industriais do
Desvalorização da moeda – No final do século XIX, a alta do preço do país.
caféno mercado internacional estimula a expansão da lavoura no país. O
resultado é uma superprodução e, em consequência, a queda dos preços Presença do capital estrangeiro – No início do século XX o capital es-
nos mercados consumidores. Em 1893 uma saca de 60 quilos vale 4,09 trangeiro amplia sua presença no Brasil, principalmente o norte-americano.
libras-ouro. Seis anos depois, em 1899, o preço cai para 1,48 libra-ouro. O A indústria da carne é dominada pelos frigoríficos Wilson, Armour, Swift e
Com a deposição de Vargas em 29 de outubro de 1945, José Linhares, Trabalhismo – O nacionalismo varguista faz crescer a oposição e o
presidente do Supremo Tribunal Federal, assume interinamente a Presi- presidente aproxima-se do trabalhismo. Em dezembro de 1951 assina nova
dência e governa até 31 de janeiro de 1946. Entrega o poder ao general lei do salário mínimo. No ano seguinte cria a Carteira de Acidentes do
Eurico Gaspar Dutra, eleito pelo voto direto pelo PSD e PTB em 2 de Trabalho e outros benefícios, como o adicional de insalubridade. Em junho
dezembro de 1945. de 1953 nomeia João Goulart, conhecido como Jango, para ministro do
Trabalho com a missão de reorganizar a estrutura sindical, tornando-a
GOVERNO DUTRA ainda mais ligada à máquina do governo. Em 1o de maio de 1954 aumenta
em 100% o salário mínimo, que mantinha o mesmo valor desde 1943.
Eurico Gaspar Dutra governa de 1946 até o final de seu mandato, em
31 de janeiro de 1951. O início de seu governo é marcado por mais de 60 Conspiração contra Vargas – Em 1954 políticos da UDN, boa parte
greves e intensa repressão ao movimento operário. Dutra congela o salário dos militares e da grande imprensa conspiram abertamente pela deposição
mínimo, fecha a Confederação Geral dos Trabalhadores e intervém em 143 do presidente. A crise se agrava com a tentativa de assassinato do jornalis-
sindicatos. Conservador, proíbe o jogo e ordena o fechamento dos cassi- ta da UDN Carlos Lacerda, dono do jornal Tribuna da Imprensa e um dos
nos. No plano internacional alinha-se com a política norte-americana da mais ácidos opositores ao governo. Lacerda fica apenas ferido, mas o
Guerra Fria. Rompe relações diplomáticas com a União Soviética, decreta major da Aeronáutica Rubens Vaz morre. Gregório Fortunato, chefe da
novamente a ilegalidade do PCB e cassa o mandato de seus representan- segurança pessoal de Vargas, é acusado e preso como mandante do crime
tes. Em 6 de agosto de 1947 é fundado o Partido Socialista Brasileiro (e depois assassinado na prisão). Em 23 de agosto, 27 generais exigem a
(PSB) a partir de uma dissidência da UDN, a Esquerda Democrática. renúncia do presidente em um manifesto à nação.
Constituição de 1946 – A Assembleia Constituinte é instalada em 5 de Atentado a Carlos Lacerda
fevereiro de 1946 e encerra seus trabalhos em 18 de agosto de 1946. A
nova Constituição devolve a autonomia dos Estados e municípios e resta- Suicídio – Na manhã de 24 de agosto de 1954 Vargassuicida-se. Seu
belece a independência dos três poderes. Permite a liberdade de organiza- último ato político é uma carta-testamento : "Eu vos dei a minha vida.
ção e expressão, estende o direito de voto às mulheres, restabelece os Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primei-
direitos individuais e extingue a pena de morte. Mantém a estrutura sindical ro passo no caminho da eternidade. Saio da vida para entrar na História".
atrelada ao Estado e as restrições ao direito de greve. No Rio de Janeiro a reação popular é violenta: chorando, populares saem
às ruas, empastelam vários jornais de oposição, atacam a embaixada dos
Eurico Gaspar Dutra (1889-1974) nasce em Cuiabá e faz carreira mili- EUA e muitos políticos udenistas, entre eles Lacerda, têm de se esconder.
tar. Em 1908 é desligado junto com toda sua turma da Escola Militar de Os conflitos são contidos pelas Forças Armadas.
Porto Alegre pelo apoio à Revolta da Vacina. Anistiado, ingressa na Escola
Militar de Realengo, no Rio de Janeiro. Atinge o posto de general em 1932, Carlos Frederico Werneck de Lacerda - ver foto ao lado - (1914-
depois de comandar um destacamento contra a Revolução Constituciona- 1977) ingressa na política como militante da juventude comunista e, mais
lista em São Paulo. Em 1933 comanda a repressão à Intentona Comunista. tarde, torna-se um dos mais combativos e polêmicos líderes conservadores
No ano seguinte assume o Ministério da Guerra e garante o apoio das do país. Conquista projeção política através da coluna Tribuna da Imprensa
Forças Armadas ao golpe de Getúlio Vargas, em 1937, e ao Estado Novo. no jornal Correio da Manhã. Em 1947, elege-se vereador do Distrito Fede-
No cargo de ministro é responsável pela construção da Escola Militar de ral e funda o jornal Tribuna da Imprensa. Faz oposição permanente e
Juscelino Kubitschek assume em 31 de janeiro de 1956 e governa até o Jânio assume em 31 de janeiro de 1961 e renuncia sete meses depois,
final de seu mandato, em 31 de janeiro de 1961. Sua candidatura e a do em 25 de agosto. Herda de JK um país em acelerado processo de concen-
vice João Goulart são apoiadas pelo PSD e pelo PTB. Obtêm 36% dos tração de renda e inflação galopante. Adota uma política de austeridade
votos, 500 mil a mais que o candidato da UDN, Juarez Távora, e 700 mil a econômica ditada pelo FMI: restringe o crédito e congela salários. Com
mais que o terceiro colocado, Ademar de Barros – fato considerado uma isso, obtém novos empréstimos, mas desagrada ao movimento popular e
vitória das forças getulistas. A UDN alia-se a uma organização de direita, a aos empresários. No plano externo, exerce uma política não-alinhada.
Cruzada Brasileira Anticomunista, e tenta impedir a posse dos eleitos Apoia Fidel Castro diante da tentativa fracassada de invasão da baía dos
alegando que eles não obtiveram maioria absoluta nas eleições. A posse é Porcos pelos norte-americanos. Em 18 de agosto de 1961 condecora o
garantida pelo ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott. ministro da Indústria de Cuba, Ernesto "Che" Guevara, com a Ordem
Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta comenda brasileira.
Plano de Metas – Com o slogan "Cinquenta anos em cinco", o Plano
Nacional de Desenvolvimento, conhecido como Plano de Metas, estimula o Renúncia – Dia 24 de agosto de 1961, Carlos Lacerda, governador da
crescimento e diversificação da economia. Juscelino investe na indústria de Guanabara, denuncia pela TV que Jânio Quadros estaria articulando um
base, na agricultura, melhora a educação, os transportes, o fornecimento golpe de estado. No dia seguinte, o presidente surpreende a nação: em
de energia e transfere a capital do país para o Planalto Central. Projetada uma carta ao Congresso afirma que está sofrendo pressões de "forças
pelos arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, a construção de Brasília- terríveis" e renuncia à Presidência da República.
começa em fevereiro de 1957. É inaugurada em 21 de abril de 1960 . Jânio da Silva Quadros (1917-1992) nasce em Campo Grande, atual
Estabilidade política – Durante o governo JK o país vive um clima de capital do Mato Grosso do Sul. Advogado e professor de português, faz
confiança e otimismo. Juscelino consegue conciliar os interesses de dife- uma carreira política vertiginosa em São Paulo: elege-se vereador da
rentes setores da sociedade. Os levantes militares, poucos e inexpressi- capital em 1947, deputado estadual em 1950, prefeito de São Paulo em
vos, são contornados com habilidade pelo presidente. Em 19 de fevereiro 1953 e governador do Estado em 1954. Fica conhecido por sua política de
de 1956 oficiais da Aeronáutica rebelam-se em Jacareacanga, no Pará. moralização administrativa e por seu comportamento populista. Ao sair do
Fato semelhante ocorre em 3 de dezembro de 1959 em Aragarças, Goiás. governo do Estado, elege-se deputado federal pelo Paraná. Em 1960
Nos dois casos, as rebeliões são rapidamente sufocadas e os rebeldes chega à Presidência da República com o apoio da UDN. Obtém 48% dos
anistiados. No plano internacional, estreita as relações com os EUA e cria votos, resultado recorde no Brasil. Renuncia sete meses depois e, em
a Operação Pan-americana(OPA), uma aliança para superar o subdesen- 1962, é derrotado nas eleições para o governo de São Paulo. Seus direitos
volvimento. Apesar do crescimento econômico, os empréstimos externos e políticos são cassados pelo golpe militar de 1964. Em 1968 é confinado por
os acordos com o FMI resultam em aumento da inflação e arrocho salarial. quatro meses em Corumbá, Mato Grosso, por criticar o governo. Volta à
O mandato de Juscelino chega ao fim em meio a várias manifestações de vida pública no final dos anos 70. Em 1982 é derrotado para o governo
descontentamento popular. Cresce o número de greves no campo e nos paulista, mas elege-se prefeito da capital pelo PTB, em 15 de novembro de
principais centros industriais. Nas eleições de 1960, vence o candidato da 1985. Morre em São Paulo em 16 de fevereiro de 1992.
oposição, Jânio Quadros. CRISE POLÍTICA
Juscelino Kubitschek de Oliveira (1902-1976) nasce em Diamantina, Quando Jânio renuncia, o vice-presidente João Goulart está fora do pa-
Minas Gerais. Formado em medicina, começa sua carreira política em ís, em visita oficial à China. O presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli,
1931, no posto de capitão-médico da polícia militar mineira. Eleito deputa- assume a Presidência como interino, em 25 de agosto de 1961. A UDN e a
do federal em 1934, exerce o mandato até o fechamento do Congresso cúpula das Forças Armadas tentam impedir a posse de Goulart, considera-
pelo golpe de 1937. É nomeado prefeito de Belo Horizonte em 1940 e do perigoso por sua ligação com o movimento trabalhista. Os ministros da
realiza obras urbanísticas na cidade planejadas por Oscar Niemeyer - ver Guerra, Odílio Denys, o da Marinha, vice-almirante Sílvio Heck, e o da
foto ao lado, construção de Brasília. Elege-se deputado constituinte em Aeronáutica, brigadeiro Gabriel Grun Moss, pressionam o Congresso para
1946 e governador de Minas Gerais em 1950. Em seu mandato, constrói que considere vago o cargo de presidente e convoque novas eleições. O
cinco usinas hidrelétricas e abre mais de 3 mil km de rodovias. É eleito jornal O Estado de S. Paulo, porta-voz dos udenistas, afirma em editorial
presidente pela aliança PSD-PTB com 36% dos votos, fato que serve de de 29 de agosto de 1961 que só há uma saída para a crise: "a desistência
argumento para a oposição tentar impugnar sua posse e a de seu vice, espontânea do Sr. João Goulart ou a reforma da Constituição que retire do
João Goulart. Assume a Presidência em 31 de janeiro de 1956 e cumpre o vice-presidente o direito de suceder ao presidente".
mandato até o fim. Político habilidoso e dinâmico, consegue governar sem
grandes movimentos de oposição e deflagra um processo de crescimento e
ANTIGUIDADE OCIDENTAL
Grécia antiga
Os povos que na antiguidade habitaram o território da Grécia construí-
Ruínas da cidade de Tiro ram a primeira civilização duradoura da Europa, berço de toda a cultura
No século IV, o macedônio Alexandre o Grande irrompeu na Fenícia; ocidental moderna.
mais uma vez, Tiro foi a cidade que apresentou a resistência mais forte, Os gregos criaram obras artísticas, literárias, filosóficas e científicas de
mas, esgotada por anos de lutas contínuas, caiu em poder de Alexandre importância jamais superada, embora nunca tenham sido capazes de
em 322 a.C. Depois da derrota, toda a Fenícia foi tomada pelos gregos. alcançar a unificação política.
Finalmente, Roma incorporou a região a seus domínios, como parte da A Grécia antiga abrange o conjunto das civilizações que se desenvol-
província da Síria, em 64 a.C. veram nas regiões situadas na bacia do mar Egeu, sobretudo nas partes
Economia. A Fenícia foi um dos países mais prósperos da antiguida- central e sul da Grécia continental e no litoral oeste da Anatólia. Compre-
de. Suas cidades desenvolveram uma florescente indústria, que abastecia ende desde a civilização minóica (ou minoana), que floresceu em Creta na
os mais distantes mercados. Objetos de madeira talhada (cedro e pinho) e idade do bronze e foi depois absorvida pela cultura micênica do continente,
tecidos de lã, algodão e linho tingidos com a famosa púrpura de Tiro, até a da Grécia transformada em província romana, no ano 146 a.C.
extraída de um molusco, foram as manufaturas fenícias de maior prestígio O nome Grécia e o etnônimo grego, aplicados ao país e ao povo, fo-
e difusão. Também eram muito procurados os objetos de metal; o cobre, ram empregados inicialmente apenas pelos romanos, que estenderam a
obtido em Chipre, o ouro, a prata e o bronze foram os mais utilizados, em toda a região o nome da primeira tribo que encontraram no continente. Os
objetos suntuários e em joias de alto valor. Os trabalhos em marfim alcan- gregos do período clássico chamavam a si mesmos helenos e, a seu país,
çaram grande perfeição técnica na forma de pentes, estojos e estatuetas. Hélade. Referiam-se assim aos habitantes da península grega, para distin-
Os fenícios descobriram ainda a técnica de fabricação do vidro e aperfei- gui-los dos bárbaros, nome que davam aos povos que não tinham o grego
çoaram-na para confeccionar belos objetos. como língua materna. Originalmente, Hélade era um topônimo de significa-
O comércio se fez principalmente pelo mar, já que o transporte terres- do restrito, aplicado a um pequeno território ao sul da Tessália.
tre de grandes carregamentos era dificílimo. Essa exigência contribuiu para A extensão do termo a toda a Grécia continental, e o emprego do no-
desenvolver a habilidade dos fenícios como construtores navais e os me heleno para designar o cidadão de qualquer pólis (cidade-estado
transformou em hábeis navegadores. grega), mesmo das mais distantes, data do final do século VII a.C., quando
Sociedade e política. Para a construção de suas cidades e feitorias, os os santuários de Deméter, em Antela, e de Apolo, em Delfos, se transfor-
fenícios escolhiam zonas estratégicas do ponto de vista comercial e da maram em centros religiosos procurados por todos os gregos. Formou-se a
navegação. Erguiam-nas sempre em portos protegidos, amplas baías que partir daí uma liga de cidades gregas para administrar os templos e organi-
permitiam aos barcos atracar com facilidade e penínsulas abrigadas. As zar os festivais, que reuniam cidadãos de todas as partes da Hélade e
cidades eram geralmente protegidas com muralhas, e os edifícios chega- muito contribuíram para a unidade política e cultural desses territórios.
vam a uma altura considerável. Idade do bronze. Os séculos decorridos entre o início da idade do
A classe dos comerciantes ricos exercia o domínio político em cada ci- bronze, por volta do terceiro milênio a.C., até o fim do período micênico,
dade, governada por um rei. A diversidade arquitetônica das casas fenícias por volta do ano 1100 a.C., são denominados período heládico. Durante
que foi possível conhecer revela a existência de uma marcada diferencia- essa fase, a população local, constituída inicialmente de pacíficos criadores
ção social entre a oligarquia de mercadores e o conjunto dos trabalhadores e agricultores, transformou-se em povo guerreiro. A economia baseava-se
artesanais e agrícolas. no comércio marítimo com as ilhas e com os povos da costa leste do
Religião. A religião dos fenícios era semelhante à de outros povos do Mediterrâneo. Os chefes guerreiros dedicavam-se à guerra e à busca da
Oriente Médio, embora também apresentasse características e influências fama e beneficiavam-se tanto do comércio quanto das terras de agricultura
de religiões e crenças de outras áreas como o mar Egeu, o Egito e mais e pecuária, trabalhadas pelos servos.
tarde a Grécia, em consequência dos contatos comerciais. Essa transformação transcorreu lentamente. No ano 2600 a.C. houve
A religiosidade se baseava no culto às forças naturais divinizadas. A uma invasão de povos oriundos da Anatólia que sabiam trabalhar o ferro e
divindade principal era El, adorado junto com sua companheira e mãe, aperfeiçoaram as técnicas de agricultura e navegação. Cerca de seis
Asherat ou Elat, deusa do mar. Desses dois descendiam outros, como séculos depois, tribos indo-europeias invadiram a península pelo norte e
Baal, deus das montanhas e da chuva, e Astarte ou Astar, deusa da fertili- destruíram a sociedade existente. Falavam uma língua indo-europeia,
dade, chamada Tanit nas colônias do Mediterrâneo ocidental, como Carta- pertenciam a uma outra raça e distinguiam-se pela forma dos túmulos de
go. As cidades fenícias tinham ainda divindades particulares; Melqart foi o seus reis. Absorveram as práticas dos habitantes anteriores, mas passa-
deus de Tiro, de onde seu culto, com a expansão marítima, passou ao ram a viver em complexos fortificados. Um sistema de rampas e escadas
Ocidente, concretamente a Cartago e Gades. levava da porta da cidade ao salão onde ardia o fogo sagrado. Esse projeto
Entre os rituais fenícios mais praticados tiveram papel essencial os sa- tornou-se mais tarde a planta do templo grego.
crifícios de animais, mas também os humanos, principalmente crianças.
República
Patrícios e plebeus. Nos primeiros tempos da república, só os mem-
bros das famílias mais poderosas habilitavam-se a participar do governo da
cidade. Seu poder era exercido pelo Senado, uma assembleia integrada
pelos chefes das principais famílias, que exerciam o cargo a título vitalício.
As tensões entre patrícios e plebeus fizeram com que estes últimos recor-
ressem, por duas vezes, a movimentos de secessão, mediante a retirada
para fora dos muros de Roma e a recusa de cumprir obrigações militares.
Obrigado a aceitar suas condições, o Senado acabou por autorizar a
criação de assembleias de plebeus. Essas assembleias nomeavam os Casa em Pompeia
tribunos da plebe, os quais gozavam de imunidade e eram dotados de Expansão mediterrânea. Em meados do século III, Roma -- senhora da
poderes para proteger o povo das ações arbitrárias dos magistrados. península itálica -- empreendeu a expansão que a tornaria dona do Medi-
Por volta de 450 a.C., o direito consuetudinário romano foi codificado terrâneo. Para isso, era inevitável o confronto com um poderoso inimigo:
pelos decênviros (magistrados especialmente designados para essa mis- Cartago. A cidade norte-africana dominava um extenso império comercial
são) e promulgada a Lei das Doze Tábuas, embrião do vasto corpo jurídico que incluía, além das costas africanas, o sul da península ibérica, a Córse-
que Roma legou ao mundo e que haveria de constituir a base dos sistemas ga, a Sardenha e a maior parte da Sicília. Todas as três ilhas caíram em
jurídicos modernos. A pressão dos plebeus levou a novas concessões, até poder dos romanos após a primeira guerra púnica, de 264 a 241 a.C. Mais
que, ao obterem acesso à dignidade sacerdotal, no ano 300 a.C., tornou-se tarde, Roma deu início à colonização do vale do Pó e se impôs aos gaule-
completa a igualdade jurídica entre todos os cidadãos da república. ses, os quais ali se estabeleceram no século IV.
Expansão territorial. A Roma monárquica havia integrado uma federa- Também as costas orientais do mar Adriático caíram sob a influência
ção de cidades latinas. Quando caíram os reis etruscos, as populações romana em consequência das campanhas empreendidas contra os piratas
vizinhas deram início a um movimento para exigir maior autonomia, o que que tinham suas bases no litoral de Ilíria. Uma nova guerra com Cartago --
obrigou Roma a intensificar suas ações militares até reconstruir a antiga a segunda guerra púnica -- começou em 218 a.C. Quando chegou ao fim,
Liga Latina, dessa vez sob seu predomínio. Ao longo do século V, Roma em 201 a.C., a cidade africana havia deixado de ser uma potência rival, e
dominou diversos povos. A vizinha cidade etrusca de Veios, principal rival grande parte da península ibérica caiu, com suas riquezas minerais, em
de Roma, foi destruída em 396 a.C., ao fim de dez anos de guerra. poder de Roma. A terceira guerra púnica, de 149 a 146 a.C., terminou com
Invasão dos gauleses. No início do século IV, povos celtas proceden- a destruição definitiva de Cartago e com a incorporação a Roma dos restos
tes da planície da Europa central invadiram o norte da Itália e venceram os de seu império.
etruscos. Prosseguindo seu avanço pela península, chocaram-se com as Ao mesmo tempo em que estabelecia seu domínio sobre o Mediterrâ-
forças romanas junto ao rio Ália e as derrotaram em 390 a.C. Os celtas neo ocidental, Roma empreendeu a expansão pela zona oriental. A inter-
apoderaram-se então de Roma e a incendiaram ao abandoná-la, depois de venção na Macedônia e Grécia teve início na época da segunda guerra
reunir um grande saque. Roma se recuperou rapidamente e em poucos púnica, mas a Macedônia só se tornou província romana em 148 a.C. Dois
anos se transformou na maior potência da Itália central, ao mesmo tempo anos mais tarde, a destruição de Corinto punha fim às aspirações de
que as cidades etruscas entravam em decadência, vítimas dos constantes independência dos gregos. Em 133 a.C., Átalo III, rei de Pérgamo, legou
ataques gauleses, que contribuíram para arruinar sua civilização. Data seu reino a Roma, com o que os domínios da cidade chegaram pela pri-
dessa época a muralha Serviana, que protegia uma Roma de dimensões já meira vez à Ásia. Somente no início do século I a.C. Roma reiniciou sua
bastante consideráveis. expansão pela Anatólia, Síria e Judeia.
Conquista da Itália. A cidade de Cápua, situada na Campânia, a su- A partir do ano de 125 a.C., com os ataques de címbrios e teutões à
deste de Roma, solicitou sem êxito a ajuda dos romanos para enfrentar os recém-organizada província Gália Narbonense, atual sul da França, teve
samnitas, seus inimigos. A poderosa comunidade samnita infiltrada em início a ocupação romana com o objetivo de estabelecer uma via de comu-
Roma -- que se transformava numa metrópole para a qual acorriam imi- nicação terrestre entre a Itália e os domínios ibéricos. Esses povos, proce-
grantes das mais diversas etnias -- conseguiu que a cidade de Roma se dentes da Jutlândia, desceram pela Europa central até chocar-se com as
voltasse contra Cápua. Depois que esta foi derrotada, os samnitas deram legiões romanas, que foram por elas derrotadas em Orange, no ano 105
Reforma Protestante
Movimentos de caráter religioso, político e econômico que surgem na
Europa entre 1517 e 1564. Contestam a estrutura e os dogmas da Igreja
Católica e rompem com a unidade do cristianismo, dando origem ao pro-
testantismo. Os reformistas rejeitam a pretensão da Igreja de ser o único
acesso ao mundo religioso e questionam a supremacia papal.
O iluminismo tem origem no Renascimento, o primeiro grande momen- Nesse processo de centralização de poder, os reis contam com o
to de construção de uma cultura burguesa, na qual a razão e a ciência são apoio de uma nova classe social, a burguesia, que ascende com o desen-
as bases para o entendimento do mundo. Para o iluminismo, Deus está na volvimento do capitalismo. Interessados na formação de um mercado
natureza e no homem, que pode descobri-lo por meio da razão, dispen- nacional, os burgueses querem ainda libertar-se das estruturas feudais. As
sando a Igreja. Afirma que as leis naturais regulam as relações sociais e reivindicações burguesas, como a cobrança de pedágios e impostos, e a
considera os homens naturalmente bons e iguais entre si – quem os cor- uniformização de pesos e medidas, necessárias ao fortalecimento do
rompe é a sociedade. Cabe, portanto, transformá-la e garantir a todos mercado interno e à expansão comercial, são atendidas pela unificação do
liberdade de expressão e culto, igualdade perante a lei e defesa contra o poder nacional. A centralização se dá com a monopolização das forças
arbítrio. Quanto à forma de governo para a realização da sociedade justa, militares e a administração da nação. A criação de novas leis escritas, em
uns defendem a monarquia constitucional; outros, a república. Em Ensaio substituição às leis feudais, marca o nascimento da burocracia moderna.
sobre o Entendimento Humano (1689), o inglês John Locke trata a experi- Também são organizadas forças militares mercenárias, que permitem ao
ência como fonte do conhecimento, que é organizado depois pela razão. rei cobrar impostos com mais eficiência, manter o controle do território
Locke defende também o individualismo liberal contra o absolutismo mo- nacional e ampliar seus domínios. O soberano passa a controlar as igrejas
nárquico. O escritor francês Montesquieu propõe na obra Do Espírito das nacionais, sobrepondo seu poder ao do papa, e a intervir nos assuntos
Leis (1751) a independência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciá- religiosos. A transformação da corte real em corte suprema de justiça da
rio como garantia da liberdade. Voltaire critica a Igreja e defende a monar- nação é o passo final para a consolidação da autoridade real, que, no
quia comandada por um soberano esclarecido. O suíço Jean-Jacques século XVII, atinge o auge e dá origem ao absolutismo.
Rousseau torna-se o iluminista mais radical, precursor do socialismo e do
romantismo. No livro O Contrato Social (1762) posiciona-se a favor do Considerada a primeira da Europa, a Monarquia nacional portuguesa
Estado democrático, voltado para o bem comum e a vontade geral, que tem início em 1385, após a revolução burguesa que coloca no trono o rei
inspira os ideais da Revolução Francesa. É dele a noção do bom selva- dom João I, da dinastia Avis. Na Espanha, a consolidação da Monarquia
gem, que representa o homem nascido bom e sem vícios, mas depois acontece em 1492, após o casamento dos reis católicos Fernando de
pervertido pelo meio social. Aragão e Isabel de Castela e a conquista de Granada, antes ocupada
pelos árabes.
Outra obra tipicamente iluminista é Enciclopédia, elaborada pelos fran-
ceses Denis Diderot (1713-1784) e Jean D''Alembert (1717-1783), com o MONARQUIA FRANCESA – Na França, o poder real começa a se for-
objetivo de organizar o conhecimento existente na época sobre artes, talecer durante a dinastia fundada por Hugo Capeto (938-996), que se
ciência, filosofia e religião. Na economia, o iluminismo é representado pela estende de 987 a 1328. Durante o reinado de Felipe IV, o Belo (1268-1314)
fisiocracia, que considera a terra única fonte de riqueza de uma nação, e são cobrados impostos sobre os bens do clero. A escolha de um papa
pelo liberalismo econômico, que defende a não intervenção do Estado na francês, Clemente V, leva ao estabelecimento da sede do papado na
economia. As ideias iluministas influenciam alguns governantes, que cidade francesa de Avignon, em 1306. Em decorrência das disputas entre
procuram agir segundo a razão e o interesse do povo, sem contudo abrir a Monarquia francesa e o poder da Igreja, a cristandade ocidental se divide
mão do poder absoluto – o que dá origem ao despotismo esclarecido no entre dois papas: um em Roma e outro em Avignon. Esse período fica
século XVIII. conhecido como o Cisma do Ocidente (1376-1417). A Monarquia nacional
francesa se consolida após a Guerra dos Cem Anos, que garante a sobe-
Despotismo rania do rei Carlos VII (1403-1461), da dinastia Valois, sobre todo o territó-
Despotismo esclarecido rio francês.
Forma de governo na qual o poder é exercido de maneira absoluta e
arbitrária e a relação entre governante e governado pode ser comparada à MONARQUIA INGLESA – Tem início quando Guilherme, o Conquista-
existente entre senhor e escravo. O conceito nasce com o filósofo grego dor, duque da Normandia, invade a Inglaterra, em 1066. Vitorioso, ocupa o
Aristóteles, no livro Política, para se referir aos impérios antigos da Ásia, trono e procura manter a autoridade sobre a nobreza. Em 1215, a nobreza
em contraposição às formas tirânicas de poder, características da Europa. feudal, os cavaleiros e os burgueses impõem ao rei João Sem Terra (1199-
Segundo Aristóteles, no despotismo o poder está ligado à natureza dos 1216) a Magna Carta, que limita os poderes reais. O documento impede o
súditos: dispostos à obediência e incapazes de se autogovernar. Nesse soberano de aumentar os impostos e mudar as leis sem a aprovação do
ponto se diferencia da tirania, na qual o poder depende da natureza do Grande Conselho, assembleia dos nobres do reino. Durante o reinado
governante, que age segundo os próprios interesses. O despotismo distin- seguinte, de Henrique III, o Grande Conselho passa por importantes mu-
gue-se também da ditadura por não depender da ocorrência de circunstân- danças em sua composição, que dão origem ao Parlamento inglês, forma-
cias excepcionais, como uma guerra. do pela Câmara dos Lordes (que reúne representantes do alto clero e da
Despotismo esclarecido – Forma de governo que se instala em alguns nobreza) e pela Câmara dos Comuns (que agrega representantes da
Estados absolutistas europeus no século XVIII. Inspirados pelo racionalis- burguesia). O poder dos barões feudais e dos cavaleiros ingleses é abala-
mo iluminista, os déspotas esclarecidos limitam o poder da Igreja Católica, do com a Guerra dos Cem Anos. Após a Guerra das Duas Rosas, a dinas-
reduzem os privilégios da aristocracia e do clero, centralizam o poder, tia Tudor consolida a soberania real na Inglaterra.
favorecem o progresso econômico e estimulam as artes e as ciências. Os
principais déspotas e seu tempo de reinado são Frederico II (1740-1786), Independência da América Espanhola
da Prússia; marquês de Pombal (1750-1777), de Portugal; Catarina II Processo de emancipação das colônias espanholas no continente
(1762-1796), da Rússia; e José II (1780-1790), da Áustria. americano durante as primeiras décadas do século XIX. Resulta das trans-
Revolução Industrial
I REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, Avanços técnicos, Oferta de mão-de-
obra, II REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, III REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Processo de mudança de uma economia agrária e baseada no traba-
lho manual para uma dominada pela indústria mecanizada. Tem início na
Inglaterra por volta de 1760 e alastra-se para o resto do mundo. Caracteri-
za-se pelo uso de novas fontes de energia, pela invenção de máquinas que
aumentam a produção, pela divisão e especialização do trabalho, pelo
desenvolvimento do transporte e da comunicação e pela aplicação da
ciência na indústria. Provoca profundas transformações na sociedade: o
declínio da terra como fonte de riqueza, o direcionamento da produção em
larga escala para o mercado internacional, a afirmação do poder econômi-
II Guerra Mundial
Conflito militar de escala mundial que envolve países de todos os con-
tinentes e se estende de 1939 a 1945. Resulta do choque de interesses
entre as nações após o fim da I Guerra Mundial e das pretensões da
Alemanha de conquistar o mundo. Termina com a destruição do III Reich,
de Adolf Hitler, o declínio das nações da Europa e a emergência das duas
superpotências mundiais, Estados Unidos e União Soviética, que passam a
disputar o controle do planeta na chamada Guerra Fria. As perdas em
consequência da guerra são estimadas em quase 50 milhões de mortos, a
maioria civis. Cerca de 5,9 milhões de judeus são assassinados nos cam-
pos de concentração e extermínio, em um dos maiores genocídios da
história. A ideia de superioridade da raça ariana também leva a uma políti- Entre 1942 e 1943, a Marinha anglo-americana elimina submarinos
ca de perseguição e ao extermínio de minorias consideradas inferiores, alemães no Atlântico, ao mesmo tempo em que a aviação aliada intensifica
como ciganos, eslavos, doentes mentais e deficientes físicos. o bombardeio à Alemanha. No norte da África, o Exército alemão rende-se
Causas – A derrota da Alemanha na I Guerra Mundial favorece o sur- em maio de 1943. Os Aliados desembarcam na Sicília e invadem a Itália.
gimento do nazismo em 1933. As potências ocidentais permitem o cresci- Na outra frente, o Exército soviético alcança vitórias na Romênia, Bulgária
mento nazista como forma de bloqueio à URSS e ao avanço do comunis- e Iugoslávia, em 1944, enquanto Albânia e Grécia expulsam os alemães.
mo sobre a Europa. Em 1935, a Alemanha reinicia a produção de arma-
mentos e restabelece o serviço militar obrigatório, em desrespeito ao Dia D –No dia 6 de junho de 1944, o Dia D, acontece o golpe mortal às
Tratado de Versalhes. Um ano depois ocupa novamente a Romênia e dá forças nazistas. O desembarque de 155 mil soldados aliados em Caen, na
início a uma política estratégica de alianças. Oferece ajuda econômica à Normandia francesa, é considerado a maior operação aeronaval da histó-
Itália fascista e apoia Francisco Franco na Guerra Civil Espanhola. Assina ria. Envolve mais de 1.200 navios de guerra e mil aviões. Paris é libertada
com o Japão o Pacto Anti-Comintern, em 1936, a fim de conter a expansão em 25 de agosto. A capital alemã é ocupada em 2 de maio pelo Exército da
comunista da URSS. Em 1938 invade a Áustria e incorpora parte da Tche- URSS. Cinco dias mais tarde, a Alemanha rende-se incondicionalmente.
coslováquia. Hitler aproveita ainda as desconfianças da URSS em relação
às potências ocidentais para assinar um acordo de não-agressão e neutra- Guerra no Pacífico – Na luta contra os japoneses, a situação havia
lidade com o líder soviético Josef Stálin: o Pacto Germânico-Soviético, de começado a se inverter a favor dos Aliados, após a vitória dos norte-
23 de agosto de 1939. Abre-se, assim, para Hitler o caminho a leste para americanos nas batalhas navais de Midway e do mar de Coral em 1942.
atacar a Polônia. Ele pretende recuperar a zona conhecida por Corredor No início de 1945, tropas norte-americanas, britânicas e chinesas recupe-
Polonês, a do Porto de Gdansk, que une a Alemanha à Prússia Oriental ram as Filipinas. Em 19 de fevereiro ocorre o primeiro desembarque norte-
(atual Polônia). americano em território japonês, na ilha de Iwojima. A primeira bomba
atômica é lançada pelos norte-americanos sobre a cidade japonesa de
Ofensiva alemã – Diante da resistência polonesa, as tropas alemãs in- Hiroshima em 6 de agosto de 1945 e mata 100 mil pessoas. Três dias
vadem o país em 1° de setembro de 1939 e travam uma guerra relâmpago depois, uma segunda bomba é jogada sobre Nagasaki, provocando mais
(blitzkrieg). É estabelecido um governo geral nazista e inicia-se a persegui- 70 mil mortes. A partir de 8 de agosto, tropas soviéticas expulsam os
ção aos judeus. O Reino Unido, comprometido com a defesa polonesa, e a japoneses da Manchúria e da Coreia. Finalmente, em 2 de setembro de
França, aliada inglesa, declaram guerra à Alemanha. Em seguida, Dina- 1945, o Japão rende-se ao Exército norte-americano. É o fim da II Guerra
marca e Noruega são ocupadas pelo Exército nazista, seguidas da Holan- Mundial.
da (Países Baixos) e da Bélgica. Em Dunkerque, na França, o Exército
belga-anglo-francês sofre a primeira derrota aliada. Em junho de 1940, Tratados – Em fevereiro de 1945, na Conferência de Yalta, EUA, Rei-
Hitler submete metade do território francês à ocupação das forças nazistas. no Unido e URSS reúnem-se para remontar o mapa geopolítico europeu:
Com a tomada de Paris, e a assinatura pelo governo francês do armistício os soviéticos anexam os Estados bálticos (Letônia, Lituânia e Estônia) e o
com os alemães, o subsecretário de Defesa Nacional Francesa, general leste da Polônia. No mesmo ano, na Conferência de Potsdam, em Berlim,
Charles de Gaulle, vai para o Reino Unido representando a Resistência são determinadas, entre outras medidas, a dissolução de todos os órgãos
Francesa. e associações nazistas, o desarmamento alemão e a divisão do país em
Vitória comunista – Nas eleições de 1995, os comunistas russos con- Atuação na Iugoslávia – O declínio da influência internacional do país
seguem 22,3% dos votos e, com o apoio de pequenos partidos, obtêm a é interrompido durante a campanha de bombardeios da Otan contra a
maioria parlamentar. Iéltsin é reeleito em julho de 1996 com 54% dos Iugoslávia – tradicional aliada dos russos –, entre março e junho de 1999 .
votos, apesar do agravamento de seu estado de saúde – sofre dois ata- A Federação Russa condena a ofensiva aérea e aceita o pedido da Otan
ques cardíacos em 1995 e um terceiro durante a campanha. A precária de interceder junto ao presidente iugoslavo Slobodan Milosevic por uma
situação do dirigente alimenta disputas no governo. Em novembro, Iéltsin solução para as hostilidades em Kosovo. A mediação russa torna-se ele-
submete-se a uma cirurgia para implantação de cinco pontes de safena. A mento-chave para o acordo de paz assinado em junho, que determina a
recuperação é prejudicada por uma pneumonia, que o faz passar os dois ocupação de Kosovo por uma Força de Segurança Internacional (KFOR).
primeiros meses de 1997 em repouso. As potências ocidentais negam à Federação Russa uma zona de controle
militar na região, e, em uma demonstração de força, um contingente russo
Volta à ativa – Em melhores condições de saúde, Iéltsin reforça sua se antecipa à chegada da Otan e ocupa o Aeroporto de Pristina. Um acor-
posição com uma reforma no gabinete, em março de 1997. Ignorando do no fim do mês autoriza a participação de 3,6 mil soldados russos na
apelos contrários, assina uma lei que concede privilégios à Igreja Ortodoxa KFOR.
Russa e dificulta a atuação das demais religiões no país. Em abril, Federa-
ção Russa e China divulgam seu primeiro documento importante desde o Guerra no Cáucaso – Em agosto, Iéltsin enfrenta uma rebelião de se-
fim da Guerra Fria, comprometendo-se a reduzir tropas na fronteira. Em paratistas islâmicos no Daguestão, república da região do Cáucaso. O
maio, Iéltsin firma um acordo de cooperação estratégica com a Organiza- primeiro-ministro, Putin, que assume o cargo em meio à crise, anuncia
ção do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aceitando a entrada de países do medidas enérgicas contra os rebeldes. No mesmo mês, tropas russas
antigo bloco comunista na aliança militar ocidental em troca da participação lançam uma ofensiva contra o Daguestão. Seguem-se atentados a bomba
da Federação Russa no Grupo dos Sete (G7). em edifícios residenciais de Moscou e em outras grandes cidades russas,
que matam cerca de 300 pessoas em setembro. O governo russo respon-
ÚLTIMAS NOTÍCIAS – Em março de 1998, o presidente russo destitui sabiliza os extremistas do Cáucaso pela onda de terror e acusa os cheche-
todo o gabinete e nomeia para o posto de primeiro-ministro Serguei Kirien- nos de fomentar a revolta no Daguestão. Em reação, ordena um novo
ko, de 35 anos, que promete avançar nas reformas pró-capitalistas. ataque à Chechênia, ainda em setembro. Em 31 de dezembro, Iéltsin
renuncia, e a Presidência é ocupada interinamente pelo primeiro-ministro
Em julho, 80 anos depois do fuzilamento da família real russa pelo Putin.
Exército Vermelho, os restos do czar Nicolau II, da czarina e de seus filhos
são enterrados com honras de Estado na Catedral de São Petersburgo. Os Guerra Fria
ossos tinham sido desenterrados da vala comum onde permaneceram Disputa pela hegemonia mundial entre Estados Unidos e URSS após a
escondidos desde o assassinato coletivo, na Sibéria, em 1918. II Guerra Mundial. É uma intensa guerra econômica, diplomática e tecnoló-
gica pela conquista de zonas de influência. Ela divide o mundo em dois
Crise econômica – Com a economia em sérias dificuldades – reservas blocos, com sistemas econômico e político opostos: o chamado mundo
internacionais reduzidas a 17 bilhões de dólares, exportações em queda, capitalista, liderado pelos EUA, e o mundo comunista, encabeçado pela
atraso nos salários do funcionalismo público e das Forças Armadas, entre URSS. Provoca uma corrida armamentista que se estende por 40 anos e
outros problemas –, a Federação Russa torna-se o centro da crise financei- coloca o mundo sob a ameaça de uma guerra nuclear.
ra mundial em agosto de 1998. Iéltsin declara moratória da dívida externa
de empresas privadas, no valor de 40 bilhões de dólares, e adia o paga- Após a II Guerra Mundial, os soviéticos controlam os países do Leste
mento de 32 bilhões de dólares em títulos do governo federal russo, que Europeu e os norte-americanos tentam manter o resto da Europa sob sua
Corrida nuclear – A Guerra Fria amplia-se a partir de 1949, quando os Contrastes da globalização – O debate em torno dos efeitos colaterais
soviéticos explodem sua primeira bomba atômica e inauguram a corrida da globalização e das estratégias para evitá-los aprofunda-se em 1999.
nuclear. Os EUA testam novas armas nucleares no atol de Bikini, no Pací- Uma das consequências desse processo é a concentração da riqueza. A
fico, e, em 1952, explodem a primeira bomba de hidrogênio. A URSS lança maior parte do dinheiro circula nos países industrializados – apenas 25%
a sua em 1955. As superpotências criam blocos militares reunindo seus dos investimentos internacionais vão para nações em desenvolvimento –, e
aliados, como a Otan, que agrega os anticomunistas, e o Pacto de Varsó- o número de pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia sobe de 1,2
via, do bloco socialista. bilhão, em 1987, para 1,5 bilhão, em 1999. O crescimento dos países
emergentes em 1999 fica em torno de 1,5%, o pior desempenho em 17
Com a descoberta da instalação de mísseis soviéticos em Cuba, em anos. As exceções, China e Índia, são justamente as nações que dão ritmo
1962, os EUA ameaçam um ataque nuclear e abordam navios soviéticos mais lento à liberação comercial e à integração ao sistema financeiro
no Caribe. A URSS recua e retira os mísseis. O perigo nuclear aumenta internacional.
com a entrada do Reino Unido, da França e da China no rol dos detentores
de armas nucleares. Em 1973, as superpotências concordam em desacele- Com a crise mundial, o preço das matérias-primas, produzidas em
rar a corrida armamentista, fato conhecido como Política da Détente. Esse grande parte pelos Estados mais pobres, cai mais de 20%, trazendo per-
acordo dura até 1979, quando a URSS invade o Afeganistão. Em 1985, das de 10 bilhões de dólares para a América Latina. Os países ricos, no
com a subida ao poder do líder soviético Mikhail Gorbatchov, a tensão e a mesmo ano, lucram 60 bilhões de dólares somente com a queda do custo
guerra ideológica entre as superpotências começam a diminuir. O símbolo do petróleo. A participação das nações emergentes no comércio internaci-
do final da Guerra Fria é a queda do Muro de Berlim, em 1989. A Alema- onal é de pouco mais de 30%. Algumas regiões estão à margem da globa-
nha é reunificada e, aos poucos, dissolvem-se os regimes comunistas do lização, como a Ásia Central, que representa apenas 0,2% das trocas, e o
Leste Europeu. Com a desintegração da própria URSS, em 1991, o conflito norte da África (0,7%).
entre capitalismo e comunismo cede lugar às contradições existentes entre
o hemisfério norte, que reúne os países desenvolvidos, e o hemisfério sul, O Banco Mundial (Bird) aponta como causas para o distanciamento
onde está a maioria dos subdesenvolvidos. entre ricos e pobres o aumento das ações protecionistas promovidas pelos
países ricos, a voracidade dos investidores e a fragilidade econômica e
Descolonização da África institucional das nações subdesenvolvidas. A receita usada para recuperar
Processo de independência das colônias europeias no continente afri- os mercados emergentes em queda – cortes orçamentários e juros altos –
cano que começa após a II Guerra Mundial e termina na década de 70. contribui para aumentar ainda mais a distância.
Durante a guerra, a pressão das metrópoles pelo crescimento da produção
colonial, o avanço dos meios de comunicação (aviação, rádio, construção Correção de rumos – Tais desigualdades preocupam os organismos
de estradas) e a desestruturação das metrópoles europeias – Inglaterra, internacionais. A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e
França, Bélgica, Alemanha e Itália – favorecem o surgimento de movimen- Desenvolvimento (Unctad) propõe o controle de capitais e desenvolvimento
tos de libertação. A descolonização dá-se de forma lenta e desigual em sustentado em contraposição ao Consenso de Washington, nome pelo qual
todo o continente. ficaram conhecidos os princípios de liberalização financeira e comercial
que caracterizam o neoliberalismo. A instituição, em conjunto com o Bird,
Os movimentos anticolonialistas tomam impulso após a Conferência tem um plano para abolir em 15 anos as dívidas dos 41 países mais po-
Afro-Asiática. Realizada em Bandung, na Indonésia, em 1955, reúne 24 bres.
países asiáticos e africanos. Eles proclamam o princípio do não-
alinhamento automático ao lado das novas potências emergentes, EUA e Em seu Relatório do Desenvolvimento Humano de 1999, o Programa
URSS, e defendem o direito de autodeterminação dos povos. Nos dez das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) fornece uma receita
anos que se seguem à conferência, 33 países obtêm a emancipação. geral para corrigir os rumos da globalização. As nações emergentes e
Diante da pressão dos movimentos autonomistas, diversas potências organizações não governamentais devem ter mais influência nos fóruns
europeias apressam a concessão da independência. Entretanto, procuram econômicos internacionais – Fundo Monetário Internacional (FMI), Bird,
manter laços econômicos e políticos e estimulam a instauração de ditadu- Grupo dos Sete (G7) –, hoje controlados pelos Estados ricos. Sugere ainda
ras fiéis à antiga colônia. Aos EUA e à URSS, nesse contexto da Guerra que as decisões não considerem apenas as variáveis econômicas, mas
Fria, não mais interessa a manutenção do mundo colonial, mas a disputa também suas repercussões na área social. Por fim, conclui que, embora
por áreas de influência. pareça contraditório, o sucesso da globalização exige avaliações regionali-
zadas.
O surgimento das nações africanas no século XX é marcado por lutas
contra os grupos dirigentes colonialistas e por guerras civis, já que muitas Expansão – O início da integração mundial remonta aos séculos XV e
das fronteiras estabelecidas pelos novos países não obedeceram às divi- XVI, quando a expansão ultramarina dos Estados europeus possibilita a
sões étnicas, linguísticas e culturais dos povos africanos. Alguns desses conquista de novos mercados. Outro salto na difusão do comércio e dos
conflitos permanecem até hoje. Da mesma forma persistem sem solução investimentos é dado pelas duas Revoluções Industriais, nos séculos XVIII
os desequilíbrios econômicos e sociais no continente. e XIX. A interdependência econômica cresce até a quebra da Bolsa de
Nova York, em 1929, e é retomada no bloco capitalista após a II Guerra
Globalização Mundial. Estimuladas pela queda de barreiras – decorrente, em grande
Processo de integração mundial que se intensifica nas últimas déca- parte, das políticas liberalizantes postas em prática pelo Acordo Geral de
das, a globalização baseia-se na liberalização econômica: os Estados Tarifas e Comércio (Gatt) e, atualmente, pela Organização Mundial do
abandonam gradativamente as barreiras tarifárias que protegem sua Comércio (OMC) –, as trocas mundiais aumentam de forma expressiva a
Explosão dos investimentos – A expansão dos fluxos de capital tem si- Em termos militares, a bipolaridade (fato de haver dois pólos de força,
do ainda maior por causa da abertura dos países ao investimento estran- que eram Estados Unidos e URSS) foi substituída pela chamada pax
geiro e da enorme velocidade das transações. O movimento diário de imperial americana, que significa que não existe país no mundo capaz de
capitais no mundo é estimado em 2 trilhões de dólares. A migração quase se contrapor ao poderio militar americano. A supremacia militar incontestá-
instantânea do dinheiro fortalece investimentos estrangeiros de curto vel dos Estados Unidos é exercida de forma intensa em todas as partes do
prazo. Ao menor sinal de instabilidade econômica ou política no Estado, o mundo onde seus interesses econômicos ou geopolíticos se fazem presen-
investimento é resgatado, provocando uma crise que pode alastrar-se para tes.
outras nações por causa da integração das economias. Em termos econômicos e tecnológicos temos a multipolaridade, com
pelo menos três grandes blocos: o primeiro, organizado em torno dos EUA;
É o que ocorre no segundo semestre de 1997, quando as principais o segundo, em torno da Europa (União Europeia) e um terceiro, o blocoa-
bolsas de valores do mundo despencam em reação à profunda crise das siático, onde se destacam o Japão, a China, a Índia e até mesmo a Rússia.
nações do Sudeste Asiático. O turbilhão financeiro evolui para uma crise
internacional em 1998. Os países emergentes – sobretudo a Federação Urbanização mundial
Russa – são os mais atingidos, por adotar modelos de desenvolvimento
A intensa urbanização mundial é um fenômeno típico de países não-
baseados em investimentos externos. As sucessivas crises realçam a
desenvolvidos e resultante de sua industrialização e modernização recente.
instabilidade de um mercado financeiro globalizado, em que o desempenho
No ano 2000, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou que a
das economias nacionais depende não só da ação dos governos, mas
população urbana mundial superou a população rural.
cada vez mais dos grandes investidores estrangeiros.
A urbanização é acelerada e irreversível em especial nos países em
Corporações transnacionais – A globalização é marcada ainda pelo desenvolvimento. É geralmente caótica, o que agrava os problemas ambi-
crescimento das corporações transnacionais, que exercem papel decisivo entais e concentra a pobreza, potencializando seus aspectos negativos.
na economia mundial. De acordo com o Relatório do Desenvolvimento
Humano de 1999, das 100 maiores riquezas do mundo, metade pertence a Nova divisão do trabalho
Estados e metade, a megaempresas. Reportagem da revista Fortune Ao contrário do que ocorria até pouco tempo, a nova divisão internaci-
mostra que as dez principais corporações do mundo – General Motors onal do trabalho (DIT) não separa apenas países exportadores de manufa-
Corporation, DaimlerChrysler, Ford Motor, Wal-Mart Stores, Mitsui, Itochu, turados de países exportadores de matéria-prima.
Mitsubishi, Exxon, General Electric e Toyota Motor – ganharam juntas 1,2
trilhão de dólares em 1998, valor 50% maior que o produto interno bruto
(PIB) brasileiro. O faturamento isolado de cada uma dessas empresas é
comparável ao PIB de importantes economias mundiais, como Dinamarca, • OS DOMÍNIOS NATURAIS E A RELAÇÃO DO SER HUMANO
Noruega, Polônia, África do Sul, Finlândia, Grécia e Portugal. Somente as COM O AMBIENTE – RELAÇÃO HOMEM- NATUREZA, A
ações da Microsoft, a principal empresa de informática do mundo, atingem APROPRIAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS PELAS SOCIE-
em julho de 1999 valor de mercado equivalente a mais de 500 bilhões de DADES AO LONGO DO TEMPO. IMPACTO AMBIENTAL DAS
dólares. Além de crescer em faturamento, as corporações tornam-se ATIVIDADES ECONÔMICAS NO BRASIL. RECURSOS MINE-
gigantescas também pelo processo de fusões, acelerado a partir de 1998. RAIS E ENERGÉTICOS: EXPLORAÇÃO E IMPACTOS. RECUR-
SOS HÍDRICOS; BACIAS HIDROGRÁFICAS E SEUS APROVEI-
As transnacionais implementam mudanças significativas no processo
de produção. Auxiliadas pelas facilidades na comunicação e nos transpor- TAMENTOS. AS QUESTÕES AMBIENTAIS CONTEMPORÂ-
tes, instalam suas fábricas em qualquer lugar do mundo onde existam NEAS: MUDANÇA CLIMÁTICA, ILHAS DE CALOR, EFEITO
melhores vantagens fiscais e mão-de-obra e matéria-prima baratas. Os ESTUFA, CHUVA ÁCIDA, A DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE
produtos não têm mais nacionalidade definida. Um carro de uma marca OZÔNIO. A NOVA ORDEM AMBIENTAL INTERNACIONAL;
dos EUA pode conter peças fabricadas no Japão, ter sido projetado na POLÍTICAS TERRITORIAIS AMBIENTAIS; USO E CONSERVA-
França, montado no Brasil e ser vendido no mundo todo. ÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS, UNIDADES DE CONSERVA-
ÇÃO, CORREDORES ECOLÓGICOS, ZONEAMENTO ECOLÓ-
Euro – Em 1999, onze países da União Europeia (UE) dão outro passo GICO E ECONÔMICO. ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONCEITO
importante no processo de globalização ao criar o euro, moeda única do
DE SUSTENTABILIDADE. ESTRUTURA INTERNA DA TERRA.
bloco. Em 1o de janeiro, Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França,
Finlândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países Baixos) e Portugal ESTRUTURAS DO SOLO E DO RELEVO; AGENTES INTERNOS
passam a empregá-lo nas transações entre suas empresas. Em 1o de E EXTERNOS MODELADORES DO RELEVO. SITUAÇÃO GE-
janeiro de 2002, o euro vai ser usado regularmente e, a partir de 1o de RAL DA ATMOSFERA E CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA. AS
julho desse ano, as moedas nacionais deixarão de existir. É a primeira vez CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DO TERRITÓRIO BRASILEI-
na história que nações abrem mão de emitir sua própria moeda. RO. OS GRANDES DOMÍNIOS DA VEGETAÇÃO NO BRASIL E
NO MUNDO.
Nova Ordem Mundial
O fim da geopolítica bipolar Brasil, oficialmente República Federativa do Brasil, é o maior país
Luiz Carlos Parejo da América do Sul e o quinto maior do mundo em área territorial
A Nova Ordem Mundial é um conceito político e econômico que se (equivalente a 47% do território sul-americano) epopulação, com mais de
refere ao contexto histórico do mundo pós-Guerra Fria. Estabeleceu-se 192 milhões de habitantes. É o único país falante da língua portuguesana
no fim da década de 80, com a queda do muro de Berlim (1989), no quadro América e o maior país lusófono do mundo, além de ser uma das nações
das transformações ocorridas no Leste Europeu com a desintegração do mais multiculturais e etnicamente diversas do planeta, resultado da forte
blocosoviético. imigração vinda de muitos países.
Único país de colonização portuguesa em todo o continente Ao que parece, um grande ciclo orogenético, denominado
americano, o Brasil difere muito de seus vizinhos tanto na língua quanto na Transamazônico, ocorrido há cerca de dois bilhões de anos, perturbou as
cultura, na maneira de ser de seu povo como nas preferências de sua elite rochas mais antigas dessa faixa pré-cambriana. Ao final do pré-cambriano,
intelectual e econômica, no relevo do solo como na configuração do litoral. as regiões do São Francisco e do Guaporé eram separadas por dois
E ele mesmo é uma grande colcha de retalhos, com regiões geossinclíneos -- o Paraguai-Araguaia, que margeava as terras antigas do
completamente diferentes entre si, tanto no aspecto físico como na Guaporé pelo lado oriental; e o de Brasília, que margeava as terras antigas
organização urbana, na história como na cultura, embora exista latente e do São Francisco pelo lado ocidental.
sempre pronto a manifestar-se com vigor um sentimento geral de As estruturas das rochas parametamórficas do geossinclíneo
brasilidade. Paraguai-Araguaia orientam-se na direção norte-sul no Paraguai e sul do
Uma das nações-continente do mundo, com área de 8.547.404km2, o Mato Grosso, curvam-se para o nordeste e novamente para norte-sul no
Brasil ocupa quase a metade da América do Sul e é o quinto país do norte de Mato Grosso e Goiás e atingem o Pará através do baixo vale do
mundo em extensão territorial, apenas sobrepujado pela Rússia, Canadá, Tocantins, numa extensão de mais de 2.500km. Iniciam-se por uma
China e Estados Unidos. Ao longo de cerca de 16.000km de fronteiras, espessa sequência de metassedimentos que constituem, no sul, o grupo
limita-se ao norte com a Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Venezuela; Cuiabá, e no norte, o grupo Tocantins. Essa sequência é recoberta pelas
a oeste com a Colômbia, Peru, Bolívia e Paraguai; ao sul, com a Argentina rochas do grupo Jangada, entre as quais existem conglomerados tidos
e o Uruguai; e a leste com o oceano Atlântico. Portanto, apenas dois como representantes do episódio glacial.
países sul-americanos não têm fronteira com o Brasil: Equador e Chile. O geossinclíneo Brasília desenvolveu-se em parte dos estados de
Com a forma aproximada de um imenso triângulo, o território brasileiro tem Goiás e Minas Gerais. Suas estruturas, no sul, dirigem-se para noroeste e
largura e altura praticamente iguais: no sentido norte-sul, estende-se por depois curvam-se para o norte. A intensidade do metamorfismo decresce
4.320km, desde o monte Caburaí, na fronteira com a Guiana, até o arroio de oeste para leste e varia de fácies anfibolito a fácies xisto verde. A região
Chuí, na fronteira com o Uruguai; e no sentido oeste-leste, por 4.328km, da central de Goiás, que separa os geossinclíneos Paraguai-Araguaia e
serra de Contamana, no Peru, até a ponta do Seixas, no litoral da Paraíba. Brasília, é constituída de rochas que exibem fácies de metamorfismo de
O nome Brasil deriva da árvore Caesalpinia echinata, chamada pelos anfibolito.
índios de ibirapitanga e pelos portugueses de pau-brasil, pela cor de brasa
No Rio Grande do Sul, a única escarpa conspícua é a da serra Geral, No sudoeste da Amazônia, as amplitudes térmicas são mais
que abrange desde 1.200m, nos Aparados da Serra, até cotas entre 50 e expressivas devido ao fenômeno da friagem, que ocorre no inverno e
200m, no vale médio do Uruguai. Em São Paulo, os sedimentos provém da invasão da massa polar atlântica nessa área e acarreta uma
paleozóicos não formam uma escarpa, mas uma depressão periférica, na temperatura mínima, em Sena Madureira, de 7,9o C. O total de
base da cuesta basáltica: a serra de Botucatu. Mato Grosso apresenta três precipitações na Amazônia é geralmente superior a 1.500mm ao ano. A
frentes de cuesta: a devoniana, de arenito Furnas (serras de São Jerônimo região tem três tipos de regime de chuvas: sem estação seca e com
e Coroados ou São Lourenço); a carbonífera, de arenito Aquidauana (serra precipitações superiores a 3.000mm ao ano, no alto rio Negro; com curta
dos Alcantilados); e a eojurássica (serras de Maracaju e Amambaí). estação seca (menos de 100mm mensais) durante três meses, a qual
ocorre no inverno austral e desloca-se para a primavera à medida que se
O relevo do Nordeste, ao norte da grande curva do rio São Francisco, vai para leste; e com estiagem pronunciada, de cerca de cinco meses,
é constituído essencialmente por dois vastos pediplanos em níveis numa faixa transversal desde Roraima até Altamira, no centro do Pará.
diferentes. O mais elevado corresponde ao planalto da Borborema, de 500
a 600m, que se estende do Rio Grande do Norte a Pernambuco. Em A região Centro-Oeste do país apresenta alternância bem marcada
Alagoas e no brejo paraibano, sua superfície é cortada por vales entre as estações seca e chuvosa, geralmente no verão, o que configura o
profundos. O pediplano mais baixo, com menos de 400m, difunde-se por tipo climático Aw. A área submetida a esse tipo de clima engloba o planalto
quase todo o Ceará, oeste do Rio Grande do Norte e Paraíba e norte da Central e algumas zonas entre o Norte e o Nordeste. O total anual de
Bahia. Dele se erguem elevações isoladas de dois tipos:(1) chapadas precipitações é de cerca de 1.500mm, mas pode elevar-se a 2.000mm. No
areníticas de topo plano, como a do Araripe, (600-700m) entre Ceará e planalto Central, mais de oitenta por cento das chuvas caem de outubro a
Pernambuco e a do Apodi (100-200m), entre Ceará e Rio Grande do Norte; março, quase sempre sob a forma de aguaceiros, enquanto o inverno tem
e (2) serras cristalinas de rocha dura, como as de Baturité, Uruburetama e dois a três meses praticamente sem chuvas.
Meruoca, no Ceará. A temperatura média anual varia entre 19 e 26o C, mas a amplitude
Nos planaltos e chapadas do centro-oeste predominam as linhas térmica anual eleva-se até 5o C. O mês mais frio é geralmente julho; o
horizontais, que alcançam cotas de 1.100 a 1.300m no sudeste, desde a mais quente, janeiro ou dezembro. A insolação é forte de dia, mas à noite a
serra da Canastra, em Minas Gerais, até a chapada dos Veadeiros, em irradiação se faz livremente, trazendo madrugadas frias. No oeste (Mato
Formado pela própria vegetação de cerrado, nesta área encontram-se Condições Ambientais e Ecologicamente Sustentáveis
as formações de chapadas ou chapadões como a Chapada dos Guimarães Em vista desses aspectos fisiográficos, o cerrado atraiu muita atenção
e dos Veadeiros, a fauna e flora ali situada, são de grande exuberância, para a agricultura, o que lhe tornou uma região de grande produção de
tanto para pontos turísticos, como científicos. Vale destacar que é da grãos como a soja e agropastoril, com a ótima adaptação dos gados zebu,
região do cerrado que estão três nascentes das principais bacias hidrográ- nelore e ibagé. Em virtude disso, o solo nativo foi retirado e alterado por
ficas brasileiras: a Amazônica, a São-Franciscana e a Paranáica. outra vegetação, condizendo a uma maior facilidade aos processos erosi-
Localizado na região central do Brasil, o Domínio Morfoclimático do vos, devido à falta de cobertura vegetal, seja ela gramínea ou herbácea.
Cerrado detém uma área de 45 milhões de hectares, sendo o segundo Nesse sentido, faz-se muito pouco pela preservação e conservação das
maior domínio por extensão territorial. Incluindo neste espaço os Estados: matas nativas – a não ser nas áreas demarcadas como reservas bio-
do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Tocantins (parte sul), de ecológicas. Outra exploração ativa é a mineral, como o ouro e o diamante,
Goiás, da Bahia (parte oeste), do Maranhão (parte sudoeste) e de Minas donde decorre uma grande devastação à natureza. Dessa forma, os go-
Gerais (parte noroeste). Encontrado ao longo de sua área cidades impor- vernos, tanto federal, estadual ou municipal, deverão tomar decisões
tantes como: Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Palmas e Montes imediatas quanto à proteção do meio natural, pois deve ocorrer, sim, a
Claros. exploração pastoril, agrícola e mineral dessa região, porém não se deve
esquecer que para a efetiva existência dessas economias o ambiente
deverá ser prudentemente conservado.
III – Domínio Morfoclimático de Mares de Morros
Situação Geográfica
Este domínio estende-se do sul do Brasil até o Estado da Paraíba (no
nordeste), obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km².
Situado mais exatamente no litoral dos Estados do: Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná, de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, da
Bahia, Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba; e no interior dos
Estados, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Incluindo em sua extensão territorial cidades importantes, como: São
Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife, Porto Alegre e Florianópo-
lis.
Características de Povoamento
Como encontra-se na região litorânea leste do Brasil, foi o primeiro lu-
Características do Povoamento gar a ser descoberto e colonizado pelos portugueses – tanto que é em
Porto Seguro, Bahia, que atracou o navegante Pedro Álvares Cabral,
Devido a sua localização geográfica ser no interior brasileiro, o povo- descobrindo o Brasil. Com isso, a primeira capital da colônia portuguesa na
amento e a ocupação territorial nesta região era fraca, mas o governo América foi Salvador, onde iniciaram-se os processos de colonização e
federal vem a intervir com os programas de políticas de interiorização do povoamento, respectivamente. É neste domínio que estão as duas maiores
desenvolvimento nos anos 40 e 50, e da política de integração nacional cidades brasileiras – São Paulo e Rio de Janeiro. Isto se deve a antiga
dos anos 70. A primeira é baseada, principalmente, na construção de constituição das duas cidades como centros econômicos, integradores,
Brasília e a segunda, nos incentivos aos grandes projetos agropecuários e culturais e políticos. Foram muitos os resultados desse povoamento, como
Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático das caatingas A região das araucárias foi povoada no final do século XIX, principal-
abrange em seu território a região dos polígonos das secas. Com uma mente por imigrantes italianos, alemães, poloneses, ucranianos etc. Com
extensão de aproximadamente 850.000 km², este domínio inclui o Estado isto, os estrangeiros diversificaram a economia local, o que tornou essa
do Ceará e partes dos Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de região uma das mais prósperas economicamente. Caracterizado por colô-
Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Tendo como nias de imigração estabelecidas pela descendência estrangeira, podemos
principais cidades: Crato, Petrolina, Juazeiro e Juazeiro do Norte. destacar como principais pontos, as cidades de: Blumenau – SC , colônia
alemã; Londrina – PR, colônia japonesa; Caxias do Sul – RS, colônia
Características do Povoamento italiana. Mas a vinda desses imigrantes não foi só boa vontade do governo
daquela época. O Brasil tinha acabado de terminar a sua guerra com
Sendo uma das áreas junto ao domínio morfoclimático dos mares de
Paraguai, que deixou muitas perdas em sua população, em virtude disso a
morros, de colonização pelos europeus (portugueses e holandeses), sua
solução foi atrair imigrantes europeus e asiáticos.
história de povoamento já é bastante antiga. A caatinga foi sempre um
palco de lutas de independência, seja ela escravista ou nacionalista. A Características Bio-Hidro-Climáticas e Fisiográficas
região tornou-se alvo de bandidos e fugitivos contrários ao Reinado Portu-
guês e posteriormente ao Império Brasileiro. Como o domínio das caatin- Atualmente, a vegetação de araucária – chamada de pinheiro-do-
Paraná, ou pinheiro-braseleiro – pouco resta, as indústrias de celulose e
O primeiro produto que moveu a economia do Brasil foi o açúcar, A ideia que temos hoje sobre o Nordeste, como uma grande região di-
durante o período de colônia, seguindo pelo ouro na região de Minas ferenciada no espaço brasileiro, é recente, datando do final do século XIX e
Gerais. Já independente, um novo ciclo econômico surgiu, agora com o inícios deste. Nos períodos anteriores havia vários “nordestes”, áreas
café. Esse momento foi fundamental para o desenvolvimento do Estado de bastante diferentes, com economias regionais relativamente isoladas umas
São Paulo, que acabou por tornar-se o mais rico do país. das outras: a região açucareira da Zona da Mata, centralizada em Recife e
Olinda; o sertão pecuário, servindo como complemento da Zona da Mata; a
Apesar de ter, ao longo da década de 90, um salto qualitativo na região do Maranhão e arredores, onde durante muito tempo houve até uma
produção de bens agrícolas, alcançando a liderança mundial em diversos administração colonial diferente da do restante do país; e as áreas que
insumos, com reformas comandadas pelo governo federal, a pauta de hoje correspondem ao Ceará e Piauí, que durante séculos de nossa histó-
exportação brasileira foi diversificada, com uma enorme inclusão de bens ria poucas ligações tiveram com as demais áreas que atualmente com-
de alto valor agregado como joias, aviões, automóveis e peças de põem o Nordeste do Brasil.
vestuário.
Foi com o processo de integração nacional, realizado a partir da indus-
Atualmente o país está entre os 20 maiores exportadores do mundo, trialização do país e sua concentração em São Paulo, que o Nordeste
com US$ 160,6 bilhões (em 2007) vendidos entre produtos e serviços a passou a ser encarado como uma grande região com traços em comum e
outros países. individualizada no conjunto do Brasil. Essa industrialização coincidiu com a
decadência econômica das áreas nordestinas e o refluxo demográfico
Em 2004 o Brasil começou a crescer, acompanhando a economia dessa região, que passou a ser fornecedora de mão-de-obra para as
mundial.Isto se deve a uma política econômica adotada pelo estado, ainda demais. O Nordeste, no século XX, passou a ser reconhecido como uma
assim, as taxas de juros e a política tributária é considerada abusiva. No "região-problema", área decadente que necessitava de um planejamento
final de 2004 o PIB cresceu 5,7%, a industria cresceu na faixa de 8% e as governamental para se desenvolver.
exportações superaram todas as expectativas.
Mesmo hoje, quando se reconhece o Nordeste como uma grande regi-
O Brasil é visto pelo mundo como um país com muito potencial assim ão com problemas em comum, ainda se pode perceber que há enormes
como a Índia, Rússia e China. A política externa adotada pelo Brasil disparidades econômicas e naturais entre diversas de suas áreas. As
prioriza a aliança entre países em desenvolvimento para negociar com os principais áreas ou unidades que compõem o complexo regional do Nor-
países ricos. O Brasil, assim como a Argentina e a Venezuela vêm deste brasileiro são:
mantendo o projeto da ALCA em discussão, apesar das pressões dos 1. Meio-Norte ou Nordeste ocidental - Formado pelos Estados do Ma-
EUA. Existem também iniciativas de integração na América do Sul, ranhão e Piauí, é uma área de transição entre a Amazônia e o
cooperação na economia e nas áreas sociais. Nordeste, com índices de pluviosidade elevados na porção oeste,
que diminuem para o leste e para o sul. Expande-se aí a Zona dos
A DIVISÃO INTER-REGIONAL DO TRABALHO E DA PRODUÇÃO Cocais, área de vegetação peculiar com seus babaçuais. E uma
unidade economicamente pobre, com o extrativismo vegetal (ba-
Centro-Oeste: baseia-se principalmente na agroindústria. baçu) e uma agricultura tradicional de algodão, cana-de-açúcar e
Nordeste: baseia-se normalmente em indústrias, petróleo e arroz. As cidades, como São Luís, mostram em suas paisagens
agronegócio. Políticas de incentivos fiscais levaram várias arquitetônicas as lembranças de um esplendor econômico passado
indústrias para a região. O turismo é bastante forte. e uma decadência presente.
Norte: baseia-se principalmente em extrativismo vegetal e 2. Sertão - Área de clima semi-árido que constitui o interior dessa
mineral. Merece destaque também a Zona Franca de Manaus, pólo grande região. É a área conhecida como ''Polígono das Secas'',
industrial. onde aparece a vegetação de caatingas e onde os índices de plu-
viosidade são baixos e irregulares, com a ocorrência periódica de
Sudeste: possui parque industrial diversificado e sofisticado
secas. Ela abrange a maior parte da área do Nordeste, mas aí vive
com comércio e serviços bem desenvolvidos. Destacam-se as
uma pequena parcela de sua população total, pois seus índices de
regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
densidades demográficas são os mais baixos.
Horizonte como os principais centros econômicos do Brasil.
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A principal atividade econômica do Sertão é a pecuária, que é extensi- fibra utilizada para fabricar tapetes, bolsas, cordas etc. ). Locali-
va e de corte. Os brejos, locais mais úmidos por estarem em encostas e zam-se ainda, nessa região, algumas cidades que desempenham
vales fluviais, são as principais áreas agrícolas do Sertão, com o cultivo do o papel de capitais regionais, como Campina Grande (PB), Caru-
milho, feijão e cana-de-açúcar. Em algumas áreas, como no Vale do Cariri aru (PE) e Garanhuns (PE).
cearense, cultiva-se o algodão de fibra longa, de altíssima qualidade,
denominado seridó. Nas áreas litorâneas do Ceará e Rio Grande do Norte O CENTRO-SUL
pratica-se a extração do sal, exportado principalmente pelos portos de Abrangendo quase 1/3 do território brasileiro, o complexo regional do
Macau e Areia Branca (RN). A cidade de Fortaleza, de crescimento rápido Centro-Sul estende-se desde a parte sul de Goiás, juntamente com o Mato
e recente e com alguma industrialização, destaca-se como centro diretor Grosso do Sul, até o extremo meridional do Brasil, incluindo, portanto, o
da vida dessa parcela da grande região, sendo receptora de grandes Sudeste. Nessa grande região vivem cerca de 2/3 dos habitantes do país e
contingentes de migrantes oriundos do interior. se concentra a maior parte dos recursos econômicos nacionais represen-
tados por instituições como: indústrias, agropecuária (das mais modernas),
O fato que mais marca o Sertão nordestino, para a imprensa e a opini- bancos, mercado de capitais, comércio, universidades etc. Trata-se assim
ão pública em geral, são suas secas. Elas são conhecidas desde o século da parte do território nacional mais intensamente ocupada pelo homem.
XVI, tendo sido registrado dessa época até 1985 um total de 41 secas,
doze das quais ocorreram no século XX. Algumas duram um ano, outras Dessa forma, o Centro-Sul é a grande região que possui maiores con-
dois ou três, e apenas uma durou seis anos, no século XVIII. Recentemen- trastes internos. As maiores disparidades regionais, os grandes contrastes
te, de 1979 até 1984, ocorreu uma violenta seca, que fora até prevista em são, de fato, obra do homem e não da Natureza. Comparada ao Centro-
meados da década de 1970 por um estudo realizado em São José dos Sul, a Amazônia pode ainda ser considerada bem mais homogênea. No
Campos pelo CTA (Centro Tecnológico da Aeronáutica). O governo fede- Centro-Sul localiza-se a megalópole brasileira, o ''centro econômico'' do
ral, desde a época do Império, vem adotando uma política de combate aos país, mas também se encontram nesse complexo regional áreas pouco
efeitos da seca, tendo por base a construção de açudes para represar os industrializadas e com uma agricultura tradicional.
rios locais, fazer um reservatório de água e tentar tornar perenes os rios
temporários. No Centro-Sul aparecem cinco das nove áreas metropolitanas do Bra-
Em 1909 foi criada a Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), sil: São Paulo e Rio de Janeiro, as duas metrópoles nacionais; e Belo
mais tarde transformada em DNOCS (Departamento Nacional de Obras Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, três metrópoles regionais. Aí também se
Contra as Secas) e incorporada à Sudene em 1959. localiza Brasília, a capital político-administrativa da nação. O grau de
urbanização dessa enorme região é bem maior que o da Amazônia ou do
Esse combate aos efeitos das secas no Nordeste não resolveu o pro- Nordeste, observando-se também uma rede urbana mais integrada, com
blema, mas beneficiou grandes proprietários de terras, denominados maior densidade de cidades, isto é, maior concentração de cidades, em
“coronéis”, e políticos ligados ao partido no poder. Os açudes, normalmen- relação ao espaço. A divisão territorial do trabalho entre as diversas áreas
te construídos com recursos públicos em grandes propriedades particula- que compõem o Centro-Sul do país é bem desenvolvida, com intensos
res, acabam sendo controlados pelo fazendeiro, que só permite se abaste- fluxos de mercadorias pelo espaço geográfico. As rodovias mais movimen-
cerem nesses locais as pessoas que lhe interessam. E as verbas federais tadas do Brasil aí se localizam, bem como os principais portos e aeropor-
que chegam para combater o efeito das secas são distribuídas para políti- tos.
cos ligados ao partido do poder, que as usam, muitas vezes, em proveito
próprio e para garantir votos. É por esse motivo que se criou a expressão Apesar de existirem inúmeras áreas ou regiões diferenciadas dentro
“indústria da seca”, para referir-se aos interesses econômicos e políticos de do Centro-Sul, e de as transformações aí serem muito grandes, podem-se
grupos que lucram com as secas. Esses grupos procuram divulgar ao reconhecer as seguintes unidades que se individualizam nesse conjunto
máximo a imagem de uma seca exagerada, que exigiria constantes recur- regional (a ordem de numeração dessas regiões ou unidades é aleatória,
sos financeiros do restante do país para ajudar os flagelados. não implicando qualquer classificação em graus de desenvolvimento):
3. A Zona da Mata ou Litoral oriental - Estende-se desde o Rio Gran- 1. A Megalópole ou “centro econômico” do Brasil - Área que abrange a
de do Norte até a Bahia. E uma área de clima tropical úmido, onde, Baixada Santista, onde se localiza o principal porto do país, além
às vezes, em cidades como Recife, são comuns as enchentes. Aí de inúmeras indústrias, como as siderúrgicas, petroquímicas etc. ;
estão concentrados a maioria dos habitantes da grande região a Grande São Paulo, Campinas e Paulínia; a Grande Rio de Janei-
Nordeste, com a ocorrência de elevadas densidades demográficas ro e cidades ao longo da rodovia Presidente Dutra, principal eixo
e cidades populosas. Ela compreende as seguintes subunidades: de ligação entre as duas metrópoles nacionais. Nessa área domina
- A Zona da Mata açucareira - Estende-se do Rio Grande do Norte a atividade industrial, com os estabelecimentos fabris mais moder-
até a parte setentrional da Bahia, onde predominam as grandes nos do país. Mas aí aparece também o ''cinturão verde'' de São
propriedades agrícolas que praticam a monocultura canavieira vol- Paulo (que abastece até o Rio de Janeiro), área hortigranjeira ao
tada para a exportação do açúcar. Os maiores problemas nordes- redor da cidade de Moji das Cruzes. Nessa área localiza-se igual-
tinos estão mais nessa área do que no Sertão: aí domina a pobre- mente uma zona de pecuária leiteira, nos diversos municípios que
za, as cidades são cheias de favelas ou ''mocambos'', a mão-de- compõem o Vale do Paraíba, área ao redor da rodovia Dutra (e do
obra em geral é mal remunerada e boa parte dos trabalhadores ru- rio Paraíba do Sul) que abrange terras dos Estados de São Paulo
rais recebe menos que o salário mínimo. e do Rio de Janeiro.
- O Recôncavo Baiano - Área ao redor de Salvador, onde se extrai 2. Zona da Mata mineira - Na porção sudeste desse Estado, onde se
boa parte do petróleo nacional. Há, aí, uma incipiente industrializa- destaca a cidade de Juiz de Fora. Trata-se de área agrícola e de
ção que vem crescendo desde os anos 70, mas também com idên- pecuária leiteira, que abastece principalmente a Grande Rio de Ja-
ticos problemas de submoradias, pobreza e mão-de-obra com re- neiro, além de Belo Horizonte.
munerações baixíssimas. 3. Quadrilátero Ferrífero - Área vizinha a Belo Horizonte, onde se des-
- O sul da Bahia ou Zona do Cacau - Engloba as cidades de Ilhéus e tacam as cidades de Sabará, Congonhas, Santa Bárbara e Maria-
Itabuna. Nessa área predomina a monocultura cacaueira voltada na, além de Ouro Preto. Trata-se da região que mais produz miné-
para a exportação. O cultivo desse produto é feito de forma som- rio de ferro no Brasil, cuja riqueza mineral se escoa por ferrovia até
breada, já que o cacaueiro é uma planta que se desenvolve bem à o porto de Vitória-Tubarão, no Espírito Santo, de onde é ex-
sombra de árvores de maior porte. portada. Aí se localizam também inúmeras indústrias, notadamente
4. O Agreste - Área de transição entre o Sertão e a Zona da Mata, siderúrgicas.
correspondendo de forma geral ao planalto da Borborema. O que 4. Triângulo Mineiro - Área sudoeste do Estado de Minas Gerais, onde
caracteriza o agreste é o fato de possuir, ao lado de áreas mais sobressaem as cidades de Uberlândia e Uberaba. Essa é uma re-
úmidas na parte leste, outras áreas de clima semi-árido e caatin- gião agrícola e pecuarista, com gado de corte.
gas na parte ocidental. Predominam nessa região as pequenas e 5. Porção sul de Goiás - Áreas vizinhas a Goiânia, Anápolis e Brasília.
médias propriedades e pratica-se uma policultura com o cultivo do É uma região agrícola que se destaca pelo cultivo do arroz e da
algodão, do café e do agave ou sisal (planta da qual se extrai uma soja.
O governo brasileiro, por sua vez, vem tentando atrair mais ainda o Em outras palavras, toda a sociedade brasileira paga um certo preço
capital estrangeiro na Amazônia, oferecendo-lhe sociedade em empreen- ou uma cota de sacrifício em prol dessa industrialização de Manaus, que
dimentos industriais e de mineração, como a exploração da serra dos no final de contas beneficia somente um pequeno grupo empresarial e de
Carajás e a construção de ferrovias e portos a fim de escoar esses miné- políticos locais. Ademais, esse tipo de indústria eletrônica em Manaus é
rios para o mercado internacional. O governo federal também construiu, e algo completamente marginal em relação às características da região
continua construindo ou planejando, inúmeras hidrelétricas na Amazônia, amazônica, onde poder-se-ia planejar um outro modelo de crescimento
como forma de garantir o suprimento de energia elétrica. baseado na navegação fluvial, no extrativismo vegetal, na indústria química
ou farmacêutica que aproveitasse as potencialidades da flora local etc.
Outra importante tentativa de promover o desenvolvimento econômico
da região foi a criação da Zona Franca de Manaus, em 1967. Trata-se de Mas a Zona Franca de Manaus foi pensada exatamente dentro dessa
uma área de livre comércio ao redor da capital do Amazonas, onde os ideia de “espalhar a indústria pelo território” ou “desenvolver" a Amazônia,
produtos industrializados importados não pagam impostos alfandegários. sem levar em conta o fato de que desenvolvimento não significa necessari-
Criada com a finalidade de industrializar essa cidade e áreas vizinhas, o amente industrialização e que na Floresta Amazônica existem outras
resultado foi um relativo crescimento industrial que utiliza pouca mão-de- formas de riqueza a serem exploradas (plantas medicinais, banco de dados
obra por empregar tecnologia moderna. Além disso, as fábricas aí instala- genéticos etc.), que poderiam gerar mais empregos e bem-estar social que
das são apenas linhas de montagem, isto é, empresas que apenas mon- esse parque industrial eletrônico.
tam certos produtos cujas peças vêm já prontas do exterior. Os principais
bens aí produzidos - TV em cores, videocassetes, aparelhos de som e As desigualdades regionais no Brasil vêm suscitando inclusive propos-
motos - empregam tecnologia estrangeira e acabaram por restringir esse tas separatistas, isto é, de pessoas ou políticos que apregoam a autonomia
tipo de indústria no Centro-Sul do país, já que produzem por preços com- ou separação de sua região principalmente o Nordeste, por um lado, e o
petitivos devido à ausência dos impostos. Ademais, essa zona fez crescer Sul do país, por outro - como forma de se alcançar o desenvolvimento. A
as importações do Brasil e contribuiu para aumentar sua dívida externa. partir dos anos 80, com a crise econômica e social do país, essas ideias
conheceram uma maior difusão.
O atual processo de ocupação da Amazônia brasileira, em síntese, é
predatório: em busca de lucros fáceis, grandes projetos agropecuários, Do lado do Nordeste, argumenta-se que essa região é sacrificada pela
subsidiados pelos incentivos fiscais do governo federal, depredam a rica prioridade dada ao Centro-Sul e que, funcionando como unidade política
floresta, exterminam nações indígenas, destroem a fauna, exploram inten- autônoma, conheceria uma maior industrialização.
samente a força de trabalho que utilizam e entram em conflitos violentos
com os pequenos proprietários de terras e posseiros. Essa é a Amazônia Do lado do Sul do Brasil, de São Paulo ao Rio Grande do Sul, torna-
de hoje, bem diferente daquela imagem romântica da "floresta impenetrá- ram-se a cada dia mais frequentes os argumentos de que, se esses quatro
vel'', do homem convivendo harmoniosamente com o meio natural, da Estados formassem um país, ele seria do Primeiro Mundo, ele teria um
predominância da coleta extrativa. padrão de vida comparável a muitos da Europa Ocidental. Afirma-se aqui
que a maior parte dos recursos do governo federal são extraídos do sul do
O PROBLEMA DAS DISPARIDADES REGIONAIS país e, ao invés fie serem investidos nessa área, eles quase sempre são
As desigualdades regionais do Brasil dão margem a várias interpreta- aplicados no Nordeste.
ções. De um lado há aqueles que afirmam haver um colonialismo (ou
imperialismo) interno, com as áreas industrializadas exercendo o papel de Apesar de existirem alguns poucos elementos de verdade em todos
metrópoles e as áreas mais pobres de colônias. Seria uma espécie de esses argumentos, na realidade eles são falsos nas suas conclusões,
''exploração'' de umas regiões sobre outras, principalmente do Centro-Sul como veremos a seguir.
sobre o Nordeste. Como se a industrialização de algumas áreas tivesse
necessariamente que ocorrer à custa do atraso em outras áreas, que O Nordeste de fato é um grande fornecedor de mão-de-obra barata e
permanecem somente como fornecedoras de mão-de-obra e matérias- matérias-primas para o Centro-Sul, em especial para suas áreas mais
primas baratas. industrializadas, que por sua vez fornecem bens manufaturados àquela
região. Mas não apenas o Nordeste desempenha esse papel: também
Outros autores, contudo, argumentam que esse raciocínio não é ver- inúmeras áreas no Centro-Sul baseiam-se na agropecuária ou na minera-
dadeiro, que a ideia de colonialismo interno é falsa. Afinal, em todas as ção, fornecendo inclusive força de trabalho para as partes mais industriali-
partes do mundo, mesmo nos países desenvolvidos, sempre coexistem no zadas dessa região do país.
mesmo território nacional áreas mais industrializadas e com tecnologia
avançada, por um lado, e, por outro, áreas agrícolas ou minerais, nas quais Mesmo no Nordeste há áreas industrializadas que recebem migrantes;
os salários permanecem num patamar inferior frente às primeiras. Exem- basta ver que na última década, de 1980 até 1990, a Bahia - e em particu-
plos desse tipo podem ser encontrados nos Estados Unidos, na França, na lar a sua capital, Salvador - foi uma das áreas que conheceu maior cresci-
Itália, na Inglaterra e na maioria dos demais países industrializados. A mento industrial no Brasil. E afinal de contas baixos salários não constitu-
industrialização, de fato, não se espalha por igual num território nacional, em uma característica do Nordeste e sim de todo o país. Não são apenas
mas normalmente se concentra em certas áreas onde há condições (maté- os operários nordestinos que recebem baixos salários no parque industrial
rias-primas ou mão-de-obra especializada, mercado consumidor, infra- de São Paulo ou de Belo Horizonte e sim a imensa maioria dos trabalhado-
estrutura etc.) favoráveis. res de uma forma geral.
Seria mesmo uma irracionalidade pretender espalhar por igual a ativi- Quanto à ideia de que o Sul do Brasil é desenvolvido e o restante é
dade industrial (ou qualquer outra: cultivo do trigo, da uva, pecuária leiteira que seria subdesenvolvido, temos que lembrar que as metrópoles dessa
etc.) no espaço geográfico, pois cada região ou área específica sempre parte do país também conhecem os enormes problemas das submoradias,
tem suas características (naturais e humanas) e potencialidades diferenci- do subemprego, dos salários baixíssimos para a maioria da população, da
adas. Pode-se inclusive citar um exemplo desse contra-senso na industria- sensível carência de atendimento médico-hospitalar e de transportes
lização de Manaus através de incentivos fiscais e isenção de impostos para coletivos etc., e que tanto a concentração fundiária no campo quanto a
importações de peças que lá são montadas. Houve um certo crescimento concentração na distribuição dos rendimentos são basicamente os mes-
industrial dessa cidade com a implantação da Zona Franca, mas isso se mos encontráveis nas demais regiões.
deu à custa do não-desenvolvimento dessas indústrias eletrônicas em
A partir da década de 90, e da emergência das ideias neoliberais, o Durante a 1ª Revolução industrial as indústrias inglesas se concentra-
processo de industrialização do país toma novo rumo, com a privatização ram nas proximidades das bacias carboníferas, o que fez com que ali
de grande parte das estatais e da abertura cada vez maior da economia do surgissem importantes cidades industriais, que ganharam o apelido de
país ao capital internacional, além da retirada de direitos trabalhistas cidades negras, isso se deu em decorrência do pequeno desenvolvimento
históricos. em especial dos meios de transporte. Na 2ª Revolução Industrial do final
do século XlX, com o desenvolvimento de novos meios de transporte
Mudanças espaciais também são verificadas na distribuição atual das (ferrovia) e a utilização de novas fontes de energia (eletricidade, petróleo,
indústrias no país, pois desde o início da industrialização, a tendência foi etc.) houve uma maior liberdade na implantação de indústrias que fez com
de concentração espacial no Centro-sul, especialmente em São Paulo, isso que surgissem novas áreas industriais.
fez com que esse estado se torna-se o grande centro da economia nacio-
nal e em decorrência disso recebesse os maiores fluxos migratórios, mas o No século XX as metrópoles urbano industriais passaram a concentrar
que se verifica atualmente é que a tendência mundial atual de desconcen- as maiores e mais importantes indústrias, o que as tornou o centro da
Hoje a presença de multinacionais já faz parte do cotidiano de milhões Pois bem, no Brasil havia quase que exclusivamente a indústria de
de pessoas no mundo todo, elas comandam os fluxos internacionais, e em consumo, ou leve, que se dedicava à produção de "bens perecíveis e
alguns casos chegam a administrar receitas muito superiores a de vários semiduráveis”. Desse modo, a implantação definitiva do sistema industrial
países do mundo. dependia do encontro de soluções para a implantação da indústria pesada,
produtora de bens duráveis de consumo, bens intermediários e bens de
As maiores multinacionais do mundo são dos EUA, seguidas de japo- capital.
nesas e europeias. Empresas desse tipo surgidas em países do mundo
subdesenvolvido ainda são poucas, e não tão poderosas como dos primei- DEFININDO O CAMINHO
ros. PRESENÇA NORTE-AMERICANA
No início da década de 1950, embora as opções fossem claras, a defi-
No Brasil, a chegada delas se deu, principalmente a partir do governo nição em torno da industrialização via capital estrangeiro ou estatal ainda
de JK, que abriu a economia nacional ao capital internacional proporcio- não era evidente. Mas a presença norte-americana já era visível em nossa
nando grande internacionalização da economia, por outro lado também economia.
beneficiou multinacionais como por exemplo na opção pela via rodoviarista
de transportes para o Brasil, que naquele momento atraiu várias multinaci- Em 1951 a Comissão Mista Brasil-Estados Unidos reuniu-se para ela-
onais produtoras de automóveis, mas que condenou os brasileiros a paga- borar um grandioso projeto no setor energético e viário, em que uma
rem os custos mais elevados desse tipo de transporte. considerável soma de capital norte-americano seria aplicada: cerca de 400
Para esse propósito, o capítulo seguinte faz um breve relato das preo- Dentre as várias propostas da época, vale ressaltar o estudo do enge-
cupações remotas com o transporte como um fator de desenvolvimento e nheiro militar Eduardo José de Moraes, apresentado ao governo imperial
de modernização da economia brasileira. O segundo capítulo apresenta em 1869, que continha ambicioso projeto de aproveitamento de vários rios
testemunhos de estadistas e engenheiros de transporte brasileiros, no brasileiros. O seu estudo, intitulado "Navegação Interior no Brasil", desta-
século XIX, assinalando as dificuldades para a implantação, no Brasil, de cava as enormes potencialidades das bacias hidrográficas brasileiras,
meios de transportes rentáveis e auto-sustentáveis. O terceiro registra o prevendo a implantação de "uma ampla rede de navegação fluvial, que
fim da era ferroviária e o início da era rodoviária. O quarto capítulo faz uma facilitaria as comunicações dos mais remotos pontos do país entre si", por
exploração sobre as principais causas da ascensão do transporte rodoviá- meio da construção de canais, eclusas e outras obras de engenharia [apud
rio e do declínio das outras modalidades de transporte, e o quinto e último Brasil (op. cit., p. 41)]. O Plano Moraes, como veio a ser chamado, propu-
capítulo conclui assinalando que o Brasil foi obrigado, por circunstâncias nha a interligação de todas as bacias hidrográficas do país — a do rio
particulares de seu desenvolvimento histórico, a fazer a opção pela moda- Amazonas e seus afluentes, no Norte, com a do rio da Prata, no Sul,
lidade de transporte que é a mais cara de todas, do ponto de vista social. através dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, e a desses rios com a do São
Francisco, no Sudeste e Nordeste, e, finalmente, a ligação desta última
1. Os Transportes como Fator de Desenvolvimento no Século XIX bacia com a do rio Parnaíba e seus afluentes, na porção mais ocidental da
Nos quase 500 anos em que se completou o processo de plena ocu- atual região Nordeste. O plano do engenheiro Moraes, a despeito de
pação e integração do espaço nacional, a construção de uma rede unifica- enfatizar o aproveitamento das vias interiores de navegação, preconizava,
da de transportes foi apresentada sempre como a única forma de assegu- ainda, a integração do sistema fluvial com as ferrovias e com a navegação
rar a integridade do território. de cabotagem, por meio da construção de três grandes estradas de ferro
conectando os portos do Rio de Janeiro, Salvador e Recife com as bacias
Todavia, foi somente após a Independência que começou a se mani- dos rios mencionados — tudo isso de uma forma harmônica e coordenada.
festar explicitamente no Brasil a preocupação com o isolamento das regi-
ões do país como um obstáculo ao desenvolvimento econômico. É importante registrar, ainda, que além de justificar o seu projeto como
uma necessidade estratégica para a defesa nacional, argumentava o
Durante os governos do Império (1822-1889), e de igual forma após a engenheiro Moraes ter o seu plano uma forte justificativa econômica por-
proclamação da República, significativo número de brilhantes engenheiros que, de acordo com suas próprias palavras, "a falta de meios fáceis de
brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de transportes para o comunicação e de transportes baratos do interior para o litoral, condena[va]
Brasil. Tendo como principal propósito a interligação das distantes e isola- os habitantes dessas ricas regiões a só produzirem ou extraírem os gêne-
das províncias com vistas à constituição de uma nação-estado verdadei- ros de sua indústria e cultura em limitadíssima escala, por terem diante de
ramente unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no país si uma perspectiva de preço de transporte, igualando, se não excedendo, o
explicitavam firmemente a sua crença de que o crescimento era enorme- valor da mercadoria transportada" [apud Brasil (op. cit., p. 43)].
mente inibido pela ausência de um sistema nacional de comunicações, e
de que o desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial para Dadas as condições socioeconômicas em que vivia o país na época —
o alargamento da base econômica do país. Acreditavam, também, que a a economia brasileira ainda estava baseada na escravidão e no latifúndio,
existência de meios de comunicação viria promover mudanças estruturais e largamente dependente da exploração de uns poucos produtos exportá-
na economia brasileira, ao permitir o povoamento das áreas de baixa veis —, a implementação desses planos e de outros que se seguiram (a
densidade demográfica e, sobretudo, por possibilitar a descoberta e o despeito de conterem muitos aspectos realistas e efetivamente implemen-
desenvolvimento de novos recursos que jaziam ocultos no vasto e inexplo- táveis, mesmo considerando-se a pobreza dos recursos imperiais) termi-
rado interior da nação. A promoção da imigração também era, para muitos nou constituindo não mais do que uma aspiração não concretizada de
desses engenheiros, outro resultado importante que adviria da expansão grandes estadistas brasileiros do século XIX.
dos transportes, por propiciar a abertura de novas terras agricultáveis para
colonização. Mas o não-reconhecimento público dos inúmeros planos e estudos
apresentados ao Parlamento e às autoridades governamentais da época
O advento da era ferroviária, tanto no Brasil quanto em outros países Não é de surpreender, assim, que poucas décadas após o início da
do mundo, e, principalmente, o reconhecimento dos enormes impactos construção das primeiras linhas férreas no Brasil, a situação financeira das
desenvolvimentistas das ferrovias nos países de colonização recente, companhias ferroviárias em operação já constituísse séria preocupação
como os Estados Unidos da América, fizeram com que esta modalidade de dos governos, transformando-se, com o tempo, em problema crônico que
transporte passasse a receber prioridade dos engenheiros de transporte, jamais veio a ser adequadamente resolvido.
de sorte que todos os planos apresentados entre o período de 1870 até
1930 foram essencialmente ferroviários. Dentre os mais notáveis desses Outra indicação de quão remotamente as ferrovias brasileiras já pas-
planos, vale mencionar os de Rebouças (1874), Ramos de Queiroz (1874 e savam por dificuldades é encontrada no trabalho de Rodrigues da Silva, na
1886), Bicalho (1881), Bulhões (1882), Rodrigo da Silva (1886), o da época o ministro da Agricultura, do Comércio e de Obras Públicas e tam-
Comissão da República (1890), o da Viação Férrea (1912) e o de Paulo de bém autor de um Plano Geral de Viação, em 1886. Em relatório encami-
Frontin (1927). nhado ao imperador, no qual apresentava as justificativas de seu plano de
viação, o ministro assinalava que era "desolador o quadro que apresenta-
Em todos esses planos e projetos, se bem que nenhum chegasse a vam as nossas estradas de ferro", e chamava atenção para o fato de que
ser implementado ou o fosse apenas parcialmente, havia a justificativa "as circunstâncias do Tesouro Real não permitiam a continuação de um
comum de que, diante da precariedade dos sistemas de navegação marí- corajoso programa de construção de estradas econômicas (sic) que pene-
tima e fluvial, caberia às ferrovias o papel fundamental de interligar o país e trassem o interior do Império" [apud Brasil (1974, p. 75)].
de promover o aproveitamento das potencialidades das vastas áreas
interioranas da nação. "Franquear os tesouros ocultos no coração do Brasil Mas nenhum outro autor do século XIX parece ter revelado percepção
aos povos de todas as nações do globo; disseminar a civilização pelo tão aguda do problema ferroviário no Brasil quanto Antônio Rebouças,
interior de nosso país; economizar o tempo gasto em percorrer as distân- outro brilhante engenheiro que também oferecera ao governo imperial, em
cias, de harmonia com os altos interesses políticos e estratégicos", e a 1874, um ousado plano de transportes. Escrevendo 20 anos após a apre-
percepção de que "a grandeza deste país está, antes de tudo, na integri- sentação do seu plano, em um tom que claramente expressava a sua
dade de seu território" eram, nas palavras do engenheiro Ramos de Quei- profunda desilusão com a deplorável situação a que haviam chegado a
roz, em memória anexa ao seu plano ferroviário apresentado ao Senado construção e o funcionamento das ferrovias no Brasil, Rebouças declarava
brasileiro no ano de 1882 [apud Brasil (op.cit., p. 47-48)], a justificativa que em 1894: "A experiência de quase um século, que hoje temos com os
norteava os planos para a integração e o desenvolvimento da economia caminhos de ferro e [com o desenvolvimento de] seus terrenos marginais,
brasileira a partir da ferrovia. ensina-nos a não esperar mais pelos seus efeitos indiretos e sim promover
energicamente a subdivisão [da terra] em lotes, a abertura de caminhos
2. Crítica aos Transportes como Solução para os Problemas do vicinais, a venda [de terra] em leilões e o estabelecimento de pequenos
Brasil proprietários rurais em toda a zona servida pela via férrea" [Rebouças
Nas últimas décadas do século XIX, contudo, ao mesmo tempo em (1938, p. 414)].
que tomava força a ideia de que um sistema nacional de comunicações era
uma precondição para o crescimento do país, em face da deplorável situa- Rebouças, assim como um expressivo grupo de outros autores brasi-
ção em que se encontravam as diversas modalidades de transporte exis- leiros que escreveram sobre as condições socioeconômicas do Brasil no
tentes (ferrovias, navegação interior e costeira e estradas de rodagem), século XIX,6 era um entusiasta da experiência econômica vivida pelos
começou a se desenhar um crescente questionamento acerca dos reais Estados Unidos nesse século e um profundo admirador das bem-sucedidas
benefícios de apenas dotar o país de mais e melhores meios de transpor- políticas desenvolvimentistas que haviam sido adotadas naquele país,
tes. Dúvidas começaram a emergir, nas mentes daqueles mesmos pionei- especialmente relacionadas com a exploração de terras devolutas (por
ros, sobre se a simples construção de estradas e de outras vias de trans- meio das Homestead Laws, que Rebouças considerava como uma lei
porte, não acompanhadas por outras medidas de política econômica de civilizatória), com a política de construção de ferrovias (por meio da qual as
mais amplo alcance, seria suficiente para garantir a deflagração automática companhias ferroviárias recebiam terras devolutas como forma de paga-
do crescimento, satisfazendo, assim, às aspirações por mudanças profun- mento com a obrigação de vendê-las em lotes a pequenos agricultores),
das na sociedade brasileira, e livrando a economia nacional de quase com a capacidade de o governo norte-americano cobrar tributos de sua
quatro séculos de atraso. sociedade, e com a atitude democrática revelada pelos Estados Unidos em
relação à imigração. Advogando a implementação dessas políticas econô-
Nesse sentido, o engenheiro Ramos de Queiroz, autor de dois ambici- micas no Brasil, Rebouças defendia com vigor o argumento de que "toda
osos planos de transporte (um, em 1874, e outro, em 1882), e que procla- empresa de caminho de ferro deve começar por ser uma empresa territori-
mava ser "a disseminação da civilização pelo interior do nosso país" um al, como nos Estados unidos".
dos maiores objetivos dos seus projetos, alegando que a ausência de
meios adequados de comunicações "era a causa de grandes perturbações Argumentando, ainda, que a "solução do problema enfrentado pelas
na vida econômica e social dos estados", já antecipava, na reformulação ferrovias — intimamente ligado ao progresso da agricultura — deveria
do seu primeiro plano ferroviário de 1874, a enorme complexidade do começar com a terra", Rebouças ofereceu sugestões para a elaboração de
problema do transporte no Brasil. um programa compreensivo de construção de estradas, associado com o
desenvolvimento de terras ociosas, cujos princípios gerais são sintetizados
Ao concluir que "fazer estradas é o de menos; assegurar-lhes renda é a seguir:
que é a questão" [apud Brasil (op. cit., p. 54)], Queiroz deixava claras suas i) compra e desapropriação, por lei, de todas as terras não cultivadas
preocupações sobre a própria viabilidade de se construir e manter vias de situadas nas margens das ferrovias;
comunicações sem a existência de fluxo correspondente de cargas. ii) divisão dessas terras em pequenos lotes;
iii) abertura de estradas vicinais, com vistas a promover a articulação
De fato, embora considerações de ordem política e estratégica rece- dos lotes de terra com as estações ferroviárias próximas; e
bessem peso preponderante na definição das principais linhas ferroviárias iv) venda de terras em leilões públicos, a preços acessíveis, tanto a
a serem subsidiadas pelo governo, a rentabilidade econômica das ferrovias colonos nacionais quanto a imigrantes estrangeiros, durante o pe-
constituía matéria de crescente preocupação por parte de seus promoto- ríodo em que eram construídas as ferrovias [Rebouças (op. cit., p.
res. A pobreza do mercado interno e o estado geral de subdesenvolvimen- 414-15)].
to do país, de um lado, e, de outro, a enorme dificuldade de o Tesouro
Nacional gerar receitas fiscais em uma economia politicamente dominada Rebouças concluía que, adotando-se esse programa durante os três
por uma elite agrária que resistia fortemente ao pagamento de tributos, ou quatro anos que levaria a construção das estradas, as companhias
começavam a ser vistos como os fatores limitativos principais, tanto em ferroviárias teriam assegurado, após sua inauguração, uma clientela garan-
Empresas extintas
Rede Ferroviária Federal 1957-2007
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré
Estrada de Ferro de Bragança
Estrada de Ferro São Luís-Teresina
Estrada de Ferro Central do Piauí
Rede de Viação Cearense
Estrada de Ferro Mossoró-Sousa
Estrada de Ferro Sampaio Correia
Rede Ferroviária do Nordeste
Viação Férrea Federal do Leste Brasileiro
Aeroporto de Internacional de Guarulhos, em Guarulhos (SP). Estrada de Ferro Bahia-Minas
Estrada de Ferro Leopoldina
Estrada de Ferro Central do Brasil
Rede Mineira de Viação
Estrada de Ferro de Goiás
Estrada de Ferro Santos-Jundiaí
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina
Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina
Resumindo:
Até a década de 1950, a economia brasileira se fundava na exportação
de produtos primários, e com isso o sistema de transportes limitou-se aos
transportes fluvial e ferroviário. Com a aceleração do processo industrial na
segunda metade do século XX, a política para o setor concentrou os recur-
sos no setor rodoviário, com prejuízo para as ferrovias, especialmente na
área da indústria pesada e extração mineral. Como resultado, o setor
rodoviário, o mais caro depois do aéreo, movimentava no final do século
mais de sessenta por cento das cargas.
Rodovia Anchieta.
Problemas urbanos
Evidentemente, a urbanização em processo nos países subdesenvol-
vidos ou em desenvolvimento, geram diversos problemas de várias ordens:
poluição do ar, do solo e das águas, trânsito caótico, violência, déficit de
moradias, crescimento das regiões periféricas sem infraestrutura, etc.
Na década de 1980, o crescimento acelerado deu lugar à estagnação. Muitos deles se manifestam também nas grandes cidades dos países
A perda de receitas, com a extinção, em 1988, do imposto sobre lubrifican- desenvolvidos, embora lá se reúnam melhores condições para combatê-
tes e combustíveis líquidos e do imposto sobre serviços de transporte los.
rodoviário, impediu a ampliação da rede e sua manutenção. Como resulta-
do, em fins do século XX a precária rede rodoviária respondia por 65% do Para os problemas urbanos, de qualquer modo, não existem soluções
transporte de cargas e 92% do de passageiros. mágicas, que se possam obter a curto prazo. Isso, se de fato existirem
soluções - o que ninguém pode prever. No entanto, uma coisa é certa: o
Transporte hidroviário. As hidrovias, uma alternativa sempre lembrada processo de urbanização é irreversível.
dadas as condições privilegiadas da rede fluvial nacional, pouco se desen-
volveram. A navegação fluvial nunca foi bem aproveitada para o transporte URBANIZAÇÃO DO BRASIL
de cargas. Em 1994, a malha hidroviária participava com apenas 1% do Consequências e características das cidades
transporte de cargas. A maioria dos brasileiros vivem em cidades. Isso significa que pouco
resta da sociedade rural que caracterizava o país nos anos 1940, quando
As hidrovias, na década de 1990, ainda eram os rios das principais ba- cerca de 70% da população brasileira morava no campo.
cias brasileiras, em que a ação humana corretiva foi limitada. Dentre essas O processo de urbanização no Brasil difere do europeu pela rapidez de
vias destacavam-se a bacia amazônica, da qual dependiam de forma seu crescimento. Ao passo em que na Europa esse processo começou no
quase absoluta as populações esparsas da região Norte; a bacia do Para- século 18, impulsionado pela Revolução Industrial, em nosso país ele só se
guai, via de escoamento de parte da produção mineral e agropecuária da acentuou a partir de 1950, com a intensificação da industrialização.
região Centro-Oeste; e a bacia do São Francisco, que atendia as popula- O êxodo rural aumentou na década de 70 do século 20, com a cidade
ções ribeirinhas dos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alago- de São Paulo assumindo a posição de principal pólo de atração. Por conta
as e Sergipe. No Rio Grande do Sul localiza-se a principal via de transpor- desse crescimento descontrolado nos últimos 30 anos, 40 municípios que
te fluvial e lacustre do país, formada pelos rios Taquari e Jacuí, ligados às envolvem a capital paulista estão fisicamente unidos, formando uma man-
lagoas Patos e Mirim pelo canal de São Gonçalo. cha demográfica chamada conurbação.
O único projeto de hidrovia em andamento na metade da década de Favelização e outros problemas da urbanização
1990 era a Tietê-Paraná, no estado de São Paulo. Em trabalho conjunto, A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados
os governos estadual e federal realizaram obras de correção dos leitos dos para atender às necessidades básicas dos migrantes, causa uma série de
rios para torná-los navegáveis e construíram canais artificiais de ligação e problemas sociais e ambientais. Dentre eles destacam-se o desemprego, a
barragens com eclusas. A conexão com redes ferroviária e rodoviária criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água. Em todo o mun-
permitia o escoamento pela hidrovia da produção de numerosos municípios do mais de 1 bilhão de pessoas vivem em favelas e áreas invadidas.
paulistas.
Histórico da urbanização brasileira
Transporte aéreo. Implantado no Brasil em 1927, o transporte aéreo é Na segunda metade do século 19, a cafeicultura - que transformou de-
realizado por companhias particulares sob o controle do Ministério da finitivamente o Sudeste na principal região econômica do país - ajudou a
Aeronáutica no que diz respeito ao equipamento utilizado, abertura de promover a urbanização do Rio de Janeiro e de São Paulo e deu início a
novas linhas etc. A rede brasileira, que cresceu muito até a década de um pequeno processo de industrialização no país.
1980, sofreu as consequências da crise mundial que afetou o setor nos
primeiros anos da década de 1990. Foi somente durantes os governos de Getúlio Vargas (1930-1945) que
se promoveram as primeiras medidas para se industrializar significativa-
Transporte marítimo. Entre 1920 e 1945, com o florescimento da in- mente o país, o que deslocaria o eixo populacional do país do campo para
dústria de construção naval, houve um crescimento constante do transpor- a cidade. A implantação da indústria automobilística no governo de Jusce-
te marítimo, mas a partir dessa época a navegação de cabotagem declinou lino Kubitschek (1955-1960) deu novo impulso ao processo.
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Estas concepções se inspiraram na obra de Kautsky (1980), que no fi- teres comuns que equivale a uma classe, totalidade, estrutura ou conjunto.
nal do século passado analisou o início da união da agricultura com a Pode designar um sistema de relações internas que convertem o complexo
indústria. Em seu livro A Questão Agrária, realiza as seguintes afirmações: em um todo fechado ou autônomo. Para a lógica, o termo "complexo" é
constituído por diversos membros, simplesmente aludidos na expressão ou
O camponês deixa de ser, pois, o senhor na sua exploração agrícola. mencionados implicitamente. Essa noção de complexo nos é fornecida
Esta se torna um apêndice da exploração industrial por cujas conveniên- pela filosofia (JOSÉ FERRATER MORA - Dicionário de Filosofia, 1958).
cias deve orientar-se (.) Frequentemente, também cai sob a dependência
técnica da exploração industrial (...) Como nos demais setores da socieda- O termo "complexo" é utilizado para designar e/ou representar vários
de capitalista, a indústria acaba por vencer a agricultura (...). A indústria elementos e no uso corrente apresenta múltiplos sentidos, podendo ser
constitui a mola não apenas de sua evolução mas ainda da evolução considerado como "um grupo ou conjunto de coisas que tem qualquer
agrícola. Vimos que foi a manufatura urbana que dissociou, no campo, a ligação ou nexo entre si" e também algo "confuso, complicado, intricado e
indústria e a agricultura, que fez do rural um lavrador puro, um produtor que abrange ou encerra muitos elementos ou panes que podem ser obser-
dependente dos caprichos do mercado, que criou a possibilidade de sua váveis sob diferentes aspectos" (Dicionário Aurélio). Estas definições são o
proletarização (...) Foram criadas assim as condições técnicas e científicas balizamento que permite a realização de determinados recortes da realida-
da agricultura racional e moderna, a qual surgiu com o emprego de máqui- de, recortes estes possíveis de serem apreendidos de forma interrelacio-
nas e deu-lhe, pois, superioridade da grande exploração capitalista sobre a nada e definidos por um ou mais critérios.
pequena exploração camponesa. (KAUTSKY 1980: 281-318)
Assim, pode-se utilizar a noção de complexo para a análise do enca-
A citação é longa mas ilustrativa do processo iniciado no século pas- deamento, da coordenação, das relações entre os vários elementos e/ou
sado de como o capital se apropria da agricultura. Entre outras coisas, etapas de um determinado processo.
Kautsky em sua análise indica o início do processo de união, de interrela-
ção que passaria a ocorrer entre a agricultura e a indústria e que daria A primeira noção de complexo resultaria em um recorte estático obtido
origem ao processo de industrialização da agricultura. através de critérios de agregação de atividades que sejam afins (SILVA,
1991). O entendimento do Complexo Agroindustrial nesta perspectiva
Outra ideia central que norteia as investigações destas concepções é a surgiu com os conceitos de agribusiness (proposto por J. DAVIS & R.
de que a constituição do Complexo Agroindustrial no Brasil é recente e GONDELBERG, 1957); e de filiére (proposto por L. MALASSIS, 1973).
remonta à década de setenta.
A segunda noção de complexo está associada às teorias de desenvol-
A partir desse processo, tivemos a industrialização da agricultura (agri- vimento, sobretudo às contribuições de F. Perroux e A. Hirschman. Para
cultura articulada com ramos industriais a montante e a jusante, ramos estas teorias, os investimentos teriam o poder de induzir o surgimento de
estes instalados no país) e a consequente formação do Complexo Agroin- outras atividades nos ramos que estivessem em contato, ocorrendo, dessa
dustrial no Brasil. forma, atividades conexas e permitindo abordagens multisetoriais.
A constituição do Complexo Agroindustrial em nosso país envolveu a
A noção de agribusiness foi desenvolvida, inicialmente, nos Estados
internalização da indústria de máquinas, equipamentos e insumos e a
Unidos e definida como sendo a soma de todas as operações envolvidas
modernização e expansão do sistema agroindustrial que foi regulamentada
no processamento e distribuição de insumos agropecuários, as operações
através das políticas estatais (políticas de fomento agrícola).
de produção na fazenda, e o armazenamento, processamento e a distribui-
A existência de articulações intersetoriais entre a agricultura e a indús- ção dos produtos agrícolas derivados. (DAVID & GONDELBERB, 1957:2)
tria (a montante e a jusante) é a premissa básica para a formação do
Complexo Agroindustrial. Há concordância entre os autores, que estas Esta definição generalizou a utilização do termo agribusiness para ex-
relações são recentes no Brasil. plicar a crescente interrelação setorial entre a agricultura e a indústria. Para
estes autores, o termo agribusiness contemplaria as funções que eram
Apesar destas concordâncias, existem duas concepções sobre a for- dadas à agricultura há 150 anos.
mação do Complexo Agroindustrial no Brasil. As divergências estão asso-
ciadas à noção de complexo a às fontes teóricas e analíticas utilizadas A crítica dirigida a esta visão das relações agricultura-indústria, na
para a apreensão das suas características no Brasil. economia americana, é de que a mesma não considera o progresso técni-
co, tornando-se uma descrição estática das relações intersetoriais que
Uma das concepções utiliza critérios de agregação previamente defini- ocorreram entre agricultura e indústria, e o conceito de agribusiness nada
dos e derivados do conceito de agribusiness proposto nos Estados Unidos mais é do que um agregado de subsistemas interrelacionados por fluxos de
na década de cinquenta a de filière, que foi desenvolvido na França na troca. Se isso ajuda a descrever a complexidade das relações estruturais,
década de sessenta. não permite em nenhum momento dar conta da dinâmica das forças soci-
ais aí envolvidas que determinam não apenas aquela configuração particu-
Parte-se da concepção de que o Complexo Agroindustrial insere-se lar, como também as suas mudanças. (SILVA, 1991:7)
em um espaço econômico determinado. A partir desse espaço, se poderia
isolar um conjunto de atividades fortemente interdependentes, onde cada Podemos considerar que a noção de agribusiness propicia uma visão
complexo formaria um conjunto de sistemas e/ou cadeias produtivas relati- sistêmica do processo de relações entre agricultura a indústria. Esta análi-
vamente independentes dos demais complexos. Este recorte do Complexo se, que estuda os sistemas agroindustriais, contempla vários sistemas
Agroindustrial denominamos de "macro" Complexo Agroindustrial, que tem agroindustriais dos mais diversos produtos oriundos do setor agropecuário.
em MULLER (1981, 1982a,b,c, 1989b,c) a mais expressiva contribuição
para o entendimento desse processo no Brasil. O termo agribusiness foi traduzido para o francês como filière (cadeias)
e a dimensão histórica foi considerada no contexto do desenvolvimento
A outra concepção parte da análise das transformações da agricultura
capitalista do setor agropecuário. MALASSIS (1973) considera a cadeia
brasileira originada nos complexos rurais do Brasil Colonial aos Complexos
agroalimentar como o setor da economia agrícola constituído por um
Agroindustriais da atualidade. Assim, teríamos a existência de vários
conjunto de empresas que estão envolvidas na produção agrícola e na sua
Complexos Agroindustriais. Os trabalhos de KAGEYAMA et al (1987) e
transformação. A sua estrutura é caracterizada por um sub-setor a montan-
SILVA (1991,1996) procuram mostrar esse processo no Brasil.
te (que fornece os bens de produção), o sub-setor agrícola e o sub-setor
Apresentaremos agora o conteúdo da noção de Complexo Agroindus-
que transforma e distribui os produtos agrícolas e alimentares.
trial nas duas concepções: a do "macro" Complexo Agroindustrial e a dos
"micro" Complexos Agroindustriais.
Malassis, na sua análise, além de incorporar a dimensão histórica,
O "macro" complexo agroindustrial (CAI): do complexo industrial considera a dimensão tecnológica no interior das cadeias alimentares. Para
ao complexo agroindustrial este autor, as mudanças que ocorrem na economia agrícola estão associ-
O termo "complexo" apresenta vários significados. Pode ser conside- adas à evolução tecnológica.
rado de modo geral como um conjunto de objetos determinados por carac-
Ciências Humanas e suas Tecnologias 101 A Opção Certa Para a Sua Realização
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O estudo das cadeias agroindustriais como proposto por MALASSIS econômicas) e também na estrutura social. A utilização do termo industria-
(1973) incorporou em sua concepção a indústria a montante, a indústria lização da agricultura significa pensar que o mesmo expressa certa inter-
para a agricultura produtora de máquinas e insumos industriais. dependência da produção agrícola em relação às limitações naturais
(reprodução da fertilidade da terra, diminuição do tempo de produção
As concepções de agribusiness (complexo agroindustrial/ sistema graças ao emprego de conhecimentos de engenharia genética por exem-
agroindustrial) e de filière (cadeias agroindustriais) apresentam vários plo) e à destreza do trabalho humano (emprego de máquinas, implemen-
pontos em comum dentre os quais destacamos a sequência de informa- tos, herbicidas, por exemplo). (Muller, 1982a:52)
ções pelas quais passa o produto, do estágio inicial ao final; a importância
da coordenação dos sistemas; indicam a análise da matriz insumo-produto; O processo de industrialização da agricultura ocorreu, balizado em um
consideram relevante o papel da tecnologia (Machado Filho et al, 1996). mercado com fortes características oligopólicas, tanto a montante como a
jusante, e para Muller foi neste contexto que se constituiu no Brasil o
Complexo Agroindustrial, que em um primeiro momento foi definido como o
conjunto de processos técnico-econômicos, sócio-políticos, que envolvem
a produção agrícola, o beneficiamento e sua transformação, a produção de
bens industriais para a agricultura e os serviços financeiros corresponden-
tes. (MULLER, 1982a: 48)
Cabe destacar que nesta definição Muller acabou realizando uma dis-
tinção entre as atividades principais do Complexo Agroindustrial (indústria
a montante, a jusante e a própria agricultura) das atividades acessórias
(financiamento, comercialização e serviços) e considerou a indústria para a
agricultura como elemento dinâmico do complexo agroindustrial, e neste
sentido é que o autor propôs o conceito de Complexo Agroindustrial como
uma unidade analítica das transformações no setor agropecuário.
Em sua análise das transformações da agricultura brasileira, Muller O Complexo Agroindustrial é apresentado com uma grande articulação
parte da concepção de que esta se industrializou, e, para o mesmo, trata- interna e conformado pelas atividades agropecuárias e industriais que
se de sustentar que a atual industrialização do campo brasileiro é um transformam as matérias-primas. As cadeias produtivas articulam toda a
fenômeno novo e que a agricultura industrializada imprime a direção do base do processo - o setor agropecuário - com os vários setores que
devir de toda a agricultura nacional. (MULLER, 1982a:47) processam a matéria-prima - até a finalização do produto.
Concorda com a recência da industrialização da agricultura brasileira, O Complexo Agroindustrial é visto assim como um elemento de uma
na qual a agricultura passou a ser condição necessária para a acumulação estrutura maior conformada pelos complexos industriais de toda a econo-
de parcela da indústria de bens de capital (Muller, 1982a). Caracterizou a mia, aparecendo como um conjunto de atividades fortemente articuladas.
interdependência intersetorial na agricultura, que acabou se refletindo na Porém, é o único complexo que não está centrado nas atividades industri-
estrutura e na dinâmica do setor agrícola (transformações técnico- ais.
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HAGUENAUER et al (1984), na delimitação do Complexo Agroindus- O processo de modernização da agricultura (através da importação de
trial, não consideraram as indústrias de máquinas e implementos agrícolas. máquinas e insumos) resultou no de industrialização (já com as máquinas
Esta incorporação seria realizada por outros pesquisadores, como MUL- e insumos produzidos no Brasil), e essas transformações, aliadas às
LER (1989c), que considera as fábricas de máquinas e implementos agrí- mudanças nas relações de trabalho, resultaram na constituição do Com-
colas como integrantes da indústria para a agricultura. plexo Agroindustrial na década de setenta.
Neste contexto, o autor aponta que a noção de Complexo Agroindus- Os autores supra citados enfatizam o papel do Estado e da internaliza-
trial seria um espaço configurativo, de representação das relações interse- ção da produção de bens para a agricultura na formação do Complexo
toriais indústria-agricultura-comércio e serviços. "Na medida em que o CAI Agroindustrial, que é por eles definido como conjuntos de atividades forte-
se apresenta como a morfologia destas relações, ele permite evidenciar a mente relacionadas entre si (por compras e vendas) e fracamente relacio-
especificidade de uma rede de relações." (MULLER, 1989b:27). nadas com o resto das atividades. Esses conjuntos são vistos de forma
dinâmica, o que torna a sua delimitação menos rígida do que seria uma
Para Muller, o Complexo Agroindustrial passa a ser concebido como tipologia ou análise sistêmica. (KAGEYAMA et al, 1987:2)
um espaço de representação das relações entre indústria-agricultura-
comércio-serviços. A esta noção acrescentou a de complexo industrial Para chegar à formação dos Complexos Agroindustriais, esta concep-
(HAGUENAUER et al, 1984) e passou a considerar o Complexo Agroindus- ção resgatou o processo histórico da agricultura brasileira. O primeiro
trial como uma unidade de análise na qual as atividades (agricultura, complexo a ser considerado é o rural, que compreende o período que vai
pecuária, reflorestamento) se vinculam com as atividades industriais de do Brasil Colonial até 1850.
uma dupla maneira: com a de máquinas e insumos para a agricultura e
com as de beneficiamento e processamento; com o comércio atacadista e Este complexo em sua caracterização era simples e estava na depen-
varejista internos; e com o comércio externo, tanto de produtos agrários dência das flutuações do comércio exterior, em função da inexistência de
quanto agroindustriais, e da indústria para a agricultura. (MULLER, um mercado interno. No interior das fazendas produziam-se os equipamen-
1989c:31) tos necessários para a produção e a alimentação necessária à subsistên-
cia.
Nesta sua proposta, o autor mantém as atividades para a agricultura
como parte integrante e dinâmica do Complexo Agroindustrial, uma vez No período compreendido entre 1850 e 1945, o complexo rural entra
que é ela que define o padrão tecnológico de produção e é responsável em decomposição, que coincide com a transição para o trabalho livre, a
pela geração do progresso técnico na agricultura. formação do mercado interno, o processo de substituição de importações e
a emergência do novo complexo cafeeiro paulista. Para KAGEYAMA et al
Este conceito avança em relação ao anterior ao levar em consideração (1987), este foi um longo processo que ganhou impulso em 1850, acelerou-
as estratégias de comercialização utilizadas pelas agroindústrias e a incor- se na década de trinta e se consolidou na década de cinquenta, com a
poração do comércio atacadista e varejista no Complexo Agroindustrial. internalização das indústrias produtoras de bens de capital. Assim: a
decomposição do complexo rural inicia-se em 1850, com a lei de terras e a
O Complexo Agroindustrial constituiu-se assim em um dos agentes de proibição do tráfico, terminando em 1955, com a implantação do D1 em
transformação do setor agropecuário brasileiro. Devemos ressaltar que bases industriais modernas. (KAGEYAMA et al, 1987:5)
neste processo houve a participação do capital industrial e do Estado
(através do aparato financeiro - crédito rural) e dos grandes e médios A partir desse processo de consolidação da indústria nacional, que in-
proprietários. Ocorreu, na realidade, uma integração de capitais na agricul- cluiu a formação de mercados nacionais para produtos agroindustriais e
tura brasileira. Tivemos uma fusão de capitais e a agricultura passou a ser para produtos industriais necessários à produção, a agricultura brasileira
vista como um campo de aplicações de capitais em geral. iniciou a sua industrialização.
Resumindo, podemos afirmar que Muller trabalha com a ideia básica Para os autores em tela, a industrialização do campo é um processo
de que a produção agrária moderna apresenta relações setoriais entre os especifico no qual a indústria passou a comandar as transformações na
setores industriais e agrícolas. Em sua análise, coloca ênfase na interde- agricultura, e isso só foi possível ocorrer a partir da implantação da indús-
pendência entre a agricultura e a indústria e indica que a agricultura perdeu tria para a agricultura no país. Nestes termos, a produção agrícola passou
seu caráter autônomo. A análise não está mais centrada na agricultura, a ser um elo de uma cadeia, processo que resultou na formação dos
mas nas articulações que se estabeleceram entre estes setores. A propos- Complexos Agroindustriais.
ta de Complexo Agroindustrial surge como uma unidade analítica para
Assim, com a constituição dos Complexos Agroindustriais, as trans-
apreender o processo que se estabeleceu entre agricultura e indústria
formações do setor agrário podem ser apreendidas a partir da dinâmica
através do padrão geral de acumulação em curso no país. A sua configura-
conjunta da indústria para a agricultura (montante)/agricultura/agroindústria
ção foi construída a partir das noções agribusiness, filière e de complexo
(jusante), o que, na visão de KAGEYAMA et al (1987:11), "remete ao
industrial. Pode ser entendido como uma unidade analítica "macro", que
domínio do capital industrial e financeiro e ao sistema global de acumula-
permite a sua investigação também em forma de cadeias agroindustriais.
ção".
O "micro" complexo agroindustrial: dos complexos rurais aos A partir desse processo tem-se um estreitamento das relações interse-
complexos agroindustriais (CAI's) toriais, um reforço dos elos técnicos e dos fluxos econômicos entre a
A concepção que reconhece a existência de complexos agroindustriais agricultura e a indústria, resultando na subordinação da agricultura à
encontra-se nos relatórios de pesquisa de KAGEYAMA et al (1987), dinâmica industrial.
KAGEYAMA & SILVA (1988), e SILVA (1991, 1996).
Os autores traçaram uma trajetória das transformações que ocorreram
A noção de Complexo Agroindustrial deriva da aceitação da tese da na agricultura brasileira, concluindo que, para apreender estas transforma-
existência do complexo rural na agricultura brasileira. Estes autores defen- ções na atualidade (pós década de setenta), deve-se levar em considera-
dem a ideia de que a principal modificação na dinâmica da agricultura ção as relações intersetoriais entre agricultura a indústria.
brasileira reside em um processo histórico de passagem do "complexo
rural" para uma dinâmica comandada pelos "complexos agroindustriais" Realizaram um painel histórico mostrando a passagem dos complexos
(CAI's). rurais, da sua decomposição a da afirmação da modernização e industriali-
zação da agricultura, que resultou na formação dos Complexos Agroindus-
Para estes autores, modernização e industrialização da agricultura e trias no Brasil.
formação dos Complexos Agroindustriais apresentam características
distintas. No processo de modernização, ocorreram mudanças na base Ainda nesta concepção, foi desenvolvida uma tipologia de complexos
técnica da produção agrícola. No processo de industrialização, a agricultu- (KAGEYAMA & SILVA, 1988):
ra transformou-se em um ramo de produção semelhante à indústria e a) Complexos Agroindustriais Completos e Integrados - estes
conectada a outros ramos de produção. complexos possuem a característica de apresentarem vínculos es-
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pecíficos com a indústria a montante (através dos insumos indus- Além disso, a grande capacidade produtiva permite que o Centro-Sul
triais necessários à produção) e uma forte integração com a indús- abasteça tanto o mercado nacional quanto o mercado externo. Essa área
tria processadora. São citados como exemplos os complexos aví- geoeconômica, caracterizada por suas atividades produtivas, ocupa o
cola, açúcar e álcool, carne e soja; primeiro lugar em volume e em valor de produção do setor agropecuário.
b) Complexos Agroindustriais Incompletos - são os complexos
que se encontram integrados com a agroindústria e em menor grau O Centro-Sul possui a melhor infra-estrutura viária do país. A intensa
com a indústria a montante. Neste caso, as culturas agrícolas não circulação de produtos e de pessoas, feita por uma densa rede de rodovias
demandam produtos específicos para a sua produção. Como e ferrovias, revela a forte integração e o dinamismo de sua área interna,
exemplos, são citados laranja, milho a laticínios. bem como sua ligação com as demais regiões do país.
Como nem todos os produtos agrícolas estão inseridos nos Complexos É importante destacar que essa é a área mais bem servida pelos no-
Agroindustriais, os autores caracterizaram também as atividades que foram vos meios de comunicação desenvolvidos com a microeletrônica e a infor-
modernizadas e as que estão fora desse processo. mática, por onde circulam as ideias e as informações no país. Os principais
corredores de exportação, assim como os portos e aeroportos de tráfego
Destarte, as atividades modernizadas sem vinculações específicas cor-
mais intenso, também estão no Centro-Sul.
respondem às atividades agrícolas modernas que dependem de máquinas
e insumos, mas não apresentam a forma de complexos, como o feijão, o
Os fluxos de informação estão amplamente concentrados em São
arroz e o café. E a produção artesanal não modernizada, que se refere ao
Paulo. A cidade é sede da maioria dos bancos privados, que correspondem
conjunto de atividades agrícolas onde prevalecem a produção artesanal e
a 60% do sistema bancário nacional, incluindo 18 dos 23 bancos estrangei-
que não apresentam ligações intersetoriais fortes. A produção de banana,
ros que operam no Brasil.
mandioca e outros alimentos básicos é utilizada como exemplo.
Para a tipologia apresentada (complexos completos e incompletos), o Os bancos são os principais clientes dos serviços de telecomunica-
mais importante é a articulação que se estabelece entre a agricultura e a ções que ligam o centro financeiro de São Paulo ao de outras cidades
indústria. Esta abordagem dá ênfase ao caráter histórico para a delimitação mundiais. São Paulo também recebe metade das chamadas da rede de
dos Complexos Agroindustriais, o que permite que os mesmos sejam vistos telex que chegam ao país.
na perspectiva de um processo de transformação em curso.
A nova maneira como o Brasil participa da economia mundial deve-se
Esta visão histórica dos Complexos Agroindustriais, que resultou na à formação da cidade mundial - São Paulo - e a uma estrutura urbano-
identificação da existência de vários Complexos Agroindustriais na dinâmi- industrial intimamente ligada, que teve início no Sudeste com a concentra-
ca da agricultura brasileira, é a diferença fundamental em relação à abor- ção e ampliação do núcleo econômico, durante os anos 60 e 70.
dagem do "macro" Complexo Agroindustrial.
Essa área é a parte do país mais integrada à economia mundial e
A principal diferença entre as concepções "macro" e "micro" do Com- também a mais dinâmica, tanto em termos de relações com o restante do
plexo Agroindustrial consiste em que, na perspectiva de "macro-complexo", país quanto com o exterior. Aí se localiza o eixo de expansão metropolitano
a análise é balizada pelo conceito de complexo industrial e pela utilização que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. E uma grande área industrial quase
da matriz insumo-produto. O Complexo Agroindustrial é entendido como contínua, que parte da cidade mundial, ultrapassa os limites do estado de
um elemento do espaço econômico. O processo histórico é levado em São Paulo e inclui porções dos estados vizinhos de Minas Gerais e Rio de
consideração na análise que reconhece a existência de vários Complexos Janeiro.
Agroindustriais no Brasil na concepção dos "micro-complexos". A configu-
ração do Complexo Agroindustrial é fornecida pela evolução e transforma- A atividade industrial está se expandindo para novas áreas, a exemplo
ção que ocorreram em cada lavoura. O quadro 1 procura contemplar as do sul de Minas Gerais e o norte do Espírito Santo, onde a produção de
principais características das duas concepções. celulose para a fabricação de papel está modificando radicalmente a
paisagem das cidades como Aracruz (ES), que hoje depende diretamente
O CENTRO-SUL dessa atividade econômica.
O Centro-Sul é o cinturão agroindustrial do país. Ele é formado basi-
camente pelos Estados da Região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, A agricultura da região também se destaca das demais do país. Por
Minas Gerais e Espírito Santo) e Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande ser uma agricultura moderna, com nível técnico avançado, está bastante
do Sul), pelos Estados de Goiás e de Mato Grosso do Sul e pelo Distrito integrada à indústria. A Região Sudeste concentra a maior parte da produ-
Federal, que compõem a Região Centro-Oeste, segundo a classificação ção agrícola comercial voltada para a exportação.
oficial. De um modo geral, o Centro-Sul corresponde à parcela do território
brasileiro diretamente ligada à cidade mundial - São Paulo. O café, que no passado era produzido em São Paulo, hoje é o princi-
pal produto de exportação do estado de Minas Gerais. A soja e a laranja
Nele encontramos áreas onde houve, nas chamadas empresas rurais, também são itens importantes no comércio exterior brasileiro. O Brasil é
uma verdadeira industrialização da agricultura, com o uso de máquinas, responsável pelo fornecimento de cerca de 70% do consumo mundial de
adubos e fertilizantes e a especialização da produção. suco de laranja, cujo maior produtor é o Estado de São Paulo.
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rios se viram obrigados a consumir cada vez mais os produtos industriali- É importante deixar claro que o padrão de expansão agrícola do Cen-
zados: máquinas, fertilizantes, sementes. Nem sempre os resultados foram tro-Oeste é radicalmente distinto daquele que prevaleceu no Nordeste ou
compensadores e muitos desses médios proprietários não têm conseguido no Sul. A pequena propriedade praticamente não existe como unidade
pagar os empréstimos bancários que fizeram. produtiva nos cerrados por uma razão muito simples: os custos dos insu-
mos (matérias-primas, horas trabalhadas, energia consumida e outros
Já as grandes empresas têm condições mais estáveis, por isso rece- fatores que entram no processo de produção) e dos equipamentos, para
bem maior apoio do governo. A produção dessas grandes empresas está atingir economias de escala que compensem os investimentos realizados,
ficando cada vez mais especializada. Mas, curiosamente, nesse processo transformaram esta área no território econômico da agroindústria que é
que envolve modernização, especialização e industrialização, o Brasil, diferente do domínio agro-mercantil nordestino. Fonte -
mesmo sendo um grande exportador de produtos agrícolas, pode algumas http://orbita.starmedia.com/geoplanetbr/centrosul.html
vezes ter necessidade de importar alimentos.
Centro-Oeste - agricultura
No oeste de Santa Catarina, grandes indústrias, como a Sadia e a Muitos cultivos, antes restritos às regiões Sul e Sudeste, mostram-se
Perdigão, estão entrosadas com as médias propriedades produtoras da promissores em áreas do Centro-Oeste. É o caso da soja, do trigo e do
matéria-prima que essas indústrias vão processar. O mesmo acontece em café. Na fotografia, aparecem os grãos torrados de Coffea arabica.
Santa Cruz do Sul, onde os médios proprietários, que produzem fumo,
estão ligados às grandes indústrias produtoras de cigarros. A agricultura de subsistência, com o cultivo de milho, mandioca,
abóbora, feijão e arroz, através de técnicas primitivas, sempre se constituiu
A Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul, além das grandes pro- em atividade complementar à pecuária e ao extrativismo. O crescimento
priedades que se dedicam à pecuária de corte, desenvolveu, no vale do rio populacional que vem caracterizando a região, a melhoria das vias de
Jacuí, uma importante área agrícola. Grandes propriedades mecanizadas, comunicação e o mercado consumidor sempre expressivo do Sudeste têm
com modernas técnicas de irrigação, dedicam-se à produção de arroz. aumentado muito o desenvolvimento da agricultura comercial.
A valorização econômica do Centro-Oeste é recente. A transferência
da capital federal para Brasília, em 1960, exigia que a região estivesse As áreas agrícolas de maior expressão no Centro-Oeste são:
integrada de modo mais eficiente às demais regiões do país. O "Mato Grosso de Goiás", área de solos férteis localizada no
sudeste de Goiás, que é destacado centro produtor de arroz,
A grande metrópole regional do Centro-Oeste é Brasília. Com cerca de algodão, café, milho e soja;
2 milhões de habitantes distribuídos pelo plano-piloto e pelas cidades O Vale do Paranaíba, no extremo sul de Goiás, onde solos de
satélites, Brasília é um centro de prestação de serviços. As atividades solos vermelhos favorecem o desenvolvimento agrícola de
ligadas às funções políticas, administrativas e comerciais dominam a vida municípios como Itumbiara e Goiatuba, com o cultivo de algodão,
da cidade. amendoim e principalmente arroz;
O sul de Mato Grosso do Sul, região que se caracteriza pela
O Centro-Oeste foi a região brasileira de maior dinamismo no período
produção de soja, arroz, café, algodão, milho e, recentemente, até
recente. Suas condições naturais favoráveis, associadas à expansão
mesmo trigo.
econômica do país nessa direção, fizeram da região uma importante área
agrícola. A Região de Campo Grande e Dourados (MS), destacam-se as
produções de soja, milho, amendoim e trigo;
Seu ritmo de crescimento acelerou-se a partir de 1975, quando se ini- Área do cerrado, abrange terras nas quais se pratica, em grandes
ciou o avanço da agricultura tecnificada sobre os cerrados. Mas não ape- propriedades, a pecuária extensiva de bovinos, com destaque
nas as transformações no campo justificam esse desempenho, pois o para os estados de Goiás e Mato Grosso, que juntos abrigam 15%
papel das cidades também foi muito importante. Elas ampliaram e diversifi- do rebanho nacional. Também se criam equinos, porém em menor
caram suas atividades e passaram a dar suporte material e financeiro à proporção;
agricultura e a atuar como centros de processamento industrial, de comer- Pantanal (MS), tradicional área pecuarista, onde se pratica uma
cialização e administração do complexo agroindustrial. pecuária ultra-extensiva de baixa qualidade, com numerosos
rebanhos de bovinos e bufalinos.
As condições de clima e de solo, além do relevo muito plano, permiti-
ram o uso de técnicas de cultivo modernas e de tratores e equipamentos Essas são as seis regiões mais importantes, mas não são as únicas
agrícolas no aproveitamento da terra. As grandes propriedades que se em que se pratica a agricultura comercial. Ao longo da Rodovia Belém-
instalaram na região cultivam cereais (milho, arroz e, mais recentemente, Brasília, próximo a Campo Grande e a oeste de Brasília, novas áreas
trigo) e oleaginosas (amendoim e, em especial, soja). agrícolas se destacam, valorizadas por incentivos fiscais do governo,
Essas modernas propriedades agrícolas investem capital na seleção criação de condições de armazenamento, técnicas de controle da erosão,
de sementes, nas técnicas de irrigação e na aplicação de fertilizantes para abertura de novas estradas e assistência técnica e financeira ao agricultor.
aumentar sua produção. Novos conceitos de agronomia e introdução de modernas técnicas de
recuperação do solo têm tornado extremamente otimistas as perspectivas
No entanto, a aparente estabilidade dessa agricultura é enganosa. Ela de cultivo nas vastas extensões de cerrado que recobrem o Centro-Oeste,
depende dos preços do mercado internacional, uma vez que sua produção antes pouco valorizadas e utilizadas apenas para a pecuária.
destina-se, cada vez mais, à exportação, e seu endividamento com os
bancos, causado pelas altas taxas de juros, dificulta novos investimentos. Pecuária
Possuindo em média mais de quatro cabeças de gado para cada
Apesar disso, o crescimento da produção agrícola no Centro-Oeste habitante, o Centro-Oeste dispõe de um enorme rebanho, destacando-se o
tem sido significativo. Ele acontece por dois motivos: aumento do rendi- gado bovino, criado geralmente solto, o que caracteriza a pecuária
mento por hectare das áreas já em utilização e implantação de novas áreas extensiva. Esse tipo de criação dificulta o aproveitamento do leite e, assim,
de colonização ao longo dos eixos rodoviários, principalmente no Mato praticamente todo o rebanho é destinado ao corte e absorvido pelo
Grosso. mercado consumidor paulista e pelos frigoríficos do oeste do estado de
São Paulo. Apenas no sul da região é que a pecuária leiteira apresenta
A modernização que transformou a agricultura também se deu na pe- maior expressão, sobretudo em áreas mais urbanizadas e que dispõem de
cuária de corte. As grandes fazendas de criação de gado adotam técnicas uma boa rede de transportes, facilitando a comercialização da produção.
modernas, como a inseminação artificial que melhora a qualidade do Parte do leite é industrializado por laticínios da própria região e do Sudeste.
rebanho, as vacinas para evitar a febre aftosa e a brucelose, e a melhoria
das pastagens com o plantio de espécies mais resistentes e que forneçam A vegetação do cerrado não é de boa qualidade para a alimentação
mais alimento para o gado. Além dos cerrados do planalto, outra área de animal e por isso os rebanhos têm baixo rendimento, produzindo pouca
pecuária importante é o Pantanal. carne. Para contornar esse problema, recorre-se às chamadas invernadas,
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fazenda de engorda onde o gado passa um período para ganhar peso. devastação de grandes trechos da mata. A substituição da floresta por
Embora o gado seja abatido em Mato Grosso, as invernadas estão pastagens aumenta a temperatura local e diminui a pluviosidade, levando,
localizadas geralmente em Minas Gerais e São Paulo. em última instância, à desertificação das áreas de criação. Além disso, o
gado introduzido — da raça nelore — apresenta baixa produção de carne,
As áreas de campo do Pantanal, o cerrado próximo à Campo Grande e fator que torna uma criação onerosa.
da parte sul de Goiás constituem as áreas pastoris de maior importância na
região, onde, inclusive, se desenvolvem muitas pastagens artificiais. Essa Assim, a pecuária é desenvolvida com sucesso apenas nos Campos
atividade econômica enfrenta sérios problemas na área do Pantanal, onde da Hileia, principalmente em Roraima e na ilha de Marajó onde se encontra
as cheias frequentes forçam a entrada do gado para áreas mais altas. o maior rebanho de búfalos do país.
Recentemente, importantes áreas de pecuária têm sido implantadas ao
longo das rodovias que ligam o Centro-Oeste à Região Norte. A EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA E OS PROBLEMAS DE-
MOGRÁFICOS NO CAMPO.
Além dos bovinos, que representam 80% dos rebanhos do Centro-
Oeste, destaca-se ainda o rebanho suíno, em Goiás. ESTRUTURA FUNDIÁRIA
Por Algosobre
Região Norte - Agricultura
Em relação à agricultura, têm crescido muito as plantações de soja. Denomina-se estrutura fundiária a forma como as propriedades agrá-
Além da soja, outras culturas muito comuns na região são o arroz, o rias de uma área ou país estão organizadas, isto é, seu número, tamanho e
guaraná, a mandioca, cacau, cupuaçu, coco e o maracujá. distribuição social. Um dos grandes problema agrários do Brasil é a sua
estrutura fundiária: de um lado, um pequeno número de grandes proprietá-
A agricultura comercial concentra-se nos seguintes pólos: rios de terras - os latifundiários -, que monopolizam a maior parte das
a área de várzeas no médio e baixo Amazonas, onde o cultivo da propriedades rurais; no outro extremo, milhões de pequenos proprietários
juta possui grande destaque; que possuem uma área extremamente pequena - os minifúndios -, insufici-
a Região Bragantina, próxima a Belém, onde se pratica a ente para permitir-lhes uma vida decente e com boa alimentação. Muitas
policultura, que abastece a grande capital nortista, e a fruticultura. grandes propriedades possuem enormes áreas ociosas, que não são
A pimenta-do-reino, cujo cultivo se iniciou com a chegada dos utilizadas pela agropecuária, apenas a espera de valorização.
imigrantes japoneses, é outro importante produto da região.
Uma tentativa de classificar as propriedades rurais, conforme sua di-
Especiaria apreciada desde tempos remotos, a pimenta-do-reino foi mensão, foi realizada em 1964 pela Estatuto da Terra. Essa classificação,
introduzida com sucesso pelos imigrantes japoneses na Região Norte. ainda válida, tem por base a noção de módulo rural, que se refere a uma
área de propriedades familiar adequada. Ou seja: "um imóvel rural, que
Uma das características dessa área são os solos lateríticos, presentes direta e pessoalmente é explorado pelo agricultor e sua família, absorva-
nas zonas intertropicais em geral, onde a intensa umidade provoca a lhes toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência, o progresso
concentração de minério de ferro na superfície. O resultado é uma camada social e econômico". O módulo rural não possui uma dimensão única, mas
de coloração avermelhada, endurecida e ácida, imprópria para a é fixado de cardo com a região e o tipo de exploração. Assim, por exemplo,
agricultura. Por esse motivo, os imigrantes japoneses implantaram um numa área de São Paulo em que os solos sejam menos férteis e maiores
sistema de cultivo, denominado cultura de vaso, que consiste em abrir as distâncias em relação ao mercado. Com base nesse conceito de módulo
covas, de onde retiram o solo laterítico, substituindo-o por solos de melhor rural, o Estatuto da Terra dividiu os imóveis rurais do Brasil em três catego-
qualidade, aplicando-lhes corretivos agrícolas até obterem o rias.
aproveitamento desejado;
Rondônia, que a partir da década de 1970 atraiu agricultores do sul Minifúndio
do país. É um pólo marcado por conflitos fundiários e por Corresponde a toda propriedade inferior ao módulo fixado para a regi-
contrastes. Enquanto 17% de sua área é constituída por solos ão em que se localiza e para o tipo de exploração em que nela ocorre. Os
férteis, que propiciam importantes culturas comerciais de cacau e minifúndios possuem quase sempre menos de 50 hectares de extensão,
café, os 83% restantes são cobertos por terras de má qualidade, embora sua média seja de 20 hectares. Eles correspondem atualmente a
que não garantem o sustento dos agricultores que nelas se cerca de 72% do total dos imóveis rurais do país, embora ocupem apenas
estabelecem. Resta a esses indivíduos procurar outras áreas ou cerca de 12% da área total desses imóveis
atividades, como o garimpo do ouro;
Cerrado, em Tocantins, onde a correção do solo ácido com Empresa rural
calcário e fertilizantes garante uma expressiva monocultura de São os imóveis explorados de forma econômica e racional, com uma
soja. área que, no máximo chega a 600 módulos rurais. Essas empresas abran-
gem cerca de 5% do número total de imóveis e uma área equivalente a
Acredita-se que o estado do Acre, onde há vastas áreas de solos quase 10% da superfície total ocupada pelas propriedades agrárias no
férteis, se torne a próxima fronteira agrícola da região. Cientistas e Brasil. A área média dessas empresas rurais é de 221 hectares.
ecologistas temem que tal fato se concentrize, pois a devastação da
floresta, como já ocorreu em Rondônia, seria inevitável. Uma medida Assim, o grande problema da estrutura fundiária no Brasil é a extrema
apontada como eficaz para acabar com a imigração de agricultores na concentração da propriedade. A maior parte das terras ocupadas e os
Região Norte seria melhorar as condições de vida dos boias-frias no sul do melhores solos encontram-se nas mão de pequeno número de proprietá-
país, pois eles constituem a maioria dos migrantes para essas áreas. rios, ao passo que um imenso número de pequenos proprietários possui
árias ínfimas, insuficiente para garantir-lhes a suas famílias um nível de
Pecuária vida decente.
A paisagem predominante na Região Norte — a grande Floresta
Amazônica — não é propícia à criação de gado. Apesar disso, a A partir de 1970, começou uma expansão das "fronteiras agrícolas" do
implantação de projetos agropecuários vem estimulando essa atividade ao país em direção a Amazônia, com a ocupação de terras devolutas, a
longo das rodovias Belém-Brasília e Brasília-Acre, principalmente devido à derrubada da mata e o estabelecimento da lavoura ou para pecuária. Em
facilidade de contato com os mercados do Sudeste e Centro-Oeste. A boa parte, essa ocupação da terra é apenas formal, com a empresa con-
pecuária praticada é do tipo extensivo e voltada quase que exlusivamente seguindo o título de propriedade da área e deixando-a ociosa a espera de
para a criação de bovinos. Grandes transnacionais aplicam voltuosos valorização. Mas essa expansão das áreas ocupadas pela agropecuária
capitais em imensas propriedades ocupadas por essa atividade. acabou contribuindo para agravar ainda mais o problema da estrutura
fundiária do Brasil, já que o tamanho médio das propriedades que ocupam
Há um dado negativo, entretanto, pois, de todas as atividades a maior parte das novas terras é enorme, constituindo, de fato, autênticos
econômicas, a mais prejudicial à floresta é a pecuária, porque requer a latifúndios.
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Esse agravamento na concentração da propriedade fundiária no Brasil, A GRAVIDADE DA QUESTÃO FUNDIÁRIA NO BRASIL
prejudica a produção de alimentos. Isso porque as grandes propriedades Agosto 2003
em geral, voltam-se mais para os gêneros agrícolas de exportação. Um Abelardo Recco
estudo recente calculou que 60 a 70% dos gêneros alimentícios destinados O Brasil está acompanhando nos últimos tempos um agravamento
ao abastecimento do país procedem da produção de pequenos lavradores, acelerado da questão fundiária com o aumento das ocupações (ou inva-
que trabalham em base familiar. Portanto, a concentração ainda maior da sões) organizadas pelos movimentos sociais que coordenam as ações dos
estrutura fundiária explica a queda da produção de alguns gêneros alimen- trabalhadores rurais – o Movimento Nacional dos Trabalhadores Sem-Terra
tícios básicos e o crescimento de produtos agrícolas de exportação. (MST) é o maior deles. O novo governo aparentemente está acuado viven-
do as contradições entre sua pregação histórica e as reações explosivas
ESTRUTURA AGRÁRIA E ESTRUTURA FUNDIÁRIA no campo. O tema ocupa grande espaço na imprensa que sempre se
A relação entre os proprietários, os agricultores e a terra utilizada é posiciona ao lado das elites brasileiras influenciando a opinião pública
conceituada, pelos estudiosos, como estrutura agrária e estrutura fundiária. brasileira.
A expressão estrutura agrária é usada em sentido amplo, significando a
forma de acesso à propriedade da terra e à exploração da mesma, indi- As diferenças conceituais fundamentais dos termos invasão e ocupa-
cando as relações entre os proprietários e os não proprietários, a forma ção estão no fato de o direito à propriedade rural diferir do direito de propri-
como as culturas se distribuem pela superfície da Terra (morfologia agrá- edade sobre os outros bens, por ela ser a fonte de produção alimentar de
ria) e como a população se distribui e se relaciona aos meios de transpor- um país. Segundo alguns juristas, invadir significa um ato de força para
tes e comunicações (habitat rural). tomar alguma coisa de alguém e ocupar diz respeito, simplesmente, a
preencher um vazio, no caso, terras que não cumprem a sua função social,
No sentido restrito, usado pela FAO e por vários órgãos oficiais e para- pré-requisito para a garantia da propriedade fundiária. O MST defende
oficiais, a expressão estrutura agrária corresponde apenas ao estudo das essa posição, pois acredita em que o direito à propriedade não pode se
formas de acesso à propriedade da terra e à maneira como esta é explora- sobrepor ao direito à vida. Assim, famílias que buscam uma terra que não
da, tendo assim grande importância as relações existentes entre proprietá- esteja cumprindo sua função social, para fins de sobrevivência, estariam
rios e trabalhadores agrícolas não proprietários. A estrutura fundiária é ocupando, e não invadindo.
apenas a forma de acesso à propriedade da terra e a explicação da distri-
buição da propriedade, sendo seu estudo de grande importância, porque A estrutura fundiária brasileira nasceu sob o signo da grande proprie-
dela vai depender a melhor compreensão da estrutura agrária e dos fatores dade, o latifúndio. Alguns séculos depois, o quadro não sofreu grandes
que presidem a formação da morfologia agrária e do habitat rural. alterações. A concentração fundiária manteve-se devido à intensificação do
êxodo rural, através da expulsão em massa dos parceiros, colonos, assala-
riados. Com isto, multiplicaram-se os conflitos pela posse da terra, soman-
do-se a isto, as tributações que são executadas com base nas informações
cadastrais declaratórias da propriedade, não se efetivando o cadastro
técnico rural como previsto na década passada.
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No ano de 1822 o Brasil tornou-se independente e o processo de con- Há um grande debate sobre a relação entre a população rural e urba-
cessão de terras foi paralisado, surgindo uma nova fase na ocupação sem na. Se por um lado, as estatísticas mostram uma população urbana bem
qualquer restrição legal, ficando disponível a qualquer pessoa que quises- superior à rural – números estes que servem de argumento aos conserva-
se ocupá-la, formando um quadro fundiário complexo e inadequado às dores no que diz respeito à falta de importância da reforma agrária – por
características físicas do relevo brasileiro. outro lado, a expulsão dos excluídos para os centros urbanos mostra que o
campo “mandou seus problemas para as cidades”. Assim, a reforma agrá-
Com a Proclamação da República em 1889 estabeleceu-se o Regime ria e a agricultura familiar são apontadas como alternativas para a diminui-
Federativo no começo do século XX, transferindo-se aos Estados as terras ção da miséria. Com os minifundistas, em torno de 2,5 milhões de famílias
devolutas e as minas encontradas no seu território. Estes foram adotando, e os eventuais beneficiários de uma redistribuição da terra, cerca de 2,4
a partir de então, a legislação de terras ainda do Império e o respectivo milhões, seria possível retirar milhões de pessoas do estado de miséria e
regulamento. Uma vez constituídos em unidades autônomas, cederam aos fome.
municípios que iam organizando a parte das terras devolutas, necessárias
ao assentamento e formação de suas cidades, vilas e povoados. Após esta A questão fundiária para as elites brasileiras tende a resolver-se à me-
mudança histórica, a União ficou responsável somente pela defesa das dida que o capital penetre na produção agrícola, haja vista a diminuição da
fronteiras e os denominados "terrenos de marinha". Desta forma, os Esta- pequena produção agrícola mercantil em relação à produção capitalista.
dos tiveram autonomia para gerenciar suas próprias leis e administrar suas Para os movimentos sociais, o foco de análise é outro. Incide sobre uma
terras. aliança operário-camponesa em torno da questão agrária, numa coligação
de reivindicações democráticas e de redistribuição da terra. Para seus
Em 1964, o governo militar editou o Estatuto da Terra para consolidar líderes, a luta pela terra não se opõe à propriedade privada, mas a uma
a regulamentação do uso e ocupação da terra, dando enfoque a função forma de apropriação, que é o latifúndio. Essa aliança estaria ameaçada
social da propriedade e instituindo mecanismos de políticas agrícolas. em virtude da ampliação da pequena produção mercantil com um aumento
Como exemplo, o Estatuto da Terra define uma tributação progressiva, dos preços dos alimentos e matérias-primas para o consumidor final. A
desapropriação das terras improdutivas, eliminação dos latifúndios impro- solução estaria na eliminação da especulação e de preços monopólicos da
dutivos e do minifúndio antieconômico, promoção do homem rural através comercialização, da renda fundiária e do lucro do capital produtivo agrário,
das reformas e ajustes nas estruturas produtivas. com uma articulação entre produção e distribuição – uma alternativa tão ou
mais complexa que a própria redistribuição da propriedade fundiária.
Em relação à função social da terra, destaca-se que esta deve forne-
cer o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, A questão agrária, pelas suas implicações históricas, políticas e soci-
assim como de suas famílias; apresentar níveis satisfatórios de produtivi- ais, é objeto de muitas análises e estudos, muitas vezes, bastante diver-
dade; assegurar a conservação dos recursos naturais e observar as justas gentes. A proposta de uma reforma agrária (ou reformas agrárias) no
relações de trabalho entre os que a possuem e aqueles que a cultivam. Brasil, de forma institucionalizada, deve considerar, não só a concentração
fundiária, mas também, as forças políticas que a amparam. Na verdade, a
Transcorridas algumas décadas da vigência do Estatuto da Terra, pressão dos movimentos populares, através das ocupações fará com que o
pouco foi feito para modificar a estrutura agrária do Brasil. A desapropria- governo federal adote alguma posição, ou opressora, ou promotora de
ção da terra por interesse social processou-se em escala ínfima e, conse- políticas no sentido de conter as tensões.
quentemente, o número de beneficiários foi reduzido.
O Presidente Luís Inácio Lula da Silva numa referência recente aos
A Constituição em vigor, no capítulo referente à questão agrária, esti- conflitos no campo, afirmou: "Para um país do tamanho do Brasil, com a
pula o pagamento prévio das indenizações, mas impôs a dificuldade etimo- quantidade de terra agricultável que tem, não existe nenhuma explicação
lógica na definição do que venha a ser propriedade produtiva e improduti- para que tenha qualquer ato de violência no campo de quem quer que
va. O texto constitucional avançou em alguns pontos, como a função social seja”. Lula disse que a reforma fundiária não é uma vontade nem do lati-
da propriedade, demarcação de terras públicas, reavaliação de todos os fúndio nem dos sem-terra. "É uma necessidade social que todos os países
incentivos fiscais, dentre outros aspectos. do mundo fizeram e, portanto, o Brasil precisa fazer também. E vamos
fazer da forma mais positiva possível".
Na atualidade, a composição e a evolução da estrutura fundiária brasi-
leira está condicionada por um lado, por tipos específicos de uso, ou em BOIAS-FRIAS
determinados casos, estas estruturas permanecem ociosas por especula- O termo boia-fria pode possuir vários significados que variam de
ção dos proprietários. De acordo com o INCRA - Instituto Nacional de acordo com a abordagem. As pessoas que recebem esse nome vivem ou
Colonização e Reforma Agrária, 82,6% dos estabelecimentos com menos já viveram no campo, quase sempre tiveram poucos anos de estudo e não
de 50 ha atingem apenas 13,5% da área total, ou seja, um grande número possuem qualificação profissional.
de propriedades com espaço extremamente reduzido, sendo que destes
53,7% possuem menos de 10 hectares, em sua maioria, caracterizando-se
como minifúndios. As propriedades com área entre 50 e 1.000 hectares
perfazem um total de 16,6% dos estabelecimentos e ocupam área de 43%
do total. Nas áreas acima de 1.000 ha o número de estabelecimentos é
menor do que 1,0%, (2.174 estabelecimentos), entretanto, a área atinge
43,5% do total, demonstrando uma acentuada concentração fundiária.
Quanto à utilização das terras no Brasil, pode-se destacar que apenas
11% destinam-se as culturas anuais, ou seja, para o cultivo das culturas
cíclicas. As culturas permanentes ocupam apenas 3% das áreas. As pas-
tagens nativas ou naturais e as cultivadas atingem 48% destas terras.
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A expressão boia-fria é proveniente do modo como eles se alimentam, o Estado de São Paulo que tornou-se a principal área de atração da popu-
pois saem para o trabalho de madrugada e já levam suas marmitas, como lação.
não existem meios para esquentá-las eles ingerem a comida fria.
No final do século XIX a Amazônia recebeu muitos migrantes devido à
O termo boia-fria foi difundido no centro-sul do país, quando exploração do látex, declinando no início do século XX devido à concorrên-
trabalhadores sazonais eram chamados para trabalhar em colheitas, esses cia da borracha produzida no Sudeste Asiático.
geralmente viviam, e ainda vivem, em áreas periféricas dos municípios e os Com a crise de 1929 e a industrialização brasileira os fluxos migrató-
atravessadores são os responsáveis pelo recrutamento. rios orientam-se para os centros urbanos industriais e as cidades passam a
O boia-fria se dirige para o trabalho entre quatro e cinco da manhã, ser os principais pólos de atração, provocando o êxodo rural. Esta migra-
momento em que o caminhão passa para transportá-los até a plantação, o ção intensifica-se na segunda metade do século XX, com a mecanização
motorista do transporte executa a negociação, quanto ao valor pago pelo da agricultura, a instituição do Estatuto da Terra (1964), a busca por melho-
trabalho, pois cada indivíduo ganha por aquilo que produz, ou seja, o valor res condições de vida (salários, assistência médica e educação).
é resultado da quantidade de toneladas ou arrobas colhidas.
Do final da década de 50 até os dias atuais, a Região Centro-Oeste e
A carga horária varia entre dez e doze horas diárias e somente trinta a Região Norte tornaram-se as principais áreas de migração de nordesti-
minutos para o almoço e esse, como foi dito anteriormente, é consumido nos e sulistas devido à construção de Brasília, a expansão da fronteira
frio, no fim da tarde os trabalhadores são levados de volta para casa e no agrícola e os projetos minerais e agrícolas desenvolvidos pelo governo
outro dia repetem a mesma rotina. federal.
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ficam muito abaixo do ideal nos últimos dez anos. O fato da região Sudeste Os estados do Nordeste, por sua vez, de um modo geral, optaram por
historicamente ter comandado o processo de industrialização do país repetir a estratégia da industrialização induzida. A "guerra fiscal" proporcio-
explica tanto a migração para lá nas décadas de 1970 e 1980, quanto o nou a vinda de várias indústrias para a região, em busca de isenção fiscal
atual processo de saída da população de lá para outras regiões do país. e mão de obra barata. Como consequência houve uma forte concentração
No passado, a construção e consolidação do parque industrial brasileiro de renda e investimentos nos grandes centros urbanos da região, e a
exigiam grande número de operários, não só nas fábricas, mas na constru- criação de empregos de pouca qualidade, com remunerações na faixa de 1
ção civil e no comércio e serviços. Essa mão de obra não precisava de a 2 salários mínimos. Ainda assim, muitas empresas já abandonaram a
grandes qualificações, e vinha tanto do meio rural da própria região Sudes- região, pois as plantas aqui instaladas não possuíam tecnologia adequada
te, que se modernizava a partir de novas técnicas agrícolas e com a meca- para o novo processo de competição internacional, ou simplesmente, por
nização das grandes lavouras, como também do meio rural de regiões total falta de comprometimento com a região, preferiram usufruir de vanta-
mais pobres, notadamente o Nordeste devido às constantes estiagens. gens oferecidas em outras regiões. A grande concentração de pessoas nos
centros urbanos, aliada à incapacidade do mercado de trabalho formal de
Foi um momento de expansão fortemente beneficiado pela política pro- absorver essa contingente, tem levado ao crescimento do mercado infor-
tecionista do governo federal. Naturalmente em um período assim encon- mal, que hoje ultrapassa 50% dos empregos em várias capitais, como é o
traremos índices de crescimento tão auspiciosos como os que vemos hoje caso de Fortaleza e de outras regiões metropolitanas do Nordeste. Além
para países como China e Índia. Quando não se tem nada, o resultado de disso, consequências sociais graves como a violência crescente, faveliza-
um forte investimento direcionado só pode ser o crescimento acelerado. ção, e dificuldades de acesso aos serviços essenciais, como saúde, edu-
Mas, na medida em que o pólo produtor se consolida a tendência é que as cação e saneamento, pioram a vida dessas pessoas que se deslocam para
taxas de crescimento desacelerem. Para manter um grau elevado de os centros urbanos do Nordeste, vindas tanto do meio rural local, quanto
crescimento da produção e geração de emprego é preciso um grau de de regiões saturadas como o Sudeste.
investimento e poupança também elevado e constante, com um mercado
consumidor garantido. Isto não ocorreu na década de 1990, o que foi Também é de se notar que no passado havia uma migração rural-
agravado pela abertura comercial intensa, pela preferência dos investido- urbana. Os habitantes do meio rural do Nordeste eram expulsos pelas
res pelo mercado financeiro e pelo baixo crescimento interno do país como péssimas condições de vida e pelas estiagens, e iam para o Sudeste, que
um todo. crescia em ritmo acelerado. Hoje há um processo de migração muito mais
urbana-urbana, quando falamos da população que sai do Sudeste para
O grau de crescimento econômico observado na região Sudeste ocor- outras regiões. Essa população é, de um modo geral, mais qualificada que
rido no passado não se verifica hoje devido a uma série de fatores, dentre a população local das novas regiões receptoras, mas ainda assim não
eles a competição crescente das indústrias brasileiras, grandemente con- encontra um nível de remuneração adequado, dado que o mercado de
centradas ali, com as rivais estrangeiras. A necessidade de avanços tecno- trabalho ainda não está adequadamente organizado.
lógicos também afetou os números do emprego. As indústrias que absorvi-
am grandes quantidades de mão de obra como a siderurgia e automobilís-
tica, tiveram que redimensionar seu quadro de funcionários, modernizarem
a linha de produção e até mesmo fechar algumas fábricas para não perder
competitividade. A abertura comercial iniciada no final da década 1980, a
chamada "guerra fiscal", que levou muitas fábricas para o Nordeste, e a
recente onda de produtos importados de países como a China são outros
fatores que contribuem para a diminuição da oferta de empregos industriais
no Sudeste.
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aumentar a sua produtividade, usando a capacidade instalada ociosa. O sobrenome mais popular do Brasil é Silva, com um milhão de nomes
Desse modo, o número de empregos gerados não seria suficiente para nas listas telefônicas da Brasil Telecom, Telemar e Telesp. embora não se
atrair novamente grandes contingentes de migrantes. Existe ainda lá uma tenha certeza dessa pesquisa feita por recenseadores.
enorme quantidade de pessoas a espera de uma vaga no mercado formal
de trabalho. Além disso, novas atividades começam a se consolidar em As razões para uma diminuição do crescimento demográfico
regiões como o Nordeste, inclusive relacionadas com o setor externo, tanto relacionam-se com a urbanização e industrialização e com incentivos à
no na produção de bens como na oferta de serviços ligados à logística de redução da natalidade (como a disseminação de anticoncepcionais).
exportação. O complexo portuário do Pecém é um exemplo das possibili- Embora a taxa de mortalidade no país tenha caído bastante desde a
dades de crescimento do Nordeste nesse sentido, dada a proximidade com década de 1940, a queda na taxa de natalidade foi ainda maior.
os principais mercados no exterior.
A pirâmide etária brasileira ainda apresenta-se fortemente triangular,
Assim, esse novo movimento migratório pode ser visto primeiramente com larga base e estreito cume demonstrado que existem muitas mortes
como resultado natural da reordenação territorial das atividades produtivas entre os jovens nos primeiros anos de vida. A população jovem (até 19
no Brasil, ocorrida especialmente durante a década de 1990. Mas também anos) constitui mais de um terço do total. Somada a uma pequena
não se pode esquecer que, nos últimos 4 anos, um forte fator de atração população de idosos (menos de um décimo), esse contingente constitui a
da população de menor qualificação para regiões como o Norte e Nordeste população economicamente inativa, que precisa ser mantida pela
foi a implementação de políticas compensatórias de geração de renda, que população economicamente ativa.
garantiram a elevação do consumo, mas não a criação de empregos em
quantidades compatíveis com a procura. Além disso, os empregos gerados Distribuição populacional
nessas regiões, assim como no Centro-oeste, não permitem uma boa A distribuição populacional no Brasil é bastante desigual, havendo
remuneração. De um modo geral, isto significa, para o Brasil como um concentração da população nas zonas litorâneas, especialmente do
todo, não só a manutenção de uma camada social com baixo poder aquisi- Sudeste e da Zona da Mata nordestina. Outro núcleo importante é a região
tivo, mas também sua expansão, já que a chamada classe média, com Sul. As áreas menos povoadas situam-se no Centro-Oeste e no Norte.
melhor qualificação não consegue a adequada inserção no mundo do
trabalho, tendo que se submeter a remunerações inferiores àquelas que Taxa de natalidade
seriam compatíveis com a sua formação. Até recentemente, as taxas de natalidade no Brasil foram elevadas,
em patamar similar a de outros países subdesenvolvidos. Contudo, houve
Essa migração tem significado um incremento da pressão por empre- sensível diminuição nos últimos anos, que pode ser explicada pelo
go, especialmente nas regiões metropolitanas, que ainda não oferecem um aumento da população urbana — já que a natalidade é bem menor nas
mercado capaz de absorver esse contingente. Além disso, o migrante cidades, em consequência da progressiva integração da mulher no
vindo do Sudeste, normalmente teve maiores condições de acesso ao mercado de trabalho — e da difusão do controle de natalidade, seja
estudo formal e a uma formação técnica, competindo em condições superi- preventivo (métodos anticoncepcionais), seja corretivo (abortos). Além
ores com a maioria da população nordestina, ainda pouco qualificada. Com disso, o custo social da manutenção e educação dos filhos é bastante
uma procura maior de emprego do que a oferta disponível, o resultado é elevado, sobretudo no meio urbano.
uma diminuição na renda e o aumento da informalidade, além do aumento
dos índices de desemprego e de outros problemas sociais graves. Hierarquia urbana
A hierarquia urbana trata das influências que as cidades exercem
É perceptível, então, que a tendência demonstrada pela pesquisa não sobre uma determinada região, território ou país(es). São inúmeras as
minimiza as disparidades regionais de nosso país. Pelo contrário, a depen- atividades desenvolvidas nas cidades, tanto no setor secundário (indústria)
der da condução dessas novas condições, pode até agravá-las. Um pro- como no terciário (comércio e serviços), e até mesmo no primário
cesso de crescimento saudável requer compromisso do poder público e da (agropecuária). Essas atividades, dependendo de sua qualidade e
iniciativa privada com o bem-estar de todos e com a inclusão social. O diversificação, podem atender não só à população urbana, mas a todo o
papel do Estado é fundamental para fomentar o desenvolvimento e garantir município, incluindo a zona rural e a população de vários municípios ou de
a base estrutural e a estabilidade. Já o compromisso da iniciativa privada outros estados. Assim, uma cidade pequena pode não ter um comércio ou
só se dá quando há investimento próprio, pois há o interesse de garantir o serviço de saúde suficiente para sua população, que é atendida em outra
retorno desse investimento. Além disso, é bom lembrar que o processo de cidade maior, mais bem equipada, que lhe ofereça serviços de melhor
crescimento só se consolida quando temos um nível de renda, baseado na qualidade.
criação de empregos e na adequada qualificação da população, o que Os equipamentos de uma cidade (escolas, universidades, postos de
garante um mercado consumidor interno forte. Ou seja: para crescermos e saúde, hospitais, sistema de transporte, cinemas, teatros, entre outros), o
nos desenvolvermos de fato precisamos de EDUCAÇÃO e EMPREGO. parque industrial, os serviços, o setor financeiro determinam a sua área de
influência, ou seja, a região por esta polarizada. Assim, é possível construir
Apenas uma adequada política de desenvolvimento regional, inserida um sistema hierarquizado, no qual as cidades menores encontram-se
em um projeto maior para desenvolver o país como um todo pode corrigir subordinadas às maiores.
essas distorções e garantir a adequada inserção da população como um
todo em um processo sustentável de desenvolvimento. Esta deva ser a Rede urbana
meta dos governantes daqui por diante, dimensionando adequadamente as Sistema de hierarquização urbana, no qual várias cidades se
condições sociais, econômicas e ambientais de cada região e direcionando submetem a uma maior, que comanda esse espaço. Em cada nível, as
os investimentos necessários para criar um dinamismo capaz de gerar maiores polarizam as menores. O IBGE classifica a rede urbana brasileira
emprego e renda de forma adequada, garantindo a inserção social de de acordo com o tamanho e importância das cidades. As categorias de
todos. cidades mais importantes são:
Metrópoles globais: suas áreas de influencia ultrapassam as
A DISTRIBUIÇÃO DOS EFETIVOS fronteiras de seus estados, região ou mesmo do país. São
DEMOGRÁFICOS NO TERRITÓRIO NACIONAL. metrópoles globais Rio de Janeiro e São Paulo
Centros metropolitanos nacionais: exercem influência na
DEMOGRAFIA DO BRASIL macroregião onde se encontra e até fora dela. São metrópoles
O Brasil possui cerca de 186 milhões de habitantes (estimativa do nacionais Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto
IBGE, 2006). Ao longo dos últimos anos, o crescimento demográfico do Alegre, Recife e Salvador
país tem diminuído o ritmo, que era muito alto até a década de 1960. Em Centros metropolitanos regionais: exercem influência apenas
1940, o recenseamento indicava 41.236.315 habitantes; em 1950, na macrorregião onde se encontra. São metrópoles regionais
51.944.397 habitantes; em 1960, 70.070.457 habitantes; em 1970, Belém, Campinas, Goiânia e Manaus
93.139.037 habitantes; em 1980, 119.002.706 habitantes; e finalmente em Centros submetropolitanos ou centros regionais: exercem
1991, 146.825.475 habitantes. influência no estado e em estados próximos. São centros regionais
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Aracaju, Campo Grande, Cuiabá, Feira de Santana, Florianópolis, vegetativo, a despeito das altas taxas de mortalidade, sobretudo infantil. A
João Pessoa, Joinville, Juiz de Fora, Londrina, Maceió, Natal, estimativa da Fundação IBGE para 2010 é de uma taxa bruta de natalidade
Ribeirão Preto, Santos, São José dos Campos, São Luís, de 18,67‰ — ou seja, 18,67 nascidos para cada grupo de mil pessoas ao
Sorocaba, Teresina, Uberlândia e Vitória ano — e uma taxa bruta de mortalidade de 6,25‰ — ou seja 6,25 mortes
Centros sub-regionais: exercem influência apenas em cidades por mil nascidos ao ano. Esses revelam um crescimento vegetativo anual
próximas, povoados e zona rural. Dividem-se em dois níveis: de 1,268.
Centros sub-regionais 1: Anápolis, Bauru, Blumenau, Boa Vista,
Campina Grande, Campos dos Goytacazes, Caruaru, Cascavel, Expectativa de vida
Caxias do Sul, Criciúma, Dourados, Foz do Iguaçu, Franca, Ilhéus, No Brasil, a expectativa de vida está em torno de 68,3 anos para os
Imperatriz, Ipatinga, Itabuna, Juazeiro, Jundiaí, Macapá, Maringá, homens e 76,38 para as mulheres, conforme estimativas para 2007. Dessa
Montes Claros, Mossoró, Nova Friburgo, Palmas, Pelotas, forma, esse país se distância das nações paupérrimas, em que essa
Petrolina, Petrópolis, Piracicaba, Ponta Grossa, Porto Velho, Rio expectativa não alcança 50 anos (Mauritânia, Guiné, Níger e outras), mas
Branco, Santa Maria da Boca do Monte, São José do Rio Preto, ainda não alcança o patamar das nações desenvolvidas, onde a
Uberaba, Vitória da Conquista e Volta Redonda expectativa de vida ultrapassa os 70 anos (Noruega, Suécia e outras).
Centros sub-regionais 2: Alagoinhas, Angra dos Reis, Aparecida,
Araçatuba, Araguaína,Arapiraca, Araraquara, Barbacena, Barra A expectativa de vida varia na razão inversa da taxa de mortalidade,
Mansa, Barreiras, Botucatu, Bragança Paulista, Cabo Frio, ou seja, são índices inversamente proporcionais. Assim no Brasil,
Cachoeiro de Itapemirim, Castanhal, Catanduva, Caxias, paralelamente ao decréscimo da mortalidade, ocorre uma elevação da
Chapecó, Colatina, Corumbá, Crato, Cruzeiro do Sul, Divinópolis, expectativa de vida.
Floriano, Garanhuns, Governador Valadares, Guaratinguetá,
Guarapuava, Gurupi, Iguatu, Itajaí, Jaú, Jequié, Ji-Paraná, Taxa de fecundidade
Juazeiro do Norte, Lages, Limeira, Linhares, Macaé, Marabá, Conforme estimativa de 2006, a taxa média de fecundidade é de 2,0
Marília, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Paranaguá, Parnaíba, Passo filhos por mulher. Esse índice sofre variações, caindo entre as mulheres de
Fundo, Patos, Picos, Poços de Caldas, Resende, Rio Grande, Rio etnia branca e elevando-se entre as pardas. Tal variação está relacionada
Verde, Rondonópolis, Santa Cruz do Sul, Santarém, São Carlos, ao nível sócio-econômico desses segmentos populacionais; em geral, a
São Sebastião, Sete Lagoas, Sinop, Sobral, Teófilo Otoni, Três população parda concentra-se nas camadas menos favorecidas social e
Lagoas, Tubarão, Uruguaiana economicamente, levando-se em conta a renda, a ocupação e o nível
educacional, entre outros fatores.
População absoluta
Com 183.987.291 habitantes (2007), o Brasil apresenta uma das Há também variações regionais: as taxas são menores no Sudeste e
maiores populações absolutas do mundo, destacando-se como a quinta no Sul — regiões de maior crescimento econômico e urbanização —,
nação mais populosa do globo. sendo maiores no Norte e no Nordeste.
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Grupos étnico-raciais do Brasil grupos: uma parte foi enviada para o Sul do Brasil, onde se tornaram
A população atual do Brasil é muito diversa, tendo participado de sua colonos trabalhando na agricultura. Todavia, a maior parte foi enviada para
formação diversos povos e etnias. De forma geral, a população brasileira as fazendas de café do Sudeste. Os colonos mandados para o Sul do país
foi formada por cinco grandes ondas migratórias: foram, majoritariamente, alemães (a partir de 1824, sobretudo da Renânia-
Os diversos povos indígenas, autóctones do Brasil, descendentes Palatinado, Pomerânia, Hamburgo, Vestfália, etc) e italianos (a partir de
de grupos humanos que migraram da Sibéria, atravessando o 1875, sobretudo do Vêneto e da Lombardia). Ali foram estabelecidas
Estreito de Bering, aproximadamente 9.000 a.C. diversas colônias de imigrantes que, ainda hoje, preservam os costumes
Os colonos portugueses, que chegaram para explorar a colônia do país de origem. Para o Sudeste do país chegaram, majoritariamente,
desde a sua descoberta, em 1500, até a sua independência, em italianos (sobretudo do Vêneto, Campânia, Calábria e Lombardia),
1822. portugueses (notadamente oriundos da Beira Alta, do Minho e Alto Trás-
Os africanos trazidos na forma de escravos para servirem de mão- Os-Montes), espanhóis (sobretudo da Galiza e Andaluzia), japoneses
de-obra, em um período de tempo que durou de 1530 à 1850. (sobretudo de Honshu e Okinawa) e árabes (do Líbano e da Síria).
Os diversos grupos de imigrantes vindos principalmente da
De acordo com o Memorial do Imigrante, entre 1870 e 1953, entraram
Europa, os quais chegaram ao Brasil entre o final do século XIX e
no Brasil cerca de 5,5 milhões de imigrantes, sendo os italianos
início do século XX.
(1.550.000), portugueses (1.470.000), espanhóis (650.000), alemães
Imigrações recentes de diversas partes do mundo, sobretudo Ásia
(210.000), japoneses (190.000), poloneses (120.000) e 650.000 de
e Oriente Médio.
diversas outras nacionalidades.
Acredita-se que o Continente Americano foi povoado por três ondas Atualmente, o IBGE utiliza para fins censitários 5 categorias no Brasil,
migratórias vindas do Norte da Ásia. Os indígenas brasileiros são, baseado na raça e cor da pele: branco, índio, preto, pardo e amarelo.
provavelmente, descendentes da primeira leva de migrantes, que chegou à
região por volta de 9.000 a.C. Os principais grupos indígenas, de acordo Miscigenação e genes
com sua origem linguística, eram os tupi-guarani, jê ou tapuia, aruaque ou Poucos países no mundo tiveram a rica interação de diferentes "raças"
maipuré e caraíba ou caribes. e etnias como ocorreu no Brasil. Desde a chegada dos primeiros colonos
portugueses assistiu-se à miscigenação em massa com os índios. Décadas
A imigração europeia no Brasil iniciou-se no século XVI, sendo depois, com a chegada de escravos negros, formou-se uma população trí-
dominada pelos portugueses. Neerlandeses (ver Invasões holandesas do híbrida.
Brasil) e franceses (ver França Antártica) também tentaram colonizar o
Brasil no século XVII, mas sua presença durou apenas algumas décadas. Os portugueses já trouxeram para o Brasil séculos de integração
Nos primeiros dois séculos de colonização vieram para o Brasil cerca de genética e cultural de povos europeus, como os celtas e os lusitanos.
100 mil portugueses, uma média anual de 500 imigrantes. No século Embora os portugueses sejam basicamente uma população europeia, 7
seguinte vieram 600 mil, em uma média anual de dez mil colonos. A séculos de convivência com mouros do norte de África e com judeus
primeira região a ser colonizada pelos portugueses foi o Nordeste. Pouco deixaram um importante legado a este povo. Um curioso estudo recente
mais tarde, os colonos passaram a colonizar o litoral do Sudeste. O interior aponta que entre 25 e 30% dos primeiros colonos portugueses no Brasil
do Brasil só foi colonizado no século XVIII. Os portugueses foram o único eram, de fato, de origem judaica.
grupo étnico a se espalhar por todo o Brasil, principalmente graças à ação
dos bandeirantes ao desbravarem o interior do país no século XVIII. Os índios brasileiros não apresentavam relevantes diferenças
genéticas entre si: seriam todos descendentes do primeiro grupo de
A população indígena original do Brasil (entre 3-5 milhões) foi em caçadores asiáticos que chegaram às Américas, há 60 mil anos. Porém,
grande parte exterminada ou assimilada pela população portuguesa. Os culturalmente falando, os aborígenes brasileiros estavam inseridos numa
mamelucos (ou caboclos, mestiços de branco com índio) se multiplicavam diversidade de nações com línguas e costumes distintos. A chegada dos
às centenas pela colônia. colonos portugueses, homens em sua maioria, culminou em relações e
concubinatos com as índias.
Um outro elemento formador do povo brasileiro chegou na forma de
escravo. Os africanos começaram a ser trazidos para a colônia na década Os escravos africanos trazidos ao Brasil pertenciam a um leque
de 1530, para suprir a falta de mão-de-obra. Inicialmente, chegaram enorme de etnias e nações. A maior parte eram bantos, originários de
escravos de Guiné. A partir do século XVIII, a maior parte dos cativos era Angola, Congo e Moçambique. Porém, em lugares como a Bahia,
trazida de Angola e, em menor medida, de Moçambique. Na Bahia, os predominaram os escravos da região da Nigéria, Daomé e Costa da Mina.
escravos eram majoritariamente oriundos do Golfo de Benin (atual Nigéria). Eram maiores e mais robustos que os bantos, e também mais
Até o fim do tráfico negreiro, em 1850, entre 3-5 milhões de africanos foram desenvolvidos. Alguns escravos islâmicos eram alfabetizados em árabe e
trazidos ao Brasil-37% de todo o tráfico negreiro efetuado entre a África e já traziam para o Brasil uma rica bagagem cultural. Miscigenaram-se com
as Américas. os portugueses e índios, formando a raiz étnica do povo brasileiro.
A tentativa do governo brasileiro em "branquear" a população marcou
o século XIX. O governo libertou os descendentes de africanos, mas não
deu assistência social aos ex-escravos, que foram abandonados à própria
sorte. O escravo seria substituído pelo imigrante europeu: entre 1870 e
1953, entraram no Brasil cerca de 5,5 milhões de imigrantes, dentre os
quais havia uma maioria de italianos, os preferidos do governo, por serem
brancos e latinos.
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Nos censos, a maioria da população brasileira continua a classificar-se
como branca (49,9%), uma parcela considerável como parda (43,2%) e um Os brancos auto-declarados compõem cerca de 49,9% da mesma,
número muito reduzido como preta (6,3%). Fato é que, geneticamente, o somando cerca de 93 milhões de indivíduos[18]. Estão espalhados por
Brasil possui uma população majoritariamente mestiça, e não branca como todo o território brasileiro, embora a maior concentração esteja no Sul e
mostram os censos: 86% dos brasileiros têm mais de 10% de genes Sudeste do Brasil. Consideram-se brancos os descendentes diretos ou
africanos. Ou seja, apenas 14% dos brasileiros são geneticamente predominantes de europeus e de outros povos de cor branca.
brancos, número bem inferior aos quase 50% dos censos do IBGE. A
motivação de grande parte dos brasileiros em classificarem-se como Uma pesquisa realizada com mais de 34 milhões de brasileiros, dos
brancos no censo, é fruto de um racismo velado enraizado na cultura do quais quase vinte milhões se declaram brancos, perguntou a origem étnica
País, onde é imposto pela mídia um padrão de beleza caucasiano. dos participantes de cor ou raça branca. A grande maioria apontou origem
brasileira (45,53%). 15,72% apontou origem italiana, 14,50% portuguesa,
Brancos 6,42% espanhola, 5,51% alemã e 12,32% outras origens, que incluem
africana, indígena, judaica e árabe.
Índios
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Quando os primeiros portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, a Os amarelos auto-declarados compõem 0,5% da população brasileira,
população indígena girava em torno de 3 a 5 milhões de indivíduos. Na somando cerca de 1 milhão de indivíduos. Estão concentrados em dois
metade do século XIX, os índios não passavam de 100 mil pessoas e no estados brasileiros: São Paulo e Paraná, embora populações menores
final do século XX eram cerca de 300 mil. O desaparecimento da estejam espalhadas por todo o território brasileiro. Consideram-se
população nativa brasileira se deve principalmente a quatro fatores: a amarelos todos os descendentes de povos asiáticos.
dizimação promovida pelos colonizadores, as doenças europeias que se
espalharam como epidemias, a miscigenação racial e, principalmente, a A grande maioria dos amarelos brasileiros são descendentes de
perda dos valores e da identidade indígenas ao longo dos séculos. japoneses que imigraram para o Brasil entre 1908 e 1960, devido a
problemas econômicos. O Brasil abriga hoje a maior comunidade japonesa
Negros fora do Japão. Outros grupos amarelos em fase de crescimento rápido, são
Os negros auto-declarados compõem 6,3% da população brasileira, os chineses e coreanos que atualmente integram o comércio nas capitais.
somando cerca de 11 milhões de indivíduos. Estão espalhados por todo o
território brasileiro, embora a maior proporcionalidade esteja no Nordeste. Grupos Étnico-raciais por Regiões Brasileiras
Consideram-se negros todos os descendentes dos povos africanos Na região Sul do Brasil predomina o elemento europeu - a começar
trazidos para o Brasil e que têm o fenótipo característico africano. pelos colonizadores açorianos no século XVIII, acrescidos por grandes
A escravidão no Brasil durou cerca de 350 anos e trouxe para o país levas de imigrantes alemães, italianos e eslavos durante o século XIX e
cerca de 4 milhões de africanos-- 37% de todos os escravos trazidos às XX. O elemento indígena também se fez minoritariamente presente no Sul,
Américas. sendo convertido ao cristianismo por missões jesuítas logo no início do
século XVII.
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receio do europeu de fixar-se num país de economia colonial e Imigrantes italianos
escravocrata, nesse período houve uma imigração muito pequena. Os primeiros italianos chegaram ao Brasil em 1875, estabelecendo-se
no Rio Grande do Sul, na região serrana e também em Santa Catarina,
O segundo período (de 1850 a 1930) foi marcado pela proibição do onde o clima era mais ameno, assemelhando-se um pouco com as regiões
mercado de escravos. Foi a época mais importante para a nossa de onde vieram, especialmente do Vêneto (norte italiano), de onde
imigração, devido ao grande crescimento da atividade monocultora (café) e provinha a maior parte das famílias imigrantes. Logo após essa época, São
aos incentivos governamentais dados ao imigrante. Em 1888, com a Paulo tornou-se o maior pólo receptor de italianos, que inicialmente se
abolição da escravidão, estimulou-se ainda mais o fluxo imigratório, tendo encaminharam para as zonas cafeicultoras do interior. Em pouco tempo,
o Brasil recebido, nessa época, praticamente 80% dos imigrantes entrados entretanto, acabaram por migrar para a capital, vindo a se constituir em
no país. importante mão-de-obra para a indústria que então se iniciava.
O terceiro período (de 1930 até os dias de hoje) é caracterizado por Os italianos deixaram suas marcas em cidades e bairros, influenciando
uma sensível redução na imigração, devido, inicialmente, à crise hábitos alimentares e linguísticos das regiões onde se estabeleceram.
econômica de 1929, ocasionada pela quebra da bolsa de valores de Nova
Iorque, com o consequente abalo da cafeicultura brasileira. Além disso,
contribuiu também a crise política interna no país, decorrente da Revolução
de 1930, e a criação de uma lei sobre imigração, através da Constituição
de 1934. Essa lei restringia a entrada de imigrantes, estipulando que,
anualmente não poderia entrar no país mais que 2% do total de imigrantes
de cada nacionalidade entrados nos últimos 50 anos. Determinava ainda
que 80% dos imigrantes deveriam dedicar-se à agricultura, além de
estabelecer uma discutível e discriminatória "seleção ideológica", ou seja,
conforme as ideias políticas que professava, o imigrante poderia ou não
entrar no país.
Imigrantes espanhóis
Depois dos portugueses e italianos, é o terceiro maior contingente
imigratório do Brasil. Fixando-se principalmente nos estados de São Paulo,
Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, iniciaram suas
atividades em fazendas, mas acabaram por migrar para as cidades.
Atualmente, tal como os portugueses, os espanhóis têm migrado para
países europeus, sendo restrita sua participação entre os imigrantes que
chegaram após 1970.
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inicialmente no estado de São Paulo e depois no Pará, onde se desenvolve
importante núcleo produtor de pimenta-do-reino (Tomé-Açu). Fixaram-se Migrações internas
principalmente em colônias rurais, onde introduziram importantes Cerca de um terço dos brasileiros não vive onde nasceu. As migrações
inovações na indústria de hortifrutigranjeiros. Na cidade de São Paulo, internas respondem por boa parte deste terço, e classificam-se
foram se concentrando num bairro — a Liberdade —, que adquirindo basicamente em duas categorias: deslocamento do campo para a cidade, o
características de sua cultura, perceptíveis principalmente nas ruas e chamado (êxodo rural) - causado frequentemente pela falta de
cartazes. Além disso, instalados no cinturão verde em torno da cidade, são oportunidades de trabalho e serviços no campo e pela concentração
responsáveis pela maior parte do estabelecimento de frutas, legumes, fundiária - e migrações regionais, das quais os exemplos mais importantes
verduras, aves e ovos para a população da metrópole paulista. foram:
o ciclo da mineração, em Minas Gerais, nos meados do século
Atualmente, estima-se em mais de 1 milhão e 200 mil os japoneses e XVIII, que provocou um deslocamento da população litorânea para
seus descendentes até a quarta geração vivendo no Brasil. o interior do país;
o fluxo de escravos do Nordeste para as plantações de café de
Outros grupos imigrantes São Paulo e do Rio de Janeiro, em fins do século XIX;
o ciclo da borracha, na Amazônia, em fins do século XIX para o
início do século XX, que atraiu muitas pessoas, especialmente do
Nordeste;
a construção de Brasília, que deslocou mão-de-obra
principalmente do Norte e Nordeste;
o desenvolvimento industrial, dos anos 50 em diante, na região
Sudeste (principalmente São Paulo e Rio de Janeiro), que
deslocou principalmente nordestinos.
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Língua Pirâmide etária – A desaceleração do crescimento demográfico e o
O português é a língua oficial e é falado pela população. O espanhol é envelhecimento populacional estão mudando o desenho da pirâmide etária
entendido, em diversos graus, pela maioria dos brasileiros. O inglês é parte brasileira – o gráfico que mostra a distribuição da população por faixa de
do currículo das escolas públicas e particulares, e o espanhol passou a idade. Nos anos 1980, a pirâmide era afunilada na ponta e larga na base,
fazer parte do currículo escolar nos últimos anos; o inglês é entendido e setor em que estão representadas as camadas de jovens. Nos anos 2000,
usado por poucas pessoas, especialmente nos centros comerciais e a pirâmide mostra uma base mais estreita e formato menos afunilado,
financeiros. indicando a tendência de crescimento da população adulta. Nas projeções
do IBGE para as quatro próximas décadas, a pirâmide tende ao equilíbrio
Cerca de 180 idiomas e dialetos dos povos indígenas são falados nas entre as faixas de idade até os 40 anos e o alargamento do pico, onde está
tribos, embora esse número esteja em declínio. representada a população de idosos.
O português é a língua materna de 98% dos brasileiros, embora haja Padrão de vida – A Pnad de 2003 revela novas tendências no padrão
um expressivo número de falantes de línguas imigrantes, principalmente o e no estilo de vida dos brasileiros. As famílias estão cada vez menores,
alemão, falado em zonas rurais do Brasil meridional, sendo o dialeto com 3,3 integrantes em média, e 28% delas são chefiadas por mulheres. O
Hunsruckisch o mais usado por cerca de 1,5 milhão de pessoas. O italiano nível de conforto dos lares brasileiros aumentou de uma década para cá:
é bem difundido por alguns descendentes de imigrantes que ainda não telefone, automóvel, água encanada e coleta de lixo foram alguns dos itens
adotaram o português como língua materna em zonas vinícolas do Rio que mais se popularizaram. Entre 1993 e 2003, a taxa de analfabetismo
Grande do Sul, sendo o dialeto Talian o mais usado. Outra língua falada recuou de 15% para 10% da população e a escolaridade cresceu em todas
por minorias é o japonês, entre outros idiomas imigrantes.11,4% da as faixas etárias. Os movimentos migratórios são mais diversificados, e é
população brasileira é analfabeta. cada vez mais significativa a migração de pessoas para cidades da mesma
região e do mesmo estado, o que reflete a busca por novas oportunidades
de trabalho e melhores condições de vida.
A ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E A EVOLU-
ÇÃO DE SEU CRESCIMENTO. Distribuição populacional - Dividindo-se o número de habitantes esti-
mado pelo IBGE em 2004 pela área total do território brasileiro chega-se à
Quinta nação mais populosa do mundo, o Brasil ultrapassa o marco densidade populacional do país: 21 habitantes por quilômetro quadrado.
dos 180 milhões de habitantes em 2004, segundo as estimativas do Institu- Na prática, porém, a ocupação territorial no país varia drasticamente de
to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Acompanhando uma ten- uma região para outra. Na Região Norte e em parte da Centro-Oeste, as
dência mundial, o crescimento demográfico brasileiro vem se desaceleran- densidades são inferiores a cinco habitantes por quilômetro quadrado. Já
do nas últimas quatro décadas. Isso ocorre porque a taxa de fecundidade na Região Sudeste há mais de 78 habitantes por quilômetro quadrado,
(a quantidade de filhos que a mulher tem no decorrer da vida) está caindo sobretudo nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Há quatro déca-
ano a ano; atualmente, é de 2,3 filhos por mulher, índice próximo ao dos das, o Sudeste mantém-se como a região mais populosa do Brasil. Atual-
países desenvolvidos. mente, mais de 40% dos habitantes do país vivem ali.
Durante o processo de transição demográfica, ocorre um fenômeno O primeiro censo do IBGE - Em 1940 realizou-se o quinto censo, agora
chamado janela demográfica. É quando a população economicamente sob a responsabilidade do IBGE, que ampliou a abrangência do levanta-
ativa ultrapassa em número o conjunto de crianças e idosos. Nesse perío- mento. Da população de 41 milhões de habitantes, um terço já residia em
do em que há mais pessoas no mercado de trabalho e um menor número zonas urbanas. A qualidade de vida, ainda bastante precária na época,
de dependentes, os países podem obter significativos ganhos econômicos provocava índices de mortalidade que iam de 145 por mil habitantes, em
desde que consigam garantir emprego para todos. São Paulo, a 219 por mil, em Salvador. A esperança de vida média do
brasileiro era de 41,5 anos.
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Na metade do século XX, a população brasileira chegou a 52 milhões. Bremaeker (1991, p.63), num trabalho com prefeitos municipais, apon-
O sexto censo, em 1950, mostrava que a faixa etária de 0 a 8 anos era a ta os principais problemas que exigem mais atenção dos governantes nas
mais numerosa, reunindo 16% dos habitantes. Ela poderia ser ainda maior, suas gestões. Mesmo que os municípios sejam diferentes, as variações em
não fosse a média brasileira de mortalidade infantil tão elevada – 135 conteúdo e intensidade do espectro de cada problema encontrado, decor-
mortes por mil nascidos vivos. Na cidade de Natal, quatro de cada dez rem da vocação econômica de cada município. Os problemas mais comuns
crianças morriam antes de completar 1 ano. contemplam:
- recursos financeiros insuficientes para atender a todas as necessi-
O sétimo censo contou 70 milhões de habitantes, em 1960. Um quarto dades da comunidade;
dos 19 milhões de famílias existentes tinha entre oito e nove integrantes. O - recursos humanos deficientes ou mal preparados para as funções
Brasil crescia à taxa de quase 3% ao ano, e a região cuja população mais que exercem;
aumentava – 6% – era a Centro-Oeste. - inexistência ou necessidade de ampliação dos serviços de infra-
estrutura urbana, saneamento básico, distribuição de água, esgoto
Maioria da população nas cidades - No censo seguinte, em 1970, esse sanitário, coleta de lixo, arruamento, pavimentação de vias, entre
crescimento começaria a desacelerar-se. Nesse ano, o oitavo recensea- outros;
mento contou 93 milhões de habitantes e mostrou que 56% da população - falta ou insuficiência de instalações, equipamentos e pessoal na
vivia em zonas urbanas. Perto de 20 milhões de pessoas com mais de 10 área de saúde,
anos de idade tinham curso completo: 75%, o fundamental; 22%, o médio; - abertura e conservação de estradas vicinais;
e apenas 3%, o superior. - necessidades de ampliação da oferta de emprego;
- falta ou insuficiência de instalações e pessoal habilitado na área de
Em 1980, a população brasileira chegou à casa dos 100 milhões: o educação;
nono censo contou 119 milhões de habitantes. Na época, acreditava-se - necessidade de construção de habitação para a população;
que a população brasileira ultrapassaria os 200 milhões na virada do - necessidade de aquisição ou recuperação do maquinário, motoni-
milênio. Porém, o modo de vida urbano, condição de dois terços dos brasi- veladoras, tratores, caminhões;
leiros, imprimia um padrão de crescimento demográfico mais lento à nação. - interferência negativa por parte de políticos locais;
O predomínio da faixa de 0 a 9 anos começava a declinar, e as demais - falta de apoio por parte do governo estadual e federal;
faixas aumentaram sua participação. Dos 27 milhões de famílias, 17% já - necessidade de prestar de assistência social à população;
eram chefiadas por mulheres. - condicionantes físicos, secas, geadas ou enchentes;
- falta de apoio ao setor agrícola.
Com quase 145 milhões de habitantes, o Brasil retratado pelo Censo
de 1991 mostrava o grau de transformações que o país sofrera do início ao Essas problemáticas tornam-se o grande desafio das gestões munici-
fim do século. A população tornara-se predominantemente urbana, as pais, que logram aos gestores a sua principal atenção e volume de recur-
famílias haviam encolhido à metade, as pessoas passaram a viver 50% sos, comprometendo as possibilidades de soluções preventivas, uma vez
mais, as mulheres haviam conquistado mais direitos e responsabilidades que a demanda de tais empreendimentos cresce acima da capacidade de
perante a sociedade e o grau de instrução dos indivíduos aumentara. Com oferta de recursos disposta nas prefeituras.
isso começava a esboçar-se o cenário do país na virada do milênio, quan-
do foi realizado o 11º- censo, o de 2000. As ações dos governos municipais, pela necessidade de atender aos
problemas existentes de forma emergencial, na maior parte das vezes,
impedem a criação de cenários futuros com melhor aplicabilidade dos
INTEGRAÇÃO ENTRE INDÚSTRIA, ESTRUTURA URBANA, REDE DE recursos em investimentos que maximizem as carências municipais.
TRANSPORTES E SETOR AGRÍCOLA NO BRASIL
A preocupação dos administradores municipais está em atender às
A PROBLEMÁTICA DOS PLANEJAMENTOS MUNICIPAIS necessidades mais urgentes em cada município, onde, geralmente, as
As administrações das últimas gestões municipais avançaram no sen- propostas de governo, dos próprios prefeitos, vêm de encontro a solução
tido de trazer para a população uma nova inserção na administração da de tais problemas, com investimentos dispersos em diversas atividades,
cidade, mas, de acordo com Junqueira e Inojosa (1993, p.87), não logra- dada as carências existentes nas prefeituras. O autor supra citado aponta
ram mudar a lógica que informa a prática da burocracia municipal. Houve ainda, que as prioridades de ações dos seus governos municipais, face às
melhorias na prática da participação popular nas decisões sobre a aplica- questões mais pertinentes em que se apresentam cada município, são:
ção dos recursos, mas não se mudou a forma de gerenciar sua aplicação. educação, saúde, infra-estrutura urbana, estradas vicinais, agricultura,
A população foi chamada a decidir, porém no interior da organização habitação, assistência social, desenvolvimento econômico, esportes, lazer
municipal, a decisão permaneceu centralizada na administração de recur- e turismo, participação comunitária, reforma administrativa, recursos hu-
sos financeiros, no gerenciamento da força de trabalho, nos recursos manos e meio ambiente. (Bremaeker, 1994)
materiais e, sobre o modo de realizar os serviços.
Essa sequência de prioridades, apresentadas pela sua ordem de im-
Todavia, o processo de descentralização dos governos superiores atri- portância, tiveram sua origem com o intenso processo de industrialização-
buiu aos governos municipais a dimensão política/administrativa, configu- urbanização ocorrido no país a partir de meados deste século, que, soma-
rando-lhe importante papel social a desempenhar no campo de crescimen- dos ao êxodo rural, resultou num processo de urbanização considerável,
to e desenvolvimento dos interesses locais em conformidade com a auto- com expressiva e progressiva concentração de população nas cidades,
nomia que lhe compete. Coelho (1994, p.25) afirma que desta forma, a herdando enormes problemas aos governos, principalmente municipais.
descentralização compreende a possibilidade de ampliação dos direitos, da Pamplona (1993 p.27) apresenta que esse processo de urbanização exer-
autonomia da gestão municipal e a participação cotidiana dos cidadãos na ce pressão sobre os sistemas urbanos combalidos, demandando espaço,
gestão pública. recursos naturais, emprego, infra-estrutura, serviços públicos, enfim, me-
lhores oportunidades de vida. Já para Xavier (1992 p.31) essa situação
As práticas administrativas utilizadas pelos governos municipais, dada resulta em graves efeitos ambientais, que são claramente identificáveis,
as suas limitações administrativas e forças de cunho político, estavam mais seja através das diferentes formas de poluição, do déficit no atendimento
condicionadas à submissão dos níveis governamentais superiores, do que por serviços e infra estrutura urbana, ou através de formas de ocupação do
ao real atendimento às questões municipais, podando a criatividade na solo que levaram e ainda levam à degradação dos espaços natural e
solução e atendimento das causas locais. construído.
Por outro lado, o crescimento acelerado das cidades imobilizou as ad- A área urbana, sendo uma condição indispensável para a produção
ministrações municipais, pela absorção da maior parcela dos recursos, social, incluindo-se aí a reprodução da força de trabalho, consiste na
principalmente financeiros, no atendimento dos serviços básicos e implan- fixação do suporte material, infra-estrutura, transporte, comunicação,
tação da infra-estrutura mínima ao atendimento da população. saneamento, hospitais, escolas, parques, lazer, entre outros serviços
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urbanos. Devido a isso, Pamplona (1993 p. 28) acrescenta que a área e à recuperação do país. Nas cidades onde estes fatores se faziam presen-
urbana se transforma em geradora de graves problemas sociais, tais como: tes, o crescimento ocorreu com maior intensidade.
a marginalização da população mais pobre em periferias carentes e lon-
gínquas, déficit habitacional, elevação dos custos de implantação e manu- Esse centralismo do governo, refletiu também no uso do solo urbano,
tenção da infra-estrutura, equipamentos e serviços urbanos, dispersão e pela concentração de fábricas, edifícios comerciais, habitações e aumen-
superconcentração simultânea da população e das atividades econômicas tando as edificações, exigindo a existência de espaços para recreação,
na cidade. escolas, hospitais e outros equipamentos.
Por outro lado, para Schweizer (1994 p.71), os municípios enfrentam O fortalecimento do poder federal se articulou imprimindo ao processo
uma grande perda na qualidade de vida de seus habitantes que aspiram de desenvolvimento a dinâmica do autoritário e destacando a eficiência
por um desenvolvimento que não provoque a destruição sistemática do como base hierárquica.
meio urbano. A pressão gerada por grandes contingentes de população
urbana carente, obriga os governos locais a realizarem concessões cada A atuação do governo federal, através da administração direta e indire-
vez maiores em termos de preservação ou melhoramento ambiental. ta, se fez presente em quase todos os setores da vida econômica/social do
Pressão idêntica se forma do outro lado pelos grupos sedentos de lucro e país. O aparato do governo federal na periferia, ficou marcado pela prolife-
que não assumem o comprometimento com as causas da cidade, ignoran- ração da burocracia. Essa conotação burocrática se fez sentir nos plane-
do a realidade dos fatos, em busca de resultados financeiros. jamentos da administração municipal, que compreendiam encaminhamen-
tos de gestão administrativa da esfera federal para os municípios. Esses
A degradação ambiental e os problemas decorrentes têm sido um fe- planejamentos desmereciam os interesses da população, as características
nômeno visível nas propriedades particulares, ruas, bairros e assentamen- locais e, igualmente, a representatividade política dos segmentos sociais.
tos irregulares, nas áreas urbanas e seus entornos. Esse processo resultou Fato este que recebeu a conotação de planejamento de cima para baixo
na existência de cidades que foram deteriorando rapidamente, a qualidade (Souza, 1991). Esse procedimento teve forte impacto nos municípios, pois
de vida de sua população, devido principalmente a ineficiência do planeja- a liberação dos recursos, principalmente, federal, na década de 70, estava
mento e geralmente com pouca participação da cidadania. Nesse sentido, vinculada a projetos que ocasionaram uma multiplicação dos planos direto-
os governos ficam a administrar a perplexidade das questões diárias e res fomentados pelo próprio governo.
buscar paliativos para problemas que foram se alastrando no decorrer do
tempo, fragmentando cada vez mais suas ações e enfrentando uma multi- Contudo, esse mecanismo sofreu um viés na sua implementação por
plicidade de problemas ambientais (Schweizer (1994 p.71). uma série de razões. Constatou-se uma lacuna entre os propósitos dos
planos e as realidades locais, pois os planos eram elaborados por escritó-
A crise econômica e as políticas de ajustes macroeconômicos colocam rios de consultoria contratados que direcionavam as realizações de obras
para os governos locais o desafio de combinar a política de desenvolvi- que pudessem ser executadas pelos mesmos. Esses planos realizados por
mento econômico com a política social, onde a política local tem priorizado escritórios de consultoria restringiram o aperfeiçoamento do quadro técnico
a ordenação e o equipamento do território, que corresponde a obra física das prefeituras, tornando irrelevante as necessidades locais pelo interesse
pura. O quadro de degradação das cidades faz com que se acentue a no direcionamento das obras. As propostas se limitavam aos ordenamen-
iniciativa pública - em parceria com a iniciativa privada, com ONGs e tos do espaço físico e desmereciam os problemas sociais da população,
formas associativas urbanas - para reconstruir a base produtiva da cidade, inclusive, despotizando as questões urbanas na crença de que levaria os
atrair atividades geradoras de emprego, promover as indispensáveis mu- habitantes a viver em melhores condições. Souza (1991 p.58)
danças tecnológicas para assegurar a competitividade dos diversos setores
econômicos. A política social, que requer grandes recursos, fica com A Carta Magna de 1967 representou o respaldo necessário à reestru-
atendimento penalizado e em proporções compatíveis aos programas de turação governamental e organizou-se voltada para a eleição do desenvol-
cada governo, limitando-se ao atendimento básico e de emergência em vimento, primordialmente econômico, o fortalecimento do poder executivo
prejuízo de toda questão social que envolve a sociedade, pois tais recursos como instrumento básico para atingir o desenvolvimento e a preocupação
só são obtidos se a cidade reencontra o dinamismo econômico. como a eficiência e a racionalização do processo político-administrativo.
O desenvolvimento econômico local contempla-se como resultado de As diretrizes da gestão pública, frente à realidade pertinente, estiveram
um esforço compartilhado com os diversos atores que possam ser incorpo- apoiada nos princípios fundamentais como: planejamento, coordenação,
rados com outras instâncias governamentais. Nesse sentido, Coelho (1994 descentralização, delegação de competência e controle.
p.26) observa que a principal responsabilidade do governo municipal esta
em coordenar as ações e desenvolver, em conjunto com a comunidade As reformas administrativas, na área pública, contemplam processos
urbana e rural, um pensamento ambiental coerente. Esse pensamento de natureza, ao mesmo tempo político-administrativa e técnico-
comunitário em preservação ambiental visam fazer e implantar normas que organizacional, pois apresentam mudanças sociais que, num contexto
permitam controlar a deteriorização ambiental das áreas urbanas e propor- democrático, implicam na confrontação de interesse e na busca do con-
cionar a reabilitação das mesmas. senso possível aos procedimentos desejáveis e legítimos na gestão públi-
ca.
DIFICULDADES PARA A IMPLANTAÇÃO DE PLANEJAMENTOS
MUNICIPAIS VOLTADOS À SUSTENTABILIDADE A capacidade sinérgica da administração pública importa em continu-
A administração pública caracteriza-se, especificamente, por uma rela- amente redefinir sua missão em face aos novos imperativos. No entanto,
ção de responsabilidade direta da qual decorre o desenvolvimento da as mudanças nas administrações públicas, como novas diretrizes e formas
sociedade. Teixeira e Santana (1994, p.7) apresentam que o governo, de gestão, dada a alternância de governantes, esbarram nos interesses
como instância societal, articula necessidades diferentes de indivíduos, estabelecidos e provocam interferência na cultura organizacional do apare-
grupos, classes sociais e outros segmentos da sociedade. Estas necessi- lho administrativo do país. O planejamento compreendido como um pro-
dades, em interação, têm um efeito multiplicador, de dimensão macro, que cesso inerente à administração pública deve ser uma prática sistemática e
confere ao governo um potencial transformador, de caráter uno, em relação constante com integração entre áreas econômica, social, físico-territorial,
à sociedade global. administrativa e institucional.
A caracterização do exagerado centralismo político/econômico no país Os interesses corporativos nas estruturas organizacionais das organi-
no processo das atividades econômicas de produção, logrou ao governo zações públicas fazem prevalecer seus direitos, previstos na legislação,
federal, do início da década de 30 até meados da década de 60, mesmo diante dos imperativos às mudanças, comprometendo as gestões públicas
com decisões arbitrárias, sua presença nas cidades de maneira a direcio- nas formas mais dinâmicas de administração.
nar os fluxos de produção e consequentemente a concentração do capital.
As cidades, mesmo com concentração das atividades de produção, esta- Desta maneira, as questões de planejamento têm encontrado diversos
vam sob as ações do governo federal em atendimento aos seus interesses entraves na sua elaboração, em especial os internos da administração
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pública pelo seu quadro de pessoas, composto por um corpo permanente planejamento deve contemplar também os Municípios que constituem a
do pessoal técnico e efetivo e por outro transitório e com cunho mais sua região de influência imediata, pois os que se encontram na vizinhança
político atingindo o sistema administrativo, ocorrendo frequentemente viés dos grandes municípios têm as suas economias intimamente relacionadas
de conduta nos procedimentos e interesses das cidades e municípios como com estes.
um todo.
Neste sentido, Souza (1991, p.59) aponta que muitas cidades brasilei-
O planejamento, enquanto direcionador e organizador das ações das ras, no encontro de seu desenvolvimento, ultrapassam os limites territoriais
administrações municipais, não contempla as necessidades reais dos e político-institucionais do município, formando as aglomerações urbanas,
municípios, mantendo um desempenho insatisfatório pela manutenção de constituídas de mais de um município que, interdependentemente de seus
uma inadequada infra-estrutura, falta de transparência de seus objetivos e limites de atuação político-institucional, formam uma mesma coletividade
propósitos, além da má alocação dos recursos. Isto se deve, também, pela sócio/econômica.
omissão da representatividade dos beneficiários no controle das ações e
decisões governamentais, principalmente locais. Essa realidade torna inevitável que cada vez mais existam funções
que não podem ficar restritas a um só município, seja do ponto de serviços
As deficiências administrativas, no atendimento às normas e procedi- urbanos como, transporte, habitação, equipamentos de saúde e educação,
mentos burocráticos exigidos pelas formalidades das organizações públi- lixo, abastecimento de água, energia elétrica ou do próprio desenvolvimen-
cas e dos anseios políticos, contribuíram para o agravamento dos proble- to econômico, gerando assim espaços que devem ser planejados não
mas urbanos, por serem ignorados ou negligenciados das próprias realida- apenas em nível local, intra-urbano, mas de forma mais abrangente, ou
des locais. seja, regional.
Nesse sentido, diante dos fatores abordados, se tornou nítido que as No entender de Fontes (1991, p. 51), os problemas e as oportunidades
administrações municipais estavam mais voltadas ao cumprimento dos municipais decorrem do fluxo de pessoas e recursos, bens e serviços, em
anseios superiores que propriamente o atendimento das causas munici- geral entre os municípios; de desigualdades e/ou complementaridade de
pais. O direcionamento político impregnou nas organizações públicas, recursos disponíveis em cada município, e do impacto diferenciado de leis
principalmente municipais, uma alienação à dependência dos recursos dos e arranjos institucionais sobre os municípios.
níveis administrativos superiores, principalmente federal, que se tornou
incapaz de formar sua própria cultura administrativa representativa no Os fluxos de água, ar e sólidos através de limites municipais geram os
contexto social. O doutrinamento federal imobilizou as administrações problemas mais visíveis e frequentemente os mais sérios nas relações
municipais de maneira a limitar suas ações de governo ao atendimento entre os municípios à denominada poluição fronteiriça. Os problemas
básico e fundamental à população, sem grandes projeções e desempenhos menos comuns, mas que estão se tornando dos mais difíceis, quase intra-
administrativos. táveis, são o transporte e disposição final dos resíduos sólidos de grande
número de cidades industriais. Também, os resíduos tóxicos hospitalares
Diante da imposição governamental, as administrações municipais fi- fazem parte deste contexto.
caram míopes em encontrar perspectivas de potencialidades locais, como
forma de gestão participativa e abrangente das realidades que as cercam, As experiências desta nova concepção de ação pública - diversificadas
além de limitarem suas ações governamentais a sua gestão como meio de nas áreas de saúde, transporte, habitação, abastecimento, educação,
projeção política e manutenção no poder. orçamento e cultura - reafirmam a noção de que o desenvolvimento local
integrado deve se dar de forma compartilhada, garantindo a dimensão
A forma de gestão centralizada em cumprimento dos planos de gover- pública dos serviços.
no, limitados pelo espaço de tempo, pela gestão de cada governo, com-
promete as administrações na implantação de projetos realmente adequa- Para Souza (1991), um planejamento regional é uma mobilização das
dos e compatíveis com as necessidades dos municípios. Poucos são os forças políticas, sociais e econômicas de vários municípios que vão além
exemplos de ações municipais que tiveram continuidade de projetos por do simples somatório de forças e intenções.
gestões sucessivas.
Os planejamentos municipais, com vistas à sustentabilidade, contem-
As dificuldades das administrações municipais relacionadas ao plane- pla a cooperação intermunicipal, para viabilizar políticas de desenvolvimen-
jamento municipal e deste, para o planejamento sustentável, tem em to micro regional e ultrapassar dificuldades no atendimento à demanda por
contrapartida, contribuído para que algumas questões comuns aos municí- serviços públicos, constituindo entidades específicas. Fontes (1991,p.46)
pios fossem tratadas conjuntamente, e assim forçado a comunicação entre aborda ainda que, para muitos prefeitos, a solução encontrada para o
gestores de municípios circunvizinhos, possibilitando melhorias nos plane- problema está na celebração de consórcios com municípios vizinhos para a
jamentos e solução de problemas comuns. Esse é o enfoque do próximo prestação de serviços administrativos, a prestação de serviços públicos e a
assunto. preservação do meio ambiente. Essa prestação de serviços comuns atra-
vés de entidades inter-municipais tem por finalidade a operacionalização
PLANEJAMENTOS MUNICIPAIS INTEGRADOS na prestação de serviços que visa o desenvolvimento da micro região a
As administrações municipais, segundo Fischer (1996), nos desafios partir de soluções técnicas e negociações políticas, onde surge o papel de
da economia sustentada e na promoção do desenvolvimento, defrontam-se intermediação entre os municípios e as outras esferas de governo.
com o resgate da identidade local, interceptando o futuro num plano de
abordagens de oportunidades. Essa estratégia de planejamento torna-se possível desde que haja
uma relativa proximidade e facilidade de comunicação entre os municípios
As responsabilidades do poder público tornam-se cada vez mais com- e capacidade de iniciativa, visão e espírito de cooperação dos prefeitos no
plexas e variadas à medida em que o país se desenvolve econômica, sentido de associarem os seus municípios em busca de soluções comuns
social e culturalmente. E, nesse sentido, o governo municipal é o mais para os problemas comuns.
solicitado a prestar novos serviços e atividades, visto que ocorre, na esfera
do município, o cotidiano da população. As administrações municipais constituem ambiente propício para atua-
ção das grandes massas, através das suas organizações, utilizando como
Além da preocupação com os empreendimentos públicos e privados método de atuação a planificação participativa. Para Pessoa (1988, p.55-
que afetam a sua área de jurisdição, afirma Bremaeker (1994), as adminis- 56), pelo menos três considerações justificam as possibilidades do poder
trações municipais devem também preocupar-se com as próprias ativida- local, para a realização de bens e serviços, de acordo com essas caracte-
des e projetos que afetam o meio ambiente e a população. rísticas.
A experiência tem demonstrado que o planejamento municipal não de- A primeira se refere às facilidades criadas pelo processo administrativo
ve se restringir ao estrito limite do seu território. Para Bremaeker (1994), o local, no que tange ao relacionamento entre a comunidade e os dirigentes
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municipais. O povo tem fácil acesso à quem tem poder deliberativo. Como de relacionamento que forma o ecossistema. Este estudo permite identifi-
consequência, existem melhores condições para o desenvolvimento de car algumas das leis que regulam os mecanismos ecossistêmicos, as quais
uma administração colegiada, passo importante no encaminhar da demo- sintetizam-se nos seguintes princípios:
cracia representativa para a democracia participativa. - interdependência, tudo está relacionado com tudo, formando um
conjunto interdependente;
A segunda relaciona-se ao caráter objetivo da dependência das condi- - ordem dinâmica, esse sistema de equilíbrio interdependente e di-
ções de vida em relação aos bens que podem e devem ser realizados nâmico surgiu por um lento e trabalhoso processo evolutivo, que
pelas administrações locais. As contradições sociais, no conjunto da nação precisa ser continuamente renovado para prosseguir;
têm sua correspondência urbana, embora em diferentes expressões, - equilíbrio auto regulado (homeostase). Esse dinamismo faz com
relativas às grandezas diversas dos municípios. Pelo menos as necessida- que o ecossistema seja auto-organizado e também auto-regulável;
des básicas do dia-a-dia se enquadram nas atividades geralmente desen- - maior diversidade pode significar maior estabilidade, ou seja, quan-
volvidas pelas administrações locais. to maior for a variedade de elementos existentes em um ecossis-
tema, maior será a sua capacidade de auto-regular-se, pelas pos-
Finalmente, a terceira diz respeito à possibilidade de atuação direta sibilidades de recambiar elementos num novo equilíbrio;
nesse nível administrativo, através de contradições secundárias, visando - fluxo constante de matéria e energia. O sol é a grande fonte de
atendimento das necessidades básicas das classes populares, sem que, energia da natureza;
em inúmeros casos, aflorem as contradições principais do regime, pelo - reciclagem permanente. Não existe lixo na natureza. Todo elemen-
menos num primeiro momento. to natural liberado no ambiente é reaproveitado de alguma forma
pelo ecossistema.
Contudo, apesar dessas condições favoráveis ao planejamento partici-
pativo, é importante não esquecer que o município é parte integrante da Esse ambiente em constante evolução e dinamismo, proporciona ce-
problemática nacional, isto é, todos os problemas nacionais afetam o nários momentâneos e sucessivos do contexto ambiental.
município.
PLANEJAMENTO MUNICIPAL QUE DIRECIONA AO DESENVOL-
Essa mudança permitirá que a cidade seja assumida como um ecos- VIMENTO SUSTENTADO
sistema específico, para que seus problemas encontrem soluções harmô- A revisão do conceito de desenvolvimento, por parte do governo cen-
nicas, planejadas e executadas de forma integrada. Integração das cidades tral, representa trilhar o caminho do desenvolvimento sustentável, assu-
com o espaço exterior que a circunda e de onde ela tira os recursos natu- mindo que os problemas sociais estão intimamente associados com os
rais, matéria e energia, para a sobrevivência de seus habitantes. Integra- problemas ambientais e que a solução deve ser conjunta.
ção no seu interior, entre os elementos do sistema, que envolve os recur-
sos naturais e as funções urbanas, procurando equilibrar as atividades A descentralização concebida na redistribuição do poder político, entre
desenvolvidas, os resíduos produzidos e a ocupação humana. as esferas administrativas e nos poderes executivo, legislativo e judiciário,
permitiu o balanceamento das questões políticas, econômicas e adminis-
A diversidade presente nos processos de produção da cidade se tra- trativas com vistas ao desenvolvimento do país. Esta conquista, concebeu
duz tanto nas diferentes formas de participação econômica e social dos espaço para a sociedade manifestar suas prioridades, problemas e neces-
atores, quanto na complexidade dos municípios com relação a suas poten- sidades às administrações públicas. Mesmo assim, os canais de manifes-
cialidades. Em alguns casos, a economia pode ser sustentada por uma tação da população nos meios públicos são restritos, bem como o interes-
produção primária, como agricultura ou extração mineral. Em outros, como se de participação da sociedade é reduzido, mas ambos vem aumentando
os grandes centros urbanos, a base de poder e manufatureira ou de gran- no decorrer dos anos.
des indústrias, nesses, a economia é muito mais complexa, mesclando-se
setor primário, serviços, manufaturas e grandes indústrias. Essas modificações administrativas, a princípio induzidas pelas altera-
ções constitucionais, hoje também ocorrem devido a uma demanda maior
As novas parcerias, ainda que conflitivas, com as empresas privadas, de qualidade de vida por parte da população, que aos poucos vai compre-
surgem com maior intensidade na área de desenvolvimento urbano. Inseri- endendo a ampliação dos direitos da cidadania, no que diz respeito às
das no quadro de descentralização e desconcentração com controle social, questões ambientais no Brasil. Isto conduziu ao meio ambiente aparecer
tem suscitado uma série de instrumentos jurídicos - como o solo criado, pela primeira vez num texto constitucional como um direito fundamental da
operações interligadas, urbanizações consorciadas - que procuram articu- pessoa humana, não mais como um simples aspecto da atribuição de
lar políticas de controle do uso do solo com políticas de desenvolvimento órgãos ou entidades públicas (Silva, 1994 p.230)
social.
A preocupação com os problemas ambientais decorrentes dos proces-
sos de crescimento e desenvolvimento vem ocorrendo de modo muito
A própria percepção que a crise atual é uma crise única, diferente de
diferenciado entre indivíduos, governos, organizações internacionais,
todas as crises parciais tidas no passado, apresenta questões cruciais e
entidades da sociedade civil entre outros. No contexto urbano brasileiro, os
decisivas para o futuro histórico da espécie humana. Isto se justifica dado
problemas ambientais, crescentes a cada período, não recebem atendi-
que a solução do dilema atual não poderá ser encontrada através de
mento compatível e necessário ao desejado e, a resolução lenta dos
caminhos antigos e já trilhados, mas sim através da geração de alternati-
problemas agravam ainda mais a situação.
vas radicalmente novas e originais.
Para Barbieri (1997 p.15-16), isto ocorre devido as etapas a serem se-
A solução real para a crise atual terá de nascer da iniciativa, da criati- guidas nesta evolução, onde a inicial se baseia na percepção dos proble-
vidade e da solidariedade dos homens. Também são necessários um mas ambientais localizados e atribuídos à ignorância, negligência, dolo ou
esforço contínuo com respeito à educação e um ajuste do binômio ciência indiferença das pessoas e dos agentes produtores e consumidores de bens
e tecnologia para a produção de disseminação de tecnologias apropriadas. e serviços. Posteriormente, a degradação ambiental é percebida como um
problema generalizado, porém confinado nos limites territoriais das locali-
A comunidade como um todo deve questionar suas formas de traba- dades. Além destas causas, a gestão inadequada dos recursos é apontada
lho, o seu consumo, o seu lazer, os seus relacionamentos e a sua visão do como básica dos problemas percebidos. E por último a degradação ambi-
mundo. Muitos mitos estabelecidos da ciência, da tecnologia, da política e ental é percebida como um problema planetário que atinge a todos e que
da vida social estão sendo postos em cheque, e novos caminhos estão decorre de desenvolvimento praticado pelos países.
sendo abertos.
A opinião pública tem estado muito sensível às questões ambientais e
A responsabilidade ambiental passa, gradativamente, a ser encarada à expansão do movimento ambientalista, que vem adquirindo uma conside-
como uma necessidade de sobrevivência, constituindo um mercado pro- rável experiência técnica e organizacional política, seja no endosso de
missor, um novo produto/serviço a ser vendido. Neste entendimento, a produtos ecológicos, ou na elaboração e avaliação dos estudos de impac-
ecologia natural procura perceber as regras do funcionamento e o sistema tos ambientais, ou na difusão de tecnologias alternativas.
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Isso requer uma estratégia de desenvolvimento a longo prazo, capaz Outro aspecto a ser considerado no planejamento municipal compre-
de estabelecer um novo conceito de modernidade, padrões de produção ende que o manejo sustentável do metabolismo urbano não pode ser
compatíveis com a equidade social e a prudência ambiental, gerando uma analisado isoladamente, deve estar articulado numa linha de reflexão em
nova civilização, fundada nas ideias de respeito humano, conhecimento que assumam papel relevante, no plano da análise e da ação, as políticas
intensivo e amor à natureza. É preciso encontrar um novo equilíbrio entre urbanas públicas e os processos sócio-políticos e institucionais em sua
todas as formas de recursos do capital humano, natural, físico, financeiro, o dimensão sócio-ambiental. Pois para Jacobi (1997 p.131) os fatores que
quadro institucional e os recursos culturais. geram desordem dentro do chamado metalismo urbano não conhecidos
em seu perfil de diversidade representam combinações diversificadas entre
Nesse sentido tem-se como vital um estilo de desenvolvimento que te- ações governamentais e ações civis. Se as respostas existem no nível
nha como dimensão fundamental o tamanho histórico, basicamente voltado técnico, o principal estrangulamento reside no nível sócio-institucional e na
às necessidades básicas da população, onde a participação seja a expres- precariedade das articulações entre os governos e sociedade, componen-
são maior de sua qualidade, pois decorrente da mesma o crescimento se tes fundamentais à abertura de possibilidades para a emergência de res-
transforma em desenvolvimento. postas efetivas. Nesse sentido pode-se considerar:
- o processo de degradação sócio-ambiental que afeta a todos os
Cada sociedade tem seu ritmo de compreender e de efetivar seu de- habitantes das cidades tem um impacto maior sobre os setores só-
senvolvimento, pois o que importa é a qualidade do desenvolvimento, cio-economicamente menos favorecidos e, notoriamente, sobre os
medido em distribuição e participação, ainda que seja do pouco que se mais excluídos.
produz. Para Demo (1985, p.106), vale muito a pena andar mais devagar, - como resultado do grande processo de omissões, irresponsabili-
se assim contribui a estilos de crescimento que realmente instrumentalizam dade e prevalência de interesses particulares sobre o interesse co-
a capacidade própria de auto-sustentação. letivo (em suas diversas facetas e perfis sócio-econômicos), gerou-
se uma cultura sócio-institucional que se caracteriza principalmen-
Barbieri (op.cit.) apud Sachs (1980), usa a ideia de ecodesenvolvimen- te por um esforço retórico no que toca a qualidade de vida. A von-
to para estudar novas modalidades de desenvolvimento, tanto em relação tade política dos governantes se manifesta geralmente de forma
aos seus fins, quanto aos seus instrumentos, tendo como compromisso tímida e pouca conveniente, o que contribuiu para a limitação das
básico valorizar as contribuições das populações dos recursos do seu ações que se propõem atenuar a degradação sócio-ambiental.
meio. Esse outro desenvolvimento apoia-se em cinco pilares, a saber: deve - para cada variável do contexto sócio-ambiental (gestão de resí-
ser endógeno, o que não quer dizer autárquico; deve-se basear em suas duos, transportes, política de uso do solo, violência, contaminação
próprias forças; a lógica das necessidades deve ser o ponto de partida; do ar, gestão de recursos hídricos e demais aspectos convergen-
deve-se dedicar a promover a simbiose entre a sociedade e a natureza; e, tes e interdependentes) existem respostas técnicas e sócio políti-
por fim, estar aberto às mudanças institucionais. cas institucionais, assim como escolas e graus de ação para dimi-
nuir ou resolver radicalmente os problemas. Apesar disso, é ne-
O ecodesenvolvimento representa um estilo de desenvolvimento em cessário que exista uma disponibilidade dos governos locais e es-
que cada eco-região insiste na solução específica de seus problemas taduais da institucionalização vigente para criar mecanismos que
particulares e um estilo de desenvolvimento particularmente adaptado às estimulem uma crescente co-responsabilidade dos cidadãos.
regiões rurais que contempla características marcantes. Deve-se concen- - considerar como imprescindível o reforço do papel da sociedade
trar esforços na valorização dos seus recursos específicos, para a satisfa- civil e a promoção dos meios para difusão de um certo nível de
ção das necessidades fundamentais da população, definidas de maneira consciência ambiental que possibilite, ao menos, a expansão de
realista e autônoma. O ecodesenvolvimento deverá contribuir para a reali- uma lógica solidária e cooperativa e o manejo de questões ambi-
zação do homem na redução dos impactos negativos das atividades hu- ental através da multiplicação de iniciativas centradas em ações de
manas sobre o ambiente mediante procedimentos e formas de organização informação e educação.
da produção, que permitam o aproveitamento de todas as complementari- - o desafio é romper com os perversos interesses criados e a cor-
dades e a utilização das quebras para fins produtivos. Deve-se apostar na rupção institucionalizada.
capacidade natural para a fotossíntese sob todas as suas formas, dando - torna-se fundamental - apesar da complexidade implícita - criar
importância à utilização das fontes locais de energia, reduzindo o consumo condições para ampliar o debate público a respeito das mudanças
de energia proveniente de fontes comerciais. A administração deverá ser necessárias quanto aos estilo de vida, redução do desperdício,
capaz de superar os particularismos setoriais, mas estar preocupada com concretização sobre a escassez dos recursos naturais, incremento
todas as facetas do desenvolvimento e considerando constantemente a de uma visão co-responsável, na qual prevaleça a noção de inte-
complementaridade das diferentes ações empreendidas. Essa gestão, com resse coletivo, formulação de políticas públicas em torno da valori-
a participação efetiva das populações locais na realização das estratégias zada participação dos cidadãos, reconhecimento das demandas e
de ecodesenvolvimento, definem a harmonização das necessidades con- ações de resistência frente à degradação sócio-ambiental.
cretas, para a definição das potencialidades produtivas do ecossistema e - o tema de manejo sustentável do metabolismo urbano não pode
para a organização do esforço coletivo com vistas ao aproveitamento ser visto a partir de uma perspectiva tecnocrática, ainda que mui-
dessas potencialidades. (Sachs, 1993) tas questões assim exijam. A orientação das políticas deve estar
centrada em aumento do nível de informação dos cidadões sobre:
O desenvolvimento sustentável, obviamente exigirá algo mais do que
- os riscos ambientais resultantes do esgotamento dos recursos
prevenir a poluição e improvisar as regulamentações ambientais. Dado que
naturais e da deterioração dos ecossistemas urbanos; - a existên-
as pessoas comuns, consumidores, comerciantes, agricultores, que de fato
cia de experiência e alternativas baseadas em ações co-
tomam as decisões ambientais do dia-a-dia, é preciso que as considera-
responsáveis para enfrentar os problemas; - a necessidade de ge-
ções ambientais façam parte do processo decisório de todos os órgãos
rar uma retroalimentação quanto ao impacto das denúncias e de-
governamentais, das empresas e, de fato, das pessoas. Schmidheiny
mandas e de estabelecer fórum para debatê-las e difundir suas re-
(1992), p.7-8) acrescenta ainda, que é preciso atingir níveis de cooperação
percussões no âmbito urbano; - a possibilidade de incrementar os
internacional nunca antes alcançados, mas não apenas na aceitação e
mecanismos para reforçar a responsabilidade pública e estimular o
observância dos trabalhos para gerir patrimônios globais, como a atmosfe-
controle social.
ra e os oceanos. É preciso, fora do âmbito das preocupações ambientais
- necessita-se ampliar, legitimar e estimular simultaneamente as ini-
imediatas, pôr fim à cultura dos armamentos, como meio de obter a segu-
ciativas baseadas na geração de ingressos e os princípios de sus-
rança, e dar novas definições de segurança que incluam a questão das
tentabilidade para garantia de alternativas aos setores mais excluí-
ameaças ao meio ambiente.
dos, dentro de parâmetros que assegurem condições de saúde
O desenvolvimento sustentável também se refere à redefinição das re- pública, preservação de fontes hídricas e recursos naturais. Mas
gras do jogo econômico, para transformar uma situação de poluição e também é fundamental ampliar a motivação dos setores empresa-
desperdício de recursos em outra de conservação, e uma situação de riais para investimentos que representem concepção de gestão
privilégios e protecionismo em outra de oportunidades justas e equitativas dentro de uma lógica de sustentabilidade.
aberta a todos. - deve-se enfrentar o desafio de conceder a questão ambiental no
Ciências Humanas e suas Tecnologias 123 A Opção Certa Para a Sua Realização
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âmbito do município, dentro de uma perspectiva que inclua: a re- O investimento na adoção de uma política de proteção ambiental, que
dução crescente da ação do governo em seus diversos níveis e o assegure a viabilidade ecológica da nova sociedade descentralizada, com
empobrecimento de setores crescentes da população, os impactos objetivo de construir uma sociedade cujo funcionamento tenha o menor
ainda incertos da globalização e um dos refluxos dos movimentos impacto ambiental possível, de forma a poder permanecer por um tempo
sociais. histórico indeterminado sem gerar contradições que provoquem sua própria
ruína. Esse tipo de política envolveria uma série de medidas de caráter
Para dirigir a cidade rumo a um futuro sustentável é preciso promover amplo, entre as quais salienta-se:
sua produtividade e fortalecer suas vantagens comparativas. Nesse sentido - proteção dos ecossistemas naturais, com a criação de reservas e
Quadri (1997 p.135) aponta a inovação tecnológica como um processo parques naturais, preservação de nascentes, encostas e áreas frá-
indispensável na busca de horizontes de sustentabilidade para a cidade, e geis;
que as condições de sustentabilidade estão definidas pela população, pela - proteção da vida silvestre;
tecnologia e pelos padrões de consumo. Entretanto, apesar de o avanço - racionalização do uso das reservas minerais em processo de esgo-
tecnológico ser indispensável, também é certo que algumas das tecnologi- tamento, com restrição do seu uso apenas a atividades de alto al-
as utilizadas já apresentam rendimentos marginais decrescentes enquanto cance social. É fundamental a conversão da produção para priori-
instrumentos para resolver os problemas ambientais da cidade. Cabe zar o uso de fontes renováveis e abundantes de matéria e energia;
mencionar que a ideia da sustentabilidade do fenômeno urbano surge da - controle rigoroso da poluição industrial, estimulando a curto prazo
introdução explicita de conceitos ambientais à gestão das cidades, num a filtragem das emissões poluentes, e a médio prazo a conversão
enfoque que destaca o impacto da deteriorização ambiental sobre o bem- para tecnologia de menor impacto ambiental como, por exemplo, a
estar social das comunidades urbanas. Assim, o desenvolvimento urbano reutilização da água em circuito fechado pelas indústrias;
não poderá dissociar-se no futuro dos custos sociais e econômicos (inclu- - controle da poluição gerada por esgotos urbanos, com difusão de
indo logicamente os ambientais) produzidos pelos atuais esquemas de estações de tratamento da água e de métodos de reutilização do
urbanização, em que muitas das vantagens oferecidas pelas economias de esgoto doméstico;
aglomeração foram anuladas pelos efeitos de um crescimento ambiental- - controle rigoroso da poluição por veículos automotores, incenti-
mente distorcido. Para o mesmo autor, a sustentabilidade do desenvolvi- vando ao mesmo tempo transportes não poluentes e o transporte
mento urbano depende criticamente de uma gestão correta dos recursos coletivo, com ênfase no ferroviário;
ambientais comuns nas cidades, os quais se compõem, entre outros, de - reciclagem do lixo e dos materiais usados, com a reutilização de
sua atmosfera, da bacia hidrográfica que a abastece e dos recursos territo- vidros, metais, papel; a parte orgânica do lixo pode ser transforma-
riais que oferecem serviços de localização espacial, de recarga de lençóis da em adubo através de usinas relativamente simples, que já exis-
freáticos, de reserva ecológica e territorial, de criação e conservação dos tem em algumas cidades do Brasil;
recursos naturais. - controle na qualidade dos produtos, incentivando a produção de
artigos duráveis, reutilizáveis, de fácil reparo e que, em sua fabri-
Numa visão de sustentabilidade, é necessário administrar esses recur- cação, gastem o mínimo de energia e recursos naturais;
sos de maneira que se observem sistematicamente os limiares críticos, - incentivo ao reflorestamento, com a distinção entre reflorestamento
transgredidos, os quais se geram custos sócio-ambientais excessivos. Para ecológico e reflorestamento com fins industriais (geralmente com
o mesmo autor acima, a ideia de limiar pode basear-se em observações espécies exóticas);
empíricas, em dados científicos e tecnológicos, em experiências cotidianas
e inclusive em preferências subjetivas, que revelam a existência de limita- A sustentabilidade, por conseguinte, incorpora as fontes de energia,
ções físicas, funcionais, ecológicas ou sociais à expansão de certos pro- matérias-primas e mão-de-obra para a produção agrícola e industrial, que
cessos urbanos nas condições vigentes. Reconhecer a existência de devem ser obtidas, o mais possível, a partir dos recursos regionais, levan-
limiares significa enfrentar como bens econômicos os recursos ambientais do-se em conta as características socio-ecológicas de cada lugar. As
comuns e, por conseguinte, admitir a inelutável necessidade de levar a opções nas fontes renováveis de energia, com ênfase na obtenção por
cabo uma gestão eficiente e socialmente equitativa. técnicas não poluentes e de pequeno impacto ambiental como, por exem-
plo, as estações coletoras de energia solar, dos ventos e dos mares, de
Para Neira (1997, p.123), deve-se buscar a sustentabilidade urbana biodigestores, de mini-hidroelétricas, entre outros meios.
por meio de políticas que integrem o estilo de vida da população, o desen-
volvimento tecnológico e a forma e organização do governo local. A susten- A agricultura sustentável deve resultar de um processo dinâmico de
tabilidade das cidades dependerá, por conseguinte, de sua capacidade de desenvolvimento rural, em que a promoção de alternativas de sustento fora
estabelecer estratégias sociais e econômicas para integrar seus espaços de atividades estritamente agrícolas constitui importante objetivo. A reto-
políticos e econômicos frente às demandas e pressões do exterior. mada de políticas para sistemas de produção, com ênfase aos pequenos
produtores, favorecendo o aumento da produtividade das terras já em uso,
O mesmo autor continua apontando que os problemas básicos das ci- evitando a expansão agrícola em terras marginalmente adequadas e
dades, sobretudo porque enfatiza uma série de fenômenos, nem sempre florestas. Finalmente, menção especial deve ser feita à pesquisa e à expe-
são considerados como pertencentes à categoria de problemas urbanos, rimentação orientadas para a combinação de tecnologias tradicionais e de
pois estão referenciados à violência urbana, ao individualismo, a queda da ponta, acessíveis aos pequenos produtores.
solidariedade social, ao egoísmo, a confusão dos automóveis e do trânsito,
à pobreza e à destruição de recursos naturais, este como um enfoque A importância da agricultura orgânica e, de modo geral, das técnicas
inovador. A esses, poderiam ser acrescentados outros como a segurança agrícolas alternativas e das práticas de conservação dos recursos, come-
no trabalho, a falta de identidade sociocultural e de organização cívica. çam a ser reconhecidas, inclusive nos países industrializados. (Sachs
(1993) apud Faeth et all, 1991, p.11) As vantagens mais importantes são,
Entretanto, para Lacy (1997, p.119-120), uma cidade obterá o desen- menos custos de produção, eliminação do uso de fertilizantes inorgânicos e
volvimento sustentável através do intercâmbio de bens e serviços cujos pesticidas, redução da erosão do solo e colheitas aumentadas.
fluxos de matéria e energia não alterassem o capital de recursos naturais O excedente produzido poderá voltar-se para a exportação, sem pre-
que lhe dá sustentação, seja em seu local de assentamento ou na região judicar o seu objetivo primeiro que é de atender a população em suas
que influencia. Infelizmente, só uma cidade que violasse as leis da termo- necessidades básicas e dos meios de vida em esquema descentralizado e
dinâmica e operasse com máquinas em perpétuo movimento poderá regionalizado. O estabelecimento desse tipo de economia não impediria a
cumprir esse princípio. Contudo, para o desenvolvimento sustentável das existência daqueles setores da produção que, apesar de socialmente úteis,
cidades será necessário identificar e controlar as tendências entrópicas, não pudessem ser descentralizados devido às suas características tecno-
aceitar perdas ambientais e sociais e negociá-las, identificando os agentes lógicas.
que assumirão os custos ambientais de um bem estar coletivo urbano.
Estimular a participação cívica e estabelecer-lhe limites claros para evitar o Em particular, as condições estratégicas de ecodesenvolvimento, ado-
populismo e, ao mesmo tempo, não cair no autoritarismo. tadas em diferentes zonas agroclimáticas e orientadas para as necessida-
des dos pequenos produtores, devem ensaiar vários sistemas de produção
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integrada de alimentos, energia e outros bens; promover o manejo susten- 12. Obras públicas em faixas de fronteiras
tável das florestas e as atividades agroflorestais; valorizar os recursos
aquáticos; incentivar a produção de bioenergia e de uma ampla variedade Tem por diretriz maior de sua atuação a Política Nacional de
de produtos industriais derivados da biomassa; isso sem esquecer a ges- Desenvolvimento Regional (PNDR), instrumento que orienta os
tão do meio ambiente urbano. A fixação do homem no campo, como tradi- programas e ações do Ministério. Nesse sentido a PNDR orienta a
cionalmente é denominada, constitui-se importante na redução dos agra- formulação e implementação de grandes projetos estruturantes
vos econômico-sócio-ambientais nas cidades, contudo, há necessidade de macrorregionais, que resultam, na prática, em resultados positivos para a
fomentar esse homem no campo, ou produtores rurais, a fim que dispo- construção de relações federativas entre os três entes de Governo -
nham de condições adequadas de seu desenvolvimento. Tal desenvolvi- Federal, Estadual e Municipal - e de participação social ampla dos atores
mento, tanto melhoria econômica, como em condições sociais, acesso a sub-regionais.
informação, cultura e tecnologia permitirão um estilo de vida compatível
aos residentes nos centros urbanos. RECURSOS NATURAIS: APROVEITAMENTO, DESPERDÍCIO E POLÍ-
TICAS DE CONSERVAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS.
O ecodesenvolvimento, também, cria uma oportunidade única para
promover a modernização e o desenvolvimento sócio-econômico de manei- Recursos naturais são todos os elementos da natureza - luz, água, so-
ra ambientalmente viável, onde a equidade social, prudência ecológica e lo, minérios, animais, vegetais etc. - que o homem utiliza para desenvolver
eficiência econômica devem seguir juntas e exigem novas formas criativas as mais diversas atividades.
de associação entre o governo, as forças de mercado e a sociedade civil.
(Sachs, 1993 p.51) Existem dois tipos de recursos naturais: os renováveis e os não
renováveis.
Para Sachs (1993), a proposta de desenvolvimento sustentável nos
municípios está na descentralização geográfica da produção, de modo que Recursos naturais não renováveis
se torna relevante e que a economia seja reorganizada para atender priori- São aqueles que, uma vez extraídos do ambiente, não podem ser re-
tariamente ao mercado local e regional. O atendimento às necessidades postos pelo homem. Como exemplo, podemos citar o petróleo e os mine-
básicas da população, passa a ser primordial de forma que cada região se rais.
transforme o mais autônoma e auto-suficiente possível dando primazia às
exigências locais. Alguns minerais, como carvão-de-pedra, o xisto, o ferro, o manganês,
o cobre, as pedras preciosas e outros não são renováveis.
A sustentabilidade também consiste em possibilitar que as pequenas e
médias cidades se transformem, independentes das metrópoles, em cen- Pelo fato de não serem renováveis, devemos usar os minerais de mo-
tros culturais e econômicos autônomos, articulados e associados ao espa- do planejado. Assim, manteremos nossas reservas por um período de
ço rural ao seu redor. Esse processo serviria para atenuar o antagonismo tempo maior e ficaremos menos dependentes de outros países.
cidade/campo, aproximando os camponeses dos benefícios culturais e dos
artigos produzidos nas cidades, e os citadinos do contato mais próximo Recursos naturais renováveis
com a natureza e a cultura rural da região. Essa articulação seria também Quando um homem colhe vegetais para se alimentar, por exemplo,
a auto-suficiência regional, pois facilitaria o abastecimento direto das deve plantar outros para substituí-los. Se corta uma árvore para utilizar a
cidades com os produtos agrícolas produzidos na região, com benefícios madeira, deve plantar outra em seu lugar. O homem deve ter a preocupa-
para ambas as partes. ção de fazer novas plantações, e não somente gastar as que já existem.
O planejamento municipal sustentável está voltado ao estabelecimento Os recursos naturais que podem ser repostos no ambiente, como os
de uma economia regionalizada, diversificada e auto-suficiente, em aten- de origem vegetal e animal, são recursos naturais renováveis.
dimento às necessidades básicas da população, com promoção da inte- RECURSOS DE ORIGEM VEGETAL
gração cidade/campo. É construído a partir de técnicas eficientes, baratas
e não poluentes e calcadas em fontes renováveis de energia. Neste senti- Babaçu - É um tipo de palmeira que existe em grande quantidade no
do, as técnicas alternativas são em geral mais baratas, econômicas e Maranhão e no Piauí. Do babaçu extraem-se vários produtos: óleo comes-
acessíveis, além de gerarem mais empregos, pois são intensivas de mão- tível, fibras, óleo para a fabricação de sabão, palmito, carvão, lenha etc.
de-obra e contribuem para a independência tecnológica do país (Sachs,
1993). www.eps.ufsc.br Carnaúba - Também é um tipo de palmeira que existe em abundância
no Piauí, no Ceará e no Rio Grande do Norte.
O Ministério da Integração Nacional é uma autarquia do governo
federal brasileiro cuja criação se deu em 28 de maio de 2003, através da lei O derivado mais importante da carnaúba é a cera extraída de suas fo-
nº 10.683 e teve sua estrutura regimental aprovada pelo decreto nº 4.649 lhas. Esta cera é empregada na fabricação de velas, graxas para sapato,
de 27 de março de 2003, que estabeleceu as seguintes competências para ceras para assoalho, pastas para polimento etc. A folha da carnaúba é
a instituição: utilizada para fazer abanos, chapéus e vassouras.
1. Formular e conduzir a política de desenvolvimento nacional
integrada Borracha - Embora já seja possível a fabricação artificial, a borracha
2. Formular planos e programas regionais de desenvolvimento natural ainda é bastante usada. Ela é extraída da seringueira, do caucho e
3. Estabelecer estratégias de integração das economias regionais da balata, árvores encontradas na Região Amazônica.
4. Estabelecer diretrizes e prioridades na aplicação dos recursos dos
programas de financiamento, de que trata a Constituição Federal
5. Estabelecer diretrizes e prioridades na aplicação dos recursos do
Fundo de Desenvolvimento da Amazônia e do Fundo de
Desenvolvimento do Nordeste
6. Estabelecer de normas para cumprimento dos programas de
financiamento dos fundos constitucionais e das programações
orçamentárias dos fundos de investimentos regionais
7. Acompanhar e avaliar os programas integrados de
desenvolvimento nacional
8. Defesa civil
9. Obras contra as secas e de infra-estrutura hídrica
10. Formular e conduzir a política nacional de irrigação
11. Ordenação territorial Carnaúba
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Em épocas apropriadas, o homem faz um corte no tronco da árvore e Açaí
recolhe o látex, que escorre lentamente para uma lata presa no tronco. Palmeira disseminada por grande parte do pais c encontrada
principalmente na Amazônia Oriental. Produz vários cachos carregados de
Recebendo um determinado tratamento químico, o látex se transforma frutos. Da polpa e da casca desses frutos também se extrai o vinho de
em borracha, que pode ser utilizada para apagar escrita, fabricar pneus, açaí, alimento de alto valor energético consumido pela população regional,
saltos de sapato etc. que o mistura com farinha e açúcar ou com farinha e peixe. O açai fornece
também o palmito. O principal produtor é o Pará (92i% do total). seguido
Madeira - As florestas brasileiras são muito ricas em madeira e têm si- pelo Amapá e pelo Maranhão, onde é conhecido por juçara. O valor da sua
do bastante exploradas pelo homem. produção em 1986 foi superior ao da borracha e da castanha-do-pará. Em
síntese, os principais produtos extrativos (de florestas nativas) da
As chamadas madeiras nobres ou madeiras de lei, como o ipê, o jaca- Amazônia em 1986 foram, respectivamente: madeira. açaí, hévea e
randá, o paubrasil e a sucupira, são vendidas por preços elevados. Os castanha-do-pará.
móveis fabricados com essas madeiras têm grande valor comercial. Madei-
ras de qualidade inferior, como o louro e o pinho, são também usadas na Pinheiro ou Araucaria angustifolia
fabricação de móveis, portas, janelas etc. Até a década de 1950, o pinheiro foi a madeira mais explorada eco-
nomicamente no Brasil porque:
No Estado do Paraná existem grandes áreas plantadas com pinheiro, os pinheirais são florestas homogêneas e portanto mais fáceis de
árvore que fornece boa quantidade de madeira. serem exploradas;
seu crescimento é mais rápido que as madeiras de lei e é apropri-
Por essa razão, nesse Estado existem grandes indústrias de móveis e ada à construção civil, fabricação de papel, móveis etc.;
de outros produtos cuja fabricação depende da madeira. os pinheirais são mais concentrados geograficamente.
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Os minerais, como por exemplo o minério de ferro, estão classificados nização da Alimentação e da Agricultura (FAO) das Nações Unidas coor-
de recursos naturais não renováveis, outro exemplo é o petróleo e, se são denou a emissão de um relatório em 1996, o Livestock & the Environment
não renováveis é porque, após seu uso, um dia, irão se esgotar no Planeta. (Gado e Meio-Ambiente). O relatório lista os seguintes problemas encon-
trados no procedimento de plantar para alimentar os animais: Biodiversida-
Conservar e Preservar de diminuída pela perda de habitats e danos no ecossistema Erosão de
Conservar os recursos naturais implica em usá-los de forma econômi- solo Redução da água disponível para irrigação Produção de gases que
ca e racional para que, os renováveis não se extingam por mau uso e os causam o Efeito Estufa (óxido nitroso e dióxido de carbono) Esgotamento
não renováveis não se extingam rapidamente. do aquífero (lençol freático) Contaminação da água pela infiltração de
nitrogênio, fósforo e pesticidas empregados nas plantações O relatório lista
Desde que, num plano de manejo adequado, exista e se previna a os seguintes problemas criados pelo esterco animal: Contaminação das
ação antrópica (do homem) nociva, a perpetuidade do recurso natural águas Danos no ecossistema aquático Produção de gases que causam o
renovável pode, teoricamente, acontecer. Efeito Estufa (óxido nitroso e metano) Contaminação do solo por metais
pesados Chuva ácida e danos nas florestas causados pela emissão de
Desde que se recicle convenientemente o recurso natural não renová- amônia O relatório declara que a energia dos combustíveis fósseis é o
vel, a economia advinda possibilitará a dilatação do prazo de existência maior dos insumos da produção industrial de ovos, leite e carne animal, e
desse recurso na natureza. que os sistemas industriais (fazendas-fábrica) são ineficientes na conver-
são dessa energia em alimentos para os humanos. As granjas industriais
Com essas noções, podemos falar um pouco na importância da PRE- coletam os excrementos animais em grandes lagoas que vazam para os
SERVAÇÃO, muito bem definida por Álvaro Fernando de Almeida do Depto cursos de água locais. As fazendas intensivas de porcos têm tornado o ar
de Ciências da USP – "uso indireto e racional de recursos naturais renová- irrespirável em várias comunidades rurais; alguns dos residentes são
veis, mantendo-se a taxa normal de extinção das espécies"; em outras obrigados a usar máscaras quando saem de casa (revista Time, 30/11/98).
palavras, em a Natureza, diversas espécies estão sempre em competição Os excrementos suínos e de aves tem contribuído para a difusão de orga-
e pode ocorrer a extinção "natural" de algumas; não só a competição faz nismos patogênicos nos cursos d'água, envenenado humanos e matando
com que isso ocorra, mudanças climáticas, erupções vulcânicas, cheias milhares de peixes (revista Scientific American, 8/99). O livro publicado
etc. também podem acarretar a extinção. Da mesma forma que espécies pelo senador norte-americano Tom Harkin em dezembro de 1997, "Animal
são extintas, outras podem aparecer... é um longo processo de evolução. Waste Pollution In America" (Poluição dos Dejetos Animais nos EUA) diz
que de 1995 a 1997, mais de 40 vazamentos de dejetos animais mataram
Falando, ainda, nos recursos naturais renováveis (flora e fauna), cabe 10,6 milhões de peixes. A criação de pastos e a vida selvagem nativa A
ressaltar a importância do que chamamos biodiversidade, assunto que os criação de gado em pastos impróprios tem causado extensivamente danos
norte-americanos rejeitam a se comprometer através de compromissos ambientais e degradação do solo no oeste dos EUA; lá, a erosão do solo é
com o resto do mundo. A preservação da biodiversidade é importante para um problema sério e é em grande parte causado pela monocultura de
que o homem tenha tempo de descobrir a utilidade das espécies, para a milho e soja para as indústrias de porcos e galinhas. (Dr. PhD Peter Chee-
sua própria sobrevivência. A cura de muitos males que hoje existem e que ke, "Contemporary Issues in Animal Agriculture", Questões Atuais da
ainda virão a existir, pode estar em plantas em extinção ou poderia estar Pecuária, 1999) O departamento norte-americano de Pecuária, a inspetoria
em outras que já foram extintas. do Serviço de Saúde Animal e Vegetal (US Department of Agriculture
Animal & Plant Health Inspection Service's Wildlife Services) e os criadores
Outro, fato de relevante importância, é a manutenção das espécies de gado matam os animais nativos para poupar o rebanho. Tendo elimina-
originais ainda não modificadas pelo homem; assim, se amanhã, a enge- do os lobos e os ursos (Dr. PhD Peter Cheeke, "Contemporary Issues in
nharia genética conseguir um tomate de grande tamanho, isso será impor- Animal Agriculture", Questões Atuais da Pecuária, 1999), os caçadores do
tante para a humanidade mas, aí, poderá estar ocorrendo uma erosão governo federal agora matam, a cada ano, cerca de 100 mil coiotes, linces,
genética que precisará ser recomposta com o tomate primitivo, sem contar leões-da-montanha, porcos selvagens e bisões, para impedir a competição
que o novo fruto é um desconhecido alimento e não se sabe os males que pelo pasto, a predação e o espalhamento de doenças. (Washington Post,
possa vir a causar. Dessa forma, são importantes as Reservas Biológicas. 4/11/1998) Aqueles que alegam se importar com o bem-estar dos seres
A rigor, a preservação dos recursos naturais renováveis só será bem humanos e com a preservação do meio-ambiente deveriam se tornar
sucedida se se preservarem os ambientes primitivos, onde convivam, vegetarianos só por esse motivo. Desta maneira, essas pessoas aumenta-
organizadamente, animais e vegetais, tendo-se o cuidado para que tais riam a quantidade de grãos disponíveis para alimentar as pessoas em
ambientes, se pequenos demais, não promovam a degenerência das todos os lugares, reduziriam a poluição, poupariam água e energia, e
espécies por serem parentes próximos; um Zoológico ou uma "ilha" de cessariam de contribuir para o desmatamento de florestas; e mais ainda, já
floresta podem levar a essa degenerência. que a dieta vegetariana é mais barata do que a dieta baseada em carne,
essas pessoas teriam mais dinheiro para empregar no alívio da fome,
Quanto aos recursos não renováveis, como a água, por exemplo, controle de população ou qualquer causa social ou política que julguem
cumpre usá-la com sabedoria para reproveitá-la ao máximo (reciclagem) e mais urgente. Quando os não-vegetarianos dizem que "os problemas
a rigor, nesse caso, quanto menos poluí-la mais fácil será purificá-la para humanos vêm em primeiro lugar", eu não consigo deixar de questionar o
sucessivas utilizações. Gil Portugal quê exatamente eles estão fazendo pelos seres humanos que os obrigam
a continuar seu apoio ao desperdício e à brutal exploração dos animais de
A maneira como os animais são criados para alimento é uma fazenda. Peter Singer, Animal Liberation (Liberação Animal), 1990
ameaça ao planeta. Polui o meio ambiente e consome enorme quanti- http://www.vegetarianismo.com.br/sitio/index.php?option=com_content&task=vi
dade de água, grãos, petróleo, pesticidas e drogas. Os resultados são ew&id=542&Itemid=34
desastrosos.
Uma dieta vegetariana pode alimentar consideravelmente mais pesso- GUIA DE BOAS PRÁTICAS PARA O CONSUMO SUSTENTÁVEL
as do que uma dieta centralizada na carne. O livro "State of World Hunger" A imensidão do Brasil fez, e ainda faz, muita gente pensar que todos
(Situação da Fome no Mundo), de autoria de Peter Uvin do Programa os recursos naturais do nosso País são inesgotáveis. Engano. Um grande
sobre a Fome Mundial da Brown University, dá uma estimativa da popula- engano. Se não abrirmos os olhos e ficarmos bem atentos as nossas
ção potencial que é suportada pelo suprimento de alimentos mundial em atitudes, poderemos sofrer graves prejuízos e ainda comprometer a sobre-
1992, sob as várias dietas: Dieta quase puramente vegetariana 6,3 bilhões vivência das gerações futuras.
de pessoas 15% de calorias de fonte animal 4,2 bilhões de pessoas 25%
de calorias de fonte animal 3,2 bilhões de pessoas FONTE: FAO (Organi- Não é à toa que muita gente – técnicos, especialistas, estudiosos e
zação da Alimentação e da Agricultura - Nações Unidas), 1993. A fome governos de todas as partes do mundo – está preocupada com o futuro do
mundial é um problema complicado, e se tornar vegetariano não vai neces- nosso Planeta. O Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Políticas
sariamente aliviar a fome a curto prazo em seu país. Contudo, ser vegeta- para o Desenvolvimento Sustentável - e o Instituto Brasileiro de Defesa do
riano é um passo no sentido de economizar recursos que poderão ser Consumidor (IDEC) colocam o assunto em discussão e dão as dicas para
usados para alimentar as pessoas no futuro. Impactos Ambientais A Orga- que todos possam iniciar a mudança.
Ciências Humanas e suas Tecnologias 127 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Talvez você já tenha ouvido falar de Consumo Sustentável. Mas, se 42% do consumo total. No segmento residencial, houve um aumento do
você não sabe o que isso significa, vamos lá: Consumo Sustentável quer uso da eletricidade por incorporação de novos eletrodomésticos. Será que
dizer saber usar os recursos naturais para satisfazer as nossas necessida- precisamos de todos eles, realmente? Economizar energia, além de fazer
des, sem comprometer as necessidades e aspirações das gerações futu- bem ao bolso, também contribui para o adiamento da construção de novas
ras. Ou seja, vale aquele velho jargão popular: saber usar para nunca hidrelétricas, que causam grandes impactos ambientais ou para diminuição
faltar. E isso não exige um grande esforço, somente mais atenção com o da exploração de recursos naturais não renováveis como o petróleo. Per-
que está ao nosso redor, no nosso ambiente. Basta fazermos uma peque- cebe como podemos ajudar?
na reflexão sobre como agimos.
Lixo
Normalmente, não nos preocupamos com a quantidade de água que Enquanto a água pode nos faltar, o lixo sobra. É lixo demais e ele
utilizamos ao escovar os dentes, quando tomamos banho ou no momento sempre aumenta. Aumenta tanto que nem sabemos onde colocá-lo. Essa
de lavar a louça e o nosso carro. Por absoluta desatenção, ao sairmos de dificuldade é maior quando associada aos custos para se criar aterros
um cômodo não apagamos a luz, ou vamos acendendo todas as lâmpadas, sanitários. A situação torna-se pior quando constatamos que na maioria
deixando para trás um rastro luminoso. Nem nos tocamos em relação ao das cidades brasileiras o lixo é despejado em terrenos baldios ou nos
consumo de papel, seja em casa ou no escritório estamos sempre desper- “famosos” e inadequados lixões. Em contraposição a essas práticas,
diçando papel. Misturamos o lixo doméstico, quando seria muito simples ecologicamente incorretas, vem-se estimulando o uso de métodos alterna-
separar os restos de comida do papel, da lata, do vidro, do plástico. No ato tivos de tratamento como a compostagem e a reciclagem ou, dependo do
da compra, pense! Não leve para casa alimentos em excesso nem faça caso, incineração.A incineração (queima do lixo) é a alternativa menos
comida em demasia para depois ter que jogar fora. Resto de alimento é aceitável. Provoca graves problemas de poluição atmosférica e exige
coisa séria. Milhares de pessoas carecem, diariamente, de um prato de investimentos de grande porte para a construção de incineradores.A com-
comida.Não nos damos conta de que os nossos desperdícios têm impacto postagem é uma maneira fácil e barata de tratar o lixo orgânico (detritos de
no nosso bolso. E, mais grave ainda, nunca paramos para pensar que este cozinha, restos de poda e fragmentos de árvores).A reciclagem é vista
comportamento displicente vai acarretar sérias e graves dificuldades para pelos governos e defensores da causa ambiental como solução para o lixo
os nossos descendentes. Eles vão ressentir-se da falta dos recursos inorgânico (plásticos, vidros, metais e papéis). Com a reciclagem é possí-
naturais.Ao mesmo tempo em que estaremos reduzindo ou eliminando o vel reduzir o consumo de matérias-primas, o volume de lixo e a poluição.
desperdício, vamos economizar muito dinheiro. Quem sabe, não consegui-
remos até melhorar a nossa renda mensal, se fizermos pequenas mudan- Tecnicamente, é possível recuperar e reutilizar a maior parte dos mate-
ças nas nossas atitudes? Se você acha que é muito trabalhoso, então, riais que na rotina do dia- a-dia é jogada fora. Latas de alumínio, vidro e
preste atenção nessas informações abaixo e perceba o risco que estamos papéis, facilmente coletados, estão sendo reciclados em larga escala em
correndo. muitos países, inclusive no Brasil. Embora seja um processo em cresci-
mento, ainda não é economicamente atrativo para todos os casos. Assim,
Água nos restam as alternativas: evitar produzir lixo, reaproveitar o que for
Hoje, metade da população mundial (mais de 3 bilhões de pessoas) possível e reciclar ao máximo. Como fazer isso? Aqui vai uma boa dica:
enfrenta problemas de abastecimento de água. Muitas fontes de água doce aproveitar melhor o que compramos, escolhendo produtos com menor
estão poluídas ou, simplesmente, secaram. Recife, capital de Pernambuco, quantidade de embalagens ou redescobrir antigos costumes como, por
em vários períodos do ano é submetida a um racionamento rigoroso, em exemplo, a volta das garrafas retornáveis de bebidas (os velhos cascos) ou
outros, não tem água mesmo. O racionamento também já chegou à São das sacolas de feira para carregar compras.
Paulo, podendo atingir 3 milhões dos 10 milhões de habitantes da capital http://www.ambientebrasil.com.br
paulista. Você sabia que 97% da água existente no planeta Terra é salgada
(mares e oceanos), 2% formam geleiras inacessíveis e, apenas, 1% é água ABUNDÂNCIA E DESPERDÍCIO
doce, armazenada em lençóis subterrâneos, rios e lagos? O Brasil é um país que, por suas riquezas naturais em abundância,
comete os maiores desperdícios em todas as áreas. Nós, brasileiros, de
Pois, bem, temos apenas 1% de água, distribuída desigualmente pela modo geral, somos campeões no desperdício e, com isso, jogamos fora
Terra para atender a mais de 6 bilhões de pessoas (população mundi- parte de nossa riqueza natural e humana.
al).Esse pouquinho de água que nos resta está ameaçado. Isso porque,
somente agora estamos nos dando conta dos riscos que representam os Desperdício
esgotos, o lixo, os resíduos de agrotóxicos e industriais.Cada um de nós Desperdiçamos comida, nisso somos experts, tanto que nossas sobras
tem uma parcela de responsabilidade nesse conjunto de coisas. Mas, poderiam alimentar milhões de pessoas necessitadas. Desperdiçamos
como não podemos resolver tudo de uma só vez, que tal começarmos a alimentos e nossa produção agropecuária, que, às vezes, não chega nem
dar a nossa contribuição no dia-a-dia? Você sabe quantos litros de água a sair do campo, ou sai e fica pelas estradas, armazéns ou apodrece pelo
uma pessoa consome, em média, por dia? Não? São cerca de 250 litros caminho, não chegando até a nossa mesa.
(isto mesmo, 250 litros ou mais): banho, cuidados de higiene, comida,
lavagem de louça e roupas, limpeza da casa, plantas e, claro, a água que Desperdiçamos também vidas humanas, energia, água, papel, recur-
se bebe. sos naturais e tempo. Entretanto, creio, firmemente, que o maior desperdí-
cio realizado por nós, no Brasil, seja aquele que mais prejuízos pode nos
Dá para viver sem água? Não dá. Então, a saída é fazer um uso racio- trazer, ou seja, o de jogar fora os nossos talentos.
nal deste recurso precioso. A água deve ser usada com responsabilidade e
parcimônia. Para nós, consumidores, também significa mais dinheiro no Talentos
bolso. A conta de água no final do mês será menor. O mais importante, no Calcula-se que por volta de 5% da população jovem do país tenha um
entanto, é termos a consciência de que estamos contribuindo, efetivamen- potencial para as chamadas altas habilidades ou, como comumente são
te, para reduzir os riscos de matarmos a nossa fonte de vida: a água. referidos pela sociedade, seja superdotada. Se realizarmos um cálculo
superficial, levando-se em conta que o Brasil possui 60 milhões de jovens e
Energia elétrica adolescentes, esses talentos seriam cerca de 3 milhões. Nesse grupo
O consumo de energia elétrica aumenta a cada ano no Brasil. Em bre- ainda existem aqueles que têm mais habilidades e dotes excepcionais e
ve, estaremos importando energia elétrica de países vizinhos. O comércio, que seriam aproximadamente 350 mil supertalentosos cidadãos.
além de ganhar novos estabelecimentos com alto padrão de consumo
(shopping centers, hipermercados), dinamizou suas atividades com a Criatividade
ampliação dos dias e horário de funcionamento. Uma grande parte desse Esse enorme contingente que possui talento, criatividade e habilidades
aumento é decorrente do desperdício de energia. notáveis poderia ser nosso diferencial em áreas como a da educação, da
ciência, da medicina, da arte, do esporte, da engenharia e de tantas outras
Voltamos à questão do desperdício. E é nesse ponto que entra a nos- atividades importantes para o desenvolvimento do país.
sa contribuição. O consumo residencial e comercial representam cerca de
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O que acontece realmente com essas pessoas especiais é que seu ta- Nas unidades de conservação (UC´s) a flora e a fauna devem ser con-
lento, sem estímulo, sem escola e sem acompanhamento, acaba não servadas, assim como os processos ecológicos que regem o ecossistema.
sendo despertado ou, quando aparece, é percebido como problema. No entanto, as poucas unidades de conservação existentes, as quais
correspondem a aproximadamente 2,5% dos quase 204.000.000 de hecta-
É muito comum famílias e escolas não reconhecerem esse potencial res do bioma Cerrado, apresentam problemas ora relacionados à manu-
dos jovens ou, quando reconhecem, não oferecerem condições para que tenção, à falta de equipamentos e pessoal, ora relacionados às questões
se desenvolva, levando a maioria dessas pessoas a uma vida medíocre, de desapropriação e, ou, legalização das terras.
desperdiçando esse enorme potencial humano que nosso país desfruta,
mas que desperdiça numa velocidade e quantidade muito grandes. A fragmentação da vegetação e o isolamento das UC´s impedem a
movimentação das espécies e o fluxo genético. Assim, há a necessidade
De outro lado, temos também uma realidade difícil para mais de 7 mi- de implantação e manutenção de corredores ecológicos interligando as
lhões de jovens que estão fora da escola e do mercado de trabalho. Essas UC´s e demais áreas naturais remanescentes possibilitando, além do fluxo
pessoas também estão sendo desperdiçadas nesse descarte prematuro, a genético e a movimentação das espécies, a dispersão de espécies e a
sociedade reserva a essa massa uma vida sem oportunidades, com falta recolonização das áreas degradadas.
de perspectiva de futuro e mesmo a delinquência e o crime.
Por fim, recomenda-se que a elaboração de políticas públicas, sobre-
Oportunidade tudo aquelas voltadas para a conservação e para a agricultura, considere o
Esse, a meu ver, é o maior desperdício que nossa sociedade comete, conhecimento existente em relação às espécies, aos serviços ambientais e
jogar fora milhões de pessoas que poderiam, com suas capacidades e ao funcionamento dos ecossistemas.
talento, estar ajudando a impulsionar essa nação, mas que, por falta de
oportunidades e compreensão, estão sendo desperdiçadas.
GEOGRAFIA GERAL: A NOVA ORDEM MUNDIAL, O ESPAÇO GE-
Esse é o maior tesouro de uma nação, sendo ovacionado quando apa- OPOLÍTICO E A GLOBALIZAÇÃO.
rece e se destaca como algum fenômeno, mas que normalmente está
esquecido e sucumbe a falta de oportunidade perversa de nossa socieda-
NOVA ORDEM MUNDIAL
de.
"A ordem internacional da Guerra Fria refletiu-se em um modelo teóri-
-o0o-
co e didático de apreensão do espaço mundial. Esse modelo fundado na
subdivisão do globo nos "três mundos" dos livros de geografia apoiava-se
A cada ano milhares de plantas e animais desaparecem da terra e com
em realidades que entraram em colapso.
eles desaparecem as oportunidades de fornecimento de benefícios à
humanidade, o auxílio à manutenção do planeta e a possibilidade de serem
A nova ordem mundial implica a revisão dos conceitos tradicionais
reconhecidos pela ciência.
que, por décadas, serviram para explicar a organização geopolítica e geo-
econômica do espaço mundial.
A conservação e a manutenção das áreas nativas possibilita que os
serviços ambientais prestados pela natureza como a ciclagem de nutrien-
O deslocamento da natureza do poder dos arsenais nucleares e con-
tes, a proteção das bacias hidrográficas, o sequestro de carbono, a dispo-
vencionais para a eficácia, produtividade e influência das economias cons-
nibilidade e a qualidade da água, dentre outros, continuem ocorrendo
tituiu um dos mais notáveis fenômenos que acompanharam a dissolução
da ordem da Guerra Fria.
Diante dos benefícios e serviços prestados pela natureza a preserva-
ção da diversidade biológica de um país, de uma região, é um investimento
A multipolaridade do poder global substituiu a rígida geometria bipolar
necessário para a manutenção de opções futuras, além de contribuir para a
do mundo do pós-guerra. A internacionalização dos fluxos de capitais e a
evolução do conhecimento científico, econômico e social.
integração dos fluxos de capitais e a integração das economias nacionais
atingiram um patamar inédito. Como consequência, os pólos de poder da
No Cerrado, por exemplo, existem mais de 10.000 espécies de plan-
nova ordem mundial apresentam contornos supranacionais. Delineiam-se
tas, 199 espécies de mamíferos, 837 espécies de aves, 180 de répteis, 150
megablocos econômicos organizados em torno das grandes potências
espécies de anfíbios, 1.200 de peixes e 67.000 de invertebrados. Muitas
do fim do século.
espécies que ocorrem no bioma Cerrado são endêmicas, ou seja, só
ocorrem nesta região. Na América do Norte, constitui-se a Nafta, polarizada pelos Esta-
dos Unidos.
Devido ao rápido e desordenado processo de ocupação e também de- Na Europa, a Alemanha unificada funciona com eixo de ligação
vido aos sistemas de produção implantados, o bioma Cerrado é, atualmen- entre o leste e o oeste do continente.
te, um grande conjunto de interações, interesses, conflitos, desafios e No Pacífico, o Japão centraliza uma vasta área de influência.
possibilidades, onde variedades selvagens de cultivares são perdidas e
pelo menos 137 espécies animais estão ameaçadas de extinção. A dissolução do Segundo Mundo expressa na transição para a eco-
nomia de mercado na antiga União Soviética e Europa oriental suscita
As transformações ocorridas no bioma Cerrado e as ameaças constan- questões cujas respostas somente aparecerão nos próximos anos.
tes à biodiversidade têm deflagrado o surgimento de iniciativas de conser-
vação por parte do governo e de organizações não governamentais A geometria do poder europeu depende ainda do desenvolvimento
(ONG´s). das relações econômicas e políticas entre a Alemanha unificada e a Rús-
sia pós-comunista. Essas relações podem conduzir ao deslocamento do
Algumas ações como, por exemplo, a proibição do funcionamento de eixo de poder europeu para o segmento da reta Berlim-Moscou, que se
carvoarias que utilizam matéria prima originada de desmatamento irregular, tornaria o sucessor do velho triângulo Londres-Paris-Bonn.
a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, proposta de
criação do ICMS Ecológico, o mapeamento dos remanescentes do bioma As reformas econômicas chinesas apoiadas sobre o alicerce do poder
permitindo maior eficácia no planejamento de ações para a conservação, monolítico comunista - representam uma reorganização radical do espaço
dentre outros, são implementadas na tentativa de conservar a biodiversi- do leste asiático. Os crescentes investimentos dos chineses de Formosa,
dade do Cerrado. dos coreanos do sul e dos japoneses no território continental da China
assinalam a integração de Pequim à esfera econômica polarizada por
Uma das melhores estratégias para a conservação dos atributos e dos Tóquio. Os indícios de retomada das relações políticas e diplomáticas
patrimônios naturais é a criação, a viabilização e a manutenção de unida- entre Japão e China abrem a possibilidade da emergência de um podero-
des de conservação. so bloco supranacional asiático.
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O Terceiro Mundo funcionou, por muito tempo, como um conceito cru- internacionais começou a vigorar. O embate político-ideológico entre EUA
cial na reflexão e na prática didática da geografia. Ele representou uma e URSS, duas nações consideradas super potências mundiais, e que
tentativa de cartografar a pobreza, definindo seus contornos em escala colocou em confronto dois sistemas políticos - capitalismo e socialismo.
global. A nova ordem mundial assinala a fragmentação do Terceiro Mundo
em espaços periféricos, que tendem a se integrar marginalmente aos O primeiro resultado desta situação foi o controle da Alemanha pelos
megablocos econômicos. países vencedores da Grande Guerra, como Estados Unidos, Reino Unido
Os "Dragões Asiáticos" e os países pobres da Ásia meridional fun- e Grã-Bretanha, além da França. A região controlada pelas forças militares
cionam como áreas de transbordamento dos capitais japoneses. dos países capitalistas se uniu e formou a Alemanha Ocidental. Em
A Europa do leste e do sul, bem como a África do norte, associa- contraponto a esta situação, a região controlada pelos soviéticos acabou
se ao núcleo próspero da Europa centro-ocidental. se tornando a Alemanha Oriental. Desta forma, o antagonismo ideológico
foi traduzido em alterações na estrutura de uma nação, conforme
A América Latina entrelaça seu destino ao da América do Norte.
interesses, principalmente dos EUA e URSS.
A nova ordem mundial ergueu-se sobre uma revolução tecnocientífica
A rivalidade entre americanos e soviéticos ganhava um novo nome:
que reorganiza o alocamento dos capitais no espaço geográfico. A crise
Guerra Fria. Conforme interesses destas nações, o panorama político
das velhas regiões urbanas e industriais desenvolve-se paralelamente à
dividiu diferentes regiões do planeta, principalmente na Europa. Por parte
emergência de eixos de crescimento econômico apoiado em novas tecno-
dos Estados Unidos da América, surgiu a OTAN (Organização do Tratado
logias industriais, nas finanças e nos serviços. Nesse movimento, a po-
do Atlântico Norte, que reuniu, inicialmente, os países da Europa Ocidental,
breza dissemina-se por toda a superfície do globo, avançando sobre as
como Espanha, França, Grã-Bretanha, Suécia, Irlanda, Finlândia, Noruega,
fronteiras do Primeiro Mundo e instalando-se no coração dos Estados
Bélgica, Países Baixos e Alemanha Ocidental. Por outro lado, a União
Unidos e da Europa ocidental. No mundo todo, microespaços de prosperi-
Soviética fez uma aliança militar com os países sob sua influência política,
dade convivem com cinturões envolventes de pobreza e desemprego.
definido como Pacto de Varsóvia. Polônia, Alemanha Oriental,
Vastas regiões da África Subsaariana, América Latina e Ásia meridional
Tchecoslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária.
conhecem as tragédias associadas à miséria absoluta. A nova ordem
mundial não é mais estável ou segura que a ordem da Guerra Fria. Se o
Esta divisão configura o campo de estudo da Geografia Política, ou
espectro da catástrofe nuclear parece ter sido afastado, novos demônios
geopolítica. A partir da década de 50, os conflitos armados em diferentes
tomaram-lhe o lugar. A emergência dos nacionalismos e da hostilidade
locais do mundo (Guerra da Coreia, Guerra do Vietnã, descolonização da
étnica, o ressurgimento do racismo e da xenofobia e a multiplicação dos
Ásia e África e guerras civis), a corrida espacial, a construção do Muro de
conflitos localizados evidenciam a componente de instabilidade introduzi-
Berlim, a expansão do arsenal de armas nucleares e a criação do bloco
da pela decadência das velhas super-potências. O século vindouro não
dos países não alinhados definem as características da geopolítica
promete um mundo melhor para se viver que o século que se encerra".
Magnoli. Demétrio mundial, influenciadas pelo confronto EUA-URSS.
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- a chamada geo-economia, por exemplo, enquanto reafirmam-se políticas proteção tecnológica da privacidade assegurada pela Constituição e à
permanentes, como a de poder mundial. Após décadas de repúdio, voltam proteção dos legítimos segredos comerciais e financeiros.
a ser utilizadas antigas ferramentas de análise, como parece ser o caso da
geopolítica. É necessário afirmar presença brasileira na Internet e ampliar a demo-
cratização do acesso maciço dos usuários potenciais à rede. Dessa forma,
Poder, geo-economia e geopolítica compõem o campo contemporâneo evitaremos ser apenas consumidores de um produto cultural, científico e
da segurança internacional. Com o fim da guerra fria, propagou-se a per- tecnólogico alheio. A procura crescente estimulará fortemente a ampliação
cepção superficial de que, doravante, as diferenças internacionais se da oferta local de material informativo, na rede, o que já vem ocorrendo.
confinariam ao campo comercial e financeiro (daí a voga da geo-economia) Mais transparência é hoje um ingrediente fundamental da democracia. Em
e que as manifestações de poder político e militar passavam a ser apenas segundo lugar, devemos buscar não a rivalidade e a separação entre o
marginais. As questões de segurança internacional formam um contexto português e o espanhol na rede, mas o reforço mútuo, a firme cooperação
político específico e integrado. Os processos de globalização e regionaliza- na divulgação de ambos os idiomas e a disponibilidade ampla de home
ção econômica não existem isoladamente, pois se amparam na articulação pages e de grupos de discussão bilingues.
da ordem política mundial, a qual, por seu turno, é condicionada por consi-
Finalmente, o processo expansão e globalização dos fluxos financeiros
derações de poder que concretamente condicionam.
induz uma nova geopolítica mundial de investimentos. O mundo do capital
está em transformação, novas tendências, novas possibilidades de ganho
Durante muito tempo, imaginou-se que a geopolítica e sua pesada tra-
e novas pressões se estão desatando. Segundo dados do Banco Mundial,
dição histórica - colonial, belicista e expansionista - estavam para sempre
o fluxo líquido de capital privado em direção aos países em desenvolvimen-
sepultadas. Este anúncio era obviamente precipitado. Na verdade, nem se
to aumentou 5,5 vezes nos seis últimos anos, alcançando $ 244 bilhões de
devem separar as concepções geopolíticas das geo-econômicas, nem se
dólares em 1996, enquanto os recursos oficiais passam de uma fase de
poderia realmente omitir a questão do poder da análise político-estratégica.
estagnação para uma de declínio, sendo agora de $ 41 bilhões. A Ásia-
Nesta fase, registra-se uma espécie de renascimento da geopolítica. A
Pacífico absorveu, no ano passado, $ 109 bilhões, dos quais apenas a
Europa se reorganiza com base em uma geometria flexível, ainda a ser
China ficou com $ 52 bilhões (ou seja 21% do total mundial) e a América
precisada nos campos político, econômico e militar. Na África, expande-se
Latina - Caribe outros $ 74 bilhões.
uma inquietante zona de instabilidades que engloba Ruanda, Burundi e
Zaire (Congo). Não há sinais de que esse processo, seus fluxos de refugi- Acirra-se a competição pela entrada de capitais privados, envolvendo,
ados e as rivalidades tribais, regionais e globais, nele subjacentes, já em 1996, na mesma faixa que o Brasil ($ 15 bilhões, cifra provavelmente
estejam sob controle. No Oriente Médio, as conhecidas oposições de subestimada) e a Argentina ($ 11 bilhões) - como as mais fortes economias
forças entre árabes e israelenses se radicalizam, ao mesmo tempo em que do Mercosul - países como o México ($ 28 bilhões), Indonésia ($ 18 bi-
persistem tensões no Golfo. A Bacia do Cáspio aparece como um área de lhões), Malásia ($ 16 bilhões) e Tailândia ($ 13 bilhões), o que aconselha
dura disputa, em que considerações políticas e econômicas - petróleo - um tratamento para a questão que vá muito além da vocação descritiva da
aparecem combinadas. A Ásia central está em transição estratégica. Na geografia econômica.
Ásia oriental, persiste o jogo de poder que envolve as principais potências
com presença regional. Mesmo em nossa região, muito menos tensa, se No novo contexto competitivo mundial, é flagrante a necessidade do
relança o tema, há tanto tempo em hibernação, da compra de armamentos melhoramento da coleta, processamento e difusão de informações econô-
sofisticados e, à raiz da negociação da ALCA, volta-se a tratar do tema da micas, a defesa contra a intrusão por meios eletrônicos e do esforço no
hegemonia hemisférica. campo vital da segurança e privacidade das comunicações.
*Ronaldo Mota Sardenberg é Secretário de Assuntos Estratégicos da
A novidade é que agora a geopolítica não incorpora apenas esses Presidência da República.
componentes pesados e tradicionais de planejamento para o conflito,
disputas e violências. É verdade que a nova geopolítica continua a preocu- O QUE É GEOPOLÍTICA? E GEOGRAFIA POLÍTICA?
par-se com categorias fundamentais do entendimento político-estratégico, José William Sisentini
que estão nos manuais: o território, sua localização, distribuição espacial, É frequente a confusão entre geografia política e geopolítica, que na
interrelação e complexidade dos fenômenos e das forças em presença. verdade são imbricadas, se sobrepõem em grande parte, mas não se
Mas apresenta também facetas inéditas. identificam totalmente. Existe uma história de cada um desses saberes que
mostra suas origens, suas especificidades, embora em alguns momentos
Pelo menos três dimensões profundamente inovadoras se incorporam eles tenham se mesclado, se identificado.
à geopolítica: a construção de espaços regionais, como, por exemplo, a
América do Sul e o Mercosul; o dramático despontar do espaço digitalizado A expressão geografia política existe há séculos. Há inúmeros livros
mundial, no qual sobressaem a Internet e a televisão; e a expansão de um dos séculos XVII, XVIII e XIX com esse título. Mas considera-se que geo-
espaço econômico que se pretende virtualmente desterritorializado, mas grafia política moderna, pelo menos tal como a entendemos hoje -- isto é,
que se materializa em fluxos de capital e investimentos diretos. como um estudo geográfico da política, ou como o estudo das relações
entre espaço e poder -- nasceu com a obra Politische Geographie [Geogra-
Em nosso entorno imediato, a nova geopolítica regional rompe com o fia Política], de Friedrich RATZEL, publicada em 1897. Ratzel, na verdade,
modelo antigo, consagrado em livros afinal relegados ao fundo das estan- não criou o rótulo "geografia política"; ela apenas redefiniu o seu conteúdo,
tes. Desaparece o modelo de desunião e diferenças, baseado no predomí- apontando para o que seria um verdadeiro estudo geográfico da política,
nio do desconhecimento recíproco ou nas relações de rivalidade. Concreti- uma concepção de política que muito deve à leitura de Maquiavel. Antes
zam-se os interesses comuns, via cooperação e, sobretudo, integração. dele era comum encontrar em obras com esse título a descrição dos rios
Muda, pois, a visão e o destino da América do Sul. Todos saem amplamen- ou montanhas de tal ou qual Estado - ou seja, qualquer fenômeno ligado
te ganhadores, ao findar o velho jogo de soma-zero. Os desafios da globa- ao Estado (o ser político por excelência) era tido como assunto de geogra-
lização nos levam a articular um futuro em que a região sul-americana fia política. Ratzel mostrou que o estudo da geografia política só vai se
funcione como um todo efetivo e harmônico, em benefício de cada um de preocupar com o meio ambiente - as características "naturais" do território,
nossos países. por exemplo (localização, formato, proximidade do mar, etc.) - desde que
isso tenha relações com a vida política. Ele procurou estabelecer uma série
Abre-se, por outro lado, um horizonte eletrônico e cibernético global, de temas pertinentes à geografia política, que continuam a ser atuais
um novo espaço geopolítico que aproxima os povos e países e no qual (embora outros tenham surgido posteriormente): o que é o Estado e quais
nossa região joga sua identidade em formação. A Internet, a televisão, a as suas relações com o território, soberania e território, o que é política
nova telefonia são as facetas mais visíveis desse bravo novo mundo digita- territorial (uma expressão criada por ele), a questão das fronteiras, o que
lizado. Seu avesso está nas possibilidades de dominação cultural, - propa- significa uma grande potência mundial, etc.
ganda, interferência eletrônica e criação de discriminação a excluir os que
não têm acesso aos meios avançados de informação. Vivemos uma época Em síntese, esse geógrafo alemão não foi o primeiro autor a empregar
em que prioridade crescente será dada à segurança das comunicações - à esse rótulo, geografia política, nem mesmo o primeiro a escrever sobre o
Ciências Humanas e suas Tecnologias 131 A Opção Certa Para a Sua Realização
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assunto - a questão do espaço geográfico na política. Essa análise a ser, mas de 1945 até por volta de 1975 esteve confinada em pequenos
respeito da dimensão geográfica ou espacial da política é bastante antiga. círculos, em especial militares). Só que agora, ao invés de ser vista como
Podemos encontrá-la em Aristóteles, em Maquiavel, em Montesquieu e em "uma ciência" (como pretendia Kjellén) ou como "uma técnica/arte a serviço
inúmeros outros filósofos da antiguidade, da Idade Média ou da época do Estado" (como advogavam inúmeros geopolíticos, inclusive Haushofer),
moderna. Mas normalmente essa preocupação com a dimensão espacial ela é cada vez mais entendida como "um campo de estudos", uma área
da política -- tal como, por exemplo, a respeito do tamanho e da localização interdisciplinar enfim (tal como, por exemplo, a questão ambiental). Em
do território de uma cidade-Estado, em Aristóteles; ou sobre a localização e várias parte do globo criaram-se -- ou estão sendo criados -- institutos de
a defesa da fortaleza do príncipe, em Maquiavel; ou a ênfase na importân- estudos geopolíticos e/ou estratégicos, que via de regra congregam inúme-
cia da geografia (física e principalmente humana) para a compreensão do ros especialistas: cientistas políticos, geógrafos, historiadores, militares ou
"espírito das Leis" de cada Estado, em Montesquieu -- era algo que surgia teóricos estrategistas, sociólogos e, como não podia deixar de ser (na
en passant, como um aspecto meio secundário da realidade, pois o essen- medida em que a "guerra" tecnológica-comercial hoje é mais importante
cial era entender a natureza do Estado ou das Leis, os tipos de governo ou que a militar) até mesmo economistas.
as maneiras de alcançar e exercer eficazmente o poder. Com Ratzel inicia-
se um estudo sistemático da dimensão geográfica da política, no qual a Enfim, a palavra geopolítica não é uma simples contração de geografia
espacialidade ou a territorialidade do Estado era o principal objeto de política, como pensam alguns, mas sim algo que diz respeito às disputas
preocupações. E com Ratzel a própria expressão "geografia política", que de poder no espaço mundial e que, como a noção de PODER já o diz
era comumente empregada nos estudos enciclopédicos dos séculos XVII, (poder implica em dominação, via Estado ou não, em relações de assime-
XVIII e mesmo XIX (as informações sobre tal ou qual Estado: sua popula- tria enfim, que podem ser culturais, sexuais, econômicas, repressivas e/ou
ção, contornos territoriais, rios, montanhas, climas, cidades principais, etc.), militares, etc.), não é exclusivo da geografia. (Embora também seja algo
ganha um novo significado. Ela passa a ser entendida como o estudo por ela estudado). A geografia política, dessa forma, também se ocupa da
geográfico ou espacial da política e não mais como um estudo genérico geopolítica, embora seja uma ciência (ou melhor, uma modalidade da
(em "todas" as suas características) dos Estados ou países. ciência geográfica) que estuda vários outros temas ou problemas. Exempli-
ficando, podemos lembrar que a geografia também leva em conta a ques-
A palavra geopolítica, por sua vez, foi criada no início do século XX, tão ambiental, embora esta não seja uma temática exclusivamente geográ-
mais precisamente em 1905, num artigo denominado "As grandes potên- fica (outras ciências -- tais como a biologia, a geologia, a antropologia, a
cias", escrito pelo jurista sueco Rudolf KJELLÉN. (Mas atenção: a palavra história, etc. -- também abordam essa questão). Mas a geografia -- da
geopolítica é que foi criada por Kjellén, pois não há dúvida que essa temá- mesma forma que as outras ciências mencionadas -- não se identifica
tica é bem mais antiga, ou seja, as grandes preocupações geopolíticas não exclusivamente com essa questão, pois ela também procura explicar
surgiram no início do século XX (preocupações sobre o que é e quem é outras temáticas que não são rigorosamente ambientais tais como, por
uma potência mundial, como se dá a disputa mundial pelo poder entre os exemplo, a história do pensamento geográfico, a geografia eleitoral, os
Estados, que estratégias seriam adequadas para tal ou qual Estado tornar- métodos cartográficos, etc.
se a potência regional nesta ou naquela parte do globo, etc.). Isto é, já
existia anteriormente juízos ou análises a respeito do poderio de cada Esquematizando, podemos dizer que existiram ou existem várias inter-
Estado, das grandes potências mundiais ou regionais, com a importância pretações diferentes sobre o que é geopolítica e as suas relações com a
ou o uso do espaço geográfico na guerra ou no exercício do poder estatal. geografia política. Vamos resumir essas interpretações, que variaram muito
no espaço e no tempo, em quatro visões:
Normalmente se afirma -- em quase todas as obras sobre "história da
1. "A geopolítica seria dinâmica (como um filme) e a geografia políti-
geopolítica" -- que os geopolíticos clássicos, ou os "grandes nomes da
ca estática (como uma fotografia)". Esta foi a interpretação de
geopolítica", foram H.J. MacKinder, A.T. Mahan, R. Kjellén e K. Haushofer.
inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial, den-
Desses quatro nomes, dois deles (o geógrafo inglês Mackinder e o almiran-
tre os quais, podemos mencionar Kjellén, Haushofer e vários ou-
te norte-americano Mahan) tiveram as suas principais obras publicadas
tros colaboradores da Revista de Geopolítica, além do general
antes da criação dessa palavra geopolítica por Kjellén e, dessa forma,
Golbery do Couto e Silva e inúmeros outros militares no Brasil.
nunca fizeram uso dela. O outro autor, o general alemão Karl Haushofer,
Segundo eles, a geopolítica seria uma "nova ciência" (ou técnica,
foi na realidade quem popularizou a geopolítica, devido às circunstâncias
ou arte) que se ocuparia da política ao nível geográfico, mas com
(ligações, embora problemáticas, com o nazismo e possível contribuição
uma abordagem diferente da geografia: ela seria "mais dinâmica"
indireta para a obra Mein Kampf, de Hitler), tornando-a tristemente famosa
e voltada principalmente para a ação. Eles viam a geografia como
nos anos 1930 e 40, em especial através da sua Revista de Geopolítica
uma disciplina tradicional e descritiva e diziam que nela apenas
[Zeitschrift fur Geopolitik], editada em Munique de 1924 a 44 e com uma
colhiam algumas informações (sobre relevo, distâncias, latitude e
tiragem mensal que começou com 3 mil e chegou a atingir a marca dos 30
longitude, características territoriais ou marítimas, populações e
mil exemplares, algo bastante expressivo para a época.
economias, etc.), mas que fundamentalmente estavam construin-
A geopolítica, enfim, conheceu um período de grande expansão no do um outro saber, que na realidade seria mais do que uma ciên-
pré-guerra, na primeira metade do século XX, tendo se eclipsado -- ou cia ou um mero saber, seria um instrumento imprescindível para a
melhor, ficado no ostracismo -- depois de 1945. Ela sempre se preocupou estratégia, a atuação político/espacial do Estado. Como se perce-
com a chamada escala macro ou continental/planetária: a questão da be, foi uma visão adequada ao seu momento histórico -- não po-
disputa do poder mundial, que Estado (e por quê) é uma grande potência, demos esquecer que o mundo na primeira metade do século XX,
qual a melhor estratégia espacial para se atingir esse status, etc. Existiram antes da Grande Guerra, vivia uma ordem multipolar conflituosa,
"escolas (nacionais) de geopolítica", em especial dos anos 1920 até os com uma situação de guerra latente entre as grandes potências
anos 1970, em algumas partes do mundo, inclusive no Brasil. Não escola mundiais -- e à legitimação da prática de quem fazia geopolítica
no sentido físico (prédio e salas de aula), mas sim no sentido de corrente naquele momento. Ela também foi coeva e tributária de todo um
de pensamento, de autores -- mesmo que um tenha vivido distante do clima intelectual europeu -- especialmente alemão -- da época,
outro, no espaço ou às vezes até no tempo -- com uma certa identificação: que fustigava o conhecimento científico (a "ciência real", que era
no caso da geopolítica brasileira, ela consistiu principalmente no desenvol- contraposta a uma "ciência ideal" ou "novo saber", que deveria
vimento de um projeto ("Brasil, grande potência") que se expressa como contribuir para um "mundo melhor") pela sua pretensa "desconsi-
uma estratégia (geo)política e militar com uma clara dimensão espacial. A deração pela vida concreta, pelas emoções, pelos sentimentos".
natureza pragmática, utilitarista (e para o Estado, único agente visto como 2. "A geopolítica seria ideológica (um instrumento do nazi-fascismo
legítimo) ou de "saber aplicável" sempre foi uma tônica marcante na geo- ou dos Estados totalitários) e a geografia política seria uma ciên-
política. Ela nunca se preocupou em firmar-se como um (mero?) "conheci- cia". Esta foi a interpretação de alguns poucos geógrafos nos anos
mento" da realidade e sim como um "instrumento de ação", um guia para a 1930 e 40 (por exemplo: A. Hettner e Leo Waibel) e da quase tota-
atuação de tal ou qual Estado. lidade deles (e também de inúmeros outros cientistas sociais) no
pós-guerra. Um nome bastante representativo desta visão foi Pier-
A partir de meados dos anos 1970 a geopolítica sai do ostracismo. Ela re George, talvez o geógrafo francês mais conhecido dos anos 50
volta a ser novamente estudada (a bem a verdade, ela nunca deixou de aos 70, que afirmava que a geopolítica seria uma "pseudo-
Ciências Humanas e suas Tecnologias 132 A Opção Certa Para a Sua Realização
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ciência", uma caricatura da geografia política. Esta visão foi prati- “Foi a necessidade de financiamento das guerras que esteve na ori-
camente uma reação àquela anterior, que predominou anterior- gem desta convergência entre o poder e a riqueza. Mas desta vez, o
mente, no período pré-Segunda Guerra Mundial. Como toda forte encontro dos “príncipes” com os “banqueiros” produziu um fenômeno
reação, ela caminhou para o lado extremo do pêndulo, desclassifi- absolutamente novo e revolucionário: o nascimento dos “estados-
cando completamente a geopolítica (da qual "nada se aproveita", economias nacionais”. Verdadeiras máquinas de acumulação de poder e
nos dizeres de inúmeros autores dos anos 50 e 60) e até mesmo riqueza que se expandiram a partir da Europa e através do mundo, numa
se recusando a explicá-la de forma mais rigorosa. velocidade e numa escala que permitem falar de um novo universo, com
3. "A geopolítica seria a verdadeira (ou fundamental) geografia". Esta relação ao que havia acontecido nos séculos anteriores”
foi a interpretação que Yves Lacoste inaugurou com o seu famoso
livro-panfleto A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fa- J.L.F. , “O PODER AMERICANO”, Editora Vozes, 2004, p: 34
zer a guerra, de 1976, e que serviu como ideário para a revista O FATO E A TEORIA
Hérodote - revue de géographie et de géopolitique. Nessa visão, a Toda análise do sistema internacional supõe alguma visão teórica, a
geografia de verdade (a "essencial" ou fundamental) não teria sur- respeito do tempo, do espaço e do movimento da sua “massa histórica”.
gido no século XIX com Humboldt e Ritter, mas sim na antiguida- Sem a teoria é impossível interpretar a conjuntura, e identificar os movi-
de, junto com o advento dos primeiro mapas. O que teria surgido mentos cíclicos e as “longas durações” estruturais, que se escondem e
no século XIX seria apenas a "geografia dos professores", a geo- desvelam, ao mesmo tempo, através dos acontecimentos imediatos do
grafia acadêmica e que basicamente estaria preocupada em es- sistema mundial. Só tem sentido falar de “grandes crises”, “inflexões” e
conder ou encobrir, como uma "cortina de fumaça", a importância “tendências” a partir de uma teoria que relacione e hierarquize fatos e
estratégica da verdadeira geografia, da geopolítica enfim. A geo- conflitos locais, regionais e globais, dentro de um mesmo esquema de
política -- ou geografia dos Estados maiores, ou geografia funda- interpretação. Além disto, é a teoria que define o “foco central” da análise e
mental -- existiria desde a antiguidade na estratégia espacial das a sua “linha do tempo”. Por exemplo, com relação às transformações
cidades-Estado, de Alexandre o Grande, por exemplo, de Heródo- mundiais das últimas décadas, é muito comum falar de uma “crise da
to com os seus escritos (obra e autor que, nessa leitura enviesada, hegemonia americana”, na década de 70, e reconhecer que depois disto,
teria sido um "representante do imperialismo ateniense"). Esta in- houve duas inflexões históricas muito importantes, em 1991 e 2001. Mas
terpretação teve um certo fôlego -- ou melhor, foi reproduzida, por trás deste consenso aparente, podem esconder-se interpretações
normalmente por estudantes e de forma acrítica -- no final dos completamente diferentes, dependendo do ponto de partida teórico de
anos 1970 e nos anos 80, mas acabou ficando confinada a um cada analista. Por isto, essa nossa análise da conjuntura internacional
pequeno grupo de geógrafos franceses que, inclusive, em grande começa expondo, de forma sintética, o seu foco de observação, a sua tese
parte se afastaram do restante da comunidade geográfica (ou central e suas principais premissas teóricas, para só depois analisar as
mesmo científica) daquele país. Existe uma visível falta de evidên- mudanças recentes do sistema mundial, e discutir o novo lugar da China,
cias nessa tese -- de comprovações, e mesmo de possibilidade de Índia, Brasil e África do Sul.
ser testada empiricamente (inclusive via documentos históricos) --
e, na realidade, ela surgiu mais como uma forma de revalorizar a O FOCO DA ANÁLISE E A SUA TESE CENTRAL
geografia, tão questionada pelos revoltosos do maio de 1968, ten- O foco da nossa análise se concentra no movimento de expansão, e
tando mostrar a sua importância estratégica e militar. nas transformações estratégicas do poder global dos Estados Unidos,
4. "A geopolítica (hoje) seria uma área ou campo de estudos interdis- sobretudo depois da sua “crise” dos anos 70, e da sua vitória dos anos 90.
ciplinar". Esta interpretação começa a predominar a partir do final Quando os Estados Unidos assumiram, explicitamente, o projeto de cons-
dos anos 1980, sendo quase um consenso nos dias atuais. Não se trução de um império global. Mas, logo em seguida, este projeto atingiu seu
trata tanto do que foi a geopolítica e sim do que ela representa limite teórico de expansão, e abriu portas – dialeticamente – para o reapa-
atualmente. E mesmo se analisarmos quem fez geopolítica, os recimento e a universalização dos estados nacionais, e do seu cálculo
"grandes nomes" que teriam contribuído para desenvolver esse geopolítico, que agora atinge todos os tabuleiros regionais do sistema
saber, vamos concluir que eles nunca provieram de uma única mundial. Muitos analistas confundiram esta mudança com uma “crise
área do conhecimento: houve juristas (por exemplo, Kjellén), geó- terminal” do poder americano, ou do “sistema mundial moderno”, sem
grafos (Mackinder), militares (Mahan, Haushofer) e vários outros perceber que neste início do século XXI, este sistema moderno de “esta-
oriundos da história, da ciência política, da economia, da engenha- dos-economias nacionais” alcançou sua máxima extensão e universalida-
ria, etc. Não tem nenhum sentido advogar o monopólio desse tipo de, globalizando a competição político-econômica das nações, e permitin-
de estudo -- seria o mesmo que pretender deter a exclusividade do, desta forma, um novo ciclo de crescimento da economia internacional.
das pesquisas ambientais! --, já que com isso estaríamos desco-
nhecendo a realidade, o que já se fez e o que vem sendo feito na AS PREMISSAS TEÓRICAS
prática. Existem trabalhos recentes sobre geopolítica, alguns óti- Por trás da nossa hipótese, existe uma teoria e algumas generaliza-
mos, oriundos de geógrafos, de cientistas políticos (Luttuak...), de ções históricas, acerca da formação, expansão e mudanças do sistema
historiadores (H. Kissinger, P. Kennedy...), de sociólogos (Hunting- mundial que se formou no século XVI, e se consolidou nos séculos XVII e
ton...) de militares, etc. E ninguém pode imaginar seriamente que XVIII, a partir da Europa. De forma sintética, e por ordem, vejamos as suas
num instituto ou centro de estudos estratégicos e/ou geopolíticos -- teses principais:
onde se pesquise os rumos do Brasil (ou de qualquer outro Esta- O atual “sistema político mundial” que nasceu na Europa, no sécu-
do-nação, ou mesmo de um partido político) no século XXI, as lo XVI, e se universalizou nos últimos 500 anos, não foi uma obra
possibilidades de confrontos ou de crises político-diplomáticas ou espontânea, nem diplomática. Foi uma criação do poder, do poder
econômicas, as estratégias para se tornar hegemônico no conquistador de alguns estados territoriais europeus, que defini-
(sub)continente, para ocupar racionalmente a Amazônia, etc. -- ram suas fronteiras nacionais no mesmo momento em que se ex-
devam existir apenas geógrafos, ou apenas militares, ou apenas pandiram - simultaneamente - para fora da Europa, e se transfor-
economistas ou juristas. Mais uma vez podemos fazer aqui uma li- maram em impérios globais.
gação com o nosso tempo, com o clima intelectual do final do sé- Da mesma forma que o “sistema econômico mundial” que também
culo XX e inícios do XXI. A palavra de ordem hoje é interdisciplina- se constituiu, neste mesmo período, a partir da Europa, não foi
riedade (ou até transdisciplinariedade), pois o real nunca é conve- uma obra exclusiva dos “mercados” ou do “capital em geral”. Foi
nientemente explicado por apenas uma abordagem ou uma ciên- um subproduto da expansão competitiva e conquistadora de al-
cia específica. O conhecimento da realidade, enfim, e mesmo a gumas economias nacionais europeias que se internacionalizaram
atuação nela com vistas a um mundo mais justo, é algo muito mais junto com seus respectivos “estados-economias“, que se transfor-
importante do que as disputas corporativistas. maram, imediatamente, em impérios coloniais.
Duas características distinguem a originalidade e explicam a força
A NOVA GEOPOLÍTICA DAS NAÇÕES e o lugar da China,
vitoriosa destes poderes europeus: primeiro, a maneira como os
Índia, Brasil e África do Sul. estados territoriais criaram, e se articularam, com suas economias
JOSE LUÍS FIORI nacionais, produzindo uma “máquina de acumulação” de poder e
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riqueza, absolutamente nova e explosiva - os “estados-economias Potências. E só em alguns momentos excepcionais, em geral de-
nacionais”; e segundo, a maneira em que estes “estados- pois de grandes guerras, é que a potência vencedora pôde exer-
economias nacionais” nasceram, em conjunto, e numa situação de cer uma “hegemonia benevolente”, dentro do grupo das Grandes
permanente competição e guerra, entre si, e com os poderes im- Potências, e com relação ao resto do mundo, graças ao interesse
periais, de fora da Europa. comum na reconstrução do sistema recém destruído.
Desde o início desse sistema, segundo o sociólogo alemão Nor- Até o fim do século XVIII, o “sistema político mundial” se restringia
bert Elias, nessa competição permanente, “quem não sobe, cai” . aos estados europeus e seus impérios, aos quais se agregaram
Por isto, as guerras se transformaram na atividade principal dos no século XIX, os estados americanos, e depois, no século XX, os
primeiros poderes territoriais europeus, e depois seguiram sendo a novos estados africanos e asiáticos. Algo diferente aconteceu com
atividade básica dos estados nacionais. E, com isso, as guerras o “sistema econômico mundial” que sempre incluiu as economias
acabaram cumprindo na Europa, um papel contraditório, atuando, coloniais dentro da divisão internacional do trabalho definida pelas
simultaneamente, como uma força destrutiva e integradora, e necessidades das metrópoles.
promovendo uma espécie de “integração destrutiva”, de territórios Foi só no final do século XX, que o sistema mundial universalizou,
e regiões que tinham se mantido distantes e separadas, até os sé- definitivamente, a grande invenção dos europeus que foram os
culos XVI e XVII, e que só passaram a fazer parte de uma mesma seus “estados-economias nacionais”. Mas com isto, também, o
unidade, ou de um mesmo sistema político, depois da Guerra dos sistema mundial se fragmentou, dando origem a várias estruturas
30 anos, e da Paz de Westfália, em 1648, e das Guerras do Norte, políticas e econômicas regionais, e a multiplicação das lutas pela
no início do século XVIII. liderança ou hegemonia dentro destes subsistemas. Uma espécie
Dentro desse novo sistema político, todos os seus estados esta- de etapa prévia indispensável aos candidatos à luta pelo poder
vam obrigados a se expandir, para poder sobreviver. Por isto se global.
pode falar de uma “compulsão expansiva” de todo o sistema, e de Concluindo, do nosso ponto de vista, qualquer discussão sobre o
cada um de seus estados territoriais, e da sua necessidade de futuro do atual sistema mundial, e sobre as perspectivas dos seus
conquista permanente, de novas posições monopólicas de poder e estados ou “potências emergentes”, deve partir de três convicções
de acumulação de riqueza. É neste sentido que se pode dizer preliminares: i) no “universo em expansão” dos “estados-
que, desde a formação mais incipiente do novo sistema, suas uni- economias nacionais”, não há possibilidade lógica de uma “paz
dades competidoras tinham que se propor, em última instância, à perpétua”, nem tampouco de mercados equilibrados e estáveis; ii)
conquista de um poder cada vez mais global, sobre territórios e não existe a possibilidade de que as Grandes Potências possam
populações cada vez mais amplos e unificados, até o limite teórico praticar, de forma permanente, uma política só voltada para a pre-
da monopolização absoluta e da constituição de um império políti- servação do status quo, isto é, elas serão sempre expansionistas,
co e econômico que teria uma abrangência mundial. mesmo quando já tenham conquistado e se mantenham no topo
Mas, essa tendência à centralização e à monopolização do poder das hierarquias de poder e riqueza do sistema mundial; iii) por isto,
e da riqueza, que nasce da competição dentro do sistema mundial o líder ou hegemon, é sempre desestabilizador da sua própria si-
nunca se realizou plenamente, nestes últimos 500 anos. E não se tuação hegemônica, porque, “quem não sobe, permanentemente,
realizou, porque as mesmas forças que atuam na direção do poder cai”, dentro deste sistema mundial; e, finalmente, iv) não existe a
global, atuam, também, na direção do fortalecimento do poder e menor possibilidade de que a liderança da expansão econômica
dos capitais nacionais. Para ser mais preciso: a vitória e a consti- do capitalismo, saia - alguma vez - das mãos dos “estados-
tuição de um império mundial seria a vitória de algum estado naci- economias nacionais” expansivos e conquistadores.
onal específico. Daquele que tivesse sido capaz de monopolizar o
poder, até o limite do desaparecimento dos seus competidores. O PODER GLOBAL DOS ESTADOS UNIDOS
Mas ao mesmo tempo, sem o prosseguimento da competição, o EXPANSÃO, HEGEMONIA E PROJETO IMPERIAL
estado ganhador não teria como seguir aumentando o seu próprio Os Estados Unidos foram o primeiro estado nacional que se formou fo-
poder, como no caso da competição intercapitalista. E, nesse sen- ra da Europa. Mas sua conquista e colonização foi uma obra do expansio-
tido, se pode concluir que a vitória hipotética de um único “estado- nismo europeu, assim como sua guerra de independência foi uma “guerra
economia nacional” significaria, ao mesmo tempo, a destruição do europeia”. E seu nascimento foi – ao mesmo tempo – o primeiro passo do
mecanismo de acumulação de poder e riqueza que mantém o sis- processo de universalização do sistema político interestatal, inventado
tema mundial em estado de expansão desordenada, desequilibra- pelos europeus, e que só se completaria, no final do século XX. Além
da e contínua. disso, depois da independência das 13 Colônias, em 1776, os Estados
Essa contradição do sistema mundial, impediu o nascimento de Unidos se expandiram de forma contínua, como aconteceu com todos os
um império global, mas não impediu a oligopolização precoce do estados nacionais que já se haviam transformado em Grandes Potências, e
controle do poder e da propriedade da riqueza, nas mãos de um em Impérios Coloniais.
pequeno grupo de estados que se transformaram nas Grandes
Potências, com capacidade de imposição da sua soberania e do Pelo caminho das guerras ou dos mercados, os Estados Unidos ane-
seu poder muito além de suas fronteiras nacionais. Uma espécie xaram a Flórida em 1819, o Texas em 1835, o Oregon em 1846, e o Novo
de núcleo central do sistema, que nunca teve mais do que seis ou México e a Califórnia em 1848. E no início do século XIX, o governo dos
sete “sócios”, todos eles europeus, até o início do século XX, Estados Unidos já havia ordenado duas “expedições punitivas”, de tipo
quando os Estados Unidos e o Japão ingressaram no “círculo go- colonial, no norte da África, onde seus navios bombardearam as cidades
vernante” do mundo. Além disto, estes estados sempre colocaram de Tripoli e Argel, em 1801 e 1815. Por outro lado, em 1784, um ano
barreiras à entrada de novos “sócios” e, apesar de suas relações apenas depois da assinatura do Tratado de Paz com a Grã Bretanha, já
competitivas e bélicas, sempre mantiveram entre si relações com- chegavam aos portos asiáticos os primeiros navios comerciais norte-
plementares. americanos, e meio século depois, os Estados Unidos, ao lado das Gran-
Os estados e seus capitais nacionais nem sempre andaram juntos des Potencias econômicas europeias, já assinavam ou impunham Tratados
nas suas competições econômicas e político-militares, mas na ho- Comerciais, à China, em 1844, e ao Japão, em 1854. Por fim, na própria
ra da escassez de recursos essenciais aos estados e aos capitais América, quatro décadas depois da sua independência, os Estados Unidos
privados, sua aliança nacional se estreitou até o limite do enfren- já se consideravam com direito à hegemonia exclusiva em todo continente,
tamento conjunto das guerras. Por sua vez, também entre os es- e executaram sua Doutrina Monroe intervindo em Santo Domingo, em
tados e os capitais nacionais competidores, houve sempre convi- 1861, no México, em 1867, na Venezuela, em 1887, e no Brasil, em 1893.
vência, complementaridade e até alianças e fusões, ao lado da E, finalmente, declararam e venceram a guerra com a Espanha, em 1898,
competição, dos conflitos e das guerras. Às vezes predominou o conquistando Cuba, Guam, Porto Rico e Filipinas, para logo depois intervir
conflito, às vezes a complementaridade, mas foi esta “dialética” no Haiti, em 1902, no Panamá, em 1903, na República Dominicana, em
que permitiu a existência de períodos mais ou menos prolongados 1905, em Cuba, em 1906, e, de novo, no Haiti, em 1912. Por fim, entre
de paz e crescimento econômico convergente entre as Grandes 1900 e 1914, o governo norte-americano decidiu assumir plenamente o
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protetorado militar e financeiro da República Dominicana, do Haiti, da na Conferência de Bretton Woods. Desse ponto de vista, a “crise do dólar”,
Nicarágua, do Panamá e de Cuba, e confirmou a situação do Caribe e da no início dos anos 70, não foi um acidente nem foi uma derrota, foi o resul-
América Central como sua “zona de influência” imediata e incontestável. tado de um período de sucesso econômico e foi também uma mudança
planejada da estratégica econômica internacional dos Estados Unidos, feita
Na 1ª. Guerra Mundial, os Estados Unidos tiveram uma participação com o objetivo de manter a autonomia da política econômica e preservar a
decisiva para a vitória da Grã Bretanha e da França, na Europa, e nas liderança mundial da economia norte-americana . Da mesma forma, se
decisões da Conferência de Paz de Versailles, em 1917. Mas foi só depois pode dizer que o fortalecimento tecnológico da União Soviética, no campo
da 2ª. Grande Guerra que os norte-americanos ocuparam o lugar da Grã militar e espacial, que assustou os Estados Unidos na década de 70,
Bretanha dentro do sistema mundial, impondo sua hegemonia na Europa e também foi uma consequência inevitável da estratégia americana de
na Ásia, e um pouco mais a frente, no Oriente Médio, depois da Crise de contenção e de pressão militar e tecnológica contínua sobre a União Sovié-
Suez, em 1956. Foi neste período de reconstrução da Europa, da Ásia e do tica, que serviu, ao mesmo tempo, para justificar os massivos investimen-
próprio sistema político e econômico mundial, que os Estados Unidos tos tecnológico-militares dos Estados Unidos.
lideraram - até a década de 70 - uma experiência sem precedentes de
“governança mundial” baseada em “regimes internacionais” e “instituições Por último, a chamada “insubordinação da periferia”, que é incluída
multilaterais”, tuteladas pelos norte-americanos. A engenharia deste novo como parte da “crise dos 70”, foi ao mesmo tempo, pelo menos em parte,
sistema apoiou-se na bipolarização geopolítica do mundo, com a União uma grande vitória geopolítica dos Estados Unidos, que apoiaram o pro-
Soviética, e numa relação privilegiada dos Estados Unidos com a Grã cesso da descolonização da África e da Ásia, ao lado da União Soviética.
Bretanha, e com os “povos de língua inglesa”. Mas além disto, tiveram No final da 2ª. Guerra, existia cerca de 60 estados nacionais, e no momen-
papel decisivo no funcionamento dessa nova “ordem regulada”: a unifica- to em que terminou a Guerra Fria, já havia cerca de 200 estados nacionais
ção europeia, sob proteção militar da OTAN, e a articulação econômica – independentes, em todo o mundo. E foi exatamente no período da “ordem
original e virtuosa - dos Estados Unidos com o Japão e a Alemanha, que regulada”, ou da “hegemonia benevolente” dos Estados Unidos, que o
foram transformados em “protetorados militares” norte-americanos e em sistema “interestatal” se universalizou, criando uma nova realidade e um
líderes regionais do processo de acumulação capitalista, na Europa e no desafio à “governança mundial”, que começou a se manifestar de forma
Sudeste Asiático. mais aguda, na década de 60, durante a descolonização africana.
Esse período de reconstrução do sistema mundial, e de “hegemonia De vários pontos de vista, portanto, se pode dizer que no final da dé-
benevolente” dos Estados Unidos, durou até a década 70, quando os cada de 60, já havia se esgotado o espaço e o tempo da parceria virtuosa
Estados Unidos perderam a Guerra do Vietnã e abandonaram o regime e da “hegemonia benevolente” dos Estados Unidos. Ela foi atropelada pelo
monetário e financeiro internacional, criado sob sua liderança, na Confe- seu próprio sucesso e suas contradições, e foi modificada pelo poder de
rência de Bretton Woods, no final da 2ª. Guerra Mundial. Foi quando se auto-transformação do seu criador e hegemon, os Estados Unidos, que
falou de uma “crise de hegemonia”, e muitos pensaram que fosse o final “fugiu para frente” e redefiniu o seu projeto internacional, para manter sua
poder americano. Existe uma interpretação dominante, sobre esta “crise dianteira, na corrida pelo poder e pela riqueza, dentro do sistema mundial.
da hegemonia americana”, da década de 70, que realça, no campo geopo- Afinal, como disse Norbert Elias, neste sistema, “quem não sobe, cai”. E foi
lítico, as derrotas militares e os fracassos diplomáticos dos Estados Uni- com este objetivo que os Estados Unidos abandonaram o Sistema de
dos, no Vietnã - e seu “efeito dominó” no Laos e no Camboja - mas tam- Bretton Woods, recuperando sua liberdade de iniciativa monetária; e aban-
bém na África, na América Central, e no Oriente Médio, culminando com a donaram o Vietnã e se aproximaram da China, renegociando a sua posição
a revolução xiita e a “crise dos reféns”, no Irã, e a invasão soviética do expansionista no sudeste asiático, e devolvendo aos chineses os seus
Afeganistão, já no final da década, em 1979. Essa mesma interpretação antigos “estados tributários” da Conchinchina. Foi exatamente assim que
costuma destacar, pelo lado econômico, o fim do “padrão dólar”, a subida começou, em 1970, a grande transformação geopolítica do sistema mundi-
do preço do petróleo, a perda de competitividade da economia norte- al, que segue em pleno curso, no início do século XXI: num primeiro mo-
americana, e a primeira grande recessão econômica mundial, depois da 2ª. mento, a China e os Estados Unidos assumiram a reorganização conjunta
Grande Guerra. Uma sucessão de acontecimentos que teriam fragilizado e do tabuleiro geopolítico do sudeste asiático , sem que os norte-americanos
desafiado o poder americano, provocando uma avassaladora resposta abandonassem sua proteção militar do Japão, de Taiwan e da Coreia do
conservadora, na década de 80. Uma resposta que teria permitido a “reto- Sul. Mas depois, esta mesma mudança estratégica dos anos 70, acabou
mada da hegemonia”, e teria dado origem às principais transformações do abrindo as portas e refazendo o mapa econômico do mundo, com a cons-
sistema mundial, no fim século XX. Mas existe outra maneira - mais dialéti- trução do eixo entre a China e os Estados Unidos, que se transformou na
ca - de ler estes mesmos acontecimentos, a partir do processo da recons- locomotiva da economia mundial.
trução do sistema mundial, e do sucesso da hegemonia norte-americana,
depois do fim da 2ª. Guerra Mundial. Deste ponto vista, o renascimento Assim mesmo, não há duvida que a derrota no Vietnã teve um papel
competitivo da Alemanha e do Japão foi uma consequência necessária do importante no início da “revolução militar”, que mudou a concepção estra-
crescimento econômico capitalista da “era de ouro”, e da estratégia norte- tégica e logística da guerra, no fim do século XX. Depois da derrota, os
americana de articulação preferencial da sua economia com as economias Estados Unidos desenvolveram novos sistemas de informação, controle e
alemã e japonesa, induzida pela Guerra Fia, dentro da Comunidade Euro- comando dos campos de batalha; e investiram pesadamente na produção
peia, e pela Revolução Chinesa e as Guerras da Coreia e do Vietnã, no de novos vetores, bombas teledirigidas e equipamentos sob comando
Sudeste Asiático. Foi este mesmo sucesso econômico, e o consequente remoto. Uma nova tecnologia militar que foi experimentada na Guerra do
fortalecimento da Alemanha Ocidental que permitiu que o governo social- Golfo, em 1991, e que depois se transformou numa ferramenta importante
democrata de Willie Brandt tomasse a iniciativa de se aproximar da União do projeto imperial americano, dos anos 90. Da mesma forma que a “crise
Soviética, sem consultar aos Estados Unidos. Dando início à segunda do dólar”, a desregulação dos mercados teve um papel decisivo na “revolu-
movida geopolítica mais importante do início da década de 70, a Ostpolitik, ção financeira” dos anos 80/90, e no nascimento do novo sistema monetá-
que seria mantida e aprofundada, depois da reunificação da Alemanha, e rio “dólar-flexível”, que também se transformaram em ferramentas de poder
do reaparecimento da Rússia no tabuleiro geopolítico europeu. Por outro fundamentais para a “escalada americana”, nas décadas seguintes. Depois
lado, o aumento do peso econômico e da competitividade mundial da de 1991, com a eliminação da concorrência soviética e com a ampliação do
Europa e do Japão, junto com o aumento dos gastos expansionistas dos espaço desregulado da economia mundial, criou-se um novo tipo de “terri-
Estados Unidos no Vietnã, só poderiam acabar pressionando a paridade tório global”, submetido à senhoriagem do dólar, e à velocidade de inter-
do dólar em ouro, estabelecida em Bretton Woods. Depois de 1968, cres- venção das forças militares americanas. Foi o momento em que o sistema
ceu o déficit orçamentário americano, e os Estados Unidos começaram a mundial deixou para trás, definitivamente, a perspectiva de um modelo
apresentar déficits no seu balanço comercial, os primeiros desde a 2ª. “regulado” de “governança global”, e de “hegemonia benevolente”, e come-
Guerra Mundial. Por isso, antes do momento da ruptura final do “padrão çou a experimentar o novo projeto imperial americano que começou a ser
dólar”, em 1973, as autoridades monetárias americanas já vinham discutin- desenhado nos anos 70, e alcançou “velocidade cruzeiro” na década de
do o problema, e analisando as alternativas mais favoráveis aos interesses 90, no período em que a China ainda digeria a sua própria mudança de
dos Estados Unidos , incluindo as teses “desregulacionistas” que haviam estratégia econômica e geopolítica internacional.
sido defendidas, e derrotadas transitoriamente, pelos setores financeiros,
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O LIMITE DO IMPÉRIO Unidos. Suas intervenções militares não expandiram a democracia nem os
Depois da queda do Muro de Berlim, o bombardeio de Bagdá, em mercados livres; as guerras aéreas não foram suficientes, sem a conquista
1991, cumpriu um papel equivalente ao bombardeio atômico de Hiroshima territorial; e a conquista territorial militar não conseguiu dar conta da re-
e Nagasaki, em 1945: definiu o poder e a hierarquia do sistema mundial, construção nacional dos países derrotados. Com certeza, não se trata de
depois do fim da Guerra Fria. Mas, dessa vez, não houve um “acordo de uma “crise final” do poder americano, nem do apocalipse do sistema
paz”, nem havia outra potência com capacidade de negociar ou limitar o mundial, o que está acontecendo é que o projeto imperial dos Estados
poder unilateral dos Estados Unidos. Foi assim que, depois do fim da Unidos alcançou seu limite, dentro as regras do atual sistema mundial, e
União Soviética e da Guerra Fria, e no auge da globalização financeira, o não tem como avançar mais. Por duas razões fundamentais: em primeiro
mundo experimentou na década de 90, pela primeira vez na história, a lugar, parece impossível de sustentar um império global sem colônias, só
possibilidade real de um império global. Mas esta nova “situação imperial” com bases militares, e os Estados Unidos não tem disposição nacional de
ficou encoberta, num primeiro momento, pela comemoração coletiva da arcar com os custos de um sistema colonial; em segundo lugar, uma vez
vitória “ocidental”, e pela força da ideologia da globalização, com sua mais, o sucesso da estratégia “asiática” dos Estados Unidos, dos anos 70,
crença no fim da história, e das fronteiras nacionais, e das próprias guer- já gerou uma nova realidade que lhe escapa ao controle e, hoje, os Esta-
ras. Só no início do século XXI, em particular depois dos atentados de 11 dos Unidos não têm mais como frear a expansão econômica da China,
de setembro de 2001, é que o projeto imperial americano ficou mais trans- nem teriam mais como conceber um império mundial, que não contasse
parente. A despeito disto, olhando retrospectivamente, se pode ver que o pelo menos com uma parceira chinesa.
próprio período Clinton - que foi o auge da utopia globalitária - seguiu
depois de 1993, a mesma orientação estratégica que vinha sendo adotada Mas, neste momento, o quadro é bem mais complicado, porque o ato-
pelo governo Bush (pai), depois do fim da Guerra do Golfo, ambos con- lamento militar americano no Oriente Médio, e a velocidade gigantesca do
vencidos de que o novo século deveria ser um “século americano”. Durante expansionismo econômico chinês, estão provocando, em conjunto, uma
os oito anos, dos seus dois mandatos, a administração Clinton manteve um rápida fragmentação do sistema mundial, e a volta da luta pelas suprema-
forte ativismo militar, apesar de sua retórica a favor da “convivência e cias regionais. Ninguém mais acredita na possibilidade de uma “vitória
integração pacífica dos mercados nacionais”. Neste período, segundo definitiva” na “guerra global” ao terrorismo, na forma em que vem sendo
Andrew Bacevich, “os Estados Unidos fizeram 48 intervenções militares, conduzida pelos Estados Unidos, desde 2001. Nem acredita que se possa
muito mais do que em toda a Guerra Fria” . Depois de 2001, a nova admi- parar, interromper ou desacelerar a “asiatificação” da economia mundial. E
nistração Bush (filho) mudou a retórica da política externa americana e não existe, neste momento, mais nenhum projeto “ético”, ou ideologia
voltou a usar a linguagem militarista, defendendo o direito unilateral dos capaz de mobilizar a opinião pública mundial, legitimar as intervenções
Estados Unidos de fazer intervenções militares preventivas, em nome da americanas, ou agregar as principais potências. A utopia da globalização
sua “guerra global ao terrorismo”, declarada depois dos atentados do 11 de se converteu num lugar comum, e perdeu sua capacidade de convenci-
setembro. Mas mesmo nos seus momentos mais belicistas, a administra- mento, a social-democracia padece de anemia profunda e o nacionalismo
ção Bush não abandonou o discurso a favor do liberalismo econômico, está reaparecendo por todos os lados. E não existe, dentro dos Estados
nem as pressões concretas, para obter a abertura e desregulação de todos Unidos, neste momento, nenhuma alternativa política, suficientemente
os mercados nacionais. poderosa, com um projeto claro de mudança da sua atual estratégia inter-
nacional. Enquanto isso, estamos assistindo um retorno do sistema mundi-
Quando se olha a década e 90, do ponto de vista desse projeto impe- al à “geopolítica das nações” e à competição mercantilista entre as suas
rial, e do seu expansionismo militar, muito antes dos ataques terroristas, se economias nacionais, com repercussões em todos os os cantos do mun-
compreende melhor a rapidez e as intenções geopolíticas da ocupação do.
americana dos territórios fronteiriços da Rússia, que haviam estado sob
influência soviética, até 1991. O movimento de ocupação começou pelo A VOLTA DAS NAÇÕES
Báltico, atravessou a Europa Central, a Ucrânia e a Bielorússia, passou Resumindo: neste início do século XXI, a crise expansiva do império
pela “pacificação” dos Bálcãs; e chegou até a Ásia Central e ao Paquistão, americano está reacendendo a competição entre as nações e, em todos os
ampliando as fronteiras da OTAN, mesmo contra o voto dos europeus. Ao lados, o que se observa é uma diminuição da capacidade de intervenção
terminar a década, a distribuição geopolítica das novas bases militares unilateral dos Estados Unidos, com o aumento dos graus de incerteza e de
norte-americanas não deixa duvidas sobre a existência de um novo “cintu- liberdade de ação das velhas e novas potências, em cada um dos “tabulei-
rão sanitário”, separando a Alemanha da Rússia, e a Rússia da China, e ros regionais” do sistema mundial:
sobre a existência de um novo poder militar global, com o controle centrali- i) Começando pelo Oriente Médio, que se transformou no epicen-
zado de uma infra-estrutura mundial de poder, com mais de 700 bases ao tro da conjuntura internacional, e no principal símbolo das limita-
redor do mundo, com acordos de “apoio militar recíproco” com cerca de ções atuais do projeto imperial americano. O insucesso da inter-
130 países, com o controle soberano de todos oceanos, e com a capacida- venção militar, sobretudo depois do fim da Guerra do Iraque,
de de intervenção quase instantânea, em qualquer ponto do espaço aéreo desacreditou definitivamente o projeto do “Grande Médio Orien-
mundial. Da mesma forma, quando se olha para a década de 90, do ponto te”, da segunda administração Bush, que se propunha implantar
de vista do projeto americano de construção de um “império financeiro democracias e mercados livres, no território situado entre o Mar-
mundial”, também se compreende melhor a lógica expansiva da sua políti- rocos e o Paquistão. Mas além disto, corroeu a credibilidade
ca de desregulação, privatização e globalização financeira. No fim da das ameaças americanas de intervenção no Irã, na Coreia do
década de 90, o dólar havia se transformado na moeda do sistema mone- Norte ou em qualquer outro estado com alguma força militar e
tário internacional, sem ter o padrão de referência que não seja o próprio apoio internacional. Muito mais grave do que isto, entretanto, é a
poder americano, e o arbítrio do seu Banco Central, o FED. E os títulos da guerra civil que ameaça estilhaçar o território do Iraque e que
dívida pública dos Estados Unidos haviam se transformado na base do não tem perspectiva de conclusão. E o efeito paradoxal da ação
novo sistema monetário, atuando como reserva e ativo financeiro, de norte-americana, que provocou uma reviravolta na correlação de
quase todos os governos do mundo. poder regional, ao fortalecer o eixo de poder xiita, liderado pelo
Irã, que se transformou no grande desafiante da hegemonia
Mas logo depois, no início do século XXI, esse projeto imperial come- norte-americana no Oriente Médio. Com o aumento do poder
çou a apresentar algumas dificuldades, apesar de sua estrutura de poder dos xiitas na região, o Irã exerce hoje uma influência, cada vez
global. Depois de vencer a Guerra do Afeganistão, os Estados Unidos maior, no próprio Iraque, no Líbano, na Palestina, e dentro de
lideraram e venceram a Guerra do Iraque, em 2003, conquistando Bagdá, todos os grupos islâmicos mais resistentes ao poder de Israel e
destruindo as forças militares iraquianas e destituindo o presidente Sad- dos Estados Unidos, dentro da região. Este aumento da influên-
dam Hussein. Após suas duas vitórias, entretanto, as forças norte- cia iraniana acirrou a competição regional, com Israel, mas tam-
americanas não conseguiram reconstruir os dois países, nem conseguiram bém com o Egito, Arábia Saudita, Jordânia, e pode ter desdo-
definir com precisão seus objetivos de longo prazo, depois da constituição bramentos muito complicados, se desencadear uma corrida
de governos locais tutelados. Mas estes foram apenas os dois últimos atômica na região. Os Estados Unidos seguirão tendo grande in-
episódios, de uma experiência política e militar imperial que não tem sido fluência no Oriente Médio, mas perderam sua posição arbitral, e
bem sucedida, do ponto de vista dos objetivos imediatos dos Estados daqui para frente terão que conviver com a presença ativa da
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Rússia, da China e de outros países com interesses nos recur- americano da ALCA, na reunião de Punta del Este, em 2005.
sos energéticos do Oriente Médio. E, sobretudo, com o desafio e Tudo isto, ao mesmo tempo em que se expandia o MERCOSUL,
a competição hegemônica com o Irã, dentro da própria região. se formava a Comunidade Sul-Americana de Nações e a ALBA,
ii) Na Europa, a situação é menos conflitiva, mas é indisfarçável o e ressurgia no continente a proposta de construção de um “soci-
aumento da resistência ao unilateralismo norte-americano, e ao alismo do século XXI”, esquecida desde a derrota de Salvador
poder militar da OTAN. Aumentou o tamanho da União Europeia Allende, em 1973.
e a extensão da OTAN, mas a Europa vive, neste momento, iv) Durante a década de 90, generalizou-se a convicção de que a
uma situação de paralisia estratégica e decisória. E seu principal África seria um continente “inviável” e marginal dentro do pro-
problema está cada vez mais visível: a União Europeia não dis- cesso vitorioso da globalização econômica. Tratava-se de um
põe de um poder central unificado e homogêneo, capaz de defi- continente que não interessaria às Grandes Potências, nem às
nir e impor objetivos e prioridades estratégicas, ao conjunto dos suas corporações e bancos privados. Mas a África não é tão
estados associados. Pelo contrário, está cada vez mais dividida simples nem homogênea, com seus 53 estados, 5 grandes regi-
entre os projetos europeus de seus membros mais importantes, ões, e seus quase 800 milhões de habitantes. Um mosaico gi-
a França, a Grã Bretanha e a Alemanha. Uma divergência que gantesco e fragmentado de estados, onde não existe um verda-
não esconde a competição secular entre estes três países, que deiro sistema estatal competitivo, nem tampouco se pode falar
ficou adormecida depois da 2ª. Guerra Mundial, mas reapare- de uma economia regional integrada De fato, o atual sistema es-
ceu depois do fim da Guerra Fria, com a reunificação da Ale- tatal africano foi criado pelas potências coloniais europeias e só
manha, e o ressurgimento da Rússia. É indisfarçável o temor se manteve “integrado”, até 1991, graças à Guerra Fria e à sua
atual da França e da Grã Bretanha, frente ao fortalecimento da disputa bi-polar, que atingiu a África Setentrional, depois da cri-
Alemanha, no centro da Europa. E não há dúvida que a reunifi- se do Canal de Suez em 1956; e a África Central, depois do iní-
cação da Alemanha, e o reaparecimento da velha Rússia, no cio da luta pela independência do Congo, na década de 60; e fi-
cenário europeu, atingiram fortemente o processo da unificação nalmente, a África Austral, depois da independência de Angola
europeia. A Alemanha fortaleceu sua posição como a maior po- e Moçambique, em 1975. Depois da Guerra Fria, e depois do
tência demográfica e econômica do continente, e passou a ter fracasso da “intervenção humanitária” dos Estados Unidos, na
uma política externa mais autônoma, centrada nos seus próprios Somália, em 1993, o presidente Clinton visitou o continente afri-
interesses nacionais. Depois da sua reunificação, a Alemanha cano, em 1998, e definiu a estratégia americana – de “baixo te-
vem aprofundando a sua Ostpolitik dos anos 60, e vem promo- or” - para o continente negro: paz e crescimento econômico,
vendo uma forte expansão econômico-financeira, na direção da através dos mercados, da globalização e da democracia. Pou-
Europa Central e da Rússia. Uma estratégia que recolocou a cos anos depois, durante o primeiro governo republicano de Ge-
Alemanha no epicentro da luta pela hegemonia dentro de toda a orge Bush (filho), os Estados Unidos participaram de várias ne-
Europa, e dentro da própria União Europeia, ofuscando o papel gociações e forças de paz, e se envolveram no controle dos
da França e desafiando o “americanismo” da Grã Bretanha. Não processos eleitorais das novas democracias, da Libéria, da Ser-
é impossível uma aliança estratégica da Alemanha com a Rús- ra Leoa, do Congo, do Burundi e do Sudão. Mas de fato, a preo-
sia, que é a maior fornecedora de energia da Alemanha e de to- cupação dos Estados Unidos com a África se restringe hoje,
da a Europa, além de ser a segunda maior potência atômica do quase exclusivamente, à disputa das regiões petrolíferas e ao
mundo. Mas, se esta aliança existir, afetará radicalmente o futu- controle e repressão das forças islâmicas e dos grupos terroris-
ro da União Europeia e de suas relações com os Estados Uni- tas do Chifre da África. Nesse sentido, apesar dos gestos de
dos, e não é improvável que traga de volta a competição geopo- boa vontade, tudo indica que a velha Europa não tem mais “fô-
lítica dos estados europeus que foram os fundadores do atual lego”, e os Estados Unidos não tem mais “capacidade instala-
sistema mundial. da”, para cuidarem do projeto de “renascimento africano”, pro-
iii) Na América Latina, o cenário é um pouco diferente, porque até posto pelo presidente Mandela, na década de 90. Assim, não é
hoje, a América foi o único continente do sistema mundial, onde improvável que, neste vácuo, acabe surgindo uma luta hegemô-
nunca existiu uma disputa hegemônica entre os seus próprios nica local, ou que a nova presença econômica massiva da China
estados nacionais. Primeiro, ela foi colônia, e em seguida, “fron- e da Índia acabe se transformando num fator político importante,
teira de expansão” ou “periferia” da economia europeia, mas de- dentro da região.
pois da sua independência, esteve sempre sob a égide anglo- v) Por fim, no leste asiático, o sistema regional de estados e eco-
saxônica: da Grã Bretanha, até o fim do século XIX, e dos Esta- nomias nacionais, lembra, cada vez mais, o velho modelo euro-
dos Unidos, até o início do século XXI. Por outro lado, nestes peu de acumulação de poder e riqueza, que está na origem do
quase dois séculos de vida independente, as lutas políticas e atual sistema mundial. É a região de maior dinamismo econômi-
territoriais abaixo do Rio Grande, nunca atingiram a intensidade, co, dentro do sistema mundial, e, ao mesmo tempo, é onde está
nem tiveram os mesmos efeitos que na Europa. E tampouco se em curso a competição mais intensa e explícita, pela hegemonia
formou na América Latina um sistema integrado e competitivo, regional. Envolvendo suas velhas potências imperiais, a China,
de estados e economias nacionais, como viria a ocorrer na Ásia, o Japão e a Coreia, mas também a Rússia, e os Estados Uni-
depois da sua descolonização. Como consequência, os estados dos. Até os anos 30, o Japão foi o aliado principal da Grã Breta-
latino-americanos nunca ocuparam posição importante nas nha na região, e depois, também, dos Estados Unidos até a in-
grandes disputas geopolíticas do sistema mundial, e funcionou vasão japonesa da China, em 1938. Durante a 2ª. Guerra Mun-
durante todo o século XIX, como uma espécie de laboratório de dial, os Estados Unidos se opuseram à invasão japonesa e se
experimentação do “imperialismo de livre comércio”. Depois da aproximaram da China, patrocinando sua participação na reuni-
2ª. Guerra Mundial, e durante a Guerra Fria, os governos sul- ão tripartite de Moscou, em que foi convocada a Conferência de
americanos se alinharam ao lado dos Estados Unidos, com ex- São Francisco, e depois patrocinaram a inclusão da China no
ceção de Cuba, e depois da Guerra Fria, durante a década de Conselho de Segurança das Nações Unidas. Com o começo da
1990, a maioria dos governos da região aderiram às políticas e Guerra Fria, e com a vitória da Revolução Chinesa, seguida pe-
reformas neoliberais, preconizadas pelos Estados Unidos. Mas las Guerras da Coreia e do Vietnã, o Japão foi “reabilitado” e foi
agora, no início do século XXI, a América do Sul, em particular, transformado em “protetorado militar” dos Estados Unidos, com
está vivendo uma grande mudança, com uma virada à esquerda uma posição econômica muito importante, dentro da hegemonia
da maioria dos seus governos que são críticos das políticas neo- americana no sudeste asiático. Mas, a partir da década de 70, a
liberais e do “imperialismo norte-americano”. Neste sentido, é mudança da estratégia internacional dos Estados Unidos e sua
inegável que está em curso uma mudança no relacionamento da reaproximação da China, alteraram essa arquitetura regional
América do Sul, com os Estados Unidos. Sobretudo, depois da montada depois da 2ª. Grande Guerra. Na nova configuração,
moratória bem sucedida da Argentina, em 2001, do fracasso do fortaleceu-se a posição chinesa, aumentando sua competição
golpe de estado na Venezuela, que contou com a simpatia nor- regional com o Japão, que foi agravada, recentemente, com a
te-americana, em 2002, e da rejeição do projeto norte- primeira experiência nuclear da Coreia do Norte. No início do
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século XXI, o envolvimento dos Estados Unidos com o Oriente população mundial e vêm crescendo, nas duas últimas décadas, a uma
Médio, e com sua “guerra global” ao terrorismo, diminuiu sensi- taxa média entre 6% e 10% ao ano. Por isso mesmo, ao fazer seu Mapa do
velmente sua capacidade de intervenção direta nos assuntos do Futuro Global, em 2005, o Conselho de Inteligência Nacional dos Estados
leste asiático. E está cada vez mais claro que se aumentar o dis- Unidos previu que se forem mantidas as atuais taxas de crescimento das
tanciamento americano da região, haverá um rápido rearma- duas economias nacionais, a China deverá aumentar em 150% o seu
mento japonês, com forte conotação nacionalista. Mais do que consumo energético e a Índia em 100%, até 2020. Mas nenhum dos dois
isto, se a Coreia do Norte não interromper suas experiências países tem condições de atender suas necessidades através do aumento
atômicas, o mais provável é que o Japão venha a ter o seu pró- da produção doméstica, de petróleo ou de gás. A China já foi exportadora
prio arsenal atômico. Um quadro que pode complicar-se ainda de petróleo, mas hoje é o segundo maior importador de óleo do mundo. E
mais, se a Índia for obrigado a envolver-se nesta disputa hege- essas importações atendem apenas um terço de suas necessidades inter-
mônica, por sua própria decisão, ou por conta de uma aliança nas. No caso da Índia, sua dependência do fornecimento externo de petró-
estratégica com os Estados Unidos. leo é ainda maior: nestes últimos quinze anos essa dependência aumentou
de 70% para 85% do seu consumo interno. Para complicar ainda mais o
De qualquer maneira, a grande novidade geopolítica da região e a quadro da competição econômica e geopolítica na Ásia, o Japão e a Coreia
grande incógnita sobre seu futuro, está ligada à nova expansão global da também dependem de suas importações de petróleo e de gás, para sus-
China. Até o momento, ela tem se mantido fiel ao modelo original da tentar suas econômicas domésticas. Esta situação de carência coletiva e
expansão chinesa, do século XV, que foi basicamente diplomática e mer- competitiva é que explica a aproximação recente, de todos estes países
cantil, à diferença da expansão bélica e mercantil - e depois capitalista - asiáticos, do Irã, a despeito da forte oposição dos Estados Unidos. E
dos europeus. Do ponto de vista geopolítico, o mais provável é que a explica também a ofensiva diplomática e econômica da China e da Índia,
China se restrinja à luta pela hegemonia no sudeste asiático, e à sua na Ásia Central, na África e na América Latina, como também, no Vietnã e
região próxima do Pacífico. Mas se a China seguir os caminhos de todas na Rússia. Além da participação conjunta da China e da Índia, na disputa
as Grandes Potências deste sistema mundial, em algum momento, terá com os Estados Unidos e com a Rússia, pelo petróleo do Mar Cáspio, e
que combinar sua expansão econômica, com uma expansão político-militar pelos seus oleodutos alternativos de escoamento. A estratégia de competi-
global. E, neste caso, enfrentará a resistência e o poder anglo-americano. ção e expansão é seguida, também, pelas grandes corporações privadas
Mas não está excluída a possibilidade de que se repita o que já ocorreu, no chinesas e indianas, que já saíram de sua zona tradicional de atuação, e
século XVII, com a fusão dos interesses econômicos anglo-holandeses, e hoje operam no Irã, na Rússia e até nos Estados Unidos. Com impactos
no século XX, com a fusão dos interesses anglo-americanos. A grande militares quase imediatos, como diagnostica o “Instituto Internacional de
novidade, entretanto, é que já não se trataria de uma relação de competi- Estudos Estratégicos”, de Londres, que atribui a essa disputa energética, a
ção, guerra e fusão entre europeus ou descendentes de europeus, se recente reestruturação da marinha militar da China e da Índia, e sua pre-
trataria de um retorno às relações e à competição que esteve no ponto de sença cada vez maior no Mar da Índia, e no Oriente Médio.
partida do sistema, uma espécie de “ajuste de contas”, entre os asiáticos e
os europeus e seus descentes. Na outra ponta, deste novo eixo dinâmico da economia mundial, estão
os Estados Unidos, que continuam sendo os maiores consumidores de
UMA NOVA GEOMETRIA ECONÔMICA energia do mundo e que, além disto, estão empenhados em diversificar
No final dos anos 90, a economia mundial perdeu fôlego, anunciando suas fontes de fornecimento para diminuir sua dependência em relação
uma desaceleração cíclica, para a primeira década do século XXI. Depois aos países do Oriente Médio. Hoje a Arábia Saudita só atende a 16% da
de 2001, entretanto, houve uma reversão das expectativas, e a economia demanda interna dos Estados Unidos, que já conseguiram deslocar a
retomou o seu crescimento de forma generalizada e contínua, com baixa maior parte do seu fornecimento de energia para dentro de sua zona
inflação e sem maiores desequilíbrios nos balanços de pagamento. Mas imediata de segurança estratégica, situada no México e no Canadá, segui-
não existe uma explicação consensual para o que passou em 2001, apesar dos pela Venezuela que é seu quarto principal fornecedor de petróleo.
de que muitos analistas atribuam o novo ciclo, ao impulso da política Além disto, os Estados Unidos vêm trabalhando ativamente para obter um
econômica “hiper-ativa” do governo americano, depois dos atentados de 11 acordo estratégico de longo prazo com a Rússia e têm avançado de forma
de setembro. Assim mesmo, chama atenção a coincidência temporal desta agressiva e competitiva sobre os novos territórios petrolíferos situados na
retomada econômica, com o retorno da “geopolítica das nações”, e com o África Sub-Sahariana, na Ásia Central, na região do Mar Cáspio. Portanto,
aumento da competição entre os estados e as economias nacionais. E os Estados Unidos estão disputando com a China, com a Índia, todos os
dentro desta perspectiva, o papel decisivo para a reversão econômica de territórios com excedentes energéticos atuais ou potenciais. E esta compe-
2001, que cumpriu a política econômica e monetária da China, praticada tição está se transformando num novo triângulo econômico, complementar
depois da crise financeira asiática de 1997, quando os chineses assimila- e competitivo, a um só tempo, que está cumprindo uma função organizado-
ram as perdas necessárias à manutenção da estabilidade da sua moeda, e ra e dinamizadora de várias regiões e economias nacionais, através de
aceleraram seu gasto publico para manter o dinamismo de seu mercado todo o mundo, incluindo a América do Sul e a África.
interno liderando a retomada quase imediata da economia regional. Já
dissemos, no início deste trabalho, que essa convergência entre a geopolí- Estados Unidos, China e América do Sul
tica e a acumulação do capital, não é permanente, nem é universal. Há No caso da América do Sul, também ocorreu uma reversão das expec-
momentos históricos, e setores econômicos, em que seu distanciamento é tativas econômicas pessimistas, no início do século XXI. Prognosticava-se
maior, e outros em que a convergência é muito grande. Mas não há dúvida um período de “vacas magras”, com crescimento baixo e desequilíbrios
que a geopolítica e a economia andam quase juntas, quando se trata da externos, sobretudo depois das crises da Argentina, e da Venezuela, em
competição e da luta por recursos naturais escassos e estratégicos, tanto 2001 e 2003. Mas depois de 2002, houve uma retomada do crescimento,
para os estados como para os capitais privados. E neste campo, a disputa em todos os países do continente, liderado – paradoxalmente – pelas
mais violenta sempre se deu em torno do controle e monopolização das economias da Argentina e da Venezuela, que superaram a crise e já alcan-
fontes energéticas indispensáveis ao funcionamento econômico do sistema çaram seus níveis de atividade anteriores à própria crise, crescendo a
mundial, e de todas as suas economias nacionais, em particular a das suas taxas médias, entre 7 e 9%, nestes últimos quatro anos, enquanto o resto
Grandes Potências. do continente está crescendo a taxas médias que variam entre 3,5% e
5,5,%, com a exceção mais notável do Brasil, que vem crescendo há mais
Estados Unidos, China e Índia. de duas décadas, a uma taxa média aproximada de apenas 2,5%. Como
Como agora, de novo, a grande competição econômica, e a grande em outros momentos da economia internacional, agora de novo, as eco-
disputa geopolítica está se dando em torno dos territórios e das regiões nomias exportadoras sul-americanas estão acompanhando o ciclo expan-
que dispõem dos excedentes energéticos para mover a nova “locomotiva” sivo da economia mundial, liderado pelos Estados Unidos e a China. Mas
do crescimento mundial, puxada pelos Estados Unidos e a China, com existe uma grande novidade, neste novo ciclo de crescimento sul-
efeitos imediatos sobre a Índia. Basta olhar para as duas pontas deste americano: o peso decisivo das exportações, importações e investimentos
novo eixo – Ásia e EUA - e para suas necessidades energéticas atuais e asiáticos no continente, em particular da China, que tem sido a grande
futuras, para visualizar o mapa das disputas e das suas sinergias positivas, responsável pelo aumento das exportações sul-americanas, de minérios,
através do mundo. Em conjunto, a China e a Índia detêm um terço da energia e grãos. E, ao mesmo tempo, suas exportações para a América
Ciências Humanas e suas Tecnologias 138 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Latina aumentaram 52%, em 2006, enquanto as dos Estados Unidos só timento e 80.000 trabalhadores chineses. Um verdadeiro “desembarque
aumentaram 20%. Só para o Brasil, as vendas chinesas cresceram 53%, econômico”, liderado por empresas estatais que vem sendo seguidas,
enquanto as exportações brasileiras para a China cresciam um 32% no ainda que em menor escala, pelo governo e pelos capitais privados india-
mesmo ano. Em 2006, o Brasil já importou mais da Ásia do que de seus nos que estão fazendo um movimento análogo de investimento massivo, e
parceiros tradicionais, os Estados Unidos e a Europa, e a China já superou de aprofundamento das suas relações políticas, econômicas e culturais
o Brasil como maior fornecedor de produtos manufaturados, para os países com a África..
da América Latina. Só para que se tenha uma ideia da velocidade dessas
mudanças, basta dizer que em 1990, o Brasil fornecia 10% das importa- Deste ponto de vista, todos os sinais estão apontando na mesma dire-
ções de manufaturados do Chile, enquanto a China fornecia 1%, e 15 anos ção: a África Sub-Sahariana está se transformando na grande fronteira de
depois, o Brasil fornece 13% e a China já chegou a 12%. Mas, além do expansão econômica – e talvez, também, política e demográfica – da
comércio, a China está ocupando um papel cada vez mais importante, China e da Índia, nas primeiras décadas do século XXI. Nesse sentido,
dentro da região, como investidor, competindo com as fontes tradicionais está se formando um novo triângulo geoeconômico envolvendo a China, a
de capital de investimento na América do Sul. Índia e a África Negra. Mas não é provável que os Estados Unidos aban-
donem suas posições na região, sobretudo na luta pela sua “segurança
Agora, do ponto de vista interno da economia sul-americana, os novos energética”. Mas não há nada que impeça que a África possa se transfom-
preços internacionais dos minérios e da energia, têm fortalecido a capaci- rar também num espaço provolegiado de negociação e fusão entre os
dade fiscal dos estados produtores, e estão servindo para financiar alguns interesses econômicos asiáticos e norte-americanos.
projetos ambiciosos de integração física e energética, dentro do próprio
continente. Além disto, as vultuosas reservas em moeda forte, da Venezue- Em síntese: a mudança das relações econômicas entre a Ásia, a África
la, já lhe permitiram atuar, duas vezes, como “emprestador em última e a América Latina, lideradas pela China e pela Índia, é um fato de enorme
instância”, da Argentina e do Paraguai, criando um novo tipo de relaciona- importância no redesenho econômico do sistema mundial. Pela primeira
mento e integração absolutamente original, na história da América do Sul. vez, na história do sistema econômico mundial, as relações “Sul-Sul”
adquirem uma densidade material importante e expansiva, com capacidade
De todos os pontos de vista, portanto, a China vem cumprindo um pa- de gerar interesses concretos, no mundo do capital e do poder. Quase no
pel novo e fundamental na economia sul-americana. Os Estados Unidos mesmo espaço onde floresceram, no século XX , às ideologias terceiro-
seguem sendo a potência hegemônica na América do Sul, e não é provável mundistas, e o movimento dos países não alinhados”.
que os chineses se envolvam politicamente na região. Mas não há duvida
que esta “bonança” internacional, liderada pelos Estados Unidos e pela VÁRIAS GEOMETRIAS POLÍTICAS
China tem contribuído para o surgimento de um triângulo econômico novo, Na geopolítica das nações, não há lugar para alianças baseadas ape-
que deve contribuir para o aprofundamento das relações materiais e políti- nas em médias estatísticas, semelhanças sociológicas ou analogias histó-
cas Sul-Sul, e para uma maior autonomia da política externa da América do ricas. E as coincidências ideológicas só operam com eficácia, quando
Sul com relação aos seus centros tradicionais de poder econômico e coincidem com as necessidades dos países, do ponto de vista do seu
político. desenvolvimento e de sua segurança. Deste ponto de vista, a formação de
um espaço econômico unificado por grandes fluxos comerciais e financei-
China, Índia e África. ros, entre a China, a Índia, o Brasil e a África do Sul, é um fato novo e
No caso da África também ocorreu algo análogo. Na década de 90, muito importante, e pode vir a ser a base material de algumas parcerias
depois da Guerra Fria, e no auge da globalização financeira, o continente setoriais, e localizadas, entre todos ou alguns destes quatro países. Mas é
africano ficou praticamente à margem dos novos fluxos de comércio e de muito pouco provável que, este simples nexo econômico, sustente ou
investimento, reforçando a imagem muito difundida, de um continente justifique uma aliança estratégica entre eles, de tipo geopolítico, e de longo
inviável. Com “estados falidos”, “guerras civis”, “genocídios” e grandes prazo. Por isto, a construção de uma agenda comum, entre China, Índia,
epidemias, mas além disto, com apenas 1% do PIB mundial, 2% das Brasil e África do Sul, deve partir do reconhecimento das diferenças exis-
transações comerciais globais e menos de 2% do investimento direto tentes entre suas distintas inserções e interesses, dentro do sistema mun-
estrangeiro em todo o mundo. Assim mesmo, nas primeiras décadas da dial. São quatro países que ocupam posição de destaque, nas suas res-
independência, alguns dos novos estados africanos tiveram crescimento pectivas regiões, devido ao tamanho de seu território, de sua população, e
econômico equiparável ao dos estados desenvolvimentistas mais bem de sua economia. Mas esta semelhança esconde diferenças muito grandes
sucedidos da Ásia e da América Latina. Este sucesso inicial, entretanto, foi de interesses, de perspectivas estratégicas e de capacidade de implemen-
atropelado pela crise econômica dos anos 70, e pela mudança de rumo do tação autônoma de decisões, no campo internacional.
sistema econômico mundial. A partir dos 70/80, a economia africana expe-
rimentou um declínio contínuo, até alcançar os níveis muito baixos da i) China e Índia
década de 90. No longo prazo, entretanto, como na América Latina, a Ao contrário do Brasil e da África do Sul, a China e a Índia possuem
maioria das economias africanas depende das suas exportações de maté- civilizações milenares e um terço da população mundial. Mas mais impor-
rias primas e seu desempenho acompanha os ciclos da economia interna- tante do que isto, é o fato de que esses dois gigantes asiáticos possuem
cional. E é isto o que vem ocorrendo, uma vez mais. Desde o final da entre si 3.200 quilômetros de fronteira comum, e os fazem ter fronteira com
década de 90, pelo menos, está em curso uma nova mudança do panora- o Paquistão, com o Nepal, com o Butão e com Mianmá. Além disto, China
ma econômico africano, em particular na África Sub-Sahariana. O cresci- e Índia têm territórios em disputa, guerrearam entre si nas últimas décadas,
mento econômico médio, que era de 2,4% em 1990, passou para 4,5, %, e são potências atômicas. Dentro deste xadrez geopolítico, os indianos
entre 2000 e 2005, alcançando a taxa de 5,3% em 2006, com uma previ- consideram que as relações amistosas da China com o Paquistão, com
são de que chegue a 5,5% em 2007 e 2008. Desde a metade da década Bangladesh e com o Sikri Lanka, fazem parte de uma estratégia chinesa de
de 90, 16 países da região, onde vivem 35% da sua população, vêem “cerco” da Índia e de expansão chinesa no Sul da Ásia, a “zona de influên-
crescendo a taxas superiores a 5,5%, e alguns países produtores de cia” imediata dos indianos. Por sua vez, os chineses consideram que a
petróleo a taxas “exorbitantes”, como no caso, por exemplo, de Angola, aproximação recente entre os Estados Unidos e a Índia, e a sua nova
16,9%, Sudão, 11,8% e Mauritânia, 17,9%. parceira estratégica e atômica, fazem parte de uma estratégia de “cerco”
da China. Tudo isto, são fatos, expectativas e desdobramentos que carac-
Por trás dessa transformação africana, o que se esconde, uma vez terizam uma relação muito próxima de competição territorial e bélica, em
mais, como na América do Sul, é o enorme crescimento dos dois gigantes torno da supremacia no Sul e no Sudeste da Ásia, envolvendo Estados
asiáticos, a China e a Índia. A China e a Índia que consumiam 14 % das Unidos, China e Índia. Além disto, como já vimos, China e Índia também
exportações africanas, no ano 2000, hoje consomem 27%, o mesmo que a competem, neste momento, na Ásia Central, no Oriente Médio e na África,
Europa e os Estados Unidos. Enquanto que as exportações asiáticas para na luta para assegurar sua “segurança energética”. A China investe hoje
a África, vêm crescendo a 18% ao ano, e o mesmo está acontecendo com pesados recursos na modernização de suas forças armadas e dos seus
os investimentos diretos chineses e indianos, na África Negra, concentra- arsenais. Como no caso de sua frota submarina chinesa, movida, simulta-
dos em energia, minérios e infra-estrutura. Basta dizer que já existem no neamente, à energia diesel e à energia atômica, o que caracteriza uma
continente africano, mais de 800 companhias, com 900 projetos de inves- indiscutível preocupação de controle marítimo do Pacífico Sul. E o mesmo
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se pode dizer do recente desenvolvimento do novo sistema chinês de cautela, talvez devido ao seu próprio passado racista e belicista. Por outro
ataque e destruição de satélites - tecnologia que só tinham os Estados lado, desde o primeiro governo de Mandela, a África do Sul tem se propos-
Unidos e a Rússia - e que coloca a China em condições de destruir o nexo to cumprir um papel de “Cabo da Boa Esperança”, conectando os países
básico de controle da nova tecnologia de guerra norte-americana. Por outro da Ásia e América Latina, e tentando ocupar um lugar importante dentro
lado, não é segredo para ninguém que a China ocupa hoje um lugar central desta nova geometria econômica. Em 1997, assinou com a Índia, a “Decla-
dentro do planejamento estratégico dos Estados Unidos, ocupando a ração do Red Fort”, onde propõem uma ação conjunta de aproximação da
posição do adversário potencial necessário à organização e expansão do América Latina que contribui decisivamente para a criação, em 2003, do
poder americano. Afinal, a China teve um papel decisivo nas Guerras da Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (IBSA). Em 1998, o chance-
Coreia e do Vietnã, e apresenta quase todas as características das Gran- ler Alfred Nzo, confirmou estas prioridades diante do parlamento sul-
des Potências que se formaram dentro do sistema mundial, desde suas africano, e definiu como objetivo estratégico da África do Sul, estabelecer
origens europeias, no século XVI. Com a diferença, como já vimos, que até relações sólidas com os países chaves da conexão entre a Ásia, África e
agora, o expansionismo chinês, fora da Ásia, tem sido quase estritamente América Latina, para “fortalecer a voz do Sul nos foros internacionais”. A
diplomático e econômico. Mas dentro da Ásia, o projeto chinês é claramen- despeito disto, o volume e o ritmo de crescimento do PIB sul-africano, o
te hegemônico e competitivo, também do ponto de vista militar. tamanho de sua população e suas limitações militares, impedem que a
África do Sul tenha qualquer tipo de pretensão à supremacia fora da sua
A Índia, por outro lado, ainda não tem características de uma potência região imediata, na África Austral.
expansiva, e se comporta estrategicamente, como um estado que foi
obrigado a se armar para proteger e garantir sua segurança numa região No outro lado do Atlântico, a história regional e internacional do Brasil
de alta instabilidade, onde sustenta uma disputa territorial e uma competi- foi sempre mais tranquila e linear. O estado brasileiro nunca teve caracte-
ção atômica com o seu vizinho, o Paquistão. Mas assim mesmo, desenvol- rísticas expansivas, nem disputou jamais a hegemonia do seu próprio
ve e controla tecnologia militar de ponta, como no caso do seu sofisticado continente, com a Grã Bretanha ou com os Estados Unidos. Depois de
sistema balístico, e do seu próprio arsenal atômico, e possui um dos exér- 1850, o Brasil não enfrentou mais guerras civis ou ameaças de divisão
citos mais bem treinados de toda a Ásia. Assim mesmo, foi só depois da interna, e depois da Guerra do Paraguai, na década de 1860, o Brasil teve
sua derrota militar, para a China, em 1962, e da primeira explosão nuclear apenas uma participação pontual, na Itália, durante a 2ª. Guerra Mundial, e
chinesa, em 1964, logo antes da sua guerra com o Paquistão, em 1965, algumas participações posteriores nas “forças de paz” das Nações Unidos.
que a Índia abandonou o “idealismo prático” da política externa de Neruh, Sua relação com seus vizinhos da América do Sul, depois de 1870, foi
e adotou a realpolitik do primeiro ministro Bahadur Shastri, que autorizou o sempre pacífica e de pouca competitividade ou integração política e eco-
início do programa nuclear indiano, na década de 60. Foi quando mudou a nômica, e durante todo o século XX, sua posição dentro do continente, foi
política externa da Índia, e começou a ser montada a sua nova estratégia quase sempre a de sócio auxiliar da hegemonia continental dos Estados
atômica de defesa nacional, que atingiu sua maturidade, com as explo- Unidos. Depois da 2ª. Guerra Mundial, o Brasil não teve maior participação
sões nucleares, de 1998, e com o sucesso do míssil balístico indiano Agni na Guerra Fria, mas apesar do seu alinhamento com os Estados Unidos,
II, em 1999. Foi naquele momento, exatamente no auge da “utopia da começou uma política externa mais autônoma e global, a partir da década
globalização”, que a Índia assumiu plenamente a condição de potência de 60, quando se aproximou da Ásia e da África, e dos países socialistas,
nuclear, e passou a definir sua estratégia de inserção regional e internacio- se acercou do Movimento dos Países Não-Alinhados, e teve uma partici-
nal, com base na expansão do seu poder econômico e militar. Com esta pação ativa nas negociações para a criação da ALALC, da UNCTAD e do
nova perspectiva estratégica, a Índia luta hoje pelo acesso e controle de Grupo dos 77. Na década de 70, em particular no governo do General
recursos energéticos, na África e no Oriente Médio, mas também na Ásia Ernesto Geisel, o Brasil se propôs um projeto internacional de “potência
Central. Apesar de que, nesta região, a China tenha tomado a dianteira, e intermediária”, aprofundando sua estratégia econômica desenvolvimentista,
já lidere a Organização de Cooperação de Shangai, criada por sua iniciati- rompendo seu acordo militar com os Estados Unidos, ampliando suas
va, em 1996, junto com Rússia, Cazaquistão, Quirquistão, Tajiquistão e relações afro-asiáticas, e assinando um acordo atômico com a Alemanha.
Uzbequistão. Por outro lado, desde 2002, a Índia estabeleceu com o Mas sua crise econômica dos anos 80 e o fim do regime militar desativa-
Japão, uma “Parceria Global para o século XXI”, e vem estreitando suas ram este projeto, que foi completamente engavetando nos anos 90, quando
relações com a Rússia, em torno a questões energéticas e estratégicas, de o Brasil voltou a alinhar-se com os Estados Unidos e seu projeto de criação
mais longo prazo. da ALCA, um velho sonho norte-americano, desde o fim do século XIX.
Mais recentemente, entretanto, depois de 2002, a política externa brasileira
ii) Brasil e África do Sul mudou uma vez mais de rumo e definiu como suas novas prioridades, a
O Brasil e África do Sul, compartem com a China e a Índia, o fato de integração sul-americana, através do Mercosul e da Comunidade Sul-
serem os estados e as economias mais importantes de suas respectivas Americana de Nações, e uma relação mais estratégica com os países-
regiões, responsáveis por uma parte expressiva da população, do produto, chaves da África e da Ásia, em particular, a África do Sul, a Índia e a
e do comércio interno e externo da América do Sul e da África. Mas não China.
têm fronteiras entre si, não têm disputas territoriais com seus vizinhos, não O projeto da integração sulamericana remonta às ideias de Simon
enfrentam ameaças internas ou externas à sua segurança e não são Bolivar, na primeira metade do século XIX. Mas a construção do mercado
poderes militares relevantes, principalmente, depois que a África do Sul comum regional começou nos anos 60, com a criação da Associação
abandonou o seu programa nuclear, em 1991. A África do Sul viveu duas Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), e teve dois momentos
histórias importantes, depois de sua independência, e teve duas inserções decisivos, com a criação da Comunidade Andina, em 1969, e com a cria-
internacionais absolutamente diferentes, antes e depois do fim do ção do Mercosul, em 1991. Por fim, no dia 8 de dezembro de 2004, os
apartheid, e da eleição de Nelson Mandela, em 1994. Depois da 2ª. Guerra países do Pacto Andino e do Mercosul, assinaram a Declaração de Cuzco,
Mundial, e durante o período do apartheid, entre 1948 e 1991, a África do lançando as bases da Comunidade Sul-Americana de Nações. O Brasil
Sul enfrentou uma rebelião social e política interna quase permanente, foi vem incentivando, nos últimos anos, o aprofundamento deste projeto de
objeto do boicote da comunidade internacional e, na década de 80, travou integração, mas enfrenta algumas limitações importantes, porque o Brasil
uma guerra regional, com os países da Conferência de Coordenação para não é considerado - hoje - um “modelo de desenvolvimento” de sucesso a
o Desenvolvimento da África Austral (SADCC), também chamados de ser seguido pelo resto dos países do continente, como acontece com a
“Paises da Linha de Frente”. Mas depois do fim do apartheid e da eleição China e a Índia, no Sudeste e no Sul da Ásia. E, além disto, tem tido pouca
de Mandela, a questão da segurança interna e da inserção internacional da capacidade de atender às necessidades materiais dos seus vizinhos,
África do Sul mudaram radicalmente, em particular no caso da África Negra devido ao seu baixo crescimento econômico e sua baixa capacidade de
e dos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral investimentos públicos e privados. Mas, sobretudo, devido à baixa capaci-
(SADC), criada em 1990, reunindo os antigos inimigos, Botsuana, Maurício, dade de coordenação estratégica do estado brasileiro, depois da sua crise
Namíbia, Zimbábue e Tanzânia, além da própria África do Sul. Fora desta dos anos 80, e da sua desmontagem neoliberal, na década de 90.
“zona de influência” imediata, a África do Sul envolveu-se em quase todas
as ações e negociações de paz ocorridas dentro do continente negro, na iii) a rota da “boa esperança”
década de 90 e nos primeiros anos do século XXI, mas sem apresentar Como se pode ver, as diferenças dinâmicas entre China, Índia, Brasil e
nenhum traço expansivo, ou disposição para uma luta hegemônica dentro África do Sul são enormes. A China e a Índia, depois dos anos 90, se
da África. Pelo contrário, tem sido um país que se move com enorme projetaram dentro do sistema mundial como potências econômicas e
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militares, têm claras pretensões hegemônicas nas suas respectivas regi- depois de 2003, vem mantendo uma taxa próxima dos 8%. A China realiza
ões, e ocupam hoje uma posição geopolítica global absolutamente assimé- anualmente investimentos públicos e privados da ordem de 30% e até 40%
trica com relação ao Brasil e à África do Sul. Apesar disto, o Brasil, a do seu PIB, enquanto no Brasil o investimento não passa de 20% do PIB.
África do Sul e a Índia - e mesmo a China, ainda que seja por pouco Com relação à Índia, esta hoje ainda está numa situação semelhante a da
tempo mais – ainda ocupam a posição comum dos “países ascendentes”, China, no início da década de 80, e seu boom econômico ainda não atingiu
que sempre reivindicam mudanças nas regras de “gestão” do sistema a agricultura, onde vive cerca de 60% da população indiana, e que cresce
mundial, e na sua distribuição hierárquica e desigual do poder e da riqueza. a uma taxa de 3,9%, bem abaixo da média nacional de 8.4%, em 2005. E
Por isto, neste momento, compartilham uma agenda reformista com rela- as perspectivas para os próximos anos, são de que se mantenham estes
ção ao Sistema das Nações Unidas, e à formação do seu Conselho de diferenciais, com a Ásia crescendo à uma média 8% a 9% ao ano, e o
Segurança. Da mesma forma como compartem posições liberalizantes, na Brasil e África do Sul a uma taxa média entre 3% e 4%. Apesar de que no
Rodada de Doha, formando o G20, dentro da Organização Mundial do Brasil, nos últimos anos, tenha havido também uma pequena diminuição
Comércio. Nestas questões políticas e econômicas, entretanto, pode-se nos índices de desigualdade social, graças ao aumento do valor do seu
prever um afastamento progressivo da China, que já vem atuando, em salário, por cima das taxas de inflação, e graças também à suas políticas
vários momentos, com a postura de quem comparte, e não de quem ques- distribuitivistas do tipo assistencial ou emergencial.
tiona a atual configuração de poder mundial. Daqui para frente, seu com-
portamento será cada vez mais o de uma Grande Potência, como todas as Mas existe uma convergência muito importante entre estes países, a
que fazem, ou fizeram, parte do “círculo dirigente” do sistema mundial. E despeito das diferenças de suas estratégias econômicas, que é a priorida-
por isto, é de se esperar uma maior convergência de posições entre a de que vem sendo atribuída pelos seus atuais governos, à promoção da
Índia, a África do Sul e o Brasil, do que com a China. Mas mesmo com inclusão e da equidade social. E neste sentido, se pode dizer que existe
relação à Índia, as convergências políticas deverão ser tópicas, porque o uma agenda de preocupações sociais comuns, entre estes países, com o
Brasil e a África do Sul devem se manter fiéis ao “idealismo pragmático” de combate a fome e a pobreza, e com a garantia da segurança alimentar, da
suas atuais políticas externas. Nenhum dos dois demonstra vontade, nem saúde, do emprego, da educação, dos diretos humanos e de proteção ao
dispõe das ferramentas de poder e dos desafios indispensáveis ao exercí- meio ambiente. Uma vontade política que aparece de forma explícita na
cio da realpolitik, própria das Grandes Potências. Ambos, devem se manter Declaração de Brasília, de 2003, constitutiva do Grupo IPSA, e nos seus
na sua posição atual de porta-vozes pacíficos dos “injustiçados” de todo documentos de trabalho posteriores, onde a Índia, a África do Sul e o Brasil
mundo, e do “bom senso ético universal”. Do ponto de vista econômico, se propõem cooperar e promover, conjuntamente, ações eficazes de
entretanto, a nova geografia do comércio e dos investimentos dentro da combate a todo tipo de desigualdade, de defesa do meio ambiente, e de
região Sul-Sul deve aprofundar os nexos materiais entre estes quatro luta comum contra as grandes epidemias, do tipo da “gripe aviária” e do
países e suas regiões, e desta perspectiva, a África do Sul se transformará AIDS, entre outras que já ameaçam transformar-se em pandemias. Em
num novo Cabo da Boa Esperança, entre as “Índias” e a América: as duas todos estes campos, vem se consolidando uma agenda comum e uma
pontas do expansionismo europeu que deu origem ao atual sistema mun- vontade política de cooperação intergovernamental, no campo científico e
dial. tecnológico. E tem se ampliado o espaço de atuação das organizações não
governamentais, presentes neste quatro países.
UMA AGENDA SOCIAL CONVERGENTE
China, Índia, Brasil e África do Sul compartem sociedades com altos Saltando para uma perspectiva mais ampla, também é possível reco-
níveis de desigualdade na distribuição da renda, da riqueza e do acesso nhecer que, na virada do século XXI, a nova geopolítica das nações tem
aos direitos sociais básicos. Com graves problemas urbanos, de infra- trazido consigo uma grande mobilização social e política, a favor de trans-
estrutura, favelização e miséria, e com regiões rurais de baixa produtivida- formações sociais e igualitárias das sociedades mais afetadas pelas mu-
de, e com grandes contingentes de população sem atendimento de suas danças do sistema mundial. Como já vimos, o mundo viveu uma era de
necessidades básicas de saneamento, energia e alimentação. Mas, apesar euforia liberal depois de 1990, mas agora parece que está em curso uma
da luta comum dos países mais pobres, por uma melhor redistribuição do nova era de convergência entre os movimentos de autoproteção nacional
poder e da riqueza mundial, e apesar do apoio dos organismos internacio- que questionem o status quo internacional, e os movimentos sociais que
nais e da ajuda solidária eventual das Grandes Potências e dos organis- estão lutando contra a desigualdade, dentro de cada um destes países e
mos não governamentais, a resposta ao desafio da pobreza e da desigual- regiões. O fim do apartheid e a democratização da África do Sul foi um
dade, segue sendo uma responsabilidade de cada um dos estados nacio- momento emblemático dessa reversão, mesmo que depois de 1994, o
nais onde os “pobres do mundo estão “estocados”, e onde se geram e governo do presidente Mandela tenha mantido a mesma política econômi-
acumulam os recursos capazes de alterar a distribuição do poder e da ca do governo anterior, de corte ortodoxo e neoliberal. Numa perspectiva
riqueza entre os grupos sociais” . Neste sentido, o primeiro ponto da agen- de longo prazo, entretanto, a mudança na África do Sul representou o fim
da social comum da China, Índia, Brasil e África do Sul é a multiplicação do colonialismo europeu e o ápice da luta de libertação da África Negra.
dos empregos e da renda da população, e isto é rigorosamente inviável Por sua vez, depois de 2001, na América do Sul e no Brasil, os seus novos
sem um crescimento econômico acelerado, no caso destes quatro países. governos de esquerda estão se propondo reagir contra as políticas neolibe-
Só com a expansão do investimento público e privado, será possível au- rais e estão querendo realizar políticas mais igualitárias de transformação
mentar as taxas de crescimento econômico, e só com altas taxas de cres- social. E todos os estudos internacionais reconhecem que o crescimento
cimento é possível um controle social e uma política ousada de bloqueio do econômico da China e da Índia, como acabamos de ver, tem diminuído
processo de polarização da riqueza, que acompanha, inevitavelmente, o velozmente a miséria nestes dois países, mesmo quando as suas desi-
desenvolvimento capitalista, quando fica entregue às suas forças de mer- gualdades sociais ainda sejam muito grandes.
cado. Neste sentido, além do investimento público, são indispensáveis
políticas ativas de redistribuição da riqueza, através dos salários, mas, Este retorno da “questão social”, junto com a “questão nacional”, nos
sobretudo, através do fornecimento barato de alimentos de consumo anos recentes, relembra a tese clássica do economista austríaco, Karl
popular, e da oferta de equipamentos e serviços públicos universais de Polanyi, sobre as origens da “grande transformação” igualitária das socie-
saúde pública, educação, saneamento, energia, transportes e comunica- dades mais desenvolvidas, depois da 1ª. Guerra Mundial e da crise de 30.
ção. A única forma de superar as políticas assistenciais de tipo transitório, Segundo Polanyi, esta grande mudança da “civilização liberal”, que havia
transformando a distribuição e a inclusão sociais numa conquista perma- sido vitoriosa e incontestável no século XIX, aconteceu como consequên-
nente e estrutural das sociedades civis. cia de uma tendência de todas as economias e sociedades liberais, que
seriam movidas, simultaneamente, por duas forças contraditórias, de tipo
Deste ponto de vista, não há dúvida que existe hoje uma distância material e social. A primeira delas, seria “liberal-internacionalizante”, e
crescente entre os avanços sociais da China e da Índia, e também com empurraria as economias e sociedades nacionais na direção da globaliza-
relação ao Brasil e África do Sul, e esta diferença tem a ver com as taxas ção, da universalização dos mercados “auto-regulados” e da desigualdade
médias de crescimento de suas economias nas últimas décadas, e com o social. E a segunda, atuaria numa direção oposta, de “autoproteção das
grau de preocupação dos seus governos com a questão das desigualdades sociedades e das nações” contra os efeitos destrutivos dos mercados
sociais. A China cresce, há 27 anos, a uma taxa média de 9,6%, enquanto auto-regulados, que ele chamou de “moinhos satânicos”. No caso dos
o Brasil e a África do Sul, a uma taxa aproximada de 2,5%, e a Índia, só países europeus, sobretudo no século XX, estes dois movimentos de
Ciências Humanas e suas Tecnologias 141 A Opção Certa Para a Sua Realização
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autoproteção – nacional e social - convergiram sob a pressão externa das Se as empresas globalizadas não tem país-sede, o que ocorre quando
duas Grandes Guerras Mundiais, da crise econômica da década de 1930, e querem fazer um lobby?
depois, da própria Guerra Fria, criando um grande consenso social a favor A rigor, as empresas globalizadas preocupam-se muito mais com mar-
das políticas de crescimento econômico, pleno emprego e bem estar keting, o grosso de seus investimentos. Se em determinado país as condi-
social, consideradas heréticas até então, pelos liberais. Fora da Europa e ções de seu fornecedor se tornaram desfavoráveis - os juros aumentaram,
dos Estados Unidos, entretanto, este “duplo movimento” de autoproteção o que implica no aumento dos produtos -, a empresa globalizada procura
nacional e social, raramente aconteceu de forma convergente, pelo menos outro fornecedor em outro país. Ela não perderá tempo em fazer lobby
até o final do século XX, talvez porque estes países e regiões não tenham sobre determinado governo para que o crédito volte a ser competitivo.
enfrentado os desafios externos que acabaram solidarizando suas elites
com suas populações nacionais, até por uma razão de necessidade mútua. Por que dizem que a globalização gera desemprego?
Karl Polanyi não previu a “restauração liberal-conservadora” dos mer- A globalização não beneficia a todos de maneira uniforme. Uns ga-
cados auto-regulados, que ocorreu depois de 1980. Nem poderia ter nham muito, outros ganham menos, outros perdem. Na prática exigem
previsto, portanto, que no início do século XXI, pudesse estar se generali- menores custos de produção e maior tecnologia. A mão-de-obra menos
zando uma reação contra os efeitos destrutivos e “desigualizantes” das qualificada é descartada. O problema não é só individual. É um drama
políticas neoliberais, das duas décadas anteriores. Assim mesmo, acumu- nacional dos países mais pobres, que perdem com a desvalorização das
lam-se as evidências de que está em curso um movimento, cada vez mais matérias-primas que exportam e o atraso tecnológico.
amplo e universal, a favor da democracia e da igualdade social. Uma
espécie de retorno do mundo do trabalho e dos excluídos, depois de três A globalização vai deixar os ricos mais ricos e os pobres mais
décadas de supremacia incontrastável do mundo do capital. A grande pobres?
novidade, entretanto, é que neste início de século, o movimento de “auto- Em seu relatório deste ano sobre o desenvolvimento humano, a ONU
proteção nacional e social” está começando pela periferia do sistema comprova que a globalização está concentrando renda: os países ricos
mundial, e está ocorrendo sem a existência prévia de guerras e destruições ficam mais ricos, e os pobres, mais pobres. Há muitos motivos para
massivas. Por isto, se esta tendência se confirmar e se ampliar, não é isso. Alguns deles: a redução das tarifas de importação beneficiou muito
impossível uma convergência entre as sociedades civis e os governos da mais os produtos exportados pelos mais ricos. Os países mais ricos conti-
China, da Índia, do Brasil e da África do Sul, para liderar um grande projeto nuam a subsidiar seus produtos agrícolas, inviabilizando as exportações
de redistribuição mais igualitária do poder e da riqueza oligopolizados pelas dos mais pobres.
Grandes Potências, dentro deste sistema mundial criado pelos europeus,
exatamente no momento em que conquistaram, submeteram e conectaram Conjuntura Internacional
a Ásia, a África e a América, a partir do século XVI. A conjuntura internacional se desenvolve no contexto de declínio do
sistema capitalista. É a antítese da era de prosperidade vivida nas primei-
GLOBALIZAÇÃO ras décadas do pós-guerra e a expressão do esgotamento do padrão de
O que é Globalização? acumulação de capital proveniente deste período. Configura-se uma situa-
"A notícia do assassinato do presidente norte-americano Abraham Lin- ção crítica caracterizada por taxas de crescimento econômico declinantes e
coln, em 1865, levou 13 dias para cruzar o Atlântico e chegar a Europa. A elevados níveis de desemprego em quase todos os países onde predomina
queda da Bolsa de Valores de Hong Kong (outibro-novembro/97), levou 13 a economia de mercado.
segundos para cair como um raio sobre São Paulo e Tóquio, Nova York e
Tel Aviv, Buenos Aires e Frankfurt. Eis ao vivo e em cores, a globalização" A crise econômica, que não deve ser confundida com as perturbações
(Clóvis Rossi – do Concelho Editorial – Folha de São Paulo) cíclicas do sistema provocadas pela superprodução, vem acelerando o
"O furacão financeiro que veio da Ásia, passou pela Europa, Estados processo de centralização e globalização do capital, traduzidos principal-
Unidos e chegou ao Brasil, teve pelo menos uma vantagem didática. mente pela onda de aquisições, incorporações e megafusões de empresas.
Ninguém pode mais alegar que nunca ouviu falar da globalização financei- Como resultado, seus efeitos têm maior repercussão mundial, assim como
ra. Até poucos meses, é provável que poucos soubessem onde ficava a as políticas propostas ou impostas como "solução" pelas classes que
Tailândia ou Hong Kong. Hoje muita gente sabe que um resfriado nesses encarnam os interesses do capital.
lugares pode virar uma gripe aqui. Especialmente se fizer uma escala em
O cenário atual está caracterizado pelo avanço da globalização eco-
Nova York."
nômica, financeira e comercial defendida pelos organismos internacionais
(Celso Pinto – do Conselho Editorial – Folha de São Paulo)
(FMI, Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio) com base na
Mas, o que é essa globalização e como é que ela se manifesta?
ideologia neoliberal. Trata-se de um processo em curso, comandado pelas
Não há uma definição que seja aceita por todos. Ela está definitiva-
grandes corporações transnacionais que procuram abrir novos mercados
mente na moda e designa muitas coisas ao mesmo tempo. Há a interliga-
para sua produção e, ao mesmo tempo, recuperar as taxas de lucro, redu-
ção acelerada dos mercados nacionais, há a possibilidade de movimentar
zindo seus custos pelo aumento da exploração dos trabalhadores, via
bilhões de dólares por computador em alguns segundos, como ocorreu nas
redução de salários, aumento das jornadas de trabalho e eliminação dos
Bolsas de todo o mundo, há a chamada "terceira revolução tecnológica"
direitos dos trabalhadores, atacando as conquistas sindicais e trabalhistas
(processamento, difusão e transmissão de informações). Os mais entusias-
obtidas na era de ouro do sistema e desmantelando o chamado Estado de
tas acham que a globalização define uma nova era da história humana.
Bem-Estar Social. A globalização tem representado o aumento do desem-
Qual a diferença entre Globalização, Mundialização e Internacio-
prego, a precarização dos contratos de trabalho, a informalidade e crescen-
nalização?
tes ataques aos direitos de organização sindical.
Globalização e Mundialização são quase sinônimos. Os americanos
falam em globalização. Os franceses preferem mundialização. Internacio- O neoliberalismo surge neste quadro e vem sendo aplicado desde os
nalização pode designar qualquer coisa que escape ao âmbito do Estado anos 80 como uma resposta da burguesia ao panorama crítico. Tendo
Nacional. adquirido ares de verdade absoluta após a derrocada do "socialismo real",
Quando o mundo começou a ficar globalizado? seu objetivo é, basicamente, elevar as taxas de lucros das empresas
Novamente, não há uma única resposta. Fala-se em início dos anos multinacionais (revertendo a queda observada nas últimas décadas). Em
80, quando a tecnologia de informática se associou à de telecomunicações. tese, o aumento dos lucros resultaria na recomposição dos níveis de
Outros acreditam que a globalização começou mais tarde com a queda das investimentos e viabilizaria a inauguração de um novo padrão de acumula-
barreiras comerciais. ção e uma fase de crescimento econômico capitalista, o que na prática não
Globalização é poder comprar o mesmo produto em qualquer parte do vem ocorrendo.
mundo?
Não se pode confundir globalização com a presença de um mesmo O ritmo e a natureza da inserção das economias nacionais à globaliza-
produto em qualquer lugar do mundo. A globalização pressupõe a padroni- ção são diferenciados e depende em grande medida de opções políticas e
zação dos produtos (um tênis Nike, um Big Mac) e uma estratégia mundi- da correlação de forças entre os setores populares e os defensores do
almente unificada de marketing, destinada a uniformizar sua imagem junto neoliberalismo. Ainda não está concluída a forma de inserção das econo-
aos consumidores. mias nacionais no mercado global.
Ciências Humanas e suas Tecnologias 142 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Os sindicatos, em nível nacional e mundial, podem influir em seu cur- As estratégias globais das transnacionais estão sustentadas no au-
so. Greves e mobilizações recentes na Europa, Ásia e América Latina mento de produtividade possibilitado pelas novas tecnologias e métodos de
revelam que os sindicatos reagem e buscam alternativas para a maneira gestão da produção. Tais estratégias envolvem igualmente investimentos
excludente como a globalização vem se processando. Essas lutas ainda externos diretos realizados pelas transnacionais e pelos governos dos seus
ressentem-se da ausência de um projeto alternativo capaz de se contrapor países de origem. A partir de 1985 esses investimentos praticamente
ao neoliberalismo. triplicaram e vêm crescendo em ritmos mais acelerados do que o comércio
e a economia mundial.
Grandes mobilizações, como a greve na Coreia do Sul, a mobilização
dos mineiros alemães e dos trabalhadores franceses e belgas da Renault Por meio desses investimentos as transnacionais operam processos
revelam que os trabalhadores não estão dispostos a arcar com os custos de aquisição, fusão e terceirização segundo suas estratégias de controle
da globalização, e que é possível impor derrotas ao neoliberalismo. do mercado e da produção. A maior parte desses fluxos de investimentos
permanece concentrada nos países avançados, embora venha crescendo
As estratégias e os atuais modelos de organização sindical, criados a participação dos países em desenvolvimento nos últimos cinco anos. A
num período de fronteiras nacionais parcialmente protegidas, têm sido China e outros países asiáticos, são os principais receptores dos investi-
incapazes de enfrentar as transformações econômicas em curso. mentos direitos. O Brasil ocupa o segundo lugar dessa lista, onde desta-
cam-se os investimentos para aquisição de empresas privadas brasileiras
Principais tendências da globalização (COFAP, Metal Leve etc.) e nos programas de privatização, em particular
A crescente hegemonia do capital financeiro nos setores de infraestrutura.
O crescimento do sistema financeiro internacional constitui uma das
principais características da globalização. Um volume crescente de capital Liberalização e Regionalização do Comércio
acumulado é destinado à especulação propiciada pela desregulamentação O perfil altamente concentrado do comércio internacional também é
dos mercados financeiros. Nos últimos quinze anos o crescimento da indicativo do caráter excludente da globalização econômica. Cerca de 1/3
esfera financeira foi superior aos índices de crescimento dos investimentos, do comércio mundial é realizado entre as matrizes e filiais das empresas
do PIB e do comércio exterior dos países desenvolvidos. Isto significa que, transnacionais e 1/3 entre as próprias transnacionais. Os acordos concluí-
num contexto de desemprego crescente, miséria e exclusão social, um dos na Rodada Uruguai do GATT e a criação da OMC mostraram que a
volume cada vez maior do capital produtivo é destinado à especulação. liberação do comércio não resultou no seu equilíbrio, estando cada vez
mais concentrado entre os países desenvolvidos.
O setor financeiro passou a gozar de grande autonomia em relação
aos bancos centrais e instituições oficiais, ampliando o seu controle sobre A dinâmica do comércio no Mercosul traduz essa tendência. Na reali-
o setor produtivo. Fundos de pensão e de seguros passaram a operar dade a integração do comércio nessa região, a exemplo do que ocorre com
nesses mercados sem a intermediação das instituições financeiras oficiais. o Nafta e do que se planeja para a Alca em escala continental, tem favore-
O avanço das telecomunicações e da informática aumentou a capacidade cido sobretudo a atuação das empresas transnacionais, que constituem o
dos investidores realizarem transações em nível global. Cerca de 1,5 carro chefe da regionalização.
trilhão de dólares percorre as principais praças financeiras do planeta nas
24 horas do dia. Isso corresponde ao volume do comércio internacional em O aumento do comércio entre os países do Mercosul nos últimos cinco
um ano. anos foi da ordem de mais de 10 bilhões de dólares. Isto se deve em
grande parte às facilidades que os produtos e as empresas transnacionais
Da noite para o dia esses capitais voláteis podem fugir de um país pa- passaram a gozar com a eliminação das barreiras tarifárias no regime de
ra outro, produzindo imensos desequilíbrios financeiros e instabilidade união aduaneira incompleta que caracteriza o atual estágio do Mercosul.
política. A crise mexicana de 94/95 revelou as consequências da desregu-
No mesmo período, o Mercosul acumulou um déficit de mais de 5 bi-
lamentação financeira para os chamados mercados emergentes. Foram
lhões de dólares no seu comércio exterior. Este resultado reflete as conse-
necessários empréstimos da ordem de 38 bilhões de dólares para que os
quências negativas das políticas nacionais de estabilização monetária
EUA e o FMI evitassem a falência do Estado mexicano e o início de uma
ancoradas na valorização do câmbio e na abertura indiscriminada do
crise em cadeia do sistema financeiro internacional.
comércio externo praticadas pelos governos FHC e Menem.
Ao sair em socorro dos especuladores, o governo dos Estados Unidos O empenho das centrais sindicais para garantir os direitos sociais no
demonstrou quem são os seus verdadeiros parceiros no Nafta. Sob a interior desses mercados tem encontrado enormes resistências. As propos-
forma da recessão, do desemprego e do arrocho dos salários, os trabalha- tas do sindicalismo de adoção de uma Carta Social do Mercosul, de demo-
dores mexicanos prosseguem pagando a conta dessa aventura. Nos cratização dos fóruns de decisão, de fundos de reconversão produtiva e de
períodos "normais" a transferência de riquezas para o setor financeiro se qualificação profissional têm sido rechaçadas pelos governos e empresas
dá por meio do serviço da dívida pública, através da qual uma parte subs- transnacionais.
tancial dos orçamentos públicos são destinados para o pagamento das
dívidas contraídas junto aos especuladores. O governo FHC destinou para A liberalização do comércio e a abertura dos mercados nacionais têm
o pagamento de juros da dívida pública um pouco mais de 20 bilhões de produzido o acirramento da concorrência. A super exploração do trabalho é
dólares em 96. cada vez mais um instrumento dessa disputa. O trabalho infantil e o traba-
lho escravo são utilizados como vantagens comparativas na guerra comer-
Novo Papel das Empresas Transnacionais cial. Essa prática, conhecida como dumping (rebaixamento) social, consiste
As empresas transnacionais constituem o carro chefe da globalização. precisamente na violação de direitos fundamentais, utilizando a superex-
Essa empresas possuem atualmente um grau de liberdade inédito, que se ploração dos trabalhadores como vantagem comparativa na luta pela
manifesta na mobilidade do capital industrial, nos deslocamentos, na conquista de melhores posições no mercado mundial. Nesse contexto, as
terceirização e nas operações de aquisições e fusões. A globalização conquistas sindicais são apresentadas pelas empresas como um custo
remove as barreiras à livre circulação do capital, que hoje se encontra em adicional que precisa ser eliminado ("custo Brasil", "custo Alemanha" etc.).
condições de definir estratégias globais para a sua acumulação.
Os Impactos da Globalização para a América Latina
Essas estratégias são na verdade cada vez mais excludentes. O raio São distintos os impactos da globalização para os países da periferia
de ação das transnacionais se concentra na órbita dos países desenvolvi- do sistema capitalista. O grau de inserção desses países depende, em
dos e alguns poucos países periféricos que alcançaram certo estágio de grande parte, do estágio de desenvolvimento industrial alcançado até os
desenvolvimento. No entanto, o caráter setorial e diferenciado dessa anos oitenta, das perspectivas de crescimento do mercado interno e de
inserção tem implicado, por um lado, na constituição de ilhas de excelência condições políticas que vão se constituindo internamente. Isto vale para os
conectadas às empresas transnacionais e, por outro lado, na desindustria- países da América Latina, cujos governos se orientam pelas formas subor-
lização e o sucateamento de grande parte do parque industrial constituído dinadas de inserção preconizadas pelo chamado Consenso de Washing-
no período anterior por meio da substituição de importações. ton.
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A partir dos anos cinquenta, num contexto de políticas desenvolvimen-
tistas e populistas, consolida-se a divisão internacional do trabalho com a O declínio relativo da liderança econômica dos EUA no mundo
presença de empresas multinacionais operando em setores chaves da Combinada à crise econômica, verificam-se os desdobramentos do
estrutura produtiva de países como Brasil, México e Argentina. Desde declínio relativo da liderança econômica norte-americana no mundo capita-
então, as elites políticas e econômicas desses países aceitaram a condição lista, fenômeno decorrente do desenvolvimento desigual, que solapa as
de sócias minoritárias na condução do capitalismo associado e dependente bases da ordem internacional formalizada nos acordos de Bretton Woods e
da região. acirra os conflitos entre as grandes potências. A decadência dos EUA tem
sido acompanhada de uma ofensiva mais feroz por parte do Estado norte-
Por meio dessa associação com o capital estrangeiro a burguesia in- americano. Sinais disto são as leis Helms-Burtons e Amato, de alcance
dustrial abdicou de qualquer pretensão à hegemonia na condução do extraterritoriais, contra multinacionais instaladas em Cuba, Irã e Líbia ou
desenvolvimento nacional, aceitando um papel subalterno na dinâmica do comércio com estes países - que geraram uma oposição enérgica de
capitalismo dependente. O desenvolvimento industrial alcançado pela outras potências, principalmente na Europa; crescentes retaliações comer-
associação com o capital externo foi acompanhado de um padrão de ciais contra concorrentes; divergências em torno da constituição da Alca e
financiamento que aprofundou a dependência desses países. Os emprés- ainda o processo de desertificação de países latino-americanos sob o
timos externos dos anos setenta resultaram no pesadelo da crise da dívida pretexto de que não aplicam corretamente a hipócrita política anti-droga
externa dos anos 80, provocada pelo aumento das taxas de juros interna- americana. São iniciativas que só se explicam pela pretensão dos EUA se
cionais impostos pelos EUA. transformarem no árbitro e polícia do planeta, fazendo da sua própria
vontade e interesses os critérios de julgamento político e moral do univer-
O resultado mais dramático da crise da economia capitalista é o cres- so, num movimento que contraria sua decadência econômica relativamente
cimento extraordinário do desemprego, fenômeno motivado por duas às outras potências capitalistas e vai criando novas contradições geopolíti-
causas básicas: o progressivo declínio das taxas de crescimento econômi- cas. As declarações do presidente francês, Jacques Chirac, durante sua
co aliado ao desenvolvimento tecnológico com aplicação condicionada visita ao Brasil e AL, são sintomáticas das contradições que emergem com
pelas relações de produção características de tal sistema. O problema não o declínio relativo dos EUA e de redefinições de alianças que estão em
é só social, mas sobretudo econômico. Revela a crescente ineficiência curso. A CUT tem o dever de denunciar a crescente arrogância e agressi-
capitalista na utilização dos recursos colocados à disposição da humanida- vidade do imperialismo norte-americano.
de pelo progresso das forças produtivas. Neste contexto, cresce a impor-
tância da luta em defesa do emprego e pela redução da jornada de traba- Os desequilíbrios da economia norte-americana - que no ano de glória
lho. O proletariado europeu vem organizando e realizando grandes e e prosperidade de 1996 registrou o maior déficit no comércio de bens
poderosos movimentos neste sentido, num exemplo que merece ser segui- mercadorias com o exterior, superior a 180 bilhões de dólares, ao lado de
do pelos trabalhadores do chamado Terceiro Mundo. um rombo nas contas correntes em torno de US$ 170 bilhões - têm grande
repercussão econômica em todo o globo, uma vez que a necessidade de
Os governos neoliberais dizem que o custo do trabalho e as conquis- financiamento externo dos débitos influencia poderosamente o fluxo inter-
tas históricas dos trabalhadores são as causas do desemprego. Buscam nacional de capitais. É bom lembrar que durante o ano de 1994, cujo final
eliminar essas conquistas por meio da flexibilização da legislação trabalhis- foi agitado pela crise cambial mexicana (num dezembro de pânico), ocorre-
ta. O argumento é completamente mentiroso: a Espanha e a Argentina ram sete elevações das taxas de juros dos EUA. Novas altas dos juros
foram os países que mais avançaram na flexibilização e as taxas de de- norte-americanos influenciam imediatamente a capacidade de atração de
semprego, ao invés de cair, estão por volta de 20% da população ativa. capitais pelos países periféricos, assim como o custo dos empréstimos
contraídos no exterior e a política de juros no interior desses países (a
As transformações no mundo do trabalho indicam claramente as gran- decisão do Banco Central de manter para maio a mesma Taxa Básica do
des dificuldades colocadas para um sindicalismo baseado exclusivamente BC - TBC -, interrompendo a política de redução gradual dos juros que
nos setores tradicionais. A organização dos desempregados, dos trabalha- vinha implementando desde setembro de 1996, foi motivada pela expecta-
dores informais, das mulheres, que ingressam no mercado de trabalho em tiva de elevação das taxas norte-americanas. A repercussão de tal decisão
condições ainda mais precárias do que os homens, e de contingentes cada sobre a dívida interna será bem negativa). Também é importante observar,
vez mais amplos de excluídos, representa um desafio crucial para o futuro pois é mais um significativo sinal da crise do imperialismo, o avanço da
do sindicalismo. extrema-direita - é um fenômeno que se observa em vários países, sobre-
tudo na Europa e com mais ênfase na França (medidas e leis de intolerân-
A precarização dos contratos de trabalho (tempo parcial, tempo deter- cia contra imigrantes, por iniciativa do governo e das forças conservadoras;
minado), o aumento das jornadas, a rotatividade, a informalidade, a redu- avanço eleitoral da Frente Nacional de Le Pen ), mostrando que uma das
ção dos salários e a deterioração das condições de trabalho são outras alternativas com que as classes dominantes vêm acenando é este, o do
tantas formas de ataque aos trabalhadores. Em razão destes ataques, o obscurantismo, do neofascismo (ou algo parecido). Os trabalhadores e as
perfil do mercado de trabalho nos países desenvolvidos e em desenvolvi- personalidades democráticas da sociedade não podem observar com
mento começa apresentar semelhanças (o crescimento do desemprego passividade este fenômeno, como se expressasse acontecimentos sem
nos países do G-7 é um fenômeno quase generalizado, como podemos maior importância. Vai ficando claro que neoliberalismo não combina com
comprovar na tabela abaixo). democracia.
O novo padrão de acumulação pressupõe a destruição das conquistas
GLOBALIZAÇÃO E MEIO AMBIENTE
trabalhistas obtidas no período anterior. Os ataques à organização sindical, José de Sena Pereira Jr.
ao contrato de trabalho e às negociações coletivas vêm se tornando cada
vez mais intensos, ampliando a violência dos confrontos sociais e resultan- Abertura de mercados ao comércio internacional, migração de capitais,
do em grandes mobilizações sindicais, como demonstram as greves gerais uniformização e expansão tecnológica, tudo isso, capitaneado por uma
da França, Brasil e Coreia do Sul. frenética expansão dos meios de comunicação, parecem ser forças incon-
troláveis a mudar hábitos e conceitos, procedimentos e instituições. Nosso
Estruturados numa fase de economias nacionais reguladas, mercados
mundo aparenta estar cada vez menor, mais restrito, com todos os seus
parcialmente protegidos e padrões de organização tradicionais, os sindica-
cantos explorados e expostos à curiosidade e à ação humana. É a globali-
tos têm encontrado enormes dificuldades para combater os efeitos da
zação em seu sentido mais amplo, cujos reflexos se fazem sentir nos
globalização.
aspectos mais diversos de nossa vida.
Apesar da crise, as perspectivas são muito maiores para uma ação in-
ternacional da classe trabalhadora, com vistas a realização de ações As circunstâncias atuais parecem indicar que a globalização da eco-
articuladas em torno de objetivos comuns. A uniformização das estratégias nomia, com todas as suas consequências sociais e culturais, é um fenô-
empresarias e os ataques aos trabalhadores produz reações nacionais que meno que, no mínimo, irá durar. O fim da bipolaridade ideológica no cená-
devem ser canalizadas pelo movimento sindical internacional para a pro- rio internacional, a saturação dos mercados dos países mais ricos e a ação
moção de campanhas mundiais. dos meios de comunicação, aliados a um crescente fortalecimento do
Ciências Humanas e suas Tecnologias 144 A Opção Certa Para a Sua Realização
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poder das corporações e inversa redução do poder estatal (pelo menos nos A medida mais eficaz para evitar ou minimizar os efeitos deletérios
países que não constituem potências de primeira ordem) são apenas dessas e de outras consequências da globalização sobre o meio ambiente
alguns dos fatores que permitem esse prognóstico. O meio ambiente, em seria a adoção, por todos os países, de legislações ambientais com níveis
todos os seus componentes, tem sido e continuará cada vez mais sendo equivalentes de exigências. O fortalecimento das instituições de meio
afetado pelo processo de globalização da economia. ambiente, principalmente dos órgãos encarregados de implementar e
manter o cumprimento das leis, é igualmente fundamental. Para isto,
Os impactos da globalização da economia sobre o meio ambiente de- seriam necessárias, além de ações dos governos dos países em desenvol-
correm principalmente de seus efeitos sobre os sistemas produtivos e vimento, assistência econômica e técnica das nações mais ricas.
sobre os hábitos de consumo das populações. Alguns desses efeitos têm
sido negativos e outros, positivos. Estas são preocupações expressas em vários documentos, como a
Agenda 21, resultante da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Está havendo claramente uma redistribuição das funções econômicas Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992. No
no mundo. Um mesmo produto final é feito com materiais, peças e compo- entanto, interesses econômicos imediatos, aliados ao grave problema do
nentes produzidos em várias partes do planeta. Produzem-se os compo- desemprego, que hoje assola boa parte do mundo, têm dificultado o avan-
nentes onde os custos são mais adequados. E os fatores que implicam os ço de acordos e ações efetivas nesse sentido.
custos de produção incluem as exigências ambientais do país em que está
instalada a fábrica. Este fato tem provocado em muitos casos um processo A globalização da economia, pelo menos na fase de transição que im-
de "migração" industrial. Indústrias são rapidamente montadas em locais põe a todos os países, cria um contingente de mão-de-obra desativada, via
onde fatores como disponibilidade de mão-de-obra, salários, impostos, eliminação de empregos em setores nos quais o país não consegue com-
facilidades de transporte e exigências ambientais, entre outros, permitem a petir. O estímulo à mecanização da agricultura, dispensando mão-de-obra,
otimização de custos. Como a produção de componentes é feita em escala por outro lado, acelera o êxodo rural. Essa massa de excluídos do proces-
global, alimentando indústrias de montagem em várias partes do mundo, so de integração da economia acaba por provocar grave degradação
pequenas variações de custos produzem, no final, notáveis resultados ambiental, principalmente no ambiente urbano, criando invasões de áreas
financeiros. não urbanizadas e favelas. A degradação do ambiente urbano - destruição
de atributos naturais, poluição da água, perturbações da segurança e da
O processo de migração industrial, envolvendo fábricas de componen- saúde pública, prejuízos na estética urbana, etc.- resulta na perda da
tes e materiais básicos, pode ser notado facilmente nos países do Sudeste qualidade de vida, tanto dos novos como dos antigos moradores urbanos.
Asiático e, mais recentemente, na América Latina. São conhecidas as O ressurgimento de epidemias e endemias supostas extintas é um dos
preocupações dos sindicatos norte-americanos com a mudança de plantas ângulos mais visíveis desta questão.
industriais - notadamente da indústria química - para a margem sul do Rio
Grande. O fortalecimento da siderurgia brasileira, além, é claro, de favorá- Para uma transição menos traumática para uma economia globalizada,
veis condições de disponibilidade de matéria-prima, pode ser, em parte, a sociedade deveria estar disposta e preparada para prover condições
creditado a esse fenômeno. mínimas de subsistência aos que, provisória ou definitivamente, não se
adaptassem às novas condições de acesso ao mercado de trabalho globa-
Há uma clara tendência, na economia mundial, de concentrar-se nos lizado. Seria o preço a pagar pela tranquilidade pública, por usufruir os
países mais desenvolvidos atividades mais ligadas ao desenvolvimento de benefícios materiais que a nova ordem econômica pode trazer àqueles
tecnologias, à engenharia de produtos e à comercialização. Por outro lado, mais aptos a obter os bens de consumo, o luxo, a comodidade e o conforto
a atividade de produção, mesmo com níveis altos de automação, tenderá a material que o sistema capitalista pode prover. Sem essa disposição da
concentrar-se nos países menos desenvolvidos, onde são mais baratos a sociedade em dividir resultados, o meio ambiente como um todo sofrerá
mão-de-obra e o solo e são contornadas, com menores custos, as exigên- graves consequências, afetando profundamente nossas vidas e compro-
cias de proteção ao meio ambiente. metendo o nosso futuro.
Essa tendência poderá mascarar o cumprimento de metas de redução Mas a globalização da economia oferece também perspectivas positi-
da produção de gases decorrentes da queima de combustíveis fósseis, vas para o meio ambiente. Até pouco tempo era comum a manutenção, até
agravadores do "efeito estufa", pois a diminuição das emissões nos países por empresas multinacionais, de tecnologias ultrapassadas em países mais
mais ricos poderá ser anulada com o seu crescimento nos países em pobres e com consumidores menos exigentes. A escala global de produção
processo de industrialização. tem tornado desinteressante, sob o ponto de vista econômico, esta prática.
É o caso, por exemplo, dos automóveis brasileiros. Enquanto a injeção
Outro fator que tem exercido pressão negativa sobre o meio ambiente eletrônica era equipamento comum na maior parte do mundo, por aqui
e que tem crescido com a globalização da economia é o comércio interna- fabricavam-se motores carburados, de baixa eficiência e com elevados
cional de produtos naturais, como madeiras nobres e derivados de animais. índices de emissão de poluentes. Com a abertura do mercado brasileiro
Este comércio tem provocado sérios danos ao meio ambiente e colocado aos automóveis importados, ocorrida no início desta década, a indústria
em risco a preservação de ecossistemas inteiros. automobilística aqui instalada teve que se mover. Rapidamente, passou-se
a utilizar os mesmos motores e os mesmos modelos de carrocerias usadas
A existência de um mercado de dimensões globais, com poder aquisi- nos países de origem das montadoras. É claro que isto causou impacto
tivo elevado e gostos sofisticados, é responsável por boa parte do avanço sobre a indústria nacional de autopeças, pois uma grande quantidade de
da devastação das florestas tropicais e equatoriais na Malásia, Indonésia, componentes, principalmente os mais ligados à eletrônica, passaram a ser
África e, mais recentemente, na América do Sul. A tradicional medicina importados, o que antes não era possível, dado o caráter fechado que até
chinesa, em cuja clientela se incluem ricos de todo o mundo, estimula a então dominava o nosso mercado interno.
caça de exemplares remanescentes de tigres, rinocerontes e outros ani-
mais em vias de extinção. Mercados globalizados facilitam o trânsito des- Os efeitos sobre a emissão de poluentes dos veículos foi notável. Da-
sas mercadorias, cujos altos preços estimulam populações tradicionais a dos da CETESB e da ANFAVEA mostram que os automóveis fabricados
cometerem, inocentemente, crimes contra a natureza. em 1996 emitem cerca de um décimo da quantidade de poluentes que
emitiam os modelos fabricados em meados da década de 80. Os efeitos
Na agricultura e na pecuária, a facilidade de importação e exportação
não são ainda notados na qualidade do ar das grandes cidades, porque a
pode levar ao uso, em países com legislação ambiental pouco restritiva ou
maior parte da frota de veículos em circulação é antiga, com sistemas
fiscalização deficiente, de produtos químicos e técnicas lesivas ao meio
precários de regulagem de motores.
ambiente, mas que proporcionam elevada produtividade a custos baixos. É
o caso, por exemplo, de determinados agrotóxicos que, mesmo retirados
O mesmo efeito sentido na indústria automobilística estende-se a uma
de uso em países mais desenvolvidos, continuam a ser utilizados em
gama de outros produtos, como os eletrodomésticos. A globalização da
países onde não existem sistemas eficientes de registro e controle. Os
produção industrial está levando à rápida substituição do CFC, em refrige-
produtos agrícolas e pecuários fabricados graças a esses insumos irão
radores e aparelhos de ar condicionado, por gases que não afetam a
concorrer deslealmente com a produção de outros países.
Ciências Humanas e suas Tecnologias 145 A Opção Certa Para a Sua Realização
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camada de ozônio. Isto está ocorrendo em todos os países, pois não é insegurança coletiva com todas as suas mazelas, em particular, o senti-
interessante, economicamente, a manutenção de linhas de produção de mento de impotência, a violência, a tribalização e as alienações de fundo
artigos diferenciados de acordo com os países que os vão receber. místico ou similares. No momento presente, inexistem abordagens racio-
nais e projetos alternativos para as misérias sociais, o que alimenta irracio-
Outro efeito positivo da globalização da economia sobre o meio ambi- nalismos à solta.
ente é a criação de uma indústria e de um mercado ligados à proteção e
recuperação ambiental. Nesta lista incluem-se equipamentos de controle A informação mundializada de nossos dias não é exatamente troca: é
da poluição, sistemas de coleta, tratamento e reciclagem de resíduos a sutil imposição da hegemonia ideológica das elites. Cria a aparência de
sólidos e líquidos, inclusive lixo e esgoto urbanos, e novas técnicas de semelhança num mundo heterogêneo - em qualquer lugar, vemos o mes-
produção. São setores que movimentam fortes interesses econômicos, os mo McDonald`s, o mesmo Ford Motors, a mesma Mitsubishi, a mesma
quais acabam por influenciar os poderes públicos para que as leis ambien- Shell, a mesma Siemens. A mesma informação para fabricar os mesmos
tais sejam mais exigentes e haja instituições mais eficientes para torná-las informados. Massificação da informação na era do consumo seletivo.
efetivas.
Via informação, as elites (por que não dizer: classes dominantes?)
GLOBALIZAÇÃO - A HISTÓRIA INTERATIVA controlam os negócios, fixam regras civilizadas para suas competições e
Luiz Roberto Lopez concorrências e vendem a imagem de um mundo antisséptico, eficiente e
Prof. do IFCH/UFRG envernizado. A alta tecnologia, que deveria servir à felicidade coletiva, está
Historiógrafo da SEDAC/RS servindo a exclusão da maioria. Assim, não adianta muito exaltar as con-
quistas tecnológicas crescentes - importa questionar a que - e a quem -
Globalização implica uniformização de padrões econômicos e culturais elas servem. A informação global é a manipulação da informação para
em Âmbito mundial. Historicamente, ela tem sido indissociável de conceitos servir aos que controlam a economia global. E controle é dominação.
como hegemonia e dominação, da qual foi, sempre, a inevitável e previsí- Paralelamente à exclusão social, temos o individualismo narcisístico, a
vel consequência. O termo globalização e os que o antecederam, no correr ideologia da humanidade descartável, o que favorece a cultura do efêmero,
dos tempos, definem-se a partir de uma verdade mais profunda, isto é, a do transitório - da moda. De resto, se o trabalho foi tornado desimportante
apropriação de riquezas do mundo com a decorrente implantação de no imaginário social, ofuscado pelo brilho da tecnologia e das propagandas
sistemas de poder. que escondem o trabalho social detrás de um produto lustroso, pronto para
ser consumido, nada mais lógico que desvalorizar o trabalhador - e, por
A tendência histórica à globalização - fiquemos com o termo atual - é extensão, a própria condição humana. Ou será possível desligar trabalho e
um fenômeno que, no Ocidente moderno, tem suas raízes na era do Re- humanidade?
nascimento e das Grandes Navegações, quando a Europa emergiu de
seus casulos feudais. Paralelamente no início da globalização, traduzida na É a serviço do interesse de minorias que está a globalização da infor-
europeização da América, tivemos a criação da imprensa (1455). À tecno- mação. Ela difunde modas e beneficia o consumo rápido do descartável - e
logia que permitiu ao europeu expandir a sua civilização, correspondeu a o modismo frenético e desenfreado é imperativo às grandes empresas,
tecnologia que lhe possibilitou expandir a informação. nesta época pós- keynesiana, em que, ao consumo de massas, sucedeu a
ênfase no consumo seletivo de bens descartáveis. Cumpre à informação
Até a Revolução Industrial, no entanto, o processo de globalização foi globalizada vender a legitimidade de tudo isso, impondo padrões uniformes
acanhado - pouco afetou Ásia e África. Resultava mecanismos predatórios de cultura, valores e comportamentos - até no ser "diferente" (diferente na
e ainda incipientes da apropriação. Com a Revolução Industrial e a libera- aparência para continuar igual no fundo). Por suposto, os padrões de
ção do Capitalismo para suas plenas possibilidades de expansão, a globa- consumo e alienação, devidamente estandartizados, servem ao tédio do
lização deu um salto qualitativo e significativo. urbanóide pós-moderno.
Para entender este salto, é preciso ter presente que ;é intrínseco ao Nunca fomos tão informados. Mas nunca a informação foi tão direcio-
Capitalismo a apropriação e, por suposto, a expansão. A ampliação dos nada e controlada. A multipliciade estonteante de informações oculta a
espaços de lucro conduziu à globalização. O mundo passou a ser visto realidade de sua monotonia essencial - a democratização da informação é
como uma referência para obtenção de mercados, locais de investimento e aparente, tal como a variedade. No fundo, tudo igual. Estamos - e tal é a
fontes de matérias-primas. Num primeiro momento, a globalização foi pergunta principal - melhor informados? Controlada pelas elites que conhe-
também o espaço para o exercício de rivalidades inter-capitalistas e daí cemos, a informação globalizada é instrumento de domesticação social.
resultaram duas guerras mundiais. Simultaneamente à globalização da
apropriação e da opressão, tentou-se a globalização dos oprimidos, o que BLOCO ECONÔMICO
levou ao surgimento das Internacionais de trabalhadores. Imaturos para se Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
unirem e cooptados pelas rivalidades dos opressores, os oprimidos não
conseguiram criar uniões duradouras e estáveis. Blocos Econômicos são reuniões de países que têm como objetivo a
integração econômica e/ou social. Podem ser classificados em quatro
Ao longo do século XX, a globalização do capital foi conduzindo à glo- categorias distintas:
balização da informação e dos padrões culturais e de consumo. Isso de- Áreas ou Zonas de Livre Comércio
veu-se não apenas ao progresso tecnológico, intrínseco à Revolução Uniões Aduaneiras
Industrial, mas - e sobretudo - ao imperativo dos negócios. A tremenda Mercados Comuns
crise de 1929 teve tamanha amplitude justamente por ser resultado de um União Monetária
mundo globalizado, ou seja, ocidentalizado, face à expansão do Capitalis-
mo. E o papel da informação mundializada foi decisivo na mundialização Essa classificação remete às diversas etapas do desenvolvimento dos
do pânico. blocos econômicos que, em sua origem, pode ser associada ao
estabelecimento da Comunidade Econômica do Carvão e do Aço (CECA)
Ao entrarmos nos anos 80/90, o Capitalismo, definitivamente hegemô- pela Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo
nico com a ruína do chamado Socialismo Real, ingressou na etapa de sua em 1956. Essa organização seria a base do que futuramente constituiu a
total euforia triunfalista, sob o rótulo de Neo-Liberalismo. Tais são os União Europeia.
nossos tempos de palavras perfumadas: reengenharia, privatização, eco- Adam Smith já havia percebido que a divisão do trabalho é a razão do
nomia de mercado, modernidade e - metáfora do imperialismo - globaliza- aperfeiçoamento econômico por permitir uma maior produtividade do
ção. A classe trabalhadora, debilitada por causa do desemprego, resultante trabalho. Um fenômeno semelhante ocorre com os países, caracterizando
do maciço investimento tecnológico, ou está jogada no desamparo , ou foi a moderna Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Por essa ótica, a
absorvida pelo setor de serviços, uma economia fluida e que não permite a melhor forma de garantir a prosperidade das nações é o livre comércio de
formação de uma consciência de classe. O desemprego e o sucateamento bens e serviços, de modo a cada área produzir aquilo em que obtém a
das conquistas sociais de outros tempos, duramente obtidas, geram a melhor produtividade marginal.
Ciências Humanas e suas Tecnologias 146 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Os blocos econômicos surgiram nesse contexto com o propósito de O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi criado em 26/03/1991 com a
permitir uma maior integração econômica dos países membros visando um assinatura do Tratado de Assunção no Paraguai. Os membros deste
aumento da prosperidade geral. importante bloco econômico do América do Sul são os seguintes países:
Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela (entrou em julho de
A fase inicial caracteriza-se, normalmente, pela constituição de uma 2006).
Área de Livre Comércio, que tem como objetivo a isenção das tarifas de
importação de produtos entre os países membros. Deste modo, um artigo Embora tenha sido criado apenas em 1991, os esboços deste acordo
produzido num país poderá ser vendido noutro sem quaisquer datam da década de 1980, quando Brasil e Argentina assinaram vários
impedimentos fiscais, respeitando-se apenas as normas sanitárias ou acordos comerciais com o objetivo de integração. Chile, Equador, Colôm-
outras legislações restritivas que eventualmente apareçam. bia, Peru e Bolívia poderão entrar neste bloco econômico, pois assinaram
tratados comerciais e já estão organizando suas economias para tanto.
Numa União Aduaneira, os objetivos são mais amplos, abrangendo a Participam até o momento como países associados ao Mercosul.
criação de regras comuns de comércio com países exteriores ao bloco.
No ano de 1995, foi instalada a zona de livre comércio entre os países
O Mercado Comum implica numa integração econômica mais membros. A partir deste ano, cerca de 90% das mercadorias produzidas
profunda, com a adoção das mesmas normas de comércio interno e nos países membros podem ser comercializadas sem tarifas comerciais.
externo, unificando as economias e, num estágio mais avançado, as Alguns produtos não entraram neste acordo e possuem tarifação especial
moedas e instituições. por serem considerados estratégicos ou por aguardarem legislação comer-
cial específica.
A falha principal deste modo de encarar o surgimento e
desenvolvimento dos blocos econômicos é o fato de que ela induz, a partir Em julho de 1999, um importante passo foi dado no sentido de integra-
de um caso específico (a União Europeia), as etapas de desenvolvimento ção econômica entre os países membros. Estabelece-se um plano de
pelas quais outros blocos econômicos haveriam de passar. A própria uniformização de taxas de juros, índice de déficit e taxas de inflação.
história de alguns blocos econômicos aponta, entretanto, num sentido Futuramente, há planos para a adoção de uma moeda única, a exemplo do
oposto, mostrando que ao invés de uma regra, o caso da União Europeia fez o Mercado Comum Europeu.
consiste numa exceção. Exemplos são abundantes, como o caso da União
Africana bem ilustra, ou ainda o Mercosul. Atualmente, os países do Mercosul juntos concentram uma população
estimada em 311 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto)
Alguns blocos econômicos de aproximadamente 2 trilhões de dólares.
ALBA - Alternativa Bolivariana para as Américas
ALCA - Área de Livre Comércio das Américas Os conflitos comerciais entre Brasil e Argentina
APEC - Asia-Pacific Economic Cooperation As duas maiores economias do Mercosul enfrentam algumas dificulda-
ASEAN - Associação das Nações do Sudeste Asiático des nas relações comerciais. A Argentina está impondo algumas barreiras
Comunidade Andina de Nações no setor automobilístico e da linha branca (geladeiras, micro-ondas, fo-
SADC - Comunidade de Desenvolvimento da África Austral gões), pois a livre entrada dos produtos brasileiros está dificultando o
ALCOM - Acordo de Livre Comércio do Oriente Médio. crescimento destes setores na Argentina.
Mercosul - Mercado Comum do Sul
Na área agrícola também ocorrem dificuldades de integração, pois os
NAFTA - North America Free Trade Agreement
argentinos alegam que o governo brasileiro oferece subsídios aos produto-
União Europeia res de açúcar. Desta forma, o produto chegaria ao mercado argentino a um
União de Nações Sul-Americanas preço muito competitivo, prejudicando o produtor e o comércio argentino.
Tigres asiáticos
Associação Latino-Americana de Integração Em 1999, o Brasil recorreu à OMC (Organização Mundial do Comér-
CARICOM - Comunidade do Caribe cio), pois a Argentina estabeleceu barreiras aos tecidos de algodão e lã
Mercado Comum Centro-Americano produzidos no Brasil. No mesmo ano, a Argentina começa a exigir selo de
Associação Europeia de Livre Comércio qualidade nos calçados vindos do Brasil. Esta medida visava prejudicar a
Comunidade dos Estados Independentes entrada de calçados brasileiros no mercado argentino.
CONTINENTE
Na grande massa dos oceanos, que cobrem cerca de setenta por cen-
to da superfície da Terra, aparecem aqui e ali territórios contínuos que, por
sua extensão, não podem ser considerados ilhas: são os continentes.
A denominação das massas continentais difere de acordo com os cri-
Mapa do Mercosul térios adotados: físicos, culturais, políticos ou históricos. A divisão física
Ciências Humanas e suas Tecnologias 147 A Opção Certa Para a Sua Realização
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mais disseminada define cinco continentes: Eurásia, África, América, O continente de Gonduana teria começado a fraturar-se no fim do pe-
Antártica e Austrália. Entretanto, critérios culturais fizeram com que a ríodo triásico (era mesozóica), com a separação de Madagascar do conjun-
Europa fosse considerada um continente separado da Ásia, assim como a to africano, e continuou a partir-se durante o jurássico, com a separação
América do Norte da América do Sul, e que se caracterizasse a união da entre a Índia peninsular e a Austrália. No fim do período cretáceo, separa-
Austrália com as ilhas do Pacífico para formar a Oceania. ram-se a África e a América do Sul; e no princípio do período terciário, com
a formação do mar Vermelho, a Arábia se desligou da África; também se
Do ponto de vista histórico, Europa, Ásia e África constituem o Velho formaram as depressões correspondentes aos oceanos Atlântico e Índico,
Mundo. Essa classificação se baseia na união geográfica real entre as três que seriam, portanto, mais recentes que o Pacífico.
massas de terra: Ásia e Europa (Eurásia), ligadas pelo mar Negro, o Cáu-
caso, o mar Cáspio e a cordilheira dos Urais, enquanto África e Ásia se A primeira explicação geral acerca da formação e da evolução dos
comunicam pelo istmo de Suez. O Novo Mundo agrupa os dois subconti- continentes é a da deriva continental, proposta em 1912 pelo geólogo
nentes americanos unidos pelo istmo do Panamá; e o Novíssimo Mundo alemão Alfred Wegener. Explica a evolução da superfície terrestre a partir
(Oceania) reúne a grande ilha australiana com Tasmânia, Nova Guiné e os da diferença de massa existente entre os continentes, que têm altitude
arquipélagos da Melanésia, Micronésia e Polinésia. média de 700m, e o fundo dos oceanos, cuja profundidade média é de
3.800m. Ao comprovar que as massas continentais são mais leves que o
Características estruturais. Os dois hemisférios em que se divide a fundo dos mares, formado de sima (silício e magnésio), Wegener aventou
Terra apresentam grande desproporção quanto ao espaço oceânico e o a hipótese de que os continentes flutuavam sobre os oceanos.
continental. Dos cerca de 145 milhões de quilômetros quadrados ocupados
pelos continentes, mais de dois terços ficam no hemisfério norte, e menos Segundo Wegener, durante a era paleozóica uma espécie de gigan-
de 45 milhões no hemisfério sul. Essa desproporção provém de que, no tesca "embarcação" única, a Pangeia, flutuava sobre o sima. Mais tarde,
hemisfério boreal (norte), os continentes vão ficando mais extensos à pela ação da força centrífuga originada da rotação da Terra, essa "balsa"
medida que se aproximam do círculo polar, enquanto no hemisfério austral primitiva se fracionou e cada um dos pedaços passou a constituir um dos
(sul), as massas continentais tendem a estreitar-se na direção sul. Dessa escudos atualmente conhecidos. Desta forma, ainda se pode perceber,
forma, a extremidade meridional da América ultrapassa em pouco a latitude graças à forma quase idêntica dos respectivos litorais, a fratura em forma
de 50o sul, que no hemisfério norte corresponde ao Canadá e ao centro da de "S" que separa a África da América do Sul, a partir do período terciário.
Europa e da Ásia. Da mesma forma, a superfície dos mares no hemisfério Os continentes teriam migrado para oeste por uma lenta translação, a
norte é bem menor que a dos continentes, enquanto no sul ocorre uma deriva continental, no decorrer da qual os escudos continentais teriam
desproporção de 8,5 para 1 a favor dos mares. Esta oposição entre a terra perdido fragmentos de sua parte posterior; assim, a Nova Zelândia, Mada-
firme e o oceano constitui um dos traços fundamentais da estrutura da gascar ou as Antilhas seriam partes que se desprenderam dos respectivos
superfície do planeta, da qual os continentes ocupam apenas cerca de três continentes.
décimos. Estrutura dos continentes. Os continentes apresentam estrutura formal
variada. A África é o continente mais maciço. De forma trapezoidal no norte
A tendência dos continentes a terminar em ponta em sua extremidade e triangular no sul, tem poucas ilhas e penínsulas. Estende-se do cabo
sul, se observa sobretudo na África e América do Sul, mas também em Branco (37o de latitude N) ao das Agulhas (34o de latitude S). Devido a
muitas penínsulas (Kamchatka, Coreia, Indochina, Hindustão, Arábia). sua localização, dois terços de seu território se encontram em latitudes
A zona de contato entre mares e continentes é muito variada. Em al- tropicais. Limita-se ao norte com o mar Mediterrâneo, a leste com o mar
guns pontos das costas, a superfície do terreno desce bruscamente ao Vermelho e a oeste com o Atlântico. Os estreitos de Bab al-Mandab (27km
penetrar no mar, de modo que, a pouca distância do litoral, a profundidade de largura) e Gibraltar (13km) separam a África, respectivamente, da Ásia
já é muito grande. Em outros lugares, existe uma larga faixa marinha de e da Europa.
pouca profundidade, inferior a 200m; nesses, as massas submersas fazem A América situa-se a grande distância do resto das massas continen-
parte dos continentes e denominam-se plataformas continentais. Estão tais. Estende-se por aproximadamente metade da circunferência terrestre,
separadas das grandes profundidades pelo talude continental, de declives do cabo Barrow (72o de latitude N), ao cabo Horn, na Terra do Fogo (52o
muito acentuados, e têm dimensões variáveis, com largura média de de latitude S). Entre esses dois pontos há mais de 14.000km de distância.
noventa quilômetros. A América limita-se ao norte com o oceano Glacial Ártico e o estreito de
Bering -- que a separa da Ásia -- a oeste com o Pacífico e a leste com o
As áreas continentais apresentam altitude média relativamente modes-
Atlântico.
ta, embora algumas cordilheiras se elevem a milhares de metros acima do
nível do mar. Se os continentes, conservadas suas dimensões, se trans- A Ásia é a maior massa continental do planeta. Caracterizada por seus
formassem em superfície plana, sua altitude média se reduziria para cerca grandes contrastes, nela tudo adquire proporções desmesuradas: das
de 700m. montanhas mais elevadas da Terra às maiores depressões, e dos desola-
dos desertos às mais densas selvas. Limita-se ao norte com o oceano
Evolução dos continentes. As massas terrestres passaram e passam Glacial Ártico, ao sul com o Índico, a leste com o Pacífico e a oeste com a
ainda por grandes transformações. Em épocas geológicas anteriores, a Europa e os mares Vermelho, Mediterrâneo e Negro. O conjunto de sua
distribuição de mares e continentes era muito diferente da atual. As pes- massa terrestre está situado no hemisfério norte, entre os paralelos 77o e
quisas demonstram vários fatos: primeiro, que a história dos continentes 1o.
registra numerosos deslocamentos, elevações e abatimentos; segundo,
que não existe na Terra nenhuma zona que não tenha estado em algum A Europa é o continente das grandes planícies, com altitude média de
momento coberta pelo mar; terceiro, que as forças erosivas desgastam 375m. Estende-se dos 36o aos 71o de latitude N. Sua situação é particu-
continuamente a superfície, de tal modo que, se não houvesse elevações, larmente favorável para a vida humana, pois quase todo o continente fica
os continentes desapareceriam, cobertos pelo mar; e quarto, que muitas dentro da zona temperada. Limita-se ao norte com o oceano Glacial Ártico,
terras emergiram em época relativamente recente. ao sul com o Mediterrâneo, a oeste com o Atlântico e a leste com a Ásia
(cordilheira dos Urais e do Cáucaso).
Estudos de geologia, zoologia e botânica levantam a hipótese de que
algumas depressões, hoje cobertas pelo mar, devem ter constituído, em A Oceania é um continente composto por um rosário de ilhas (mais de
outros tempos, extensos continentes. Há várias teorias sobre a origem e a dez mil), de todas as dimensões, espalhadas pelo oceano Pacífico, entre o
formação da superfície terrestre. Uma das mais difundidas propõe que do velho e o novo mundos. À exceção da Austrália, as ilhas apresentam em
período carbonífero (era paleozóica) até o começo do período terciário (era geral uma topografia muito montanhosa de origem vulcânica. A Oceania é
cenozóica), a Europa esteve unida à América do Norte; e que no hemisfé- constituída pelos restos de um continente primitivo, parcialmente submer-
rio sul existia um grande continente, denominado Gonduana, que compre- so, do qual só subsiste a Austrália. Este leque de ilhas cobre, de sudeste
endia a América do Sul, a África, a península da Arábia, a Índia, a Antártica para noroeste, um espaço de mais de 13.000km.
e a Austrália. Entre essas duas gigantescas massas terrestres estendia-se A Antártica ocupa quase toda a calota polar do hemisfério sul, a partir
uma faixa marítima. dos 69o de latitude S. Maciço pouco articulado, cuja forma lembra a da
Ciências Humanas e suas Tecnologias 148 A Opção Certa Para a Sua Realização
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África e a da Austrália, é o mais elevado dos continentes, pois sua altitude soviéticos geralmente incluem os Urais na Europa, incluindo o Cáucaso na
média ultrapassa dois mil metros. Em virtude do clima glacial, é pratica- Ásia. Da mesma forma, o Chipre é mais próximo da Anatólia (ou Ásia
mente desabitado. É um continente isolado; o cabo Horn, extremo meridio- Menor), mas é muitas vezes considerado parte da Europa e atualmente é
nal da América do Sul, a mil quilômetros de distância, é a única terra um estado membro da UE. Além disso, Malta já foi considerado uma ilha
continental próxima. O litoral da Antártica é cercado por uma enorme da África ao longo de vários séculos.
barreira de gelo. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Relevo
O relevo europeu mostra grande variação dentro de áreas
EUROPA relativamente pequenas. As regiões do sul são mais montanhosas,
enquanto se move a norte o terreno desce dos altos Alpes, Pirineus e
Europa é, por convenção, um dos seis continentes do mundo. Cárpatos, através de planaltos montanhosos, baixas planícies do norte,
Compreendendo a península ocidental da Eurásia, a Europa geralmente que são vastas a leste.[69] Esta planície estendida é conhecida como a
divide-se da Ásia a leste pelo divisor de águas dos Montes Urais, orio Ural, Grande Planície Europeia, e em seu coração encontra-se a Planície do
o Mar Cáspio, o Cáucaso, e o Mar Negro a sudeste.A Europa é limitada Norte da Alemanha.[70] Um arco de terras altas, também existe ao longo
pelo Oceano Glacial Ártico e outros corpos de água no norte, pelo Oceano da costa norte-ocidental, que começa na parte ocidental da ilha da Grã-
Atlântico a oeste, pelo Mar Mediterrâneo ao sul, e pelo Mar Negro e por Bretanha e da Irlanda, e continua ao longo da montanhosa coluna, com
vias navegáveis interligadas ao sudeste. No entanto, as fronteiras para a fiordes cortados, da Noruega.
Europa, um conceito que remonta à Antiguidade Clássica, são um tanto
Esta descrição é simplificada. Sub-regiões como a Península Ibérica e
arbitrárias, visto que o termo "Europa" pode referir-se a uma distinção
a Península Itálica contêm suas próprias características complexas, como
cultural e política ou geográfica.
faz a própria Europa Central continental, onde o relevo contém muitos
A Europa é o segundo menor continente em superfície do mundo, planaltos, vales de rios e bacias que complicam a tendência geral. Sub-
cobrindo cerca de 10 180 000quilómetros quadrados ou 2% da superfície regiões como a Islândia, a Grã-Bretanha e a Irlanda são casos especiais. A
da Terra e cerca de 6,8% da área acima do nível do mar. Dos cerca de 50 primeira é uma terra independente no oceano do norte, que é considerada
países da Europa, a Rússia é o maior tanto em área quanto em população como parte da Europa, enquanto as outras duas são zonas de montanha
(sendo que a Rússia se estende por dois continentes, a Europa e a Ásia) e que outrora foram parte do continente até o nível do mar cortá-las da
a Cidade do Vaticano é o menor. A Europa é o terceiro continente mais massa de terra principal.
populoso do mundo, após a Ásia e a África, com uma população de 731
Hidrografia
milhões ou cerca de 11% da população mundial. No entanto, de acordo
com aOrganização das Nações Unidas (estimativa média), o peso europeu O continente apresenta uma complexa rede hidrográfica, com grandes
pode cair para cerca de 7% em2050. Em 1900, a população europeia rios como o Volga, na Rússia, e o Danúbio, que atravessa territórios (ou
representava 25% da população mundial. delimita fronteiras) daAlemanha, Áustria, República Checa, Croácia,
Hungria, Sérvia, Romênia, Bulgária e Ucrânia. O rio Volga é o maior rio da
A Europa, nomeadamente a Grécia antiga, é considerada o berço da
Europa. Começa no Lago Ládoga e atravessa no sentido norte-sul a região
cultura ocidental.[5] Tendo desempenhado um papel preponderante na
oeste da Rússia até desaguar no Mar Cáspio.
cena mundial a partir do século XVI, especialmente após o início do
colonialismo. Entre os séculos XVI e XX, as nações europeias controlaram Entre os lagos europeus destacam-se o Mar Cáspio, localizado na
em vários momentos as Américas, a maior parte da África, a Oceânia e divisa com a Ásia e que possui 371 mil km²; e o Lago Ládoga, na
grande parte da Ásia. Ambas asguerras mundiais foram em grande parte Federação Russa, este último o maior localizado totalmente no continente,
centradas na Europa, sendo considerado como o principal factor para um com 17 700 km² de área. Outros lagos extensos são o Onega, o Vänern, o
declínio do domínio Europa Ocidental na política e economia mundial a Saimaa, o Vättern, entre outros.
partir de meados do século XX, com os Estados Unidos e a União
Soviética ganhando maior protagonismo.[6]Durante a Guerra Fria, a Clima
Europa estava dividida ao longo do Cortina de Ferro entre a Organização A Europa encontra-se principalmente nas zonas de clima temperado,
do Tratado do Atlântico Norte, a oeste, e o Pacto de Varsóvia, a leste. A sendo submetido a correntes de ventos do oeste.
vontade de evitar outra guerra acelerou o processo de integração europeia
e levou à formação do Conselho Europeu e daUnião Europeia na Europa O clima é mais ameno em comparação com outras áreas da mesma
Ocidental, os quais, desde a queda do Muro de Berlim e do fim da União latitude de todo o mundo devido à influência daCorrente do Golfo. A
Soviética em 1991, têm vindo a expandir-se para o leste. Corrente do Golfo é o apelido de "aquecimento central da Europa", porque
torna o clima da Europa mais quente e mais húmido do que seria de outra
Geografia maneira. A Corrente do Golfo não só leva água quente à costa da Europa,
Fisiograficamente, a Europa é o componente noroeste da maior massa mas também aquece os ventos que sopram de oeste em todo o continente
de terra do planeta, conhecida como a Eurásia, ou Eurafrásia: a Ásia ocupa do Oceano Atlântico.
a maior parte leste dessa porção de terra contínua e todos partilham uma Portanto, a temperatura média durante todo o ano de Nápoles, é de 16
plataforma continental comum. A fronteira oriental da Europa agora é °C (60,8 °F), enquanto ela fica a apenas 12 °C (53,6 °F), em Nova York,
comumente definida pelos Montes Urais, na Rússia. O geógrafo do que é quase na mesma latitude. Berlim, na Alemanha; Calgary, no Canadá,
primeiro século d.C. Estrabão, considerava o rio Don "Tanais" como o e Irkutsk, na parte asiática da Rússia, estão em torno da mesma latitude,
limite para o Mar Negro, como diziam as primeiras fontes judaicas. as temperaturas de janeiro, em Berlim, são em média em torno de 8 °C (15
A fronteira sudeste com a Ásia não é universalmente definida, sendo °F), mais elevadas do que aquelas registradas em Calgary, e são quase 22
que o rio Ural, ou, alternativamente, o rio Embaservem mais comummente °C (40 °F) mais elevadas do que as temperaturas médias em Irkutsk.
como limites possíveis. O limite continua até ao Mar Cáspio, a crista das Demografia
montanhas doCáucaso, ou, alternativamente, o rio Kura no Cáucaso, e o
Mar Negro, Bósforo, o Mar de Mármara, o estreito de Dardanelos, o Mar Desde a Renascença, a Europa teve uma grande influência na cultura,
Egeu concluem o limite com a Ásia. O Mar Mediterrâneo ao sul separa a economia e movimentos sociais no mundo. As invenções mais
Europa da África. A fronteira ocidental é o Oceano Atlântico, a Islândia, significativas tiveram origem no mundo ocidental, principalmente na Europa
embora mais perto da Gronelândia (América do Norte) do que da Europa e nos Estados Unidos.Algumas questões atuais e passadas na demografia
continental, são geralmente incluídos na Europa. europeia incluíram emigração religiosa, relações raciais, imigração
econômica, a taxa de natalidade decrescente e o envelhecimento da
Por causa das diferenças sócio-políticas e culturais, existem várias população.
descrições de fronteira da Europa, sendo que em algumas fontes alguns
territórios não estão incluídos na Europa, enquanto outras fontes incluem- Em alguns países, como a Irlanda e a Polónia, o acesso ao aborto é
nos. Por exemplo, os geógrafos da Rússia e de outros países pós- atualmente limitado. No passado, tais restrições e também as restrições
sobre o controle artificial da natalidade eram comuns em toda a Europa. O
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aborto continua sendo ilegal na ilha de Malta, onde o catolicismo é a Outras línguas não indo-europeias são o maltês (a única língua oficial
religião do Estado. Além disso, três países europeus (Países semita da UE), o Basco, Geórgio, Azerbaijão, Turco no leste da Trácia
Baixos,Bélgica e Suíça) e a Comunidade Autónoma da Andaluzia Oriental e as línguas das nações minoritárias na Rússia.
(Espanha) têm permitido uma forma limitada deeutanásia voluntária para
doentes terminais. O multilinguismo e a proteção das línguas regionais e minoritárias são
objetivos políticos reconhecidos na Europa de hoje. A Convenção para a
Em 2005, a população da Europa era estimada em 731 milhões de Protecção das Minorias Nacionais e a Carta Europeia das Línguas
acordo com as Nações Unidas, que é um pouco mais do que um nono da Regionais ou Minoritárias do Conselho da Europa estabelecem um quadro
população mundial. Um século atrás, a Europa tinha quase um quarto da jurídico para os direitos linguísticos na Europa.
população mundial. A população da Europa cresceu no século passado,
mas nas outras regiões do mundo (especialmente na África e na Ásia), a Política
população tem crescido muito mais rapidamente. Dentre os continentes, a União Europeia
Europa tem uma densidade populacional relativamente alta, perdendo
Uma união constituída por mais de uma dezena de países, que fazem
apenas para a Ásia. O país mais densamente povoado da Europa são os
transações comerciais utilizando uma moeda única - Euro - e cujos
Países Baixos, terceiro no ranking mundial após a Coreia do Sul e
interesses são representados por instituições comuns. Essa nova Europa
Bangladesh. Pan e Pfeil (2004) contam 87 distintos "povos da Europa", dos
começou a ganhar corpo em dezembro de 1991, quando os 12 países-
quais 33 formam a maioria da população em pelo menos um Estado
membros da União Europeia concluíram o Tratado de Maastricht, que
soberano, enquanto os 54 restantes constituem minorias étnicas.
objetivava a união política, económica/econômica e monetária dos
Segundo a projeção de população da ONU, a população da Europa participantes, sem fechar espaço para novas adesões.[
pode cair para cerca de 7% da população mundial até 2050, ou 653 Através desse acordo, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha,
milhões de pessoas (variante média, 556 a 777 milhões em baixa e alta França, Grécia, Irlanda, Itália,Luxemburgo, Países Baixos, Portugal e
variante, respetivamente/respectivamente). Neste contexto, existem Reino Unido iniciaram a caminhada da integração europeia. Áustria,
disparidades significativas entre regiões em relação às taxas de fertilidade. Finlândia e Suécia são uns dos mais novos membros e vários outros
O número médio de filhos por mulher em idade reprodutiva é de 1,52. De países já entraram com seu pedido de adesão.
acordo com algumas fontes, essa taxa é maior entre os europeus
muçulmanos. A ONU prevê que o declínio contínuo da população de A reunião na cidade neerlandensa de Maastricht - que, em dezembro
vastas áreas da Europa Oriental. A população da Rússia está diminuindo de 1991, consolidou a formação da União Europeia - representou um
em pelo menos 700 mil pessoas a cada ano. O país tem hoje 13 mil aldeias capítulo de várias etapas, cujas iniciativas pioneiras surgiram logo após a
desabitadas. Segunda Guerra Mundial.
A Europa é o lar do maior número de migrantes de todas as regiões do BENELUX (België/Belgique, Nederland e Luxembourg) - Países-
mundo, em 70.6 milhões de pessoas, segundo um relatório da OIM. Em membros: Bélgica,Países Baixos e Luxemburgo. Foi a primeira
2005, a UE teve um ganho líquido global de imigração de 1,8 milhão de organização (1948) e tornou-se modelo e estímulo para as demais. Visava
pessoas, apesar de ter uma das maiores densidades populacionais do ao desenvolvimento econômico dos três países-membros e à ampliação do
mundo. Isso representou quase 85% docrescimento populacional total da comércioentre eles.
Europa.[86] A União Europeia pretende abrir centros de emprego para CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) - Países-
trabalhadores migrantes legais da África. membros: os integrantes do BENELUX e mais Alemanha, Dinamarca,
Emigração da Europa começou com os colonos espanhóis no século França, Reino Unido e Itália. Primeira entidade que, já em 1951, reunia
XVI, e com colonos franceses e ingleses no século XVII.[89] Mas os vencedores e vencidos da Segunda Guerra Mundial, a CECA tinha como
objetivo principais a livre circulação de ferro, carvão, aço e outros minerais
números mantiveram-se relativamente pequenas até ondas de emigração
no interior da comunidade. Através da redução dos gastos comtransportes
em massa no século XIX, quando milhões de famílias pobres, deixaram a
e das tarifas alfandegárias, facilitava-se o escoamento daqueles produtos,
Europa.
essenciais à industrialização.
Hoje, uma grande população de ascendência europeia é encontrada
AELC (Associação Europeia de Livre Comércio) - Países-membros:
em todos os continentes. A ascendência europeia predomina na América
Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça (países da Europa Ocidental).
do Norte e, em menor grau, na América do Sul (principalmente na
Argentina, Chile, Uruguai e Centro-Sul do Brasil). Além disso, a Austrália e Criada em 1960, a AELC objetivava a eliminação de tarifas
a Nova Zelândia têm grandes populações de descendentes europeus. A internacionais sobre produtos industrializados e negociação de acordos
África não tem países de maioria de descendentes de europeus, mas há bilaterais sobre produtosagrícolas. Era prevista a unificação da AELC com
minorias significativas, como a dos brancos Sul-Africanos. Na Ásia, as a União Europeia a partir de 1995, mas a Islândia, a Noruega e a Suíça
populações descendentes de europeus (mais especificamente russos) decidiram ficar de fora. A união dos dois blocos receberia o nome de
predominam no Ásia Setentrional. Espaço Econômico Europeu ou Área Econômica Europeia.
Línguas A Comunidade Económica Europeia (CEE) ou Mercado Comum
Europeu (MCE) foi o embrião da atual União Europeia (UE). Seus países
As línguas europeias pertencem principalmente a três grupos de membros são: Alemanha,Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia,
Línguas indo-europeias: as línguas românicas, derivadas da língua latina França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Reino
do Império Romano, as línguas germânicas, cujos ancestrais vieram de Unido e Suécia.
língua do sul da Escandinávia, e as línguas eslavas.[91] Apesar de ter a Quando de sua formação, em 1957, a entidade era constituída apenas
maioria de seu vocabulário descendente de línguas românicas, o idioma por Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos. Em
Inglês é classificado como uma língua germânica. 1973, ingressaram a Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido; em 1981, a
As línguas românicas são faladas principalmente no sudoeste da Grécia, e em 1986, Espanha e Portugal. Em 1995, a chamada Europa dos
Europa, bem como na Roménia e na Moldávia. As línguas germânicas são Doze cresceu ainda mais, ganhando a adesão de Áustria, Finlândia e
faladas no noroeste da Europa e algumas partes da Europa Central. As Suécia.
línguas eslavas são faladas na Europa Central, Oriental e sudeste da A partir de 1994, os países-membros da Comunidade Económica
Europa. Europeia, que adotou então o nome de União Europeia, se integrariam
para formar um mercado único, em que seriam abolidos os sistemas
Muitas outras línguas fora dos três grupos principais grupos existem na alfandegários e as diferentes taxas de impostos, além das restrições ao
Europa. Outras línguas indo-europeias incluem o grupo do Báltico (ie, Letã comércio, serviços e à circulação de capitais. Isso significaria, entre outras
e Lituana), o grupoCéltico (ie, Irlandês, Gaélico Escocês, Manês, Galês, coisas, que os habitantes da União Europeia teriam trânsito livre em todos
Córnico e Bretão), Grego, Albanês, e Arménio. Um grupo diferente de os países-membros, inclusive paratrabalho; os impostos seriam aos
línguas urálicas são o Estónio,Finlandês e Húngaro, falado nos poucos unificados e haveria livre acesso às mercadorias e serviços de
respetivos/respectivos países, bem como em partes da Roménia, Rússia, todos os países-membros dentro da comunidade.
Sérvia e Eslováquia.
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Desde 1995, para facilitar a circulação de pessoas por alguns países Eslovénia, Croácia, Bósnia e Herzegovina e Macedónia - e pelas
da União Europeia, entrou em vigor um acordo entre Portugal, Espanha, repúblicas que constituíam a antiga União Soviética, em sua parte
França, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo e Alemanha para eliminar as europeia: Bielorrússia, Ucrânia, Moldávia, Geórgia, Arménia, Azerbaijão e
barreiras alfandegárias e a obrigação da apresentação do passaporte entre Rússia Europeia.
esses países. Essa área recebeu o nome de Espaço Schengen, tirado da
cidade luxemburguesa onde o acordo foi assinado. Europa Meridional: região que, também chamada de
mediterrânea, compreende os países situados no sul do continente, quase
No sentido da integração económica/econômica, outro passo todos banhados pelo mar Mediterrâneo: Portugal, Espanha, Itália, Grécia
importante seria a utilização de uma moeda comum. O ECU (European eTurquia europeia, além de vários micro-estados - Vaticano, San Marino,
Currency Unity ou Unidade Monetária Europeia) circula, desde 1993, como Mónaco, Malta e Andorra.
padrão em operações financeiras e, apesar da discordância de alguns
membros, pretendeu-se que, gradualmente, ele fosse adotado nas Economia
operações cotidianas até 1999, quando o Euro entrou em vigor como Como um continente, a economia da Europa é atualmente a maior do
moeda escritural e comomoeda oficial desde 2002. planeta e é a região mais rica como medido por ativos sob gestão, com
Todos os países que integram a União Europeia apresentam economia mais de 32,7 trilhões de dólares em relação ao 27,1 trilhões de dólares da
desenvolvida, ainda que existam diferenças extraordinárias entre eles, América do Norte.[100] Tal como acontece com outros continentes, a
como entre Irlanda eAlemanha, por exemplo, ou Grécia e Dinamarca. A Europa tem uma grande variação da riqueza entre os seus países. Os
meta, no entanto, é reduzir esses contrastes, tornando a comunidade cada países mais ricos tendem a estar no Ocidente, enquanto algumas das
vez mais homogénea/homógena/homogênea. economias do Leste ainda estão emergindo do colapso da União Soviética
e da Iugoslávia.
Apesar das metas em comum, há divergências entre os países-
membros da União Europeia e são frequentes os atritos e necessários os A União Europeia, um organismo intergovernamental composto por 27
ajustes para garantir a execução de tais metas. O ano de 1994 foi de estados europeus, compreende o maior espaço económico/econômico
provas para a integridade da União Europeia, já que ocorreram, nos único no mundo. Atualmente, para 16 países da UE, o euro é a moeda
países, plebiscitos para ratificar seus objetivos e confirmar ou não a comum. Cinco países europeus classificam-se entre as dez maiores
adesão à União. Na Dinamarca e no Reino Unido, as opiniões estavam economias nacionais do mundo por PIB (PPC). Isso inclui (classifcação de
muito divididas, mas o apoio à comunidade prevaleceu. Na Noruega, acordo com a CIA): Alemanha (5), Reino Unido (6), Rússia (7), França (8) e
entretanto, sua população decidiu não ingressar na União Europeia, apesar Itália (10).
da solicitação de adesão feita anteriormente. Pré-1945: crescimento industrial
Outras organizações O capitalismo tem sido dominante no mundo ocidental desde o fim do
feudalismo.Da Grã-Bretanha, que gradualmente se espalhou pela Europa.
Os países europeus ocidentais estão vinculados a importantes
A Revolução Industrial começou na Europa, mais concretamente ao Reino
organizações que agregam países de outros continentes, como a OTAN e
Unido no final do século XVIII, e no século XIX impulsionou a
a OECD.
industrialização da Europa ocidental. Economias foram interrompidas pela
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), criada em 1949, Primeira Guerra Mundial, mas até o início da Segunda Guerra Mundial já
tem caráter militar. Além de países europeus, inclui outros dois banhados tinham se recuperado e estavam tendo que competir com a crescente força
pelo oceano Atlântico Norte: Canadá e Estados Unidos. Seu objetivo económica/econômica dos Estados Unidos. A Segunda Guerra Mundial,
fundamental é a cooperação militar e a defesa de seus membros, no caso novamente, danificados muito as indústrias europeias.
de agressâo internacional.[97] 1945-1990: A Guerra Fria
Com o fim da Guerra Fria, o papel da OTAN tem estado em segundo Após a Segunda Guerra Mundial, a economia do Reino Unido estava
plano. A aliança assumiu um caráter preponderantemente político em em estado de ruína, e continuou a sofrer um relativo declínio econômico
1990, desenvolvendo o papel de resolver crises localizadas. Vários países nas décadas seguintes. A Itália também estava em má condição
do Leste Europeu solicitaram o ingresso à OTAN. económica/econômica, mas recuperou um elevado nível de crescimento na
A OECD (Organization for Economic Cooperation and Development ou década de 1950. A Alemanha Ocidental recuperou-se rapidamente e
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) foi dobrou a produção de níveis pré-guerra na década de 1950. A França
estabelecida em 1961para promover bem-estar econômico e social entre também organizou um retorno notável a um crescimento rápido e a
seus membros e harmonizar a qualidade de vida nos países em modernização e, mais tarde a Espanha, sob a liderança de Franco,
desenvolvimento. Além de 18 países europeus, engloba também Austrália, também recuperou-se, e a nação obteve um enorme crescimento
Canadá, Japão, Nova Zelândia e Estados Unidos. econômico sem precedentes no início da década de 1960, em que é
chamado de milagre espanhol. A maioria dos estados da Europa Oriental
Subdivisões ficou sob o controle da URSS e, portanto, eram membros do Conselho
para Assistência Econômica Mútua (COMECON).
De acordo com os pontos de vista espacial e económico, podemos
dividir o continente em: Europa Ocidental,Europa Setentrional, Europa Os estados que mantiveram um sistema de livre mercado foram
Centro-Oriental e Europa Meridional. Sendo: agraciados com uma grande quantidade de ajuda dosEstados Unidos ao
abrigo do Plano Marshall. Os Estados ocidentais mudaram para ligar as
Europa Ocidental: região que abrange alguns dos chamados suas economias em conjunto, fornecendo a base para a UE e o aumento
países atlânticos, ou seja, banhados pelooceano Atlântico (Reino Unido, do comércio transfronteiriço. Isso ajudou-os a desfrutar de uma rápida
Irlanda e França); os que mantêm relação direta com o Atlântico através do melhora de suas economias, enquanto os estados da COMECON estavam
mar do Norte: Países Baixos, Bélgica e Alemanha; e os países sem saída lutando em grande parte devido ao custo da Guerra Fria. Até 1990, a
para o mar, mas que estão direta ou indiretamente vinculados ao Ocidente Comunidade Europeia foi ampliado de 6 para 12 membros fundadores. A
(Áustria, Suíça, Luxemburgo e Liechtenstein). ênfase na ressurreição da economia da Alemanha Ocidental levou a
ultrapassagem do Reino Unido como a maior economia da Europa.
Europa Setentrional: região que engloba a Noruega e a Suécia,
localizadas na península Escandinava, além da Finlândia, Islândia e 1991-2007: O crescimento da UE
Dinamarca; abrange também a Estônia, Letônia e Lituânia, que a partir de Com a queda do comunismo na Europa Oriental, em 1991, os estados
1990 se tornaram independentes da então União Soviética. A inclusão do Leste tiveram de se adaptar a um sistema demercado livre. Havia vários
desses países na região justifica-se por motivos económicos e pela sua graus de sucesso com os países centro-europeus, como Polónia, Hungria
proximidade étnica e cultural com os finlandeses. e Eslovénia, que se adaptaram razoavelmente rápido, enquanto estados do
Europa Centro-Oriental: É formada pelo conjunto dos antigos Leste como a Ucrânia e a Rússia, estão levando muito mais tempo. A
países socialistas do Leste - Polónia,República Checa, Eslováquia, Europa Ocidental ajudou a Europa Oriental, formando laços económicos/
Hungria, Roménia, Bulgária, Albânia, Sérvia, Montenegro, Kosovo, econômicos.
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Após o Leste e o Oeste da Alemanha se reunirem em 1990, a Geografia
economia da Alemanha Ocidental, apoiou a reconstrução da infra-estrutura
da Alemanha Oriental. A Jugoslávia mostrou um atraso maior, sendo O ponto mais setentrional das Américas é a ilha Kaffeklubben, que é o
devastada pela guerra e em 2003 ainda havia muitas tropas de paz da e da ponto terrestre mais setentrional na Terra.[3] O ponto mais ao sul é a ilhas
OTAN no Kosovo, na República da Macedónia, na Bósnia e Herzegovina, do Thule do Sul, embora às vezes sejam consideradas parte da Antártida.
sendo apenas a Eslovénia que conseguiu fazer algum progresso real. O ponto mais oriental está em Nordostrundingen. O ponto mais ocidental é
ilha Attu.
Na mudança do milênio, a União Europeia dominou a economia da
Europa, que inclui os cinco maiores economias europeias da época a O continente americano é a maior massa terrestre do planeta no senti-
Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Espanha. Em 1999, 12 dos 15 do norte-sul. No seu mais longo trecho, estende-se por cerca de 14.000
membros da UE aderiram à zona do euro substituindo suas antigas km, da Península de Boothia, no norte do Canadá, ao Cabo Froward, na
moedas nacionais pelo euro comum. Os três que optaram por permanecer Patagônia chilena. O ponto mais ocidental do continente das Américas é o
fora da zona euro, foram: Reino Unido, Dinamarca e Suécia. fim da Península de Seward, noAlasca, enquanto a Ponta do Seixas, no
nordeste do Brasil, forma a extremidade oriental do continente.
2008-2009: Recessão
Topografia
A zona do euro entrou em sua primeira recessão oficial no terceiro
trimestre de 2008, os números oficiais confirmados em janeiro de 2009. A A geografia ocidental da América é dominada pela cordilheira ameri-
crise econômica do final dos anos 2000, que teve início nos Estados cana, com os Andes correndo ao longo da costa oeste da América do Sul e
Unidos, propagou-se de forma rápida para a Europa e afetou grande parte as Montanhas Rochosas e outras cordilheiras norte-americanas correndo
da região. A taxa de desempregooficial nos 16 países que usam o euro ao longo do lado ocidental da América do Norte. Com 2 300 km de com-
subiu para 9,5% em maio de 2009.[Os jovens trabalhadores da Europa têm primento os Apalaches correm ao longo da costa leste da América do
sido especialmente atingidos. No primeiro trimestre de 2009, a taxa de Norte, do Alabama até Terra Nova. Ao norte dos Apalaches, a Cordilheira
desemprego na UE-27 para pessoas entre 15-24 anos foi de 18,3%. Árctica corre ao longo da costa oriental doCanadá.
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segunda maior bacia hidrográfica da América do Sul é a do rio Paraná, que torneios a Copa Libertadores da América para os clubes, e a Copa América
abrange cerca de 2,5 milhões km². para as seleções. Já a CONCACAF tem como seus principais torneios a
Liga dos Campeões da CONCACAF para os clubes e a Copa Ouro da
Clima CONCACAF para as seleções. Na Copa do Mundo o continente já obteve 9
O clima das Américas varia significativamente de região para região. títulos com 3 países diferentes; já sediou essa competição 7 vezes, sendo
Os lugares mais quentes das Américas estão localizados na Grande Bacia que foi sede da 1° Copa do Mundo em 1930, no Uruguai; e sediará pela 8°
da América do Norte e no deserto do Atacama, no Chile. O clima de flores- vez em 2014, no Brasil. Outros esportes como basquete, vôlei, beise-
ta tropical ocorre nas latitudes da Amazônia, nas florestas nubladas ameri- bol,boxe e o MMA são bem populares na América, principalmente na
canas, na Flórida e em Darién Gap. Nas Montanhas Rochosas e nos América do Norte. A principal competição de esportes olímpicos da Améri-
Andes, um clima semelhante é observado. Muitas vezes, as altitudes mais ca são os Jogos Pan-Americanos e os Jogos Parapan-Americanos, que
elevadas dessas montanhas são cobertas de neve. são organizados pela Organização Desportiva Pan-Americana. A América
já sediou 6 vezes os Jogos Olímpicos de Verão e sediará pela 7° vez em
O sudeste da América do Norte é bem conhecido por sua ocorrência 2016, no Rio de Janeiro. Também sediou 6 vezes os Jogos Olímpicos de
de tornados e furacões, dos quais a grande maioria dos tornados ocorrem Inverno.
no Tornado Alley, nos Estados Unidos.[19] Muitas vezes, partes do Caribe
estão expostas aos efeitos de furacões violentos. Estes sistemas climáticos *Na Taça Libertadores, Copa Sul-Americana e Copa América, que são
são formadas pela colisão de ar seco e frio do Canadá e do ar quente competições da CONMEBOL, tem como participantes clubes e seleções da
úmido do Atlântico. CONCACAF. Na Libertadores e Copa Sul-Americana são aceitas a partici-
pação de clubes mexicanos, e na Copa América duas seleções de outras
Demografia confederações são convidados a participar da competição, na maioria das
A população total da América era de 910 720 588 habitantes segundo vezes seleções da CONCACAF.
estimativas de 2008. Dados gerais
A população da América compreende descendentes de grandes gru- Área total: 42.189.120 km²
pos étnicos, como os indígenas (inclusive inuítes e aleútas), os europeus Maior país em extensão: Canadá
(principalmente espanhóis, ingleses, irlandeses, italianos, portugueses, País mais populoso: Estados Unidos
franceses, alemães e holandeses), negros africanos, asiáticos (como os
Ponto culminante: Aconcágua (Argentina)
amarelos e os médio-orientais), bem como mestiçose mulatos.
Maior ilha: Groenlândia (2.175.000 km²)
Línguas Maior depressão: Vale da Morte (Estados Unidos)
Maior bacia hidrográfica: bacia Amazônica (América do Sul)
Várias línguas são faladas nas Américas. Alguns são de origem euro-
Maior rio: Amazonas (Brasil e Peru)
peia, outras são faladas por povos indígenas ou por uma mistura de idio-
mas diversos, como os diferentes crioulos. Maior PIB: Estados Unidos
Número de países: 35
A língua dominante da América Latina é o espanhol, embora a maior Maior IDH: Estados Unidos
nação da América Latina, o Brasil, fale português. Pequenos enclaves de Maior temperatura registrada: 56,6 °C Vale da Morte, (EUA)
comunidades que falam francês, holandês e regiões de língua inglesa Menor temperatura registrada: -61,4 °C (Ilhas Árticas, Ilha de Fer-
também existem na América Latina, notadamente na Guiana Francesa, rentzen)
Suriname e Belize, respectivamente, e o crioulo haitiano, de origem france- Maiores cidades, em população (exclusive os demais municípios
sa, é dominante na nação do Haiti. Línguas nativas são mais proeminentes das regiões metropolitanas): São Paulo (Brasil), Cidade do México (Méxi-
na América Latina do que nos países anglo-americanos, com os idiomas co) e Nova Iorque(Estados Unidos).
nahuatl, quíchua, aimará e o guarani como o mais comum. Várias outras Maiores regiões metropolitanas, por população: Cidade do México,
línguas nativas são faladas com menos frequência tanto na América Anglo- São Paulo e Nova Iorque.
Saxônica quanto na América Latina. Línguas crioulas, que não o crioulo
haitiano, são também faladas em partes da América Latina. América do Norte
A língua dominante da Anglo-América, como o próprio nome sugere, é A América do Norte é a porção setentrional do continente americano.
o inglês. O francês é também oficial no Canadá, onde é a língua predomi- Existem duas formas de classificar esse continente: a primeira considera
nante em Québec e uma língua oficial em Nova Brunswick, juntamente que a América do Norte é apenas a parte mais setentrional da América,
com o inglês. Também é uma linguagem importante no estado da Louisia- separada da América Central na fronteira entre o México e o Guatemala, a
na e em partes de New Hampshire, Maine e Vermont, nos Estados Unidos. segunda classificação reconhece apenas uma América do Norte e uma
O espanhol manteve uma presença permanente no sudoeste dos Estados América do Sul, traçando o limite no Istmo do Panamá (umas vezes no
Unidos, que fazia parte do Vice-reinado da Nova Espanha, especialmente Canal do Panamá, outras na fronteira entre o Panamáe a Colômbia). Pela
na Califórnia e no Novo México, onde uma variedade distinta do espanhol última definição, a América do Norte incluiria a América Central Continental
sobrevive desde o século XVII. Mais recentemente, o espanhol se tornou eInsular (Caribe).
amplamente falado em outras partes dos Estados Unidos devido à pesada
De facto, a América do Norte está assente na sua própria placa
imigração de povos da América Latina. Elevados níveis de imigração, em
tectónica - a Placa Norte-americana (que abrange também parte da Ásia
geral, têm trazido uma grande diversidade linguística para a Anglo-
oriental) -, enquanto que a América Central, a sul da Península de Iucatã,
América, com mais de 300 línguas conhecidas a serem faladas nos Esta-
está assente na Placa Caribeana.
dos Unidos, mas a maioria das línguas são faladas apenas em enclaves
pequenos e em grupos relativamente pequenos de imigrantes. O subcontinente é limitado a norte pelo Oceano Glacial Ártico, a leste
pelo Oceano Atlântico, a sul pela América Central (ou pela América do Sul,
As nações da Guiana, Suriname e Belize geralmente não são conside-
conforme a definição que se considere), peloGolfo do México e Mar das
radas nem como parte da Anglo-América ou da América Latina devido a
Caraíbas e a oeste pelo oceano Pacífico. Inclui ainda, além da porção
diferenças linguísticas com a América Latina, diferenças geográficas com a
continental, a Gronelândia (a maior ilha do mundo), a Terra Nova, o
Anglo-América, e diferenças culturais e históricas com ambas as regiões; o
Arquipélago Ártico Canadiano, as Aleútes, a ilha de Vancouver, as Ilhas da
inglês é a idioma principal da Guiana e Belize e o holandês é a língua
Rainha Carlota e uma miríade de outras ilhas, espalhadas pelos mares que
oficial do Suriname.
a rodeiam.
Desporto
A América do Norte é composta pelo Canadá, Estados Unidos,
O esporte mais popular na América é o futebol, nesse continente há México e Groelândia. É um continente extenso, o terceiro maior
duas confederações diferentes: a CONMEBOL, para clubes e seleções da do mundo.Até o século XVI este continente era habitado pelos
América do Sul; e aCONCACAF, para clubes e seleções da América do esquimós, peles-vermelhas e astecas. Os primeiros colonos a
Norte, Central e do Caribe. A CONMEBOL tem como seus principais chegarem foram os ingleses, franceses, espanhóis e holandeses. A
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partir do século XIX, os navios e ferrovias facilitaram a entrada de do estreito de Bering. O estado do Havaí é um arquipélago no Pacífico
novos colonos, que, em sua maior parte, vinham da Europa. Central. O país também possui vários outros territórios no Caribe e no
Pacífico.
Conhecendo a América do Norte
Com 9,37 milhões de km² de área e cerca de 309 milhões de
A América do Norte possui grandes cordilheiras em suas habitantes, os Estados Unidos são oquarto maior país em área total, o
regiões oeste e leste. As Montanhas Rochosas, que vão do Ártico ao quinto maior em área contínua e o terceiro em população. O país é uma
México, recebem diferentes nomes durante toda a sua extensão na das nações mais multiculturais e etnicamente diversas do mundo, produto
porção oeste do continente. Elas chamam atenção não só por sua da forte imigraçãovinda de muitos países. A economia dos Estados Unidos
beleza, mas também por serem ricas em minerais. Ao leste é a maior economia nacional do mundo, com um produto interno bruto que
também há montanhas, contudo, elas são mais baixas se em 2008 foi de 14,2 trilhões de dólares, o que foi equivalente a um quarto
comparadas com as existentes na região oeste. Estas montanhas do valor do PIB nominal mundial e um quinto do PIB mundial por paridade
mais baixas vão do Labrador ao Alabama e, durante grande parte do poder de compra.
de sua extensão, o nome que predomina é Apalaches.
Os povos indígenas, provavelmente de origem asiática, habitam o que
Entre essas duas extensas cadeias montanhosas, há planícies e é hoje o território dos Estados Unidos desde há muitos milhares de anos.
pradarias cujos ambientes e seres vivos se modificam durante o Esta população nativa americana foi muito reduzida após ocontato com os
percurso para o sul, desde o gelado Ártico até os trópicos da europeus devido a doenças e guerras. Os Estados Unidos foram fundados
América Central. pelastreze colônias do Império Britânico localizadas ao longo da costa
Na região do extremo-norte encontram-se as regiões geladas do atlântica do país. Em 4 de julho de 1776, foi emitida a Declaração de
Alasca e do norte do Canadá, onde habitam os esquimós, caçadores e Independência, que proclamou o seu direito à autodeterminação e a
pescadores. Apesar do clima gelado, foram criadas estruturas que criação de uma união cooperativa. Os estados rebeldes derrotaram a Grã-
permitem um número crescente de habitantes, atraídos por centros Bretanha na Guerra Revolucionária Americana, a primeira guerra colonial
mineiros de ouro e urânio. bem sucedida da Idade Contemporânea. AConvenção de Filadélfia
aprovou a atual Constituição dos Estados Unidos em 17 de setembro de
Há ainda florestas de pinheiros, lariços e abetos, que os 1787; sua ratificação no ano seguinte tornou os estados parte de uma
lenhadores derrubam para a manufatura de papel, rayon e para única república com um forte governo central. A Carta dos Direitos,
lenha. composta por dez emendas constitucionais que garantem vários direitos
Ao sul dessas florestas, encontram-se planícies cobertas pelo civis e liberdades fundamentais, foi ratificada em 1791.
trigo norte-americano e canadense. Nas áreas próximas aos No século XIX, os Estados Unidos deslocaram as tribos nativas,
Grandes Lagos e ao vale do rio São Lourenço, existem grandes e adquiriram o território da Luisianada França, a Flórida da Espanha, parte
modernas cidades e também fazendas e minas. do território do Oregon do Reino Unido, Alta Califórnia e Novo México do
Indo mais para o sul, nos Estados Unidos, encontram-se México e o Alasca da Rússia, e anexaram a República do Texas e a
terras férteis para a produção de milho. República do Havaí. Os litígios entre o sul agrário e o norte industrializado
do país sobre os direitos dos estados e sobre a expansão da instituição da
Nas bacias férteis dos rios Mississipi e Missouri é feito o plantio de escravatura, provocaram a Guerra de Secessão, que decorreu entre 1861
tabaco, algodão e de frutas. Esses rios são extremamente e 1865. A vitória do Norte impediu a separação do país e levou ao fim da
importantes, pois, na época de cheia, eles inundam e fertilizam a escravidãolegal nos Estados Unidos. Na década de 1870, a economia do
região. país tornou-se a maior do mundo. A Guerra Hispano-Americana e a
Primeira Guerra Mundial confirmaram o estatuto do país como uma
No México existe um interior deserto, onde há poços de petróleo e
potência militar. A nação emergiu da Segunda Guerra Mundial como o
minas de prata, matéria prima da qual o país é o maior produtor
primeiro país com armas nucleares e como membro permanente do
mundial. Outras riquezas minerais também são encontradas nesta
Conselho de Segurança das Nações Unidas. O fim daGuerra Fria e a
região, entre elas estão: o ouro, o cobre, o zinco, etc. Embora conte
dissolução da União Soviética deixaram os Estados Unidos como a
com este recurso, a naçãocontinua dando papel de destaque para
únicasuperpotência restante no planeta. O país responde por 41% dos
a agricultura, onde seus principais produtos são: o café, açúcar,
gastos militares do mundo e é um forte líder econômico, político e cultural
tomate e algodão.
no planeta.
Ao leste da América do Norte estão localizadas muitas de suas
Demografia
maiores cidades, como Toronto e Montreal (no Canadá), Nova
Iorque, Filadélfia, Detroit e Baltimore (nos Estados Unidos). É nessa A população dos Estados Unidos foi estimada pelo United States Cen-
região que se encontra grande parte do ferro e do carvão do sus Bureau em novembro de 2010 em 310 730 000 habitantes, incluindo
continente, as maiores indústriaspesadas e o maior comércio. 11,2 milhões deimigrantes ilegais. Os Estados Unidos são a terceira nação
mais populosa do mundo, a seguir à China e a Índia, e são o único país
Na costa ocidental encontram-se as florestas e fazendas da
industrializado em que há perspetivas de aumento em grande parte da
Colúmbia Britânica, os pomares, os poços de petróleo e as
população. Com uma taxa de natalidade de 13,82 por mil, 30% abaixo da
plantações de algodão daCalifórnia. As maiores cidades do oeste
média mundial, a sua taxa de crescimento populacional é de 0,98%, signifi-
são: Vancouver, São Francisco e Los Angeles. Hollywood também se
cativamente superior às da Europa Ocidental, Japão e Coreia do Sul. No
situa nessa região.
ano fiscal de 2009, foi concedida residência legal a 1,1 milhões de imigran-
Os habitantes norte-americanos procedem de diferentes tes. O México foi a principal fonte de novos residentes por mais de duas
países: um quarto da população do Canadá fala francês, e o décadas; desde 1998, China, Índia e as Filipinas foram os quatro principais
resto é de origem inglesa. Os milhares de habitantes dos Estados países de origem de imigrantes a cada ano.
Unidos são, em sua grande parte, de origem europeia. Há também muitos
Política
negros, chineses, japoneses e índios.
Os Estados Unidos são a federação mais antiga do mundo.O país é
Estados Unidos
uma república constitucional e uma democracia representativa, "em que a
Estados Unidos da América são uma república constitucional federal regra da maioria é temperada por direitos das minoria protegidas por lei". O
composta por cinquenta estados e um distrito federal. A maior parte do governo é regulado por um sistema de freios e contrapesos definido pela
país situa-se na região central da América do Norte, formada por 48 Constituição, que serve como documento legal supremo do país. No siste-
estados e Washington, D.C., o distrito federal da capital. Localiza-se entre ma federalista estado-unidense, os cidadãos são geralmente sujeitos a três
os oceanos Pacífico e Atlântico, fazendo fronteira com o Canadá a norte e níveis de governo, federal, estadual e local; funções do governo local são
com o México a sul. O estado do Alasca está no noroeste do continente, geralmente divididas entre o condado e os governos municipais. Em quase
fazendo fronteira com o Canadá no leste e com a Rússia a oeste, através todos os casos, funcionários do executivo e legislativo são eleitos pelo voto
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da maioria dos cidadãos por distrito.Não hárepresentação proporcional no res.[203] Canadá, China,México, Japão e Alemanha são os seus principais
nível federal e isso é muito raro em níveis inferiores. parceiros comerciais. A China é o maior detentor da dívida externa pública
dos EUA.[205] Depois de uma expansão que durou pouco mais de seis
O governo federal é composto de três ramos: anos, a economia estadunidense entrou emrecessão desde dezembro de
Legislativo: Congresso bicameral, composto pelo Senado e pela 2007, recuperando-se em 2010. Os Estados Unidos ocupam o segundo
Câmara dos Representantes, faz a lei federal, declara guerras, aprova lugar no Global Competitiveness Report.
tratados, tem o poder da bolsa e tem o poder de impeachment, pelo qual Em 2009, estimou-se que o setor privado constituía 55,3% da econo-
pode remover membros efetivos do governo. mia do país; a atividade do governo federal,24,1%; e as atividades dos
Executivo: o Presidente é o comandante-em-chefe das forças ar- estados e de administrações locais (incluindo as transferências federais),
madas, pode vetar projetos de lei antes de se tornar lei e nomeia os mem- os restantes 20,6%. A economia é pós-industrial, com o setor de serviços
bros do Conselho de Ministros (sujeito à aprovação do Senado) e outros contribuindo com 67,8% do PIB, embora os Estados Unidos continuem a
poderes, que administram e fazem cumprir as leis federais e políticas . ser uma potência industrial.[209] Os Estados Unidos são o terceiro maior
produtor de petróleo do mundo, bem como o seu maior importador. É o
Judiciário: A Suprema Corte e tribunais inferiores, cujos juízes são maior produtor do mundo de energia elétrica e nuclear, assim como de gás
nomeados pelo presidente com aprovação do Senado, interpretam as leis e natural liquefeito,enxofre, fosfatos e sal. Enquanto a agricultura representa
derrubam aquelas que são inconstitucionais. menos de 1% do PIB,[209] os Estados Unidos são o maior produtor mundi-
al de milho e soja. A Bolsa de Valores de Nova Iorque é a maior do mundo
A Câmara dos Representantes tem 435 membros votantes, cada um
em volume de dólares. Coca-Cola e McDonald's são as duas marcas do
representando um distrito do Congresso para um mandato de dois anos.
país mais reconhecidas no mundo.
Cadeiras na Câmara são distribuídas entre os estados pela população a
cada dez anos. De acordo com o censo de 2000, sete estados têm um No terceiro bimestre de 2009, a força de trabalho do país era compos-
mínimo de um representante, enquanto a Califórnia, o estado mais populo- ta por 154,4 milhões de pessoas. Desses trabalhadores, 81% tinham
so, tem cinquenta e três. O Senado tem 100 membros com cada estado emprego no setor de serviços. Com 22,4 milhões de pessoas, o governo é
tendo dois senadores, eleitos em-grande para mandatos de seis anos, um o principal campo de trabalho.Cerca de 12% dos trabalhadores são sindi-
terço das cadeiras do Senado estão acima para a eleição a cada ano. O calizados, contra 30% na Europa Ocidental. O Banco Mundialclassifica os
presidente serve um mandato de quatro anos e pode ser eleito não mais do Estados Unidos em primeiro lugar na facilidade de contratação e demissão
que duas vezes. trabalhadores. Entre 1973 e2003, um ano de trabalho para o estaduniden-
se médio cresceu 199 horas.[220] Em parte como resultado disso, os
O presidente não é eleito pelo voto direto, mas por um sistema de co-
Estados Unidos mantém a maior produtividade do trabalho no mundo. Em
légio eleitoral indireto em que os votos são distribuídos de forma determi-
2008, ele também levou a produtividade por hora do mundo, ultrapassando
nante pelo estado, para um mandato de quatro anos, podendo ser reeleito
a Noruega, França, Bélgica e Luxemburgo, que havia superado os Estados
não mais de duas vezes. Cada estado pode brindar uma determinada
Unidos durante a maior parte da década anterior. Em relação àEuropa, a
quantidade de votos de acordo com o número de congressistasdentro do
propriedade e as taxas de imposto de renda estadunidenses são geralmen-
poder legislativo: senadores (dois por cada estado) e representantes (que
te mais elevadas, enquanto trabalho e, particularmente, as taxas de impos-
variam de acordo com a população de cada estado); dando um total de 538
to sobre o consumo são menores.
membros. O sistema bipartidarista permite que um dos candidatos à presi-
dência, seja do partido republicano o democrata, precise de apenas duzen- Renda e desenvolvimento humano
tos e setenta votos para assegurar a vitória. A Suprema Corte, liderada
pelo Chefe de Justiça dos Estados Unidos, tem nove membros. De acordo com o United States Census Bureau, a renda familiar média
bruta americana em 2010 foi de 49.445 dólares. A média variou de 64.308
Os governos estaduais estão estruturados de forma mais ou menos dólares entre famílias asiáticas-americanas a $ 32.068 entre os lares de
semelhante, Nebraska excepcionalmente tem uma legislatura unicameral. afro-americanos.Usando a paridade do poder de compra das taxas de
O governador (chefe executivo) de cada estado é eleito por sufrágio direto. câmbio, a média geral é semelhante ao grupo do mais ricos países desen-
Alguns juízes estaduais e agentes do gabinete são nomeados pelos gover- volvidos. Depois de uma diminuição acentuada durante a matade do século
nadores dos respectivos Estados, enquanto outros são eleitos pelo voto XX, a taxa de pobreza estabilizou-se desde os anos 1970, sendo que há
popular. entre 11 e 15% norte-americanos abaixo da linha da pobreza todos os
anos e cerca de 58,5% deles passam pelo menos um ano em situação de
Todas as leis e procedimentos governamentais são passíveis de re-
pobreza entre as idades de 25 e 75 anos. Em 2010, 46,2 milhões de ame-
curso judicial e a que foi julgada em desacordo com a Constituição é
ricanos viviam na pobreza, número que subiu pelo quarto ano consecutivo.
anulada. O texto original da Constituição estabelece a estrutura e as res-
ponsabilidades do governo federal e sua relação com os estados. O Artigo O Estado de bem-estar social dos Estados Unidos é um dos menos
Primeiro protege o direito ao "grandes decreto" do habeas corpus e o extensos do mundo desenvolvido, o que diminui a sua capacidade de
Artigo Terceiro garante o direito a um julgamento com júri em todos os reduzir a pobreza relativa e absoluta consideravelmente menos do que a
casos criminais. Emendas à Constituição exigem a aprovação de três média para os países ricos, embora os gastos sociais per capita públicos e
quartos dos estados. A Constituição foi alterada vinte e sete vezes; as dez privados combinados sejam relativamente altos. Enquanto o Estado de
primeiras emendas, que constituem a Carta dos Direitos, e a Décima bem-estar americano reduza eficazmente a pobreza entre os idosos, presta
Quarta Emendaformam a base central dos direitos individuais dos estadu- relativamente pouca assistência para os mais jovens.[228] Um estudo de
nidenses 2007 da UNICEF sobre o bem-estar infantil em vinte e uma nações indus-
trializadas classificou os Estados Unidos em penúltimo lugar.
Economia
Entre 1947 e 1979, a renda média real aumentou em mais de 80% pa-
Os Estados Unidos têm uma economia mista capitalista, que é abaste-
ra todas as classes sociais, com a renda dos americanos mais pobres
cida por recursos naturais abundantes, uma infraestrutura bem desenvolvi-
crescendo mais rapidamente do que a dos mais ricos.No entanto, o au-
da e pela alta produtividade. De acordo com o Fundo Monetário Internacio-
mento da renda, desde então, têm sido mais lento, menos amplamente
nal, o PIBdos Estados Unidos de 14,4 trilhões de dólares representa 24%
compartilhadose acompanhado pelo aumento da insegurança econômica.
do produto interno bruto mundial no mercado de câmbio e quase 21% do
A renda familiar média aumentou para todas as classes, desde 1980,mas o
produto interno bruto mundial em paridade do poder de compra (PPC). O
crescimento tem sido fortemente inclinado em direção ao topo. Por conse-
maior PIB nacional do mundo era cerca de 5% menor do que o PIB combi-
guinte, a parcela da renda do 1% do topo - 21,8% da renda total reportada
nado daUnião Europeia em PPC, em 2008. O país ocupa a décima sétima
em 2005 - mais do que duplicou desde 1980, deixando o Estados Unidos
posição no mundo em termos de PIB nominal per capita e a sexta posição
com a maior desigualdade de renda entre as nações desenvolvidas. Os 1%
em PIB per capita PPC.
mais ricos pagam 27,6% de todos osimpostos federais, enquanto os 10%
Os Estados Unidos são o maior importador e terceiro maior exportador mais ricos pagam 54,7%. A riqueza, como renda, é altamente concentrada:
de bens, embora as exportações per capita sejam relativamente baixas. os 10% mais ricos da população adulta possuem 69,8% da riqueza domés-
Em 2008, o déficit comercial total dos E.U.A. foi de 696 bilhões de dóla-
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tica do país, a segunda maior participação entre as nações desenvolvidas. mente a integração econômica entre os Estados soberanos do subconti-
Os 1% mais ricos possuem 33,4% da riqueza líquida nente em meio à III Cúpula de Chefas e Chefes de Estado e de Governo
da América do Sul.
Mídia
A América do Sul possui vastos recursos naturais e graves problemas
A primeira exposição comercial de filme do mundo foi feita em Nova econômicos e sociais.[7] Em razão do alto endividamento externo e interno,
Iorque em 1894, usando o cinetoscópio de Thomas Edison. No ano seguin- vários países sul-americanos aplicam as políticas doFundo Monetário
te foi feita a primeira exibição comercial de um filme projetado, também em Internacional (FMI), que comprimem as contas públicas mas não eliminam
Nova York, e os Estados Unidos estavam na vanguarda do desenvolvimen- as crises.
to do cinema sonoro nas décadas seguintes. Desde o início do século XX,
aindústria cinematográfica estadunidense tem sido largamente sediada nos A indústria está concentrada no beneficiamento de produtos agrícolas
arredores de Hollywood, na Califórnia. O diretor D. W. Griffith foi central e na produção de bens de consumo, com destaque para a indústria auto-
para o desenvolvimento da gramática cinematográfica, e o filme Cidadão mobilística. No Brasil e na Argentina encontra-se mais diversificada, abran-
Kane (1941) de Orson Welles é frequentemente citado como o melhor filme gendo setores como extração, refino de petróleo e siderurgia. O Brasil é
de todos os tempos.[328] Atores cinematográficos estadunidenses como- responsável por cerca de três quintos da produção industrial sul-
John Wayne e Marilyn Monroe se tornaram figuras icónicas, enquanto o americana. A mineração inclui a extração de petróleo (com destaque para
produtor/empresário Walt Disney foi um líder emfilmes animados e de a Venezuela), cobre, estanho, manganês, ferro e outros. A agricultura é
merchandising. Os grandes estúdios cinematográficos de Hollywood têm intensiva nas áreas tropicais, onde há culturas voltadas para a exportação
produzido os filmes de maior sucesso comercial da história, como Star (café, cacau, banana, cana-de-açúcar, cereais). A pecuária é praticada em
Wars (1977) e Titanic (1997), e os produtos de Hollywood hoje dominam a larga escala no sul e no centro.
indústria cinematográfica mundial
A América do Sul também é considerada, atualmente, o único conti-
Os estadunidenses são os maiores espectadores de televisão do nente do mundo sem nenhumamonarquia (embora as Ilhas Malvinas,
mundo,[330] e o tempo médio de visualização continua a aumentar, che- normalmente consideradas como integrantes do continente, façam parte do
gando a cinco horas por dia em 2006. As quatro grandes redes de televi- Reino Unido.)
são do país são todas entidades comerciais. Estadunidenses ouvem pro-
gramas de rádio, também largamente comercializado, em média, pouco Geografia
mais de duas horas e meia por dia. Além de portaise motores de busca, os A América do Sul ocupa uma área de 17.819.100 km², localiza-se a
sites mais populares no país são o Facebook, YouTube, Wikipédia, Blo- 60º00'00" de longitude oeste do Meridiano de Greenwich e a 20º00'00" de
gger, eBay, Google e Craigslist. latitude sul da Linha do Equador e com fusos horários -6, -5, -4, -3 e -2
Os estilos rítmicos e vocais da música negra estadunidense influencia- horas em relação a hora mundial GMT. Quatro quintos do continente ficam
ram profundamente a música estadunidense em geral, distinguindo-a das abaixo da Linha do Equador. Noplaneta Terra, o continente faz parte do
tradições europeias. Elementos da música folclórica, como o blues e o que continente pan-americano. É banhado pelo mar do Caribe, oceano Atlânti-
é agora conhecido como old-time music, foram aprovadas e transformadas co e oceano Pacífico. O continente é cortado por dois círculos imaginários:
em gêneros populares com público global. O jazz foi desenvolvido por A linha do Equador que passa pelo país homônimo, Peru, Colômbia e
artistas inovadores, tais como Louis Armstrong e Duke Ellington no início Brasil e o Trópico de Capricórnio, que corta Chile, Argentina, Paraguai e
do século XX. A música country foi desenvolvida nadécada de 1920, e o Brasil.
rhythm and blues na década de 1940. Elvis Presley e Chuck Berry foram No continente, existem tipos bem diversos de ambiente. A oeste fica a
um dos pioneiros do rock and roll em meados dos anos 1950. Em1960, extensa cadeia montanhosa dos Andes, que atinge até 6.700m de altitude
Bob Dylan surgiu a partir do american folk music revival para se tornar um em alguns pontos. Onorte é quase completamente tomado pela densa e
dos compositores mais célebres do país e James Brown liderou o desen- úmida Floresta Amazônica. Na região central do continente predomina
volvimento do funk. Mais recentes criações musicais estadunidenses áreas alagadas que incluem o Pantanalbrasileiro e Chaco boliviano. Mais
incluem o rap e a house music. Astros pop estadunidenses como Elvis para o sul há planícies e cerrados. Na costa leste, a floresta costeira origi-
Presley, Michael Jackson e Madonnatornaram-se celebridades globais. nal cedeu lugar à ocupação industrial e agrícola.
Geologia e relevo
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Amazônica, encontra-se a maior rede hidrográfica do mundo, com uma As temperaturas médias anuais na bacia Amazônica oscilam em torno
área de cerca de 7.000.000 km². de 27 °C, com pequenas variações estacionais. Entre olago de Maracaibo
e a foz do Orinoco, predomina um clima tropical do tipo senegalês, que
Ao norte da planície Amazônica, estendendo-se por quase 500.000 engloba também partes do território brasileiro.
km², surge a bacia do Orinoco. A planície do Orinoco é continuada para o
sul através de lhanos do Beni, de Mojos, Guarayos e de Chiquitos. Ao sul O centro-leste do planalto Brasileiro possui clima tropical úmido e
da Bolívia, inicia-se o Chaco. Ao sul do Chaco, estendem-se os pampas, quente. As partes norte e leste do pampa argentino possuemclima tempe-
onde formaram bacias sem escoamento para o mar. A noroeste da provín- rado oceânico, enquanto as faixas oeste e leste tem clima temperado. Nos
cia de Buenos Aires, erguem-se as serras pampianas. A serra de Famatina pontos mais elevados da região andina, os climas são mais frios do tipo
(cerca de 6.000 metros) é a mais alta desse conjunto, onde também se norueguês. Nos planaltos andinos, predomina o clima quente, embora
destacam outras serras. amenizado pela altitude, enquanto na faixa costeira, registra-se um clima
equatorial do tipo guineano. Deste ponto até o norte do litoral chileno
Diferente é o aspecto morfológico geral da região situada a leste das aparecem, sucessivamente, climas mediterrâneo oceânico, temperado do
referidas planícies, formando a segunda importante faixa de relevo da tipo bretão e, já na Terra do Fogo, clima frio do tipo siberiano.
América do Sul. Trata-se do planalto Brasileiro e seu prolongamento para o
norte, o planalto das Guianas. Este último, estende-se pela fronteira brasi- A distribuição das chuvas relaciona-se com o regime dos ventos e das
leira com as Guianas e com a Venezuela. A escarpa do planalto, do lado massas de ar. Na maior parte da região tropical a leste dos Andes, os
sul, desce abruptamente. Para o norte, em direção àplanície do Orinoco, ventos que sopram do nordeste, leste e sudeste carregam umidade do
suas vertentes são mais suaves. Depois da interrupção produzida pela Atlântico, provocando abundante precipitação pluviométrica. Nos lhanos do
planície a área planaltina prossegue para o sul, constituindo-se no planalto Orinoco e no planalto das Guianas, as precipitações vão de moderadas a
Brasileiro, com cerca de 5.000.000 km². elevadas. O litoral colombiano do Pacífico e o norte do Equador são regi-
ões bastante chuvosas. O deserto de Atacama, ao longo desse trecho da
Interrompidas mais o sul pelos depósitos pampianos, as formas planal- costa, é uma das regiões mais secas do mundo. Os trechos central e
tinas reaparecem ao sul do rio Colorado (Argentina), constituindo o planalto meridional do Chile são sujeitos a ciclones, e a maior parte da Patagônia
da Patagônia. Apesar do domínio das formações continentais, há sinais de argentina é desértica. Nos pampas da Argentina, Uruguai e Sul do Brasil a
transgressão marinha na costa. A superfície atual parece corresponder a pluviosidade é moderada, com chuvas bem distribuídas durante o ano. As
umpeneplano, cuja formação data do fim do Plioceno. Movimentos posteri- condições moderadamente secas do Chaco opõem-se a intensa pluviosi-
ores de soerguimento aprofundaram os vales na massa sedimentar. Os dade da região oriental do Paraguai. Na costa do semiárido Nordeste
vales patagônicos, que em regra se caracterizam por uma topografia semi- brasileiro as chuvas estão ligadas a um regime de monções.
desértica, possuem perfis longitudinais com forte inclinação, largos talve-
gues cercados por altas vertentes. Como os soerguimentos pós-pliocênicos Fatores importantes na determinação dos climas são as correntes ma-
não se fizeram uniformemente, restaram áreas deprimidas. rítimas, como as de corrente de Humboldt e das Malvinas. A corrente
equatorial do Atlântico Sul esbarra no litoral do Nordeste e aí divide-se em
O oeste da América do Sul é ocupado pela terceira grande faixa morfo- duas outras: a corrente do Brasil e uma corrente costeira que flui para o
estrutural e que constitui a extensa cordilheira dos Andes. A par dessas noroeste rumo às Antilhas.
três áreas morfo-estruturais, observa-se um grande contraste morfológico
entre o litoral do Atlântico (16 mil quilômetros de extensão) e o do Pacífico Hidrografia
(nove mil quilômetros). O litoral atlântico é, em geral, baixo, de fraco decli-
ve, arenoso ou constituído de depósitos fluviais e ostenta uma larga plata- Os mais importantes sistemas hidrográficos da América do Sul — o do
forma continental. Os rios desempenharam papel importante na configura- Amazonas (o mais vasto), do Orinoco e do Paraná-rio da Prata — têm a
ção do litoral, de grande parte das ilhas da foz do Amazonas e do delta do maior parte de suas bacias de drenagem na planície. Os três sistemas, em
Paraná. Mas tiveram importância também a erosão marinha e os movimen- conjunto, drenam uma área de cerca de 9.583.000 km².
tos epirogênicos. A maior parte dos lagos da América do Sul localiza-se nos Andes ou
As grandes altitudes das costas do Pacífico se opõem imensas pro- ao longo de seu sopé. Entre os lagos andinos, destacam-se o Titicaca e o
fundidades submarinas, quase não existindo plataforma continental. A Poopó. A mais importante formação lacustre do norte é o lago de Maracai-
única área mais acidentada é a situada ao sul, onde aparecem ilhas e bo, na Venezuela, e na costa oriental salienta-se a lagoa dos Patos, no
arquipélagos, como o de Chonos, Madre de Díos, Reina Adelaide, além da Brasil.
ilha da Terra do Fogo, separada do continente pelo estreito de Magalhães. A cobertura vegetal é complexa, especialmente nos planaltos e nas
Solos áreas em que ocorrem diferenças de precipitação pluviométrica. As flores-
tas tropicais úmidas são bastante extensas, cobrindo a bacia Amazônica.
Milhares de quilômetros quadrados de solo escuro, de origem eólica e
aluvial, ocorrem nos pampas da Argentina e Uruguai, onde se encontram Uma zona semicircular de florestas temperadas de araucária reveste
algumas das melhoresterras do mundo. Pequenas áreas de bons solos parte do planalto Meridional Brasileiro, enquanto a floresta fria estende-se
aparecem também nos vales andinos e da costa ocidental, especialmente sobre os Andes centro-meridionais chilenos, e florestas tropicais descontí-
no vale longitudinal do Chile, na planícieequatoriana de Guayas, e no vale nuas compreendem a região do Chaco.
colombiano do Cauca. Excelentes também são as terras roxas da bacia do Existem vastas áreas de campos e savanas. No Nordeste brasileiro,
Paraná no Brasil, originadas da desagregação dosafloramentos basálticos sob um clima semiárido, aparece a caatinga e, correspondendo ao clima
e atualmente propícias à cultura cafeeira, somente encontrando rival nos tropical, estendem-se os cerrados do Brasil central. Os páramos, vegeta-
solos vulcânicos dos Andes colombianos. ção estépica de altitude, cobrem amplas porções dos planaltos interandi-
As terras da bacia Amazônica em geral são pobres; existem solos fér- nos do Equador e do Peru setentrional, enquanto os pampas apresentam a
teis em pequenas áreas de terras aluviais, porém sujeitas a inundações. A mesma vegetação. E a vegetação desértica das punas, predomina em
infertilidade e a elevadaacidez fazem com que a maior parte das terras da larga faixa do litoral do Pacífico, no Peru centro-meridional, norte do Chile e
planície tropical sejam ruins para a agricultura. nordeste da Argentina.
Clima Fauna
A distribuição das temperaturas médias na região apresenta uma regu- Os animais nativos da América do Sul pertencem, em sua maioria, ao
laridade constante a partir dos 30º de latitude sul, quando as isotermas chamado domínio neotrópico da zoogeografia. Quando as Américas uni-
tendem, cada vez mais, a se confundir com os graus de latitude. ram-se pelo istmo do Panamá, a fauna terrestre e de água doce migrou do
Norte para o Sul e vice-versa. Este foi o denominado Grande Intercâmbio
Nas latitudes temperadas, os invernos são mais amenos e os verões Americano, que atingiu seu ápice por volta de três milhões de anos atrás.
mais quentes do que na América do Norte. Pelo fato de sua parte mais
extensa do continente localizar-se na zona equatorial, a região possui mais A fauna das florestas tropicais carateriza-se pela abundância de ma-
áreas de planícies tropicais do que qualquer outro continente. cacos, antas, roedores e répteis. Os mais característicos membros da
Ciências Humanas e suas Tecnologias 157 A Opção Certa Para a Sua Realização
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fauna amazônica são o peixe-boi, mamífero aquático e vegetariano, e a que ocorriam na Europa e a fartura de terras no Brasil. Atualmente, estima-
piranha. se que dezoito milhões ou 10% dos brasileiros têm ao menos um antepas-
sado alemão. O Brasil abriga hoje a maior comunidade ucraniana da
A região dos Andes, as estepes frias e desertos da Patagônia possu- América Latina, contando com 1 milhão de pessoas.
em uma fauna peculiaríssima, como os quatro membros do ramo america-
no de camelídeos: guanaco, lhama, alpaca e vicunha. Composição genética
A pradarias situadas no sul do Amazonas possuem uma fauna carac- Na Argentina, a herança europeia é a predominante, mas com signifi-
teristicamente transicional. Nessa área ocorrem espécies tropicais, ao cativa herança indígena, e presença de contribuição africana também. Um
mesmo tempo que animais das regiões mais frias. estudo genético autossômico realizado em 2009, revelou que a composi-
ção da Argentina é 78,50% europeia, 17,30% indígena, e 4,20% africa-
Demografia na.[64] Em Buenos Aires, um estudo genético autossômico encontrou
Grupos étnicos contribuição Indígena de 15,80% e Africana de 4,30%.[65] Na região de La
Plata, as contribuições europeia, indígena e africana foram, respectivamen-
Para a formação étnica da população sul-americana predominaram te, 67.55% (+/-2.7), 25.9% (+/-4.3), e 6.5% (+/-6.4).[66] 56% da população
três etnias: índios, brancos e negros. Em muitos países predominam os da Argentina possui DNA mitoncondrial ameríndio.
mestiços deespanhóis com indígenas, como é o caso daColômbia, Equa-
dor, Paraguai e Venezuela. Em apenas dois países os povos indígenas são Um estudo genético de DNA autossômico, de 2008, apontou que a an-
maioria: no Peru e na Bolívia. Grandes populações de ascendência africa- cestralidade do povo chileno é 51,6% europeia, 42,1% indígena e 6,3%
na são encontradas no Brasil, naColômbia. africana.Um outro estudo genético confirma que o povo chileno é mestiço,
mas é notável que as camadas sociais mais baixas apresentam maior grau
Os países de forte ascendência europeia são aArgentina, o Uruguai, o de ancestralidade indígena, enquanto as camadas mais altas da sociedade
Chile, e oBrasil. Os dois primeiros países tem sua população derivada de têm mais ancestralidade europeia.Um outro estudo genético realizado em
imigrantesespanhóis e italianos e, no caso do Sul e sudeste meridional do pessoas de Santiago, capital do Chile, encontrou uma mistura de ancestra-
Brasil (principalmente São Paulo), derivada de imigrantes portugueses, lidade, sendo 57% europeia e 43% indígena. Os habitantes de Concepción,
italianos, alemães e espanhóis. O Brasil é o país com maior população de outra cidade chilena, têm 65% de ancestralidade europeia e 36% indígena.
afro-descendentes fora da África do mundo, contando com uma população Já os habitantes de Puerto Montt têm 53% de origem indígena e 47%
de afro-descendentes maior que a soma de todos os outros países ameri- europeia. Na localidade de Laitec a ascendência é 80% ameríndia e 20%
canos juntos. europeia, enquanto que em Poposo é 60% ameríndia e 40% europeia.Os
O Chile recebeu uma grande onda de imigrantes europeus, principal- índios chilenos são predominantemente de ancestralidade indígena. Um
mente no norte, sul e costa. Ao longo do século XVIII e início do século XX. estudo genético envolvendo índios aymará encontrou 96% de sangue
Os imigrantes europeus que chegaram no Chile são maioritariamente indígena e 4% de europeu ou africano. Os mapuches já são mais mistura-
espanhóis, alemães, ingleses (incluindo o escocês e irlandês), italianos, dos, tendo 73% de sangue ameríndio e 27% de europeu ou africano. Os
franceses, austríacos, neerlandeses, suíços, escandinavos, portugueses, pehuenches têm ancestralidade 95% indígena e 5% não-índio, enquanto
gregos ecroatas. os alacaluf são 89% índios e 11% europeu ou africano.
O maior grupo étnico que compõe a população chilena veio da Espa- Um estudo genético de 2009, publicado no American Journal of Hu-
nha e do País Basco, ao sul da França. As estimativas de descendentes de man Biology, revelou que a composição genética do Uruguai é principal-
bascos no Chile variam de 10% (1.600.000) até 27% (4.500.000). 1848 foi mente Europeia, mas com contribuição indígena (que varia de 1% a 20%
um ano de grande imigração de alemães e franceses, a imigração de em diferentes partes do país) e significativa contribuição africana (7% a
alemães foi patrocinada pelo governo chileno para fins de colonização para 15% em diferentes partes do país).
as regiões meridionais do país. Esses alemães (também suíços eaustría- Os brasileiros ("brancos", "pardos" e "negros"), no geral, possuem an-
cos), significativamente atraídos pela composição natural das províncias do cestralidades europeia, africana e indígena. A europeia sendo importante
Valdivia, Osorno e Llanquihue foram colocados em terras dadas pelo sobretudo nos "brancos" e "pardos". A ancestralidade "africana" é maior
governo chileno para povoar a região. Porque o sul do Chile era pratica- entre os "negros". A ancestralidade indígena encontra-se presente em
mente desabitado, a influência desta imigração alemã foi muito forte, todas as regiões, em "brancos", "pardos" e "negros" brasileiros, embora
comparável à América Latinaapenas com a imigração alemã do sul do tendendo a um grau menor. De acordo com um estudo de DNA autossômi-
Brasil. Há também um grande número de alemães que chegaram ao Chile, co de 2008, conduzido pela Universidade de Brasília (UnB), com "brancos",
após a Primeira e Segunda Guerra Mundial, especialmente no sul (Punta "pardos" e "negros", a ancestralidade europeia é a predominante em todas
Arenas, Puerto Varas, Frutillar, Puerto Montt, Temuco, etc.) A embaixada as regiões do Brasil, respondendo por 65,90% da herança da população,
alemã no Chile estima que entre 500,000 a 600,000 chilenos são de origem seguida de uma grande contribuição africana (24,80%) e de uma contribui-
alemã. Além disso, estima-se que cerca de 5% da população chilena é ção indígena menor (9,3%). De acordo com o estudo autossômico de 2011,
descendente de imigrantes de origem asiática, principalmente do Oriente com aproximadamente 1000 amostras de brasileiros "brancos", "pardos" e
Médio (ou seja, palestinos, sírios, libaneses e armênios), são cerca de "negros", levado a cabo pelo geneticista brasileiro Sérgio Pena, o compo-
800.000 pessoas. É importante ressaltar que os israelitas, tanto judeus nente europeu é o predominante na população do Brasil, em todas as
como não-cidadãos judeus da nação de Israel podem ser incluídos. Chile regiões nacionais, com contribuições africanas e indígenas. De acordo com
abriga uma grande população de imigrantes, principalmente cristã, do esse estudo, a ancestralidade europeia responde por 70% da herança da
Oriente Médio. Acredita-se que cerca de 500.000 descendentes de palesti- população brasileira. Esse estudo foi realizado com base em doadores de
nos residem no Chile. Outros grupos de imigrantes historicamente significa- sangue, sendo que a maior parte dos doadores de sangue no Brasil vêm
tivos são: os croatas, cujo número de descendentes é estimado em das classes mais baixas (além de enfermeiros e demais pessoas que
380.000 pessoas, o equivalente a 2,4% da população. No entanto, outras laboram em entidades de saúde pública, representando bem, assim, a
fontes dizem que 4,6% da população do Chile podem ter alguma ascen- população brasileira) . Esse estudo constatou que os brasileiros de diferen-
dência croata.[56] Além disso, mais de 700.000 chilenos de origem britâni- tes regiões são geneticamente muito mais homogêneos do que se espera-
ca (Inglaterra, País de Gales e Escócia), o que corresponde a 4,5% da va, como consequência do predomínio europeu (o que já havia sido mos-
população.Os chilenos de ascendência grega são estimados entre 90.000 trado por vários outros estudos genéticos autossômicos, como se pode ver
e 120.000 pessoas,a maioria deles vive no Santiago ou Antofagasta, Chile abaixo). “Pelos critérios de cor e raça até hoje usados no censo, tínhamos
é um dos 5 países com mais descendentes de gregos no mundo.[Os a visão do Brasil como um mosaico heterogêneo, como se o Sul e o Norte
descendentes de suíços somam o número 90.000, também se estima que abrigassem dois povos diferentes”, comenta o geneticista. “O estudo vem
cerca de 5% da população chilena tem alguma ascendência francesa. Os mostrar que o Brasil é um país muito mais integrado do que pensávamos.”
descendentes de italianos estão entre 600.000 e 800.000 pessoas. A homogeneidade brasileira é, portanto, muito maior entre as regiões do
A imigração alemã no Brasil foi o movimento migratório ocorrido nos que dentro delas, o que valoriza a heterogeneidade individual. Essa con-
séculos XIX e XX de alemães para várias regiões doBrasil. As causas clusão do trabalho indica que características como cor da pele são, na
deste processo podem ser encontradas nos frequentes problemas sociais verdade, arbitrárias para categorizar a população.Já de acordo com um
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estudo genético autossômico feito em 2010 pela Universidade Católica de (90%). No entanto, outros estudos mostram que 56% da população da
Brasília, publicado noAmerican Journal of Human Biology, a herança Argentina, tem ancestralidade ameríndia. Nos países andinos e caribe-
genética europeia é a predominante no Brasil, respondendo por entre 75% nhos, entretanto, os índices de ameríndios e mestiços são consideráveis:
e 80% total, "brancos", "pardos" e "negros" incluídos. Os resultados tam-
bém mostravam que, no Brasil, indicadores de aparência física, como cor População
da pele, dos olhos e dos cabelos, têm relativamente pouca relação com a A população da América do Sul não se distribui uniformemente, ha-
ascendência de cada pessoa (ou seja, o fenótipo de uma pessoa não vendo áreas rarefeitas, ao lado de outras de densidade relativamente
indica claramente o seu genótipo).Esse estudo foi realizado com base em elevada. Alguns fatores de ordem física e humana contribuem para isso.
amostras de testes de paternidade gratuitos, conforme exposto pelos Entre as causas de rarefação demográfica, salientam-se:
pesquisadores: "os teste de paternidade foram gratuitos, as amostras da
população envolvem pessoas de variável perfil socioeconômico, embora A existência de regiões desérticas, como a Patagônia, o pampa
provavelmente com um viés em direção ao grupo dos 'pardos'". De acordo seco, o Atacama e a Sechura;
com outro estudo, de 2009, osbrasileiros, como um todo, e de todas as As zonas de florestas equatoriais, como a Amazônia;
regiões, e independentemente de aparência ou classificação pelo censo, As áreas de campos, onde a criação extensiva de gado contribui
estão bem mais perto dos europeus do que dosmestiços do México, e dos para a escassez demográfica.
africanos, do ponto de vista genético. Quanto aos fatores que têm determinado maiores concentrações de
população destacam-se:
Evolução étnica As faixas litorâneas bem abrigadas e dotadas de portos naturais;
As populações primitivas da América do Sul, os ameríndios, de carac- As costas de clima relativamente benigno;
teres antropológicos mongoloides, distribuíam-se, no período colonial, em Os vales de alguns rios navegáveis, como o Amazonas, Orinoco,
grupos. Os métodos de redução e conquista variaram, de acordo com o Cauca, Paraná;
estágio de civilização dos nativos. E as regiões naturalmente férteis, onde se desenvolveu uma ativi-
Na região dominada pelos portugueses, os colonizadores escraviza- dade agrícola apropriada, como o eixo Rio-São Paulo, no Brasil, a provín-
ram os índios espalhados pelo interior, levando às terras propícias para cia de Buenos Aires, na Argentina, e o vale central do Chile.
fazer a colonização. Com esse objetivo, foram organizadas expedições de A população da América do Sul teve o maior índice de crescimento no
busca aos escravos índios, comobandeiras. Essa obra de conquista foi mundo entre 1920 e 1960. O declínio da mortalidade, determinado em
acompanhada pelas missões religiosas, que também procuravam "reduzir" grande parte pela elevação dos padrões de higiene pública, foi a causa
os gentios e fazê-los produzir, mas através de outros métodos e com o fundamental dessa expansão demográfica. Outro fator que contribuiu para
objetivo de cristianização. esse aumento foi a imigração. Desde1800, cerca de 12 milhões de imigran-
Com essa obra de conquista veio juntar-se ao indígena um outro con- tes chegaram à região. Desse total, cerca de 4 milhões vieram da Espa-
tingente, o branco, ibérico principalmente. Na primeira fase, o conquistador nha, 4 milhões da Itália, 2 milhões de Portugal e o restante da Alemanha,
interessou pelo ameríndio, sobretudo como mão de obra. Não tardou, Polônia, Síria, Japão, China e outros países.
porém, que os europeus, especialmente os portugueses, se desiludissem Política
quanto à eficiência do ameríndio escravizado. Como o indígena não se
Durante a primeira década do século XXI, os governos sul-americanos
adaptasse bem a agricultura, os colonizadores começaram a importação,
têm impulsionado a política de esquerda, com líderes socialistas que são
como os escravos, de negros africanos, que vieram a constituir o terceiro
eleitos como no Chile, Uruguai, Brasil, Argentina, Equador, Bolívia, Para-
elemento importante na formação étnica das populações sul-americanas.
guai e Venezuela. Apesar do movimento de esquerda, a América do Sul
É a partir do final do século XIX, todavia, que se assiste a entrada em em sua maioria ainda abraça a política de mercado livre, e ela está toman-
massa de imigrantes europeus em diversos países latino-americanos. Essa do um caminho ativo em direção à maior integração continental.
imigração se concentrou sobretudo na Argentina, no Chile, no Uruguai e no
Recentemente, uma entidade intergovernamental tem sido formada
Brasil. São os italianos que chegam em maior número, superando inclusive
para fundir duas uniões aduaneiras existentes: o Mercosul e a Comunidade
espanhóis e portugueses.
Andina, formando assim o terceiro bloco político-comercial no mundo. Esta
Composição da população nova organização política conhecida como a União de Nações Sul-
Americanas procura estabelecer o movimento livre de pessoas, desenvol-
A população branca predomina na região, mas é considerável a por- vimento econômico, uma política de defesa comum e a eliminação de
centagem de mestiços, enquanto os indígenas constituem minoria. Na tarifas.
Colômbia, 75% da população correspondem a mestiços e 1% aos amerín-
dios. Na Venezuela, 2% dos habitantes são ameríndios, 21% europeus Economia
ibéricos, 10% afro-americanos e 67%eurameríndios. A população brasileira A América do Sul experimentou, a partir de 1930, um notável cresci-
é formada principalmente por descendentes de povos indígenas, colonos mento e diversificação na maioria dos setores econômicos. Grande parte
portugueses, escravos africanos e de imigranteseuropeus. dos produtos agrícolas e pecuários é destinada ao consumo local e ao
mercado interno. No entanto, a exportação de produtos agrícolas é funda-
No Brasil, são considerados pardos (caboclos, cafuzos e mulatos), mental para o equilíbrio da balança comercial da maioria dos países.
mas o número de mestiços deve ser maior, estando diluídos nos 49,7%
considerados brancos. No caso do Paraguai, embora não exista censo Os principais cultivos agrários são justamente os de exportação, como
racial, a maior parte do contingente populacional é considerada mestiça. a soja e o trigo. A produção de alimentos básicos como as hortaliças, o
Segundo a CIA Factbook, 95% da população paraguaia tem ancestrais milho ou o feijão é grande, mas voltada para o consumo interno. A criação
espanhóis e guaranis; outras etnias também têm contribuído na mestiça- de gado destinada à exportação de carne é importante na Argentina, no
gem paraguaia, imigrantes europeus e de países vizinhos especialmente, Paraguai, no Uruguai e na Colômbia. Nas regiões tropicais os cultivos mais
mas também asiáticos em menor medida (árabes, coreanos e japoneses, importantes são o café, o cacau e as bananas, principalmente no Brasil, na
entre outros) que começaram se instalar no país após o conflito conhecido Colômbia e no Equador. Por tradição, os países produtores de açúcar para
como a Guerra do Paraguai até a atualidade[88][89]. O Uruguai é um país a exportação são: Peru, Guiana e Suriname, sendo que no Brasil, a cana-
predominante branco (88%), correspondendo os mestiços e negros a 8% e de-açúcar também é utilizada para a fabricação de álcool combustível. Na
4% respectivamente. A população chilena é principalmente Branca de costa do Peru, nordeste e sul do Brasil cultiva-se o algodão.
origem europeia, 95% da população. Uma descrição pormenorizada da Cinquenta por cento da superfície sul-americana está coberta por flo-
etnia mostra que 52,7% (8.8 milhões) - 90% (15 milhões) da população são restas, mas as indústrias madeireiras são pequenas e direcionadas para os
descendentes de europeus.Outro estudo que analisou o genótipo mostrou mercados internos. Nos últimos anos, no entanto, empresas transnacionais
que 30% da população é classificada como caucasica descendentes vêm se instalando naAmazônia para explorar madeiras nobres destinadas
directos dos europeus e 65% (brancos-mestiços), com um fenótipo branco, à exportação.
e na Argentina, onde foi maior o aniquilamento de indígenas e onde o
As águas costeiras do Pacífico da América do Sul, são as mais impor-
escravo negro não penetrou, a população é quase inteiramente branca
tantes para a pesca comercial. A captura de anchova chega a milhares de
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toneladas, e também é abundante o atum, dos quais o Peru é um grande animais de pequeno porte (suínos, caprinos eovinos) ou de espécies que
exportador. A captura decrustáceos é notável, particularmente no nordeste melhor se adaptam às condições geográficas, como o caso da alpaca e do
do Brasil e no Chile. lhama. Os maiores rebanhos bovinos pertencem ao Brasil, Argentina e
Uruguai, onde também se concentram grandes criações de ovinos, suínos
Apenas Brasil e Argentina fazem parte do G20 (países industriais), en- e equinos. Igualmente importantes são os rebanhos brasileiros de caprinos
quanto que somente o Brasil integra o G8+5 (as nações mais poderosas e emuares.
com maior influência do planeta).
Mineração
No setor de turismo, se iniciaram em 2005 uma série de negociações
com objetivo de promover o turismo e aumentar as conexões aéreas dentro O subsolo sul-americano é rico em petróleo. Cerca de 25% da área to-
da região. Punta del Este, Florianópolis e Mar del Plata se encontram entre tal da região contém bacias sedimentares em que podem ocorrer estratos
os principais balneários da América do Sul. petrolíferos. Mas, até 1965, a maioria dos campos produtores localizavam-
se nas bacias estruturais flanqueadas pela cordilheira dos Andes. A Vene-
Agricultura zuela, com uma reserva estimada em 17 bilhões de barris, possui a mais
rica área petrolífera da América do Sul, a segunda do hemisfério ocidental
A maioria dos sul-americanos vive nas proximidades do litoral e por is-
e a sétima do mundo, somente ultrapassada pelosEstados Unidos, Rússia,
so grande parte das áreas em que se faz uso intensivo da terra localiza-se
Iraque, Irã, Arábia Saudita e Kuwait. Outros países sul-americanos que
nessa faixa periférica. Menos de 5% das terras da região são cultivadas,
dispõem de grandes reservas são Argentina, Colômbia, Peru, Bolívia e
19% destinam-se a pastagens e 47% são ocupadas por florestas. A pro-
Brasil.
porção de terra cultivada varia desde 12% no Uruguai até 1% no Paraguai
e a 0,03% na Guiana Francesa. A produção de gás natural é comumente associada à do petróleo, mas
sua utilização comercial tem sido limitada pela distância dos campos
Apesar dos esforços que têm sido feitos no sentido da industrialização, produtores em relação aos grandes centros de consumo.
a América do Sul ainda é uma região onde as atividades agrícolas desem-
Ao contrário do que ocorre na América do Norte, são escassos os re-
penham papel fundamental. O mais importante produto da região é o café,
cursos carboníferos sul-americanos. Embora existam depósitos em diver-
cultivado sobretudo nas terras roxas dos estados brasileiros de São Paulo
sas áreas dosAndes, bem como no Sul do Brasil, somente três países —
e Paraná e na cordilheira Ocidental da Colômbia, constituindo grande fonte
Colômbia, Chile eBrasil — apresentam produção razoável. O carvão brasi-
de divisas desses países. As principais áreas de cultura do milho se encon-
leiro contém elevado teor de cinza, necessitando, pois, de adição de car-
tram no interior do planalto Brasileiro, sobretudo na sua porção sul-oriental,
vão importado a fim de ser convenientemente utilizado na indústria.
e nas terras que bordejam na faixa tritícola dos pampas argentinos. A
banana é intensamente cultivada em torno do golfo de Guayaquil e callejón A América do Sul é rica em minério de ferro, que ocorre em imensa
do Equador (primeiro exportador da América do Sul), na região do baixo rio quantidade, sobretudo no planalto das Guianas e no escudo Brasileiro.
Magdalena e nas baixadas quentes e úmidas do Sul do Brasil. A produção Numerosos e extensos depósitos têm sido descobertos quase à flor da
de trigo concentra-se quase toda nas grandes áreas do pampa úmido e no terra, e podem ser minerados diretamente e a baixos custos. Os principais
Sul do Brasil; a Argentina é um dos principais países tritícolas do mundo, detritos ferríferos venezuelanos localizam-se próximo ao rio Caroni, afluen-
ao lado da Rússia, Estados Unidos e Canadá. A cultura do cacau assume te meridional do Orinoco, e o desenvolvimento de sua exploração tem sido
grande importância no callejón equatoriano, em torno do lago de Maracai- facilitado pela existência de meios de transportes fluviais baratos. Já no
bo, na Venezuela, e, principalmente, no sul do estado da Bahia, Brasil, que Brasil, que possui uma das maiores reservas de minério de ferro do mun-
é primeiro produtor sul-americano e segundo produtor e exportador mundi- do, as condições de exploração são menos favoráveis, uma vez que a
al. Fato a destacar na agriculturabrasileira na década de 1970 foi a enorme maior parte das minas situa-se no interior do estado de Minas Gerais, de
expansão da soja, que passou a ser um principais produtores de exporta- onde o minério é transportado por ferrovias para os portos de escoamento
ção do país. do litoral.
Outro recurso mineral importante da América do Sul é o cobre, que se
A fibras comerciais, como o sisal e a juta, encontram-se na América do
encontra principalmente nas terras geologicamente recentes dos Andes
Sul alguns grandes produtores, como a Colômbia, o Equador e o Brasil,
centrais, no Chile e no Peru. Somente as minas de cobre da América do
com suas plantações na Amazônia e no Nordeste. O Brasil é também o
Norte e da África Centralrivalizam com as do Chile.
principal produtor de algodão, graças às suas vastas plantações do Nor-
deste e do estado de São Paulo, bem como de mamona, amendoim e A maior parte das reservas de estanho do hemisfério ocidental encon-
mandioca. Cabe ainda ao Brasil a primazia no cultivo da cana-de-açúcar, tra-se no território boliviano. As minas localizam-se a grandes altitudes, nos
com suas imensas plantações no Nordeste, estado de São Paulo e do Rio Andes, e algumas delas são antigas jazidas de prata exauridas nos tempos
de Janeiro, embora outros países, como o Peru, possuam grandes canavi- coloniais. Estima-se que os depósitos dos Andes bolivianos contém um
ais. Se bem que alguns países do norte do continente cultivem fumoem terço de todo o estanho existente no mundo.
grande escala, é no Brasil que se encontram as maiores áreas fumageiras, O Brasil possui imensas reservas de manganês, e uma das maiores
notadamente nos estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e jazidas do mundo localiza-se a sudoeste do estado de Mato Grosso. Um
Minas Gerais. Os babaçuais e carnaubais são também plantas industriali- depósito menor, porém mais acessível, é explorado no estado do Amapá.
záveis, bem aproveitadas pelo Brasil, que tem como principais áreas Entre outros minérios abundantes na América do Sul, destacam-se a
produtoras os estados do Nordeste. Por fim, as frutas têm seu lugar na bauxita (sul da Guiana Francesa, Suriname e extremo norte do Brasil),
economia agrícola dos países sul-americanos; a Argentina é grande produ- platina (Colômbia), prata (Peru e Bolívia), nitrato (Chile), chumbo, zinco,
tora de peras, uvas e maçãs, e o Brasil possui extensos laranjais. bismuto e antimônio (Bolívia), vanádio e chumbo (Peru), iodo e enxofre
A agricultura sul-americana, entretanto, não emprega sistemas ou téc- (Chile), sal marinho, amianto, tungstênio, titânioe nióbio no (Brasil).
nicas uniformes para um mesmo produto. A produtividade não apenas
varia de país para país mas também apresentava enormes diferenças
regionais dentro de cada país. Até aproximadamente 1930, as técnicas e JAPÃO
os métodos de plantio apresentavam alto índice de arcaísmo, caracterizado
pela ausência de mecanização e adubação, preparo inadequado dos solos, Japão é um país insular da Ásia Oriental. Localizado no Oceano Pací-
ineficiência no combate às pragas, etc. Assim, somente a partir de1930 fico, a leste do Mar do Japão, da República Popular da China, da Coreia do
tem-se tratado desses problemas, tentando-se, inclusive, a recuperação de Norte, da Coreia do Sul e da Rússia, se estendendo do Mar de Okhotsk, no
terras esgotadas em virtude do uso predatório. norte, ao Mar da China Oriental e Taiwan, ao sul. Os caracteresque com-
Pecuária põem seu nome significam "origem do Sol", razão pela qual o Japão é às
vezes identificado como a "Terra do Sol Nascente".
É também do campo que provém uma fonte de riqueza de alguns paí-
ses sul-americanos: a pecuária. Em razão de uma série de fatores, tais O país é um arquipélago de 6.852 ilhas,[8] cujas quatro maiores são
como o relevo acidentado e a exiguidade de espaço útil, os países andinos Honshu, Hokkaido, Kyushu eShikoku, representando em conjunto 97% da
não se destacam por seus rebanhos; em geral, apenas existe a criação de área terrestre nacional. A maior parte das ilhas émontanhosa, com muitos
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vulcões como, por exemplo, o pico mais alto japonês, o Monte Fuji. O principais atividades industriais estão a engenharia automóvel, a eletrônica,
Japão possui a décima maior população do mundo, com cerca de 128 a informática, a siderurgia, a metalurgia, a construção naval e a química,
milhões de habitantes. ARegião Metropolitana de Tóquio, que inclui a com destaque para as indústrias com tecnologia de ponta nestes setores.
capital de facto de Tóquio e várias prefeiturasadjacentes, é a maior área
metropolitana do mundo, com mais de 30 milhões de habitantes. As exportações japonesas incluem equipamento de transporte, veícu-
los motorizados, produtos eletroeletrônicos, maquinário industrial e produ-
Pesquisas arqueológicas indicam que humanos já viviam nas ilhas ja- tos químicos. Os principais compradores do Japão são a China, os Estados
ponesas no período Paleolítico Superior. A primeira menção escrita do Unidos, a Coreia do Sul, Taiwan e Hong Kong (em 2005). Contudo, o
Japão começa com uma breve aparição em textos históricos chineses do Japão possui reduzidos recursos naturais para sustentar o crescimento
século I. A influência do resto do mundo seguida por longos períodos de econômico e por isso depende de outros países em relação a matérias-
isolamento tem caracterizado a história do país. Desde a sua constituição primas. Os países que mais vendem para o Japão são a China, os Estados
em 1947, o Japão se manteve como umamonarquia constitucional unitária Unidos, oBrasil, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, a Austrália,
com um imperador e um parlamento eleito, a Dieta. a Coreia do Sul e a Indonésia. As principais importações do país são
máquinas e equipamentos, combustíveis fósseis, produtos alimentícios
Como grande potência econômica,[9] possui a terceira maior economia (carne em particular), químicos, têxteis e matéria-prima para suas indús-
do mundo em PIB nominal e a terceira maior em poder de compra. É trias. O principal parceiro comercial do Japão é a China. O maior banco do
também o quarto maior exportador e o sexto maior importador do mundo, mundo está no Japão,o Mitsubishi UFJ Financial Group, com aproximada-
além de ser o único país asiático membro do G8. O país mantém uma mente 1,7 trilhões de dólares em fundos assim como o maior sistema de
força de segurança moderna e ampla, utilizada para auto-defesa e para caderneta de poupança postal do mundo e o maior titular de poupança
funções de manutenção da paz. O Japão possui um padrão de vida muito mundial, o Serviço Postal Japonês, detentor de títulos privados da ordem
alto (12º maior IDH), com a maior expectativa de vida do mundo (de acordo de 3,300 bilhões de dólares. Também fica no país a segunda maior bolsa
com estimativas da ONU e da OMS) e a terceira menor taxa de mortalida- de valores do mundo, a Bolsa de Valores de Tóquio, com uma capitaliza-
de infantil. O país também faz parte do G20, grupo formado pelas 19 ção de mercado de mais de 549,7 trilhões de yens em Dezembro de 2006.
maiores economias do mundo mais a União Europeia. Também é lar de algumas das maiores empresas de serviços financeiros,
O Japão é uma monarquia constitucional onde o poder do imperador é grupos empresariais e bancos. Por exemplo, vários keiretsus (grupos
muito limitado. A Constituição o define como "símbolo do Estado e da empresariais) e multinacionais como a Sony, a Sumitomo, a Mitsubishi e a
unidade do povo" e ele não possui poderes relacionados ao governo. O Toyota têm bancos, grupos de investimento e de serviços financeiros.
poder, concedido por soberania popular,[96] está concentrado principal- As principais atividades econômicas do Japão circulam entre as ilhas
mente na figura do primeiro-ministro do Japão e de outros membros eleitos de Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu. O Japão é cortado por uma
da Dieta. O imperador age como chefe de Estado em ocasiões diplomáti- eficiente malha rodoviária e ferroviária que liga o país de norte a sul. Em
cas, sendo Akihito o presente imperador do Japão e Naruhito, o próximo na 2004, havia 1.177.278 km de rodovias pavimentadas, 173 aeroportos e
linha sucessória do trono. 23.577 km de ferrovias. O transporte aéreo é em grande parte operado
O primeiro-ministro do Japão é o chefe de governo. O candidato é es- pelaAll Nippon Airways (ANA) e pela Japan Airlines (JAL). Já as ferrovias
colhido pela Dieta de entre um de seus membros e endossado pelo impe- são operadas pela Japan Railways entre outras. Os aeroportos mais mo-
rador. O primeiro-ministro é o chefe do Gabinete, órgão executivo que vimentados ficam nas regiões mais populosas do país, Kanto e Kinki. O
nomeia e demite ministros de Estado do qual a maioria deve ser membro Aeroporto Internacional de Narita, por exemplo, é o mais movimentado do
da Dieta. O primeiro-ministro do Japão é, no momento, Yoshihiko Noda. país e o oitavo mais movimentado do mundo. Há muitos vôos internacio-
nais de várias cidades e países do Japão e para o país. Já o transporte
O órgão legislativo do Japão é a Dieta Nacional, um parlamento bica- portuário, apesar de fundamental para um país insular, encontra-se em
meral. A Dieta é formado pela Câmara dos Representantes, com 480 baixa, desde um pico na década de 1980.
representantes eleitos por voto popular a cada quatro anos ou quando
dissolvida, e pela Câmara dos Conselheiros de 242 membros com manda- Uma vez que apenas 15% das terras japonesas são apropriadas para
tos de seis anos. Todos os cidadãos com mais de 20 anos têm direito ao o cultivo, o sistema de terraceamento é usado em pequenas áreas. Isto
voto e a concorrer nas eleições nacionais e locais realizadas com voto resulta em um dos mais elevados níveis de produtividade por unidade no
secreto. O Japão tem um sistema político democrático e pluripartidário com mundo. O pequeno setor agrário do Japão, contudo, é muito subsidiado e
seis grandes partidos políticos. O liberal conservador Partido Liberal De- protegido. O Japão precisa importar cerca de 50% dos grãosconsumidos
mocrata(PLD) está no poder desde 1955, a não ser por um curto período excetuando o arroz, e depende de importações para seu suprimento de
de coalizão da oposição em 1993. O maior partido de oposição é o liberal carne. O Japão é o segundo maior produtor de pescado do mundo por
social Partido Democrático do Japão. tonelada depois da China e tem uma das maiores frotas de pesqueiros do
mundo que responde por quase 15% da pesca mundial O país depende de
Historicamente influenciado pelo sistema chinês, o sistema legal do países estrangeiros em 80% para o seu suprimento de petróleo e alimentos
Japão desenvolveu-se independentemente durante o período Edo. Entre- como a carne bovina.
tanto, desde o final do século XIX, o sistema legal japonês tem se baseado
em grande parte nos direitos civis da Europa, principalmente da França e É líder nos campos da pesquisa científica, tecnológica, maquinária e
Alemanha. Em 1896, por exemplo, o governo japonês estabeleceu um médica. Algumas das mais importantes contribuições tecnológicas do
código civil baseado no modelo alemão. Com modificações do pós-Guerra, Japão são encontrados nos campos da eletrônica, maquinaria, robótica
o código permanece vigente no Japão. A lei estatutária origina-se na Dieta industrial, óptica, química, semicondutores e metalurgia. O Japão é líder no
com a aprovação do imperador. A Constituição requer que o imperador mundo dos robôs industriais, sendo que mais da metade dos robôs existen-
promulgue as leis aprovadas pela Dieta, sem, no entanto, conferir-lhe o tes no mundo, são usados nas suas indústrias.
poder de opôr-se a aprovação de uma lei. O sistema de tribunais do Japão As grandes empresas japonesas são organizadas de dois modos prin-
é dividido em quatro esferas básicas: a Suprema Corte e três níveis de cipais:
cortes inferiores. O corpo principal da lei estatutária japonesa é chamado
de Seis Códigos. As keiretsus (ou redes verticais) são um conjunto de empresas
que vivem em função de uma grande empresa especializada. As pequenas
Economia
empresas são fornecedoras e prestadoras de serviços da empresa cen-
Levando-se em conta seu produto interno bruto (PIB) nominal de 5,8 tral.[126] As maiores keiretsus giram em torno da Toyota, Toshiba, Nissan,
trilhões de dólares, o Japão é presentemente a terceira economia mundial Hitachi e Matsushita.
e a quarta em relação à paridade do poder de compra, estando em 4,39
trilhões de dólares, [o que ocorre basicamente em decorrência da coopera-
Redes horizontais ou kigyo shudan são baseadas na conexão
entre grandes empresas. São consideradas herdeiras dazaibatsu. Atual-
ção entre o governo e a indústria, de uma profunda ética do trabalho,
mente as principais redes horizontais são: Mitsui, Mitsubishi e Sumitomo.
investimentos em alta tecnologia, redução de desperdício e reciclagem de
materiais e de um orçamento relativamente baixo para a defesa. Dentre as
Ciências Humanas e suas Tecnologias 161 A Opção Certa Para a Sua Realização
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CHINA pouco mais de US$ 11,3 trilhões. A renda per capita do país está em 5.185
dólares por pessoa (nominal) e 8.395 dólares por pessoa (PPP) em 2011,
República Popular da China também simplesmente conhecida como de acordo com o Fundo Monetário Internacional. A China é a nação com o
China, é o maior país da Ásia Oriental e o mais populoso do mundo, com maior crescimento econômico dos últimos 25 anos, com a média do cres-
mais de 1,3 bilhão de habitantes, aproximadamente um sétimo da popula- cimento do PIB em 10% por ano.[85] A renda per capita da China cresceu
ção da Terra. É uma república socialista governada pelo Partido Comunista 8% ao ano nos últimos 30 anos.
da China sob um sistema de partido único e tem jurisdição sobre 22 pro- Desde sua fundação em 1949, a República Popular da China adotava
víncias, cinco regiões autônomas (Xinjiang, Mongólia Interior, Tibete, um estilo soviético de economia planificada. Com a morte de Mao Tse-tung
Ningxiae Guangxi), quatro municípios (Pequim, Tianjin, Xangai e Chon- e o fim da Revolução Cultural, os novos dirigentes chineses começaram a
gqing) e duas Regiões Administrativas Especiais com grande autonomia reformar a economia. A sua transformação em economia mista, foi iniciada
(Hong Kong e Macau). A capital da República Popular da China é Pequim. por Deng Xiaoping em 1978, após a falha da economia planificada em
Com aproximadamente 9,6 milhões de quilômetros quadrados, a Re- desenvolver os sistemas produtivos chineses a níveis aceitáveis.[87] As
pública Popular da China é oterceiro ou quarto maior país do mundo em reformas de Xiaoping incluíram a privatização das fazendas, o que pôs fim
área total[6] e o segundo maior em área terrestre. Sua paisagem é variada, à agricultura coletiva,[88] e de indústrias estatais que fossem consideradas
com florestas de estepes e desertos (os de Gobi e Taklamakan) no norte de baixo desempenho na época, como mineração e produtos básicos
seco e frio, próximo da Mongólia e Sibéria (Rússia), e florestas subtropicais (roupas, processamento de alimentos), entre outras. Em 1978, a China e o
no sul úmido e quente próximo ao Vietnam, Laos e Mianmar. O terreno do Japão normalizaram as relações diplomáticas e a China aceitou emprésti-
país, a oeste, é de alta altitude, com o Himalaia e as montanhas Tian Shan mos do Japão. Nas últimas décadas este país tem sido o maior credor
formando fronteiras naturais entre a China, a Índia e a Ásia Central. Em estrangeiro da China.[89] Em 1997 a China abandonou de vez o socialismo
contraste, a costa leste da China continental é de baixa altitude e tem uma de mercado adotando o capitalismo convencional, acabando com o princí-
longa faixa costeira de 14.500 quilômetros, delimitada a sudeste pelo Mar pio de propriedade estatal e executando um segundo maciço programa de
da China Meridional e a leste pelo Mar da China Oriental, além de onde privatização. Para selar sua condição de economia globalizada, em 2001 a
estão Taiwan, Coreia e Japão. China foi aceita na Organização Mundial do Comércio. Actualmente, 70%
da economia da China é privada, e este número continua crescendo. A
A história da China está registrada em documentos que datam do sé- economia da China composta por membros capitalistas "transplantados
culo XVI a.C. em diante e que demonstram ser aquele país uma das civili- num corpo socialista debilitado", modifica, em 1995, a taxa de crescimento,
zações mais antigas e avançadas do mundo antigo com existência contí- impulsionada principalmente pelo setor não-estatal, para 8,9%, superando
nua. A civilização chinesa surgiu em cidades-Estado no vale do rio Ama- as expectativas do governo e antecipando a meta prevista no IX Plano
relo. O ano221 a.C. costuma ser referido como o momento em que a China Quinquenal (1996-2000).
foi unificada na forma de um grande reino ou império, apesar de já haver
vários estados e dinastias antes disso. As dinastias sucessivas desenvol- Este robusto crescimento econômico, combinado com excelentes fato-
veram sistemas de controle burocrático que permitiriam ao imperador res internos como estabilidade política, grandes reservas em moeda es-
chinês administrar o vasto território que viria a ser conhecido como a trangeira (a maior do mundo, com US$ 818,9 bilhões), mercado interno
China. A fundação do que hoje se chama a civilização chinesa é marcada com grande potencial de crescimento, faz com que a China seja actual-
pela imposição de um sistema de escrita comum, pela dinastia Qin nosécu- mente um dos melhores locais do mundo para investimentos estrangeiros,
lo III a.C., e pelo desenvolvimento de uma ideologia estatal baseada no com uma avaliação de risco (Moody's) A2, índice considerado excelente.
confucionismo, noséculo II a.C. Por mais de 4.000 anos, o sistema político As grandes mudanças sociais e econômicas promovidos pelos segui-
da China foi baseado em monarquias hereditárias (também conhecidas dores de Deng Xiaoping deram uma nova dinâmica política à China com-
como dinastias). A primeira dessas dinastias foi a Xia(aproximadamente temporânea e limitaram as opções dos governantes do país. Houve nos
2000 a.C), mais tarde foi a dinastia Qin que unificou a China em 221 a.C. A últimos anos uma melhoria no padrão de vida dos chineses, embora seja
última dinastia foi a Qing, que terminou em 1911 com a fundação da Repú- um país com renda média para os padrões mundiais. O rápido crescimento
blica da China (RC) pelo Partido Nacionalista Kuomintang (KMT). Na econômico do país conseguiu retirar centenas de milhões de pessoas da
primeira metade do século XX a China mergulhou em um período de pobreza desde 1978 - o número de camponeses pobres caiu de 200 mi-
desunião e guerras civis que dividiram o país em dois principais campos lhões para 80 milhões em 10 anos. Apenas 10% da população vive abaixo
políticos - oKuomintang e os Comunistas. As hostilidades terminaram em da linha de pobreza (em comparação com 64% em 1978) e 99,8% dos
1949, quando a República Popular da China foi estabelecida na China jovens são alfabetizados. Desemprego urbano diminuiu para 4 por cento
pelos comunistas vitoriosos. O KMT, liderado pelo governo daRepública da em 2007 (desemprego real pode estar em 10%). A expectativa de vida
China, recuou para Taiwan, agora limitadando sua competência para a ilha chinesa é a terceira maior do leste asiático, com 73 anos, atrás da Coreia
de Taiwan e algumas ilhas adjacentes. Ainda hoje, a China está envolvida do Sul com 77,3 e do Japão com 82,2.
em disputas com a RC em relação a questões de soberania e do estatuto
político de Taiwan. A população de classe média (com renda anual de, pelo menos,
17.000 dólares) ultrapassou mais de 100 milhões de pessoas, enquanto
Desde a introdução de reformas da economia em 1978, a China tor- número de pessoas ricas (com capital superior a US$ 1,5 milhão) é esti-
nou-se em uma das economias de mais rápido crescimento no mundo, e mado em mais de 825 mil pessoas de acordo com o Hurun Report, em
segundo maior exportador e o terceiro maior importador de mercadorias do 2009. A China é o segundo maior consumidor mundial de bens de luxo
planeta. A industrialização reduziu a sua taxa de pobreza de 53% em 1981 com 27,5% da quota global, atrás do Japão. O mercado de varejo da China
para 8% em 2001. A China tem sido caracterizado como uma superpotên- cresceu 16,8% ao ano.
cia emergente por vários acadêmicos, analistas econômicos e militares.
Com reformas econômicas iniciados em 1978, a China cresceu 90 ve-
A importância da China como uma grande potência é refletida através zes,[99] se tornando a economia de maior crescimento mundial nos últimos
de seu papel comosegunda maior economia do mundo nominalmente (ou 25 anos, com crescimento do PIB em torno de 10% por ano.[A renda per
segunda maior em poder de compra) e como membro permanente do capitada China tem crescido cerca de 8% ao ano nos últimos 30 anos.
Conselho de Segurança da ONU, bem como sendo um membro de várias Levando em conta a renda per capita e moeda desvalorizada, o custo de
outras organizações multilaterais, incluindo a OMC, APEC, G-20, BRIC e vida na China é baixo.
da Organização para Cooperação de Xangai. Além disso, é reconhecido
como um Estado com armas nucleares, além de possuir o maior exército A China é o quarto país mais visitado do mundo, com 50,9 milhões de
do mundo em número de tropas e o segundo maior orçamento de defesa. visitantes internacionais em 2009.Actualmente a China é a segunda potên-
cia comercial do mundo, atrás dos EUA e a frente do Japão. Suas reservas
Economia internacionais de moedas estrangeiras atingiram US$ 2,4 trilhões, os
A economia da República Popular da China é a segunda maior do maiores do mundo. A China possui cerca de US$ 1,6 trilhão de títulos
mundo. Seu produto interno bruto (PIB nominal) é estimado em US$ 7,3 financeiros dos EUA. A China detém US$ 801,5 bilhões em títulos do
trilhões (dados de 2011),] enquanto seu poder de compra foi calculado em Tesouro dos EUA, tornando-se o maior credor estrangeiro da dívida pública
dos EUA. O investimento da China no mercado internacional está crescen-
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do rápidamente. Em 2008 era o sexto maior investidor no mercado interna- a Índia ainda sofre com altos níveis depobreza, analfabetismo, doenças e
cional. desnutrição. Uma sociedade pluralista, multilingue e multiétnica, a Índia
também é o lar de uma grande diversidade de animais selvagens e de
O sucesso comercial da China tem sido devido principalmente ao seu habitatsprotegidos.
baixo custo de produção. São atribuídos uma combinação de fatores como
mão-de-obra de baixo custo, boa infraestrutura, bom nível de tecnologia, Geografia
alta produtividade, em alguns casos, o não pagamento de licenças comer-
ciais, a política governamental favorável e uma moeda muito desvaloriza- A Índia ocupa a maior parte do subcontinente indiano, onde se encon-
da. tra em cima da placa tectônica indiana, uma placa menor da placa indo-
australiana.
O Estado ainda predomina nas áreas-chaves da indústria como a
energia e as indústrias pesadas, a iniciativa privada (30 milhões de empre- Os processos geológicos que definiram a atual situação geográfica da
sas privadas) responde entre 33% (People's Daily, 2005) a 70% (Busi- Índia começaram há setenta e cinco milhões de anos, quando o subconti-
nessWeek, 2005) do PIB em 2005, enquanto que a estimativa da OCDE é nente indiano e, por continuação, parte do subcontinente Gondwana come-
superior a 50% da produção nacional da China, muito superior a 1% de çaram a se mover a partir donordeste através do que posteriormente se
1978. A Bolsa de Valores de Xangai (SSE) lança valores recordes de IPOs converteria em Oceano Índico.A colisão superior do subcontinente com
e seu índice de referência Shanghai Composite index dobrou desde 2005. aplaca euro-asiática e a subducção debaixo dela deram lugar ao Himalaia,
A capitalização de mercado SSE atingiu US$ 3 trilhões em 2007 tornando- sistema montanhoso mais alto do planeta, que atualmente é a fronteira da
se o quinto maior na bolsa de valores do mundo. Índia a norte e a noroeste. O antigo leito marinho que emergiu imediata-
mente o sul da Himalaiafez com que o movimento da placa criasse uma
A China ocupa posição 29 no ranking no Índice de Competitividade grande depressão, que foi sendo levada pouco a pouco por sedimentos
Global. Quarenta e seis empresas chinesas entraram na lista da Fortune propagados nos rios, que atualmente constitui a Planície Indo-Gangética. A
Global 500 em 2010. Utilizando o cálculo de capitalização de mercado, oeste desta planície encontra-se o deserto de Thar, separada pela cordi-
quatro das dez empresas mais valiosas do mundo são chinesas. Algumas lheira Avaralli.
delas incluem a primeira no ranking mundial PetroChina Company (empre-
sa de petróleo mais valiosa do mundo), terceiro no ranking Banco Industrial A placa original indiana corresponde hoje ao subcontinente indiano,
e Comercial da China (banco mais valioso do mundo), quinto no ranking sendo também a parte mais antiga e estável da Índia, que se estende
China Mobile (empresa de telecomunicações mais valiosa do mundo) e desde o norte, com as cordilheiras Satpura e Vindhya no centro. Estas
sétima no ranking China Construction Bank. cordilheiras paralelas vão desde a costa doMar Arábico no estado de
Gujarat até o planalto de Chota Nagpur no estado de Jharkhand. No sul, o
Apesar do progresso significativo dos últimos anos, existem grandes planalto de Decãcontém à esquerda e à direita os Gates Ocidentais e
obstáculos para o crescimento chinês a longo prazo. A significativa piora Orientais; o planalto contém as formações rochosas mais antigas do territó-
da distribuição de rendaé apenas um dos fatores negativos para o desen- rio, algumas com mais de cem mil anos de idade. Os pontos extremos do
volvimento social, com um coeficiente de Gini em 41,1 e cada vez maior. país se localizam a 6° 44' e 35° 30 ' de latitude norte[c] e 68°7' e 97°25' de
Outro grande problema é o direito previdenciário que, com a política do longitude leste.
filho único e aumento da expectativa de vida, apresenta desequilíbrios no
fluxo de caixa, sendo cada vez menor a relação entre trabalhadores contri- A Índia tem 7 517 quilômetros de litoral, destes 5 423 pertencem ao
buintes por aposentado. Cerca de 21% da população tem 14 anos ou subcontinente indiano e 2 094 pertencem ao Andamão,Nicobar e Laquedi-
menos de idade e 8% tem mais de 65 anos. Outro aspecto é a diferença vas. Segundo dados, a costa indiana tem 43% de praias arenosas, 11% de
dedesenvolvimento econômico entre as áreas costeiras (urbanas), nordes- costas rochosas (incluindofalésias) e 46% de marismas ou costas pantano-
te e leste da China e o seu interior, principalmente no sul e oeste, ainda sas.
predominantemente agrário e de baixa renda, exacerbada com a liberação Os principais rios têm sua origem na cordilheira Himalaia, como o
do mercado, pois os investidores preferem investir em áreas com melhor Ganges e o Brahmaputra, que desembocam no Golfo de Bengala. Entre os
infraestrutura e trabalhadores mais qualificados. afluentes mais importantes do Ganges encontram-se os rios Yamuna e o
Kosi, cuja pendente extremamente baixa provoca inundações catastróficas
quase ou todos os anos. Os rios peninsulares mais importantes cujas
ÍNDIA
pendentes que evitam inundações são o Godavari, o Mahanadi, o Kaveri e
o Krishna, que também desembocam no golfo de Bengala; e os rios Nar-
A Índia, oficialmente República da Índia, é um país da Ásia Meridio- mada e Tapti, que desembocam no Mar Arábico. Na costa oeste, encon-
nal. É o sétimo maior país em área geográfica, o segundo país mais popu- tram-se também os pântanos do Rann de Kutch, enquanto noleste há a
loso e ademocracia mais populosa do mundo. Delimitado ao sul pelo área protegida de Sundarbans, que a Índia divide com Bangladesh. A Índia
Oceano Índico, pelo mar da Arábia a oeste e pela Baía de Bengala a leste, possui dois arquipélagos: Laquedivas, atóis de corais na costa sudoeste
a Índia tem uma costa com 7.517 km.[8] O país é delimitado pelo Paquistão indiana e as ilhas de Andamão e Nicobar, cadeias de ilhas vulcânicas no
a oeste;[9] pela República Popular da China, Nepal e Butão no norte e Mar de Andamão.
porBangladesh e Mianmar a leste. Os países insulares do Oceano Índico, o
Sri Lanka e Maldivas, estão localizados bem próximos da Índia. O clima indiano está fortemente influenciado pelo Himalaia e deserto
de Thar, os quais favorecem o desenvolvimento das monções. O Himalaia
Lar da Civilização do Vale do Indo, de rotas comerciais históricas e de prevê a entrada deventos catabáticos frios, vindos da Ásia Central, man-
vastos impérios, oSubcontinente indiano é identificado por sua riqueza tendo a maior parte do subcontinente indiano mais quente do que a maioria
comercial e cultural de grande parte da sua longa história. Quatro grandes das localidades que se localizam emlatitudes similares.O deserto de Thar
religiões, Hinduísmo, Budismo, Jainismo e Sikhismo, originaram-se no desempenha um papel crucial para atrair ventos de monção carregados de
país, enquanto o Zoroastrismo, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo umidade desde o sudoeste, os quais entre junho e outubro proporcionam a
chegaram no primeiro milênio d.C. e moldaram a diversidade cultural da maioria das precipitações do país.[As zonas climáticas principais que
região. Anexada gradualmente pela Companhia Britânica das Índias Orien- predominam em território indiano são o tropical úmido, tropical seco e o
tais no início do século XVIII e colonizada pelo Reino Unido a partir de subtropical úmido.
meados do século XIX, a Índia se tornou uma nação independente em
1947 após uma luta pela independência que foi marcada pela extensão da Demografia
resistência não-violenta. Com uma população de mais de um bilhão de habitantes,a Índia é o
A Índia é uma república composta por 28 estados e sete territórios da segundo país mais populoso do mundo. Nos últimos cinquenta anos, o país
união com um sistema de democracia parlamentar. O país é a décima tem vivido um rápido aumento em sua população urbana devido, em gran-
maior economia do mundo em Produto Interno Bruto (PIB) nominal, bem de parte, aos avanços médicos e aos aumentos massivos da produtividade
como a terceira maior do mundo em PIB medido em Paridade de Poder de agrícola pela "revolução verde". A população urbana da Índia aumentou
Compra. As reformas econômicas feitas desde 1991 transformaram o país onze vezes durante o século XX e vem se concentrando cada vez mais nas
em uma das economias de mais rápido crescimento do mundo; no entanto, grandes cidades. Em 2001, 35 cidades indianas tinha sua população igual
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ou superior a um milhão de habitantes, onde as três cidades mais populo- produtos químicos, peles e couros. Entre as principais importações estão o
sas (Bombaim,Deli e Calcutá), sozinhas, tinham mais de dez milhões de petróleo cru, maquinarias, joias, fertilizantes e alguns produtos químicos.
habitantes. Porém, nesse mesmo ano 70% da população indiana vivia em
áreas rurais. O PIB ascende a 1,8 trilhões de dólares, sendo a décima segunda
maior economia do mundo e a quarta maior em termos de Paridade do
A Índia é a segunda entidade geográfica com maior diversidade cultu- Poder de Compra. Entretanto, devido à grande população (estimado em
ral, linguística e e genética, depois da África. A Índia é o lugar de duas mais de 1,2 bilhão de habitantes em 2011), a renda per capita é muito
grandes famílias linguísticas: a indo-ária (falado por aproximadamente 74% baixa: US$ 1.530 (nominal) e paridade de poder de compra calculada em
da população) e a dravídica(falada por aproximadamente 24%). Outras 2011 em US$ 3.705. Cerca de 50% da população (ou cerca de 600 milhões
línguas faladas na Índia provêm das línguas austro-asiáticas e tibeto- de pessoas) vive em miséria extrema e depende diretamente da agricultura
birmanesas. O hindi (ou híndi) conta com o maior número de falantes[63] e para se sustentar e sobreviver.
é a língua oficial da república. O inglês é utilizado amplamente em negó-
cios e na administração e tem o status de "idioma oficial subsidiário"[65] Apesar de seu notável crescimento econômico nas últimas décadas,
também é importante na educação, especialmente no ensino médio supe- todavia a Índia conteve a maior concentração de pessoas pobres do mun-
rior. Cada estado e território da união tem seus próprios idiomas oficiais, e do e tem uma alta taxa desubnutrição em crianças menores de três anos
a constituição reconhece outras 21 línguas como oficiais que são faladas (46% em 2007). A porcentagem de pessoas vivendo abaixo da linha de
por um importante setor da população ou são parte da herança histórica pobreza segundo o Banco Mundial, vivendo com menos de um dólar por
indiana, denominadas de "línguas clássicas". Enquanto o sânscrito e o dia (PPA, em termos nominais Rp. 21,6 ao dia nas zonas urbanas e Rp.
tamil têm sido consideradas como línguas clássicas por muitos anos, o 14,3 nas zonas rurais) diminuiu de 60% em 1981 para 42% em 2005.
governo indiano também tem concedido o status de língua clássica ao Apesar de nas últimas décadas a Índia ter evitado a carestia, a metade das
kannada e ao telugu utilizando seus próprios critérios. O número de diale- crianças têm um peso inferior à média mundial, uma das taxas mais altas
tos na Índia chega a mais de 1 652. do mundo e quase o dobro da taxa da África Subsaariana.
Mais de oitocentos milhões de indianos (80,5 % da população) são Um relatório em 2007 do Goldman Sachs prevê que entre 2007 e 2020
hindus. Outros grupos religiosos com presença no país são muçulmanos o PIB indiano se quadruplicará, e que poderá superar o PIB dos Estados
(13,4 %), cristãos (2,3 %), siquistas (1,9 %), budistas (0,8 %), jainistas (0,4 Unidos antes de 2050, mas que a Índia continuará sendo um dos países
%), judeus, zoroastristas, entre outros. Os adivasi constituem 8,1 % da com habitantes mais pobres do mundo durante várias décadas, com renda
população. A Índia tem a terceira maior população muçulmana do mundo e per capita abaixo dos seus companheiros "BRIC". Apesar de nos últimos
a maior população muçulmana para um país de maioria não-muçulmana. decênios a economia indiana ter aumentado de forma constante, este
crescimento tem ocorrido de maneira desigual, em especial quando se
A taxa de alfabetização no país é de 64,8% (53,7% para as mulheres e compara à qualidade de vida nos diferentes grupos sociais, econômicos,
75,3% para os homens). O estado com o maior índice de alfabetização é em diversas regiões geográficas, zonas rurais e urbanas. O Banco Mundial
Kerala, como 91%, enquanto Bihar tem a menor taxa, com apenas 47%. O afirma que as prioridades mais importantes para o governo indiano deveri-
índice de masculinidade é de cada 944 homens para cada mil mulheres, am ser a reforma do setor público, a construção de infraestruturas básicas,
enquanto que a taxa de crescimento demográfico anual é de 1,38%: a cada o desenvolvimento agrícola e rural sustentável, a eliminação das normas
ano, são registrado 22,01 nascimentos para cada mil pessoas. Segundo a de trabalho, a reforma nos estados mais atrasados e luta contra a AIDS.
Organização Mundial de Saúde, a cada ano morrem novecentos mil india-
nos por beberem água em mal-estado e inalarem ar contaminado. A malá- ORIENTE MÉDIO
ria é endêmica na Índia.[75] Existem cerca de sessenta médicos para cada
cem mil pessoas no país. O Médio Oriente é um termo que se refere a uma área geográfica à
volta das partes leste e sul do Mar Mediterrâneo. É um território que se
Economia
estende desde o leste do Mediterrâneo até ao Golfo Pérsico. O Médio
A Índia com um produto interno bruto nominal estimado emUS$1,8 tri- Oriente é uma sub-região da África-Eurásia (partes da Turquia estão na
lhão figura como a 10ª maior economia do mundo por PIB nominal, en- Europa, e o país é considerado por alguns como parte da última), sobretu-
quanto sua paridade de poder de compra calculada em 2011 em US$4,4 do da Ásia, e partes da África Setentrional. Comparada com o restante da
trilhões, é a terceira maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e Ásia, é uma região geograficamente pequena, com uma área aproximada
daChina. Contudo, ainda é um país muito pobre (2011) comrenda per de 7 200 000 km². A população do Oriente Médio é de 270 milhões de
capita nominal de US$ 1.530 e renda per capita PPC de US$3.705. habitantes.
No período compreendido entre a décadas de 1950 e 1980, a econo- O Oriente Médio fica na junção da Eurásia e da África e do Mar Medi-
mia indiana seguia tendência socialistas. A economia se manteve paralisa- terrâneo e do Oceano Índico. É o local de nascimento e centro espiritual do
da por regulamentos impostos pelo governo, oprotecionismo e a proprieda- cristianismo,islamismo, judaísmo, Yazidi, e no Irã do mitraísmo, zoroas-
de pública, o que levou a umacorrupção generalizada e a um lento cresci- trismo, maniqueísmo e da Fé Bahá'í. Ao longo de sua história, o Oriente
mento econômico. Em 1991, a economia nacional se converteu em uma Médio tem sido um grande centro de negócios do mundo, uma área estra-
economia de mercado. Esta mudança na política econômica em 1991 se tégica, economica, política, cultural e religiosamente sensível.
deu pouco depois de uma crise aguda no balanço de pagamentos, pelo As primeiras civilizações da Mesopotâmia e do Egito antigo, origina-
que desde então se pôs ênfase em fazer docomércio internacional e do ram-se no Crescente Fértil e em regiões do vale do Nilo do antigo Oriente,
investimento estrangeiro direto um setor primordial da economia indiana. assim como as civilizações da Península do Levante, Pérsia e da Arábia. O
Durante as últimas décadas a economia indiana tem tido uma taxa de Oriente Médio foi unificado pela primeira vez sob o império Aquemênida
crescimento anual do produto interno bruto ao redor de 5,8%, convertendo- seguido mais tarde peloImpério Macedônio e, mais tarde pelos impérios
se em uma das economias de mais rápido crescimento no mundo. A Índia iranianos, a saber, o Império Arsácida e o Império Sassânida. No entanto,
conta com a maior força de trabalho do mundo, com mais de 513,6 milhões seriam os Califatos árabes na Idade Média ou Idade de Ouro Islâmica, que
de pessoas. Em termos de produção, o setor agrícola representa 28% do primeiramente iriam unificar todo o Oriente Médio como uma região distinta
PIB; o setor de serviço, 54% e a indústria, 18%, respectivamente. Os e criar a identidade étnica dominante que persiste até hoje. Os turcos
principais produtos agrícolas e de gado incluemarroz, trigo, sementes seljúcidas, o Império Otomano e os safávidas também depois dominariam
oleaginosas, algodão, juta, chá, a cana-de-açúcar, ovelhas, cabras, aves a região.
de curral e pescados. As principais indústrias são a têxtil, maquinaria, O moderno Oriente Médio surgiu após a I Guerra Mundial, quando o
produtos químicos, aço, transportes, cimento, mineração e o comércio de Império Otomano, que foi aliado com as derrotadas Potências Centrais, foi
softwares. Em 2006, o comércio indiano havia alcançado uma proporção dividido em um número de nações separadas. Outros acontecimentos
relativamente moderada de 24% do PIB, crescendo a taxa de 6% desde marcantes nesta transformação incluiu a criação de Israel em 1948 e a
1985. O comércio da Índia representa um pouco mais de 1% do comércio saída das potências europeias, nomeadamente a Grã-Bretanha e França.
mundial. As principais exportações incluem os derivados de petróleo, Eles foram suplantados em parte pela crescente influência dos Estados
alguns produtos têxteis, pedras preciosas, softwares, engenharia de bens, Unidos.
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No século XX, ações importantes da região do petróleo deu-lhe nova da África, que têm afinidades culturais e de política internacional com os
importância estratégica e econômica. A produção em massa do petróleo estados árabes. Não raro nele se englobam também Afeganistão, Paquis-
começou por volta de 1945, com a Arábia Saudita, Irã, Kuwait, Iraque e tão e parte da Europa balcânica. A delimitação feita pela comissão das
Emirados Árabes Unidos com grandes quantidades de petróleo. As reser- Nações Unidas para fomentar o progresso econômico no Oriente Médio
vas de petróleo estimadas, especialmente na Arábia Saudita e Irã, são abrange da Grécia ao Paquistão e, para o sul, a Etiópia. Os dois termos,
alguns das mais altos do mundo, e o cartel internacional do petróleo da Oriente Médio e Oriente Próximo, são, assim, de conceituação imprecisa e
Opep é dominado por países do Oriente Médio. sofrem variações e deslocamentos por razões diversas, sem contudo
Durante a Guerra Fria, o Oriente Médio foi um teatro de luta ideológica ultrapassarem os limites da região histórica conhecida no passado sob o
entre as duas superpotências: os Estados Unidos e a União Soviética, que nome de Oriente, sítio das primeiras civilizações que ocupavam o vale do
competiam porzonas de influências e aliados regionais. É claro que, além Nilo e o Crescente Fértil e se estendiam até a Grécia.
dos motivos políticos, houve também o "conflito ideológico" entre os dois Geografia física e humana. A área central do Oriente Médio, do Egito
sistemas. Neste quadro contextual, os Estados Unidos procuraram desviar ao Irã e da Turquia à península arábica, compreende três grandes zonas
o mundo árabe da influência soviética. geográficas. Ao norte, uma região de planaltos, rica em ferro, carvão e
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, a região tem tido períodos petróleo, é limitada por cadeias de montanhas, desde a Turquia até o Irã,
de relativa paz e tolerância, pontuada por conflitos e guerras como a Guer- que orientam a distribuição da umidade, das atividades agrícolas e a das
ra do Golfo, Guerra do Iraque, o conflito árabe-israelense e o programa pastagens, nas quais se criam predominantemente ovinos e caprinos. As
nuclear do Irã. atividades industriais são bem desenvolvidas, em especial as indústrias
alimentícias, têxteis, de madeira, couro e petróleo.
Economia
Ao sul estende-se uma região sedimentar, entre o Mediterrâneo e o
O Oriente Médio está sobre uma dobra tectônica que se inicia na Me- golfo Pérsico, onde se destacam a fossa do Jordão e do mar Morto e a
sopotâmia e se prolonga até o Golfo Pérsico. Nela, encontra-se uma mag- Mesopotâmia. Situam-se a leste dessa área as mais ricas reservas petrolí-
nífica reserva de petróleo, que representa 60% das reservas mundiais feras do mundo. Na Mesopotâmia e na zona mediterrânea concentram-se
desse minério. Os principais países exportadores de petróleo são: Arábia as atividades agrícolas; nas áreas mais elevadas do interior há criação de
Saudita, Iraque, Irã, Kuwait, Bahrein, Qatar e Emirados Árabes Unidos. ovinos. Na península arábica e no Egito localizam-se as áreas predominan-
Essa grande quantidade de petróleo, aliada a fatores econômicos e políti- temente desérticas. Riquezas minerais, com petróleo, ferro, manganês,
cos, criou as condições para a formação, na década de 1960, da Organiza- fosfatos e sal-gema, ocorrem na península do Sinai e nos planaltos do
ção dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). As elevadas rendas per leste do Egito. As principais áreas agrícolas dessa região são o vale do
capita do Kuwait e da Arábia Saudita revelam que esses países obtêm Nilo e a região montanhosa do Iêmen.
muito lucro com a venda de petróleo, entretanto, a população dos países
petrolíferos é, em geral, pobre, fato que decorre da má distribuição de A população do Oriente Médio é majoritariamente árabe e tem na inte-
renda. [carece de fontes?] gração de todos os povos árabes uma de suas aspirações mais antigas.
Para atingir esse objetivo, trabalha a seu favor o fato de falarem a mesma
Embora o predomínio de climas áridos e semiáridos no Oriente Médio língua, constituírem uma maioria de adeptos da seita islâmica sunita e
prejudique o desenvolvimento da agropecuária, ela é outra atividade eco- terem resistido de forma tenaz às influências estranhas, originárias da
nômica importante na região. Ela é realizada predominantemente de forma dominação otomana e, a seguir, da colonização pelas potências europeias.
tradicional, com uso de pouca tecnologia e mecanização, e incorpora até
40% da população economicamente ativa. A atividade econômica tradicio- Zona de conflito. O mais destacado movimento para a reunificação po-
nal do Oriente Médio é o pastoreio nômade. Destacam-se as criações de lítica dos povos de cultura árabe é o pan-arabismo, cuja origem remonta ao
carneiros, cabras e camelos em áreas desérticas. Na Planície Mesopotâ- fracionamento do mundo islâmico no século VIII, quando a fase de sua
mica, também conhecida como "crescente fértil", cultivam-se frutas, arroz, grande expansão havia chegado ao auge. Apesar de várias tentativas de
trigo e cana-de-açúcar, utilizando-se a técnica de irrigação. Na região realizar essa aspiração, sobretudo a partir do século XIX, o pan-arabismo
mediterrânea, destacam-se culturas comerciais como oliveira, fumo, trigo e só ganhou força após a segunda guerra mundial, com a criação da Liga
tâmara. dos Estados Árabes. Os objetivos da Liga são os do pan-arabismo: "forta-
lecer os laços entre os estados participantes, coordenar-lhes a atividade
O turismo é também um segmento econômico importante para alguns política de modo a ser conseguida uma efetiva colaboração entre eles e
países do Oriente Médio, como Israel e Turquia - que juntos recebem cerca preservar-lhes a independência e a soberania". A Liga Árabe, porém, não
de 2,5 milhões de turistas por ano. Já o setor industrial no Oriente Médio conseguiu consagrar o ideal unitário que estimulou o movimento pan-
apresenta pouca expressividade. Nos países petrolíferos, há refinarias e arábico no século anterior, que inspirou a resistência dos líderes árabes ao
petroquímicas. Outras indústrias se relacionam aos setores mais tradicio- império otomano.
nais, como o têxtil e o alimentício. Israel é um caso à parte e tem um
parque industrial desenvolvido e uma economiaindependente da exporta- Na verdade, sempre existiram divergências entre os países árabes,
ção de petróleo. alimentadas pelo exacerbado nacionalismo e pela religiosidade, que inibi-
ram sua capacidade de adotar uma política de defesa conjunta e progresso
Os conceitos de geografia física e humana relativos ao Oriente Médio global. Essa limitação foi amplamente explorada pelas potências mundiais,
variam de acordo com a época e a fonte das definições. Um importante que cobiçam as riquezas naturais da região, especialmente o petróleo.
fator para caracterização da área é a presença da cultura árabe.
Alguns dos elementos que mais pesaram contra a pacificação da regi-
Oriente Médio é a expressão que designa as terras do litoral leste e sul ão, a partir da segunda guerra mundial, foram a implantação do Estado de
do Mediterrâneo, que vão do Marrocos à península arábica, ao Irã e, em Israel e suas guerras com os países árabes, o êxodo do povo palestino e
alguns casos, mais além. A inclusão dessa vasta área sob a designação de os conflitos daí resultantes, o aprofundamento da divisão entre os seguido-
Oriente Médio é contemporânea. Os primeiros geógrafos e historiadores res das seitas xiita e sunita, a ascensão do fundamentalismo xiita ao poder
modernos dividiram o Oriente em três regiões: Oriente Próximo, que com- no Irã, a guerra civil no Líbano, a guerra Irã-Iraque e a invasão do Kuwait
preendia a área geográfica mais próxima da Europa, do Mediterrâneo ao pelo Iraque, que levou à primeira intervenção de forças internacionais no
golfo Pérsico; Oriente Médio, do golfo Pérsico ao sudeste da Ásia; e Ex- Oriente Médio desde a aliança que combateu o Eixo. Na década de 1990,
tremo Oriente, as terras banhadas pelo Pacífico. porém, surgiram indicações de avanço em direção à paz, como o fim da
A mudança na acepção do termo começou antes da segunda guerra guerra civil no Líbano, o acordo entre Israel e a Organização para a Liber-
mundial, confirmou-se durante o conflito, quando o comando militar britâni- tação da Palestina (OLP) e a declaração de paz entre Israel e Jordânia.
co no Egito recebeu a denominação de Oriente Médio, e se manteve na ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
atualidade. Assim, integram o Oriente Médio, além do núcleo central --
Síria, Egito, Líbano, Israel e Jordânia, que constituíam o antigo Oriente Liga Árabe
Próximo--, os estados da Turquia, Chipre, Iraque, Irã, Sudão, Líbia, Arábia A falta de unidade foi sempre o maior problema da Liga Árabe, sujeita
Saudita, Kuwait, Iêmen, Omã, Bahrein, Qatar e Emirados Árabes Unidos. a frequentes disputas internas, que prejudicaram sua coordenação. Foi
Acontecimentos posteriores ampliaram ainda mais o uso do termo para justamente a ausência de coesão que possibilitou a criação do Estado de
incluir outros países, como Tunísia, Argélia e Marrocos, situados no norte Israel, quando da intervenção militar na Palestina, em 1948.
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Denomina-se Liga Árabe a associação de estados árabes criada em pomares. Mais ao sul, a planície litorânea se prolonga na região de Filis-
22 de março de 1945, por tratado assinado no Cairo. O objetivo inicial da teia, onde os solos férteis permitem o cultivo de cítricos, hortaliças e cere-
organização era fortalecer e coordenar as políticas econômicas, sociais e ais. A planície de Esdrelom ou Megido separa as colinas do sul da Galileia
culturais dos estados integrantes e mediar as disputas internas, assim das montanhas de Samaria. Com largura máxima de 25km, estreita-se a
como as divergências que surgissem entre os membros e outras nações. noroeste, onde o rio Qishon corre em direção à planície de Acre e, no
Essa posição evoluiu para uma política de cooperação econômica e defesa sudeste, onde o Jalud segue pelo vale de Jezreel até desaguar na fossa
coletiva. Um tratado com esse objetivo foi assinado em 1950. tectônica do Jordão. A zona de Megido é conhecida pela fertilidade de suas
terras e por formar uma passagem natural entre o Mediterrâneo e as terras
Os integrantes originais da Liga eram Egito, Síria, Iraque, Líbano, do interior, pelo Jordão.
Transjordânia (atual Jordânia), Arábia Saudita e Iêmen. Mais tarde aderi-
ram Líbia (1953), Sudão (1956), Tunísia e Marrocos (1958), Kuwait (1961), A zona da Galileia, com a paisagem marcada por colinas, é mais úmi-
Argélia (1962), Bahrein, Omã, Qatar, Emirados Árabes Unidos (1971), da que a Samaria e a Judeia e tem vegetação mais densa. No sul da
Mauritânia (1973), Somália (1974), Organização para a Libertação da Galileia existem vales férteis, como o de Nazaré. A Samaria, onde se
Palestina (1976) e Djibuti (1977). estabeleceu o antigo reino de Israel, estende-se desde a planície de Megi-
do até Ramla. Suas montanhas, entre as quais se destaca o monte Carme-
As divergências inviabilizaram uma cooperação maior. A Liga promo- lo, são mais baixas que as da alta Galileia e os vales, mais amplos que os
veu em 1959 o primeiro congresso sobre o petróleo e, em 1964, contra a da Judeia. O vale de Faria liga Samaria ao Jordão. O planalto da Judeia,
posição da Jordânia, reconheceu a Organização para a Libertação da entre Ramla, ao norte, e Beersheba, ao sul, tem solo árido e pedregoso e
Palestina (OLP) como legítima representante do povo palestino. A questão poucas terras cultiváveis.
palestina exacerbou as divergências internas: o Egito acabou suspenso da
Liga após assinar tratado de paz em separado com Israel, em 1979, e só O vale do Jordão é uma fossa tectônica cuja largura oscila entre 2,5 e
foi readmitido em 1989. A invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990 provo- 22km. Situado abaixo do nível do mar, é extremamente seco e quente e
cou uma profunda divisão entre os países árabes. A maior parte deles nele a agricultura se limita às zonas irrigadas de uns poucos oásis, como
apoiou a decisão da Arábia Saudita de permitir a presença de tropas os de Jericó e En Gedi, às margens do mar Morto. A leste da fossa do
ocidentais em seu território para combater o Iraque.. Jordão, os terrenos altos recolhem consideráveis quantidades de chuva.
Bosques de carvalho e pastagens se estendem pela meseta de Bashan e
Palestina pelas colinas de Gilead. Localizados mais ao sul, os planaltos de Amã e
Desde a criação do Estado de Israel e durante quase meio século, a Moab são bastante secos, embora também se prestem para a agricultura.
Palestina foi palco de sangrentos conflitos entre árabes e judeus. A cele- História
bração de um acordo de paz em 1993 abriu uma perspectiva de paz dura-
doura para a região. Primeiros ocupantes. O solo da Palestina é rico em depósitos pré-
históricos, que demonstram ter sido povoado desde o paleolítico. No tercei-
Palestina é a região que compreende a área geográfica situada entre o ro milênio anterior à era cristã começaram a surgir as primeiras cidades,
mar Mediterrâneo, a oeste, o deserto da Arábia, a leste, o rio Litani, ao certamente em contato com as grandes civilizações que se desenvolveram
norte, e o deserto de Neguev, ao sul. Dentro desses limites pouco precisos, no vizinho vale do Nilo e na Mesopotâmia. Quando os hebreus chegaram à
inclui parte dos atuais estados de Israel, Jordânia e Egito. O pequeno Palestina, a região estava ocupada por povos cananeus.
território, com uma superfície aproximada de vinte mil quilômetros quadra-
dos, constitui um corredor natural entre Ásia e África, muito disputado em Hegemonia israelita. O povo hebreu, semita, que se refugiara no Egito
todas as épocas, mais por sua posição estratégica que por suas escassas sob proteção da dinastia asiática dos hicsos, teve que partir por volta de
riquezas naturais. 1550 a.C., quando seus protetores foram expulsos do território egípcio. De
início, se fixaram nas regiões localizadas a oeste do mar Morto, mas pouco
Geografia física a pouco ocuparam as margens do Mediterrâneo e as terras da Galileia, no
A região da Palestina forma uma das bordas do planalto da Arábia e norte da Palestina. No século XII a.C., os chamados povos do mar, entre
se compõe de terrenos e paisagens de origem e configuração bem diver- eles os filisteus, ocuparam as planícies litorâneas. As constantes lutas
sas: colinas surgidas de dobramentos moderados entre as quais se encai- entre os dois povos terminaram com a vitória dos hebreus. No século X
xam estreitos vales, afloramentos de rochas magmáticas e planícies sedi- a.C., a Palestina aproveitou o enfraquecimento dos grandes impérios
mentares constituídas por aluviões procedentes das montanhas. A ocupa- vizinhos para expandir seu território. O país, que alcançou seu maior
ção humana do território depende da localização da água, que não costu- esplendor ao longo dos reinados de Davi e Salomão, foi mais tarde dividido
ma ser abundante. Registra-se maior volume de precipitações pluviométri- em dois reinos: Israel, ao norte, e Judá, ao sul.
cas nas zonas do norte e no litoral do que no sul e no interior. São escas- Domínio de Assíria, Babilônia e Pérsia. Israel foi transformado em tri-
sos os rios perenes e a escassez de água é agravada pelas infiltrações butário da Assíria e logo após subir ao trono, em 721 a.C., Sargão II con-
subterrâneas, favorecidas pela porosidade das rochas calcárias que consti- quistou o país e deportou a maior parte de seus habitantes. No sul, o reino
tuem grande parte do território. de Judá conservou sua precária independência até 587 a.C., quando
Nabucodonosor o arrasou e deportou sua população para a Babilônia. Em
539, quando o imperador persa Ciro o Grande apoderou-se da Babilônia,
muitos hebreus puderam regressar à Palestina. Depois da conquista do
império persa pelo macedônio Alexandre o Grande, a Palestina ficou
submetida à influência helenística. No início do século II a.C. passou do
domínio da dinastia ptolomaica, que governava então o Egito, para a dos
selêucidas da Síria. Estes impuseram a helenização à força, o que provo-
cou a reação armada dos hebreus mais conservadores. O país recuperou a
independência sob a dinastia dos macabeus.
Roma. No século I a.C., começou a manifestar-se de forma crescente
o intervencionismo romano. Em 40 a.C., a Palestina foi invadida pelos
partos. Herodes o Grande obteve ajuda romana e expulsou os invasores, o
que o levou a ser reconhecido rei da Judeia por Otávio (o futuro Augusto) e
Marco Antônio. Após a morte de Herodes, o reino foi dividido entre seus
filhos, mas nos primeiros anos da era cristã Roma começou a administrar
diretamente o território. Em 63 os judeus se rebelaram contra Roma e em
No litoral norte estende-se a planície de Acre, desde Naqura, ao norte, 70 Jerusalém foi sitiada e quase totalmente destruída pelas tropas imperi-
até o monte Carmelo, ao sul, onde se encontra a planície de Sharon, até a ais. Após uma nova revolta, entre 132 e 135, o imperador Adriano decidiu
região de Jafa. Entre as colinas que formam a paisagem, há lavouras e erguer no local uma cidade romana, cujo traçado sobreviveu até o século
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XX. Grande parte da população foi então massacrada e os sobreviventes Primeira guerra mundial. A Palestina foi campo de batalha entre forças
tiveram que emigrar, no início da dispersão pelo mundo, ou diáspora. turcas e britânicas durante a primeira guerra mundial. Os britânicos ocupa-
ram o país entre 1917 e 1918. Em novembro de 1917 foi firmada a Decla-
Ao adotar o cristianismo como religião oficial, o estado romano dispen- ração Balfour, em que o Reino Unido se comprometia a apoiar a criação de
sou especial proteção ao território que a partir de então começou a ser um "lar nacional judeu na Palestina". As intenções manifestadas na Decla-
considerado como Terra Santa. Jerusalém voltou a florescer e transformou- ração Balfour contradiziam as promessas feitas por Londres aos árabes
se em importante centro de peregrinação, ao qual afluíam habitantes de que se rebelaram contra o poder otomano durante a guerra. Em julho de
todas as regiões do império. Construíram-se basílicas notáveis e a cidade 1919 um congresso sírio-palestino reunido em Damasco reclamou o trono
foi embelezada pelos imperadores bizantinos, sob cuja jurisdição ficou a da Síria, que incluía o território da Palestina, para um rei árabe. A Síria foi
Palestina após a divisão do império, no ano de 395. Em 611 registrou-se a no entanto posta sob proteção francesa, ao mesmo tempo que a Palestina
invasão dos persas, que três anos mais tarde tomaram Jerusalém e destru- ficava submetida a mandato britânico.
íram todas as igrejas da cidade. Em 628 o imperador bizantino Heráclio
recuperou a Terra Santa. Mandato britânico. A década de 1920 foi relativamente tranquila. A
Transjordânia, situada a leste do rio Jordão, foi separada do resto do país,
Palestina muçulmana. Em 636, depois da batalha de Yarmuk, que pôs e as autoridades de Londres consideraram que seu território ficava excluí-
em fuga os exércitos bizantinos, a Palestina caiu em poder dos árabes. do das obrigações contraídas com a Declaração Balfour. Os assentamen-
Dois anos depois, o califa Omar entrou em Jerusalém. Os califas respeita- tos sionistas progrediram muito lentamente, mas a chegada do nacional-
ram os lugares santos e edificaram numerosas mesquitas. Uma delas, o socialismo ao poder na Alemanha, em 1933, aumentou o fluxo de refugia-
domo do Rochedo, é o monumento islâmico mais antigo que se conserva dos judeus para a Palestina, o que despertou os receios árabes. Em 1936,
na região. A tolerância religiosa dos califas foi notável. Os peregrinos a população árabe da Palestina manteve durante seis meses uma greve
cristãos que acorriam aos lugares santos não eram incomodados e até geral, ao mesmo tempo que se iniciavam as ações guerrilheiras. Uma
mesmo hospitais foram construídos para eles. Contudo, a população, que comissão real britânica recomendou, em 1937, a partilha do país, ao que
em sua imensa maioria era cristã no momento da conquista árabe, conver- se negaram os árabes, que constituíam mais de dois terços da população.
teu-se progressivamente ao islamismo. As autoridades britânicas decretaram então o estado de exceção.
O poderoso califado de Bagdá entrou em decadência na segunda me- Segunda guerra mundial. O início da segunda guerra mundial obrigou
tade do século IX e Síria, Palestina e Egito ficaram sob o poder da dinastia Londres a minimizar suas divergências com os árabes, o que motivou a
egípcia dos tulúnidas. Os fatímidas do norte da África conquistaram o país limitação da imigração judia para a Palestina. Ao término do conflito, havia-
em 969 e puseram fim à tolerância religiosa. Impediram o acesso dos se formado um imenso contingente de refugiados judeus que, procedentes
peregrinos cristãos aos lugares santos e destruíram igrejas, entre elas a do de toda a Europa, tentavam instalar-se no país.
Santo Sepulcro; esta foi uma das razões que levaram à organização da
primeira cruzada. Em 1099, os exércitos cruzados tomaram Jerusalém. No A pressão sionista sobre os políticos americanos intensificou-se e o
dia de Natal do ano seguinte, estabeleceu-se o reino cristão daquela presidente Harry Truman instou o Reino Unido a permitir a entrada dos
cidade, que desapareceu em 1187, quando o sultão do Egito, Saladino, refugiados judeus na Palestina. Os países árabes da região, no entanto,
expulsou dali os cruzados. O imperador Frederico II negociou em 1229 a exigiam a formação de um estado palestino árabe, o que pôs o governo
devolução provisória dos lugares santos de Jerusalém, Belém e Nazaré britânico diante de um difícil dilema. Organizações sionistas clandestinas
aos cristãos, mas 15 anos mais tarde eles foram definitivamente expulsos. deram então início a uma campanha terrorista, que culminou com a explo-
Em 1291, o último bastião cristão na Terra Santa caiu em poder dos ma- são de um hotel de Jerusalém no qual estavam instaladas diversas depen-
melucos, então senhores do vizinho Egito. Depois de um período obscuro e dências do governo britânico. Ante a impossibilidade de controlar o país, os
decadente, em 1516 a Palestina, junto com outros domínios mamelucos, britânicos decidiram transferir à Organização das Nações Unidas (ONU) a
foi tomada pelo imperador turco otomano Selim I. competência sobre a questão.
Domínio otomano. A Palestina permaneceu durante quase três séculos Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral da organização in-
integrada ao império otomano, até que Napoleão conquistou o Egito, em ternacional decidiu dividir a Palestina em dois estados, um árabe e outro
1799. Os exércitos franceses apoderaram-se durante breve tempo da judeu, com o voto favorável dos Estados Unidos e da então União Soviéti-
maior parte da Palestina, mas não conseguiram tomar a cidade de Acre ca. Os países árabes votaram em bloco contra a divisão. Os britânicos
(atual Akko), auxiliada pela frota britânica. No início do século XIX, o go- anunciaram sua retirada definitiva da Palestina em 15 de maio de 1948 e
vernador do Egito, Mohamed Ali, liberou-se de sua vinculação a Istambul e, começaram a desmantelar suas instalações.
em 1831, com apoio da França, ocupou Palestina e Síria. Nove anos mais
tarde, o Reino Unido, a Áustria e a Rússia forçaram os egípcios a devolver À medida que as tropas britânicas desguarneciam o território, as orga-
a região ao império otomano. O período de domínio egípcio marcou a nizações judaicas armadas apoderavam-se dele e expulsavam a popula-
abertura da Palestina à influência ocidental. Começaram a instalar-se nos ção árabe que, embora também armada, não era capaz de opor uma
lugares santos comunidades religiosas de várias nacionalidades, e o país, resistência eficaz. Os países árabes vizinhos anunciaram sua intervenção
ainda depois de devolvido à soberania turca, experimentou um notável na Palestina no momento em que expirava o mandato do Reino Unido.
desenvolvimento cultural e econômico. No final do século começaram a Finalmente, os últimos contingentes britânicos se retiraram do país, e em
chegar à Palestina imigrantes judeus, apoiados por organizações sionistas 14 de maio de 1948 proclamou-se o Estado de Israel.
internacionais. Acordo de paz. Nas décadas seguintes, o território palestino foi palco
de uma série de guerras civis e internacionais de vastas proporções. O
primeiro passo para o estabelecimento de uma paz definitiva na região foi
dado em setembro de 1993, quando Israel e e a Organização para a Liber-
tação da Palestina (OLP) assinaram acordo que estabeleceu o reconheci-
mento mútuo e a concessão de autonomia limitada aos dois milhões de
palestinos residentes na Cisjordânia e na faixa de Gaza.
Pela primeira vez uma organização política -- a OLP -- era reconhecida
como legítima representante do povo palestino e o mundo aceitava a
possibilidade de constituição de um estado palestino. Em 5 de julho de
1994, o presidente da OLP, Yasser Arafat, tomou posse à frente do gover-
no autônomo na cidade bíblica de Jericó, que passou a ser a capital pales-
tina. Mais um passo de grande significado para a obtenção da paz na
região foi a assinatura, em julho de 1994, de uma declaração de paz entre
Israel e a Jordânia, que estavam em estado oficial de guerra desde 1948.
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Ciências Humanas e suas Tecnologias 167 A Opção Certa Para a Sua Realização
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ÁFRICA Dentre os acidentes geográficos litorâneos, merecem destaque o golfo
da Guiné no Atlântico Sul; e o estreito de Gibraltar, entre o Oceano Atlânti-
A África é o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e da Amé- co e o mar Mediterrâneo, junto da península Ibérica, na Europa. Há ainda
rica) com cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 20,3 % no leste do continente, a península da Somália, chamada também de
da área total da terra firme do planeta. É o segundocontinente mais popu- Chifre da África, e o golfo de Áden, formado por águas do oceano Índico e
loso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de mil milhões de pessoas (estima- limitado pela península Arábica, que pertence à Ásia. Ao sul, encontra-se o
tiva para 2005), representando cerca de um sétimo da população do mun- cabo da Boa Esperança.
do, e 54 países independentes. Inclui ainda territórios pertencentes a
países de outros continentes, como as Ilhas Canárias e os enclaves de A África não possui muitas ilhas ao seu redor. No Atlântico, localizam-
Ceuta e Melilla, que pertencem à Espanha, o território ultramarino das ilhas se algumas, formadas por picos submarinos, como as Ilhas Canárias, bem
de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha, que pertence ao Reino como os arquipélagos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde. No
Unido, e as ilhas deReunião e Mayotte, que pertencem à França. Oceano Índico encontram-se uma grande ilha — a de Madagáscar — e
outras de extensão reduzida, entre as quaisComores, Maurício e Seychel-
Apresenta grande diversidade étnica, cultural, social e política. Dos les.
trinta países mais pobres do mundo (com mais problemas de subnutrição,
analfabetismo, baixa expectativa de vida), pelo menos 21 são africanos. O relevo africano, predominantemente planáltico, apresenta conside-
Apesar disso existem alguns países com um padrão de vida razoável, mas rável altitude média - cerca de 750 metros. As regiõescentral e ocidental
não existe nenhum país realmente desenvolvido na África. A Líbia, Maurí- são ocupadas, em sua totalidade, por planaltos intensamente erodidos,
cia e Seicheles têm uma boaqualidade de vida. Ainda há outros países constituídos de rochas muito antigas e limitados por grandes escarpamen-
africanos com qualidade de vida e indíces de desenvolvimento razoáveis, tos.
como a maior economia africana, a África do Sul e outros países comoMar- Os planaltos contornam depressões cortadas por rios, nas quais tam-
rocos, Argélia, Tunísia, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. bém se encontram lagos e grandes bacias hidrográficas, como as do Nilo,
A África costuma ser regionalizada de duas formas, a primeira forma, do Congo, do Chade, do Níger, do Zambeze, do Limpopo, do Cubango e
que valoriza a localização dos países e os dividem em cinco grupos, que do Orange.
são a África setentrional, a África Ocidental, a África central, a África Orien- Ao longo do litoral, situam-se as planícies costeiras, por vezes bastan-
tal e a África meridional. A segunda regionalização desse continente, que te vastas. Destacam-se, a oeste e nordeste do continente, quando se
vem sendo muito utilizada, usa critérios étnicos e culturais (religião e etnias estendem para o interior. As planícies ocupam área menor do que a dos
predominantes em cada região), é dividida em dois grandes grupos, a planaltos. Podemos citar as planícies do Níger e do Congo.
África Branca ou setentrional formado pelos oito países da África do norte,
mais a Mauritânia e o Saara Ocidental, e a África Negra ou subsaariana Na porção oriental da África encontra-se uma de suas características
formada pelos outros 44 países do continente. físicas mais marcantes: uma falha geológicaestendendo-se de norte a sul,
o Grande Vale do Rift, em que se sucedem montanhas, algumas de origem
Cinco dos países de África foram colónias portuguesas e usam o por- vulcânica e grandes depressões. É nessa região que se localizam os
tuguês como língua oficial:Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambi- maiores lagos do continente, circundados por altas montanhas, de mencio-
que e São Tomé e Príncipe; em Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e nar o Quilimanjaro (5895 metros), o monte Quênia (5199 metros) e o
Príncipe são ainda falados crioulos de base portuguesa. Ruwenzori (5109 metros).
Geografia Podemos destacar ainda dois grandes conjuntos de terras altas, um no
A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à norte, outro no sul do continente:
Ásia na sua extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a África a Cadeia do Atlas, que ocupa a região setentrional do Marrocos,
ocupa uma únicaplaca tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a da Argélia e da Tunísia. É de formação recente a apresenta montanhas
Ásia a Placa Euro-asiática. cujos picos chegam a atingir 4000 metros de altura; nesta região, o subsolo
Do seu ponto mais a norte, Ras ben Sakka, em Marrocos, à latitude apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro, urânio e
37°21' N, até ao ponto mais a sul, o cabo das Agulhas na África do Sul, à fosfato.
latitude 34°51'15? S, vai uma distância de aproximadamente 8 000 km. Do a Cadeia do Cabo, na África do Sul. É de formação antiga, culmi-
ponto mais ocidental de África, o Cabo Verde, no Senegal, à longitude nando nos Montes Drakensberg, com mais de 3400metros de altura.
17°33'22? W, até Ras Hafun na Somália, à longitude 51°27'52? E, vai uma
distância de cerca de 7 400 km. Completando uma visão do relevo africano, é possível observar ainda
a existência de antigos maciços montanhosos em diferentes pontos do
Para além do mar Mediterrâneo, a norte, África é banhada pelo oceano continente: o da Etiópia, formado a partir de erupções vulcânicas, o de
Atlântico na sua costa ocidental e pelo oceano Índico do lado oriental. O Fouta Djalon e o de Hoggar, além de vários outros.[
comprimento da linha de costa é de 26 000 km.
O Planalto dos Grandes Lagos assinala o início de inclinação do relevo
Localização africano, do leste para o continente, que favorece a drenagem de bacias
Com uma área territorial de pouco mais de 30 milhões de quilômetros fluviais interiores, como as dos rios Congo, Zambeze e Orange.
quadrados, o continente africano é o terceiro em extensão. Cortam a Densidade demográfica
África, três dos grandesparalelos terrestres: Equador, Trópico de Câncer e
Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich. África é o terceiro continente em extensão territorial, e o segundo con-
tinente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de um bilião de
Há cinco diferentes fusos horários. O continente tem oformato aproxi- pessoas (estimativa para 2005), representando cerca de um sétimo da
mado de um crânio humano visto de lado com o nariz - a península da população do mundo, cifra que lhe confere uma densidade demográfica de
Somália - apontado para leste. cerca de 30 habitantes porquilômetro quadrado.
Estendendo-se de 37 graus de latitude norte a 34 graus de latitude sul Essa pequena ocupação demográfica encontra explicações nos se-
e de 18 graus de longitude oeste a 51 graus de longitude leste, o território guintes fatores:
africano distribui-se pelos quatro hemisférios do planeta Terra. Por outro
lado, está compreendido em apenas duas zonas climáticas: a zona inter- grande parte do continente é ocupada por áreas desfavoráveis a
tropical (equatorial e tropical norte e sul) etemperada do norte e do sul. concentrações humanas: desertos,florestas densas e emaranhadas e
formações vegetais típicas de solos pobres;
A África apresenta litoral pouco recortado e é banhada, a oeste, pelo
oceano Atlântico; a leste, pelo oceano Índico; ao norte, pelo mar Mediterrâ- os índices de mortalidade são muito altos; embora tenham diminu-
neo; e a nordeste, pelo mar Vermelho. ído nos últimos 50 anos, ainda se mantêm superiores aos de outros conti-
nentes;
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a África é um continente que recebeu correntes migratórias; ao produtivo, cujas colheitas abastecem, em geral, apenas os próprios agricul-
contrário, perdeu inúmeros habitantes na época do tráfico de escravos. tores. Como principais produtos de cultivo citam-se inhame,mandioca,
milho, sorgo, batata e arroz.
A população africana caracteriza-se também pela distribuição irregular.
O vale do Nilo, por exemplo, possuidensidade demográfica de 500 habitan- A forma comercial de agricultura está representada pela plantation, sis-
tes por quilômetro quadrado, enquanto os desertos e as florestas são tema introduzido pelos europeus no, período colonial; baseia-se na mono-
praticamente despovoados. Outros pontos de alta densidade são o Golfo cultura de gêneros tropicais em grandes extensões de terra, com produção
da Guiné, as áreas férteis em torno doLago Vitória e alguns trechos no voltada para o mercado externo. Muitas vezes as propriedades encontram-
extremo norte e no extremo sul do continente. As regiões das savanas, de se sob o comando de grandes empresas agroindustriais, que encaminham
maneira geral, são áreas de densidades demográficas médias. os artigos agrícolas para o processamento industrial. Enquadram-se nesse
caso o algodão e a borracha, bem como o cacau, o café e o amendoim.
Poucos países africanos apresentam população urbana numericamen-
te superior à rural; entre os que se enquadram nesse caso estão Argélia, Devido às condições naturais pouco propícias à criação de gado bovi-
Líbia e Tunísia. no, a África tem na pecuária uma atividade econômicade limitado alcance,
em geral praticada de forma nômade ou extensiva. O maior destaque é
A quase totalidade dos países africanos exibe características típicas para a criação de carneiros na África do Sul e na Etiópia, além de peque-
do subdesenvolvimento: elevadas taxas de natalidade e de mortalidade, nos rebanhos conduzidos por nômades nas regiões de estepes. Nos
bem expectativa de vida muito baixa. Resulta desses fatores a preponde- países situados ao norte do Saara, criam-se camelos e dromedários,
rância de jovens na população, que, além de apresentarem menor produti- animais de grande porte utilizados como meio de transporte. Nessa região,
vidade, requisitam grandes investimentos emeducação e nível de emprego. os rebanhos caprino e ovino também são significativos.
Economia Indústria e transportes
A África é o continente mais pobre do mundo, onde estão quase dois A incipiente industrialização do continente, por sua vez, está restrita a
terços dos portadores do vírus HIV do planeta, a continuidade dos conflitos alguns pontos do território. Iniciou-se tardiamente, após o processo de
armados, o avanço de epidemias e o agravamento da miséria põem em descolonização, motivo pelo qual as indústrias africanas levam grande
causa o seu desenvolvimento. Algumas nações alcançaram relativa estabi- desvantagem em relação ao setor industrial altamente desenvolvido de
lidade política, como é o caso da África do Sul, que possui sozinha um países do Primeiro Mundo, ou mesmo de Terceiro Mundo, mas industriali-
quinto do PIB de toda a África. zados, como oBrasil. Esse distanciamento agrava-se dia a dia com o
Distinguindo-se pelas elevadas taxas de natalidade e de mortalidade e permanente aprimoramento industrial e tecnológico dos países desenvolvi-
pela baixa expectativa de vida e abrigando uma população jovem, a África dos.
caracteriza-se pelosubdesenvolvimento. Aparecendo ao mesmo tempo Toda a sua estrutura econômica é extremamente frágil e dependente,
como causa e consequência desse panorama, os setores econômicos em fato que se torna mais evidente no setor industrial: a escassez de capitais,
que os países africanos apresentam algum destaque constituem herança a falta de mão de obra técnica especializada e a insuficiência dos meios de
do seu passado colonial: o extrativismo e a agricultura - setores em que transporte, aliados ao baixo poder aquisitivo da população, compõem um
são baixos os investimentos e o custo da mão-de-obra - cuja produção é quadro nada propício ao desenvolvimento. Mesmo a grande variedade
destinada a abastecer o mercado externo. dematérias-primas, sobretudo minerais, que poderia ser utilizada para
Extrativismo promover a indústria africana, é destinada basicamente ao mercado exter-
no.
A África detém grandes reservas minerais, destacando-se o ouro e os
diamantes da África do Sul, do Zaire e deGana, que respondem pela maior Atuando nesse panorama, as modestas indústrias africanas dedicam-
parte da produção mundial. É igualmente rica em fontes energéticas como se, em geral, ao beneficiamento de matérias-primas, como madeiras, óleos
petróleoe gás natural, explorados principalmente na Nigéria, no Gabão, na comestíveis, açúcar e algodão, ou ao beneficiamento de minérios para
Líbia, na Argélia e no Egito. exportação.
O subsolo africano fornece também em abundância os seguintes mine- Atraídas pelo baixo preço da mão-de-obra, da energia elétrica e das
rais: antimônio (África do Sul), fosfatos(Marrocos, grande produtor mundi- matérias-primas, muitas indústrias de origem europeia enorte-americana
al), manganês (Gabão e África do Sul), cobre (Zâmbia e Zaire), urânio instalaram-se no continente, onde produzem a custo reduzidos artigos cuja
(África do Sul e Gabão). exportação lhes possibilita altas margens de lucro.
Apesar da diversidade de minerais encontrada em seu subsolo, a Áfri- As indústrias têxteis e alimentares, voltadas para o mercado interno,
ca revela-se um continente pobre, o que é explicado pelo fato de a explo- encontram-se em todos os países do continente, enquanto na África do
ração das riquezas minerais estar a cargo de companhias europeias ou Sul, no Egito e na República Democrática do Congo estão instaladas as
norte-americanas. Estas, ao se instalarem, implantam na região uma principais indústrias de base (siderúrgicas, metalúrgicas, usinas hidrelétri-
infraestrutura - equipamentos, técnicas e meios de transporte - visando cas etc.). Essa circunstância justifica o fato de a África do Sul e o Egito
exclusivamente à extração e exportação das riquezas em estado bruto serem os países mais industrializados do continente.
para os países industrializados, de modo que a maior parte dos lucros O sistema de transportes, bastante precário, constitui um entrave ao
provenientes desse setor acaba se encaminhando para fora do continente. desenvolvimento industrial. Implantado peloscolonizadores, tinha como
A caça, a pesca e a coleta de produtos naturais ainda constituem im- principal finalidade possibilitar o escoamento de matérias-primas e gêneros
portantes fontes de renda para a grande parcela da população africana. No agrícolas para osportos marítimos, de onde os produtos seguiam para as
extrativismo animal, figuram em primeiro plano o comércio de couro e de metrópoles. Por isso, hoje a África ressente-se da falta de uma rederodovi-
peles emBurkina Fasso, Botsuana e Djibuti, e o de marfim na África do Sul, ária e ferroviária que interligue eficazmente suas regiões.
Congo, Moçambique e Gabão. O extrativismo vegetal fornece como princi-
pais produtos: madeiras, resinas e especiarias, nos países cobertos parci-
República Popular da China
almente pela floresta equatorial; óleo de palmeira, no Benin e naCosta do Economia
Marfim; tâmaras, nos países desérticos.
A economia da República Popular da China é a segunda maior do
Agropecuária mundo.[83] Seu produto interno bruto (PIB nominal) é estimado em US$
A agricultura do continente africano apresenta-se sob duas formas: a 7,3 trilhões (dados de 2011), enquanto seu poder de compra foi calculado
de subsistência e a comercial. A primeira é rudimentar, itinerante e extensi- em pouco mais de US$ 11,3 trilhões. A renda per capita do país está em
va - planta-se em grandes extensões de terra, que são cultivadas anos 5.185 dólares por pessoa (nominal) e 8.395 dólares por pessoa (PPP) em
seguidos, até ocorrer o esgotamento do solo. Em seguida, busca-se outra 2011, de acordo com o Fundo Monetário Internacional. A China é a nação
área, em que se repete o mesmo processo. Trata-se de um sistema pouco com o maior crescimento econômico dos últimos 25 anos, com a média do
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crescimento do PIB em 10% por ano. A renda per capita da China cresceu Com reformas econômicas iniciados em 1978, a China cresceu 90 ve-
8% ao ano nos últimos 30 anos. zes,[99] se tornando a economia de maior crescimento mundial nos últimos
25 anos, com crescimento do PIB em torno de 10% por ano. A renda per
Desde sua fundação em 1949, a República Popular da China adotava capitada China tem crescido cerca de 8% ao ano nos últimos 30 anos.
um estilo soviético de economia planificada. Com a morte de Mao Tse-tung Levando em conta a renda per capita e moeda desvalorizada, o custo de
e o fim da Revolução Cultural, os novos dirigentes chineses começaram a vida na China é baixo.
reformar a economia. A sua transformação em economia mista, foi iniciada
por Deng Xiaoping em 1978, após a falha da economia planificada em A China é o quarto país mais visitado do mundo, com 50,9 milhões de
desenvolver os sistemas produtivos chineses a níveis aceitáveis. As refor- visitantes internacionais em 2009. Actualmente a China é a segunda po-
mas de Xiaoping incluíram a privatização das fazendas, o que pôs fim à tência comercial do mundo, atrás dos EUA e a frente do Japão. Suas
agricultura coletiva,[88] e de indústrias estatais que fossem consideradas reservas internacionais de moedas estrangeiras atingiram US$ 2,4 trilhões,
de baixo desempenho na época, como mineração e produtos básicos os maiores do mundo. A China possui cerca de US$ 1,6 trilhão de títulos
(roupas, processamento de alimentos), entre outras. Em 1978, a China e o financeiros dos EUA. A China detém US$ 801,5 bilhões em títulos do
Japão normalizaram as relações diplomáticas e a China aceitou emprésti- Tesouro dos EUA, tornando-se o maior credor estrangeiro da dívida pública
mos do Japão. Nas últimas décadas este país tem sido o maior credor dos EUA. O investimento da China no mercado internacional está crescen-
estrangeiro da China. Em 1997 a China abandonou de vez o socialismo de do rápidamente. Em 2008 era o sexto maior investidor no mercado interna-
mercado adotando o capitalismo convencional, acabando com o princípio cional.
de propriedade estatal e executando um segundo maciço programa de
privatização. Para selar sua condição de economia globalizada, em 2001 a O sucesso comercial da China tem sido devido principalmente ao seu
China foi aceita na Organização Mundial do Comércio. Actualmente, 70% baixo custo de produção. São atribuídos uma combinação de fatores como
da economia da China é privada, e este número continua crescendo. A mão-de-obra de baixo custo, boa infraestrutura, bom nível de tecnologia,
economia da China composta por membros capitalistas "transplantados alta produtividade, em alguns casos, o não pagamento de licenças comer-
num corpo socialista debilitado", modifica, em 1995, a taxa de crescimento, ciais, a política governamental favorável e uma moeda muito desvaloriza-
impulsionada principalmente pelo setor não-estatal, para 8,9%, superando da.
as expectativas do governo e antecipando a meta prevista no IX Plano O Estado ainda predomina nas áreas-chaves da indústria como a
Quinquenal (1996-2000). energia e as indústrias pesadas, a iniciativa privada (30 milhões de empre-
Este robusto crescimento econômico, combinado com excelentes fato- sas privadas)[108] responde entre 33%[109] (People's Daily, 2005) a 70%
res internos como estabilidade política, grandes reservas em moeda es- (BusinessWeek, 2005) do PIB em 2005, enquanto que a estimativa da
trangeira (a maior do mundo, com US$ 818,9 bilhões), mercado interno OCDE é superior a 50% da produção nacional da China, muito superior a
com grande potencial de crescimento, faz com que a China seja actual- 1% de 1978. A Bolsa de Valores de Xangai (SSE) lança valores recordes
mente um dos melhores locais do mundo para investimentos estrangeiros, de IPOs e seu índice de referência Shanghai Composite index dobrou
com uma avaliação de risco (Moody's) A2, índice considerado excelente. desde 2005. A capitalização de mercado SSE atingiu US$ 3 trilhões em
2007 tornando-se o quinto maior na bolsa de valores do mundo.
As grandes mudanças sociais e econômicas promovidos pelos segui-
dores de Deng Xiaoping deram uma nova dinâmica política à China com- A China ocupa posição 29 no ranking no Índice de Competitividade
temporânea e limitaram as opções dos governantes do país. Houve nos Global. Quarenta e seis empresas chinesas entraram na lista da Fortune
últimos anos uma melhoria no padrão de vida dos chineses, embora seja Global 500 em 2010. Utilizando o cálculo de capitalização de mercado,
um país com renda média para os padrões mundiais. O rápido crescimento quatro das dez empresas mais valiosas do mundo são chinesas. Algumas
econômico do país conseguiu retirar centenas de milhões de pessoas da delas incluem a primeira no ranking mundial PetroChina Company (empre-
pobreza desde 1978 - o número de camponeses pobres caiu de 200 mi- sa de petróleo mais valiosa do mundo), terceiro no ranking Banco Industrial
lhões para 80 milhões em 10 anos. Apenas 10% da população vive abaixo e Comercial da China (banco mais valioso do mundo), quinto no ranking
da linha de pobreza (em comparação com 64% em 1978) e 99,8% dos China Mobile (empresa de telecomunicações mais valiosa do mundo) e
jovens são alfabetizados. Desemprego urbano diminuiu para 4 por cento sétima no ranking China Construction Bank.
em 2007 (desemprego real pode estar em 10%). A expectativa de vida Apesar do progresso significativo dos últimos anos, existem grandes
chinesa é a terceira maior do leste asiático, com 73 anos, atrás da Coreia obstáculos para o crescimento chinês a longo prazo. A significativa piora
do Sul com 77,3 e do Japão com 82,2. da distribuição de rendaé apenas um dos fatores negativos para o desen-
volvimento social, com um coeficiente de Gini em 41,1 e cada vez maior.
Outro grande problema é o direito previdenciário que, com a política do
filho único e aumento da expectativa de vida, apresenta desequilíbrios no
fluxo de caixa, sendo cada vez menor a relação entre trabalhadores contri-
buintes por aposentado. Cerca de 21% da população tem 14 anos ou
menos de idade e 8% tem mais de 65 anos. Outro aspecto é a diferença
dedesenvolvimento econômico entre as áreas costeiras (urbanas), nordes-
te e leste da China e o seu interior, principalmente no sul e oeste, ainda
predominantemente agrário e de baixa renda, exacerbada com a liberação
do mercado, pois os investidores preferem investir em áreas com melhor
infraestrutura e trabalhadores mais qualificados.
Infraestrutura
Educação
Em 1986, a China estabeleceu a meta de longo prazo de fornecer
educação básica obrigatória de nove anos para cada criança. Em 2007,
havia 396.567 escolas primárias, 94.116 escolas secundárias e 2.236
Vista do distrito financeiro de Pudong, emXangai.
instituições de ensino superior na República Popular da China. Em feverei-
A população de classe média (com renda anual de, pelo menos, ro de 2006, o governo avançou sua meta de educação básica se compro-
17.000 dólares) ultrapassou mais de 100 milhões de pessoas, enquanto metendo a fornecer educação de nove anos completamente de graça,
número de pessoas ricas (com capital superior a US$ 1,5 milhão) é esti- incluindo livros didáticos e taxas. Portanto, o sistema de ensino actual na
mado em mais de 825 mil pessoas de acordo com o Hurun Report, em China, introduziu a educação obrigatória e gratuita para todos os cidadãos
2009.[96] A China é o segundo maior consumidor mundial de bens de luxo chineses, com umensino fundamental com duração de 9 anos (6-15), e
com 27,5% da quota global, atrás do Japão. O mercado de varejo da China quase todas as crianças nas áreas urbanas continuam seus três anos
cresceu 16,8% ao ano. doensino médio.
Ciências Humanas e suas Tecnologias 170 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Em 2007, 93,3% da população acima de 15 anos de idade eram alfa- industriais. A China é o maior consumidor de energia do mundo, mas
betizadas.[25] A taxa de alfabetização da juventude chinesa (idade 15-24) depende do carvão para fornecer 70% das suas necessidades energéti-
foi de 98,9% (99,2% para o sexo masculino e 98,5% feminino), em 2000. cas.Tudo isso com uma regulamentação ambiental deficiente, a poluição
Em março 2007, a China anunciou a decisão de tornar a educação uma maciça de ar e água são muito graves (a China tem 20 das 30 cidades
"prioridade estratégica nacional", o orçamento central das bolsas nacionais mais poluídas do mundo). Por conseguinte, o governo prometeu aumentar
será triplicado em dois anos e 223,5 bilhões de yuans (28,65 bilhões de a utilização de energias renováveis com uma meta de atingir 10% do
dólares) de um financiamento adicional será atribuído pelo governo central, consumo total de energia até 2010 e 30% em 2050.
nos próximos cinco anos, para melhorar o ensino obrigatório nas zonas
rurais. Telecomunicações
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ção e o Congresso Nacional Popular aprovou têm grandes aumentos no para todo o mundo ocidental, a apropriação pela China de outras lingua-
orçamento de pesquisa. A pesquisa emcélulas-tronco e terapia gênica, que gens estéticas.
alguns no ocidente veem como controversa, tem uma regulação mínima na
China. A China tem um número estimado de 926 mil pesquisadores, per- A arte chinesa é significativa não apenas pela beleza, mas também
dendo apenas para os Estados Unidos, com 1,3 milhões. porque foi a maior fonte de inspiração para todo o Oriente -Japão, Coreia,
Tibete, Mongólia, Indochina e Ásia Central. A Europa também deve à
A China também está desenvolvendo ativamente suas indústrias de China muitos dos seus impulsos artísticos, bem como a introdução de
semicondutores, software e energia, incluindo as energias renováveis, variadas técnicas, principalmente na cerâmica e na tecelagem.
como a hidrelétrica, eólica e solar, se tornando o maior produtor de energi-
as renováveis do mundo. Em um esforço para reduzir a poluição proveni- A postura em relação às artes apresentava muitas diferenças entre a
ente de usinas a carvão, a China tem sido pioneira na implantação de China e o Ocidente. O amador erudito, por exemplo, tinha geralmente um
reactor de leito de esferas nucleares, que são mais frios e seguros, e tem status mais elevado do que o profissional, e não havia distinção entre
aplicações potenciais para a economia do hidrogênio. belas-artes e artes aplicadas. Na verdade, a caligrafia na China há muito
tempo já era considerada a mais nobre das artes.
Em 2010, a China desenvolveu o Tianhe-IA, o supercomputador mais
rápido do mundo, actualmente armazenado no Centro Nacional de Super- A pintura era uma forma desenvolvida da caligrafia, e ainda hoje as
computação de Tianjin. O sistema deverá processar os dados sísmicos duas apresentam relações bem próximas. O pintor, em vez de pintar seus
para prospecção de petróleo, o comportamento de computação bio-médica quadros em telas ou madeira com tintas a óleo, geralmente trabalhava em
e na ajuda no design de veículos aeroespaciais. seda ou papel com aquarela. Além disso, a vitalidade e o ritmo das pince-
ladas eram mais importantes que o naturalismo da representação.
Após a ruptura sino-soviética, a China começou a desenvolver suas
próprias armas nucleares e sistemas de distribuição com sucesso, deto- O escultor utilizava pedra, madeira ou bronze, mas algumas vezes
nando seu primeiro teste nuclear de superfície em 1964, em Lop Nor. A modelava ou revestia suas obras com laca, uma forma de arte originária da
consequência natural disto foi o lançamento de um programa de satélites, China. A porcelana também foi fabricada pela primeira vez na China, mais
que culminou em 1970 com o lançamento do Dong Fang Hong I, o primeiro de mil anos antes que o segredo de sua manufatura fosse conhecido na
satélite chinês. Isso fez da RPC a quinta nação independente a lançar um Europa, no início do século XVIII. O jade é outro tipo de material associado
satélite. à China, tendo sido utilizado na confecção de objetos rituais, armas ceri-
moniais, joias e pequenas esculturas.
Em 1992, o programa espacial tripulado Shenzhou foi autorizado. Após
quatro testes não-tripulados, o Shenzhou 5 foi lançado em 15 de outubro As casas dispõem na maioria das vezes de um só andar, espalhando-
de 2003, utilizando o veículo lançador Longa Marcha 2F e levando o astro- se por grandes terrenos, com jardins e pátios entre as várias alas, embora
nauta chinês Yang Liwei, tornando a China o terceiro país a colocar um ser palácios, templos e pagodes sejam mais altos. Os telhados também são
humano no espaço através de seu próprio esforço. A China completou a construídos sobre portões, pontes, muralhas e monumentos. Vários telha-
sua segunda missão tripulada, com uma tripulação de duas pessoas, o dos aparecem muitas vezes uns sobre outros, com os beirais formando
Shenzhou 6, em de outubro de 2005. Em 2008, a China concluiu com êxito graciosas curvas para cima, uma das características mais típicas da arqui-
a missão Shenzhou 7, tornando-se o terceiro país a ter a capacidade de tetura chinesa.
realizar uma caminhada espacial. Em 2007, a República Popular da China Depois de um período pré-histórico bastante obscuro, a evolução da
enviou com sucesso a sonda Chang'e, nomeada em homenagem a antiga arte chinesa pode ser dividida em cinco longos períodos, para os quais, no
deusa chinesa da lua, para a órbita e para explorar a Lua como parte entanto, não existem limites bem claros. Registros definitivos datam da
doPrograma de Exploração Lunar Chinês. A China tem planos de construir segunda parte da dinastia Shang (1711 a.C.-1066 a.C.), cujos trabalhos
uma estação espacial Tiangong 1 em um futuro próximo e de conseguir mais importantes são os vasos de bronze para sacrifícios, de formas
uma aterrissagem lunar na próxima década. Existem também planos para rígidas e decorados principalmente com motivos animais, de significado
uma missão tripulada ao planeta Marte. religioso.
Cultura
Arte
A China tem a mais longa tradição cultural continua do mundo, com
uma história contínua de mais de 3.000 anos. A civilização chinesa experi-
mentou uma notável longevidade e expansão geografica, que remonta pelo
menos ao terceiro milênio, altura em que este povo se concentrava na
região do Rio Amarelo. Segundo o investigador Joseph Needham, os
chineses foram pioneiros em muitas descobertas e desenvolvimentos do
mundo antigo. Quando os navios de Fernão de Magalhães chegaram ao
Brunei em 1521, encontraram uma cidade rica que tinha sido fortificada por
engenheiros chineses. Antonio Pigafetta anotou que muita da tecnologia
chinesa no Brunei era equivalente à tecnologia ocidental desse tempo e os
comerciantes chineses na corte do Brunei tinham-lhes vendido óculos e um
modelo de porcelana, que eram uma raridade na Europa.
A periodização da civilização chinesa foi estabelecida através das dife-
rentes dinastias que governaram a nação, desde as precursorasShang
(1650 a.C.-1027 a.C.), cujas produções culturais se enquadram no período Muralha da China construída durante a China Imperial.
do bronze, e Zhou (1027 a.C.-256 a.C.). Foi durante a época Tang (618-
907 d. C.) que o país atingiu a maior dimensão territorial de toda a sua O segundo período tem início com a unificação da China em 221 a.C.,
história. Seguiram-se a ÉpocaSung (960-1279), a dinastia Ming (1368- durante a dinastia Qin, com o imperador Shi Huangdi, o construtor da
1644) e o período Qing ou Manchu, que correspondeu à última dinastia Grande Muralha. Objetos de bronze e jade constituem os mais importantes
imperial (1644-1911). exemplos da arte deste período; além disso, também foram encontrados
vasos de cerâmica vitrificada e figuras em sepulturas.
Caracterizada pela serenidade e permanência das formas expressivas
e pela rigidez de valores estéticos, a cultura chinesa procurou sempre, Um dos acontecimentos mais importantes da dinastia Han (206 a.C.-
através das suas realizações artísticas, a harmonia com o universo. Com a 220 d.C.) foi a introdução do budismo, proveniente daÍndia e da Ásia
abertura da cultura chinesa ao exterior, verificada durante a dinastia Ching Central, uma vez que os templos e mosteiros budistas se tornaram os
tornou-se evidente, em paralelo com a exportação de artefatos artísticos grandes patrocinadores e guardiões das artes. Os exemplos mais bem
preservados são aqueles que, seguindo o modelo indiano, foram escava-
Ciências Humanas e suas Tecnologias 172 A Opção Certa Para a Sua Realização
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dos nas faces das rochas, decorados com esculturas e afrescos. Estes dos Unidos e da Inglaterra, interessados em estabelecer um aliado na
templos pertencem ao terceiro período da arte chinesa, cujo clímax foi região, já que não confiavam nos Estados árabes que a cercavam. Os
atingido pelas dinastias Sui (581-618) e Tang (618-907). A China foi unifi- palestinos, por sua vez, também almejavam a criação de um Estado inde-
cada após um período de invasões e guerra civil, quando todas as artes pendente em território palestino e, para isso, contavam com o apoio dos
floresceram. países árabes.
O século X marca o início do quarto período, que culminou na dinastia Em 1947, a ONU estabeleceu a divisão do território palestino entre ju-
Song (960-1279), época em que a arte chinesa atingiu seu apogeu. O deus, que ocupariam 57% das terras com seus 700 mil habitantes, e pales-
grande feito destes séculos foi a transformação da simples pintura de tinos, cuja população de cerca de 1,3 milhão de habitantes ocuparia os
paisagens numa arte maior, muito antes de a Europa ter vislumbrado tal restantes 43% do território.
possibilidade. Teve a mesma importância neste período a cerâmica, inigua-
lável tanto pela nobreza da forma quanto pela beleza da decoração. Com a retirada das tropas britânicas que ocupavam a região, come-
çou, em 1948, uma guerra entre Israel e a Liga Árabe, criada em 1945 e
O último grande período da arte chinesa vai do reinado dos imperado- que reunia Estados Árabes que procuravam defender a independência e a
res Ming (1368-1644) até a última dinastia dos Manchu ou Qing (1644- integridade de seus membros. A guerra foi liderada pela Jordânia e pelo
1911). A pintura e a cerâmica mantiveram o alto nível e novas técnicas de Egito. Israel venceu o conflito e ocupou áreas reservadas aos palestinos,
fabricação de porcelana foram desenvolvidas, especialmente a pintura azul ampliando para 75% o domínio sobre as terras da região. O Egito assumiu
vitrificada e a utilização de cores esmaltadas sobre a vitrificação. o controle sobre a Faixa de Gaza e a Jordânia criou a Cisjordânia.
Notável habilidade também foi demonstrada nos trabalhos de escultura Em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser declarou guerra a
em marfim e jade, e no esmalte cloisonné (técnica francesa). No século II, Inglaterra, França e Israel com o objetivo de assumir definitivamente o
uma combinação de influências ocidentais e de outras oriundas da revolu- controle sobre o canal de Suez, em mãos europeias desde sua construção.
ção minaram a tradicional arte chinesa. Para isso contou com o apoio da União Soviética, país que, no contexto
A revolução comunista de 1949 e a criação da República Popular da daGuerra Fria, apoiava todas as iniciativas de libertação nacional a fim de
China sob a liderança de Mao Tsé-Tung introduziram uma incontornável conquistar aliados para o bloco socialista. Durante o conflito, Israel ocupou
dimensão política em todas as formas de expressão artística. Os movimen- a Península do Sinai, mas, devolveu-a logo em seguida, devido à pressão
tos vanguardistas foram banidos e tachados como "formalismo burguês". norte-americana.
Por outro lado, a revolução também propiciou o renascimento de formas Organização para a Libertação da Palestina (OLP)
artísticas ancestrais e ensinou o povo a valorizar suas tradições no campo
das artes, o que resultou em valiosa restauração e descoberta de tesouros Para defender a luta palestina no sentido da criação de um Estado au-
artísticos do passado, como o folclore, que foi assumido como valioso tônomo, foi criada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em
produto de exportação e importante fonte de rendimentos. 1964, tendo como líder Iasser Arafat. Nas fileiras da OLP, surgiu o Al
Fatah, braço armado da organização que prega a luta armada e o terroris-
Entenda o conflito árabe-israelense mo para destruir Israel. A OLP só recentemente foi reconhecida por Israel
Do colégio Stockler como representante dos interesses palestinos na questão territorial. Até
então, quando havia negociações de paz, seus membros ingressavam em
Os conflitos que hoje assolam o Oriente Médio têm diferentes motivos. delegações de países árabes como Egito e Jordânia.
O principal deles diz respeito ao território: israelenses e palestinos lutam
para assegurar terras sobre as quais, segundo eles, têm direito milenar. Em 1967, novo conflito eclodiu entre árabes e israelenses. Após a reti-
Outra questão diz respeito à cultura e à imposição de valores ocidentais às rada das tropas da ONU que guardavam a fronteira entre Egito e Israel,
milenares tradições orientais. Pode-se ainda mencionar o fator econômico - soldados israelenses avançaram sobre a Península do Sinai, a Faixa de
talvez o preponderante: potências capitalistas desejam estabelecer um Gaza e as colinas de Golã. As sucessivas ocupações de Israel sobre áreas
ponto estratégico na mais rica região petrolífera do planeta. E ainda existe de população palestina obrigaram-na a refugiar-se em países vizinhos -
a questão política. sobretudo ao sul do Líbano - onde passaram a viver em condições subu-
manas, acarretando problemas para esses países. Além disso, a partir do
As tensões perduram há séculos. Expulsos da Palestina pelos roma- sul do Líbano, a OLP, passou a bombardear alvos israelenses na Galileia,
nos já no século 1 da Era Cristã, os judeus acalentaram durante séculos o levando o Exército de Israel a realizar violentas operações de represália
sonho de retornar à "Terra Prometida", enfrentando todo tipo de discrimi- contra o território libanês a partir de 1972.
nação e perseguição. Todavia, o território, durante sua ausência, foi ocu-
pado por outros povos que, igualmente, sentem-se no direito de nele A OLP adotou o terrorismo como estratégia de luta contra Israel que,
permanecer de modo autônomo. por sua vez, com amplo apoio das potências ocidentais, desenvolvia res-
peitável aparato bélico.
Durante o domínio britânico sobre a região, os ingleses permitiram a
compra de terras na Palestina por ricos judeus de todo mundo que come- Como resposta às invasões israelenses de 1967, no feriado judeu do
çaram a reocupar a região. Essa maciça migração de judeus para a Terra Yom Kippur (Dia do Perdão) de 1968, Egito e Síria desfecharam ataque
Santa chamou-se Sionismo, em referência à Colina de Sion, em Jerusa- simultâneo a Israel que revidou prontamente, vencendo as forças agresso-
lém. ras. Nas áreas que iam sendo ocupadas por Israel, principalmente em
Gaza e na Cisjordânia, surgiram colônias judaicas protegidas por soldados
Os ingleses após a Primeira Guerra Mundial, comprometeram-se a israelenses. A estratégia visava consolidar o domínio sobre o território.
ajudar os judeus a construir um Estado livre e independente em território Atualmente, mais de 170 mil judeus vivem em assentamentos nos territó-
palestino, buscando, assim, enfraquecer os árabes e conquistar vantagens rios ocupados por Israel.
econômicas na região. Entre os anos 1930 e 1940, intensificou-se conside-
ravelmente a imigração judaica para a Palestina. Acordos de paz
O descontrolado ingresso de judeus na Palestina acarretou sérios pro- Quando o presidente Anuar Sadat assumiu a presidência do Egito, as-
blemas já às vésperas da Segunda Grande Guerra: as áreas de assenta- sumiu uma postura de distanciamento da União Soviética e de aproxima-
mento judeu e palestino não foram delimitadas e grupos de características ção dos Estados Unidos. Daí resultaram conversações de paz entre egíp-
étnicas e religiosas tão diferentes tiveram que compartilhar o mesmo cios e israelenses que resultaram num acordo formalizado em Camp
território, de onde resultam graves hostilidades entre ambos. David, em 1979. Assinaram o acordo, sob os olhos do presidente norte-
americano Jimmy Carter, o presidente egípcio, Sadat, e o primeiro-ministro
Com o holocausto promovido pelos nazistas durante a Segunda Guer- israelense, o ultra-direitista, Menahem Begin. O acordo previa que Israel
ra, a opinião pública, sensibilizada com os sofrimentos dos judeus, concor- devolveria o Sinai para o Egito até 1982 e que em Gaza e na Cisjordânia
dou com a criação de um Estado judeu na Palestina. A recém-criada nasceria uma "autoridade autônoma", da qual a OLP não participaria, e que
Organização das Nações Unidas estabeleceu que a solução para os pro- governaria essas regiões por 5 anos, até a retirada definitiva de Israel. O
blemas do Oriente Médio seria sua prioridade, com a anuência dos Esta- acordo não agradou nem aos judeus instalados nas colônias do Sinai, de
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Gaza e da Cisjordânia, nem muito menos aos árabes que esperavam Entre os novos movimentos estavam o nacionalismo árabe, que de-
maiores concessões por parte dos israelenses. Por isso, Sadat, considera- fendia a criação de um grande Estado árabe independente dos turcos; e o
do por muitos, traidor da causa árabe no Oriente Médio, foi assassinado movimento sionista, defensor da volta dos judeus à Palestina - dispersos
em 1981. por todo o mundo desde a destruição de seu Estado independente, no
início da era cristã.
Intifada
A 1ª Guerra Mundial (1914-1918) selou o fim dos grandes impérios e
Na década de 1980, as negociações sobre o futuro do Oriente Médio redesenhou o mapa do Oriente Médio, que antes era dominado pelos
não avançaram. De um lado, os árabes iniciam a Intifada, rebelião popular turcos. Os ingleses receberam um mandato da Liga das Nações para
em Gaza, cujo estopim foi o atropelamento e morte de quatro palestinos ocupar por 30 anos os atuais Iraque, Jordânia e Palestina. A França ficou
por um caminhão do exército israelense, em 1987. Adolescentes, munidos com o que hoje são a Síria e o Líbano.
de paus e pedras, enfrentaram, nas ruas, os soldados de Israel e o levante Entre os judeus, a maioria vivendo na Europa Oriental e na América do
se alastrou. A repressão israelense foi brutal. Desde então, os choques Norte, o sionismo era bastante minoritário. As correntes políticas mais
entre palestinos e colonos nas áreas de ocupação israelense têm sido fortes eram as compostas pelos socialistas - defensores da integração dos
frequentes. judeus à luta dos trabalhadores contra o capital -, pelos liberais - favoráveis
Em 1992, porém, a eleição de Itzhak Rabin, membro do Partido Traba- à integração da população judaica em cada país -, ou, ainda, pelos religio-
lhista, para Primeiro Ministro de Israel, favoreceu a retomada das conver- sos ortodoxos.
sações de paz entre árabes e israelenses. Simultaneamente, Arafat, enfra- O problema é que, para conquistar o apoio dos árabes contra os turcos
quecido pelas dissidências internas a OLP, já adotava uma postura menos na 1ªGuerra, assim como o respaldo dos judeus nos impérios Russo e
belicista e mais conciliadora. Austro-Húngaro, e também nos Estados Unidos, a Grã-Bretanha prometeu
a mesma coisa aos dois lados. Aos árabes, um grande Estado independen-
A disposição de ambos levou-os, em 1993, a um encontro em Oslo,
te, o que suporia a inclusão da Palestina. E aos judeus, um "lar nacional"
onde ficou decidido que, de forma gradual, Israel devolveria a Faixa de
na Palestina.
Gaza (área pobre onde se espremem 800 mil palestinos) e de Jericó, na
Jordânia, para a administração direta e autônoma dos palestinos, apesar As duas comunidades passaram então a disputar espaço na Palestina
dos cerca de 100 mil colonos judeus ali instalados permanecerem protegi- sob mandato britânico. Os sionistas traziam jovens pioneiros da Europa
dos pelo exército israelense. Oriental para cultivar terras compradas dos árabes por milionários judeus.
E os nacionalistas árabes lançavam ataques armados contra as novas
Ao acordo, opuseram-se as facções palestinas hostis a Arafat, alegan- comunidades judaicas. Os britânicos ficavam no meio do caminho, ora
do que as concessões de Israel eram pequenas frente aos desejos dos limitando a imigração judaica, ora restringindo os ataques dos militantes
palestinos, e os israelenses que habitam as regiões a serem devolvidas. árabes.
Em 4 de novembro de 1995, durante um comício pela paz na Praça dos
Massacre na Europa
Reis, em Tel Aviv, um estudante judeu de 27 anos, membro de uma orga-
nização paramilitar de extrema direita, assassinou Itzhak Rabin. Tudo mudou com a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), quando mais de
seis milhões de judeus foram massacrados pelos nazifascistas na Europa,
As negociações de paz não avançaram depois da eleição de Benjamin ao lado de milhões de russos, poloneses, homossexuais, dissidentes
Netanyahu, do Likud, partido de direita israelense, para o cargo de primeiro políticos e deficientes físicos e mentais. No final da guerra, com a Europa
ministro. Netanyahu não estava disposto a fazer concessões aos palesti- arrasada, o sionismo tornou-se rapidamente majoritário entre os judeus
nos. Todavia, em 1999, realizaram-se eleições gerais em Israel e o Partido sobreviventes.
Trabalhista, representado agora por Ehud Barak, foi reconduzido ao poder,
Com a retirada das tropas britânicas da Palestina marcada para 1947,
reabrindo as negociações de paz para a região. O grande obstáculo nesse
os sionistas - que contavam com a simpatia da opinião pública mundial,
momento é decidir sobre a situação de Jerusalém, cidade sagrada tanto
devido ao massacre dos judeus na guerra - conseguiram costurar o apoio
para judeus quanto para muçulmanos.
dos dois grandes vencedores do conflito, União Soviética e Estados Uni-
Todavia, em setembro de 2000, um episódio marcaria o acirramento dos, à divisão do território.
das tensões entre palestinos e israelenses, quando Ariel Sharon, líder do A Assembleia Geral da ONU, então presidida pelo ex-chanceler brasi-
Partido Conservador e principal expoente do conservadorismo judeu, leiroOswaldo Aranha, votou pela partilha da Palestina em dois estados -
"visitou" a Esplanada das Mesquitas em Jerusalém. O ato pareceu uma um árabe e outro judeu. Em maio de 1948, o futuro primeiro-ministro David
forte provocação aos árabes e deu início à "nova intifada". Ataques terroris- Ben Gurion anunciou a criação do Estado de Israel. O mundo árabe não
tas e confrontos diretos entre palestinos e israelenses tornaram-se cada aceitou a partilha e, nos dias seguintes, sete estados árabes declararam
vez mais frequentes, ameaçando perigosamente as conversações de paz. guerra a Israel, que foi invadido por cinco exércitos. Valendo-se da divisão
A situação, porém, tornou-se mais violenta quando, no início de 2001, do mundo árabe, os israelenses venceram a guerra e expulsaram muitos
o mesmo Ariel Sharon foi eleito Primeiro Ministro de Israel, revelando o palestinos do que deveria ser seu Estado.
sentimento dominante entre os israelenses de não retomar as negociações Desde então, houve três grandes guerras entre Israel e os países ára-
para a criação do Estado Palestino enquanto durar a intifada. bes: em 1956, 1967 e 1973. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel
Diante da violência dos atentados terroristas promovidos pelo Hamas e ocupou a Faixa de Gaza e o deserto do Sinai, que pertenciam ao Egito, as
pelo Hezbolah, grupos extremistas árabes que pregam o extermínio dos colinas do Golan (Síria), as fazendas de Shebaa (Líbano), Jerusalém
judeus, as ações do exército israelense também têm sido cada vez mais Oriental e a Cisjordânia (Jordânia).
cruéis, atingindo, inclusive, a população civil das regiões dominadas. Em 1979, Israel assinou a paz com o Egito, que recebeu de volta o Si-
Árabes e judeus nai. Nunca mais o mundo árabe conseguiria unir-se contra o Estado judeu.
Sucessivos governos israelenses incentivaram a criação de colônias judai-
Relacionamento marcado por tensões e conflitos cas nos territórios ocupados, principalmente a Cisjordânia.
Jayme Brener Intifadas
O conflito entre árabes e judeus é relativamente recente, ao contrário A resistência palestina optou então pela luta armada, lançando mão
do que muitos acreditam. Até o final do século 19, judeus e diferentes por vezes do terrorismo - com ataques a alvos civis dentro e fora de Israel.
povos árabes viviam como "primos" (o que supõe, claro, conflitos ocasio- O resultado foi pouco alentador e o terrorismo até reforçou a posição de
nais), e não só noOriente Médio. A convivência se estendeu, por exemplo, Israel, que tem nos Estados Unidos seu principal aliado. Em 1987, explodiu
à Espanha, ocupada pelos árabes até o fim do século 15. uma revolta popular contra os israelenses na Faixa de Gaza e na Cisjordâ-
nia, inicialmente fora do controle da Organização pela Libertação da Pales-
Os problemas ganharam corpo com a crise dos grandes impérios, ao tina (OLP) e de seu principal líder, Yasser Arafat. A rebelião ficou conheci-
término do século 19, que permitiu o avanço de inúmeros movimentos da comointifada, sobressalto, em árabe.
nacionalistas. Isso tanto no Império Russo como no Império Turco-
Otomano e no Império Austro-Húngaro.
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A reação violenta do exército israelense, que matou centenas de pes- É uma técnica indispensável, pois nos maciços calcários os pontos de
soas em poucos dias, desgastou a posição do país. Em seguida, Arafat referência nem sempre ajudam. Assinalar as coordenadas de uma gruta é
prometeu desistir da luta armada em favor de negociações políticas que como escrever a sua morada, para que qualquer espeleólogo a possa
conduzissem à criação de um Estado palestino. Em 1991, sob pressão dos encontrar sem problemas.
EUA, que enfrentavam a ira das massas árabes por conta da invasão do
Iraque, naquele mesmo ano, o então primeiro-ministro ultraconservador de
Israel, Itzhak Shamir, aceitou iniciar tímidas negociações de paz com os Tipos de cartas
palestinos, na Conferência de Madrid. .- Carta Planimétrica: mostra apenas a posição relativa dos objetos
Mas o sucessor de Shamir, Itzhak Rabin, levou as negociações à fren- sem o relevo
te e, em 1993, assinou com Yasser Arafat os acordos de Oslo, com apoio - Carta Topográfica: além da planimetria representa o relevo
da Casa Branca. O acordo previa a criação da Autoridade Palestina, em- - Carta Aeronáutica: utilizadas na navegação aérea, mostra os porme-
brião de um futuro governo palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. nores mais facilmente identificáveis do terreno.
Os limites territoriais e a espinhosa questão de Jerusalém - que é reivindi-
- Fotomapa: fotografia aérea em mosaico
cada como capital por israelenses e palestinos - deveriam ser resolvidos
nos anos seguintes. Israel também assinou a paz definitiva com a vizinha - Carta Hidrográfica: indica as profundidades marítimas e faróis para
Jordânia. navegação costeira
As negociações com os palestinos evoluíram com extrema dificuldade, - Cartas Especiais: Geológicas, Vegetação, Arqueológicas, etc. (obti-
mas, no fim dos anos 90, parecia que a paz estava próxima, em torno de das a partir das cartas normais, sobrepondo-lhes os dados desejados.
uma proposta israelense que incluía uma complexa equação para permitir - Cartas Tridimensionais: Carta plástica em relevo, Fotomapas plástico
a soberania compartilhada sobre Jerusalém. Também parecia próximo um em relevo, modelos de terreno, etc.
acordo sobre a troca de territórios entre Israel e palestinos para resolver o ..
problema dos quase 200 mil colonos judeus que vivem na Cisjordânia.
Elementos informativos de uma carta Topográfica Militar (1:25000)
Arafat, porém, acreditou que o momento era favorável para aumentar
as demandas e apresentou a exigência de realocação, no atual Israel, de - Nome de Folha: está colocado na margem superior direita da carta e
milhões de palestinos que haviam perdido suas terras e casas após 1948. advém de um pormenor geográfico ou de cultura nela existente. Sempre
O governo israelense não aceitou, as conversações de paz foram por água que possível representa o nome da maior cidade, vila ou aldeia nela exis-
abaixo e um passeio de outro primeiro-ministro ultraconservador, Ariel tente.
Sharon, pela Esplanada das Mesquitas, local sagrado para os muçulmanos - Número de Folha: está colocado no canto superior direito da carta. É
em Jerusalém, detonou a segunda intifada, em 2000. o número de referência da carta e baseia-se num sistema arbitrário no qual
De lá para cá, a paz entre judeus e palestinos tem parecido cada vez a numeração das folhas cresce de oeste para leste e de norte para sul.
mais distante. A OLP, que defendia um acordo com Israel, perdeu espaço - Número de Série: margens superior e inferior direita, aparece nas
nos territórios ocupados para o movimento fundamentalista islâmico Ha- cartas 1:25000 do continente e é representado por um número de três ou
mas, que tem apoio do Irã e da Síria e rejeita a paz com o Estado judeu. E quatro algarismos antecedidos de uma letra. A letra corresponde a deter-
o cenário político israelense deslocou-se para a direita, com as forças minada zona do globo (a Europa Ocidental é designada pela letra M), o
pacifistas perdendo espaço. primeiro algarismo é o de sub região (a Península Ibérica é o número 8), o
Grupos palestinos lançaram mão outra vez do terror, acionando ho- segundo algarismo corresponde à escala da Carta (8 para 1:25000), o
mens (e mulheres) bombas contra alvos civis em Israel. Os israelenses terceiro algarismo distingue esta série de cartas de outras com a mesma
reagiram construindo um imenso muro de proteção que isola suas cidades escala e área de cobertura.
e estradas dos núcleos residenciais palestinos. - Número de Edição: margem superior e inferior da carta, representa a
Em 2006, Israel lançou um sangrento ataque contra o Líbano, a propó- idade da carta em relação a outras edições da mesma carta. A última
sito de estancar os disparos de foguetes do Hizbolá, facção xiita que tem o edição terá um número maior que as edições anteriores.
apoio da Síria e do Irã. Dois anos depois, também para pôr fim a ataques - Escala de Carta e Escala Gráfica: na margem inferior ao centro, a es-
de foguetes contra seu território, Israel invadiu a Faixa de Gaza, deixando cala da carta dá-nos a relação entre uma distância na carta e a equivalente
centenas de mortos. distância no terreno, sendo a escala gráfica usada para a determinação de
Pouco mais de cem anos depois do nascimento do nacionalismo árabe distâncias no terreno por processos gráficos.
e do sionismo, as perspectivas de paz entre Israel e seus vizinhos árabes - Nota de Responsabilidade: aparece nas margens superiores ou infe-
parecem muito distantes. As negociações entre israelenses e palestinos riores, à esquerda ou ao centro. Servem para indicar o produtor e referir o
estão paralisadas, assim como qualquer conversa entre Israel, Síria e método de compilação utilizado pelos técnicos.
Líbano. Fala-se até em um novo ataque de Israel contra o Hizbolá libanês, - Diagrama de Ligação de Folhas: aparece na margem superior es-
que vem recebendo de sírios e iranianos mísseis capazes de atingir as querda e indica as folhas da mesma carta que circundam a folha em ques-
principais cidades israelenses. tão.
Pior: nos últimos anos um novo player desponta no tabuleiro político - Tipo de Projeção: aparece na margem inferior, ao centro.
regional. Trata-se do Irã, cujo governo é abertamente hostil a Israel e aos
- Sistema de Referência: aparece na margem inferior, ao centro. Infor-
EUA, e está engajado em um imponente programa nuclear.
ma sobre os sistemas de referência usados e contém os elementos para a
Como se vê, essa história ainda nos reserva muitos capítulos antes do identificação de pontos nas quadrículas Gauss e UTM.
epílogo que todos juram perseguir: a paz duradoura no Oriente Médio.
Diagrama de Declinação: aparece na margem direita da carta e dá a
posição relativa entre os Nortes Geográfico, Cartográfico e Magnético.
Escala de Tangentes: aparece na margem superior direita e emprega-
• REPRESENTAÇÃO ESPACIAL – PROJEÇÕES CARTOGRÁFI- se para a marcação gráfica da direção do Norte Magnético sobre a carta.
CAS; LEITURA DE MAPAS TEMÁTICOS, FÍSICOS E POLÍTICOS; As instruções relativas ao seu uso estão normalmente impressas sobre o
TECNOLOGIAS MODERNAS APLICADAS À CARTOGRAFIA. diagrama de declinação.
Litografia Impressora: aparece na margem inferior esquerda e indica
onde foi impressa a folha da carta.
1 FERRAMENTAS DA CARTOGRAFIA.
Equidistância das Curvas de Nível: aparece na margem inferior ao cen-
Uma Carta Topográfica é uma representação gráfica da superfície da tro e indica a distância vertical entre as curvas de nível da carta.
Terra ou parte dela, desenhada num plano e em determinada escala. Ela
Curva de Nível: linha imaginária (representada a castanho) na qual to-
permite ao espeleólogo orientar-se e marcar as coordenadas de uma gruta.
dos os pontos delas constantes se situam à mesma altitude.
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Linha Mestra: Curva de nível desenhada a traço mais grosso, é repre- A projeção do ponto A sobre cada um dos eixos de coordenadas, efe-
sentada na carta de cinco em cinco curvas. tuada paralelamente aos outros dois, permite-nos medir as “coordenadas
Linha Intermédia: representada a tracejado, utiliza-se para uma melhor de A” : x, y, z.
definição do terreno
Equidistância: distância em metros entre duas curvas de nível (10 me-
tros na carta 1:25000)
.
As cores base da carta dão as seguintes indicações:
Verde: variando do mais escuro ao mais claro dá a indicação da den-
sidade de vegetação.
Azul: referência os acidentes contendo água (rios, lagos, pântanos,
tanques, nascentes, etc.) e linhas de alta tensão
Amarelo: dá indicação de locais sem vegetação.
Castanho: indica as curvas de nível.
Coordenadas de Gauss
Preto: define todas as vias de comunicação secundárias, utilizando-se
Segundo o sistema de referência escolhido, a origem 0 e os três eixos
ainda para a marcação de acidentes não naturais como casas, postes e
0x, 0y, 0z, existem várias maneiras de referenciar o ponto A. Será lógico
linhas, obstáculos artificiais, etc. Os nomes das povoações também estão
que se escolham as direções de referência mais cômodas. Uma delas
nesta cor.
impõe-se por si: a direção vertical. A coordenada vertical de um ponto é,
Vermelho: indica as principais vias de comunicação rodoviárias (estra- simplesmente, a sua altitude z, logo o eixo 0z é o eixo vertical. Falta esco-
das, pontes, linhas de caminho-de-ferro). É também utilizada para as lher duas direções perpendiculares no plano horizontal.
designações dos Marcos Geodésicos, Hospitais e Postos de Combustível.
Dado que as cartas topográficas utilizadas no nosso país são feitas
Fonte: http://www.teia.pt/ectv/cartografia.html com base na projeção conforme Gauss (logo o Norte Cartográfico corres-
pondente ao Norte Gauss, se assim lhe podemos chamar) escolhe-se a
1.1 ESCALAS. direção Norte Cartográfico para eixo 0y e a sua perpendicular em direção
ao eixo 0x. Para melhorar a comodidade do sistema, nas cartas mais
Escala de uma carta é o quociente entre uma distância medida na car- recentes, desenha-se uma quadrícula paralela a 0y e 0x, de base kilométri-
ta e a correspondente distância horizontal medida no terreno. As escalas ca, a partir de uns pequenos traços castanhos inscritos nos lados da carta.
podem ser numéricas ou gráficas: Nas cartas antigas a quadrícula está inscrita a castanho.
Escalas numéricas A origem desta quadrícula está situada a Sudoeste de Portugal e ao
Distância na carta nível do mar, 200 km a Oeste do Ponto Central (marco geodésico da
Escala numérica ----------------------------------------------- Melriça) e a 300 km a Sul do mesmo ponto.
Distância horizontal no terreno As coordenadas são denominadas M (meridiana) para o eixo 0y, P
(Ex: 1/25.000, 1/50.000, 1/250.000) (perpendicular) para o eixo 0x e Cota (altitude) para o eixo 0z.
Assim, na escala 1/25.000 1cm na carta são 250 metros no terreno;
na escala 1/50.000 1cm na carta são 500 metros no terreno e por último, Determinação das coordenadas de uma cavidade
na escala 1/250.000 1cm na carta são 2500 metros no terreno.
.
É uma operação muito simples que se faz sobre a carta com uma ré-
gua graduada. Escolhe-se o quadrado kilométrico Gauss que engloba a
Escalas gráficas cavidade, cuja leitura deste valor se faz observando a parte superior e
As escalas gráficas são segmentos de reta graduados que exprimem, lateral da carta. Mede-se a distância, perpendicularmente, em milímetros
também a relação entre o desenho e o terreno. Tem duas partes na sua desde o lado esquerdo do quadrado até à cavidade, para obter a coorde-
constituição que são: o Talão e a Escala principal nada M. Esta coordenada ficará determinada da seguinte maneira: M=000
. (três algarismos que indicam a distância, do quadrado ao Ponto de Origem,
Esquadro de Coordenadas em km), 000 (três algarismos que indicam a distância, do lado do quadrado
O esquadro de coordenadas é um objeto graduado, dependendo da à cavidade, em metros; sabendo que 1mm na carta corresponde a 25
metros no terreno).
escala, que permite que uma posição seja referenciada por coordenadas
precisas. Para se obter a coordenada P, opera-se da mesma maneira, só que a
leitura agora é feita do lado inferior do quadrado até à cavidade.
Para usar o esquadro de coordenadas colocamos o zero da escala no
canto inferior esquerdo do quadrado da quadrícula onde se encontra o Quanto à Cota, lê-se diretamente sobre a carta, utilizando as curtas de
ponto, de forma a que a linha inferior do esquadro fique coincidente com a nível, que são equidistantes de 10 metros.
linha da quadrícula. De seguida desliza-se o esquadro, mantendo a coinci-
dência de linhas, até a linha vertical do esquadro passar pelo ponto.
Determinação de uma cavidade a partir das coordenadas
Conservando o esquadro nessa posição procede-se à leitura. (Distân-
Trata-se da operação inversa da anterior. Sobre a carta determina-se o
cia à Meridiana - escala horizontal - e distância à perpendicular - escala
quadrado kilométrico indicado pelas coordenadas M e P. Seguidamente,
vertical).
sabendo que cada mm na carta corresponde a 25 metros no terreno,
Fonte: http://www.teia.pt/ectv/cartografia.html marca-se a distância correspondente aos dois eixos.
A altitude é verificada pela leitura das curvas de nível.
1.2 AS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS.
Determinação das coordenadas de um ponto Marcação de uma cavidade na carta
O que se entende por coordenadas de um ponto? Esta noção impõe- Visada simples sobre pontos característicos
se a partir da constatação seguinte: o nosso espaço, sendo tridimensional,
A partir do centro da entrada da gruta determinam-se com a bússola
obriga-nos a possuir três medidas independentes (altura, longitude e
as direções de três pontos (marcos geodésicos ou outros facilmente identi-
latitude) para se poder referenciar um determinado ponto A sobre a super-
ficáveis na carta topográfica). Deve-se ter o cuidado de escolher os pontos
fície terrestre.
mais próximos e melhor repartidos pelo horizonte para obter maior preci-
È habitual utilizar-se como referência três direções perpendiculares en- são.
tre elas, partindo os eixos de um mesmo ponto, a origem das coordenadas.
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De seguida, é necessário transferir para a carta as direções corres- Representa-se um ponto na superfície terrestre por um valor de latitu-
pondentes aos três azimutes determinados no terreno e localizados agora de e longitude.
na carta. Na intersecção dos três traços encontra-se o ponto localizado. Na Longitude de um lugar é a distância angular entre um ponto qualquer
prática os traços não são exatamente concorrentes, determinando sim um da superfície terrestre e o meridiano inicial ou de origem.
triângulo, no centro do qual se deverá marcar o ponto que se pretende
localizar.
Visada composta
No caso de não se avistarem pontos de referência da entrada da cavi-
dade, pode-se optar por outros dois processos:
- o primeiro consiste em determinar um ponto qualquer, perto, facil-
mente assinalável pelo processo atrás descrito, e seguidamente localizar a
entrada a partir desse ponto só com uma visada, confirmada com outra Latitude é a distância angular entre um ponto qualquer da superfície
visada feita em sentido inverso. terrestre e a linha do Equador.
- o segundo, mais rigoroso, consiste em determinar três linhas, orien-
tadas cada uma para um ponto característico. Estas linhas direcionais
constam de uma ou mais visadas sempre confirmadas com leituras inver-
sas.
Fonte: http://www.teia.pt/ectv/cartografia.html
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Há um número de diferentes projeções cartográficas, uma vez que há A seguir, apresenta-se a comparação da representação de um quarto
uma variedade de modos de projetar os objetos geográficos que caracteri- de hemisfério, segundo três diferentes sistemas de projeção.
zam a superfície terrestre, em um plano. Consequentemente, torna-se
necessário classificá-las sob seus diversos aspectos, a fim de melhor
estudá-las.
Projeção cônica
2- Projeção cônica:
Obtém-se o mapa imaginando-o desenhado num cone que envolve a
esfera terrestre, que é em seguida desenrolado. As projeções cônicas
podem ser tangentes ou secantes.
Pode-se constatar que em todas as projeções cônicas os meridianos
são retas que convergem em um ponto (que representa o vértice do cone),
e todos os paralelos, circunferências concêntricas a esse ponto.
Projeção cilíndrica
A superfície da Terra é uma superfície curva irregular, porém aproxi-
ma-se de um elipsóide (descrito no item modelos de elipsóide, neste mes-
mo capítulo). Pode-se transformar o elipsóide em uma esfera com a mes-
ma superfície: constrói-se um globo terrestre.
É impossível, porém, fazer uma cópia plana desta superfície, sem des-
figurá-la ou alterá-la. Nesse processo, poucas grandezas podem ser man-
Exemplo: projeção cônica de Lambert. tidas. Por isso, deve-se escolher entre uma possível conservação dos
ângulos, uma proporcionalidade das superfícies ou um outro método que
reduza os efeitos da deformação, levando em conta o que se pretende
3- Projeção cilíndrica: analisar no mapa. Conceitua-se então grau de deformação.
Obtém-se este mapa imaginando-o desenhado num cilindro tangente Quanto ao grau de deformação das superfícies representadas, classifi-
ou secante à superfície da Terra, que é depois desenrolado. cam-se as projeções em:
Pode-se verificar que em todas as projeções cilíndricas, os meridianos Conformes ou isogonais: mantêm fidelidade aos ângulos ob-
bem como os paralelos são representados por retas perpendiculares. servados na superfície representada. Porém ao se manter a
precisão dos ângulos, distorce-se a forma dos objetos no mapa.
Exemplo: Mercator.
Equivalentes ou isométricas: conservam as relações de su-
perfície (não há deformação de área). Exemplos: Cônica de Al-
bers, Azimutal de Lambert.
Equidistante: conservam a proporção entre as distâncias, em
determinadas direções, na superfície representada. Exemplo:
Cilíndrica Equidistante.
Exemplo: projeção Mercator. Fonte: http://www.dpi.inpe.br/spring/usuario/cartogrf.htm
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PROVA SIMULADA e) a derrota militar de uma potência hegemônica envolvida na luta
contra o fascismo.
PROVA 1
04. “O cenário contemporâneo global não comporta mais a dicotomia que
01. Considere os textos. prevaleceu durante a Guerra Fria, que dividia o mundo entre Ocidente
A crise balcânica de 1914 precipitou a guerra entre a tríplice entente e e Oriente. Buscou-se então a divisão entre norte e sul, ou mesmo en-
a tríplice aliança. Todos acreditavam que essa luta seria rápida, mas tre centro e periferia.” (DUARTE, F. Global e Local no mundo con-
ela se transformou numa guerra de desgaste, de trincheiras. temporâneo: integração e conflito em escala global. São Paulo: Mo-
(José Jobson de A Arruda, História Moderna e Contemporânea) derna, 1998. p. 34.)
Ela começou como uma Guerra essencialmente europeia, entre a Com base na citação acima e em seus conhecimentos sobre o mun-
tríplice aliança de França, Grã-Bretanha e Rússia, de um lado, e as do contemporâneo, assinale a alternativa correta.
chamadas “Potências Centrais”, Alemanha e Áustria, do outro, com a a) Em tempos de globalização, a divisão entre países centrais e periféri-
Sérvia e a Bélgica sendo imediatamente arrastadas para um dos la- cos expressa, principalmente, as diferenças de poder econômico e
dos devido ao ataque austríaco (que na verdade detonou a guerra) à bélico entre os diversos Estados Nacionais.
primeira e o ataque alemão à segunda (como parte da estratégia de b) Especialmente a partir da década de 1990, assistiu-se a uma reorga-
guerra da Alemanha). nização do poder mundial, que passou a contar com um equilíbrio
(Eric Hobsbawm, Era dos Extremos. Tradução) maior, não havendo mais uma superpotência que se sobreponha às
Os textos apresentam aspectos históricos de uma guerra na qual demais nações.
a) as duas superpotências vitoriosas iniciaram uma disputa hegemônica c) Intimamente ligada ao processo de globalização, uma prática político-
no mundo, ampliando suas áreas de influência política. econômica conhecida como neoliberalismo passou a pregar uma
b) os países aliados conseguiram barrar o avanço das forças militares e ação maior do Estado na resolução dos problemas sociais.
expansionistas governadas por regimes de idelogia fascista. d) A globalização, com o estabelecimento de empresas transnacionais,
c) as potências vencedoras responsabilizaram a Alemanha pelo conflito empregando tecnologia de ponta, é responsável pela política de pleno
mundial, obrigando-a a assinar o Tratado de Versalhes. emprego para a população de diversos países.
d) a Alemanha nazista foi derrotada pela estratégia de terra arrasada e) Os efeitos da globalização atingem somente os chamados “países
adotada pelo exército vermelho da União Soviética. centrais” da Europa e da América do Norte.
e) a Rússia conseguiu derrotar as forças armadas da Inglaterra e
da França com a ajuda econômica do Império Austro-Húngaro. 05. O período da Guerra Fria, que se encerrou com a queda do Muro de
Berlim, caracterizou-se sobretudo pelo(a)
02. Leia o texto abaixo: a) bipolaridade, com marcantes divergências ideológicas e econômicas
“Nosso povo alemão, hoje esfacelado [...], sem defesa, aos pontapés e a existência de blocos liderados pela URSS (socialista) e pelo Ja-
do resto do mundo, tem precisamente necessidade da força, que a pão, maior potência capitalista desse período.
confiança em si proporciona. Todo o sistema de educação e de cultu- b) monopolaridade, com hegemonia absoluta dos Estados Unidos, cuja
ra deve visar a dar às crianças de nosso povo a convicção de que área de influência se estendia por todo o espaço mundial, mas princi-
são absolutamente superiores aos outros povos.” palmente na Europa Oriental, onde a maioria dos países era capitalis-
HITLER, Adolf. Minha luta. In: CATELLI et al. História temática: o ta.
mundo dos cidadãos. São Paulo: Scipione, 2004, p. 205. c) grande equilíbrio de forças entre dois blocos ideologicamente opos-
No trecho acima, Hitler expressa uma de suas ideias em relação à tos, liderados pelos Estados Unidos (capitalista) e pela ex-URSS (so-
Alemanha, que é o(a) cialista), baseado no poder de mútua destruição, devido principalmen-
a) necessidade de ratificar a estabilidade econômica da Alemanha te ao poderio bélico de cada uma das potências, o que especialistas
favorecida pela assinatura do Acordo de Paz em Versalhes; por isso, políticos chamavam “equilíbrio do terror”.
os alemães necessitavam da ‘força’, que só a ‘confiança em si pro- d) multipolaridade, com a presença de três grandes pólos de poder
porciona’. econômico e geopolítico: Estados Unidos, Japão e ex-URSS, que
b) convicção da superioridade da “raça ariana”, ou seja, dos alemães disputavam áreas de influência imediata nos países periféricos da
em relação a outros povos, e a certeza de que a educação deveria América, da Ásia e da Europa, respectivamente.
ser um dos canais de transmissão dessa ideologia às crianças.
06. “(...) ainda estão em curso muitos dos processos criados pela Guerra
c) valorização da educação como instrumento de formação de cidadãos
Fria ou por ela estimulados, como, por exemplo, a absoluta preponde-
pacatos, confiantes e alienados em relação ao seu projeto político de
rância do complexo industrial e tecnológico bélico-militar sobre as ou-
tornar os alemães superiores pela eugenia por meio de casamento
tras formas de indústria e tecnologia”.
com judeus.
(ARBEX JR, J. Guerra Fria: terror de Estado, política e cultura. São
d) uso nocivo da propaganda e da educação enquanto instrumentos de
Paulo: Moderna, 1997. p. 207).
poder e alienação, com o propósito de incitar o povo contra os proje-
Sobre o período da História Contemporânea conhecido como “Guerra
tos políticos para o III Reich.
Fria”, considere as seguintes afirmativas:
I. Essa guerra, não declarada, envolveu a polarização do mundo entre
as duas superpotências, EUA e URSS, que emergiram após a Se-
03. Considere a manchete de um jornal.
gunda Guerra Mundial.
II. A queda do Muro de Berlim, que marcava a divisão entre a Alemanha
Ocidental, capitalista, e a Alemanha Oriental, comunista, é considera-
da um símbolo do fim da Guerra Fria.
III. A América Latina não sofreu influência do conflito entre URSS e EUA,
permanecendo neutra durante todo o período da Guerra Fria.
IV. Nas décadas de 1960 e 1970, o Brasil foi claramente aliado ao bloco
A manchete do jornal anuncia um fato histórico relacionado à Segun- soviético, identificado com a ditadura e o autoritarismo.
da Guerra Mundial e que representou V. Durante a Guerra Fria, americanos e soviéticos lançaram-se à corrida
a) a vitória dos países aliados sobre os países que compunham as tecnológica, consolidando a proliferação de seus arsenais bélicos,
forças do Eixo. como forma de intimidar seus opositores.
b) o recuo militar de um país liberal que não pôde derrotar o exército Assinale a alternativa correta.
bolchevique. a) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
c) a vitória parcial dos nazistas nas batalhas contra os partidários do b) As afirmativas I, II, III, IV e V são verdadeiras.
bolchevismo. c) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
d) a derrota de um dos países europeus que lutou contra países liberais d) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
e comunistas. e) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
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07. A globalização é, atualmente, um dos fatos mais polêmicos e contra- 10. Em meados da década de 1970, as posturas favoráveis às reformas
ditórios em discussão. Analise as afirmações sobre esse processo: do Estado ganharam força com o desenvolvimento de ideias frontal-
I. Trata-se de um processo econômico em andamento que tem possibi- mente contrárias ao keynesianismo, fonte inspiradora do Estado de
litado aos mais diferentes países atingir o pleno emprego e o rápido bem-estar social, modelo predominante no pós-guerra. (José Geraldo
crescimento econômico. Vinci de Moraes, História Geral e do Brasil)
II. Para ampliar o comércio mundial, a globalização estimulou a queda As ideias a que o texto se refere foram implementadas nos governos
de protecionismos e de barreiras comerciais. de Ronald Reagan (EUA) e de Margareth Thatcher (Grã-Bretanha)
III. Cresceu a circulação de capitais pelo mundo e as bolsas de valores nos anos 1980. Essas ideias fundamentam-se
ganharam grande destaque. a) na intervenção do Estado no domínio econômico e no controle sobre
IV. Para estimular o processo, as nações ricas têm privilegiado algumas a taxa cambial.
áreas do globo, como, por exemplo, a África negra, ao sul do Saara. b) na estatização dos recursos naturais e na ampliação dos direitos
Está correto somente o que se afirma em sociais e trabalhistas.
a) I e II. c) na garantia estatal do emprego e na ampliação do Estado na área
b) I e III. trabalhista.
c) I e IV. d) no fim da abertura econômica e no aumento dos impostos sobre
d) II e III. produtos importados.
e) III e IV. e) na desregulamentação do direito trabalhista e na não intervenção do
Estado na economia.
08. Relacione os textos 1, 2 e 3 aos respectivos blocos econômicos
abaixo apresentados. 11. O golpe que instalou o “Estado Novo”, em 1937, instituiu a perma-
TEXTO 1 nência de Getúlio Vargas na presidência do Brasil. Sobre este perío-
Esse bloco econômico foi criado em 1991, por meio da assinatura do pode-se afirmar que
do tratado de Assunção. 1. havia proibição de organização de partidos.
Funciona como zona de livre comércio desde 1994. A transforma- 2. foi criada a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
ção desse bloco em união aduaneira, ocorrida parcialmente em 3. a imprensa se manifestava livremente contra o Estado.
1995, aumentou a integração comercial entre os países membros. Está (ão) correta(s):
Além de quatro membros fundadores, possui alguns países associ- a) 1, 2 e 3. b) 1, apenas.
ados. c) 3, apenas. d) 2 e 3, apenas. e) 1 e 2, apenas.
TEXTO 2 12. O primeiro período do governo de Getúlio Vargas na presidência do
Por ser o mais antigo, esse bloco econômico serviu de modelo para Brasil (l930-1945) foi marcado pelo autoritarismo e pelo populismo.
a formação dos demais blocos econômicos. Possui um conjunto de Das várias medidas adotadas por Vargas, uma se constituiu em be-
instituições com poderes próprios, cujas decisões devem ser nefício direto muito importante para a classe trabalhadora:
seguidas pelos governos, empresas e cidadãos de todos os países a) a criação da PETROBRÁS.
membros. A desigualdade econômica existente entre seus países b) a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
membros tem sido um dos principais problemas enfrentados pelo c) a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
bloco. d) a criação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
TEXTO 3
Criado em 1993, esse bloco é liderado pelos Estados Unidos. Nele 13. Logo após o período ditatorial de Getúlio Vargas (1930-1945) foi
vivem mais de 400 milhões de habitantes e consumidores com eleito para Presidente da República do Brasil:
elevado poder aquisitivo (com exceção de grande parte da popula- a) Ranieri Mazzili. b) José Sarney.
ção de um de seus países membros). Grande número de empresas c) Juscelino Kubistschek. d) Eurico Dutra.
dos EUA já se instalou em um dos seus países membros em busca
14. Leia com atenção o texto abaixo.
de mão-de-obra barata.
”Fui vencido pela reação e, assim, deixo o governo. (...) Sinto-me,
porém, esmagado. Forças terríveis levantam-se contra mim e me in-
Blocos econômicos:
trigam ou me infamam. (...) Se permanecesse não manteria a confi-
( ) União Europeia ( ) Mercosul ( ) Nafta
ança e a tranquilidade ora quebradas, indispensáveis ao exercício da
A sequência correta de cima para baixo é:
minha autoridade. (...) A mim não falta a coragem da renúncia”.
a) 2, 3 e 1.
O trecho acima foi retirado da carta-renúncia de Jânio Quadros.
b) 2, 1 e 3.
Visivelmente, ele se inspirou em outra carta famosa, a carta testa-
c) 3, 1 e 2.
mento. Quem foi o autor desta última?
d) 1, 3 e 2.
a) Juscelino Kubitschek. b) Getúlio Vargas.
e) 3, 2 e 1.
c) Eurico Gaspar Dutra. d) João Goulart.
09. As diversas formas de integração econômica representam graus
15. Sobre o Integralismo, é correto afirmar:
variáveis de integração. Dentro dessa perspectiva, existe uma classi-
a) Foi um movimento liderado por Plínio Salgado que combatia a demo-
ficação de formas de integração que já é considerada clássica. Sobre
cracia burguesa (conforme a tradição liberal) e o comunismo, e de-
esta questão, analise as afirmativas que se seguem.
fendia um nacionalismo fundado no centralismo estatal, que coman-
1. Em uma Área de Livre-Comércio ficam abolidas as tarifas alfandegá-
daria a disciplina e a hierarquia entre os indivíduos.
rias entre os países participantes.
b) Teve papel fundamental na revolução de 1930 e foi constituído, entre
2. A consolidação de uma União Aduaneira suprime a discriminação
outros, pelo levante do Forte de Copacabana e pela Coluna Prestes,
dos movimentos de mercadorias dentro da União.
interessados em contestar a ordem política da chamada república oli-
3. Em um Mercado Comum ocorre a abolição das restrições comerciais
gárquica e cafeeira.
e movimentos de fatores.
c) Refere-se ao movimento estético e ideológico liderado principalmente
4. Uma União Econômica combina a supressão das restrições aos
por Mário de Andrade e Oswald de Andrade, cuja proposta era a rup-
movimentos de mercadorias e de fatores com a harmonização das
tura com uma arte de influência europeia acadêmica, fundando uma
políticas econômica, monetária, fiscal e social.
expressão artística original.
Estão corretas:
d) Foi um movimento liderado pelo Partido Comunista Brasileiro e tinha
a) 1 e 3, apenas.
como proposta efetivar no Brasil uma revolução proletária.
b) 1 e 2, apenas.
e) Trata-se de um movimento do catolicismo brasileiro que, imbuído das
c) 2 e 3, apenas.
propostas sociais da Rerum Novarum, propunha uma maior participa-
d) 1, 3 e 4, apenas.
ção da Igreja na política social do Estado brasileiro.
e) 1, 2, 3 e 4.
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16. Considere o cartaz. 18. Após a Proclamação da República, o Congresso Constituinte brasilei-
ro aprovou a Constituição de 1891, que teve como uma de suas ca-
racterísticas
a) o estabelecimento de quatro poderes harmônicos e independentes
entre si, sendo um deles o poder moderador do Presidente da Repú-
blica.
b) o direito de voto aos cidadãos brasileiros maiores de 21 anos, excluí-
das certas categorias como, por exemplo, os analfabetos e os mendi-
gos.
c) o dever de todos os cidadãos brasileiros praticarem o culto ao catoli-
cismo, considerado religião oficial por determinação do governo.
d) a garantia do direito de qualquer cidadão brasileiro, maior de 21 anos,
poder candidatar-se ao mandato de Senador vitalício da República.
e) a instauração do sistema parlamentarista, no qual o primeiro ministro
possuía mais poderes políticos do que o Presidente da República.
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24. Considere a foto. 26. Em 1964, os militares tomaram o poder e implantaram uma ditadura
no Brasil. Durante os governos militares, podemos constatar:
I. Os golpistas procuraram definir esse assalto à democracia como uma
revolução;
II. O golpe militar de 1964 representou a culminância do processo de
crise do populismo, iniciado com a renúncia de Jânio Quadros em
1961;
III. Uma das características dos governos militares foi o autorita-
rismo, visto que membros do governo não se mostravam dis-
postos a dialogar com os diversos setores da sociedade;
IV. Tortura, prisão e expulsão do país foram instrumentos utilizados pelos
governos militares contra alguns cidadãos, para manterem seu poder
inabalado.
Os itens corretos são
a) somente I, III e IV. b) somente II, III e IV.
c) somente I, II e IV. d) somente I, II e III. e) I, II, III e IV.
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Dentre as afirmativas apresentadas, são verdadeiras b) os países ricos e industrializados vivem um período de intensa pros-
a) somente I e IV. b) somente II e III. peridade, com grande diminuição do desemprego estrutural, visto
c) somente I, II e III. d) somente I, III e IV. e) I, II, III e IV. que, graças ao desenvolvimento da informática, surgiram novas pro-
fissões e, consequentemente, novas oportunidades de emprego.
31. Sobre o Brasil Contemporâneo, considere as afirmações a seguir. c) se constata uma melhoria considerável na qualidade de vida das
I. Fernando Collor de Mello tinha como programa de Governo privatizar populações dos países pobres, em especial dos africanos e asiáticos,
empresas estatais, combater os monopólios, abrir o país à concor- fato associado ao avanço nas pesquisas científicas e tecnológicas
rência internacional e desburocratizar as regulamentações econômi- nesses países; um dos pontos mais relevantes é a diminuição drásti-
cas. ca da população de aidéticos na África.
II. Em maio de 1993, o Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardo- d) surgem a cada dia novas tecnologias de produção e de gerenciamen-
so, anunciou as primeiras medidas para estabilizar a economia. O to de empresas, uma fase do capitalismo que gera uma “sociedade
novo plano econômico, o Plano Real, previa o congelamento dos pre- sem trabalho”, sendo um dos fenômenos mais marcantes desta “nova
ços e salários e confisco das contas bancárias. era” o desemprego estrutural de um lado, e, de outro, novas formas
III. O modelo político brasileiro, em vigor desde o começo dos anos 90, é de atividades econômicas.
considerado por muitos como neoliberal, por pretender a valorização
das organizações trabalhadoras, visando estabelecer alianças na luta 37. A charge abaixo critica a pretensão dos Estados Unidos de dominar
contra o desemprego. economicamente o Brasil.
IV. Com a saída de Fernando Collor do governo do país, o vice-
presidente Itamar Franco foi empossado na presidência.
Estão corretas
a) somente I e II. b) somente I e III.
c) somente II e III. d) somente I e IV. e) somente II e IV.
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Considerando as informações veiculadas no texto e no mapa, é ver- a) Nos continentes mais pobres, a explosão demográfica alcançou
dadeiro afirmar que índices mais altos entre 1970 e 1985, ficando a média do crescimento
a) a água é um dos recursos naturais vitais para a vida no nosso planeta acima de 2,0 % ao ano.
e, em algumas regiões, como na representada no mapa acima, é um b) O continente africano é o único que mantém um ritmo acelerado de
bem escasso: em virtude da grande população absoluta, é enorme o crescimento demográfico, embora venha apresentando uma queda a
consumo desse recurso na região. partir de 1990.
b) os recursos hídricos são reduzidos na região representada no mapa, c) Nos países ricos do continente europeu, há uma verdadeira estagna-
há grandes áreas desérticas e poucos cursos fluviais, muito deles ção demográfica, e a natalidade e a fecundidade, em geral, estão
temporários; as nascentes dos principais rios são controladas pela bastante reduzidas.
Turquia, que consome grande parte da água, provocando insatisfação d) A América Latina e a Ásia vêm apresentando taxas reduzidas de
nos demais países percorridos por esses rios. crescimento da natalidade e da fecundidade, sobretudo a partir de
c) o Oriente Médio é considerado uma região de “stress hídrico”; a 1985, como resultado do crescimento da economia, elevando as con-
escassez da água está relacionada ao reduzido índice pluviométrico dições de vida e diminuindo os desníveis na distribuição de renda.
da região, decorrente do intenso desmatamento das florestas tropi- e) As taxas de natalidade na Ásia vêm sendo reduzidas graças a um
cais que antes dominavam a paisagem vegetal desse espaço. rigoroso programa de controle de natalidade.
d) o Projeto Grande Anatólia desenvolvido pela Turquia beneficiará
todos os países percorridos pelos rios Tigre e Eufrates, que deixarão 42. Observe a figura a seguir.
de ter áreas desérticas e impróprias para a atividade agrícola.
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b) nos países desenvolvidos o índice de pobreza é baixo porque os 49. Marque a alternativa CORRETA. As massas de ar são de fundamen-
recursos ambientais foram explorados racionalmente, respeitando a tal importância para a explicação da dinâmica do clima brasileiro.
capacidade de suporte dos ecossistemas. A principal característica da massa Equatorial atlântica é:
c) os países em desenvolvimento são mais pobres pois controlam o uso a) Quente e úmida, origina-se no atlântico sul e forma os ventos alísios
dos recursos naturais, não permitindo sua exploração para a promo- do sudeste. Atua principalmente na faixa litorânea, desde o nordeste
ção do desenvolvimento, o que os torna mais vulneráveis às crises até o sul do país.
econômicas mundiais. b) Fria e úmida, originária do atlântico sul, a mais de 40°de latitude sul.
d) o desenvolvimento sustentável é uma alternativa que deve ser segui- Durante o inverno encontra-se bastante fortalecida, seus “ramos”
da pelas nações em desenvolvimento para que elas possam atingir a abrangem grande parte do território brasileiro.
capacidade de produção e o nível de crescimento econômico das na- c) Quente e seca, surge na Depressão do Chaco, e sua influência no
ções desenvolvidas. Brasil abrange o sul da região centro-oeste e o interior (oeste) das re-
e) o índice de pobreza é maior em países que adotaram o desenvolvi- giões sudeste e sul, provocando longos períodos de tempo quente e
mento sustentável como modelo econômico, pois a proteção dos re- seco.
cursos naturais limitou a implantação de projetos de erradicação da d) Quente e úmida, vem do atlântico norte. Forma os ventos alísios de
pobreza. nordeste. Sua principal área de atuação no Brasil é o litoral das regi-
ões do norte e nordeste, principalmente na primavera e no verão.
45. O fenômeno de natureza climática, que pode ser comparado a um
automóvel ao ar livre, em que os raios solares ultrapassam os vidros 50. O histórico rio Tietê atravessa o território paulista, conforme se pode
fechados, mas o calor no seu interior não se dissipa, denomina-se: observar no mapa.
a) El Niño. b) efeito estufa.
c) frente fria. d) anomalia climática. e) inversão térmica.
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52. A região de agricultura irrigada aparece como um verdadeiro oásis, d) Brasil é um dos poucos países do mundo, de seu porte, onde não
após quilômetros e quilômetros de paisagens áridas, com solos endu- ocorreu miscigenação na formação de sua população. Assim, mesmo
recidos e quebradiços e arbustos ressecados. Com seus pomares e com mais de 300 anos de história, ainda podem-se encontrar etnias
hortas cultivados em solos umedecidos, graças a numerosos canais bem definidas especialmente nos Estados do centrooeste do país.
que transportam água em todas as direções. Na paisagem vemos cul- e) Brasil é o único país do mundo, de seu porte, onde não ocorreu
tivos de frutas variadas, justificando o que dizem seus moradores: miscigenação na formação de sua população. Assim, mesmo com
“Isso aqui é uma grande salada d e frutas”. mais de 700 anos de história, ainda podem-se encontrar etnias bem
definidas especialmente nos estados do sul do país.
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/piramide/piramide.shtm>)
A comparação entre as pirâmides etárias revela que no período anali-
sado ocorreu
a) inversão na tendência normal, pois em 2005 havia o predomínio da
população adulta e idosa masculina.
b) aumento do número de crianças e jovens devido à acentuada queda
nas taxas de mortalidade infantil.
c) pequeno aumento na faixa de idosos, mas a população continuou
com predomínio de crianças e jovens.
d) sensível aumento da população adulta, consequência da gradativa
diminuição da taxa de natalidade.
e) diminuição da população adulta masculina em 2005, resultado da
grande violência nas áreas urbanas.
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c) a desativação das indústrias de bens de produção, pois grande parte O produto a que o texto se refere é
delas era considerada obsoleta. a) o café. b) a cana-de-açúcar.
d) o crescente aumento de sua participação no PIB (Produto Interno c) a soja. d) o algodão. e) a laranja.
Bruto) brasileiro, atualmente por volta de 70%.
e)) a relativa desconcentração, pois várias indústrias têm saído do eixo 68. Observe a tabela a seguir
São Paulo/Rio para se instalar em outras regiões brasileiras. GRAU DE URBANIZAÇÂO NO BRASIL POR REGIÃO (1980-2000)
Grandes regiões Grau de urbanização (%)
64. A Região Sudeste, particularmente o eixo São Paulo – Rio de Janei- . 1980 1991 2000
ro, funciona como centro de comando das atividades agrárias, influ- Norte 50,32 59,05 69,83
enciando intensamente o Centro – Sul e em menor escala, o restante Nordeste 50,46 60,65 69,04
do espaço nacional. Isso acontece por diversos motivos, exceto: Sudeste 82,81 88,02 90,52
a) Concentração populacional e o elevado nível de urbanização fazem Sul 62,41 74,12 80,94
do Sudeste o grande mercado de consumo do país, para o qual se Centro-Oeste 70,84 81,28 86,73
volta boa parte das atividades agrárias organizadas com fins comer- Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980-2000.
ciais.
A tabela evidencia o grau de urbanização das regiões brasileiras nas
b) Os solos brasileiros que são classificados como tipicamente irregula-
últimas décadas do século XX.
res, correspondem a 50,5% do total do país e quase metade está na
Sua análise possibilita afirmar que
Região Sudeste.
a) as regiões com maior grau de urbanização ao longo das três décadas
c) Concentração de capital permite maiores investimentos para a melho-
enfocadas são o Sudeste e o Sul, que apresentam uma economia in-
ria das técnicas agrícolas, que, por sua vez, são tomadas como
dustrializada e a maior modernização econômica e tecnológica do país.
exemplo pelos produtores de outras áreas do país.
b) todas as regiões – com exceção do Norte e do Nordeste, que apre-
d) As empresas se expandem e, para continuar a crescer, mantêm com
sentaram os menores crescimentos da população urbana em todo o
elas fortes laços de dependência.
País nas últimas décadas – são extremamente urbanizadas, com
e) As lavouras para exportação se desenvolvem e se modernizam cada
destaque para o Centro-Oeste e o Sudeste.
vez mais – a maior parte delas concentrase na Região Sudeste e em
c) o Norte e o Nordeste, apesar de apresentarem os menores graus de
áreas próximas, como o Sul e o Centro-Oeste.
urbanização no conjunto das regiões brasileiras, destacam-se dentre
as regiões que tiveram os maiores incrementos da população urbana
65. Leia e analise o texto a seguir.
nas últimas décadas.
“Ao longo do século, mas, sobretudo nos períodos mais recentes, o
d) as regiões que apresentaram os maiores incrementos da população
processo brasileiro de urbanização revela uma crescente associação
urbana nas últimas décadas são aquelas que também são considera-
com o da pobreza, cujo locus passa a ser, cada vez mais, a cidade,
das as mais industrializadas do País, o que confirma a relação entre
sobretudo a grande cidade. O campo brasileiro moderno repele os
urbanização e desenvolvimento industrial.
pobres, e os trabalhadores da agricultura capitalizada vivem cada vez
mais nos espaços urbanos. A indústria se desenvolve com a criação
69. O rio São Francisco já recebeu várias denominações, dentre as quais
de pequeno número de empregos e o terciário associa formas mo-
se destaca “o Nilo brasileiro”. Na atualidade, tal denominação é per-
dernas a formas primitivas que remuneram mal e não garantem a
feitamente adequada, porque
ocupação.” SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo, HUCITEC, 1993.
a) há enormes extensões de cultivo de papiro e algodão em suas mar-
Sobre o assunto tratado no texto, é incorreto afirmar que:
gens fertilizadas naturalmente pelo material sedimentar carregado pe-
a) com o processo brasileiro de urbanização a economia não foi capaz
las águas do rio, tal como ocorria no Egito Antigo, cuja economia se
de absorver toda a mão-de-obra disponível, tendo como consequên-
baseava nesses produtos.
cia o empobrecimento de parte da população.
b) o São Francisco, tal como o Nilo, por ser totalmente navegável, é
b) a partir das décadas de 1940 e 1950, quando começaram a ser
extremamente importante para a circulação de pessoas e mercadori-
instaladas as indústrias de base no país, acentuou-se o número de
as em todo o vale do rio, sendo inclusive a única via de circulação do
migrantes para as cidades.
sertão nordestino.
c) a mecanização das lavouras e o aumento da concentração fundiária
c) atualmente se desenvolve em várias áreas semi-áridas do Nordeste
no Brasil também foram responsáveis pela expulsão da população do
uma próspera agricultura de irrigação, que só é possível graças às
campo para as cidades brasileiras.
águas do São Francisco, tal como acontecia no Egito nas terras ba-
d) o processo de urbanização no Brasil ampliou a oferta de empregos
nhadas pelo rio Nilo; dessa forma, o Velho Chico (maneira carinhosa
nas cidades, porém o número de vagas não cresce na mesma pro-
de os sertanejos chamarem o rio São Francisco) está para o sertão
porção que a população urbana.
assim como o Nilo estava para o Egito antigo.
e) uma considerável parcela da população economicamente ativa está
d) tanto o rio Nilo como o São Francisco são rios bastante encachoeira-
desempregada no Brasil provocando, dessa forma, o crescimento do
dos; por isso, são aproveitados para o fornecimento de energia elétri-
setor formal da economia, como por exemplo os ambulantes, diaristas
ca, estando localizadas no médio vale do São Francisco suas princi-
e vendedores.
pais hidroelétricas: Pirapora, Sobradinho e Itaipu.
66. Após a controvertida participação do Brasil na Conferência de Esto-
colmo em 1972, em virtude da polêmica gerada em torno da sua pro- 70. Leia o trecho do livro de Josué de Castro abaixo transcrito:
posta de desenvolvimento a qualquer preço, o governo brasileiro, em “Comi todas as minhas reservas de milho e de farinha. Depois, virei
1973, criou raizeiro. Durante um mês inteiro cavei o chão duro e rachado da se-
a) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. ca, em busca de raiz de planta braba. Comi xiquexique, macambira e
a) o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. raiz de mucunã, e continuaria comendo até hoje essas plantas pra
c) a Superintendência de Desenvolvimento da Pesca. não largar minha terra, se não fosse a sede desesperada. Foi a sede
d) o Instituto do Meio Ambiente. que me botou pra fora..., mais do que a fome.”
e) a Secretaria Especial do Meio Ambiente. Fala de Seu Maneca do Crato, personagem fictício (CASTRO, Josué
de. Homens e caranguejos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
67. Esse produto agrícola foi responsável por uma verdadeira revolução 2001, p. 95-96).
socioeconômica no Brasil moderno. O produto responde por uma en- A passagem tem como cenário uma importante sub-região do Nor-
trada de dinheiro para o Brasil de mais de sete bilhões de dólares deste brasileiro, muito bem caracterizada na fala do personagem.
anuais mais cinco vezes esse valor, se considerados os benefícios Trata-se do(a)
que gera ao longo da sua extensa cadeia produtiva. (...) O explosivo a) Zona da Mata, considerada a mais próspera das sub-regiões nordes-
crescimento da produção, de quase 260 vezes no transcorrer de ape- tinas, graças ao elevado nível de desenvolvimento tecnológico da ati-
nas quatro décadas, determinou uma série de mudanças sem prece- vidade agrícola, que prosperou principalmente devido à predominân-
dentes na história do país. (<http://:www.embrapa.gov.br> cia de minifúndios administrados por comunidades familiares.
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b) Agreste, considerado uma área de transição entre o sertão e a Zona b) A economia paranaense mostra-se bastante integrada ao modelo
da Mata; embora também assolada pela seca, a região tem trechos exportador nacional, tanto no que se refere à produção de soja
úmidos que se encontram livres da prolongada estiagem, são os (Campos Gerais, Oeste e Sudoeste, além do Norte) como na de mi-
chamados “brejos”, áreas úmidas, espécies de oásis dentro de um nério de ferro (Adrianópolis – Vale do Ribeira).
deserto. c) O Brasil possui um potencial turístico muito significativo, que pode ser
c) Meio Norte, assim denominado porque grande parte de sua extensão atestado pelo seu clima predominantemente quente e pelas suas
tem características amazônicas, mas possui áreas secas, com vege- inúmeras paisagens naturais. Contudo, a valorização da mão-de-obra
tação xerófita, como o xiquexique; sua população é marcada pela for- pode representar um obstáculo para seu desenvolvimento.
te emigração. d) O turismo promove o desenvolvimento econômico e social na medida
d) Sertão, considerado a mais pobre das sub-regiões nordestinas, em que gera renda, distribui riqueza e proporciona inclusão social.
caracterizada por longos períodos de estiagens e pela forte emigra- e) O fato de a soja, o ferro e o turismo encabeçarem a lista das exporta-
ção do sertanejo, que procura principalmente a Zona da Mata. A seca ções brasileiras atesta que nossa economia permanece marcada-
sertaneja é considerada um problema mais social do que simples- mente agrária, com baixo nível de industrialização.
mente natural.
74. Assinale a alternativa INCORRETA.
71. No recente processo de (re)organização do espaço paraense, o a) A economia do Brasil mudou muito no século XX.
modelo de ocupação do território tem provocado sérios impactos so- b) A economia do Brasil não é apenas agrária.
cioambientais, como c) A economia do Brasil cresceu fortemente durante todo o século XX.
a) o desmatamento da floresta amazônica, decorrente principalmente da d) A economia do Brasil ganhou centros urbanos durante o século XX.
ação dos chamados povos da floresta, que exploram intensivamente, e) A economia brasileira tem uma distribuição de renda desigual.
com fins capitalistas, os recursos naturais e também praticam a pe-
cuária extensiva para garantir sua própria sobrevivência. 75. Aproximadamente 90% da matriz energética elétrica brasileira pro-
b) a utilização dos campos limpos do Marajó, caracterizados pela exube- vém de hidrelétricas. Com base nisso, assinale a alternativa correta.
rância da vegetação e pela biodiversidade existente, para fins de cul- a) A topografia plana do território do estado do Paraná desfavorece a
tivo voltados para a exportação, o que provoca não só o comprome- construção de hidrelétricas para o aproveitamento energético de seus
timento do geossistema, mas também o rápido esgotamento do solo. rios.
c) a ação antrópica nas áreas de floresta de terra firme. De fato, o b) A produção de eletricidade no país conta com uma participação de
cultivo da soja tem contribuído decisivamente para o desgaste do so- aproximadamente 10% provenientes de termelétricas e da usina ter-
lo, considerado um dos mais ricos e férteis de todo o território brasilei- monuclear de Angra dos Reis.
ro. c) A bacia hidrográfica do Rio Paraná, situada no Centro-Sul do país,
d) as alterações ambientais no polígono dos castanhais, devido princi- apresenta um elevado potencial energético que, contudo, é subapro-
palmente ao intenso desmatamento para criar novos espaços desti- veitado.
nados a atividades agropastoris, tornando o Sul e o Sudeste do Pará d) Devido à infra-estrutura de que dispõe para a geração de eletricidade,
áreas de significativa degradação ambiental. o país não corre riscos de “apagões”.
e) Por serem uma fonte de energia limpa, as hidrelétricas são, do ponto
72. Com a implantação do Plano de Desenvolvimento da Amazônia, na de vista ambiental, a melhor alternativa energética para o país.
década de 70 do século XX, ocorreu a instalação de grandes projetos
minerometalúrgicos, agropecuários e de colonização, que alteraram a 76. A descoberta da reserva de petróleo no Campo de Tupi poderá
estrutura produtiva do espaço econômico paraense. Em relação a es- transformar o Brasil em grande exportador do combustível. A man-
ses projetos, é verdadeiro afirmar que o(a) chete, publicada em vários jornais do Brasil e do mundo, no início do
a) Usina Hidroelétrica de Tucuruí, em sua fase inicial, teve sua produção ano de 2008, demonstra a importância desse lençol de petróleo situ-
destinada ao abastecimento, a baixo custo, dos municípios do seu ado
entorno. a) junto à costa do Paraná.
b) Projeto Jari foi o que menos provocou alterações socioambientais, b) no Recôncavo Baiano.
pois seu objetivo principal era a fabricação da pasta de celulose obti- c) no litoral do Nordeste.
da da exploração de espécies nativas, em especial as palmeiras das d) próximo à foz do rio Amazonas.
várzeas amazônicas. e) no litoral do Sudeste.
c) Projeto Ferro Carajás, que tem como objetivo principal a exploração
do minério de ferro, é responsável em grande parte pela degradação 77. Este problema ambiental é observado em várias áreas rurais brasilei-
ambiental de sua área circunvizinha, visto que ainda utiliza, em volu- ras.
me considerável, o carvão vegetal para alimentar seus fornos side-
rúrgicos.
d) Projeto Trombetas, instalado em Barcarena, é responsável em gran-
de parte pela significativa melhoria da qualidade de vida dos habitan-
tes da Vila dos Cabanos, devido em especial ao aumento da oferta de
emprego que propiciou.
73. Leia com atenção o trecho de uma matéria que circulou recentemente
pelo país.
O bom desempenho do turismo este ano está levando o setor a
despontar como forte aliado ao desenvolvimento econômico e social
do Brasil. Segundo o Ministério do Turismo, nos primeiros oito meses
de 2005 o setor arrecadou cerca de US$ 2,526 bilhões, marca que ul-
trapassa todo o total acumulado em 2003 – US$ 2,125 bilhões.
O desempenho faz o turismo figurar em terceiro lugar na balança de
exportações brasileiras, atrás somente da soja em grãos e do minério
de ferro. Assinale a alternativa que apresenta causas desse problema.
(Fonte: Gazeta do Povo, 04 out. 2005, p. 18.) a) Forte pluviosidade – solos muito pedregosos.
A partir da análise do texto, assinale a alternativa correta. b) Desmatamento – práticas agrícolas inadequadas.
a) O turismo no estado do Paraná é incipiente, uma vez que seus atrati- c) Cultivos em áreas de várzeas – uso de máquinas agrícolas.
vos são pouco expressivos e a infra-estrutura de transportes e de ho- d) Queimadas – forte ação de ventos.
telaria é relativamente precária. e) Solos com pequena fertilidade – excesso de chuvas.
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78. Anualmente, quando tem início o período de chuvas, ocorrem em
várias partes do Brasil cenas de escorregamento como esta. 81. Nesta região brasileira ocorre atualmente a maior expansão agrícola
do país, com o predomínio das grandes propriedades que desenvol-
vem extensas monoculturas e o uso intensivo de máquinas, corretivos
químicos e fertilizantes que acabam por provocar fortes impactos am-
bientais. Muitos desses estabelecimentos agrícolas pertencem ou es-
tão associados aos complexos agroindustriais.
O texto faz referência à região
a) Sul, que desenvolve grandes cultivos de milho e trigo.
b) Nordeste, que tem ampliado o cultivo de frutas.
c) Norte, que tem aumentado as áreas canavieiras.
d) Sudeste, que introduziu, recentemente, o cultivo de laranja.
e) Centro-Oeste, que abriga grandes plantações de soja.
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Exame Nacional do Ensino Médio
ENEM
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
VOLUME 2
FÍSICA
• Conhecimentos básicos e fundamentais – Noções de ordem de grandeza. Notação Científica. Sistema Internacional de Unidades. Metodologia
de investigação: a procura de regularidades e de sinais na interpretação física do mundo. Observações e mensurações: representação de
grandezas físicas como grandezas mensuráveis. Ferramentas básicas: gráficos e vetores. Conceituação de grandezas vetoriais e escalares.
Operações básicas com vetores ............................................................................................................................................................................01
• O movimento, o equilíbrio e a descoberta de leis físicas – Grandezas fundamentais da mecânica: tempo, espaço, velocidade e aceleração.
Relação histórica entre força e movimento. Descrições do movimento e sua interpretação: quantificação do movimento e sua descrição matemáti-
ca e gráfica. Casos especiais de movimentos e suas regularidades observáveis. Conceito de inércia. Noção de sistemas de referência inerciais e
não inerciais. Noção dinâmica de massa e quantidade de movimento (momento linear). Força e variação da quantidade de movimento. Leis de
Newton. Centro de massa e a ideia de ponto material. Conceito de forças externas e internas. Lei da conservação da quantidade de movimento
(momento linear) e teorema do impulso. Momento de uma força (torque). Condições de equilíbrio estático de ponto material e de corpos rígidos.
Força de atrito, força peso, força normal de contato e tração. Diagramas de forças. Identificação das forças que atuam nos movimentos circulares.
Noção de força centrípeta e sua quantificação. A hidrostática: aspectos históricos e variáveis relevantes. Empuxo. Princípios de Pascal,
Arquimedes e Stevin: condições de flutuação, relação entre diferença de nível e pressão hidrostática ...............................................................09
• Energia, trabalho e potência – Conceituação de trabalho, energia e potência. Conceito de energia potencial e de energia cinética.
Conservação de energia mecânica e dissipação de energia. Trabalho da força gravitacional e energia potencial gravitacional. Forças
conservativas e dissipativas ...................................................................................................................................................................................28
• A mecânica e o funcionamento do universo – Força peso. Aceleração gravitacional. Lei da Gravitação Universal. Leis de Kepler. Movimentos
de corpos celestes. Influência na Terra: marés e variações climáticas. Concepções históricas sobre a origem do universo e sua evolução............32
• Fenômenos elétricos e magnéticos – Carga elétrica e corrente elétrica. Lei de Coulomb. Campo elétrico e potencial elétrico. Linhas de campo.
Superfícies equipotenciais. Poder das pontas. Blindagem. Capacitores. Efeito Joule. Lei de Ohm. Resistência elétrica e resistividade. Relações
entre grandezas elétricas: tensão, corrente, potência e energia. Circuitos elétricos simples. Correntes contínua e alternada. Medidores elétricos.
Representação gráfica de circuitos. Símbolos convencionais. Potência e consumo de energia em dispositivos elétricos. Campo magnético.
Imãs permanentes. Linhas de campo magnético. Campo magnético terrestre ...... ...............................................................................................35
• Oscilações, ondas, óptica e radiação – Feixes e frentes de ondas. Reflexão e refração. Óptica geométrica: lentes e espelhos. Formação de
imagens. Instrumentos ópticos simples. Fenômenos ondulatórios. Pulsos e ondas. Período, frequência, ciclo. Propagação: relação entre
velocidade, frequência e comprimento de onda. Ondas em diferentes meios de propagação .............................................................................51
• O calor e os fenômenos térmicos – Conceitos de calor e de temperatura. Escalas termométricas. Transferência de calor e equilíbrio térmico.
Capacidade calorífica e calor específico. Condução do calor. Dilatação térmica. Mudanças de estado físico e calor latente de transformação.
Comportamento de gases ideais. Máquinas térmicas. Ciclo de Carnot. Leis da Termodinâmica. Aplicações e fenômenos térmicos de uso
cotidiano. Compreensão de fenômenos climáticos relacionados ao ciclo da água .... ...........................................................................................60
QUÍMICA
• Transformações químicas – Evidências de transformações químicas. Interpretando transformações químicas. Sistemas gasosos: Lei dos gases.
Equação geral dos gases ideais, Princípio de Avogadro, conceito de molécula; massa molar, volume molar dos gases. Teoria cinética dos gases.
Misturas gasosas. Modelo corpuscular da matéria. Modelo atômico de Dalton. Natureza elétrica da matéria: Modelo Atômico de Thomson,
Rutherford, Rutherford-Bohr. Átomos e sua estrutura. Número atômico, número de massa, isótopos, massa atômica. Elementos químicos e
Tabela Periódica. Reações químicas .....................................................................................................................................................................11
• Representação das transformações químicas – Fórmulas químicas. Balanceamento de equações químicas. Aspectos quantitativos das
transformações químicas. Leis ponderais das reações químicas. Determinação de fórmulas químicas. Grandezas químicas: massa, volume,
mol, massa molar, constante de Avogadro. Cálculos estequiométricos ......... .......................................................................................................19
• Materiais, suas propriedades e usos – Propriedades de materiais. Estados físicos de materiais. Mudanças de estado. Misturas: tipos e métodos
de separação. Substâncias químicas: classificação e características gerais. Metais e ligas metálicas. Ferro, cobre e alumínio. Ligações metálicas.
1 ENEM - VOL.2
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Substâncias iônicas: características e propriedades. Substâncias iônicas do grupo: cloreto, carbonato, nitrato e sulfato. Ligação iônica. Substân-
cias moleculares: características e propriedades. Substâncias moleculares: H2, O2, N2, Cl2, NH3, H2O, HCl, CH4. Ligação covalente. Polaridade
de moléculas. Forças intermoleculares. Relação entre estruturas, propriedade e aplicação das substâncias. .... ................................................21
• Água – Ocorrência e importância na vida animal e vegetal. Ligação, estrutura e propriedades. Sistemas em solução aquosa: soluções
verdadeiras, soluções coloidais e suspensões. Solubilidade. Concentração das soluções. Aspectos qualitativos das propriedades coligativas
das soluções. Ácidos, bases, sais e óxidos: definição, classificação, propriedades, formulação e nomenclatura. Conceitos de ácidos e bases.
Principais propriedades dos ácidos e bases: indicadores, condutibilidade elétrica, reação com metais, reação de neutralização.............................28
• Transformações químicas e energia – Transformações químicas e energia calorífica. Calor de reação. Entalpia. Equações termoquímicas.
Lei de Hess. Transformações químicas e energia elétrica. Reação de oxirredução. Potenciais padrão de redução. Pilha. Eletrólise. Leis de
Faraday. Transformações nucleares. Conceitos fundamentais da radioatividade. Reações de fissão e fusão nuclear. Desintegração radioativa e
radioisótopos ........................ .................................................................................................................................................................................38
• Dinâmica das transformações químicas – Transformações químicas e velocidade. Velocidade de reação. Energia de ativação. Fatores que
alteram a velocidade de reação: concentração, pressão, temperatura e catalisador ..... .......................................................................................43
• Transformação química e equilíbrio – Caracterização do sistema em equilíbrio. Constante de equilíbrio. Produto iônico da água, equilíbrio
ácido-base e pH. Solubilidade dos sais e hidrólise. Fatores que alteram o sistema em equilíbrio. Aplicação da velocidade e do equilíbrio químico
no cotidiano ........................ ...................................................................................................................................................................................44
• Compostos de carbono – Características gerais dos compostos orgânicos. Principais funções orgânicas. Estrutura e propriedades de
hidrocarbonetos. Estrutura e propriedades de compostos orgânicos oxigenados. Fermentação. Estrutura e propriedades de compostos orgânicos
nitrogenados. Macromoléculas naturais e sintéticas. Noções básicas sobre polímeros. Amido, glicogênio e celulose. Borracha natural e sintética.
Polietileno, poliestireno, PVC, teflon, náilon. Óleos e gorduras, sabões e detergentes sintéticos. Proteínas e enzimas...........................................45
• Relações da Química com as tecnologias, a sociedade e o meio ambiente – Química no cotidiano. Química na agricultura e na saúde. Química
nos alimentos. Química e ambiente. Aspectos científico-tecnológicos, socioeconômicos e ambientais associados à obtenção ou produção de
substâncias químicas. Indústria química: obtenção e utilização do cloro, hidróxido de sódio, ácido sulfúrico, amônia e ácido nítrico. Mineração e
metalurgia. Poluição e tratamento de água. Poluição atmosférica. Contaminação e proteção do ambiente ........................................................60
• Energias químicas no cotidiano – Petróleo, gás natural e carvão. Madeira e hulha. Biomassa. Biocombustíveis. Impactos ambientais de
combustíveis fósseis. Energia nuclear. Lixo atômico. Vantagens e desvantagens do uso de energia nuclear.........................................................75
BIOLOGIA
• Moléculas, células e tecidos – Estrutura e fisiologia celular: membrana, citoplasma e núcleo. Divisão celular. Aspectos bioquímicos das
estruturas celulares. Aspectos gerais do metabolismo celular. Metabolismo energético: fotossíntese e respiração. Codificação da informação
genética. Síntese proteica. Diferenciação celular. Principais tecidos animais e vegetais. Origem e evolução das células. Noções sobre células-
tronco, clonagem e tecnologia do DNA recombinante. Aplicações de biotecnologia na produção de alimentos, fármacos e componentes biológicos.
Aplicações de tecnologias relacionadas ao DNA a investigações científicas, determinação da paternidade, investigação criminal e identificação
de indivíduos. Aspectos éticos relacionados ao desenvolvimento biotecnológico. Biotecnologia e sustentabilidade..................................................07
• Hereditariedade e diversidade da vida – Princípios básicos que regem a transmissão de características hereditárias. Concepções pré-mendelianas
sobre a hereditariedade. Aspectos genéticos do funcionamento do corpo humano. Antígenos e anticorpos. Grupos sanguíneos, transplantes e
doenças autoimunes. Neoplasias e a influência de fatores ambientais. Mutações gênicas e cromossômicas. Aconselhamento genético.
Fundamentos genéticos da evolução. Aspectos genéticos da formação e manutenção da diversidade biológica.....................................................13
• Identidade dos seres vivos – Níveis de organização dos seres vivos. Vírus, procariontes e eucariontes. Autótrofos e heterótrofos. Seres
unicelulares e pluricelulares. Sistemática e as grandes linhas da evolução dos seres vivos. Tipos de ciclo de vida. Evolução e padrões anatômicos
e fisiológicos observados nos seres vivos. Funções vitais dos seres vivos e sua relação com a adaptação desses organismos a diferentes
ambientes. Embriologia, anatomia e fisiologia humana. Evolução humana. Biotecnologia e sistemática..............................................................24
• Ecologia e ciências ambientais – Ecossistemas. Fatores bióticos e abióticos. Habitat e nicho ecológico. A comunidade biológica: teia alimentar,
sucessão e comunidade clímax. Dinâmica de populações. Interações entre os seres vivos. Ciclos biogeoquímicos. Fluxo de energia no
ecossistema. Biogeografia. Biomas brasileiros. Exploração e uso de recursos naturais. Problemas ambientais: mudanças climáticas, efeito
estufa; desmatamento; erosão; poluição da água, do solo e do ar. Conservação e recuperação de ecossistemas. Conservação da biodiversidade.
Tecnologias ambientais. Noções de saneamento básico. Noções de legislação ambiental: água, florestas, unidades de conservação;
biodiversidade ........................ ...............................................................................................................................................................................35
• Origem e evolução da vida – A biologia como ciência: história, métodos, técnicas e experimentação. Hipóteses sobre a origem do Universo,
da Terra e dos seres vivos. Teorias de evolução. Explicações pré-darwinistas para a modificação das espécies. A teoria evolutiva de
Charles Darwin. Teoria sintética da evolução. Seleção artificial e seu impacto sobre ambientes naturais e sobre populações humanas..................38
• Qualidade de vida das populações humanas – Aspectos biológicos da pobreza e do desenvolvimento humano. Indicadores sociais,
ambientais e econômicos. Índice de desenvolvimento humano. Principais doenças que afetam a população brasileira: caracterização,
prevenção e profilaxia. Noções de primeiros socorros. Doenças sexualmente transmissíveis. Aspectos sociais da biologia: uso indevido de
drogas; gravidez na adolescência; obesidade. Violência e segurança pública. Exercícios físicos e vida saudável. Aspectos biológicos do
desenvolvimento sustentável. Legislação e cidadania............. ..............................................................................................................................60
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APOSTILAS OPÇÃO
Emprega-se então a notação com potências de dez, também conhe- (3 x 10-2) ÷ (4 x 10-3) = (3 ÷ 4) x (10-2-(-3)) = 0,75 x 101 = 7,5
cida como notação científica. A vantagem do uso desta notação é substi- (3,2 x 102) ÷ (2 x 103) = (3,2 ÷ 2) x (102-3) = 1,6 x 10-1
tuir o número de zeros da grandeza por 10 elevado ao um expoente igual
ao número de zeros. Por exemplo: (2 x 10-5) ÷ (4 x 103) = (2 ÷ 4) x (10-5-3) = 0,5 x 10-8 = 5 x 10-9
Diâmetro da bactéria: 0,000001 m = 10-6 m Para somar ou subtrair números com notação científica (potência de
dez), os expoentes devem ser iguais. Portanto, o primeiro passo é trans-
No primeiro exemplo, o expoente 7 é igual ao número de zeros que formar os dois números para potências de dez com o mesmo expoente.
aparece no número que define o valor do diâmetro da terra. No segundo Assim, os números podem ser somados ou subtraídos normalmente.
exemplo o expoente 6 também é o número de zeros que define o valor da Exemplos:
grandeza “diâmetro da bactéria”, porém o expoente é negativo, o que
significa que é menor que a unidade. Outros exemplos: 10-2 + 10-3 = 1 x 10-2 + 1 x 10-3 =10 x 10-3 + 1 x 10-3 = 11 x 10-3 = 1,1 x
10-2
101=10
102=100 2,37 x 104 - 1,1 x 103 = 23,7 x 103 – 1,1 x 103 = 22,6 x 103 = 2,26 x 104
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ORDENS DE GRANDEZA Velocidade da luz no vácuo 300.000.000 m/s (metros por segundo) =
A ordem de grandeza de uma grandeza física é a potência de dez 3 x 108 m/s (ordem de grandeza 108 m/s).
que mais se aproxima do valor da grandeza. Por exemplo, foi dito anteri-
Potência média do motor de um automóvel de 1.000 cilindradas: 60
ormente que o diâmetro aproximado da terra é de 107 metros. Na verda-
de, um valor mais real para o diâmetro da terra é de 1,3 x 107 metros. CV (cavalosvapor) = 6 x 101 (ordem de grandeza de 101 CV).
Neste caso, diz se que a ordem de grandeza do diâmetro da terra é de
Potência aproximada do motor de um carro de Formula-1: 1000 cv =
107 metros. Outros exemplos:
103 cv (ordem de grandeza de 103 cv).
Altura média de uma pessoa adulta: 1,70 metros = 1,7 x 100 (ordem
de grandeza de 100 metros). Distância equivalente a 1 ano-luz: 9,46 x 1015 metros (ordem de
grandeza de 1015 metros)
Altura média de um edifício de 10 andares: 30 metros = 3 x 101
(ordem de grandeza de 101 metros). Raio de um átomo de hidrogênio: 5 x 10-11 metros (ordem de gran-
Velocidade média de um avião comercial de grande porte: 1000 km/h deza de 10-11 metros)
(quilômetros por hora) = 1 x 103 km/h (ordem de grandeza 103 km/h).
Velocidade média de um automóvel de passeio em rodovias de pista
dupla: 110 km/h = 1,1 x 102 km/h (ordem de grandeza 102 km/h).
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MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DO SI
Alternativamente à notação científica, quando a grandeza física é muito maior ou muito menor que a unidade, é comum utilizar-se os múltiplos e
submúltiplos das unidades. A Tab. 3 apresenta a correspondência entre a notação científica e os múltiplos e submúltiplos do SI.
Cada múltiplo/submúltiplo do SI tem um símbolo correspondente, que deve ser escrito na frente do símbolo da unidade. Por exemplo, o símbolo k
(quilo) corresponde a 103. Assim, dizer que uma certa distância é de 120 km, corresponde a dizer que esta distância é igual 120 x 10 3 m, ou 1,2 x 105 m.
Tabela 3 – Múltiplos e submúltiplos das unidades do SI
10n Prefixo Símbolo Escala curta Equivalente decimal
1024 yotta Y Septilhão 1 000 000 000 000 000 000 000 000
1021 zetta Z Sextilhão 1 000 000 000 000 000 000 000
1018 exa E Quintilhão 1 000 000 000 000 000 000
1015 peta P Quadrilhão 1 000 000 000 000 000
1012 tera T Trilhão 1 000 000 000 000
109 giga G Bilhão 1 000 000 000
106 mega M Milhão 1 000 000
103 quilo k Milhar 1 000
102 hecto h Centena 100
101 deca da Dezena 10
100 nenhum nenhum Unidade 1
10−1 deci d Décimo 0,1
10−2 centi c Centésimo 0,01
10−3 mili m Milésimo 0,001
10−6 micro μ (*) Milionésimo 0,000 001
10−9 nano n Bilionésimo 0,000 000 001
10−12 pico p Trilionésimo 0,000 000 000 001
10−15 femto f Quadrilionésimo 0,000 000 000 000 001
10−18 atto a Quintilionésimo 0,000 000 000 000 000 001
10−21 zepto z Sextilionésimo 0,000 000 000 000 000 000 001
10−24 yocto y Septilionésimo 0,000 000 000 000 000 000 000 001
* Pode ser escrito como 'u' se o 'μ' não estiver disponível, como em '10uF'
TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES
Conforme já mencionado, o sistema de unidades oficial do Brasil é o SI. Infelizmente, é bastante comum a utilização de outros sistemas de unidades,
como o Inglês, onde a unidade de comprimento é a polegada. Outras unidades bastante utilizadas na prática são o quilograma-força (símbolo kgf) para
força, o cavalo vapor (símbolo CV) e “horse-power” (símbolo HP) para potência, a atmosfera (símbolo atm) e o bar (símbolo bar) para pressão, entre
muitos outros. Muitas vezes, é necessário transformar estas unidades para as do SI.
Isto pode ser feito de diversas maneiras, como:
Substituição de múltiplos/submúltiplos
Tabelas,
Regra de três simples
SUBSTITUIÇÃO DE MÚLTIPLOS/SUBMÚLTIPLOS
O método da substituição de múltiplos e submúltiplos só pode ser usado para unidades do SI. Para transformar múltiplos e submúltiplos de unidades
basta escrever em notação em potência de dez e rearranjar para o múltiplo ou submúltiplo desejado. Exemplos:
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MÉTODO DA TABELA
O método da tabela é usado para transformar unidades de sistemas diferentes. A Tab. 4 apresenta na coluna do meio os fatores que devem ser mul-
tiplicados à unidade da primeira coluna para se obter a unidade da última coluna. Por exemplo para se transformar polegada (primeira coluna) para metro
(última coluna), deve-se multiplicar por 0,0254 (1 pol x 0,00254 = 0,0254 m = 2,54 cm = 25,4 mm). Outros exemplos:
5 ft em pol: 5 x 12 “ = 60”
1 mi em km: 1 x 1.609 m = 1.609 m 1,6 km
20 psi em kPa: 20 x 6.899 Pa = 137.980 Pa 138 kPa
7.000 BTU/h em kW: 7.000 x 0,293 = 2.051 W 2 kW
Para se fazer a transformação inversa, ou seja transformar as unida- REGRA DE TRÊS SIMPLES
des da última coluna para as da primeira coluna, basta dividir pelo valor
da coluna do meio. Por exemplo, para transformar 5 metros cúbicos O método da regra de três simples é usado para transformar tanto
(última coluna) em litros (primeira coluna), deve-se dividir por 10-3 (coluna unidades de sistemas diferentes quanto unidades do SI. Basta saber a
do meio), ou seja: correspondência entre as unidades inicial e final. Por exemplo, para se
transformar 3 polegadas em metro, deve-se saber de antemão que 1 pol
5 3 corresponde a 0,0254 m (coluna do meio da Tab. 4). Nesta caso temos a
5 10 ou 5.000 seguinte relação de proporção:
-3
10
Outros exemplos: 1 pol = 0,0254 m
3
2.10 3 pol = Xm
2 kW em HP: 2.103 W = 2,68 HP
746
Efetuando a multiplicação cruzada temos: 1 . X = 3 . 0,0254.
3
800 10 Portanto: X = 0,0762 m
800 kPa em atm: 800.103 = 7,9 atm
3
101,3 10
Física 4 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Suponha agora que queremos converter este valor para centímetros.
Devemos saber de antemão que 1 centímetro é igual a 10-2 metros (Tab.
3). Podemos então escrever a seguinte proporção:
1 cm = 10-2 m
X cm = 0,0762 m
Efetuando a multiplicação cruzada temos: 1 . 0,0762 = X . 10-2. Figura 1 – Área Da Superfície De Um Retângulo
Isolando X na equação acima temos: É importante observar que mesmo quando a área não tem forma de
0,0762 retângulo, a unidade de superfície será sempre a unidade de comprimen-
2
X 0,0762 10 7,62 cm to ao quadrado. Por exemplo, a área superficial de um círculo de raio “r” e
2
10 diâmetro “d” (ver Fig. 2), pode ser calculado com as seguintes fórmulas:
Outros exemplos:
5 ft em pol:
1 ft = 12 “
5 ft = X”
1 . X = 5 . 12
X = 60”
2 kW em HP:
1 HP = 746 W
X HP = 2.103 W
1. 2.103 = X . 746
3
2 10 Figura 2 – Área da superfície de um círculo
x 2,68 HP
746 Tanto “r” como “d” são medidos em [m], e ambos estão elevados ao
quadrado nas fórmulas.
Logo, a medida da área superficial “S “ de um círculo terá unidade
OBTENÇÃO DE UNIDADES PELO CONCEITO FÍSICO DAS GRANDEZAS [m2]. O mesmo raciocínio vale para qualquer outro formato de superfície.
Conforme já pode ser visto até agora, existe uma grande quantidade VOLUME
de unidades com as quais o profissional pode se deparar em sua vida. No
entanto, sabemos da importância de se dominar o conhecimento das De maneira semelhante à superfície, o volume é calculado a partir da
unidades das grandezas físicas. Para evitar termos que “decorar” todas multiplicação de dimensões de comprimento. Da matemática, sabemos
estas unidades, é possível deduzir a unidade de uma certa grandeza a que o volume de um cubo, por exemplo, é a medida do lado “a” elevado à
partir do conhecimento do seu conceito físico. Estudaremos aqui como potência 3 (ver Fig. 3). Logo, a unidade de volume é igual à unidade de
obter a unidade a partir da fórmula das seguintes grandezas físicas: comprimento elevada à potência 3 ou seja, [m3], [cm3], etc.
superfície, volume, densidade (linear, superficial e volumétrica), vazão,
pressão, potência elétrica e energia elétrica.
SUPERFÍCIE
Suponhamos que você deseja trocar o piso cerâmico do banheiro de
sua casa. O banheiro tem forma de retângulo e mede 2,5 metros de
largura por 4 metros de comprimento.
Se você for a uma loja de material de construção para comprar o piso
desejado, o vendedor vai perguntar qual a área em metros quadrados de
piso você deseja comprar. Para obter esta informação, você multiplica as
duas dimensões do chão do banheiro, ou seja: 2,5 m x 4 m = 2,5 x 4 x m Figura 3 – Volume de um cubo
x m = 10 m2. O símbolo m2 apareceu porque sabemos da matemática
que: X . X = X2. Desta forma, se lembrarmos que a medida de superfície é Semelhante ao que acontece com a área superficial, o volume terá
sempre o produto de duas dimensões de comprimento, a unidade de sempre unidades de comprimento ao cubo (potência 3), independente-
superfície será a unidade de comprimento ao quadrado. A Fig. 1 apresen- mente do formato. Ex. esfera, paralelepípedos, cones, etc.
ta isso de forma resumida.
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Para isso, é preciso levar em conta que a Física, a Biologia, a Quími- agasalhar, o telefone para comunicarmos mais rápido, a televisão para
ca, enfim, todas as ciências têm formas particulares de expressar as trazer notícias do outro lado do mundo.
relações que elas estabelecem entre os fatos e os fenômenos que elas
estudam, assim como os resultados de suas experiências. Essas formas Todas essas coisas foram inventadas, construídas e melhoradas pa-
particulares constituem uma linguagem especial, que é utilizada para ra aumentar a capacidade do homem em todos os sentidos: algumas
expressar o significado das relações e das transformações que estão para tornar as nossas atividades de trabalho mais eficientes; outras para
sendo estudadas. nos dar maior conforto e prazer; outras para ampliar o nosso tempo de
vida. Pense numa lista de coisas que você utiliza normalmente em um dia
Quando nós queremos expressar nosso conhecimento, quando que- para fazer as suas atividades. Observe que cada uma dessas coisas que
remos contar algo que sabemos, nós utilizamos uma linguagem que você utiliza é para lhe ajudar, ou seja, elas aumentam ou ampliam os
aprendemos ao longo de nossa vida. Usamos, então, o que é chamado resultados de suas ações. Com certeza, essa lista será enorme, quase
de linguagem natural – o português, no nosso caso. sem fim.
Usando essa linguagem, que todos nós aprendemos e que todos nós
conhecemos, nós nos comunicamos. Com ela, podemos transmitir nosso
conhecimento, informando a alguém como chegar a algum lugar, pode-
mos ensinar a quem não sabe a utilização do caixa automático de um
banco, podemos contar para um outro nossos sonhos e nossos sentimen-
tos.
Com as ciências é a mesma coisa. Quem faz ciência – os cientistas –
tem necessidade de uma linguagem própria para expressar o seu conhe-
cimento, isto é, o que descobriu a respeito das coisas, dos fatos, dos
fenômenos que estudou, que analisou. Para fazer isso, o cientista utiliza
também uma linguagem que é diferente, às vezes muito diferente, da
nossa linguagem de todos os dias. Assim, a linguagem das ciências é
uma linguagem diferente, mas ela não é misteriosa, ela não é esotérica,
ela não é secreta. Para conhecê-la, para usá-la, basta um pouco de
esforço e algum estudo.
É por isso que este item se chama “sinais da ciência”. Tem esse no-
me porque nele vamos nos familiarizar com códigos, termos científicos e
tecnológicos e também com os caminhos que a ciência utiliza para expli-
car fenômenos importantes do mundo em que vivemos. Todas essas coisas como cama, relógio, ônibus, televisão, fogão,
roupa, remédios foram inventadas, desenvolvidas e construídas basea-
AS LINGUAGENS E CÓDIGOS DA CIÊNCIA das em resultados de pesquisas científicas e tecnológicas e assim, fre-
quentemente, são chamadas de “objetos” tecnológicos. Para se ter uma
Vamos utilizar um problema que está relacionado com o tratamento ideia de como dependemos desses objetos tecnológicos, basta imaginar
do solo para que nele possam ser plantados girassóis. Tratar a terra para uma situação bastante conhecida de todos nós: um dia em que “acaba a
que ela possa produzir melhor verduras, frutas, legumes e grãos, por luz”. Que transtorno, quase tudo deixa de funcionar! Nós nos sentimos
exemplo, é uma prática muito importante. Por isso, desde tempos mais completamente perdidos, porque da nossa maneira de viver fazem parte
antigos, os agricultores e, nos últimos séculos, os cientistas procuram todas essas coisas.
conhecer os recursos que podem ser usados para obter bons rendimen-
tos das terras cultivadas e para proteger as plantações das pragas e do Um cotidiano sem eletricidade é um cotidiano de natureza bem dife-
mau tempo. rente daquele que conhecemos hoje. Imagine como seriam as atividades
de um jovem da época em que não se conhecia a energia elétrica. Como
A tecnologia em nosso dia-a-dia ele estudava? Como ele se divertia?
Dos objetos que aparecem no quadro ao lado, você é capaz de dizer O que bebia? O que comia? Que profissões existiam? Que doenças
quais começaram a frequentar as nossas casas há mais de 20 anos? E adquiriam? Que tratamentos existiam? Se, por um lado, toda essa tecno-
há mais de 50 anos? E há mais de 100 anos? A geladeira, a televisão e o logia que existe hoje proporciona a melhoria da qualidade de vida, por
carro começaram a fazer parte de cenário familiar há mais de 50 anos. outro, ela cria outros valores baseados, muitas vezes, em razões mais
A cama, o relógio e a panela há mais de 100 anos. Telefone celular, técnicas e comerciais do que humanas.
microcomputador e toca-CD com certeza só fazem parte do cotidiano das Para a utilização consciente e correta de todos esses produtos tecno-
pessoas que vivem no momento atual. Todos esses aparelhos ou coisas lógicos, que fazem parte de nosso dia-a-dia, é necessário compreender,
foram mudando no tempo, seja na aparência, na durabilidade, na eficiên- além dos conhecimentos técnico-científicos neles envolvidos, os aspectos
cia. Procure ver em livros, revistas ou fotos antigas como eram esses éticos e sociais relacionados com a sua produção, comercialização e
produtos na década de 50. Por exemplo, o automóvel era de lataria utilização.
bastante rígida e baixa durabilidade, enferrujando em menos de dois
anos; o formato pouco aerodinâmico e motor de baixa eficiência desen-
volviam aproximadamente 5km por litro. E o que dizer da beleza do
carro? O bonito também muda com o tempo. FERRAMENTAS BÁSICAS: GRÁFICOS E VETORES.
CONCEITUAÇÃO DE GRANDEZAS VETORIAIS E ESCALARES. OPE-
Se você conhece um eletricista com mais de 50 anos, pergunte a ele RAÇÕES BÁSICAS COM VETORES.
como eram as antigas televisões. Provavelmente, ele terá uma guardada
em uma de suas prateleiras. Pergunte, também, como era o rádio dessa
época. Pergunte como funcionavam esses aparelhos. VETORES
Para que foram inventadas todas essas coisas? A geladeira, por A representação matemática de uma grandeza vetorial é o vetor re-
exemplo, para conservar os alimentos por mais tempo, o despertador presentado graficamente pelo segmento de reta orientado (Fig. 1), que
para avisar a hora de levantar, a faca para ajudar a cortar o pão, o CD apresenta as seguintes características:
para trazer a música para casa, o ônibus para levar ao trabalho, a lâmpa- Módulo do vetor - é dado pelo comprimento do segmento em uma
da para enxergarmos à noite, o remédio para curar doença, a roupa para escala adequada (d = 5 cm).
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Direção do vetor - é dada pela reta suporte do segmento (30o com a origem do primeiro e extremidade coincidente com a extremidade do
horizontal). segundo) (Fig. 3).
Sentido do vetor - é dado pela seta colocada na extremidade do
segmento.
Notação:
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Qual o significado das componentes do vetor? Significa que os dois posição inicial e transportar esta medida para a nova posição. O erro é
vetores componentes atuando nas direções x e y podem substituir o vetor menor medindo-se desta forma do que com régua.
d, produzindo o mesmo efeito.
Para determinar os valores destas componentes, aplicam-se as rela-
ções trigonométricas para o triângulo retângulo OAB (fig.6a ou 6b).
Figura 2
(A) Adição de dois vetores (triangulação).
(B) Diferença entre dois vetores (triangulação).
As fig. 2A e 2B mostram como se faz a adição e a diferença entre
dois vetores S1 e S2 (fig. 1A), usando o método da triangulação.
Figura 6b - Triângulo retângulo OAB.
A adição de dois vetores (fig. 2A) foi realizada movendo-se o vetor S2
Para o triângulo OAB da fig. 6b, que é o da mesmo da fig. 6a, valem tal que a origem dele coincidisse com a extremidade de S1.
as relações: O vetor soma S1 + S2 é o vetor que fecha o triângulo, cuja origem
sen = cateto oposto / hipotenusa = dy / d. coincide com a origem do primeiro vetor e a extremidade coincide com a
Resolvendo para dy, tem-se que: extremidade do segundo vetor.
A diferença entre os dois vetores (S2 e S1) foi realizada movendo-se
dy = d sen
o vetor S1 (fig. 2B), considerando o vetor oposto (- S1).
componente vertical do vetor d na direção Y (2a)
O vetor diferença S2 - S1 é o vetor que fecha o triângulo, cuja origem
cos = cateto adjacente / hipotenusa = dx / d. coincide com a origem do vetor S2 e a extremidade coincide com a ex-
Resolvendo para dx , tem-se que: tremidade do vetor - S1.
dx = d cos Se quisermos a diferença S1 - S2 , devemos mover o vetor S2, consi-
componente horizontal do vetor d na direção X (2b) derando o oposto dele (-S2).
Vetor velocidade
Aplicação numérica Sabemos que V = S/ t =(S2 - S1)/ t (1)
Podemos determinar a direção e o sentido do vetor V determinando a
diferença entre dois vetores deslocamento graficamente, usando a regra
do paralelogramo ou da triangulação (fig. 2B). O módulo é determinando
dividindo-se a medida do vetor S por t.
O vetor V tem a mesma direção e o mesmo sentido de S; o módulo
de V é proporcional a S.
Vetor aceleração
O vetor aceleração é dado pela relação:
Considerando que o módulo do vetor deslocamento é igual a 3,0 m, e A= V/ t (2)
o ângulo que este deslocamento faz com a direção X é igual a 60o, de-
Esta relação pode se reescrita em função de S. Como V = S / t ,
terminar as componentes deste vetor, dx e dy.
substituindo em (2), obtemos:
Substituindo em (2b):
A = ( S / t) / t
dx = d cos = 3,0 cos 60o = 3,0 * 0,50
A = S / t2 (3)
dx = 1,5 m
A vantagem da equação (3) é que expressando a aceleração em
Substituindo em (2a):
termos do vetor diferença S, a direção e o sentido do vetor A são os
dy = d sen = 3,0 sen 60o = 3,0 * 0,87 mesmos de S e o módulo de A é proporcional a S.
dy 2,6 m Para determinar graficamente o vetor A, o primeiro passo é construir
o vetor diferençça S. Este vetor aponta na mesma direção e sentido de
A. Medimos o comprimento deste vetor S em centímetros, e em seguida
dividimos o resultado por t2 (fig. 2).
ANÁLISE GRÁFICA DO MOVIMENTO
Repetindo este processo para cada duas posições sucessivas de
Movendo vetores uma trajetória, obtemos um quadro detalhado da aceleração do movimen-
Quando vamos fazer a adição ou a diferença de dois vetores grafi- to.
camente, precisamos mover o vetor tal que ele tenha sua origem coinci- Vamos aplicar este processo, considerando que a trajetória do movi-
dente com um novo ponto. mento do PUCK seja o da fig.3. (Huggins, 1979)
Vamos ver como se faz esta translação geometricamente.
Figura 1
(A) Os vetores deslocamento S1 e S2. (B) Movendo um vetor (S1).
Para mover um vetor (S1) para uma nova posição temos que, primei-
ro, desenhar uma reta paralela com o auxílio de uma régua e um transfe-
ridor como mostra a fig. 1B, transportando o vetor paralelamente para a
nova posição. Figura 3 - Determinando os vetores S1 e S2 em uma trajetória do PUCK
Para colocar o comprimento do vetor na nova posição, pode-se usar Medindo os comprimentos destes vetores S1 e S2 (fig. 3) que são
um pedaço de papel ou um compasso para medir o comprimento na iguais a 1 cm e considerando os intervalos de tempo t1 e t2 entre duas
Física 8 A Opção Certa Para a Sua Realização
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posições sucessivas iguais a 0,1s, obtemos os valores das acelerações PONTO REFERENCIAL
nas posições (1) e (2): Para determinarmos situações de movimento e repouso devemos
A1 = A2 = S/ t2 = (1 cm) / (0,1)2 = 100 cm/s2 adotar algum ponto como referencial, a partir do qual poderemos fazer a
classificação.
e a direção e o sentido de A1 e de A2 são os mesmos de S1 e S2, O Ponto Referencial pode ser qualquer objeto, e é considerado sem-
respectivamente. pre em repouso.
Deste modo obtemos as acelerações A1, A2, A3,...An graficamente. Você deve tomar cuidado com a classificação de situações de movi-
mento e repouso, pois estas são feitas em relação ao ponto referencial,
mesmo parecendo absurdas para o observador.
MOVIMENTO
Um corpo está em movimento quando a distância deste em relação
• O MOVIMENTO, O EQUILÍBRIO E A DESCOBERTA DE LEIS ao ponto referencial muda com o passar do tempo.
FÍSICAS – GRANDEZAS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA: REPOUSO
TEMPO, ESPAÇO, VELOCIDADE E ACELERAÇÃO. RELAÇÃO Um corpo está em repouso quando a distância deste em relação ao
HISTÓRICA ENTRE FORÇA E MOVIMENTO. DESCRIÇÕES DO ponto referencial não muda com o passar do tempo.
MOVIMENTO E SUA INTERPRETAÇÃO: QUANTIFICAÇÃO DO Exemplo:
MOVIMENTO E SUA DESCRIÇÃO MATEMÁTICA E GRÁFICA. Considere uma caneta colocada no bolso de um homem que cami-
CASOS ESPECIAIS DE MOVIMENTOS E SUAS REGULARIDA- nha pela sala. Em relação a um observador na mesma sala a caneta
DES OBSERVÁVEIS. CONCEITO DE INÉRCIA. NOÇÃO DE encontra-se em movimento ou em repouso? E em relação ao dono da
SISTEMAS DE REFERÊNCIA INERCIAIS E NÃO INERCIAIS. caneta?
NOÇÃO DINÂMICA DE MASSA E QUANTIDADE DE MOVI- Resposta:
MENTO (MOMENTO LINEAR). FORÇA E VARIAÇÃO DA Em relação ao observador a caneta encontra-se em movimento, pois
QUANTIDADE DE MOVIMENTO. LEIS DE NEWTON. CENTRO a distância entre o ponto referencial (observador) e o objeto (caneta) está
DE MASSA E A IDEIA DE PONTO MATERIAL. CONCEITO DE mudando. Em relação ao dono da caneta, esta encontra-se em repouso,
FORÇAS EXTERNAS E INTERNAS. LEI DA CONSERVAÇÃO pois a distância entre ambos não se altera.
DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO (MOMENTO LINEAR) E TRAJETÓRIA
TEOREMA DO IMPULSO. MOMENTO DE UMA FORÇA (TOR- É a representação gráfica do movimento de um objeto.
QUE). CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO ESTÁTICO DE PONTO Quando um objeto está em movimento, este ocupa várias posições
MATERIAL E DE CORPOS RÍGIDOS. FORÇA DE ATRITO, diferentes no espaço. A união dos pontos correspondentes às várias
FORÇA PESO, FORÇA NORMAL DE CONTATO E TRAÇÃO. posições adotadas corresponde à trajetória.
DIAGRAMAS DE FORÇAS. IDENTIFICAÇÃO DAS FORÇAS Cabe observar que a trajetória depende do referencial adotado, pois
QUE ATUAM NOS MOVIMENTOS CIRCULARES. NOÇÃO DE em relação a vários referenciais diferentes as trajetórias serão diferentes.
FORÇA CENTRÍPETA E SUA QUANTIFICAÇÃO. A HIDROSTÁ- Exemplo:
TICA: ASPECTOS HISTÓRICOS E VARIÁVEIS RELEVANTES. Qual a trajetória de uma laranja caindo de uma árvore em relação a
EMPUXO. PRINCÍPIOS DE PASCAL, ARQUIMEDES E STEVIN: um observador parado na frente da árvore? E em relação a um observa-
CONDIÇÕES DE FLUTUAÇÃO, RELAÇÃO ENTRE DIFERENÇA dor que passa em um carro que se afasta da árvore?
DE NÍVEL E PRESSÃO HIDROSTÁTICA.
CINEMÁTICA ESCALAR
Divisão da Mecânica
A Mecânica estuda o movimento dos corpos. Para estudarmos a Me- Resposta:
cânica, dividimo-la em duas grandes partes denominadas Cinemática e No primeiro caso a trajetória será uma reta vertical, e no segundo um
Dinâmica. arco de parábola.
POSIÇÃO OU ESPAÇO
A Cinemática procura apenas descrever o movimento dos corpos,
sem preocupar-se com as suas causas, e está dividida em Cinemática E a distância medida sobre a trajetória a partir do ponto referencial.
Escalar e Cinemática Vetorial. A Dinâmica, por sua vez, explica as cau- Esta distância pode ser medida em qualquer unidade.
sas dos movimentos e faz a ligação com os efeitos. É representada pela letra S.
ORIGEM
Para que seja possível descrever um movimento de forma correta,
precisamos de certos elementos que são medidos, como tempo, posição, O ponto referencial, a partir do qual começaremos a contagem da
velocidade e aceleração. Essas medidas são chamadas de Grandezas distância de um objeto recebe o nome de origem, e adota sempre o valor
Físicas, e permitem a descrição perfeita do movimento de um corpo. zero.
Para saber se um móvel encontra-se à direita ou a esquerda da ori-
PONTO MATERIAL gem, adotamos arbitrariamente um sentido positivo para a trajetória. O
Um corpo é considerado ponto material quando suas dimensões não mais comum é adotar o sentido da esquerda para a direita como sendo o
interferem no fenômeno estudado. Um corpo pode ser ou não ponto positivo.
material, dependendo apenas do fenômeno que está sendo estudado. Exemplo:
Um carro em uma estrada pode ser considerado um ponto material, pois
sua dimensão pode ser desprezada, quando comparada com a dimensão
da estrada, mas o mesmo carro não será ponto material quando conside-
rarmos o movimento de manobra em uma garagem, pois seu tamanho
não pode ser desprezado em relação ao tamanho da garagem.
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Desta maneira, quando o móvel estiver colocado à esquerda da ori- INTERVALO DE TEMPO
gem, adotará posições com valores negativos e quando estiver à direita,
adotará valores positivos para suas posições. É a diferença entre o instante final e o instante inicial do movimento.
E representado por At.
Lembre-se que esta convenção é a mais comum, mas não é a única,
foi adotada arbitrariamente, podendo ser modificada, conforme a vontade t = t – t0
ou necessidade que a resolução de uma questão nos coloque.
onde:
t = intervalo de tempo t = instante final
POSIÇÃO INICIAL
t0 = instante inicial
É representada por S0 e indica a posição do móvel no instante inicial
(t = 0). Você deve tomar cuidado para não confundir posição inicial com Tome o seguinte exemplo: Um caminhão parte da cidade A às 9 ho-
origem. A posição inicial pode adotar qualquer valor, inclusive o zero, mas ras e chega à cidade B às 15 horas. Qual o intervalo de tempo gasto na
a origem sempre tem como valor o zero. viagem?
Tome a seguinte situação como exemplo: t = t – t0 = 15 - 9 = 6 h
Um automóvel parte do km 25 de uma estrada, no sentido da trajetó- VELOCIDADE
ria, para uma viagem que durará 6 horas. Ao final deste período o auto-
móvel irá encontrar-se no km 505 da mesma estrada. A velocidade mede a distância percorrida por um móvel em um dado
intervalo de tempo.
A partir da afirmação dada acima, podemos concluir que a posição
inicial é 25 km, e não zero, pois o automóvel está a 25 km da origem no VELOCIDADE MÉDIA
início do movimento; a posição final é 505 km.
S
VM
DESLOCAMENTO t
É a variação de posição sofrida pelo móvel, e é representado por S.
Velocidade Média é a relação entre o deslocamento e o intervalo de
Esta variação é determinada pela subtração tempo. E representada por VM onde:
das posições final e inicial:
VM = velocidade média;
S = S – S0 S = deslocamento;
onde: t = intervalo de tempo.
S = deslocamento; Unidades:
S = posição final; Pelo Sistema Internacional a velocidade é medida em m/s, mas po-
S0 = posição inicial. demos utilizar outras unidades como km/h, cm/s, etc.
Utilizando o exemplo do item anterior, podemos calcular qual o des- Em alguns casos é necessário converter a velocidade de km/h para
locamento realizado pelo automóvel. m/s. Para fazê-lo basta dividir o valor dado por 3,6.
S0 = 25 km posição final : S = 505 km Um móvel encontra-se a uma velocidade de 72 km/h, qual sua velo-
cidade em m/s?
deslocamento:
Resolução:
S = S - S0 = 505 - 25 = 480 km
v = 72 km/h :3,6
20 m/s
MOVIMENTO PROGRESSIVO
É possível, também, classificar o movimento em função da velocida-
É todo movimento que ocorre com S > O. de:
O exemplo do item anterior é um caso de movimento progressivo (S Movimento Progressivo: v > 0.
> 0).
Movimento Retrógrado : v < 0.
ACELERAÇÃO
MOVIMENTO RETRÓGRADO
Mede o quanto a velocidade aumenta, ou diminui, em um dado inter-
É todo movimento que ocorre com S < 0. valo de tempo.
Exemplo: Se o valor da aceleração for positivo, a velocidade estará aumentan-
do, e se for negativo, a velocidade estará diminuindo.
Um ônibus parte do km 300 de uma estrada e, após 3 horas, encon-
tra-se no km 90 da mesma estrada. Classifique o movimento em progres- ACELERAÇÃO MÉDIA
sivo ou retrógrado.
Aceleração média é a relação entre a variação de velocidade e o in-
Resolução: tervalo de tempo. E representada por M
Primeiro calculamos o S:
V
S = S – S0 = 90 -300= - 210 km M
t
Como o S é negativo, classificamos o movimento como retrógrado.
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onde: Foi este italiano quem primeiro estudou, com rigor, os movimentos na
Terra. As suas experiências permitiram chegar a algumas leis da Física
M = aceleração média; que ainda hoje são aceitas. Foi também Galileu que introduziu o método
V = variação da velocidade; experimental: Na base da Física, estão problemas acerca dos quais os
físicos formulam hipóteses, as quais são sujeitas à experimentação, ou
t = intervalo de tempo. seja, provoca-se um dado fenômeno em laboratório de modo a ser
possível observá-lo e analisá-lo cuidadosamente. Galileu procedeu à
mas temos que V = V - V0 , várias experiências, como deixar cair corpos de vários volumes e massas,
com v = velocidade final; estudando os respectivos movimentos. Tais experiências permitiram-lhe
chegar a conclusões acerca do movimento em queda livre e ao longo de
v0 = velocidade inicial. um plano inclinado. Também fez o estudo do movimento do pêndulo,
Unidades: segundo o qual concluiu que independentemente da distância percorrida
pelo pêndulo, o tempo para completar o movimento é sempre o mesmo.
No Sistema Internacional, a aceleração é medida em m/s2, mas po- Através desta conclusão construiu o relógio de pêndulo, o mais preciso
de-se utilizar outras unidades como km/h2, cm/s2, etc. da sua época.
Movimento Segundo Isaac Newton
RELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE FORÇA E MOVIMENTO. Foi Isaac Newton quem, com base nos estudos de Galileu,
desenvolveu os principais estudos acerca do movimento, traçando leis
MOVIMENTO gerais, que são amplamente aceites hoje em dia. As leis gerais do
Em física, movimento é a variação de posição espacial de um objeto movimento, enunciadas por Newton são:
ou ponto material no decorrer do tempo. Primeira Lei de Newton: Também conhecida como Lei da Inércia,
Na filosofia clássica, o movimento é um dos problemas mais enuncia que:
tradicionais da cosmologia, desde os pré-socráticos, na medida em que "Todo corpo continua no estado de repouso ou de movimento
envolve a questão da mudança na realidade. Assim, o mobilismo de retilíneo uniforme, a menos que seja obrigado a mudá-lo por forças a ele
Heráclito considera a realidade como sempre em fluxo. A escola eleática aplicadas."
por sua vez, principalmente através dos paradoxos de Zenão, afirma ser
o movimento ilusório, sendo a verdadeira realidade imutável. Segunda Lei de Newton: Também conhecida como Lei
Fundamental da Dinâmica, enuncia que:
Aristóteles define o movimento como passagem de potência a ato,
distinguindo o movimento como deslocamento no espaço; como mudança "A resultante das forças que agem num corpo é igual a variação da
ou alteração de uma natureza; como crescimento e diminuição; e como quantidade de movimento em relação ao tempo"
geração e corrupção (destruição).
Terceira Lei de Newton: Também conhecida como Lei de Ação-
No universo descrito pela física da relatividade, o movimento nada Reação, enuncia que:
mais é do que a variação de posição de um corpo relativamente a um
"Se um corpo A aplicar uma força sobre um corpo B, receberá deste
ponto chamado "referencial".
uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto à
Estudo do movimento força que aplicou em B."
A ciência Física que estuda o movimento é a Mecânica. Ela se Tais leis são fundamentais no estudo do movimento em Física, e são
preocupa tanto com o movimento em si quanto com o agente que o faz essenciais na resolução de problemas relacionados com movimento,
iniciar ou cessar. Se abstraírem-se as causas do movimento e preocupar- velocidade, aceleração e forças, em termos físicos e reais. Assim todas
se apenas com a descrição do movimento, ter-se-á estudos de uma parte as forças físicas (forças eletromotrizes) expressadas em (Nwe) são
da Mecânica chamada Cinemática (do grego kinema, movimento). Se, ao utilizadas majoritariamente em casos de extrema necessidade, com por
invés disso, buscar-se compreender as causas do movimento, as forças exemplo: - força exercida quando feita por um eletroímã; - quando feita a
que iniciam ou cessam o movimento dos corpos, ter-se-á estudos da polarização direta de um imã sob carga; - o simples ato de retirar a mão
parte da Mecânica chamada Dinâmica (do grego dynamis, força). Existe após uma carga de aproximadamente 220-230 volts; - polarização do
ainda uma disciplina que estuda justamente o não-movimento, corpos polo norte para o sul.
parados: é a Estática (do grego statikos, ficar parado). De certo modo, a
estaticidade é uma propriedade altamente específica, pois só se
apresenta para referenciais muito especiais, de modo que o comum é que
MOVIMENTO ACELERADO
em qualquer situação, possamos atribuir movimento ao objeto em
análise. Ocorre quando velocidade e aceleração têm o mesmo sinal.
Notas históricas MOVIMENTO RETARDADO
Movimento Segundo Aristóteles Ocorre quando velocidade e aceleração têm sinais diferentes.
Segundo Aristóteles todos os corpos celestes no Universo possuíam Exemplo:
almas, ou seja, intelectos divinos que os guiavam ao longo das suas
viagens, sendo portanto estes responsáveis pelo movimento do mesmo. Um motorista está em seu automóvel a uma velocidade de 90 km/h.
Em um dado instante percebe um obstáculo na estrada, tendo que parar
Existiria, então, uma última e imutável divindade, responsável pelo seu veículo em 10 segundos. Qual aceleração média deve ser aplicada
movimento de todos os outros seres, uma fonte universal de movimento, nos freios a fim de parar o carro? Classifique o tipo de movimento em
que seria, no entanto, imóvel. Todos os corpos deslocar-se-iam em acelerado ou retardado.
função do amor, o qual nas últimas palavras do Paraíso de Dante, movia
o Sol e as primeiras estrelas. Aristóteles nunca relacionou o movimento Resolução:
dos corpos no Universo com o movimento dos corpos da Terra. Dados:
Movimento Segundo Galileu V0 = 90 km/h = 25 m/s
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V = 0 ( o automóvel deve parar) ENCONTRO DE MÓVEIS
t =10s Dois móveis “encontram-se” quando, em um dado instante, adotam a
mesma posição, ou seja, S 1 = S2 .
Variação de velocidade:
Este encontro pode ocorrer entre objetos que se deslocam em senti-
V = V - V0 = 0 - 25 = -25 m/s dos contrários:
Aceleração média:
V -25
M 2,5 m / s2
t 10
Classificação do movimento:
O movimento é retardado, pois a velocidade inicial e a aceleração
média têm sinais diferentes: a velocidade inicial é positiva e a aceleração ou quando há ultrapassagem:
média é negativa.
MOVIMENTO UNIFORME
É todo movimento que ocorre com velocidade escalar constante e di-
ferente de zero. No Movimento Uniforme (M.U.) a aceleração escalar é
nula.
Para representar um Movimento Uniforme nos utilizamos de uma
equação horária de primeiro grau: Exemplo:
Dois móveis, A e B, possuem equações horárias: SÃ =20+ 3.t e SB =
S = S0 + V.t onde: 50- 2.t, em unidades dó Sistema Internacional. Determine:
a) O instante de encontro dos móveis;
S = posição final b) A posição de encontro dos móveis.
S0 = posição inicial Resolução:
a) No encontro temos que SA = SB:
V = velocidade
SA = SB 20+3.t = 50 - 2.t
t = tempo.
3.t +2.t = 50 – 20 5.t = 30
Esta equação horária relaciona a posição do móvel com o instante
escolhido. 30
t= t = 6s
Unidades: 5
Portanto o instante de encontro é 6 s após o início do movimento.
As posições podem ser medidas em m (S.I.), km, cm, etc.
As velocidades podem ser medidas em m/s (S.I.), km/h, cm/s, etc.
b) Pode-se substituir o instante de encontro (t = 6s) na equação ho-
Os tempos podem ser medidos em s (S.I.), h, mm, etc. rária de SA ou na de SB . O resultado é o mesmo:
Exemplo: Em SA:
SA = 20+3.6 SA= 20 + 18 SA = 38 m
Um móvel parte da posição 10 m com velocidade, em valor absoluto,
de 2 m/s. Sabendo que o movimento do móvel é retrógrado, determinar: Em SB:
a) Equação horária do movimento; SB =50 -2.6 SB = 50 -12 SB =38 m
b) A posição do móvel no instante 3s; Portanto, a posição de encontro dos móveis é 38 m.
c) O instante em que o móvel passa pela origem das posições.
MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO
Resolução:
É todo movimento que ocorre com aceleração escalar constante e
a) Equação horária: não nula. No Movimento Uniformemente Variado (M.U.V.) tanto posição
Dados: quanto velocidade são variáveis.
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Exemplo: Um móvel encontra-se na posição 10 m com velocidade 3 Também no movimento uniformemente variado pode ocorrer o en-
m/s quando adquire aceleração de 2 m/s2. Determine a posição do contro de móveis, e neste encontro também teremos SA = SB.
móvel no instante 5 s.
Exemplo:
Resolução:
Dois móveis, A e 2B, possuem funções horárias:
Dados:
SA = 10 +4.t -3.t2 e SB = 4+9.t - 4.t2.
S = 10 m V0 = 3 m/s
Determine instante e posição de encontro.
= 2 m/s2 t = 5s
A posição é: Resolução: No encontro dos móveis temos SA = SB:
.t 2
25 2 SA = SB 10 + 4.t - 3.t2 = 4+9.t - 4.t2
S S0 V0 .t S 10 3 5
2 2 4.t2 – 3.t2 + 9.t + 10 –4 = 0
S = 10 + 15 + 25 = S = 50 m
Portanto, a posição no instante 5s é 50 m. 5 5 2 4 1 6
t2 – 5.t + 6 = 0 t
A equação da velocidade é de primeiro grau: 2 1
V = V0 + .t 5 25 24 5 1
t t
onde: 2 2
V = velocidade final;
V0 = velocidade inicial; t1 = 3 s e t2 = 2 s
= aceleração; Portanto os móveis se encontrarão duas vezes: 2 s e 3 s após o iní-
cio do movimento.
t = tempo.
Daí teremos duas posições de encontro:
Exemplo: Um móvel possui velocidade de 8 m/s quando adquire
aceleração de 4 m/s2. Determine a velocidade deste móvel no instan- Em A, para t = 2 s: SA = 10 + 4 . 2 – 3 .22
te 3s.
SA = 10 + 8 – 12 SA = 6 m
Resolução:
Em A, para t = 3 s: SA = 10 + 4 . 3 – 3 .32
Dados: V0 = 8 m/s
SA = 10 + 12 – 27 SA = -5 m
= 4 m/s2 t = 3s
No movimento uniformemente variado é possível determinar o instan-
A velocidade é: te em que ocorre inversão do sentido do movimento. Isto ocorre quando o
móvel tem velocidade igual a zero durante um movimento retardado.
V = V0 + .t V = 8+4.3 Após este intervalo o movimento passa a ser acelerado.
V = 8+12 V = 20m/s Exemplo:
Portanto, a velocidade no instante 3 s é 20 m/s. E temos também a Um móvel apresenta função horária : V = 30 - 5.1 (5.1.). Determine o
equação de Torricelli: instante em que ocorre inversão no sentido do movimento, e classifique o
movimento antes e depois deste instante.
V 2 V02 2 S
Resolução:
onde:
No instante de inversão do sentido do movimento temos que v = 0:
V = velocidade final;
0 = 30 - 5.t 5.t = 30
V0 = velocidade inicial;
30
= aceleração; t= t = 6s
5
S = deslocamento.
Classificação do movimento:
Exemplo: Um móvel possui velocidade de 10 m/s quando adquire
aceleração de 1 m/s2. Determine a velocidade do móvel após percor- Até 6 s o movimento é retardado ( velocidade positiva e aceleração
rer 400 m. negativa); após 6 s o movimento é acelerado ( velocidade e aceleração
negativas).
Resolução:
Dados: V0 = 10 m/s QUEDA LIVRE
= 1 m/s S = 400 m O movimento que ocorre nas proximidades da superfície da Terra (ou
no vácuo) com direção vertical é considerado movimento de Queda Livre,
A velocidade é: desde que seja desprezada a resistência do ar.
V2 = V0 + 2..S V2 = 102 + 2.1.400 Neste tipo de movimento a aceleração é constante, denominada ace-
V = 100+800 V2 = 900 leração da gravidade (g) e adota o valor aproximado de 10 m/s2.
Na Queda Livre valem as equações do Movimento Uniformemente
V= 900 V = 30 m/s Variado, considerando a aceleração positiva em movimento de queda e
negativa em movimento de lançamento vertical.
Portanto, a velocidade do móvel após percorrer 400 m é de 30 m/s.
Física 13 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Exemplo 1: Um objeto é abandonado, a partir do repouso, de uma Supondo-se a resistência do ar desprezível, essa pedra descrevera,
certa altura e, em queda livre, atinge o solo após 5 s. Determine: em relação ao solo, uma trajetória parabólica (arco de parábola).
a) A altura de onde o objeto foi abandonado; Como podemos determinar, por exemplo, o valor do alcance da pe-
dra? Ou, ainda, qual o valor da altura máxima atingida pela pedra durante
b) A velocidade com que o objeto atinge o solo. Adote g = 10 m/s2. o trajeto?
Resolução: Para tanto, decomporemos o movimento resultante em dois outros:
a) Altura: Dados: S0 = 0 um vertical e outro horizontal.
s = s0 +v0 . t + . t2 onde
2
s 0 y 0 0
v 0 v oy v 0 senθ
γ g
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assim:
g 2
y (v 0 . sen θ ) . t - .t
2
v v 0 γ. t v y v 0y γ .t
v y v 0 .senθ - g.t
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Princípio da Conservação do Momento Linear A dinâmica dos corpos em rotação e, em especial, a do chamado só-
Quando dois ou mais corpos interagem, o momento linear desse sis- lido rígido -- sistema que mantém constantes as distâncias que separam
tema (conjunto dos corpos) permanece constante: partículas dentro do corpo -- inclui uma energia cinética de rotação que se
expressa matematicamente de maneira análoga à linear:
Ec = 1/2 I.w2
em que I é o momento de inércia e w é a velocidade angular.
LEIS DE NEWTON. O movimento oscilatório inclui uma energia potencial elástica, que se
Newton enunciou três axiomas fundamentais da dinâmica nos siste- define como a energia armazenada no campo de forças contrário, em
mas e partículas materiais: todo momento, ao sentido do movimento, cuja representação é uma mola
esticada que oscila em torno de sua posição de equilíbrio. Essa energia
(1) A lei da inércia, esboçada previamente por Galileu, segundo a qual se expressa como:
todo corpo não submetido a perturbações exteriores tende a conser-
var seu estado de repouso ou movimento. Ep = 1/2 k.x2
(2) O princípio fundamental da dinâmica, que situa nas forças mecânicas em que k é a constante elástica do oscilador e x é a posição atual do
a origem de todo movimento, de acordo com a relação matemática F oscilador.
= m. a, segundo a qual toda força aplicada a um corpo imprime nele
uma aceleração inversamente proporcional a sua massa. A expressão matemática do trabalho exercido por uma força, equipa-
rável em valor à energia consumida para efetuá-lo, adquire o nível de
(3) A lei de ação e reação, segundo a qual todo corpo A, submetido a uma soma infinita de termos ao longo de toda a trajetória, ou seja, de
uma força aplicada por outro corpo B, aplicará sobre o último uma uma integral. De modo simples, pode ser expresso como:
força de mesma intensidade e sentido contrário.
T = F.s
A aplicação de tais princípios a problemas estáticos e cinemáticos
simples facilita sua compreensão e resolução. Com base nesses axio- em que T é o trabalho realizado; F é a força aplicada e s é a distância
mas, a dinâmica clássica apresenta três importantes teoremas de conser- que o corpo percorre durante o período em que se aplica a força.
vação de suas grandezas fundamentais: As grandezas força, velocidade, aceleração, momento linear e mo-
(1) Segundo o princípio de conservação da massa, todo sistema físico mento angular têm caráter vetorial, enquanto massa, energia em todos os
fechado mantém uma acumulação de matéria uniforme e invariável seus aspectos e trabalho são grandezas escalares, ou seja, se determi-
ao longo dos processos nele desenvolvidos. Esse axioma foi questi- nam perfeitamente determinadas com a expressão de seu valor absoluto.
onado e revisto pelas doutrinas relativistas de Einstein. Cada uma dessas grandezas deriva de outras fundamentais, que são, em
mecânica, massa (M), distância (D) e tempo (T), e em função delas pode
(2) De acordo com o princípio de conservação do momento linear, todo ser expressa por meio de equações. Nessas expressões, do tipo F =
processo físico que implica colisões de partículas ou de corpos ma- MDT-2, que deriva de F = m.a, incluem-se os correspondentes coeficien-
croscópicos caracteriza-se pela conservação do momento linear glo- tes positivos, negativos, nulos ou fracionários, segundo os casos deduzi-
bal do sistema. dos da formulação matemática da grandeza.
(3) Por último, o princípio de conservação da energia estabelece que a O campo de aplicação da mecânica permite que as grandezas que
soma das energias contidas no interior de todo sistema físico isolado intervêm em seu estudo sejam inteiramente expressas por meio de
tem de ser nula. Em problemas que incluam rotações e movimentos equações dimensionais. Deve-se lembrar, no entanto, que existem outras
circulares, essas leis de conservação se completam com a do mo- grandezas físicas, como a densidade relativa e o rendimento de uma
mento angular. máquina, que por serem nulas em relação a qualquer das grandezas
fundamentais denominam-se adimensionais.
O problema da conservação da energia, ampliado pela teoria relati-
vista para conservação do conjunto massa-energia, foi profundamente
debatido ao longo da história. Em mecânica, definem-se dois tipos fun-
damentais de energia: a cinética, devida à velocidade das partículas
CENTRO DE MASSA E A IDEIA DE PONTO MATERIAL. CONCEITO
materiais em movimento; e a potencial gravitacional, motivada pela
DE FORÇAS EXTERNAS E INTERNAS.
distância do corpo com relação ao nível do solo. As duas formas, também
expressas em forma de trabalho ou de capacidade de atuação sobre o CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO DE
movimento do sistema, podem ser reduzidas a fórmulas matemáticas
simples: UM CORPO EXTENSO
Ec = 1/2 m.v2 São duas as condições que devem ser satisfeitas simultaneamente
para que um corpo extenso esteja em equilíbrio:
em que Ec é a energia cinética; m é a massa da partícula; e v é a ve-
locidade da partícula; e 1ª condição: A resultante das forças que atuam sobre o corpo é nula
(não há translação).
Ep = m.g.h
2ª condição: A soma algébrica dos momentos em relação a um pon-
em que Ep é a energia potencial; g é a aceleração da gravidade e h é to qualquer é nula (não há rotação).
a altura em relação a um nível de referência.
Deve-se distinguir do conjunto as forças ditas conservativas, ou seja,
CENTRO DE MASSA OU BARICENTRO DE UM CORPO
as que geram campos de energia cinética e potencial, e em todo momen-
to são capazes de produzir trabalho. Existem, além destas, forças como Consideremos um sistema de pontos materiais de massas m1, m2,
as de atrito e as de aceleração angular, que não podem ser transforma- m3, cujas coordenadas em relação a um sistema de referência são (x1,
das em movimento útil e produzem dissipação de energia em forma de y1), (x2, y2) e (x3, y3), respectivamente, conforme a figura seguinte.
calor. Para dar tratamento físico a essas forças recorre-se a métodos
termodinâmicos ou a critérios relativistas. Chamaremos de centro de massa G do sistema um ponto no qual to-
da massa do sistema está concentrada.
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Substituindo os valores dados, temos:
4x0 6x50
XG X G 30cm
46
Esse resultado significa que o centro de massa do sistema está a 30
cm da origem do referencial adotado, coincidindo com o ponto A.
QUANTIDADE DE MOVIMENTO
As coordenadas do centro de massa serão dadas por:
Impulso
m1x 1 m 2 x 2 m 3 x 3 Você sabe o que acontece quando a bola de futebol fica em contato com
xG o pé do jogador?
m1 m 2 m 3
Vai ser aplicada uma força, F, em um pequeno intervalo de tempo t
(na ordem de centésimos de segundos), tal que esta força vai direcionar a
m1y 1 m 2 y 2 m 3 y 3 bola para onde o jogador quiser.
yG
m1 m 2 m 3 O impulso desta força é o produto da força, F, multiplicada pelo inter-
valo de tempo, t. Observe que o impulso é uma grandeza vetorial
porque vai ser dada direção e sentido para a bola, através da força apli-
Caso trabalhemos com corpos simétricos e homogêneos, seus cen-
cada.
tros de massa coincidirão com seus centros geométricos.
Notação: I impulso
Exemplos
Expressão: I = F t 10.1
Observe que o vetor impulso, I, tem a mesma direção e sentido do
vetor força, F.
Unidade de medida - Impulso - Sistema Internacional
U (I) = U (F) U (t) = 1 Newton segundo (1 N s)
No nosso exemplo, considerando que o tempo de contato é da ordem
de 0,01s e a força exercida pelo pé do jogador na bola seja 2000 N,
temos que o impulso é:
I = F t = 2000 0,01 = 20,0 N s
Quantidade de Movimento
Quando a bola de futebol, de massa m, sai do pé do jogador, ela ad-
Nos exercícios que envolvem corpos extensos, a força-peso deverá quire uma velocidade V. Neste caso, dizemos que a bola adquiriu uma
sempre ser localizada no centro de massa G do corpo. quantidade de movimento. A quantidade de movimento é definida como
sendo o produto da massa da bola pela velocidade adquirida. É também
Exemplo: vetorial porque é o produto de uma grandeza escalar (massa) por uma
Considere duas partículas A e B de massas mA = 4 kg e mB = 6 kg, grandeza vetorial (velocidade).
separadas por uma distância d = 50 cm. Localize a posição do centro de Notação: Q quantidade de movimento
massa desse sistema de partículas.
Expressão: Q = m V 10.2
Solução
Observe que o vetor quantidade de movimento, Q, tem a mesma di-
Nesse caso, onde temos apenas duas partículas, o centro de massa reção e sentido do vetor velocidade, V.
estará localizado num ponto do segmento que une as duas partículas;
assim, basta adotarmos um só eixo para encontrar o centro de massa. Unidade - Quantidade de Movimento - Sistema Internacional
U (Q) = U (m) U (V) = 1 quilograma metro/segundo (1 kg m/s)
Exemplo: A bola de futebol tem uma massa de 0,4 kg e a velocidade
que adquire após o chute foi de 40 m/s. A quantidade de movimento da
bola é:
As coordenadas de A e B, em relação ao referencial adotado, são: Q = m V = 0,4 40 = 16,0 kg m/s
XA =0 e xB = 50 cm Relação entre impulso e quantidade de movimento
A posição do centro de massa será dada por: Vimos que o impulso é dado por:
m A x A mB x B I=F t 10.3
xG A força F vai imprimir uma aceleração à bola, a, fazendo que a sua
m A mB velocidade altere de um valor inicial V1, para um valor V2.
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A força F é calculada pela 2a Lei de Newton: Quando houve a colisão das bolas, considerando que o sistema seja
isolado de forças externas (forças externas nulas), ou se a resultante das
F=ma 10.4 forças externas fôr nula, o impulso é nulo:
Substituindo 10.4 em 10.3, temos: Considerando a expressão 10.6:
I=ma t 10.5 I = Q1 + Q2
Como pela expressão 10.3:
Como a = V / t , substituindo na expressão 10.5:
I=F t=0x t=0
I = m ( V / t) / t = m V = m (V 2- V1) = m V 2- m V1 onde F é a resultante das forças externas.
Como Q = m V (10.2), substituindo, obtemos que: Substituindo, obtemos:
Q1 + Q2 = 0
I = Q 2 - Q1 10.6
que é o Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento:
A equação 10.5 mostra que o impulso, exercido por uma força ou por "É constante a quantidade de movimento de um sistema quando
uma resultante de forças, em um intervalo de tempo, é igual à variação da a resultante das forças externas for nula".
quantidade de movimento. Qinicial = Qfinal 10.7
Conservação da Quantidade de Movimento sendo as quantidades de movimento grandezas vetoriais.
Vamos ver se você entendeu.
Você já deve ter visto em colisões de curta duração como por exem-
plo com bolas em um jogo de bilhar, dependendo da direção e sentido do Considere um carro pequeno com massa 500 kg com velocidade de
impulso que for dado à bola com taco, após o choque com uma bola de 20 m/s e um caminhão com massa 3000 kg com velocidade também de
bilhar em repouso na mesa, as bolas podem se movimentar em quaisquer 20 m/s, que estão se movimentando em sentidos contrários (10.3). Em
direções e sentidos. um determinado instante, eles colidem frontalmente. Pergunto: o carro
exerce força maior sobre o caminhão ou vice-versa?
Vamos analisar o caso mais simples em que bolas de massas dife-
rentes, movimentando-se na em sentidos opostos (fig. 10.2a), após a
colisão, se movimentam na mesma direção e mesmo sentido (fig. 10.2b).
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Inicialmente o sistema está em repouso, portanto a quantidade de
movimento inIcial é nula: Definimos momento da força F em relação ao ponto O através do
produto:
Qinicial = 0
Quando é retirada a força externa F, o bloco A se desloca com com
M 0 F d
VA e o bloco B com velocidade VB. A quantidade de movimento final é:
Nessa expressão, d representa o braço de F em relação ao ponto O:
Qfinal = m A VA - m B VB distância do ponto O à reta r. Lembre-se de que a distância do ponto à
reta corresponde à medida do segmento de perpendicular baixado do
Qinicial = Qfinal ponto à reta.
0 = m A VA - m B VB O sinal + ou - será atribuído ao momento, comparando-se o sentido
m A VA = m B VB de rotação imprimido pela força com um sentido anteriormente convenci-
onado como positivo (horário ou anti-horário).
Em um jogo de bilhar, a quantidade de movimento também
se conserva. No caso do exemplo da figura anterior, o momento da força F em re-
lação a O, de acordo com a convenção adotada, será positivo.
Após a colisão as bolas podem ter diferentes sentidos e direções
(fig.10.5). No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de momento será:
M F d M N m
EQUILÍBRIO DE UM PONTO
Uma partícula está em Equilíbrio estático quando encontra-se em re-
pouso, e em Equilíbrio dinâmico encontra-se em Movimento Retilíneo e
Uniforme.
PRINCÍPIOS DA DINÂMICA
a) Princípio da Inércia (1.ª Lei de Newton)
“Se a resultante das forças agindo sobre um corpo for nula, esse cor-
po permanece em seu estado inicial (em repouso ou em Movimento
Retilíneo e Uniforme)”.
Isto quer dizer que, se um corpo estiver em repouso, a tendência é
que permaneça em repouso e se estiver em movimento, a ausência de
força resultante faz com que ele permaneça em movimento, mas com
Figura 10.5 - Colisão de duas bolas de bilhar. velocidade constante.
Qinicialx = Qfinalx Uma nave espacial, em um local onde não existem forças de atração
gravitacional, ao desligar os motores permanece em movimento retilíneo
m A V1Ax = m B V2B x+ m A V2Ax e uniforme, por inércia.
m A V1A = m B V2B cos B+ m A V2A cos A Exemplo 2:
Na direção y, temos: Quando um automóvel entra em uma curva para a direita, em alta ve-
locidade, o motorista tende a encostar seu corpo na porta, e o passageiro
Q (inicial)y = Q(final)y
do banco dianteiro tende a deslocar-se para a esquerda.
0 = m B V2By - m A V2Ay
Isto ocorre porque, por inércia, os corpos destas pessoas tendem a
0 = m B V2Bsen B - m A V2A sen A manter o movimento em linha reta, apesar de o carro estar fazendo uma
curva.
b) Princípio Fundamental da Dinâmica - P.F.D. (2.ª Lei de Newton)
MOVIMENTO DE UMA FORÇA “A força aplicada em um corpo é proporcional à aceleração produzida
EM RELAÇAO A UM PONTO por essa mesma força”.
Seja F uma força cuja linha de ação é dada pela reta r; seja ainda Equação Fundamental: F m.a
O um ponto qualquer.
onde:
F = força resultante agindo sobre o corpo;
m = massa do corpo;
a = aceleração adquirida pelo corpo.
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Unidades: Resolução:
A força tem por unidade no Sistema Internacional o newton (N), mas Dados: k = 400 N/m x = 50 cm = 0,5 m
pode ser medida em outros sistemas métricos utilizando dyn (CGS), kgf
(MKS) ou sth (MTS). 2 2
k.x 400.(0,5)
Exemplo: Um corpo de massa 3 kg, pela aplicação de uma força F F
constante, adquire aceleração de 5 m/s2. Qual a intensidade da força 2 2
aplicada?
Resolução: 400.0,25 100
F F F 50 N
Dados: m = 3 kg a = 5 m/s2 2 2
F = m.a F =3 . 5 F = 15 N
Portanto, a força aplicada vale 15 N.
c) Peso de um corpo Portanto, a força elástica aplicada sobre a mola é de 50 N.
O Peso de um corpo é consequência da atração gravitacional da Ter- e) Princípio da Ação e Reação (3.ª Lei de Newton)
ra.
“A toda força de ação corresponde uma força de reação, com a
Se desconsiderarmos os efeitos da rotação da Terra, o Peso corres- mesma intensidade, mesma direção e sentidos contrários.”
ponde à força de atração gravitacional.
Pelo Princípio Fundamental da Dinâmica, a força-peso é dada por: Observação: As forças de ação e reação aplicam-se em corpos dis-
tintos e, portanto, nunca se anulam.
P m. g onde: Exemplos da 3.ª Lei de Newton:
P = força-peso aplicada sobre o corpo; 1. Tiro de uma espingarda: Quando acionamos o gatilho de uma arma
m = massa do corpo; de fogo ocorre uma explosão que produz gases. Os gases pro-
duzidos aplicam sobre o projétil da arma uma força (ação). Mas o
g = aceleração da gravidade local. projétil aplica sobre a arma uma força de reação que impulsiona para
Unidades: trás violentamente. Se o atirador não estiver prevenido, errará o alvo.
O peso, por ser uma força aplicada sobre um corpo, apresenta as 2. Vôo de um pássaro: O pássaro, ao bater as asas, exerce uma força
mesmas unidades de medida de uma força qualquer, que são o newton sobre o ar (ação). A força de reação do ar faz com que o pássaro se
(N), o kgf, o dyn ou o sth. sustente na altura em que está, e que se movimente.
Observação 1: A massa de um corpo independe do local, sendo a
3. Vôo de um foguete no espaço: O motor do foguete lança os gases da
mesma em qualquer ponto do Universo.
combustão para o espaço com uma certa força (ação). Os gases lan-
Observação 2: A aceleração da gravidade varia com o local, pois çados reagem empurrando o foguete em sentido contrário. Note que,
mede a intensidade do campo gravitacional. neste caso, não é necessária a presença do ar.
Exemplo:
Um corpo de massa 10 kg encontra-se em um planeta onde a acele-
ração da gravidade vale 8 m/s2 . Qual a massa e qual o peso do corpo? ESTÁTICA
Resolução:
Dados: m = 10 kg2 g = 8 m/s EQUILIBRIO DO PONTO MATERIAL
A massa de um corpo é constante em qualquer local dó Universo,
Ponto material: é todo corpo cujas dimensões possam ser considera-
portanto vale 10 kg.
das desprezíveis no problema analisado; como decorrência, só terá
O peso é: significado analisarmos movimentos de translação desse ponto material.
P = m.g P = 10 . 8 P = 80 N
Sendo o equilíbrio estático do ponto material, a situação estudada
Portanto, o peso do corpo neste planeta é de 80 N. agora, a resposta é dada diretamente pela primeira lei de Newton: a
d) Força Elástica (Lei de Hooke) resultante das forças que atuam sobre o ponto material é nula. Essa
“A intensidade da força deformadora é proporcional à deformação condição é necessária e suficiente para que o equilíbrio do ponto material
produzida”. seja atingido.
Esta lei é utilizada para medir-se a força empregada em molas de- Assim, todos os problemas referentes ao equilíbrio de um ponto ma-
formadas e elásticos esticados. terial serão resolvidos a partir da aplicação dessa ideia.
A Lei de Hooke é expressa por: F K.x Conceitualmente, são problemas de fácil resolução, exigindo, do alu-
onde: no, porém, alguma habilidade no trabalho com vetores.
F = força elástica; Resumindo: seja A um ponto material sujeito ao sistema de forças
K = constante elástica, que representa as características da mola; F1 , F2 ,... Fn . .
x = deformação da mola.
Unidades:
Pelo Sistema Internacional, a força elástica é medida em newtons
(N), a constante elástica é dada em newton por metro (N/m) e a defor-
mação da mola é dada em metros (m).
Exemplo:
Uma mola de constante elástica 400 N/m sofre deformação de 50
cm. Qual a força elástica aplicada sobre a mola para que ela apresente
esta deformação?
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Se esse ponto material estiver em equilíbrio, então: A partir da observação do triângulo retângulo ABC da figura, escre-
vemos, sempre lembrando que T1 já é conhecido:
F1 F2 F3 ... Fn 0
T1 T1 10 3
Exemplo: sen 60º T3
T2 sen 60º 3
No esquema que se segue, o peso P de 10 3 N está em equilí- 5
brio. Determine as forças de tração nos fios da figura.
T3 20N
T2 1
cos 60º T2 T3 cos 60º 20
T3 2
T2 10N
Solução:
EQUILÍBRIO DE UM CORPO EXTENSO
Assinalando as forças que atuam no sistema, teremos:
Já vimos que a condição necessária e suficiente para que um ponto
material permaneça em equilíbrio é que a resultante das forças que
atuam sobre ele seja nula.
Um exemplo bem simples, todavia, mostra-nos que essa condição
não será suficiente se quisermos impor o equilíbrio a um corpo extenso.
Para tanto, consideremos uma barra situada sobre a mesa, conforme a
figura, e apliquemos aos seus extremos duas forças de mesmo módulo,
mesma direção e sentidos opostos. Tente você mesmo, na prática.
T1 P T1 10 3N
Embora a resultante das forças seja nula, a barra não permanecerá
em equilíbrio, mas executará um movimento de rotação em torno de um
Como o ponto A da figura se encontra em equilíbrio, temos: dos seus pontos.
Vemos, então, que uma nova condição deve ser imposta, de forma
T1 T2 T3 0 que o movimento de rotação não seja possível.
Uma forma de se simplificar a solução matemática deste exercício é OBSERVAÇÃO Lembre-se: quando a resultante das forças é nula, o
determinar que se a resultante das três forças for nula, a soma de duas corpo não executa movimento de translação.
delas quaisquer deve ser anulada pela terceira. Assim, temos:
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é proporcional à carga ou peso que une as superfícies. Se uma pilha de Exemplo:
três tijolos é empurrada sobre uma mesa, o atrito é três vezes maior do
que no caso de somente um tijolo. Assim, a razão entre a força de atrito e Um objeto de massa 4 kg encontra-se em uma superfície que apre-
o peso do corpo é uma constante conhecida como coeficiente de atrito. senta coeficientes de atrito estático e dinâmico iguais, respectivamente, a
Como atrito e peso são medidos em unidades de força (como quilogra- 0,3 e 0,25. Considerando a aceleração da gravidade local como sendo 10
mas e newtons), o coeficiente de atrito é adimensional. m/s2, determine as forças de atrito estático e dinâmico.
Força de Atrito é aquela desenvolvida entre dois corpos em contato, Força de atrito dinâmico:
desde que haja, nas regiões de contato, aspereza. Isto causa o surgi- Fat(d) = d .m.g Fat(d) = 0,25.4.10
mento de forças de ação e reação.
Fat(d) = 10 N
Estas forças surgem apenas se houver movimento relativo entre os
corpos (atrito dinâmico), ou quando não há movimento, mas existe uma Portanto, a força de atrito dinâmico é de 10 N.
força aplicada em um dos corpos que está sendo neutralizada pela ação
da força de atrito (atrito estático).
Determina-se a força de atrito da seguinte forma: PLANO INCLINADO
Força de atrito estático: Fat e e m g Considere um objeto em repouso colocado em um plano inclinado de
um ângulo em relação ao plano horizontal:
onde:
Fat(e) = força de atrito estático
e = coeficiente de atrito estático
N = força normal do corpo
m = massa do corpo Em uma análise inicial percebemos a existência de duas forças:
g = aceleração da gravidade local
Fat d d N d m g
onde: onde: N = força normal de reação
Fat(d) = força de atrito dinâmico
P = força-peso do corpo
d = coeficiente de atrito dinâmico ou cinético
N = força normal do corpo
Para tornar o estudo mais simples, é usual decompor a força-peso
m = massa do corpo em duas componentes:
g = aceleração da gravidade local
Unidade:
A força de atrito, como todas as outras forças é medida, no Sistema
Internacional, em newtons (N). O coeficiente de atrito () é uma constan-
te que representa as características da superfície em questão, e não tem
unidade definida.
Observação: Tanto no atrito estático como no dinâmico a força nor-
mal é substituída pelo produto m.g, que é a expressão da força-peso. Isto onde:
ocorre porque a força normal e a força-peso equilibram-se no corpo, pois
são ambas perpendiculares à superfície considerada, mas possuem PN = componente normal do peso, responsável peIa compressão
mesma intensidade e sentidos contrários. do bloco sobre o plano de apoio.
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A figura abaixo mostra a variação de direção do vetor velocidade
Pt = componente tangencial do peso, responsável pelo movimento em alguns pontos.
do bloco para baixo.
Para determinar os valores destas componentes usamos as equa-
ções:
| Pn | | P | . cos | Pt | | P | . sen
É óbvio, portanto, que devemos conhecer o ângulo de inclinação.
Como a tendência do bloco é descer o plano inclinado, podemos cal-
cular o valor da aceleração neste plano, desconsiderando o atrito:
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Portanto, a frequência é igual ao inverso do período e reciproca- Esta equação nos permite calcular a velocidade linear V, quando co-
mente. Por exemplo: se o período de um movimento circular é T = 0,5 s, nhecemos a velocidade angular e o raio R da trajetória.
sua frequência será:
Observe que ela só é válida se os ângulos estiverem medidos em ra-
dianos.
Aceleração centrípeta – No movimento circular uniforme, o módulo
Velocidade Angular – Consideremos a válvula do pneu de bicicleta da velocidade da válvula permanece constante e, então, a válvula não
em movimento circular, passando pela posição P1 representada na figura possui uma aceleração tangencial. Entretanto, como a direção do vetor
abaixo. Após um intervalo de tempo t, a válvula estará passando pela velocidade varia continuamente, a válvula (ou uma partícula qualquer nas
posição P2. Neste intervalo de tempo t, o raio que acompanha a válvula mesmas condições) possui uma aceleração centrípeta Na figura
em seu movimento descreve um ângulo
abaixo estão representados os vetores e em quatro posições
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O conceito de pressão nos permite entender muitos dos fenômenos
físicos que nos rodeiam. Por exemplo, para cortar um pedaço de pão,
utilizamos o lado afiado da faca (menor área), pois, para uma mesma
força, quanto menor a área, maior a pressão produzida.
Exemplo
Compare a pressão exercida, sobre o solo, por uma pessoa com
massa de 80 kg, apoiada na ponta de um único pé, com a pressão produ-
zida por um elefante, de 2.000 kg de massa, apoiado nas quatro patas.
Considere de 10 cm2 a área de contato da ponta do pé da pessoa, e de
400 cm2 a área de contato de cada pata do elefante. Considere também g
= 10 m/s2 .
Ft = componente tangencial da força aplicada.
Resolução
Fcp = componente centrípeta da força aplicada.
A pressão exercida pela pessoa no solo é dada pelo seu peso, dividi-
F = Ft + Fcp e a at acp do pela área da ponta do pé:
Ft m . a t e Fcp m . acp
Exemplo: Um objeto de massa 3 kg em movimento curvo com acele- A pressão exercida pelo elefante é dada por:
ração de 2 m/s2 apresenta, num dado instante, velocidade igual a 10 m/s.
Sabendo-se que o raio da curva é de 4 m, determine:
a) A aceleração tangencial;
b) a aceleração centrípeta; Comparando as duas pressões, temos que a pressão exercida pela
c) a força tangencial; pessoa é 6,4 vezes a pressão exercida pelo elefante.
d) a força centrípeta;
e) a força resultante. PRINCÍPIO DE PASCAL
Resolução:
O princípio físico que se aplica, por exemplo, aos elevadores hidráu-
Dados: v = 10 m/s R=4m licos dos postos de gasolina e ao sistema de freios e amortecedores,
a) at = at = 2 m/s2 deve-se ao físico e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662). Seu
enunciado é:
2 2
v 10
b) a cp a cp O acréscimo de pressão produzido num líquido em equilíbrio
R 4 transmite-se integralmente a todos os pontos do líquido.
c) Ft =m . a Ft =3.2 Ft = 6 N
d) Fcp = m .acp
Fcp = 3.25 Fcp = 75N
e) F = Ft + Fcp F = 6 + 75 F = 81N
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cimo de pressão. Portanto os pontos A e B apresentarão pressões de 0,3 Exemplo:
atm e 0,6 atm, respectivamente.
Na prensa hidráulica na figura , os diâmetros dos tubos 1 e 2 são ,
As prensas hidráulicas em geral, sistemas multiplicadores de força, respectivamente, 4 cm e 20 cm. Sendo o peso do carro igual a 10 kN,
são construídos com base no Princípio de Pascal. Uma aplicação impor- determine:
tante é encontrada nos freios hidráulicos usados em automóveis, cami-
nhões, etc. Quando se exerce uma força no pedal, produz-se uma pres-
são que é transmitida integralmente para as rodas através de um líquido,
no caso, o óleo.
A figura seguinte esquematiza uma das aplicações práticas da pren-
sa hidráulica: o elevador de automóveis usado nos postos de gasolina.
è
O ar comprimido, empurrando o óleo no tubo estreito, produz um F1 = 400N
acréscimo de pressão (D p), que pelo princípio de Pascal, se transmite
integralmente para o tubo largo, onde se encontra o automóvel.
Sendo D p1 = D p2 e lembrando que D p = F/A , escrevemos: b) Para obter o deslocamento d1 aplicamos:
è è d1 = 500 cm (5,0 m)
Como A2 > A1 , temos F2 > F1 , ou seja, a intensidade da força é dire-
tamente proporcional à área do tubo. A prensa hidráulica é uma máquina
que multiplica a força aplicada.
Por outro lado, admitindo-se que não existam perdas na máquina, o
trabalho motor realizado pela força do ar comprimido é igual ao trabalho PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES (EMPUXO)
resistente realizado pelo peso do automóvel. Desse modo, os desloca- Contam os livros, que o sábio grego Arquimedes (282-212 AC) des-
mentos – o do automóvel e o do nível do óleo – são inversamente propor- cobriu, enquanto tomava banho, que um corpo imerso na água se torna
cionais às áreas dos tubos: mais leve devido a uma força, exercida pelo líquido sobre o corpo, vertical
t 1 = t 2 e F 1d 1 = F 2d 2 e para cima, que alivia o peso do corpo. Essa força, do líquido sobre o
Mas na prensa hidráulica ocorre o seguinte: corpo, é denominada empuxo ( ).
Portanto, num corpo que se encontra imerso em um líquido, agem
duas forças: a força peso ( ) , devida à interação com o campo gravita-
Comparando-se com a expressão anterior, obtemos:
cinal terrestre, e a força de empuxo ( ) , devida à sua interação com o
líquido.
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a) Qual é o valor do peso do objeto ?
b) Qual é a intensidade da força de empuxo que a água exerce no
objeto ?
c) Qual o valor do peso aparente do objeto ?
d) Desprezando o atrito com a água, determine a aceleração do obje-
to.
(Use g = 10 m/s2.)
Resolução:
a) P = mg = 10.10 = 100N
Arquimedes (282-212 AC).Inventor e matemático grego.
b) E = dáguaVobjeto
Quando um corpo está totalmente imerso em um líquido, podemos
ter as seguintes condições: c) Paparente = P – E = 100 – 20 = 80N
* se ele permanece parado no ponto onde foi colocado, a intensidade d) FR = P – 2 (afundará, pois P > E)
da força de empuxo é igual à intensidade da força peso (E = P);
* se ele afundar, a intensidade da força de empuxo é menor do que a Flutuação
intensidade da força peso (E < P); e
Para um corpo flutuando em um líquido, temos as condições a se-
* se ele for levado para a superfície, a intensidade da força de empuxo guir.
é maior do que a intensidade da força peso (E > P) .
1) Ele encontra-se em equilíbrio:
Para saber qual das três situações irá ocorrer, devemos enunciar o
princípio de Arquimedes: E=P
Todo corpo mergulhado num fluido (líquido ou gás) sofre, por 2) O volume de líquido que ele desloca é menor do que o seu volu-
parte do fluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual me:
ao peso do fluido deslocado pelo corpo.
Vdeslocado < Vcorpo
Seja Vf o volume de fluido deslocado pelo corpo. Então a massa do
3) Sua densidade é menor do que a densidade do líquido:
fluido deslocado é dada por:
dcorpo < dlíquido
mf = dfVf
4) O valor do peso aparente do corpo é nulo:
A intensidade do empuxo é igual à do peso dessa massa deslocada:
Paparente = P – E = O
E = mfg = dfVfg
A relação entre os volumes imerso e total do corpo é dada por:
Para corpos totalmente imersos, o volume de fluido deslocado é igual E=P
ao próprio volume do corpo. Neste caso, a intensidade do peso do corpo
e do empuxo são dadas por: dliquidoVimersog = dcorpoVcorpog =
P = dcVcg e E = dfVcg
Comparando-se as duas expressões observamos que:
* se dc > df , o corpo desce em movimento acelerado (FR = P – E);
* se dc < df , o corpo sobe em movimento acelerado (FR = E – P);
* se dc = df , o corpo encontra-se em equilíbrio. Exemplo:
Quando um corpo mais denso que um líquido é totalmente imerso Um bloco de madeira (dc = 0,65 g/cm3), com 20 cm de aresta, flutua
nesse líquido, observamos que o valor do seu peso, dentro desse líquido na água (dagua = 1,0 g/c3) . Determine a altura do cubo que permanece
, é aparentemente menor do que no ar. A diferença entre o valor do peso dentro da água.
real e do peso aparente corresponde ao empuxo exercido pelo líquido:
Paparente = Preal - E
Exemplo:
Um objeto com massa de 10 kg e volume de 0,002 m3 é colocado to-
talmente dentro da água (d = 1 kg/L).
Resolução:
Como o bloco está flutuando, temos que E = P e , sendo V = Abaseh ,
escrevemos:
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CLASSIFICAÇÃO DO TRABALHO
• ENERGIA, TRABALHO E POTÊNCIA – CONCEITUA-
ÇÃO DE TRABALHO, ENERGIA E POTÊNCIA. CONCEI- a) Trabalho Motor: Ocorre quando o trabalho é maior que zero (t> 0),
TO DE ENERGIA POTENCIAL E DE ENERGIA CINÉTICA. ou seja, a força F cede energia ao corpo.
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA MECÂNICA E DISSIPA- b) Trabalho Resistente: Ocorre quando o trabalho é menor que zero (t
ÇÃO DE ENERGIA. TRABALHO DA FORÇA GRAVITA- < 0), ou seja, a força F retira energia do corpo.
CIONAL E ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL. c) Trabalho Nulo: Ocorre quando a força F não transfere nem trans-
FORÇAS CONSERVATIVAS E DISSIPATIVAS. forma energia.
Isto pode ocorrer em três casos:
CONCEITUAÇÃO DE TRABALHO, ENERGIA E POTÊNCIA. c.1) Força Nula: E evidente que se não houver força aplicada, não
haverá trabalho realizado.
CONCEITO DE TRABALHO
c.2) Deslocamento Nulo: Muitas vezes a força aplicada em um corpo
Trabalho é a medida da quantidade de energia transformada em ou- não é suficiente para movê-lo. Isto significa que a tentativa de reali-
tra modalidade, ou transferida para outro corpo através de uma força. zar trabalho fracassou, pois não houve transferência ou transforma-
ção de energia.
c.3) Força perpendicular ao deslocamento: Quando o ângulo formado
TRABALHO DE UMA FORÇA CONSTANTE
entre a força e o deslocamento é de 900, o trabalho é nulo.
Considere a seguinte situação: Percebe-se isto na expressão = F.d.cos , pois, neste caso, =
90.º e cos = 0, o que nos leva a = 0.
Pode-se citar como exemplo os movimentos circulares, pois é possí-
vel determinar que a força centrípeta não altera a energia do ponto mate-
rial durante a trajetória, o que nos traz trabalho nulo. Outros exemplos
são: um halterofilista mantendo o haltere imóvel sobre sua cabeça, esqui-
adores deslizando em planos horizontais, um homem carregando uma
O trabalho realizado é: = | F | . | d | . cos onde: mala, etc.
= trabalho realizado pelo corpo;
F = força aplicada no corpo; TRABALHO DE UMA FORÇA VARIÁVEL
d = deslocamento realizado pelo corpo; Quando a força aplicada a um corpo não é constante, a determina-
= ângulo formado entre a força e o deslocamento. ção do trabalho realizado é feita graficamente:
Considere, inicialmente, uma força constante de valor 10 N aplicada
sobre um corpo, no sentido do deslocamento, causando um desloca-
Unidades mento de 3 m. Temos que:
No Sistema Internacional o trabalho é expresso em joules (J), mas p = F.d.cos p = 10.3.1 p = 30 N
pode ser expresso em erg (CGS), kgm (MKS) ou kJ (MTS).
Representando esta situação graficamente temos:
Exemplo: Uma força de 10 N é aplicada em um corpo de massa 4 kg,
provocando um deslocamento de 5 m. Sabendo-se que o ângulo entre
força e deslocamento é de 60.º, determine o trabalho realizado.
Resolução:
Dados: F= 10 N
d = 5m = 600 cos = 1/2
Observações: N
Área
1) O trabalho é uma grandeza escalar.
2) O trabalho de uma força constante não depende da trajetória. Exemplo: Uma força de intensidade variável é aplicada em um corpo,
como mostra o gráfico abaixo. Determine o trabalho realizado entre 0 e 6
3) Quando o ângulo for de 0º, podemos escrever apenas: = F.d m.
Exemplo: Uma força de 3 N age sobre um corpo, provocando um
deslocamento de 6 m. Sabendo-se que a força e o deslocamento tem o
mesmo sentido, qual o trabalho realizado?
Resolução:
Dados: F = 3N d = 6m
= F.d =3.6 =18 J
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Resolução Pode-se classificar a potência em Mecânica, onde a energia é trans-
ferida na forma de trabalho; Térmica, onde a energia é transferida sob a
bh 2 10 forma de calor; Elétrica, etc.
AΔ AΔ A Δ 10 e
2 2
A = b . h A = 4.10 A = 40
POTÊNCIA MÉDIA
= A+A = 10+ 40 = 50 J Mede a energia transferida em um dado intervalo de tempo.
No caso particular de o gráfico estar acima do eixo, o trabalho é posi-
tivo, pois força e deslocamento têm o mesmo sentido, e no caso de o grá- Pot M onde:
fico estar abaixo do eixo, o trabalho é negativo, porque força e desloca- t
mento têm sentidos opostos. PotM = potência média desenvolvida;
= trabalho realizado;
t = intervalo de tempo.
Unidades
No Sistema Internacional a unidade utilizada é o watt (W), mas pode-
se utilizar também o erg/s (CGS), o kgm/s (MKS) ou o kW (MTS).
Exemplo:
Um liquidificador realiza um trabalho de 100 J em 2 segundos. Qual
sua potência média?
Resolução:
Dados: = 100J
t = 2
100
Pot M Pot M Pot M 50 W
t 2
Exemplo: Uma força de intensidade variável age sobre um objeto
como mostra o diagrama abaixo. Qual o trabalho realizado entre 0 e 12
m? POTÊNCIA INSTANTÂNEA
Mede a energia transferida a cada instante.
Pot = F .v onde:
Pot = potência desenvolvida em um dado instante;
F = força aplicada;
v = velocidade. Unidade
Assim como na potência média, também na potência instantânea uti-
liza-se, pelo Sistema Internacional, o watt (W).
bh 34 12
A2 A2 A2 A2 6 RENDIMENTO
2 2 2
Teoricamente pode-se transformar ou transferir energia sem perdas,
= A1 - A2 = 60 – 6 = 54 J mas na prática isto não ocorre.
Define-se como rendimento a quantidade real de energia que é trans-
CONCEITO DE ENERGIA formada na modalidade desejada. Este rendimento é dado por:
Energia significa capacidade de realizar trabalho, ou seja, capacida- Pot u
de de transformar energia ou transferir energia para outros sistemas. onde:
Todo sistema que apresentar esta característica será considerado pos- Pot t
suidor de energia.
= rendimento;
CONCEITO DE POTÊNCIA
Potu = potência útil (energia realmente transformada);
Potência é a medida da rapidez com que um sistema transforma ou
transfere energia. Pott = potência total (potência obtida).
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O rendimento não possui unidade, mas pode-se utilizar o valor per- Exemplo:
centual, bastando para isso multiplicar o valor obtido na equação por 100.
Uma mola de constante elástica 400 N/m sofre uma deformação de
Exemplo: Uma máquina apresenta uma potência total de 2000 W. 40 cm. Qual sua energia potencial elástica?
Sabendo que esta máquina realiza um trabalho de 3200 J em 2 s, qual o
seu rendimento? Resolução:
Pot u 1600
0,8 ENERGIA MECÂNICA
Pot t 2000
A Energia Mecânica é a energia total de um sistema em um dado ins-
Em valor percentual tem-se: = 0,8.100 = 80% tante. E dada pela soma das energias cinética e potencial:
EM = Ec + Ep
CONCEITO DE ENERGIA POTENCIAL E DE ENERGIA CINÉTICA.
Exemplo.
Um pássaro de massa 1 kg voa à altura de 100 m com velocidade de
ENERGIA CINÉTICA
10 m/s. Sendo a aceleração da gravidade local igual a 10 m/s2, qual sua
A Energia Cinética é a forma de energia que um sistema possui por energia mecânica?
estar em movimento em relação a um referencial adotado. E expressa
por:
Resolução:
m v2
Ec onde:
Dados: m = 1 kg h = 100 m
2 v = 10 m/s g = 10 m/s2
Ec = Energia Cinética;
m = massa do corpo;
EM = Ec + Ep
v = velocidade do corpo.
m v2 1 102 1 100
EM m g h EM 1 10 100 EM 1000
xemplo: 2 2 2
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Sistema sob ação de uma força elástica: TRABALHO DA FORÇA GRAVITACIONAL E ENERGIA POTENCIAL
2 2 GRAVITACIONAL.
m.v kx
EM Ec Ep Ee m.g.h TRABALHO DA FORÇA-PESO
2 2
= constante Esta modalidade de trabalho é expressa como:
p = m.g.h onde:
EM1 = EM2
p = trabalho realizado pela força-peso;
Exemplo:
m = massa do corpo;
Um corpo de massa 4 kg encontra-se à altura de 10 m. Determine a g = aceleração da gravidade local;
velocidade do corpo quando:
h = altura do corpo em relação ao solo (ou outro referencial).
a) sua altura é de 5 m; O sinal ± da equação será utilizado dependendo apenas do tipo de
b) atinge o solo. Adote g = 10 m/s2 movimento realizado.
Quando um corpo é levado em sentido vertical para cima o sinal usa-
Resolução: do é o negativo (trabalho resistente), e quando é levado verticalmente
Dados: m = 4 kg para baixo o sinal é positivo (trabalho motor).
Exemplo: Um tijolo de massa 1,5 kg é retirado do solo e colocado a
h = 10 m g = 10 m/s2
uma altura de 2 m. Qual o trabalho realizado pela força-peso? Adote g =
10 m/s2.
Resolução:
m v 22 Dados: m = 1,5 kg
a) EM1 = EM2 m.g.h1 m.g.h 2
2 g = 10 m/s2 h = 2m
4 v 22 O trabalho é de subida, portanto o sinal é negativo:
4. 10. 10 4. 10.5 400 2 v 22 200
2 p = -m.g.h p = -1,5.10.2 p = -30 J
200
2 v 22 200 v 22 v 22 100
2 ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL
v 2 100 v 2 10 m/s A energia Potencial é uma forma de energia que o sistema possui,
que está associada a urna posição em relação ao ponto referencial
adotado.
m v 22 A Energia Potencial é a energia armazenada pelo sistema, e que es-
b) EM1 = EM2 m.g.h1
2 tá pronta para ser transformada em outra forma de energia.
4 v 22 A Energia Potencial Gravitacional é consequência da força de atra-
4. 10. 10 400 2 v 22 ção gravitacional da Terra, e é expressa por:
2
Ep = m.g.h onde:
400
v 22 v 22 200 Ep = Energia Potencial Gravitacional;
2
m = massa do corpo;
v 2 200 v 2 14,1 m/s g = aceleração da gravidade local;
h = altura na qual o corpo se encontra. Unidade
Pelo Sistema Internacional a unidade de medida utilizada para ener-
TEOREMA DA ENERGIA CINÉTICA (T.E.C.)
gia é a mesma do trabalho, ou seja, o joule (J).
Este teorema diz que o trabalho total das forças atuantes em um sis- Exemplo:
tema é dado pela variação da Energia Cinética do sistema, ou seja, pode-
Um corpo de massa 5 kg encontra-se a urna altura de 4 m. Qual a
se determinar facilmente o trabalho realizado, bastando apenas conhe-
energia potencial deste como? Adote g = 10 m/s2
cer-se as Energias Cinéticas nos dois pontos em questão:
Resolução
Dados: m = 10 Kg
Ec 2 Ec1 g = 10 m/s2 h=4m
Ep = m.g.h Ep = 5.10.4
Exemplo:
Ep = 200 J
Um corpo de massa 2 kg altera sua velocidade de 4 m/s para 6 m/s.
Qual o trabalho realizado para ocorrer este aumento de velocidade?
FORÇAS CONSERVATIVAS E DISSIPATIVAS.
Resolução:
= Ec2 - Ec1 Forças conservativas
Na física, definimos forças conservativas como sendo aquelas que
m v 22 m v12 26 2
24 2
não modificam a energia mecânica do sistema. É possível estabelecer
2 2 2 2 uma classificação para os diversos tipos de forças através dos efeitos
provocados por cada uma sobre a energia mecânica dos corpos. Por
2 36 2 16 exemplo, a força peso tem a propriedade de transformar a energia poten-
36 - 16 20 J cial gravitacional em energia cinética. A força de uma mola pode trans-
2 2
formar a energia elástica em energia cinética.
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Esses dois tipos de forças mencionadas acima, força gravitacional e Diminui quando a altitude do lugar aumenta
força elástica, são exemplos de forças conservativas, pois tais forças não
modificam a energia mecânica do sistema. Peso e massa são grandezas físicas diferentes. Num mesmo lugar à
superfície da Terra, dois corpos com massas iguais têm o mesmo peso, e
Forças dissipativas com massas diferentes têm pesos diferentes. E em lugares a latitudes ou
Na física, definimos forças dissipativas, que também podem ser altitudes diferentes, dois corpos com massas iguais têm pesos diferentes.
denominadas de forças não conservativas, como sendo as forças que O peso de um corpo será o mesmo em qualquer planeta?
transformam a energia mecânica em outras formas de energia, como por
exemplo, o som, calor e deformação. Quando um corpo é levado de um planeta para outro, a sua massa,
quantidade de matéria que constitui o corpo, mantém-se, mas o seu peso
A força de atrito faz um objeto parar, transformando sua energia ciné- passa a ser diferente, pois a força com que o corpo é atraído por esse
tica inicial em calor e som. Sempre que houver força de atrito, parte da planeta passa a ser diferente.
energia mecânica do sistema vai ser transformada em calor e som. É
Quanto maior for a massa de um planeta, maior será a força
possível verificar isso quando um carro freia bruscamente: escutamos o
gravitacional que o planeta exerce sobre os corpos colocados à sua
som característico da freada e vemos a fumaça dos pneus queimando em
superfície.
virtude do aumento da temperatura devido à força de atrito com o asfalto.
Leis de Kepler
Depois de uma análise meticulosa dos excelentes dados
astronômicos obtidos por Tycho Brahe, Kepler descobriu as leis do
• A MECÂNICA E O FUNCIONAMENTO DO UNIVERSO – movimento planetário que se seguem:
FORÇA PESO. ACELERAÇÃO GRAVITACIONAL. LEI DA
GRAVITAÇÃO UNIVERSAL. LEIS DE KEPLER. MOVI- Os planetas descrevem órbitas elípticas, com o Sol num dos
focos.
MENTOS DE CORPOS CELESTES. INFLUÊNCIA NA
TERRA: MARÉS E VARIAÇÕES CLIMÁTICAS. CONCEP- O raio vetor que liga um planeta ao Sol descreve áreas iguais em
ÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A ORIGEM DO UNIVERSO E tempos iguais. (lei das áreas)
SUA EVOLUÇÃO. Os quadrados dos períodos de revolucão (T) são proporcionais
aos cubos das distâncias médias (R) do Sol aos planetas. T2 = CR3, onde
C é uma constante de proporcionalidade.
FORÇA Peso
O modelo de Kepler é heliocêntrico. Seu modelo foi muito criticado
O peso é a força gravitacional sofrida por um corpo na vizinhança de
pela falta de simetria que constava no fato do Sol ocupar um dos focos da
um planeta ou outro grande corpo. Também pode ser definido como a
elipse e o outro simplesmente ser preenchido com o vácuo.
medida da aceleração que um corpo exerce sobre outro, através da força
gravitacional. O modelo da mecânica celeste de Brahe é muito curioso pois ele
coloca os planetas orbitando o Sol e este orbitando a Terra, o que o torna
Matematicamente, pode ser descrito como o produto entre massa e a
ao mesmo tempo geocêntrico e heliocêntrico.
aceleração da gravidade:
O objetivo da Mecânica Celeste, como o da Astrometria, é o de
determinar as posições dos astros e suas variações com o tempo, mas
diferentemente da Astrometria, a Mecânica Celeste faz esse estudo
baseada principalmente nos dados da Astrometria e na parte teórica
Devido às diferentes massas dos planetas do sistema solar, o peso fornecida pela Mecânica Clássica.
de um objeto será diferente em cada um deles. Segue-se uma tabela com
a relação desta força em relação à força exercida noutros planetas: Johannes Kepler em 1589, após laborioso estudo das posições de
planetas do sistema solar, elaborou três leis que representavam esses
Mercúrio 0.378 movimentos: são as chamadas Leis de Kepler. Isaac Newton, no início do
Vênus 0.907 século XVII quis entender o mecanismo que fazia com que a Lua girasse
em torno da Terra. Estudando os princípios elaborados por Galileu Galilei
Terra = 1
e por Johannes Kepler, Newton conseguiu elaborar uma teoria que dizia
Lua 0.166 que todos os corpos que possuiam massa sofreriam uma atração mútua
Marte 0.377 entre eles.
Júpiter 2.364 Surgiu então a teoria da Gravitação Universal: dados dois corpos de
Saturno 1.064 massa m e M distantes d entre si, esses dois corpos se atraem
Urano 0.889 mutuamente com uma força que é proporcional à massa de cada um
deles e ao mesmo tempo inversamente ao quadrado da distância que
Netuno 1.125 separa esses corpos. Matematicamente essa lei pode ser escrita por:
Plutão 0.067
F = G.m.M/d2
O peso de um corpo será o mesmo em qualquer lugar da Terra?
Quanto mais afastado estiver um corpo do centro da Terra menor vai onde G é a constante universal da atração gravitacional.
ser a força gravitacional entre a Terra e o corpo. Assim, a força diminui A Mecânica Celeste é, pois, a parte da Astronomia que visa estudar o
quando a distância entre o corpo e o centro da Terra aumenta. ~>O peso movimento dos astros que estão submetidos às forças resultantes da
de um corpo na Terra : atração gravitacional entre esses corpos celestes. Assim, podemos dizer
que a Mecânica Celeste estuda os movimentos dos astros aplicando as
Aumenta do equador para os polos: por dois motivos, 1) leis da Mecânica.
achatamento nos polos (a Terra não é uma esfera perfeita); 2) devido
também à ação da força centrípeta da rotação da Terra, que "empurra" os O Mecânico Celeste é capaz de calcular as distâncias e as posições
corpos para fora, reduzindo o seu peso. dos astros do Sistema Solar, determinar massas de estrelas pertencentes
a Sistemas Estelares distantes, calcular órbitas de satélites artificiais em
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torno da Terra, determinar as trajetórias de sondas espaciais enviadas a órbita do planeta Urano, astrônomos puderam calcular a presença de um
outros astros do Sistema Solar etc. É com a Mecânica Celeste que se outro corpo celeste influenciando seu movimento. E lá estava Netuno.
pode determinar as massas de corpos celestes, incluindo planetas, Com Plutão não foi diferente. P. Lowel no início do séc. XX pode prever a
satélites, estrelas etc. existência do planeta estudando a órbita de Netuno. Em 1930, Plutão
seria descoberto por Clyde Tombaugh.
Mecânica Celeste é a parte da astronomia que se ocupa da
determinação dos movimentos dos astros. Planetas
Kepler São corpos não luminosos que orbitam uma estrela e que brilham ao
refletir sua luz. No nosso sistema solar existem 9 planetas que orbitam
Nascido em Weil, Áustria, em 27 de fevereiro de 1571, o pisciano uma estrela, o Sol. Uma boa dica ao observar o céu é que estrela emite
Kepler publicou em 1596 "Mysterium Cosmographicum", onde expõe uma luz que pisca, planeta não.
argumentos favoráveis às hipóteses Heliocêntricas. Em 1609, publicou
Astronomia Nova... De Motibus Stellae Martis, onde apresentas as 3 leis São planetas inferiores aqueles que estão entre o Sol e a Terra, a
do movimento dos planetas: saber: Mercúrio e Vênus. Planetas superiores aqueles que estão além da
Terra: Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.
Primeira Lei de Kepler:
Rotação
"O planeta em órbita em torno do Sol descreve uma elipse em que o Planeta Distância do Sol
Revolução
Sol ocupa um dos focos". Mercúrio 57.910.000 58d15h36m 87dias 23h15m
Esta lei definiu que as órbitas não eram esféricas como se supunha Vênus 108.210.000 243d 224dias 16h49m
até então. Terra 149.597.910 24h 365dias 5h48m
Segunda Lei de Kepler: Marte 227.944.000 24h37m 687dias
Júpiter 778.340.000 9h50m 11anos 10 meses 17 dias
"A linha que liga o planeta ao Sol varre áreas iguais em tempos Saturno 1.427.010.000 10h4m 29 anos 167 dias
iguais". Esta determina que os planetas movem-se com velocidades Urano 2.869.600.000 10h49m 84 anos 4 dias
diferentes dependendo da distância que estão do Sol. Netuno 4.496.660.000 15h48m 164 anos 9 meses 16 dias
Periélio é ponto mais perto do sol, o planeta anda mais rápido. Afélio Plutão 5.898.900.000 6 d 9h21m 247 anos 8 meses 8 dias
é ponto mais afastado do sol, o planeta anda mais lentamente
Terceira Lei de Kepler: "Os quadrados dos períodos de revolução
dos planetas são proporcionais aos cubos dos eixos máximos de suas CONCEPÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A ORIGEM DO UNIVERSO E
órbitas". SUA EVOLUÇÃO.
T2 Universo
k , com k constante
D3 No século IV a.C., Parmênides de Eleia concebia o universo como "a
massa de uma esfera arredondada que se equilibra em si mesma, em
Complicadinho isso, não? Mas fica simples quando a gente fala de todos os seus pontos". Heráclito de Éfeso via o mundo como contínuo
outro jeito. Esta lei nos diz que existe uma relação entre a distância do movimento e constante vir-a-ser. Dois mil e quinhentos anos mais tarde,
planeta e o tempo que ele demora para completar uma revolução em como se prolongasse e desenvolvesse essas intuições originais, Albert
torno do sol. Portanto quanto mais distante ele estiver mais tempo levará Einstein, que também concebeu o universo como uma esfera, falou "da
para completar sua volta em torno do Sol. razão poderosa e suprema que se revela no incompreensível universo".
Dessas 3 leis, o físico inglês Isaac Newton deduz as características A ideia de universo é produto de um momento histórico, suas con-
das forças que agem sobre os planetas devido à presença do Sol. Em cepções religiosas, filosóficas e científicas. A menos que se considere a
1687 publica "Principia" onde conclui: situação da ciência e da filosofia num dado instante como definitivas,
Da primeira lei de Kepler que a força que atua constantemente sobre suas posições, teorias e hipóteses não passam de momentos de um
o planeta tem sua linha de ação passando pelo Sol, para o qual é dirigida. processo, o qual consiste no desvendamento progressivo da realidade
Portanto o Sol, nosso astro-rei, tudo atrái. Da segunda que essa força é pela razão. Tal processo, que se confunde com o que se poderia chamar
também inversamente proporcional ao quadrado da distância entre o sol de história da razão, revela que o saber é social e histórico, e que a
e o planeta. Ou seja, que quanto mais perto o planeta está maior é a realidade não se descobre de uma só vez, pelo mesmo homem, mas aos
força de atração do Sol. E da terceira que devido ao sol, a força que age poucos, e pelas diversas gerações que se sucedem.
constantemente sobre o planeta, além de ser central, estar dirigida para o Evolução da ideia de universo
Sol e ser inversamente proporcional ao quadrado da distância, é
diretamente proporcional à massa do planeta. O coeficiente de O conceito de universo, inseparável da história da religião, da filoso-
proporcionalidade independe do planeta. Essa é difícil, hein. Ele repete as fia e da ciência, teria percorrido três etapas, que podem eventualmente
duas primeiras conclusões e acrescenta que "tamanho é documento". Na coexistir no contexto de uma mesma cultura, embora em cada contexto
verdade o que interessa aqui é a massa do planeta. uma delas sempre prevaleça. A primeira se caracteriza pela concepção
religiosa, a segunda pela metafísica e a terceira pela concepção científi-
LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL ca. Segundo a concepção religiosa, o mundo, além de ter sido criado por
A lei da gravitação universal define que dois pontos materiais (S e P) Deus ou pelos deuses, é por eles governado, à revelia do homem e de
de massa M e m, situados a uma distância r, exercem mutuamente uma sua vontade. Diante de Deus, ou dos deuses, infinitamente poderosos, o
força atrativa dirigida segundo a reta SP, proporcional às massas e homem não passa de um ser indefeso e temeroso.
inversamente proporcional ao quadrado de suas distâncias. Concepção grega. A filosofia e a ciência gregas pressupõem as teo-
Isto tudo pode parecer complicado à primeira vista, mas é importante gonias e as cosmogonias, tais como concebidas nas obras de Homero e
pra compreendermos porque o planeta gira em torno do Sol e como esse de Hesíodo. O mundo, que incluía a totalidade daquilo que se conhece,
movimento se estabelece. compreende os deuses, imortais, os homens, mortais, e a natureza, que
os gregos chamavam physis. Tanto a natureza quanto os homens estão à
A mecânica celeste mostrou sua eficiência na descoberta do planeta mercê dos deuses imortais, de seus caprichos, cóleras, paixões, pois os
Netuno em 1846 por U. J. de Verrier. Baseados nas perturbações da deuses, embora divinos e imortais, são concebidos à semelhança dos
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homens, tendo também vícios e virtudes. A concepção religiosa e mitoló- Concepção judaico-cristã. A revelação judaico-cristã trouxe duas
gica do universo é criticada pela filosofia e pela ciência, que se propõem, ideias estranhas ao pensamento grego: a ideia de um Deus único e
desde suas origens, a substituí-la por uma concepção racional e lógica. pessoal, transcendente ao mundo, e a ideia da criação ex-nihilo, a partir
do nada. De acordo com o Gênesis, Deus criou o universo, o céu e a
Nos primeiros filósofos gregos, chamados pré-socráticos, encontra- Terra, e todos os seres que nele se contêm, a água e a luz, os astros e as
se o esboço das cosmovisões que Platão e Aristóteles tentariam sistema- estrelas, as plantas e os animais e, finalmente, o homem, feito a sua
tizar dois séculos mais tarde. Partindo do mesmo pressuposto, da identi- imagem e semelhança. Obra de Deus, que é, por definição, a inteligência
dade do pensamento e do ser, ou da razão e da realidade, Parmênides e suprema, o universo reflete essa inteligência, sendo ordem e beleza,
Heráclito formularam as duas teses que determinaram todo o pensamen- cosmo e não caos. As leis que regem seu funcionamento expressam a
to ulterior: a da unidade e imobilidade, e a da multiplicidade e mobilidade vontade divina, que não as estabeleceu arbitrariamente, mas segundo o
do ser. Para Parmênides, o Ser, isto é, o universo, o Absoluto, era incria- plano que se desdobrou ao longo dos sete dias da criação.
do, imperecível, completo, imóvel e eterno, assemelhando-se à "massa
de uma esfera bem arredondada, que se equilibra em si mesma em todos Compelidos, pelas exigências da luta contra o paganismo e as here-
os seus pontos". Segundo Heráclito, para quem o lógos "tudo governa", o sias, a formular conceitualmente o conteúdo da revelação, os pensadores
mundo, que é o mesmo para todos os seres, não foi criado por um deus cristãos tiveram que se valer do arsenal ideológico de que dispunham,
ou por um homem, e sempre foi, é e será um fogo vivo "que se acende e quer dizer, o pensamento grego. O que se chama de filosofia cristã, ou de
apaga com medida". pensamento cristão, não passa, na realidade, do pensamento grego -- de
Platão e de Aristóteles especialmente -- usado como instrumento de
Ainda no período pré-socrático, as filosofias de Demócrito, Empédo- defesa e justificação da fé. Ao incorporar a filosofia grega, a cosmovisão
cles e Anaxágoras, foram tentativas de conciliar e superar essas duas cristã ficou presa à física e à cosmologia de Aristóteles, que, durante dois
posições extremas. De todas, a mais significativa é a de Demócrito, que mil anos, dominou o pensamento ocidental, até o advento da filosofia e da
lançou os fundamentos de uma concepção rigorosamente científica do ciência moderna.
universo, concebendo-o como composto de átomos e de vazio. Os áto-
mos e o vazio, assim como o movimento, são eternos, sempre existiram, Universo newtoniano. Os fundadores da ciência moderna, Copérnico,
e suas infinitas combinações dão origem a todos os seres. Galileu, Kepler, Descartes e Newton, acreditavam em Deus e a ele se
referiram constantemente, mas conceberam o universo como se fosse
Segundo Platão, cuja cosmogonia é expressa no mito do Timeu, pois independente de Deus e explicável por si mesmo, pelas leis que lhe são
a física é apenas um passatempo para o espírito, o mundo, obra de um próprias. A "revolução copernicana" deslocou o centro de gravitação da
demiurgo, é belo e vivo. Cópia corpórea e sensível do modelo inteligível, Terra para o Sol e permitiu conceber o universo como um sistema autô-
é habitado por uma alma que mistura três essências: a indivisível, unida- nomo, regido por leis que podem ser conhecidas experimentalmente e
de absoluta do todo inteligível, a divisível, ou multiplicidade que caracteri- formuladas matematicamente. Descobrindo a impenetrabilidade, a mobili-
za os corpos e seu vir-a-ser, e uma terceira, intermediária, a existência, dade, a força de propulsão dos corpos, as leis do movimento e da gravi-
que participa das duas primeiras. O centro da alma, uma espécie de dade, e formulando os postulados que permitem definir as noções de
envoltório esférico do corpo do mundo, coincide com o centro do mundo, massa, causa, força, inércia, espaço, tempo e movimento, Newton foi o
e seus movimentos circulares se confundem. O corpo do mundo é com- primeiro a sistematizar a moderna ciência da natureza.
posto do fogo e da terra, entre os quais se interpõe, por razões matemáti-
cas, a água e o ar, matéria ou elementos que preexistem à ação do Embora não se propusesse mais o conhecimento das causas dos fe-
demiurgo e cujo começo de organização explica-se mecanicamente. nômenos, mas a determinação das leis que os regem, a ciência newtoni-
ana, físico-matemática, coincidia ainda com a física de Aristóteles num
Ao contrário de Platão, para quem a física só poderia ser objeto de ponto capital, a concepção do tempo e do espaço. Ambas consideram
um "conhecimento bastardo", Aristóteles achava que o mundo natural tempo e espaço como quadros invariáveis e fixos, referenciais absolutos,
pode ser objeto de conhecimento racional ou epistemológico. Único, não em função dos quais se explicam os movimentos do universo. A definição
tem nem começo nem fim, nada existe fora dele, é perfeito e finito, for- aristotélica do tempo e do espaço, embora date do século IV a.C., preva-
mando uma esfera que se move de acordo com o movimento mais perfei- leceu na ciência clássica, na mecânica de Galileu e de Newton, até o
to, que é movimento circular. O mundo inclui quatro corpos simples ou advento da física quântica e da relatividade einsteiniana.
elementares, a terra, a água, o ar e o fogo, aos quais se acrescenta uma
quinta-essência, o éter, que não comporta nenhuma espécie de mudan- Relacionando a queda da maçã com o movimento dos planetas e do
ça. Sol, Newton formulou a lei da gravitação universal, que permite determi-
nar a velocidade de revolução da Terra em torno do Sol, do sistema solar
O universo se dividiria em duas grandes regiões: o céu propriamente no sistema estelar, do sistema estelar na Via Láctea e da Via Láctea nas
dito, que se estende do "primeiro céu" até a Lua, incluindo as estrelas galáxias exteriores. Distinguindo movimento absoluto e movimento relati-
fixas, cujo movimento é regular, eterno e circular. Os astros e os planetas vo, foi levado a admitir a existência de estrelas fixas, ou de pontos imó-
são tão imóveis quanto as estrelas. O que se move circularmente é a veis no universo, embora não dispusesse de meios para provar tal hipó-
esfera que carrega o astro, esfera única no caso das estrelas, esferas tese. Por considerar o espaço uma realidade fixa, um quadro estático e
múltiplas no caso dos planetas. Segundo Aristóteles, para que o movi- imutável e por não poder estabelecer cientificamente esse postulado,
mento de cada esfera planetária não se altere em virtude do movimento recorreu a uma explicação teológica, que considerava o espaço a onipre-
da outra esfera em que está encaixada, é preciso introduzir esferas sença de Deus na natureza. O universo newtoniano era, assim, o meio
compensadoras, que preservam a unidade do sistema. invisível, o espaço absoluto e imutável no qual as estrelas se deslocam e
A segunda região do universo é a região sublunar, cujo centro é a a luz se propaga de acordo com modelos mecânicos, traduzíveis em
Terra. Mais distante do "primeiro motor" que o céu, caracteriza-se pela fórmulas matemáticas.
geração e pela corrupção das substâncias, cuja matéria não é mais Universo einsteiniano. Em 1905, Albert Einstein escreveu um peque-
perfeitamente determinada, como a do mundo sideral, mas é, ao contrá- no trabalho, no qual admitia que a velocidade da luz não é afetada pelo
rio, pura indeterminação. Nesse mundo, onde reina a contingência, o movimento da Terra, mas rejeitava a teoria do éter e a noção de espaço
acidente e o acesso, a descontinuidade é a norma do movimento, mesmo como quadro fixo e imóvel no qual é possível distinguir o movimento
regular. Os elementos que se constituem nessa região são inferiores ao absoluto do movimento relativo. Se a velocidade da luz é constante, e se
éter, misturando-se e transformando-se uns nos outros, o que permite propaga independentemente do movimento da Terra, também deve ser
considerá-la a região dos mistos, ou das misturas. O mundo sublunar independente do movimento de qualquer outro planeta, estrela, meteoro,
está envolvido por uma esfera de fogo que gira com o primeiro céu, a ou mesmo sistema no universo. As leis da natureza, consequentemente,
qual envolve o ar, que, por sua vez, envolve a água, que, finalmente, são as mesmas para todos os sistemas que se movem uniformemente,
envolve a terra. uns em relação aos outros.
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Eliminados o espaço e o tempo absolutos, o universo todo entra em
movimento, não tendo mais sentido indagar pela velocidade "verdadeira",
• FENÔMENOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS – CARGA
ou "real" de qualquer sistema. O espaço einsteiniano não tem fronteiras ELÉTRICA E CORRENTE ELÉTRICA. LEI DE COULOMB.
nem direção, e não apresenta nenhum ponto de referência que permita CAMPO ELÉTRICO E POTENCIAL ELÉTRICO. LINHAS
comparações absolutas, pois não passa, como já dissera Leibniz, "da DE CAMPO. SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS. PODER
ordem da relação das coisas entre elas". O que leva a concluir que, sem
DAS PONTAS. BLINDAGEM. CAPACITORES. EFEITO
coisas que o ocupem e nele se movam, não há espaço. Os movimentos,
portanto, sejam quais forem, só podem ser descritos e medidos uns em JOULE. LEI DE OHM. RESISTÊNCIA ELÉTRICA E RE-
relação aos outros, uma vez que, no universo, tudo está em movimento. SISTIVIDADE. RELAÇÕES ENTRE GRANDEZAS ELÉ-
Na primeira formulação de sua teoria, que chamou de "relatividade
TRICAS: TENSÃO, CORRENTE, POTÊNCIA E ENERGIA.
restrita", Einstein buscou demonstrar que não há no universo nenhum CIRCUITOS ELÉTRICOS SIMPLES. CORRENTES CON-
parâmetro absoluto que permita calcular o movimento absoluto de um TÍNUA E ALTERNADA. MEDIDORES ELÉTRICOS. RE-
planeta, como a Terra, ou de qualquer sistema que se ache em movimen- PRESENTAÇÃO GRÁFICA DE CIRCUITOS. SÍMBOLOS
to. Um corpo só se move em relação a outro, ou a outros, e se todos os CONVENCIONAIS. POTÊNCIA E CONSUMO DE ENER-
corpos do universo se movessem simultaneamente, com a mesma velo-
cidade, não haveria movimentos, nem percepção do movimento e possi- GIA EM DISPOSITIVOS ELÉTRICOS. CAMPO MAGNÉTI-
bilidade de calculá-lo. CO. IMÃS PERMANENTES. LINHAS DE CAMPO MAG-
A partir da lei da inércia, tal como foi enunciada por Newton, Einstein
NÉTICO. CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE.
reformulou a lei da gravitação universal, estabelecendo como premissa
que as leis da natureza são as mesmas para qualquer sistema, indepen-
CORRENTE ELÉTRICA
dentemente de seu movimento. O princípio da equivalência, entre a
gravidade e a inércia, estabelece que não há meio algum que permita Define-se corrente elétrica como sendo o fluxo ordenado de cargas
distinguir o movimento produzido pelas forças de inércia do movimento elétricas que atravessam um condutor.
gerado pela força da gravitação.
O princípio permitiu mostrar que nada há de único ou de absoluto no
movimento não uniforme, pois seus efeitos não se podem distinguir dos
efeitos da gravitação. O movimento, portanto, seja qual for, uniforme ou
não, só pode ser observado e calculado em relação a um parâmetro, pois
não há movimento absoluto. Desse ponto de vista, a gravitação passa a
fazer parte da inércia e o movimento dos corpos resulta de sua inércia Quando um condutor é ligado a um gerador é possível ter-se esta
própria. Sua trajetória é determinada pelas propriedades métricas do movimentação, pois o gerador é responsável pelo surgimento de falta de
contínuo espaço-tempo, o que permite eliminar a obscura noção de ação cargas em uma região, e excesso de cargas em outra. Se as cargas
a distância. forem prótons, estes se movimentarão do polo positivo (onde há excesso
de prótons) para o negativo (onde há falta de prótons). Este é o sentido
Na confluência da teoria dos quanta, que determinou todas as con- convencional da corrente elétrica.
cepções a respeito do átomo, e da teoria da relatividade, que determinou
todas as concepções a respeito do espaço, do tempo, da gravitação, da Como a corrente elétrica é, comumente, fluxo de elétrons, o fluxo
inércia etc., a teoria do campo unitário vem atender à exigência funda- destas cargas ocorre sempre em sentido contrário ao da corrente elétrica.
mental da razão, que é a exigência de unidade. A intensidade da corrente elétrica é determinada da seguinte forma:
"A ideia de que existem duas estruturas no espaço, independentes
uma da outra", escreve Einstein, "o espaço métrico gravitacional e o Q
espaço eletromagnético, é intolerável ao espírito teórico". i onde:
t
Ao mostrar que as duas forças, a da gravitação e a eletromagnética,
não são independentes, mas inseparáveis, a teoria do campo unitário as i = intensidade de corrente elétrica;
descreve em termos que poderão permitir novas descobertas sobre a
estrutura da matéria, a mecânica das radiações e demais problemas do Q = quantidade de carga que percorre o condutor;
mundo atômico e subatômico.
t = intervalo de tempo.
O universo einsteiniano não é nem infinito, nem euclidiano, ou tridi-
Unidades:
mensional, pois a geometria de Euclides não é válida no campo gravitaci-
onal. E, como a estrutura do campo gravitacional é determinada pela Pelo Sistema Internacional, a intensidade de corrente elétrica é me-
massa e pela velocidade do corpo em gravitação, a geometria do univer- dida em ampères (A), a quantidade de carga em coulombs (C) e o inter-
so, a curvatura do contínuo espaço-tempo, por ser proporcional à concen- valo de tempo em segundos (s).
tração de matéria que contém, será determinada pela totalidade da
matéria contida no universo, que o faz descrever uma imensa curvatura Exemplo: Por um condutor passam 7200 C em 1 hora. Qual a inten-
que se fecha em si mesma. sidade da corrente elétrica que passa neste condutor?
Embora não seja possível dar uma representação gráfica do universo Resolução:
finito e esférico de Einstein, foi possível calcular, em função da quantida- Dados: Q = 7200 C
de de matéria contida em cada centímetro cúbico de espaço, o valor do
raio do universo, avaliado em 35 trilhões de anos-luz. t 1 h = 3600 s
Nesse universo finito, mas grande o bastante para conter bilhões de
estrelas e galáxias, um feixe de luz, com a velocidade de 300.000km/s,
levaria 200 trilhões de anos para percorrer a circunferência do cosmo e Q 7200
i i i 2A
retornar ao ponto de partida. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publi- t 3600
cações Ltda.
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PROPRIEDADE GRÁFICA
Nos gráficos i x t, a área nos fornece a quantidade de carga transpor-
tada no intervalo de tempo considerado.
Para se determinar se estas forças são de atração ou de repulsão uti-
liza-se o produto de suas cargas, ou seja:
Epot
V onde:
q
Lei de Coulomb
Esta lei, formulada por Charles Augustin Coulomb, refere-se às for-
ças de interação (atração e repulsão) entre duas cargas elétricas punti-
formes, ou seja, com dimensão e massa desprezível.
Lembrando que, pelo princípio de atração e repulsão, cargas com si-
nais opostos são atraídas e com sinais iguais são repelidas, mas estas
forças de interação têm intensidade igual, independente do sentido para
O trabalho é:
onde o vetor que as descreve aponta.
O que a Lei de Coulomb enuncia é que a intensidade da força elétrica de =q.E.d onde:
interação entre cargas puntiformes é diretamente proporcional ao produto
dos módulos de cada carga e inversamente proporcional ao quadrado da = trabalho realizado;
distância que as separa. Ou seja:
q = carga elétrica;
E = intensidade do campo elétrico;
d = distância entre os pontos.
Onde a equação pode ser expressa por uma igualdade se conside- Unidades
rarmos uma constante k, que depende do meio onde as cargas são
encontradas. O valor mais usual de k é considerado quando esta intera- O trabalho é medido em joules (J), a carga elétrica em coulombs (C),
ção acontece no vácuo, e seu valor é igual a: o campo elétrico em N/C e a distância em metros (m).
Observação: Quando o sentido do movimento da carga é contrário ao
do campo elétrico, como na figura acima, a energia potencial aumenta, e
quando o sentido do movimento é o mesmo do campo elétrico, a energia
Então podemos escrever a equação da lei de Coulomb como: potencial diminui.
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A diferença de potencial entre dois pontos é: Exemplo: Duas cargas localizadas nos pontos A e B, de 5.10 C e 3
C, respectivamente, estão separadas por uma distância de 30 cm.
U=E.d onde:
Determine:
U = diferença de potencial; a) O potencial elétrico no ponto B;
E = intensidade do campo elétrico; b) A energia potencial no ponto B.
d = distância entre os pontos. Dado: k = 9.109
Exemplo: Uma carga de 3 C encontra-se sobre ação de um campo
elétrico de intensidade 3.10 N/C
Resolução:
Pede-se:
Dados:
a) Qual o trabalho realizado para levar esta carga para outro ponto
localizado a uma distância de 30 cm? Q = 5.10-4 C q = 3 C = 3.106 C
b) Qual a diferença de potencial entre os pontos do item anterior? d = 30 cm = 30.102 m
Resolução: k = 9.109
Dados:
q = 3 C = 3. 10-6 C K Q 9 109 5 104
a) VA VA VA 1,5 107 V
E = 3.107 N/C d 30 102
30 cm = 30. 102 m
a) = q.E.d2 = 3.106.3.107.3.10-2 b) Epot = q . VA Epot = 3 . 10-6 . 1,5 . 107
= 2,7J Epot = 45 J
b) U = E . d U = 3.107.3.10-2 U= 9.105 V
Se uma carga puntiforme q é transportada de um ponto A para um
ponto B, existe um trabalho realizado para este deslocamento:
CAMPO ELÉTRICO DE UMA CARGA PUNTIFORME
Se considerarmos uma carga puntiforme Q criando um campo elétri-
co à sua volta, e uma carga puntiforme q a uma certa distância d da carga
geradora de campo, temos:
k Q
VA onde:
d
Este trabalho é calculado pela expressão: = q.(VA - VR ) onde:
VA = potencial elétrico no ponto A;
k = constante eletrostática;
Q = valor da carga elétrica geradora de campo;
= trabalho realizado no deslocamento;
q = valor da carga da partícula movimentada;
d = distância entre as cargas elétricas.
VA = potencial elétrico no ponto A;
VB = potencial elétrico no ponto B.
Energia Potencial da carga Q no ponto A:
k Qq
Epot ou Epot q VA onde: POTENCIAL GERADO POR DIVERSAS
d CARGAS PUNTIFORMES
Epot = energia potencial; Se tivermos várias cargas puntiformes criando, cada uma delas, um
potencial em um ponto A, o potencial resultante neste ponto é dado pela
k = constante eletrostática; soma algébrica dos potenciais:
Q = valor da carga geradora de campo; VA = V1 + V2 + V3 + . . . onde:
q = valor da carga puntiforme no ponto A; VA = potencial elétrico no ponto A;
d = distância entre as cargas;
V1, V2,V3 potencial elétrico criado por cada carga elétrica puntiforme.
VA = potencial elétrico no ponto A.
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LINHAS DE CAMPO. SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS. A reta que contém os polos de uma agulha magnética é a direção de
um vetor denominado vetor indução magnética ( ) - e o sentido é do
Os efeitos de um campo magnético não podem ser vistos. Mas po- sul para o norte da agulha. A unidade de no SI é o tesla (T). Também
dem ser percebidos, o que permite fazer seu desenho - uma representa- é utilizada a unidade gauss (G).
ção geométrica -, no qual estampamos os polos e linhas magnéticos.
Existe uma relação de interação entre esses dois polos: quando
Todo campo magnético está associado a uma carga elétrica em mo- aproximamos o polo de um ímã do polo oposto de outro ímã podemos
vimento. Basta uma carga elétrica em movimento para, simultaneamente, constatar uma atração entre eles. Mas quando aproximamos um ímã
termos um campo magnético. Mas uma carga em movimento não gera com um de seus polos voltado para o mesmo polo de outro ímã perce-
um campo magnético. Na verdade, podemos pensar essas duas grande- bemos uma forte repulsão entre eles.
zas (carga em movimento e campo magnético) como uma só, pois a
partir do momento que temos uma, temos também a outra.
Um campo magnético pode - da mesma forma que um campo elétri-
co - ser representado geometricamente por figuras denominadas linhas
de campos, também chamadas de linhas de indução ou linhas de
força do campo magnético. O local onde o campo magnético tem maior
intensidade é representado por uma concentração maior de linhas.
É importante lembrar que o conceito de um campo de força que
surge a partir de linhas de força foi desenvolvido por Faraday, quando
ele relacionou o magnetismo com a eletricidade.
Lei de Gauss
Os ímãs apresentam regiões onde o campo magnético é mais inten-
so e que são denominadas polos magnéticos. Essas regiões são deno-
A figura mostra campos magnéticos entre polos de dois ímãs. Na
minadas, arbitrariamente, de polo sul e polo norte. Esses polos são
primeira dupla de ímãs, no alto, temos o polo norte de um ímã com a
representados, geralmente, por cores diferentes nos ímãs.
face voltada para o polo sul de outro (há uma interação atrativa entre
Ímãs diferentes podem ter esses polos em regiões diferentes: eles). Nos outros dois casos, temos interações repulsivas.
Fonte: http://educacao.uol.com.br
Por convenção, dizemos que as linhas de campo são orientadas do PODER DAS PONTAS. BLINDAGEM.
polo norte para o polo sul; e é comum ouvirmos que elas "saem" ou
"nascem" no polo norte e "entram" ou "morrem" no polo sul. O Poder das Pontas
Você já deve ter observado que caminhões tanque, desses que
transportam combustível, têm formas arredondadas. Você sabe por quê?
Há mais de duzentos anos os cientistas observaram que um condutor
que apresenta em sua superfície uma região pontiaguda dificilmente se
mantém eletrizado, pois a carga elétrica fornecida a ele escapa através
dessa ponta. Porém, aqueles cientistas não tinham uma explicação
Linhas de campo de um ímã em barra. satisfatória para o fato.
Mas é importante sabermos que essa é uma linguagem figurada, pois Hoje sabemos que o poder das pontas ocorre porque, em um condu-
as linhas de campo magnético na verdade são fechadas (sem começo ou tor eletrizado, a carga tende a acumular-se nas regiões pontiagudas. Em
fim), e não existe lugar onde essas linhas possam "nascer" ou "morrer". virtude disso o campo elétrico nessas regiões é mais intenso do que nas
Tal fato representa a lei de Gauss magnética. regiões mais planas do condutor.
Outro aspecto importante da linha de campo é que, se colocarmos É devido a esse fato que não se recomenda, em dias de chuva, abri-
uma bússola sobre qualquer ponto dela, a agulha magnética da bússola gar-se em baixo de árvores e em locais mais altos.
assumirá uma posição tangente em relação à linha. O sentido do campo No caso dos caminhões tanque, suas extremidades são arredonda-
magnético é dado pelo sentido da reta que contém os polos da agulha das para que as cargas não se acumulem em uma ponta, impedindo que
magnética em repouso. uma centelha seja gerada, o que provocaria uma grande explosão.
Blindagem Eletrostática
Você já parou para pensar porque equipamentos como aparelhos de
rádio, videocassetes, aparelhos de DVD entre outros, são montados em
gabinetes metálicos, ao serem fabricados? Ou ainda, porque fios elétricos
e cabos coaxiais, usados para transmissão de sinais de TV e telefonia,
são envolvidos por uma tela metálica?
De acordo com as leis da eletrostática, o campo elétrico no interior de
um condutor é nulo. Esse fenômeno é conhecido como blindagem ele-
trostática.
O primeiro cientista a praticar esse fenômeno foi o físico experimental
inglês Michael Faraday (1791-1867). Para mostrar que em um condutor
Mapeamento de um campo magnético com a agulha de uma
metálico, as cargas se distribuem apenas em sua superfície externa, não
bússola, aqui representada pelas setas.
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exercendo, portanto nenhuma ação nos pontos internos, Faraday mandou
EFEITO JOULE.
construir uma gaiola metálica, que passou a ser conhecida como gaiola
de Faraday.
Quando uma corrente elétrica passa por um resistor, este converte
Ele Próprio colocou-se dentro da gaiola e mandou seus assistentes energia elétrica em energia térmica. O resistor dissipa a energia em forma
eletrizarem-na intensamente. Como a gaiola estava sobre suportes de calor. Assim a potência total do sistema diminuiu, o aquecimento de
isolantes, faíscas chegaram a saltar do dispositivo, mas o cientista em um resistor por passagem de uma corrente é chamado de efeito Joule.
seu interior não sofreu nenhum efeito.
Joule foi o cientista que primeiramente percebeu de maneira quanti-
Desde então, quando é necessário manter um aparelho ou equipa- tativa como funciona o calor produzido por um resistor.
mento elétrico ou eletrônico a salvo das interferências elétricas externas,
Este fato pode ser explicado como os elétrons da corrente colidem
envolve-se o aparelho ou equipamento com uma “capa” metálica, deno-
com os átomos e moléculas do condutor.
minada blindagem eletrostática.
Potência elétrica dissipada em um resistor.
É por essa razão então que aparelhos de rádio, videocassetes, re-
produtores de DVD, CD player etc. são montados em caixas metálicas, A potencia elétrica em qualquer circuito é dada por :
garantindo que esses equipamentos estejam protegidos das descargas
elétricas externas. Por Kleber G Cavalcante
P=i.v
Segundo a lei de Ohm temos que:
CAPACITORES. v=R.i
LEI DE OHM.
Equação: U = R . i onde:
U = diferença de potencial;
R = resistência elétrica;
i = intensidade da corrente elétrica.
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Unidades:
RESISTÊNCIA ELÉTRICA E RESISTIVIDADE.
A diferença de potencial é medida em volts (V), a resistência elétrica
em ohms (), e a intensidade de corrente em ampères (A). RESISTÊNCIA ELÉTRICA
Define-se resistência elétrica como sendo a medida da dificuldade
imposta por parte do condutor ao movimento das cargas elétricas.
Exemplo:
A resistência é a propriedade física característica dos condutores e
Qual a diferença de potencial em um resistor de 20 que é percorri- resistores. Um resistor é representado da seguinte forma:
do por uma corrente de 3A?
Resolução:
Dados: R =20 i = 3A
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
Pode-se construir a curva característica do resistor:
Os resistores, para fins práticos, são associados em série ou em pa-
ralelo.
Nestas associações determina-se a resistência equivalente, que é a
resistência do resistor equivalente aos da associação. Este resistor pode
ser entendido como um substituto, ou seja, se substituirmos os resistores
da associação por um único resistor, este deve ter o valor da resistência
equivalente. E evidente que, na prática, isto não funciona, portanto o
N cálculo da resistência equivalente é meramente teórico.
onde: tg R
a) Associação em série
2.ª LEI DE OHM
“A resistência elétrica é diretamente proporcional ao compri-
mento do resistor e inversamente proporcional à sua seção trans-
versal”.
Esta lei é expressa pela equação:
Propriedades:
R onde:
A A corrente elétrica é a mesma em todos os resistores;
= 2m A = 0,02 m2
Determinar:
2
Rρ R 0,2 . a) valor da corrente no circuito;
A 0,02
b) valor de R2
0,4 c) valor de U3
R R 20 Ω
0,02 d) valor da diferença de potencial no circuito;
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e) valor da resistência equivalente. a) valores de i1, i2 e i3 ;
Resolução: b) valor da corrente no ponto A;
a) Em R1 : c) valor da resistência equivalente.
U 20 Resolução:
U1 R1 i i 1 i i 2A
R1 10 a) Em R1 :
b) Em R2: 48
U R1 . i1 48 12 . i1 i 1 i1 4 A
12
U2 40
U2 R2 i R2 R2 R2 20 Em R2:
i 2
c) Em R3 : 48
U R2 . i2 48 6 . i2 i 2 i2 8 A
U3 R3 i U3 15 2 U3 30 V 6
Em R3:
48
d) U = U1 + U2 + U3 U R3 . i3 48 4 . i3 i 3 i3 12 A
4
U = 20 + 40 + 30 = U = 90 V
b) i = i1 + i2 + i3 i = 4+ 8+12 i =24 A
1 1 1 1 1 1 1 1
e) Req = R1 + R2 + R3 Req = 10 + 20 + 15 Req = 45 c)
R eq R1 R2 R3 R 12 6 4
eq
b) Associação em paralelo
1 1 2 3 1 6
R 12 R 12
eq eq
12
R eq R eq 2 Ω
6
No caso especial de dois resistores associados em paralelo temos:
R1.R2
R eq
Propriedades: R1 R2
Exemplo:
A corrente elétrica total (i) é a soma das correntes parciais: i = i1 + i2
+ i3 Determine a resistência equivalente no circuito abaixo:
A diferença de potencial é a mesma em todos os resistores;
A resistência equivalente é determinada da seguinte forma:
1 1 1 1
Req R1 R2 R3
Resolução:
R1.R 2 24 8
Exemplo: Dado o circuito: R eq R
R1 R 2 eq 24 8
192
R R 6Ω
eq 32 eq
R
Req
n
onde:
Determinar:
R = valor da resistência dos resistores;
Física 41 A Opção Certa Para a Sua Realização
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n = número de resistores associados em paralelo. Tensão é igual ao valor da tensão dividido pelo valor da corren-
te.
Exemplo: Determine a resistência equivalente no circuito:
V=P / I
Corrente é igual ao valor da potência dividido pelo valor da ten-
são.
I=P / V
Exemplo de uso:
Um chuveiro tem a potencia de 2200W e esta ligado a rede elétrica
de 220V. Qual a corrente que vai consumida pelo chuveiro?
R 15
Resolução: Req Req Req 5 I=P/V
n 3
I=2200 / 220
I= 10A
VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA ELÉTRICA COM A TEMPERATURA
Resposta: A corrente que vai circular pela resistência do chuveiro é
A resistividade varia com a temperatura e, como consequência, a re- de 10 Ampéres.
sistência elétrica também varia. Esta variação se dá pela equação:
Uma lâmpada de automóvel usando 12 Volts e uma corrente de 5
Ampéres tem uma potencia de 60 Watts. Já uma lâmpada comum de
R = R0 [ 1+ (T - T0 ) ] onde:
60W ligada a rede de 110 V consome 0,54 A.
R = resistência elétrica na temperatura dada; Um processador que realiza suas funções usando 1.2V de tensão e
uma corrente de 50 amperes, por exemplo, utiliza 60 watts.
R0 = resistência elétrica na temperatura de referência;
Para medir a quantidade de energia que foi utilizada frequentemente
= coeficiente de variação de resistência com a temperatura; utilizamos a unidade Watts por Hora (Wh) ou o quilowatt (KWh).
T = temperatura dada; Um microcomputador ligado a rede elétrica de 110V e que tem uma
corrente de 1 ampere circulando nele tem a potencia de 110W. Se esse
T0 = temperatura de referência. computador ficar ligado durante 10 horas, o consumo de energia será de
1100W (1,1 KWh). Se você reparar no medidor de consumo de energia
elétrica da sua casa, verá que a unidade de consumo é o KWh.
Exemplo: Qual o valor da resistência de um resistor de resistência
nominal 20 a 200C, sabendo que o coeficiente de variação de resistência Lembre-se, a Watt é uma taxa enquanto o watt/hora mede a quanti-
com a temperatura é de 0,4 /0C, e que a temperatura ambiente é de dade.
250C? Outro conceito importante é o de Eficiência. Pelo que vimos até
Resolução: agora, pode parecer que, por exemplo, uma lâmpada de 60W ilumine
mais que uma lâmpada de 25W. Mas na realidade não é bem assim.
Dados: R0 = 20 Aqui entra o conceito de eficiência. Voltando ao exemplo citado, uma
lâmpada incandescente de 60W pode iluminar menos que uma lâmpada
= 0,4 .0C T = 250C T0 = 200C
fluorescente de 25W, porque as lâmpadas incandescentes são menos
R = R0 [1+ .( T - T0) ] eficientes que as fluorescentes.
R = 20 [1+0,4. (25 - 20)] E mesmo entre duas lâmpadas incandescentes de 60W pode haver
diferenças entre a quantidade de luz produzida, dependendo do grau de
R = 20 [1 + 0,4.5] R = 20 [1+2] eficiência de cada uma delas.
R = 20 . 3 R = 60 Podemos definir a eficiência como sendo percentual de transformar
energia em trabalho.
Uma fonte para PC com 90% de eficiência precisa de 334 watts da
RELAÇÕES ENTRE GRANDEZAS ELÉTRICAS: TENSÃO, rede elétrica para fornecer 300 watts ao equipamento, enquanto uma
CORRENTE, POTÊNCIA E ENERGIA. fonte com 70% de eficiência precisaria de 429 watts para fornecer os
mesmos 300 watts.
Potência Elétrica Na maioria das vezes as perdas de potência ocorrem sob a forma de
Potência Elétrica pode ser entendida como o trabalho realizado pela dissipação de calor. Como exemplo temos a lâmpada incandescente tem
corrente elétrica. A unidade usada para medir potência é o Watts (W). como principal fornecer luz, mas perde muita potência na forma de calor.
Os múltiplos do Watt também são comumente usados. Assim temos Note que quando a corrente percorre um condutor sempre há produ-
o quilowatt (KW) que é correspondente a 1000W e o Megawatt ( ção de calor. A quantidade de calor depende de algumas características,
MW) que corresponde a 1.000.000W. como o tipo do material e a espessura.
Em eletricidade a potência elétrica pode ser calculada através da
formula:
Potência é igual ao valor da Tensão multiplicada pela Corrente. CIRCUITOS ELÉTRICOS SIMPLES.
P=V.I CIRCUITOS ELÉTRICOS
Mudando a posição dos termos deduzimos que: A corrente elétrica é formada por elétrons livres em movimento orga-
nizado. A energia elétrica transportada pela corrente nada mais é do que
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a energia cinética dos elétrons. Assim, nos circuitos elétricos, a energia
cinética dos elétrons livres pode transformar-se em energia luminosa ou
em energia cinética dos motores, por exemplo.
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MEDIDORES ELÉTRICOS Percorrendo a malha no sentido ABCDA temos: R2 . i2 + E2 - r2.i2 +
r1.i1 E1 + R1. i1 = 0
Galvanômetro
É um dispositivo utilizado para detectar correntes elétricas de peque-
na intensidade. Possui resistência alta e a corrente máxima que suporta c) Convenção dos sinais
(corrente de fundo de escala) é muito baixa (da ordem de miliampères). Ao percorrer o circuito em um certo sentido, temos que o sinal de E é
Este medidor não serve para situações do cotidiano. o do lado de chegada, e de R.i depende do sentido da corrente.
Amperímetro Exemplo:
E um dispositivo utilizado para medir corrente. O amperímetro deve
ser colocado em série com o resistor no qual se deseja fazer a leitura da
corrente, e sua resistência elétrica é desprezível.
Voltímetro
É um dispositivo utilizado para medir a diferença de potencial. O vol-
tímetro deve ser colocado em paralelo com o resistor no qual se deseja
fazer a leitura da diferença de potencial, e possui resistência elétrica
considerada infinita.
- 4 . i2 + 50 - i2 - 20 + 6 = 0
20
- 5 . i2 = - 20 i2 = i2 = 4A
5
PONTES DE WHEATSTONE
E um grupo de resistores associados a um galvanômetro.
Observação: Nó é a interseção de três ou mais condutores.
A ponte de Wheatstone é considerada em equilíbrio quando o galva-
2.ª Lei de Kirchhoff nômetro não acusa corrente. Nestas condições os produtos das resistên-
cias opostas são iguais:
“A soma das diferenças de potencial ao longo de qualquer malha de
um circuito é igual a zero”.
As parcelas desta soma são E ou R . i. Exemplo 1:
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Abaixo temos a representação de um receptor:
Onde:
ε’ = é a força contra eletromotriz.
r’ = resistência interna
i = corrente elétrica que atravessa o receptor
Determine o valor de R4.
Dispositivos de segurança
Resolução: Estes dispositivos servem para garantir a segurança do circuito inter-
rompendo a passagem da corrente elétrica quando necessário. Exemplo
24
R1 . R3 = R2 R4 6 .4 = 3.R4 24 = 3 . R4 R4 = R4 = para estes elementos: fusíveis e disjuntores.
3 O fusível é um componente do circuito elétrico que tem como função
8 proteger o circuito de possíveis sobrecargas de corrente elétrica. Um uma
instalação elétrica todos os componentes são escolhidos para suportarem
a corrente máxima prevista para o circuito, os fios, por exemplo, devem
ter uma bitola que suporte a intensidade da corrente ou podem fundir com
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE CIRCUITOS. o calor liberado pelo Efeito Joule. Mesmo tendo este cuidado é necessá-
SÍMBOLOS CONVENCIONAIS. rio utilizar um dispositivo que corte a corrente caso haja alguma sobre-
carga para que os aparelhos ligados não sejam danificados, o fusível é
Dispositivos de manobra este dispositivo.
Os dispositivos de manobra são elementos que servem para acionar Medidores elétricos
ou desligar um circuito elétrico. Exemplo para estes elementos: chaves e
interruptores. Os medidores elétricos são instrumentos que têm seus funcionamen-
tos baseados no eletromagnetismo e são dois os mais importantes o
Resistor elétrico amperímetro e o voltímetro.
O resistor é um dispositivo cujas principais funções são: dificultar a Os amperímetros são medidores da intensidade de corrente elétrica
passagem da corrente elétrica e transformar energia elétrica em energia em determinada parte do circuito elétrico. Eles podem ser representados
térmica por Efeito Joule. Entendemos a dificuldade que o resistor apre- pelos símbolos abaixo:
senta à passagem da corrente elétrica como sendo resistência elétrica. O
material mais comum na fabricação do resistor é o carbono.
Abaixo temos a representação do resistor: Veja um exemplo de um amperímetro em um circuito elétrico:
Para medir a ddp entre dois pontos do circuito o voltímetro deve ser
ligado em paralelo a este trecho que se pretende medir. Abaixo um
exemplo de ligação:
Onde:
ε = é a força eletromotriz.
i = corrente elétrica que o atravessa.
Receptor elétrico
O receptor elétrico é todo elemento do circuito elétrico que transfor-
Na ligação acima o voltímetro mede a tensão entre os polos do resis-
ma energia elétrica em outra forma de energia que não seja calor.
tor R2.
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POTÊNCIA E CONSUMO DE ENERGIA A existência de resistência interna faz com que a diferença de poten-
EM DISPOSITIVOS ELÉTRICOS. cial entre os polos do circuito seja menor que a força eletromotriz. Assim,
a equação do gerador é:
U=E–r.i onde:
ENERGIA ELÉTRICA U = diferença de potencial;
Como já vimos, a potência elétrica mede a quantidade de energia E = força eletromotriz;
elétrica consumida em um dado intervalo de tempo, o que quer dizer que r = resistência interna do gerador;
se desejarmos saber a quantidade de energia elétrica consumida, basta i = intensidade da corrente que percorre o circuito.
multiplicar a potência elétrica pelo tempo de uso:
Eel = Pot . t onde: A curva característica do gerador é representada em um gráfico U x i:
Eel = energia elétrica consumida;
Pot = potência elétrica dissipada;
t = intervalo de tempo considerado.
Unidades:
Pelo Sistema Internacional, a energia elétrica é medida em joules (J),
a potência em watts (W) e o intervalo de tempo em segundos (s). Uma
unidade usual para medir energia elétrica é o kWh, com a potência sendo
medida em kW e o intervalo de tempo em horas (h).
A potência útil do gerador (potência fornecida ao gerador) é:
Exemplo 1:
Pu = U . i onde:
Um aparelho de som de 100 W de potência é utilizado durante 30
minutos. Qual a energia elétrica consumida, em joules? P = potência útil do gerador;
Exemplo 2: Pd = r . i2 onde:
Um chuveiro de 4500 W é usado por 30 minutos durante um banho. Pd = potência dissipada pelo gerador;
Se o preço do kWh é R$ 0,04, determine o custo deste banho. r = resistência interna do gerador;
Resolução: i = intensidade da corrente elétrica.
Dados: Pot = 4500 W = 4,5 kW
t = 30 mm = 0,5 h preço do kWh = R$ 0,04
A potência total (Pu + Pd) é:
Energia Elétrica:
Pt = E . i onde:
Eel = Pot . t Eel = 4,5 . 0,5 Eel = 2,25 kWh
Pt = potência total;
custo do banho:
E = força eletromotriz do gerador;
custo = 2,25.0,04 custo = R$ 0,09
i = intensidade de corrente.
E o rendimento do gerador é:
GERADOR ELÉTRICO
P U
g u onde:
Gerador é um elemento capaz de transformar uma modalidade de Pt E
energia em energia elétrica.
Esta energia é fornecida às cargas que atravessam o gerador. A dife- g = rendimento do gerador;
rença de potencial entre os polos do gerador é chamada força eletro-
motriz (f.e.m.), e é representada por E. Pu = potência útil do gerador;
O gerador é representado por: Pt = potência total do gerador;
U = diferença de potencial no gerador;
E = força eletromotriz do gerador.
Mas na verdade, quando uma corrente atravessa um gerador, ela
encontra uma certa resistência, chamada resistência interna. Daí a repre-
Exemplo: Dado o circuito:
sentação de um gerador real é:
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Determine: A potência dissipada no receptor é:
a) A corrente que percorre o circuito; Pd = r . i2 onde:
b) a diferença de potencial no gerador;
c) a potência útil do gerador;
d) a potência dissipada pelo gerador; Pd = potência dissipada;
e) o rendimento do gerador.
r = resistência interna do receptor;
Resolução: i = intensidade de corrente.
a) i
E i
20
i
20
i2A A potência total é
R 28 10
Pt = U . i onde:
c) Pu = U . i Pu = 16 . 2 Pu = 32 V i = intensidade de corrente.
d) Pd = r . i2 Pd = 2 . 22
Pd = 2 . 4 Pd = 8 V O rendimento do receptor é:
P E
R u
Pt U onde:
U 16
e) g g g 0,8 ou g 80 %
E 20
R = rendimento do receptor;
PU = potência útil do receptor;
RECEPTOR ELÉTRICO
PT = potência total do gerador,
Dispositivo que consome energia elétrica, transformando-a em outro
tipo de energia. Assim como nos geradores, nos receptores também há E = força eletromotriz;
resistência interna.
U = diferença de potencial
Quando se aplica a um receptor uma diferença de potencial igual a
U, esta se divide em duas partes: a primeira corresponde à queda de
tensão na resistência interna e a segunda é a diferença de potencial útil Exemplo: Dado o circuito:
do receptor, denominada força contra-motriz.
Equação característica do receptor:
U=E+r.i onde:
U = diferença de potencial no receptor;
E = força eletromotriz;
r = resistência interna do receptor;
i = intensidade de corrente.
Resolução:
E E' 30 - 10
A potência útil do receptor é: a) i i
Pu = E . i onde:
R 2 5 1 2
Pu = potência útil; 20
i i2A
E = força eletromotriz; 10
i = intensidade de corrente. b) U = E -r . i U = 30 + 1 . 2
U = 30 + 2 U =32 V
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c) Pu = E . i Pu = 1 . 22 Pu = 60 W CAMPO MAGNÉTICO. IMÃS PERMANENTES. LINHAS DE CAMPO
MAGNÉTICO. CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE.
d) Pd = r . i2 Pd = 1 . 22 Pd = 1 . 4 Pd = 4 W
ELETRIZAÇÃO
d) Pt = U . i Pt = 32 . 2 Pt = 64 W
Pu 60 Normalmente, em um corpo, o número de cargas positivas é igual ao
e) R g número de cargas negativas. Quando isto ocorre, dizemos que o corpo é
Pt 64 eletricamente neutro, mas se isto não acontece, o corpo encontra-se
eletricamente carregado.
R 0,937 ou R 93,7 %
Ao colocarmos dois ou mais corpos em contato, estes podem apre-
POTÊNCIA ELÉTRICA sentar forças de atração ou repulsão eletrostática, e ainda pode ocorrer
transferência de cargas de um corpo para outro. Para isto ocorrer é
Potência elétrica é a medida da quantidade de energia elétrica con- necessário que alguns princípios sejam seguidos:
sumida em um dado intervalo de tempo.
1.º) “Em um sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das
A potência elétrica é expressa por: cargas positivas e negativas é sempre constante.”
Pot = U . i onde: Exemplo:
Exemplo 2:
Qual a potência dissipada por um aparelho de resistência 20 Q,
quando submetido à diferença de potencial de 120 V?
Resolução:
Dados: U = 120V R = 20
2
U 120 2
Pot Pot
R 20
14400
Pot Pot 720 W
400
Exemplo 3:
Qual a potência elétrica consumida por um aparelho de resistência
25 , quando percorrido por uma corrente de 2 A?
Resolução: Dados: R = 25 i = 2A Note que o vidro era neutro e, após o atrito, ficou carregado positi-
Pot = R . i2 Pot = 25.22 vamente. Isto significa que o vidro cedeu elétrons para o pedaço de lã,
que tomou-se carregado negativamente.
Pot = 25.4 Pot = 100 W
Física 48 A Opção Certa Para a Sua Realização
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) Eletrização por contato Unidades:
Quando um corpo eletrizado é colocado em contato com outro corpo A força eletrostática (força elétrica) é medida em newtons (N) no Sis-
(eletrizado ou neutro) ocorre transferência de elétrons. Isto ocorre entre tema Internacional, as cargas elétricas são expressas em coulombs (C) e
um corpo eletrizado e um neutro ou entre dois corpos eletrizados, desde a distância em metros (m).
que as quantidades de cargas sejam diferentes. Exemplo:
Exemplo 1: Qual a força eletrostática existente entre duas cargas, Q1 e Q2, que
apresentam cargas de, respectivamente, 5. 10-4 C e 3 C, e que estão
separadas por 30 cm? Dado: k = 9.109
Resolução:
Dados:
Q1 = 5.10-4 C
Q2 = 3 C = 3.10-6 C d = 30 cm = 30.10 -2 m
Exemplo 2: k = 9.109
135 101
F F 1,5 104 N
Observação: Note que nos dois exemplos a quantidade de carga total 9 10 4
antes é igual à quantidade de carga total depois.
Constante eletrostática, no vácuo, tem valor k =9.109. Mas o valor
c) Eletrização por indução desta constante pode ser determinada em outros meios pela equação:
Quando um corpo eletrizado é aproximado de um corpo neutro, sem
1
haver contato, há separação das cargas elétricas do corpo neutro. K onde:
4
Exemplo:
k = constante eletrostática;
= constante matemática de valor 3,14;
= constante dielétrica absoluta ou constante de permissividade do
meio.
Se o corpo induzido for ligado à Terra ocorrerá eletrização deste:
CAMPO ELETROSTÁTICO
Quando colocamos uma carga elétrica em algum lugar, a região pró-
xima a esta carga modifica-se. Ao colocarmos uma segunda carga, pun-
tiforme, em um ponto A dentro desta região, será constatada a existência
Note que o corpo B recebeu elétrons da Terra, que neutralizaram as de uma força eletrostática sobre esta carga.
cargas positivas localizadas do “lado direito”, tornando o corpo eletrizado.
Este mesmo fenômeno ocorre quando, ao invés de uma, colocamos
várias cargas elétricas.
FORÇA ELETROSTÁTICA A região modificada damos o nome de Campo Eletrostático.
Quando duas cargas elétricas são aproximadas ocorrem forças de
atração ou repulsão, dependendo dos sinais que apresentem.
CAMPO ELETROSTÁTICO (ELÉTRICO) UNIFORME
É possível determinar a força eletrostática existente entre as cargas,
seguindo-se a lei de Coulomb: Quando colocamos uma carga puntiforme em um ponto qualquer de
um Campo Elétrico, o vetor campo elétrico que surge tem intensidade:
“A força de interação entre duas cargas puntiformes é inversamente
proporcional ao quadrado da distância que as separa, e diretamente F
proporcional ao produto dos módulos destas cargas”. E onde:
q
Q1 Q2 E = campo elétrico;
F K onde: F = força elétrica;
d2 q = quantidade de carga.
k = constante eletrostática; O campo elétrico, pelo Sistema Internacional, é medido em N/C, pois
a força elétrica vem em newtons (N) e a carga elétrica em coulombs (C).
Q1 = quantidade de carga elétrica da primeira carga puntiforme;
Exemplo:
Q2 = quantidade de carga elétrica da segunda carga puntiforme;
Qual o campo eletrostático criado sobre uma carga puntiforme de
d = distância entre as cargas puntiformes. 3C , quando a força eletrostática aplicada é de 1,5.10 N?
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Resolução: TEORIA ELEMENTAR DO MAGNETISMO
Dados: F = 1,5.104N
Magnetismo e eletricidade
q = 3 C = 3.10 -6 C
Atualmente, os físicos acreditam que todos os fenômenos magnéti-
F 1.5.10 -4 cos resultam de forças entre cargas elétricas em movimento, e nos dias
E E E = 5 . 101 N/C de hoje são geradas grandes quantidades de energia elétrica pelo movi-
q 3 10-6 mento relativo entre condutores elétricos e campos magnéticos. Por outro
lado, a energia elétrica é transformada em energia mecânica também por
sistemas que usam este movimento relativo entre correntes elétricas e
DIREÇÃO E SENTIDO DO VETOR CAMPO ELÉTRICO campos magnéticos. A função de muitos instrumentos elétricos de medi-
ção depende da relação entre a eletricidade e o magnetismo.
O vetor força eletrostática e o vetor campo elétrico têm a mesma di-
reção. Antes de empreendermos o estudo dos efeitos magnéticos das cor-
rentes elétricas, examinaremos as propriedades magnéticas das substân-
O sentido dos vetores é definido pelo sinal da carga: cias e aprenderemos alguma coisa sobre a natureza do magnetismo e
dos campos magnéticos.
se q > 0 F e E têm o mesmo sentido
Substâncias magnéticas
se q < 0 F e E têm sentidos contrários
Depósitos de minério ferro magnético foram descobertos pelos gre-
gos, numa região da Turquia, há muitos séculos. A região era então
CAMPO ELÉTRICO CRIADO POR UMA CARGA PUNTIFORME conhecida como Magnésia e, assim, o minério foi chamado magnetita.
Outros depósitos de magnetita são encontrados em outras regiões do
Ao colocar uma carga puntiforme Q em um ponto genérico, o campo mundo, e os pedaços de magnetita são conhecidos como ímãs naturais.
elétrico que surge pode ser de aproximação ou de afastamento. Um desses pedaços, pendurado em um fio, se alinha com o campo
a) Direção do Vetor Campo Elétrico: É a direção da reta que une o magnético da Terra. Por volta do século XII, os homens começaram a
ponto à carga puntiforme. usar esses ímãs naturais a que davam o nome de pedra-ímã, como as
primeiras bússolas magnéticas.
b) Sentido do Vetor Campo Elétrico: Se a carga fonte for positiva, o
campo elétrico será de afastamento, e se a carga for negativa, o Alguns materiais, notadamente o ferro e o aço, são fortemente atraí-
campo será de aproximação. dos pelos ímãs; o cobalto e o níquel são atraídos em grau menor. Diz-se
que essas substâncias têm propriedades ferromagnéticas. Ligas especi-
ais, como o permalloy e o alnico, têm extraordinárias propriedades ferro-
magnéticas. Os físicos têm demonstrado muito interesse pela estrutura
dos materiais dotados da propriedade do ferromagnetismo.
Atualmente, são fabricados ímãs artificiais muito fortes e versáteis,
com substâncias ferromagnéticas. Os ímãs de alnico (Al, Ni e Co) atuais
c) Módulo do Vetor Campo Elétrico: A intensidade do campo elétrico suportam um peso de mais de 1 000 vezes o dos próprios ímãs. As
é calculada por: substâncias ferromagnéticas são comumente chamadas “substâncias
magnéticas”.
k .| Q |
E onde: Substâncias não-magnéticas
d2
Os materiais são comumente classificados como magnéticos ou não-
E = intensidade do capo elétrico; magnéticos. Diz-se que os que não demonstram o forte ferromagnetismo
da Família do Ferro dos metais são “não-magnéticos”. Contudo, se esses
k = constante eletrostática; materiais forem colocados no campo de um ímã muito forte, observa-se
Q = quantidade de carga da carga fonte; que alguns deles são ligeiramente repelidos pelo ímã, ao passo que
outros são ligeiramente atraídos.
d = distância da carga elétrica ao ponto considerado.
O zinco, o bismuto, o cloreto de sódio, o ouro e o mercúrio são algu-
Unidades mas das substâncias ligeiramente repelidas e diz-se que são diamagnéti-
O campo elétrico, pelo Sistema Internacional, é medido em N/C, a cas. A propriedade do diamagnetismo é um conceito importante na mo-
quantidade de carga vem em coulombs (C) e a distância em metros (m). derna teoria do magnetismo, como veremos mais adiante.
Exemplo: Qual o campo elétrico criado sobre uma carga puntiforme Madeira, alumínio, platina, oxigênio e sulfato de cobre(II) são exem-
plos de substâncias ligeiramente atraídas por um ímã forte. Diz-se que
de 3 C separada de outra por uma distância de 30 cm? Dado: k = 9.109.
esses materiais são paramagnéticos e esse tipo de comportamento
Resolução: magnético é chamado paramagnetismo.
Dados: k = 9.109
A força entre polos magnéticos
Q = 3 . C = 3.106
O fato de que as limalhas de ferro se prendem principalmente nas ex-
d =30cm = 30.102m tremidades de um ímã de barra indica que a força magnética atua sobre
as limalhas basicamente nessas regiões ou polos; isso não significa que
k .| Q | 9 109 3 106 27 103 a região intermediária do ímã seja desmagnetizada O polo que aponta
E E E para o Norte, quando o ímã está livre para girar sobre um eixo vertical, é
d2 3 10 2
2 9 10 4 comumente chamado polo norte ou simplesmente polo N. O polo oposto,
que aponta para o Sul, é chamado polo sul ou polo S.
E = 3.107 N/C
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Vamos supor que um ímã de barra seja pendurado conforme mos- Pode-se obter aproximadamente o comportamento de um polo N in-
tramos abaixo: dependente num campo magnético usando uma agulha de costura,
magnetizada, conforme sugerimos na ilustração acima. A agulha atraves-
sa um pedaço de cortiça suficientemente grande para fazê-la flutuar, com
o polo N abaixo da superfície da água. O polo S está afastado o bastante
para ter uma influência insignificante sobre o movimento da agulha. Um
ímã em forma de barra, colocado sob o recipiente de vidro de modo que
seu polo N esteja próximo da agulha, faz com que o ímã flutuante se
mova aproximadamente ao longo do trajeto que seria seguido por um
polo N isolado.
O trajeto de um polo N independente num campo magnético é cha-
mado linha de força ou de fluxo. Linha de fluxo é uma linha traçada de tal
maneira que uma tangente a ela em qualquer ponto indica a direção do
campo magnético. Supõe-se que as linhas de fluxo 'saiam' de um ímã no
polo N e 'entrem' no polo S, sendo todas as linhas um trajeto fechado,
passando do polo S para o polo N dentro do ímã. Ilustramos abaixo essas
duas ideias.
Polos semelhantes se repelem; polos diferentes se atraem.
FEIXE LUMINOSO
O caminho seguido por um ímã flutuante é aproxima- E o conjunto de raios luminosos no qual a abertura angular é relati-
damente o de um polo N independente. vamente grande.
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Podem ser de três tipos:
a) Cônico Convergente: Os
raios de luz convergem para
um único ponto.
b) A Reflexão Difusa ocorre quando a luz incide em uma superfície não
polida (que apresenta saliências), retornando ao mesmo meio de
forma irregular. E o tipo de reflexão que permite a visualização dos
objetos.
FONTES DE LUZ
E considerado fonte de luz qualquer corpo capaz de emitir luz.
Estas fontes são classificadas em:
d) Absorção: Ocorre quando a luz incide em uma superfície e é trans-
a) Fontes Primárias: São os corpos que emitem “luz própria”, ou seja, formada em energia térmica.
transformam algum tipo de energia em energia luminosa.
Exemplos: Sol, estrelas, lâmpada elétrica, chama de uma vela, luz
emitida pelo vaga-lume. ÓPTICA GEOMÉTRICA: LENTES E ESPELHOS.
b) Fontes Secundárias: São os corpos que não possuem “luz FORMAÇÃO DE IMAGENS.
própria”, reemitindo a luz recebida de outro corpo. PRINCÍPIOS DA ÓPTICA GEOMÉTRICA
Exemplos: Lua, paredes, esta folha de papel.
Os fenômenos ligados à propagação da luz são estudados seguindo-
se três princípios:
MEIOS DE PROPAGAÇÃO a) Princípio da Propagação Retilínea da Luz
São os meios por onde a luz pode se propagar. “Nos meios transparentes e homogêneos, a luz propaga-se em linha
a) Meio Transparente: E todo meio que permite a propagação da luz reta”.
de forma regular, possibilitando a visualização nítida dos objetos. Este principio evidencia os fenômenos de formação de sombra e do
Exemplos: vidro hialino, ar, pequenas camadas de água, etc. eclipse.
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Espelhos Planos 3. Para objetos em movimento, a velocidade do objeto em relação ao
espelho é igual à velocidade da imagem. Se um objeto se aproxima
Os Espelhos Planos são superfícies planas e perfeitamente polidas do espelho com velocidade v, a velocidade de aproximação da ima-
onde há predominância do fenômeno de reflexão. gem em relação ao espelho é a mesma, em módulo.
ELEMENTOS ÓPTICOS 4. A imagem é sempre revertida em relação ao objeto. Se um observa-
dor levantar a mão direita na frente de um espelho, sua imagem “le-
a) Ponto Objeto Real (P.O.R.): vantará” a mão esquerda.
É o ponto de onde divergem
os raios luminosos (feixe di-
vergente).
ESPELHOS ANGULARES
Quando uni objeto é colocado no plano bissetor de dois espelhos
b) Ponto Objeto Virtual planos, o número de imagens obtido depende do ângulo formado entre
(P.O.V.): É o ponto para onde estes espelhos e é dado por:
convergem os raios lumino-
sos. (feixe convergente). 360
N 1 onde:
N = número de imagens formadas;
c) Ponto Imagem Real (P.I.R.):
= ângulo entre os espelhos.
É o ponto para onde conver-
gem os raios luminosos.
ESPELHOS ESFÉRICOS
d) Ponto Imagem Virtual CLASSIFICAÇÃO DOS ESPELHOS ESFÉRICOS
(P.I.V.): É o ponto de onde di-
vergem os raios luminosos. É denominado espelho esférico qualquer calota esférica que apre-
sente uma superfície refletora.
Os espelhos côncavos são aqueles onde a superfície refletora é in-
terna, ç os espelhos. convexos são os que possuem superfície refletora
externa.
LEIS DA REFLEXÃO
O fenômeno de reflexão da luz segue duas leis:
1.ª Lei da Reflexão: “O raio de luz incidente (i), a reta normal ao pon-
to de incidência (N) e o raio de luz refletido (r) pertencem ao mesmo
plano (plano de incidência da luz)”.
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1) O raio que incide no espelho paralelamente ao eixo principal, reflete- E necessário estabelecer uma convenção de sinais para abcissas e
se passando pelo foco. ordenadas, de modo a caracterizar a Natureza, o Tamanho, a Orientação
e a Posição da imagem.
Para isto utiliza-se o Referencial de Gauss:
Usualmente, os dois primeiros raios notáveis são utilizados. • Objeto real: p > 0
Exemplo: Determinar geometricamente a imagem obtida para o obje- • Imagem real: p > 0
to colocado antes do cento de curvatura do espelho côncavo. A imagem é • Imagem virtual: p < 0
obtida no ponto de encontro dos raios refletidos.
Orientação:
tem sinal positivo
i e o têm o mesmo sinal: Imagem Direita
i e o têm sinais diferentes: Imagem Invertida
Apesar de pouco usual, podemos considerar o objeto como colocado
abaixo do eixo principal ( o negativo), e o raciocínio se inverte.
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p = abcissa do objeto; forma, praticamente, no plano focal imagem da lente. Quando a imagem
se forma antes ou depois do filme, obtém-se uma foto sem nitidez (fora
p’ = abcissa da imagem. de foco). O ajuste do foco é feito com o deslocamento da posição da
lente.
INSTRUMENTOS ÓPTICOS SIMPLES
PROJETOR DE SLIDES
INSTRUMENTOS ÓPTICOS
O projetor de slides tem funcionamento inverso ao da máquina foto-
Introdução gráfica. A lente convergente conjuga, para um pequeno slide bem ilumi-
nado, uma imagem real, ampliada e projetada sobre um anteparo.
Os instrumentos ópticos são instrumentos bem comuns, em nosso
cotidiano, a lupa, a luneta, o microscópio são exemplos bem conhecimen- OLHO HUMANO
tos. A classificação dos instrumentos ópticos é feita com base no tipo de
- Anatomia e funcionamento
imagem final que produzem.
- Anatomia
CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS ÓPTICOS
a) Instrumentos de Observação
Os chamados instrumentos de observação produzem uma imagem
final virtual, observada diretamente pelo operador do instrumento. Exem-
plos: Lupa, Luneta astronômica e o microscópio composto.
LUPA
Para observar com mais detalhes pequenos objetos ou áreas de uma
superfície, utilizamos a lupa. É um instrumento de ampliação composto
de uma lente convergente que nos fornece uma imagem virtual, direita e
maior que o objeto real. A lupa também é chamada de microscópio sim-
ples.
A Figura 1 contém as principais partes do olho humano que partici-
LUNETA ASTRONÔMICA pam da percepção visual.
Utilizamos a luneta astronômica para observar os astros. A olho nu, Córnea: refrata os raios de luz que entram nos olhos e exerce o pa-
obviamente não conseguimos vê-los em maiores detalhes porque desse pel de proteção à estrutura interna do olho.
modo o nosso ângulo visual é muito pequeno. E a função da luneta é Íris: é a porção visível e colorida do olho logo atrás da córnea. A sua
justamente a de produzir um aumento visual na observação dos astros. função é regular a quantidade de luz que entra em nossos olhos.
A luneta contém duas lentes convergentes: a objetiva, de grande dis- Pupila: é a abertura central da íris, através da qual a luz passa.
tância focal, que proporciona uma imagem real e invertida do astro obser- Cristalino: é uma lente biconvexa natural do olho e sua função é auxi-
vado; e a ocular, que nos fornece uma imagem final virtual e invertida do liar na focalização da imagem sobre a retina.
objeto.
Retina: é a membrana fina que preenche a parede interna e posterior
Definimos o aumento visual obtido com a luneta pela relação entre a do olho, que recebe a luz focalizada pelo cristalino. Contém fotorecepto-
distância focal da objetiva e a distância focal da ocular: res que transformam a luz em impulsos elétricos, que o cérebro pode
interpretar como imagens.
Nervo ótico: transporta os impulsos elétricos do olho para o centro de
processamento do cérebro, para a devida interpretação.
Esclera: é a capa externa, fibrosa branca e rígida que envolve o olho,
contínua com a córnea. É a estrutura que dá forma ao globo ocular.
- Funcionamento
MICROSCÓPIO COMPOSTO Como nós enxergamos?
Um microscópio composto serve para a observação de regiões mi- Nossos olhos são como uma câmara fotográfica. Ambos têm uma
núsculas cujos detalhes não podem ser distinguidos a olho nu. Ele é abertura para a passagem de luz, uma lente e um anteparo onde a ima-
composto basicamente de duas lentes convergentes, ambas de pequena gem é recebida e registrada. Simplificando, vamos considerar possuindo
distância focal: a objetiva, que fornece uma imagem real, invertida e uma única lente convergente biconvexa (meios transparentes, mais o
ampliada do objeto focalizado, e a ocular, que fornece uma imagem final cristalino) situada a 5 mm da córnea e a 15 mm da retina.
virtual, direita e ampliada em relação à imagem do objetiva, mas inversa
Quando os raios de luz provenientes de um objeto (Figura 2) atra-
em relação ao objeto.
vessam essa lente, forma uma imagem real e invertida localizada exata-
b) Instrumentos de Projeção mente sobre a retina para que ela seja nítida. A retina transmite as infor-
mações ao cérebro, através do nervo ótico, que processa uma inversão
Os instrumentos de projeção produzem uma imagem final real, que da imagem fazendo com que nós vejamos o objeto na sua posição nor-
pode ser projetada em um anteparo qualquer. Exemplos: câmara fotográ- mal. É assim que nós enxergamos.
fica, episcópio e o projetor de slides.
CÂMARA FOTOGRÁFICA
A câmara fotográfica é constituída por uma lente convergente que
deve projetar, de um objeto real, uma imagem real exatamente sobre o
filme.
Como os objetos fotografados estão normalmente a uma distância
bem maior do que a distância focal da objetiva da câmara, a imagem se
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gem do objeto se forma depois da retina como na hipermetropia. Para
corrigir, é utilizada uma lente convergente.
ONDULATÓRIA
a) No olho normal a imagem se forma sobre a retina. Estudaremos nesta parte os principais fenômenos ondulatórios, entre
b) Esquema da formação da imagem em um olho reduzido. os quais se destacam a reflexão e a refração.
- Defeitos da visão / Correção ONDAS
Antes de se estudar os defeitos / correção da visão, deve-se enten-
der como o olho se acomoda para enxergar objetos em diferentes posi- Vamos inicialmente obter o conceito de onda e introduzir alguns
ções, variando a distância focal da lente do olho. elementos a ele relacionados.
O cristalino, que é uma lente convergente, possui ligado a ele um Consideremos uma corda esticada na qual produzimos um abalo em
conjunto de músculos provocando variações nas curvaturas de suas uma das extremidades.
faces e consequentemente na distância focal.
Portanto, para uma determinada posição do objeto, os músculos
ajustam a distância focal do cristalino para que a imagem seja formada
sobre a retina. Essa propriedade do olho é denominada acomodação
visual.
Uma pessoa de visão normal pode enxergar objetos situados desde
uma distância média convencional de 25 cm (posição conhecida como
ponto próximo) até o infinito.
A) Miopia
A pessoa que possui miopia, tem o globo ocular um pouco mais
alongado que o normal. Nesse caso a imagem se forma antes da retina Observemos que esse abalo se desloca ao longo da corda cujos
(Figura 3) e a pessoa não enxerga o objeto com nitidez. pontos serão perturbados à medida que ferem por ele atingidos. A corda
é o meio de propagação do abalo.
De um modo geral, um abalo é uma perturbação causada no meio de
propagação.
Assim, podemos conceituar:
Onda é uma perturbação que se propaga.
Para corrigir a miopia usa-se lente divergente para diminuir a conver- Podemos citar outros exemplos de ondas:
gência dos raios luminosos, fazendo com que a imagem se forme sobre a
retina. ondas na água: que surgem quando produzimos um abalo na
superfície da água;
Observe que em uma receita de óculos para uma pessoa que é mío-
pe, a vergência da lente vem com sinal negativo (por exemplo - 5 di), ondas sonoras: que se originam por uma perturbação num meio
indicando que é necessário uma lente divergente para correção. material (sólido, liquido ou gasoso);
B) Hipermetropia ondas eletromagnéticas (entre as quais se enquadra a luz): que são
As pessoas que apresentam hipermetropia, ao contrário da miopia, devidas às perturbações em campos elétricos e magnéticos.
apresentam o globo ocular mais curto que o normal, fazendo com que a
imagem se forme atrás da retina (Figura 4). É importante observarmos que a onda transmite energia de ponto
para ponto do meio de propagação. Assim, na corda, pontos que estavam
em repouso são postos em movimento quando atingidos pela onda,
adquirindo energia cinética e potencial. Essa transmissão de energia não
envolve o transporte de matéria.
A onda transmite energia sem transporte de matéria.
Ondas periódicas
Se produzirmos abalos sucessivos e que se repetem em tempos
Para corrigir a hipermetropia usa-se uma lente convergente para au- iguais, estabeleceremos na corda uma onda periódica. A propagação de
mentar a convergência dos raios fazendo com que imagem se forme um único abalo é denominada pulso de onda.
exatamente sobre a retina.
Um caso importante a ser estudado é quando as ondas periódicas
Neste caso, a receita de óculos de uma pessoa com hipermetropia têm a forma de uma senóide (ou cossenóide).
vem com a vergência positiva (+ 5 di) indicando que é necessária uma
lente convergente para a correção.
C) Presbiopia ou "vista cansada"
Quando a pessoa vai envelhecendo, o cristalino vai perdendo a elas-
ticidade e a pessoa fica com dificuldade para enxergar de perto. A ima-
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Após uma oscilação: A figura acima também mostra que o comprimento de onda () é a
distância entre duas cristas consecutivas ou entre dois vales
consecutivos.
Velocidade de propagação
Na figura anterior, uma oscilação corresponde ao movimento da mão, Vamos calcular a velocidade V com que a onda se propaga.
que é a fonte das ondas, indo do ponto A ao B, do ponto B ao C e
retomando ao ponto A. Usemos a relação:
Um ponto P da corda, atingido pela onda, oscila para cima e para (distânciapercorrida)
baixo, da mesma forma como oscila a mão. A altura y do ponto, em v
relação à posição inicial dela, a cada instante, é denominada elongação. (tempo)
Após outra oscilação: Tomando como base uma oscilação, temos:
V ou V f
T
onde:
V: velocidade de propagação;
A elongação y, durante a oscilação do ponto, varia entre os f: frequência;
valores + a e - a. O valor a é denominado amplitude de onda. T: período.
Resumindo:
Classificação das ondas
y: elongação;
As ondas podem ser classificadas quanto:
a: amplitude;
à natureza;
a y a
às direções de propagação e de vibração;
Os pontos que, num dado instante, possuem elongação máxima (+ a)
são chamados de cristas. E os de elongação mínima (- a) são os vales. à dimensão.
Na figura anterior, C é uma crista e V é um vale. Quanto à natureza
Período e frequência Quanto à natureza uma onda pode ser mecânica ou eletromagnética.
O tempo necessário para a realização de uma oscilação é o mesmo, Onda mecânica é aquela que necessita de um meio material para se
tanto para qualquer ponto atingido pela onda como para a fonte de ondas. propagar.
Período é o tempo decorrido numa oscilação. São exemplos de ondas mecânicas: onda na corda, onda na água,
Assim, por exemplo, um período igual a 0,5 s significa que a fonte onda sonora etc.
gasta 0,5 s para executar uma oscilação. Poderíamos querer saber ATENÇÃO O som não se propaga no vácuo pois, sendo uma onda
quantas oscilações são realizadas em 1s, isto é, a frequência. No mecânica, necessita de um meio material (sólido, liquido ou gasoso) para
exemplo, é imediato que a frequência é de 2 oscilações por segundo. sua propagação.
Frequência é o número de oscilações por unidade de tempo. Onda eletromagnética (por ser devida às variações em campos
Chamando de T o período e de f a frequência, vale que: elétricos e magnéticos) é aquela que se propaga em meios materiais e
1 1 também no vácuo.
f ou T São exemplos de ondas eletromagnéticas: onda luminosa, raios X,
T f
raio “lazer”, ondas de rádio e de televisão etc.
ATENÇÃO Quando o período T estiver medido em s (segundos), a ATENÇÃO A luz é onda eletromagnética, daí ela se propaga no
frequência f estará em s-1 (oscilações por segundo), que recebe o nome vácuo e em meios materiais.
de Hz (hertz). Quanto às direções de propagação e vibração Quanto a esse
aspecto, destacam-se dois tipos importantes de ondas: a transversal e a
longitudinal.
Comprimento de onda Onda transversal é aquela cuja direção de propagação é
Voltamos a observar a figura anterior, onde assinalamos a distância perpendicular à direção de vibração.
representada pela letra grega (lâmbda) e denominada comprimento de A onda numa corda é transversal pois, enquanto os seus pontos
onda. vibram para cima e para baixo, ela se propaga ao longo da corda,
Comprimento de onda () é a distância percorrida pela onda durante conforme figura.
uma oscilação.
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Comprimindo-se os aros de uma mola, estabelecemos uma onda de recebe do suporte fixo determina uma onda refletida invertida em relação
compressão ao longo da mola, à medida que os aros vibram para frente e à incidente.
para trás. Essa onda é longitudinal.
F
V Se a densidade linear de A é menor que a de B ( A B ), o
ponto P equivale a uma
extremidade fixa e a onda refletida será invertida em relação à incidente.
onde F é a força de tração (que mantém a corda esticada).
Podemos tirar as seguintes conclusões da fórmula de Taylor:
a onda se propaga com maior velocidade na corda de menor
densidade linear;
a onda se propaga com maior velocidade na corda mais tracionada.
ATENÇÃO A onda refratada sempre ocorre sem inversão de fase.
Tomando duas cordas do mesmo material, a mais grossa possui Onda incidente no meio mais denso: Consideremos as cordas A e B,
maior densidade linear. do caso anterior, e uma onda incidente se propaga em B, conforme
Reflexão figura.
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O ponto P comporta-se agora como uma extremidade livre e a onda A ligação da música com a ciência - em outras palavras, a associa-
refletida não sofrerá inversão de fase. ção da estética musical à teoria dos números – remonta à Escola Pitagó-
rica, no século VI a.C. O ponto de partida era a relação entre os compri-
mentos das cordas de uma lira e as notas musicais e a percepção que
cordas mais curtas emitiam sons mais agudos. A partir daí foi desenvolvi-
da toda uma teoria que relacionava comprimentos de cordas, escalas,
intervalos, notas, números inteiros e frações. Em particular, a associação
ATENÇÃO Se não houver dissipação de energia, a soma das de uma fração a um dado intervalo musical mostrou-se um dos princípios
energias transportadas pelas ondas refletida e refratada é igual à energia mais fecundos da acústica e em cima dele montou-se praticamente toda
da onda incidente. a teoria da música ocidental. A relação entre a Física e a Música come-
Pela fórmula de Taylor: çou a aparecer depois da teoria ondulatória, estabelecida nos sécs. XVII
e XVIII, e sedimentou-se quando Jean Batiste Fourier criou a parte da
Matemática que leva seu nome e que é utilizada na análise de qualquer
F
V fenômeno periódico. Falaremos a análise de Fourier em diversas partes
dessa monografia.
Trataremos também da percepção do som a partir das suas proprie-
podemos saber se a onda aumentou ou diminuiu a velocidade de dades físicas, que nos permite ouvir o som sem, necessariamente, estar
propagação ao se refratar. Assim: na frente da fonte sonora. Como toda onda, o som sofre reflexão, é
absorvido pelo meio em que se propaga, atenuado pelo atrito com as
quando a onda passa da corda menos densa para a mais densa, a moléculas do meio e transmitido de um meio a outro. Usando essas
velocidade diminui; ferramentas vamos então discutir os detalhes da produção do som nos
quando a onda passa da corda mais densa para a menos densa, a diversos instrumentos musicais e entender o porque das peculiaridades
velocidade aumenta. sonoras de cada um deles e porque um som musical é diferente de um
som qualquer produzido na natureza.
Ondas estacionárias Produção do som
Consideremos duas ondas se propagando em sentidos opostos num O som é produzido ao criarmos algum tipo de mecanismo que altere
meio unidimensional, como, por exemplo, os dois pulsos de onda, A e B, a pressão do ar em nossa volta. Na verdade, para a produção do som, é
na corda representada a seguir. mais importante a velocidade com que a pressão varia (o "gradiente da
pressão") do que o seu valor absoluto. Por essa razão é que um balão
cheio de ar não faz praticamente nenhum barulho ao deixarmos o ar sair
de dentro dele naturalmente. Por outro lado, se o balão estourar (e o ar
sair todo de uma vez), existe uma variação enorme da pressão e um
ruído alto é produzido. Podemos então dizer que o som é produzido ao
colocarmos uma quantidade (massa) de ar em movimento. É a variação
Chama-se interferência ao fenômeno resultante da superposição dos da pressão sobre a massa de ar que causa os diferentes sons, dentre
dois pulsos. Cada ponto da corda sofrerá uma perturbação igual à soma eles os que são combinados para criar a música. A vibração de determi-
algébrica das perturbações que cada pulso produziria sozinho. nados materiais é transmitida às moléculas de ar sob a forma de ondas
sonoras. Percebemos o som porque as ondas no ar, causadas por essa
variação de pressão, chegam aos nossos ouvidos e fazem o tímpano
vibrar. As vibrações são transformadas em impulsos nervosos, levadas
até o cérebro e lá codificadas.
A analogia entre a compressão e a rarefação do ar ao transmitir as
a a A aB ondas sonoras pode ser vista ao brincarmos com uma mola, facilmente
encontrada em lojas de brinquedos infantis. O nosso problema agora é
Após a interferência, cada pulso de onda se propaga in- quantificar a produção do som a partir desta variação de pressão. Uma
dependentemente do outro, isto é, como se nada tivesse acontecido. Este maneira interessante de se fazer isso é mostrar como, num tubo tampa-
é o princípio da independência das ondas, como havíamos visto na óptica do, a modificação da pressão interna que acontece quando ele é destam-
geométrica. pado, produz um som característico. Esse som pode ser observado num
osciloscópio e registrado no computador, caso ele possua uma placa de
som e um microfone. Qualquer dos programas anexos à placa de som é
capaz de gravar e reproduzir esse som.
Uma nota musical é um som cuja frequência de vibração encontra-se
dentro do intervalo perceptível pelo ouvido humano e a música é a com-
Podemos conceituar onda estacionária a partir do entendimento do binação, sob as mais diversas formas, de uma sequência de notas em
fenômeno de interferência. diferentes intervalos. Entretanto, uma mesma nota emitida por diferentes
fontes (ou instrumentos musicais) podem ter a mesma frequência e ainda
Onda estacionária é a resultante da interferência de duas ondas assim soar de maneira diferente para quem ouve. Atualmente o conheci-
iguais e que se propagam em sentidos opostos. mento dos princípios da acústica e a teoria da propagação das ondas é
bastante bem conhecida e pode-se descrever com precisão todas as
peculiaridades e características associadas aos fenômenos acústicos. A
PROPAGAÇÃO DO SOM
teoria matemática que descreve fenômenos ondulatórios foi desenvolvida
Introdução por Jean Baptiste Fourier no início do século XIX. Ela afirma que qualquer
onda pode ser decomposta em uma combinação de ondas primitivas,
Quando falamos de som e música, raramente pensamos em física e todas elas com a forma de uma senóide. Vamos discutir esses dois
na análise científica necessária para entender a propagação do som e aspectos mais na frente.
suas nuanças, nas propriedades do som e nos detalhes ligados ao pro-
cesso que antecede a apreciação da arte musical. Esta monografia Descrevendo cientificamente um som
apresenta a parte da Física ligada ao processo da produção e análise dos A forma de onda vista abaixo (Figura 1) possui a forma da função
sons, em particular os musicais: a Acústica. matemática conhecida como senóide. Podemos descrever completamen-
Física 59 A Opção Certa Para a Sua Realização
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te essa função em termos da sua amplitude, comprimento de onda e A temperatura é a medida da energia térmica do corpo e, quanto
frequência. maior a temperatura, maior a agitação térmica das partículas.
Y – Amplitude da onda Quando dois corpos em temperaturas diferentes são colocados em
contato, há transferência espontânea de energia térmica do corpo mais
X - Deslocamento da onda
quente para o mais frio. Com isto, o corpo mais frio aumenta sua tempe-
A Figura 1 vai nos ajudar a definir praticamente todas as grandezas ratura, e o corpo mais quente diminui, até atingirem temperatura de igual
de que necessitamos para descrever os sons durante o resto do texto. O valor. Neste ponto cessa a transferência de calor e é atingido o equilíbrio
comprimento de onda é a grandeza física que define o "tamanho do térmico. Esta temperatura final é chamada temperatura de equilíbrio.
ciclo", ou seja, qual a distância percorrida por um ciclo de onda até que A partir disto, podemos dizer que calor é energia térmica que se
ele volte a se repetir. Na nossa figura, um comprimento de onda é a transfere de um corpo mais quente para outro mais frio. Se não houver
distância, no eixo horizontal, de 0 a 4, 4 a 8, 8 a 12 e assim por diante. diferença de temperatura, não haverá transferência de energia e, conse-
Assim, dizemos que a nossa onda tem 4 unidades de comprimento de quentemente, não haverá calor.
onda (que pode ser expresso em metros, centímetros ou qualquer outra
unidade que você desejar). A amplitude é o afastamento da forma de
onda da origem, na direção vertical Assim, a amplitude máxima na Figura
1 é de 10 unidades, quer para cima, quer para baixo. A frequência des- CALOR SENSÍVEL
creve o número de vibrações por segundo, ou seja, quantos ciclos com- É a quantidade de calor recebida (ou cedida) por uma substância que
pletos a onda percorre por segundo. A unidade que usaremos para altera sua temperatura, sem alterar seu estado físico.
descrever as frequências é o Hertz (Hz). 1 Hz corresponde a um ciclo de
vibração por segundo. Por exemplo, quando colocamos um diapasão em A equação do calor sensível é:
vibração, suas hastes vibrarão a uma frequência de 440 Hz, ou 440 ciclos
por segundo, correspondentes à nota musical Lá. Essa nota pode ser Q = m. c . T onde:
perfeitamente descrita pela sua frequência (440 Hz), comprimento de Q = quantidade de calor recebida ou cedida;
onda (0,77 m) e uma amplitude que vai depender da energia utilizada
para colocá-lo em vibração e que descreve a intensidade na variação de m = massa de substância;
pressão. c = calor específico da substância;
Outra característica importante de uma onda, normalmente mencio-
nada nos livros de Física de nível médio, é que ela transporta energia T = variação de temperatura ocorrida no fenômeno.
sem transportar matéria. Isso pode ser observado quando jogamos uma
Unidades
pedra numa piscina com água parada. Não há transporte das moléculas
de água, mas observamos uma "perturbação" se propagando do ponto No Sistema Internacional a unidade recomendada é o joule (J), mas
onde jogamos a pedra para todos os pontos na borda da piscina. Pode- utiliza-se muito a caloria (cal). Existe a possibilidade de conversão entre
mos ver que ela transporta energia, caso haja uma folha na superfície da as unidades, pois 1 cal = 4,18 J.
água. Quando a perturbação passar pela folha, ela vai entrar em movi-
mento (na direção vertical, atingindo o pico da onda, e depois descendo Observação: Convencionamos sinal positivo para calor recebido e si-
passando pelo "vale" da onda), voltando ao repouso depois da passa- nal negativo para calor cedido.
gem. Exemplo: 500 g de uma substância de calor especifico 0,2 cal/g 0C
recebe calor e sua temperatura sobe de 20 C para 30 0C sem haver
mudança de estado. Qual a quantidade de calor recebida pela subs-
tância?
Resolução:
Dados:
m = 500 g c = 0,2 cal/g 0C
T0 = 200C T = 300C
• O CALOR E OS FENÔMENOS TÉRMICOS – CONCEITOS DE Q = m.c.(T -To) Q= 500.0,2(30 - 20)
CALOR E DE TEMPERATURA. ESCALAS TERMOMÉTRICAS.
Q = 500.0,2.10 Q = 1000 cal
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E EQUILÍBRIO TÉRMICO. CA-
PACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO. CONDUÇÃO
DO CALOR. DILATAÇÃO TÉRMICA. MUDANÇAS DE ESTADO ESCALAS TERMOMÉTRICAS
FÍSICO E CALOR LATENTE DE TRANSFORMAÇÃO. COM-
PORTAMENTO DE GASES IDEAIS. MÁQUINAS TÉRMICAS. ESCALAS TERMOMÉTRICAS
CICLO DE CARNOT. LEIS DA TERMODINÂMICA. APLICA- Uma escala termométrica é o conjunto de valores numéricos, cada
ÇÕES E FENÔMENOS TÉRMICOS DE USO COTIDIANO. COM- um associado a um estado térmico previamente estabelecido.
PREENSÃO DE FENÔMENOS CLIMÁTICOS RELACIONADOS
AO CICLO DA ÁGUA. Apesar de poder-se criar diferentes escalas termométricas, fare-
mos referência apenas às mais importantes:
CONCEITO DE TEMPERATURA a) Escala Celsius: É usada oficialmente na maioria dos países e tem
Temperatura é um número associado ao estado de agitação térmica dois pontos fixos com temperaturas definidas.
de um corpo. Esta agitação térmica é definida pelo nível energético do 1.º Ponto Fixo: ponto de fusão do gelo, que recebe o valor 00C.
corpo, e constitui seu estado de aquecimento.
CONCEITO DE CALOR 2.º Ponto Fixo: ponto de ebulição da água, que recebe o valor 1000C.
Todas as partículas constituintes de um corpo estão constantemente b) Escala Fahrenheit: Escala usada nos países de língua inglesa,
em movimento, possuindo, assim, energia cinética. também possui dois pontos fixos.
Estas energias cinéticas das partículas, quando somadas, nos dão a
energia térmica do corpo. 1.º Ponto Fixo: ponto de fusão do gelo, que marca 320F.
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2.º Ponto Fixo: ponto de ebulição da água, que marca 212 0F.
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E EQUILÍBRIO TÉRMICO
c) Escala Kelvin: Também denominada Escala Absoluta, é usada no
meio científico.
EQUILÍBRIO TÉRMICO
A escala Kelvin não possui pontos fixos, sendo obtido o valor zero
experimentalmente, e sendo a temperatura em que, teoricamente, a “Quando dois ou mais corpos, em temperaturas diferentes, são colo-
velocidade das moléculas de um gás ideal se reduziria a zero. cados em contato, constituindo um sistema termicamente isolado, eles
A graduação da escala Kelvin é idêntica a da escala Celsius, mas o trocam calor até atingir o equilíbrio térmico”.
valor 00C corresponde a 273,15K, porém, por simplicidade, utilizamos o Isto quer dizer que, em um sistema onde não há perda de calor para
valor 273K. o meio, a quantidade de calor cedida por um ou mais corpos (mais quen-
Na escala Kelvin devemos omitir o termo grau, usado nas outras du- tes) é completamente recebida por outro(s) corpo(s) (mais frio).
as escalas.
Relação entre as escalas
Portanto, podemos deduzir que:
Qcedido = Qrecebido
ou
Q1 + Q2 + Q3 + ... = 0
Exemplo:
Em um recipiente mistura-se 200 g de uma substância de calor espe-
cífico igual a 0,5 cal/g.0C, que se encontra a 200C, com 100 g de água (e
Equação de conversão entre as escalas: = 1,0 cal/g.0C) a 500C. Após certo intervalo de tempo atinge-se o equilí-
brio térmico. Qual a temperatura final da mistura?
TC T - 32 T - 273
F K onde: Dados:
5 9 5
m1 =200 g c1 = 0,5 cal/g.0C
TC = temperatura na escala Celsius;
T0 = 200C (para a substância)
TF = temperatura na escala Fahrenheit;
m2 = 100 g c2 = 1,0 cal/g.0C
TK = temperatura na escala Kelvin.
T0 = 500C (para a água)
A equação apresentada acima serve apenas para conversão nestas
três escalas. Qualquer outra escala deve ter os pontos fixos apresentados Q1 + Q2 = 0
para que se possa determinar a equação de conversão. Exemplo 1:
m1 . c1 ( T - T0) + m2.c2 . (T - T ) = 0
Um objeto encontra-se a 200C. Qual sua temperatura:
200. 0,5. (T - 20) = 100. 1( T - 50) =
a) na escala Fahrenheit
b) na escala Kelvin
Resolução: 100.(T - 20) + 100 (T - 50) = 0
TF 32 36 TF 36 32 TF 68 F 7000
T T = 350C
200
TC TK 273
b) TC TK 273
5 5
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO
20 =TK - 273 TK = 20 + 273 TK = 293K
Exemplo 2: CALOR ESPECÍFICO
Na escala Reaumur o ponto de fusão do gelo é 00R e o ponto de va- O calor específico (c) é um coeficiente de proporcionalidade utilizado
porização da água é 800 R. Qual a temperatura nesta escala que corres- na equação fundamental do calor sensível, e representa as carac-
ponde a 400C? terísticas da substância. Mais precisamente, representa a facilidade com
que a substância recebe ou cede calor, e não depende da massa de
substância.
CAPACIDADE TÉRMICA
É a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de
uma substância. Diferentemente do calor específico, a Capacidade Tér-
mica depende da massa. Quanto maior a massa de substância, maior a
quantidade de calor necessária para aumentar sua temperatura.
A capacidade térmica pode ser expressa por:
R0 40 0 R 40 R Q
4 R 32 R C
80 0 100 0 80 100 8 T onde:
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C = capacidade térmica; Como calcular estas dilatações ou estas contrações?
Q = quantidade de calor recebido; Existem três equações simples para determinar o quanto um corpo
T = variação de temperatura sofrida. varia de tamanho, e cada uma delas deve ser usada em uma situação
diferente.
Unidade:
1 - Dilatação térmica linear
A capacidade térmica é expressa em J/0C (Sistema Internacional) ou
cal/ 0C (unidade usual). L=L0 T
Exemplo: Certa substância recebe 1000 cal e sua temperatura sobe
de 10 0C para 15 0C. Qual sua capacidade térmica?
Resolução: L = o quanto o corpo aumentou seu comprimento
Dados: Lo = comprimento inicial do corpo
Q = 1000 cal T0 = 10 0C T= 15 0C = coeficiente de dilatação linear (depende do material)
Q 1000 1000 T = variação da temperatura ( Tf - Ti )
C C C C 200 cal/C
T 15 - 10 5 Vale destacar que o coeficiente de dilatação linear ( ) é um número
Mas para um corpo constituído de uma só substância temos: tabelado e depende de cada material. Com ele podemos comparar qual
substância dilata ou contrai mais do que outra. Quanto maior for o coefi-
C=m.c onde: ciente de dilatação linear da substância mais facilidade ela terá para
C = capacidade térmica; aumentar seu tamanho, quando esquentada, ou diminuir seu tamanho,
m = massa de substância; quando esfriada.
c = calor específico da substância. Outra coisa interessante de notar é que, se soubermos o valor do co-
eficiente de dilatação linear ( ) de uma determinada substância, pode-
Exemplo: Qual a capacidade térmica de 200 g de H2O? Dado: e = remos também saber o valor do coeficiente de dilatação superficial ( ) e
1,0 cal/g 0C o coeficiente de dilatação volumétrica ( ) da mesma. Eles se relacio-
Resolução: nam da seguinte maneira:
Dados:
m = 200 g = 2 e = 3
c= 1,0 cal/g 0C
A = A0 T
CONDUÇÃO DO CALOR. DILATAÇÃO TÉRMICA
A = o quanto o corpo aumentou sua área
DILATAÇÃO TÉRMICA
Ao = área inicial do corpo
Todos os corpos na natureza estão sujeitos a este fenômeno, uns
mais outros menos. Geralmente quando esquentamos algum corpo, ou = coeficiente de dilatação superficial (depende do material)
alguma substância, esta tende a aumentar seu volume (expansão térmi-
ca). E se esfriarmos algum corpo ou substância esta tende a diminuir seu T = variação da temperatura ( Tf - Ti )
volume (contração térmica). 3 - Dilatação térmica volumétrica
Existem alguns materiais que em condições especiais fazem o con-
trário, ou seja, quando esquentam contraem e quando esfriam dilatam. É
o caso da água quando está na pressão atmosférica e entre 0ºC e 4ºC. V = V0 T
Mas estes casos são exceções e, embora tenham também sua importân-
cia, não serão estudados aqui neste capítulo.
Porque isso acontece? V = o quanto o corpo aumentou seu volume
Bem, você deve estar lembrado que quando esquentamos alguma
substância estamos aumentando a agitação de suas moléculas, e isso faz Vo = volume inicial do corpo
com que elas se afastem umas das outras, aumentando logicamente o
espaço entre elas. Para uma molécula é mais fácil, quando esta está = coeficiente de dilatação volumétrica (depende do material)
vibrando com mais intensidade, afastar-se das suas vizinhas do que
aproximar-se delas. Isso acontece por causa da maneira como as forças T = variação da temperatura ( Tf - Ti )
moleculares agem no interior da matéria. Então ... Obs:
" ...se o espaço entre elas aumenta, o volume final do corpo acaba
aumentando também" L , A ou V positivos significa que a substância aumentou suas
dimensões.
Quando esfriamos uma substância ocorre exatamente o inverso.
Diminuímos a agitação interna das mesmas o que faz com que o espaço L , A ou V negativos significa que a substância diminuiu suas
entre as moléculas diminua, ocasionando uma diminuição do volume do dimensões.
corpo.
"Se o espaço entre as moléculas diminui, o volume final do corpo Tabelas com os coeficientes de dilatação linear ( ) e volumétrica
acaba diminuindo também" ( ) de algumas substâncias
Física 62 A Opção Certa Para a Sua Realização
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OS TIPOS DE VAPORIZAÇÃO
substância Coeficiente de dilatação linear () em ºC-1
Evaporação: É a passagem lenta do estado líquido para o gasoso. A
aço 1,1 x 10-5
evaporação pode ocorrer a qualquer temperatura, mas se dá apenas na
alumínio 2,4 x 10-5 superfície do líquido.
chumbo 2,9 x 10-5 Ebulição: É a passagem rápida do estado líquido para o gasoso. A
cobre 1,7 x 10-5 ebulição ocorre em uma temperatura definida.
ferro 1,2 x 10-5 Calefação: É a passagem do estado líquido para o gasoso mediante
um brusco aquecimento. Um exemplo disto é o que ocorre quando uma
latão 2,0 x 10-5 porção de água é jogada em uma chapa quente. A água sofre um aque-
ouro 1,4 x 10-5 cimento brusco, seguido de vaporização.
prata 1,9 x 10-5 TEMPERATURAS DE MUDANÇA DE ESTADO
vidro comum 0,9 x 10-5 Durante a mudança de estado, a temperatura permanece constante.
vidro pirex 0,3 x 10-5 A temperatura onde ocorre a passagem do sólido para o líquido, ou
zinco 6,4 x 10-5 líquido para sólido, é chamada Ponto de Fusão.
A temperatura onde ocorre a passagem do líquido para gasoso, ou
substância Coeficiente de dilatação volumétrica (g) em ºC-1 gasoso para líquido, é chamada Ponto de Ebulição.
Q=m.L
MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO E onde:
CALOR LATENTE DE TRANSFORMAÇÃO
Q = quantidade de calor recebida (cedida)
Mudanças de Estado m = massa de substância
A matéria se apresenta em três estados físicos que se distinguem fa- L = calor latente de mudança de estado
cilmente:
Unidades:
Estado sólido: A matéria tem forma e volume definidos.
O calor latente é expresso em J/g no Sistema Internacional, mas a
Estado líquido: A matéria tem volume definido e a forma é a do reci- unidade usual é cal/g.
piente que a contém.
Exemplo:
Estado gasoso: A matéria não tem forma nem volume definidos.
Para fundirmos completamente 200 g de água são fornecidos 16 000
MUDANÇAS DE ESTADO cal. Qual o calor latente de fusão desta substância?
Quando aquecemos um corpo, sua temperatura aumenta até que ele Resolução:
começa a mudar de estado físico.
Dados: Q = 16000 cal m = 200 g
As mudanças de estado físico são:
16000
a) Fusão: Passagem de uma substância do estado sólido para o estado Q = m.L 16000 = 200.L L L= 80 cal/g
líquido. 200
b) Solidificação: Passagem do estado líquido para o sólido. É o proces- Exemplo 2:
so inverso à fusão.
Qual a quantidade de calor necessária para levar 100 g de gelo a
c) Vaporização: Passagem do estado líquido para o gasoso. 100C até vapor de água a 1300C?
d) Condensação ou Liquefação: Passagem do estado gasoso para
líquido. É o processo inverso à vaporização. Dados: C gelo = 0,5 cal/g.0C; L fusão = 80 cal/g; C água = 1 cal/g.0C;
e) Sublimação: Passagem do estado sólido diretamente para o gasoso, L vaporização = 540 cal/g; Cvapor = 0,5 cal/g.0C.
ou do gasoso para o sólido.
Esquema das mudanças de estado:
Resolução: As transformações que ocorrem são:
Q Q Q
gelo a -100C
1
gelo a 00 C
2
água a 00
3
Q Q
água a 1000C
4
vapor a 1000 C
5
vapor a 1300C
Quantidade de calor:
Q1 =m.c.T Q1 100.0,5.10 Q1 =500 cal
Q2 =m.L Q2 =100.80 Q2 = 8000 cal
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Q3 = m.c.AT Q3 =100.1.100 Q3 = 10000 cal 3) o calor latente de vaporização.
Q4 =m.L Q4 =100.540 Q4 = 54000 cal Resolução:
a) estado sólido temperatura entre 50C e 100C:
Q5 = m.c.T Q5 =100.0,5.30 Q5 = 1500 cal
100
Qtotal =Q1 + Q2 + Q3 + Q4 + Q5 Q = m.c.T 100 = 100.c.5 100 = 500.c c = c=
500
Qtotal =500 + 3000 + 10000 +54000 + 1500 0,2 cal/g. 0C
Qtotal = 74000 cal b) estado líquido temperatura entre 100C e 800C:
2100
Q = m.c.T 2100 = 100.c.70 2100 7000.c c =
CURVA DE AQUECIMENTO 7000
c = 0,3 cal/g
É a curva obtida construindo-se um gráfico temperatura x quantidade
de calor recebido. c) estado gasoso temperatura entre 800C e 100 0C:
T1 = temperatura inicial
T2 = temperatura final COMPORTAMENTO DE GASES IDEAIS
Tf = temperatura de fusão
Um gás é caracterizado por três variáveis, chamadas variáveis de es-
Te = temperatura de ebulição
tado, que são:
As quantidades de calor recebidas pela água são: a) Volume (V)
Q1 = m.c.( Tf – T1) Os gases não têm volume definido, portanto o volume de um gás é o
Q2 = m.L, onde L = calor latente de fusão volume do recipiente que o contém.
Q3 = m.c.(Te -Tf) b) Pressão (P)
Q4 = m.L, onde L = calor latente de vaporização A pressão de um gás é devida aos choques das moléculas deste gás
contra as paredes do recipiente que o contém.
Q5 = m.c ( T2 – T3)
c) Temperatura (T)
Observação:
Mede a agitação térmica das partículas do gás.
Para se obter a curva de resfriamento basta considerar as transfor-
mações inversas.
Exemplo: TRANSFORMAÇÕES GASOSAS
Dada a curva de aquecimento de uma substância:
As transformações gasosas ocorrem quando pelo menos uma variá-
vel de estado sofre alteração.
Dentre as transformações gasosas, podemos destacar três:
a) Transformação Isotérmica: A temperatura permanece constante
durante a transformação. Este tipo de transformação é conhecida
como Lei de Boyle-Mariotte, e pode ser enunciada da seguinte forma:
“Para uma dada massa de gás, a pressão varia de maneira inversamente
proporcional ao volume, se a temperatura for mantida constante”.
b) Transformação Isobárica: Nesta transformação a pressão perma-
nece constante. Esta transformação é chamada Lei de Gay-Lussac, e
é enunciada assim:
“Para uma dada massa de gás, mantida a pressão constante, a vari-
ação do volume é diretamente proporcional à da temperatura”.
Sabendo-se que a massa de substância é de 100 g, determine: c) Transformação Isométrica ou Isocórica: Durante esta transforma-
a) o calor específico do sólido; ção o volume permanece constante. Este tipo de transformação é
conhecido como Lei de Charles, e é enunciada desta maneira:
b) o calor específico do líquido; “Para uma dada massa de gás, mantido o volume constante, a pres-
c) o calor específico do vapor; são é diretamente proporcional à temperatura”.
d) o calor latente de fusão; d) Diagramas das transformações
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Exemplo 2:
Um gás apresenta uma pressão de 3 atm e volume de 5 L. Após uma
transformação isotérmica, sua pressão cai para 2,5 atm. Qual seu novo
volume?
Resolução:
Dados:
Equação de Clapeyron: P0 . V0
P0 . V0 P1 .V1 V1
PV = n.R.T onde: P1
P = pressão do gás;
35
V = volume ocupado pelo gás; V1 V1 6 L
2,5
n = número de mols do gás;
Exemplo 3: Certa massa de um gás apresenta volume de 3 L à tem-
R = constante universal dos gases;
peratura de 1270C. Após sofrer uma transformação isobárica, seu volume
T = temperatura do gás, na escala Kelvin passa a 6 L. Qual sua nova temperatura, em graus Celsius?
Valores de R Resolução:
R = 0,082 atm.L/mol.K = 8,31 J/mol.K= 2 cal/mol.K = 62,3 Dados:
mmHg.L/mol K
V0 = 3 L T0 = 1270C = 400 K V1 = 6L
Exemplo: 88 g de gás carbônico encontram-se a uma pressão de 2
atm e a uma temperatura de 2270C. Qual o volume ocupado pelo gás? V0 V1 V1 T0
T1
Dado: T0 T1 V0
Massa molar do CO2 = 44 g/mol;
6 400 2400
R = 0,082 atm.L/mol.K T1 T1
3 3
Resolução:
T1 = 800 K = 5270C
Dados: m = 88 g
P = 2 atm T = 2270C 500 K
Exemplo 4: Um gás apresenta pressão de 1,5 atm à temperatura de
número de mols de CO2: 270C. Ao sofrer uma transformação isométrica, sua temperatura pas-
sa a 2270C. Qual sua nova pressão?
m 88
n n n 2 mols Resolução:
M 44
volume de CO2: PV = n.R.T Dados:
O índice 0 representa a situação inicial do gás (antes da transforma- 1,5 500 750
ção) e o índice 1 representa a situação final do gás (após a transforma- P1 P1 P1 2,5 atm
ção). 300 300
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cíclica, isto é, a máquina térmica passa periodicamente pelo mesmo logo, a fração de energia sob a forma de calor que não é utilizada para
estado. Como os estados inicial e final de um ciclo são os mesmos, a realizar trabalho é transferida para outra fonte a uma temperatura inferior.
energia interna nesses estados é igual, e assim, a variação de energia
interna ao fim de um ciclo é nula. Assim, as máquinas térmicas apenas permitem obter trabalho, a par-
tir de um fluxo de energia sob a forma de calor entre duas fontes a tempe-
Deste modo, aplicando a 1ª lei da termodinâmica a uma máquina raturas diferentes. A energia sob a forma de calor flui espontaneamente
térmica ao fim de um ciclo: da fonte quente, isto é, a fonte com maior temperatura, para a fonte fria,
ou seja, a fonte com temperatura inferior.
Por exemplo, na máquina a vapor, um cilindro move-se devido à ex-
pansão do gás no seu interior, causada pela energia proveniente do
aquecimento de água numa caldeira (fonte de energia sob a forma de
calor - "fonte de calor").
Parte desta energia não é transformada em trabalho, e passa por
Segundo a 1ª lei da termodinâmica, o trabalho realizado por uma condução térmica para os arredores da máquina (fonte com temperatura
máquina térmica sobre o exterior (o sinal negativo significa que a máqui- inferior).
na realiza trabalho sobre os arredores), é igual à energia recebida sob a
forma de calor absorvida por ela. O princípio de funcionamento de uma máquina térmica pode ser es-
quematizado pela figura 1:
Por exemplo, num motor de explosão de um automóvel, a energia
obtida sob a forma de calor na câmara de combustão devido à explosão
da mistura de ar e gasolina, causa a expansão dessa mistura gasosa.
Esta expansão empurra um pistão ou êmbolo, realizando trabalho sobre o
exterior. De seguida, os gases resultantes da combustão são expelidos
para o exterior, entrando novamente para a câmara uma mistura de ar e
gasolina, e todo o processo volta a repetir-se, ou seja, é um processo
cíclico.
O movimento do êmbolo ou pistão, a que equivale uma certa quanti-
dade de trabalho, apenas acontece porque se fornece energia ao motor
e, segundo a 1ª lei da termodinâmica, o trabalho efetivo realizado por
uma máquina térmica não pode ser superior à energia recebida sob a
forma de calor.
Na realidade, o trabalho realizado é sempre inferior à energia recebi-
da sob a forma de calor, isto é, nem toda essa energia recebida é usada
para realizar trabalho. Por exemplo, parte da energia recebida pela má-
quina sob a forma de calor provoca o aumento da temperatura da máqui-
na (que depois é preciso arrefecer).
Designa-se por máquina de movimento perpétuo de primeira es-
pécie, um tipo de máquina térmica que realiza trabalho efetivo sem que o
sistema receba energia, no entanto, a 1ª lei da termodinâmica não permi-
te que tal máquina exista. Qualquer máquina só pode transformar ener-
gia, recebida sob a forma de calor em energia cedida sob a forma de
trabalho, e nunca pode criar energia a partir do nada.
Aplicação da 2ª lei da termodinâmica às máquinas térmicas Fig. 1 - Esquema de uma máquina térmica.
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Como o quociente entre Qc e Qq tem um valor que pode estar entre 0 Deste modo, a energia sob a forma de calor que é transferida para a
e 1, o rendimento de uma máquina térmica é sempre inferior a 1. Caso o fonte quente é igual à soma da energia sob a forma de calor retirada à
fonte fria, com o trabalho necessário para que ocorra esse fluxo de ener-
valor de Qc fosse nulo, isto é, se a máquina não transferisse energia sob
gia:
a forma de calor para a fonte fria, o rendimento seria igual a 1.
No entanto, não é possível construir máquinas térmicas onde, cicli- |Qq| = W + |Qf|
camente se transforme toda a energia sob a forma de calor proveniente
da fonte quente, em trabalho, uma vez que tal violaria a 2ª lei da termodi- Eficiência das máquinas frigoríficas
nâmica.
A eficiência de uma máquina frigorífica é tanto maior, quanto maior
for a quantidade de energia sob a forma de calor que retirar da fonte fria,
ou seja, do interior do frigorífico, para a mesma quantidade de trabalho
fornecido pelo motor do frigorífico.
A eficiência de uma máquina frigorífica é o quociente entre a
energia sob a forma de calor que sai da fonte fria, Qf, e o trabalho neces-
sário para realizar essa transferência de energia:
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O motor a gasolina designa-se também por motor de quatro tempos, As seis etapas do ciclo de Otto, descritas anteriormente, encontram-
uma vez que durante um ciclo existem duas compressões do volume se representadas na figura 2:
acima do pistão e duas expansões de volume, havendo alternância entre
compressão e expansão.
O processo cíclico que se verifica num motor a gasolina é pratica-
mente semelhante ao ciclo de Otto, que se encontra representado no
diagrama PV (pressão em função do volume) da figura 1.
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ambiente, tenderá a atingir um estado de equilíbrio, que pode ser descrito
pela especificação de suas propriedades, como pressão, temperatura ou
composição química. Se as limitações externas são alteradas (por exem-
plo, se o sistema passa a poder se expandir), então essas propriedades
se modificam. A termodinâmica tenta descrever matematicamente essas
mudanças e prever as condições de equilíbrio do sistema.
Conceitos básicos. No estudo da termodinâmica, é necessário defi-
nir com precisão alguns conceitos básicos, como sistema, fase, estado e
transformação. Sistema é qualquer parte limitada do universo passível de
observação e manipulação. Em contraposição, tudo o que não pertence
ao sistema é denominado exterior e é dele separado por suas fronteiras.
A caracterização de um estado do sistema é feita por reconhecimento de
suas propriedades termodinâmicas. Chama-se fase qualquer porção
homogênea de um sistema. O estado depende da natureza do sistema e,
para ser descrito, necessita de grandezas que o representem o mais
completamente possível. Denomina-se transformação toda e qualquer
mudança de estado. Quando formada por uma sucessão de estados de
equilíbrio, a transformação é dita reversível.
No estudo da termodinâmica, consideram-se alguns tipos particulares
Fig. 3 - Diagrama PV do ciclo de um motor a diesel. de transformações. A transformação isotérmica é a que se processa sob
temperatura constante, enquanto a isobárica é aquela durante a qual não
há variação de pressão do sistema. A transformação isométrica se carac-
Num motor a diesel, apenas ar está presente no cilindro, no início da teriza pela constância do volume do sistema, a adiabática pela ausência
compressão. Esse ar sofre uma compressão adiabática, diminuindo o seu de trocas térmicas com o exterior e a politrópica pela constância do
volume de VA para VB, e aumentando muito a sua temperatura. A partir quociente entre a quantidade de calor trocado com o meio externo e a
do momento em que o volume é igual a VB, o combustível começa a ser variação de temperatura. Conhecem-se ainda mais dois tipos de trans-
injetado para dentro do cilindro e, devido à elevada temperatura da mistu- formação -- a isentálpica e a isentrópica -- nas quais se observa a cons-
ra de ar e diesel, ocorre a combustão espontânea da mistura. tância de outras propriedades termodinâmicas, respectivamente a ental-
pia (soma da energia interna com o produto da pressão pelo volume do
Na etapa de B a C, continua a ser injetado combustível para o interior sistema) e a entropia (função associada à organização espacial e energé-
do cilindro, e a mistura de ar e diesel aumenta o seu volume para V C, tica das partículas de um sistema).
mantendo-se a pressão constante durante todo o processo de combustão
Existem muitas grandezas físicas mensuráveis que variam quando a
da mistura gasosa. A partir do estado C, a admissão e combustão de
temperatura do corpo se altera. Em princípio, essas grandezas podem ser
combustível pára e dá-se a expansão adiabática dos gases resultantes da
utilizadas como indicadoras de temperatura dos corpos. Entre elas citam-
combustão, ou seja, o gás realiza trabalho ao empurrar o pistão para
se o volume de um líquido, a resistência elétrica de um fio e o volume de
baixo, até o volume ser igual a VD. um gás mantido a pressão constante.
A partir do estado D, a válvula de saída dos gases do interior do ci- A equação de estado de uma substância sólida, líquida ou gasosa é
lindro é aberta, permitindo, assim, a saída dos gases resultantes da uma relação entre grandezas como a pressão (p), a temperatura (t), a
combustão. A pressão diminui, enquanto que o pistão permanece parado densidade (s) e o volume (v). Sabe-se, experimentalmente, que existem
na posição mais baixa do cilindro, logo, o volume é constante entre os relações entre essas grandezas: em princípio, é possível obter uma
estados D e A, não havendo realização de trabalho. Após a saída dos função do tipo f (p, t, s, v) = 0. Nos casos mais gerais, essas funções são
gases resultantes da combustão, o ciclo volta a repetir-se. bastante complicadas. Uma forma de estudar as substâncias é represen-
Os motores a diesel são mais eficientes do que os motores a gasoli- tar graficamente a variação de uma grandeza com outra escolhida, es-
na. tando todas as demais fixas.
Para gases a baixa densidade, podem-se obter equações de estado
A compressão da mistura gasosa de ar e combustível é superior no simples. Nesse caso, observa-se um comportamento geral, que é expres-
motor a diesel, o que resulta em maiores temperaturas de combustão, ou so pela relação:
seja, mais energia proveniente do combustível é aproveitada para realizar
trabalho. PV = nRT
Fonte: http://www.e-escola.pt/ em que P é a pressão do gás, V o volume por ele ocupado, T a tem-
peratura, n o número de moles do gás e R uma constante igual a 8,3149
J/kg.mol.K. Para gases de densidades mais elevadas, o modelo do gás
ideal (ou perfeito) não é válido. Existem então outras equações de esta-
TERMODINÂMICA
do, empíricas ou deduzidas de princípios mais fundamentais, como a de
A descoberta de meios para utilização de fontes de energia diferen- van der Waals: As principais definições de grandezas termodinâmicas
tes da que os animais forneciam foi o que determinou a possibilidade da constam de suas leis: a lei zero é a que define a temperatura; a primeira
revolução industrial. A energia pode se apresentar na natureza sob lei (calor, trabalho mecânico e energia interna) é a do princípio da conser-
diversas formas, mas, exceto no caso da energia hidráulica e dos ventos, vação da energia; a segunda lei define entropia e fornece regras para
deve ser transformada em trabalho mecânico por meio de máquinas, para conversão de energia térmica em trabalho mecânico e a terceira lei
ser utilizada pelo homem. A termodinâmica nasceu justamente dessa aponta limitações para a obtenção do zero absoluto de temperatura.
necessidade, e foi o estudo de máquinas térmicas que desenvolveu seus Lei zero. Embora a noção de quente e frio pelo contato com a pele
princípios básicos. seja de uso corrente, ela pode levar a avaliações erradas de temperatura.
Termodinâmica é o ramo da física que estuda as relações entre ca- De qualquer forma, é da observação cotidiana dos corpos quentes e frios
lor, temperatura, trabalho e energia. Abrange o comportamento geral dos que se chega ao conceito de temperatura. Levando em conta essas
sistemas físicos em condições de equilíbrio ou próximas dele. Qualquer observações, assim postulou-se a lei zero: se A e B são dois corpos em
sistema físico, seja ele capaz ou não de trocar energia e matéria com o equilíbrio térmico com um terceiro corpo C, então A e B estão em equilí-
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brio térmico um com o outro, ou seja, a temperatura desses sistemas é a termodinâmica, segundo a qual é impossível reduzir qualquer sistema à
mesma. temperatura do zero absoluto mediante um número finito de operações.
De acordo com esse princípio, também conhecido como teorema de
Primeira lei. A lei de conservação de energia aplicada aos processos Nernst, a entropia de todos os corpos tende a zero quando a temperatura
térmicos é conhecida como primeira lei da termodinâmica. Ela dá a tende ao zero absoluto.
equivalência entre calor e trabalho e pode enunciar-se da seguinte manei-
ra: "em todo sistema quimicamente isolado em que há troca de trabalho e Termodinâmica estatística. As leis da termodinâmica são obtidas
calor com o meio externo e em que, durante essa transformação, realiza- experimentalmente, mas podem ser deduzidas a partir de princípios mais
se um ciclo (o estado inicial do sistema é igual a seu estado final), as fundamentais, por meio da mecânica estatística, desenvolvida sobretudo
quantidades de calor (Q) e trabalho (W) trocadas são iguais. Assim, por Josiah Willard Gibbs e Ludwig Boltzmann. O propósito fundamental
chega-se à expressão W = JQ, em que J é uma constante que corres- da termodinâmica estatística é o de interpretar grandezas macroscópicas,
ponde ao ajuste entre as unidades de calor (usada na medida de Q) e como temperatura, energia interna e pressão, em termos das grandezas
Joule (usada na medida de W). Essa constante é empregada na própria dinâmicas, e reescrever os princípios da termodinâmica em termos das
definição de caloria (1 cal = 4,1868J). leis gerais que as afetam.
A primeira lei da termodinâmica pode ser enunciada também a A energia interna, U, é por si uma grandeza mecânica e dispensa in-
partir do conceito de energia interna, entendida como a energia associada terpretações adicionais. A análise se concentra, portanto, nas interpreta-
aos átomos e moléculas em seus movimentos e interações internas ao ções mecânicas da temperatura e da entropia. Os fundamentos da ter-
sistema. Essa energia não envolve outras energias cinéticas e potenciais, modinâmica estatística foram estabelecidos a partir de meados do século
que o sistema como um todo apresenta em suas relações com o exterior. XIX por Rudolf Julius Emanuel Clausius, James Clerk Maxwell e Ludwig
Boltzmann. A interpretação mecânica da temperatura deve muito aos
Tanto o calor específico quanto a capacidade calorífica do sistema trabalhos dos dois primeiros cientistas sobre o comportamento dos gases.
dependem das condições pelas quais foi absorvido ou retirado calor do Maxwell demonstrou que a temperatura T de um gás ideal em equilíbrio
sistema. está relacionada com a energia cinética média de suas moléculas (E) por
Segunda lei. A tendência do calor a passar de um corpo mais quente E = 3/2 k.T, em que k é a constante de Boltzmann.
para um mais frio, e nunca no sentido oposto, a menos que exteriormente Seus trabalhos foram posteriormente desenvolvidos por Boltzmann e
comandado, é enunciada pela segunda lei da termodinâmica. Essa lei levaram a uma generalização importante desse resultado, conhecida
nega a existência do fenômeno espontâneo de transformação de energia como equipartição da energia: o valor médio da energia de um sistema
térmica em energia cinética, que permitiria converter a energia do meio cujo movimento microscópico tem s graus de liberdade (números de
aquecido para a execução de um movimento (por exemplo, mover um coordenadas de posição e de impulso que determinam as energias de
barco com a energia resultante da conversão da água em gelo). translação, vibração e rotação de uma molécula), em equilíbrio termodi-
De acordo com essa lei da termodinâmica, num sistema fechado, a nâmico à temperatura T, distribui-se igualmente entre os diferentes graus
entropia nunca diminui. Isso significa que, se o sistema está inicialmente de liberdade, de tal modo que cada um contribui com k.T/2 para a energia
num estado de baixa entropia (organizado), tenderá espontaneamente a total. Assim, para s graus de liberdade,E = s/2 k.T. Para gases monoatô-
um estado de entropia máxima (desordem). Por exemplo, se dois blocos micos, o movimento de cada molécula tem apenas três graus de liberda-
de metal a diferentes temperaturas são postos em contato térmico, a de de translação. Para gases diatômicos, além da translação, haverá
desigual distribuição de temperatura rapidamente dá lugar a um estado vibrações e rotações, num total de seis graus de liberdade.
de temperatura uniforme à medida que a energia flui do bloco mais quen- A falha na previsão do valor correto para o calor específico a volume
te para o mais frio. Ao atingir esse estado, o sistema está em equilíbrio. constante de gases diatômicos (e também de sólidos cristalinos monoa-
A entropia, que pode ser entendida como decorrente da desordem in- tômicos) foi o primeiro exemplo histórico da inadequação dos conceitos e
terna do sistema, é definida por meio de processos estatísticos relaciona- métodos da mecânica clássica para o tratamento dos movimentos mi-
dos com a probabilidade de as partículas terem determinadas caracterís- croscópicos. Essa e outras contradições com a formulação teórica da
ticas ao constituírem um sistema num dado estado. Assim, por exemplo, equipartição da energia de Maxwell-Boltzmann vieram a ser elucidadas
as moléculas e átomos que compõem 1kg de gelo, a 0o C e 1atm, apre- posteriormente, à luz dos argumentos da mecânica quântica.
sentam características individuais distintas, mas do ponto de vista estatís- História. A temperatura é provavelmente o primeiro conceito termodi-
tico apresentam, no conjunto, características que definem a possibilidade nâmico. No final do século XVI, Galileu Galilei inventou um termômetro
da existência da pedra de gelo nesse estado. rudimentar, o termoscópio, ao qual se seguiram outros inventos com a
A variação da função entropia pode ser determinada pela relação en- mesma finalidade. O objetivo desses instrumentos era medir uma quanti-
tre a quantidade de calor trocada e a temperatura absoluta do sistema. dade até então indefinida, mais objetiva na natureza do que as sensações
Assim, por exemplo, a fusão de 1kg de gelo, nas condições de 273K e fisiológicas de calor e frio. Na época, acreditava-se que a temperatura
1atm, utiliza 80.000cal, o que representa um aumento de entropia do fosse uma potência motriz que provoca a transmissão de um certo eflúvio
sistema, devido à fusão, em 293J/K. de um corpo quente para outro mais frio. Mas não se sabia explicar ainda
o que era transmitido entre os corpos.
A aplicação do segundo princípio a sistemas de extensões universais
esbarra em dificuldades conceituais relativas à condição de seu isolamen- Francis Bacon, em 1620, e a Academia Florentina, alguns anos de-
to. Entretanto, pode-se cogitar de regiões do universo tão grandes quanto pois, começaram a fazer a distinção entre essa emanação e a temperatu-
se queira, isoladas das restantes. Para elas (e para as regiões comple- ra. Somente em 1770, porém, o químico Joseph Black, da Universidade
mentares) valeria a lei do crescimento da entropia. Pode-se então per- de Glasglow, diferenciou-as de maneira clara. Misturando massas iguais
guntar por que motivo o universo não atingiu ainda a situação de máxima de líquidos a diferentes temperaturas, ele mostrou que a variação de
entropia, ou se atingirá essa condição um dia. temperatura em cada uma das substâncias misturadas não é igual em
termos quantitativos.
A situação de máxima entropia corresponde à chamada morte térmi-
ca do universo: toda a matéria estaria distribuída na vastidão espacial, Black fundou a ciência da calorimetria, que levou à enunciação da
ocupando uniformemente os estados possíveis da energia. A temperatura teoria segundo a qual o calor é um fluido invisível chamado calórico. Um
seria constante em toda parte e nenhuma forma de organização, das objeto se aquecia quando recebia calórico e se esfriava quando o perdia.
mais elementares às superiores, seria possível. A primeira evidência de que essa substância não existia foi dada, no final
do século XVIII, pelo conde Rumford (Benjamin Thompson). Demonstrou-
Terceira lei. O conceito de temperatura entra na termodinâmica como se, posteriormente, que o que se troca entre corpos de temperaturas
uma quantidade matemática precisa que relaciona calor e entropia. A diferentes é a energia cinética de seus átomos e moléculas, energia
interação entre essas três quantidades é descrita pela terceira lei da também conhecida como térmica.
Física 70 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Em 1824, Sadi Carnot, um engenheiro militar francês, tornou-se o do matemático que serviu como base para a fundação da termodinâmica
primeiro pesquisador a preocupar-se com as características básicas das química e para diversas aplicações da termodinâmica clássica. No início
máquinas térmicas e a estudar o problema de seu rendimento. A contri- do século XX, Henri Poincaré elaborou as equações matemáticas das leis
buição de Carnot à solução do problema, embora teórica, foi de importân- de Clausius, e Constantin Carathéodory apresentou uma estrutura lógica
cia fundamental, pois demonstrou as características realmente significati- alternativa das teorias termodinâmicas que evitava o termo calor, consi-
vas do funcionamento das máquinas térmicas, ou seja: (1) que a máquina derado obsoleto. Em 1918, o Prêmio Nobel Walther Nernst, enunciou o
recebe de uma fonte qualquer certa quantidade de calor a temperatura princípio de Nernst, que coincide essencialmente com a terceira lei da
elevada; (2) que ela executa um trabalho externo; e (3) que rejeita calor a termodinâmica.
temperatura mais baixa do que a correspondente ao calor recebido.
COMPREENSÃO DE FENÔMENOS CLIMÁTICOS RELACIONADOS
Apesar de fundamentar suas teorias na noção de que o calor é um AO CICLO DA ÁGUA.
fluido imponderável, o calórico, Carnot encontrou a expressão correta do
rendimento máximo que se pode obter com uma máquina térmica qual- O CICLO DA ÁGUA
quer, operando entre duas fontes de temperaturas diferentes. Na década
de 1840, James Prescott Joule assentou as bases da primeira lei da Vai e volta
termodinâmica ao mostrar que a quantidade de trabalho necessária para
Devido à sua capacidade de evaporar (volatilidade), a água encontra-
promover uma determinada mudança de estado é independente do tipo
se na natureza também na forma de vapor. E é esse vapor d’água que
de trabalho (mecânico, elétrico, magnético etc.) realizado, do ritmo e do
torna o ar úmido e forma as nuvens ao se condensar. Ao precipitar (cho-
método empregado.
ver), a água retorna para a forma líquida e o fenômeno da evaporação
Joule concluiu que o trabalho pode ser convertido em calor e vice- recomeça, formando o que os cientistas chamam de ciclo da água. Esse
versa. Em 1844, Julius Robert von Mayer deduziu a lei de equivalência do ciclo pode ser afetado por vários fatores, entre eles a poluição das águas,
calor e do trabalho, segundo a qual, num ciclo produtor de trabalho, o que pode diminuir sua taxa de evaporação e, consequentemente, a
calor introduzido deve exceder o calor rejeitado em uma quantidade umidade do ar e quantidade de chuvas na região.
proporcional ao trabalho e calculou o valor da constante de proporcionali-
A taxa de evaporação da água depende basicamente de dois fatores:
dade.
• energia do sol: que aquece a água e o solo, sendo que este contribui
Em 1849, Lord Kelvin (William Thomson), engenheiro de Glasgow,
para o aquecimento da água. Nos dias mais frios a água evapora
mostrou o conflito existente entre a base calórica dos argumentos de
menos, deixando o ar mais seco;
Carnot e as conclusões obtidas por Joule. No ano seguinte, Rudolf Julius
Emanuel Clausius solucionou o problema ao enunciar a primeira e a • presença de poluentes solúveis: essas substâncias, quando dissolvi-
segunda leis da termodinâmica. Alguns anos depois, Clausius definiu a das na água, provocam um fenômeno chamado abaixamento da
função da entropia, que se conserva em todas as transformações reversí- pressão máxima de vapor, que pode ser entendido como uma dimi-
veis, e deduziu da segunda lei da termodinâmica o princípio do aumento nuição da capacidade de evaporar da água.
da entropia.
Quanto maior a concentração desses poluentes nos rios, lagos, iga-
A publicação dos estudos de Clausius em 1850 marca o nascimento rapés, menor é a taxa de evaporação da água.
da ciência termodinâmica. De 1873 a 1878, Josiah Gibbs criou um méto-
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Tá quente ou frio? 2. Um motorista deseja perfazer a distância de 20 km com a velocidade
Uma das consequências decorrentes do abaixamento da pressão média de 80 km/h. se viajar durante 15 minutos com a velocidade de
máxima de vapor causada pela poluição das águas refere-se à tempera- 40 km/h, com que velocidade deverá perfazer o percurso restante?
tura ambiente de uma determinada região. A umidade do ar desempenha a) 120 km/h
um papel importante, sendo um dos reguladores da temperatura ambien- b) 160 km/h
te. Em regiões onde a umidade do ar é baixa, a temperatura (média) c) É impossível estabelecer a velocidade média desejada nas circuns-
ambiente tende a ser maior, durante o dia, do que em outra região locali- tâncias apresentadas.
zada em posições geográficas semelhantes. À noite, acontece o inverso: d) Nula.
a temperatura será menor na região com baixa umidade do ar. Contudo, e) Nenhuma das afirmações é correta.
a umidade do ar não é o único fator que contribui para “estabilizar” a
temperatura ambiente. As correntes marítimas, o relevo, a vegetação, o A velocidade de um móvel é dada pela equação v = 20 – 5t, com v
tipo de ocupação dos espaços físicos (urbanização), entre outros fatores, medidas em m/s e os instantes t em segundos. Com base nesses dados,
também têm um papel decisivo. responda às questões 3 e 4:
A baixa umidade do ar também influencia diretamente a saúde das
pessoas, pois acelera o processo de desidratação das células e tecidos, o 3. O instante em que o móvel pára instantaneamente é:
que obriga as pessoas a beberem mais líquidos para repor a água perdi- a) 20 s
da. É responsável, também, pela sensação incômoda de ressecamento b) 10 s
dos olhos, nariz e boca, das pessoas que vivem nessas regiões. c) 5s
Outro efeito da poluição das águas sobre as sociedades refere-se à d) 4s
agricultura, à pecuária e à produção de alimentos. e) 2s
Vegetais e animais 4. Do instante inicial até o instante da parada, e após este instante, os
É sabido que a maioria das lavouras são irrigadas com água dos rios, movimentos são, respectivamente:
lagos e igarapés, sem um tratamento prévio. Sendo assim, se essa água a) MUR retrógrado e MUA progressivo.
estiver poluída com substâncias tóxicas e/ou com microorganismos b) MUR progressivo e MUA retrógrado.
patogênicos, a qualidade dos produtos obtidos dessas lavouras pode c) MUA progressivo e MUR retrógrado.
estar comprometida. Como, no Brasil, a fiscalização dos alimentos não é d) MUA retrógrado e MUR progressivo.
das mais eficientes, é possível que muitos alimentos vegetais disponíveis e) MUR progressivo e MUR retrógrado.
nos mercados, mercearias e restaurantes estejam contaminados com
substâncias tóxicas, cujos efeitos sobre a saúde da população podem ir 5. O deslocamento do móvel nos 4 s e nos 8 s iniciais é, respectivamen-
desde uma simples indisposição ou mal-estar (a curto prazo) até proble- te, igual a:
mas mais graves, como problemas cardíacos, distúrbios neurológicos, a) zero e –20 m
problemas renais e hepáticos, entre outros (a médio e longo prazos), b) 20 m e zero
devido ao consumo regular desses alimentos. c) 40 m e zero
A questão é que não são apenas os alimentos vegetais que podem d) zero e –40 m
ser afetados pela poluição das águas; os peixes, frutos do mar e até e) 40 m e 80 m
mesmo o gado leiteiro e de corte também podem.
O gado é afetado quando come ração e pastagem contaminadas. A 6. Se a força resultante sobre um corpo é nula, podemos concluir que:
partir daí, a carne e seus derivados, bem como o leite e seus derivados, a) a velocidade do corpo é crescente.
passam a ser veículos de contaminação. Já os peixes e os frutos do mar b) O corpo encontra-se em repouso.
podem ser afetados pela poluição das águas de duas maneiras: c) A aceleração é constante.
- direta: quando as substâncias tóxicas e/ou os microorganismos d) O corpo encontra-se em MRU.
patogênicos são absorvidos direto da água; e) Todas as afirmações são incorretas.
- indireta: quando os peixes e os frutos do mar se alimentam de
seres contaminados. 7. Um corpo está sujeito a uma força resultante constante e diferente de
zero. Podemos concluir que:
Seja que tipo de alimento for, o fato é que a poluição da água pode
a) a velocidade do corpo é constante.
afetar, em maior ou menor grau, a produção de todo eles.
b) a velocidade do corpo é crescente.
Isso porque nossa alimentação é constituída, basicamente, de vege- c) a velocidade do corpo é decrescente.
tais e seus derivados e/ou animais e seus derivados, os quais, por sua d) A aceleração é constante.
vez, precisam de água para nascerem e crescerem, até o momento da e) nenhuma das anteriores.
extração ou do abate.
Líquido vital 8. Quando se atira com uma carabina, a força de recuo sobre o ombro
A água, portanto, é vital para o desenvolvimento da vida no planeta, deve ser:
tal como a conhecemos hoje. Para o consumo humano a água precisa a) menor que a força que propulsiona a bala.
ser potável, ou seja, apresentar características físicas, químicas e senso- b) maior que a força que propulsiona a bala.
riais de acordo com parâmetros de qualidade estabelecidos pelos órgãos c) igual à força que propulsiona a bala.
competentes, como o Ministério da Saúde, que segue os padrões estabe- d) Maior ou menor que a força que propulsiona a bala, dependendo da
lecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). massa da carabina e da bala.
e) Nada se pode concluir, pois depende da velocidade com que sai a
PROVA SIMULADA bala.
1. Se a velocidade média, de um automóvel, de São Paulo ao Rio de
Janeiro, foi de 80 km/h, isto significa que: 9. Uma pedra é lançada contra uma janela de vidro e este se quebra;
a) em todos os instantes o automóvel manteve 80 km/h. neste caso, a intensidade:
b) a velocidade nunca superou 80 km/h. a) da força de ação é maior que a de reação.
c) a velocidade em nenhum instante foi inferior a 80 km/h. b) da força de ação é igual à de reação.
d) se mantivesse a velocidade de 80 km/h em todo o trajeto, teria feito o c) da força de ação é menor que a de reação.
mesmo percurso na mesma duração. d) da força de ação é exatamente o dobro da de reação.
e) A média aritmética das velocidades nos diversos trechos foi de 80 e) nenhuma das anteriores.
km/h.
Física 72 A Opção Certa Para a Sua Realização
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10. Se um cavalo puxa uma carroça, a força responsável pelo movimento 17. A velocidade adquirida pelo corpo é máxima no instante t igual a:
do cavalo é: a) 5,0 s
a) a força que o cavalo exerce sobre a carroça. b) 15 s
b) a força que o cavalo exerce sobre o solo. c) 20 s
c) A força de atrito entre o cavalo e a carroça. d) 25 s
d) A força que o solo exerce sobre o cavalo. e) 10 s
e) nenhuma das anteriores.
18. Se no instante inicial o corpo se encontra na origem, o afastamento
11. Apontar a proposição incorreta. Se, sob a ação de forças convenien- máximo do mesmo em relação à origem ocorre no instante t igual a:
tes, um corpo executa um movimento qualquer, é necessária uma a) 5,0 s
força resultante não nula. b) 10 s
a) par pôr o corpo em movimento, a partir do repouso. c) 15 s
b) Para deter o corpo, quando em movimento. d) 20 s
c) Para manter o corpo em movimento reto e uniforme. e) 25 s
d) Para encurvar a trajetória, mesmo quando o movimento é uniforme.
e) nenhuma das anteriores. 19. A velocidade anula-se no instante t igual a:
12.O impulso da força resultante sobre um corpo é igual: a) 5,0 s
a) ao produto da força resultante pelo tempo de duração d mesma; b) 10 s
b) ao quociente da força resultante pelo tempo de duração d mesma; c) 15 s
c) à variação da quantidade de movimento ocorrida no intervalo de d) 20 s
tempo considerado. e) 25 s
d) à quantidade de movimento final do corpo.
e) As alternativas a e c estão corretas. 20. Um canhão de massa 1 000 kg dispara um projétil de massa 5 kg na
horizontal, com velocidade de 800 m/s. A velocidade de recuo do ca-
13. Uma bomba, inicialmente em repouso, explode em 3 fragmentos, A, nhão é |v| igual a:
B e C. Após a explosão, se o fragmento A se dirige para o Norte e o a) 1 m/s
B para o Oeste, podemos afirmar que o fragmento C se dirige para: b) 2 m/s
a) o Leste c) 2,5 m/s
b) o Sul d) 3 m/s
c) o Noroeste e) 4 m/s
d) o Sudoeste
e) o Sudeste 21. Se uma força única diferente de zero atua sobre um corpo, podemos
concluir que o mesmo:
14. Aplicando-se um impulso sobre um corpo, a velocidade deste, certa- a) está em equilíbrio.
mente: b) nunca poderá estar em equilíbrio.
a) cresce c) poderá estar em equilíbrio, dependendo da direção da força.
b) decresce d) poderá estar em equilíbrio se a direção for vertical e o sentido ascen-
c) permanece constante dente.
d) cresce se o I
tem sentido do movimento inicial do corpo.
e) nenhuma das anteriores. 22. Para que um ponto material permaneça em equilíbrio, é necessário e
suficiente que:
15. A condição necessária e suficiente para que um corpo tenha quanti- a) além da força resultante nula, a soma dos momentos das forças
dade de movimento nula é que: também seja nula.
a) a soma de todas as forças que atuam sobre o corpo seja nula. b) apenas a força resultante seja nula.
b) a trajetória do corpo seja retilínea. c) as forças agentes sejam coplanares.
c) a velocidade do corpo seja constante e diferente de zero. d) as forças agentes tenham a mesma direção.
d) o corpo esteja em repouso. e) as forças agentes tenham sentidos opostos.
e) o corpo esteja em queda livre.
23. Se um ponto material, sobre o qual agem três forças, está em equilí-
16. Um automóvel a 30 m/s choca-se contra a traseira de outro de igual brio, e uma dessas forças é o peso do ponto, pode-se dizer que:
massa, que segue no mesmo sentido, a 20 m/s. Se os dois ficam a) as duas forças não podem ser ambas horizontais
unidos, a velocidade comum imediatamente após a colisão é, em b) apenas uma força poderá ser vertical
m/s, de: c) certamente as outras duas forças só podem ser verticais
a) 15 d) certamente as outras duas forças só podem ser horizontais
b) 25
c) 20 24. A temperatura de ebulição do nitrogênio, sob pressão normal, é 77 K.
d) 30 na escala Celsius essa temperatura se escreve:
e) 50 a) –350oC
b) –175oC
Sobre um corpo inicialmente em repouso atua uma força que varia
c) 100oC
com o tempo, de acordo com o diagrama abaixo. Esta aplicação refere-se
d) –196oC
aos testes 17, 18 e 19.
e) –160oC
25. Uma menina chamada Aline vai para o Chile e lhe informam que,
nesse país, em janeiro, a temperatura média é de 64,4oF. Na escala
centígrada, o valor correspondente é:
a) 15oC
b) 16oC
c) 17oC
d) 18oC
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26. O vidro comum trinca com maior facilidade que o pirex com o aumen- 34. Dois corpos A e B, de mesma capacidade térmica, trocam calor entre
to de temperatura porque: si. Podemos dizer que a variação de temperatura sofrida pelo corpo
a) o vidro comum se aquece mais facilmente que o pirex A é:
b) o vidro comum dilata menos que o pirex a) igual àquela sofrida pelo corpo B
c) o vidro comum e o pirex dilatam igualmente b) maior que aquela sofrida pelo corpo B, se A tiver menor massa
d) o coeficiente de dilatação do vidro comum é maior que o do pirex c) maior que aquela sofrida pelo corpo B, se A tiver menor calor especí-
e) o coeficiente de dilatação do vidro comum é menor que o do pirex fico
d) menor que aquela sofrida pelo corpo B, se A tiver menor calor espe-
27. Quando a remoção da tampa metálica de um frasco de vidro é muito cífico
difícil, costumamos colocá-lo em água quente para removê-lo. Isto se e) menor que aquela sofrida pelo corpo B, se A tiver maior massa
deve ao fato de:
a) o metal ter maior coeficiente de dilatação que o vidro 35. Assinale com F as afirmações falsas e com V as verdadeiras:
b) o metal ter menor coeficiente de dilatação que o vidro ( ) Sempre que um corpo quente aquece um corpo frio, suas temperatu-
c) dilatar apenas a tampa e não o vidro ras variam igualmente.
d) dilatar apenas o vidro e não a tampa ( ) Calor é sinônimo de temperatura.
e) por razões diferentes das anteriores ( ) Só há transferência de energia térmica entre dois corpos quando
entre eles há diferença de temperatura.
28. Uma mesma quantidade de calor é fornecida a iguais massas de ( ) Calor é energia térmica em trânsito.
água e de cobre. A maior variação de temperatura será sofrida: ( ) A grandeza física que indica o nível de energia das moléculas de um
a) pelo cobre, pois tem menor calor específico corpo chama-se calor específico.
a) FFVVF
b) pela água, pois tem maior calor específico
b) VFFVF
c) pelo cobre, pois tem maior calor específico
c) FVVFF
d) pela água, pois tem menor calor específico
d) FVFVV
e) nada se pode concluir apenas com os dados acima
e) VFVFV
29. A capacidade térmica de um corpo é 0,052 cal/ºC. Se a massa do 36. O calor latente de fusão do gelo é 80 cal/g. Isto significa que:
mesmo é 10 g, seu calor específico será, em cal/gºC, igual a: a) com 1 cal podemos fundir 80 g de gelo
a) 0,52 b) com 80 cal podemos aumentar a temperatura do gelo de 1oC
b) 5,2 c) com 80 cal podemos fundir qualquer massa de gelo
c) 52 d) com 80 cal podemos fundir 1 g de gelo
d) 0,052 e) com 80 cal podemos fundir 1 g de gelo e elevar sua temperatura de
e) 0,0052 1oC
30. Calor específico da substância é uma das características da mesma. 37. O aumento de pressão sobre um corpo ocasiona na sua temperatura
Cada substância tem seu próprio calor específico, em cada estado, de fusão:
que: a) um acréscimo, se o corpo, ao se fundir, se expande
a) é uma constante para dada pressão b) um acréscimo, se o corpo, ao se fundir, se contrai
b) varia ligeiramente com a temperatura c) um acréscimo para qualquer substância
c) é uma constante para quaisquer temperaturas d) um decréscimo para qualquer substância
d) é um número adimensional e) nenhuma variação
e) é sempre menor que a capacidade térmica do corpo correspondente
38. Num planeta onde não existem fluídos não é possível a propagação
31. Uma mesma quantidade de calor é fornecida a dois corpos de massa do calor por:
diferentes, à mesma temperatura inicial. Se a temperatura final de a) condução
ambos é a mesma, podemos concluir que: b) convecção
a) os calores específicos dos dois corpos são iguais c) irradiação
b) as capacidades térmicas dos dois corpos são iguais d) condução e convecção
c) as massas são diretamente proporcionais aos calores específicos e) convecção e irradiação
d) não é possível, nessas condições, atingir-se a mesma temperatura
final 39. O fato de usarmos roupas claras no verão é explicado porque estas:
e) todas as afirmações acima são falsas a) propagam menos calor por condução
b) propagam menos calor por convecção
32. Dois corpos A e B têm a mesma capacidade térmica; então: c) propagam menos calor por irradiação
a) se A tem menor massa, B terá maior calor específico d) absorvem mais calor
b) se A tem maior massa, B terá menor calor específico e) absorvem menos calor
c) se A tem maior massa, B terá maior calor específico
d) ambos têm a mesma massa e o mesmo calor específico 40. Usarmos caixas de isopor para conservar o gelo porque esse materi-
e) ambos têm a mesma massa, mas têm calor específico diferente al é ótimo:
a) para o transporte, pois é muito leve
33. Um corpo A cede calor a um corpo B de mesma massa. Estabele- b) condutor de calor
cendo-se o equilíbrio térmico, sem que haja mudança de estado físi- c) isolante térmico
co, e sendo o calor específico de A o triplo de B, podemos afirmar d) absorvente de calor
que a variação de temperatura sofrida por A é: e) emissor de calor
a) o triplo da de B
41. Ao instalarmos um exaustor, numa das paredes da cozinha, devemos
b) maior que a de B
escolher uma posição:
c) igual à de B
a) próxima ao piso
d) a terça parte da de B
b) intermediária entre o piso e o teto
e) a metade da de B
c) qualquer da parede
Física 74 A Opção Certa Para a Sua Realização
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d) superior próximo ao teto c) 500 J
e) exatamente a 2/3 do piso do teto d) 100 J
e) impossível de ser determinada
42. Assinale a afirmação incorreta:
a) A propagação do calor por irradiação ocorre também no vácuo 51. Se a energia interna final do gás for U = 2000 J, então o calor recebi-
b) A propagação do calor característica nos líquidos e gases por con- do do ambiente será:
vecção a) 950 J
c) Superfícies escuras são bons absorventes de calor b) 1000 J
d) Os bombeiros, no combate ao fogo, usam roupas de amianto porque c) 1050 J
este é ótimo isolante térmico d) 1500 J
e) Apenas uma das alternativas acima é incorreta e) impossível de ser determinado
43.Assinale a afirmação incorreta: 52. Você pode ver a folha deste livro porque ela:
a) Todo corpo bom absorvedor de calor é também um bom emissor a) absorve a luz
b) Todo corpo bom refletor é um mau irradiador de calor b) é uma fonte primária de luz
c) O Sol a Terra tanto por irradiação como por convecção c) é uma fonte secundária de luz
d) A formação dos ventos é explicada com base nas correntes de d) é feita de celulose
convecção e) nenhuma das anteriores.
e) O processo pelo qual o calor se propaga nos sólidos é o da condução
53. Dentre as alternativas, escolha a que contém apenas fontes primá-
44. O trabalho realizado pelo gás ideal, numa transformação isométrica, rias de luz:
é: a) pilha de lanternas, Sol e fósforo
a) igual ao seu volume b) Sol, Lua e lâmpada elétrica
b) sempre positivo c) Lâmpada elétrica, fósforo e Sol
c) numericamente igual à pressão d) Sol, ferro em brasa e estrelas
d) sempre nulo e) Vela, Sol e tocha
e) numericamente igual ao produto do volume pela sua pressão
54. Relativamente a um sistema óptico, o vértice do pincel incidente só
45. Numa transformação cíclica, o calor absorvido é: pode ser um ponto:
a) maior que o trabalho realizado a) objeto
b) menor que o trabalho realizado b) imagem
c) igual ao trabalho realizado c) objeto ou imagem
d) igual à variação da energia interna do sistema d) objeto real ou imagem virtual
e) igual a zero e) objeto virtual ou imagem real
46. Durante a expansão adiabática e a compressão adiabática de uma 55. Assinale a afirmação incorreta:
dada massa gasosa, podemos afirmar que a temperatura: a) em um meio transparente a luz se propaga no seu interior
a) aumenta no 1o caso e diminui no 2o b) em um meio translúcido a luz se propaga no seu interior
b) diminui no 1o caso e aumenta no 2o c) em um meio opaco a luz não se propaga no seu interior
c) aumenta nos dois casos d) um meio é transparente se a luz se propaga no seu interior
d) diminui nos dois casos e) apenas uma das alternativas acima é incorreta
e) permanece constante nos dois casos
56. Uma gravura coberta por vidro transparente não é, em geral, vista
Um gás ideal tem energia interna UO = 1000 J, sujeito à pressão com a mesma facilidade que se a observássemos diretamente sem o
constante de 50 N/m2. Se o seu volume varia de 1 m3 para 2 m3, respon- vidro, porque o vidro:
da às questões 47 a 51 com base nesses dados: a) é translúcido apenas para a incidência normal
47. A temperatura do gás: b) é transparente
a) aumenta c) reflete parte da luz incidente
b) diminui d) transmite a luz
c) permanece constante e) absorve a maior parte da luz
d) é sempre igual a 273 K
e) nenhuma das anteriores. 57. A sombra de uma nuvem sobre o solo tem a mesma forma e o mes-
mo tamanho que a própria nuvem porque os raios solares são:
48. Durante a transformação, o gás: a) praticamente paralelos
a) recebe calor b) muito divergentes
b) cede calor c) pouco numerosos
c) não realiza trabalho d) todos convergentes a um mesmo ponto
d) não cede nem recebe calor e) muito numerosos
e) nenhuma das anteriores.
58. A um ponto-objeto real, um espelho plano conjuga:
49. O trabalho realizado pelo gás, na transformação, é igual a: a) um ponto-imagem real
a) zero b) um ponto-imagem virtual
b) 50 J c) um ponto-imagem real ou virtual, dependendo da posição do objeto
c) 500 J d) um ponto-imagem impróprio
d) 1000 J e) nenhuma das anteriores.
e) nenhuma das anteriores.
59. Quando um raio de luz incide perpendicularmente ao espelho plano:
50. A quantidade de calor recebida pelo gás do ambiente é: a) não ocorre reflexão
a) zero b) o ângulo de reflexão é igual a 0o
b) 50 J c) o ângulo de reflexão é igual a 90o
Física 75 A Opção Certa Para a Sua Realização
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d) o ângulo formado pelo raio incidente e o raio refletido é igual a 0o c) maior o ângulo de refração
e) as alternativas b e d estão corretas d) maior o ângulo de incidência
e) menor a densidade do meio
60. Uma pequena fonte de luz é colocada no foco principal de um espe-
lho esférico côncavo. Os raios refletidos pelo espelho:
68. Se um raio luminoso incide normalmente (i = 0o) na fronteira de
a) passarão pelo centro de curvatura do espelho
separação de dois meios transparentes:
b) formarão pincel cônico divergente
a) não sofre refração
c) formarão pincel cônico convergente
b) sofre reflexão total
d) serão paralelos ao eixo principal
c) sofre refração sem desvio
e) passarão novamente pelo foco
d) o ângulo de refração é 90o
61. Um objeto AB, linear e frontal, é colocado entre o centro da curvatura e) nada se pode afirmar
e o foco principal de um espelho esférico côncavo. A imagem conju-
gada será: 69. Quando passa do meio mais refringente para o menos refringente, o
a) real, direita e ampliada raio de luz:
b) real, direita e reduzida a) afasta-se da normal
c) real invertida e reduzida b) aproxima-se da normal
d) real, invertida e ampliada c) sofre refração sem desvio
e) virtual, direita e ampliada d) não sofre refração
e) sofre reflexão total
62. Um objeto luminoso AB, linear e frontal, é colocado diante de um
espelho esférico convexo. A imagem conjugada A’B’ terá as seguin- 70. Para se acertar um peixe com uma lança, deve-se atirá-la:
tes características: a) acima da posição onde se vê o peixe
a) virtual, direita e reduzida b) abaixo da posição onde se vê o peixe
b) virtual, direita e ampliada c) na posição exata onde se vê o peixe
c) virtual, invertida e reduzida d) aproximadamente a 10 cm acima da posição onde se vê o peixe
d) real, direta e ampliada e) nenhuma das anteriores
e) nenhuma das anteriores
71. Assinale a afirmação falsa:
63. Um espelho côncavo fornece de um objeto virtual uma imagem: a) Uma mesma substância pode adquirir, por atrito, cargas positivas ou
a) real, direita e menor que o objeto negativas, dependendo da substância com a qual é atritada.
b) virtual, direita e menor que o objeto b) Os isolantes elétricos são também denominados dielétricos.
c) virtual, invertida e menor que objeto c) O fenômeno da indução eletrostática mostra que um corpo neutro
d) real, direta e maior que objeto pode ser atraído por um corpo eletrizado.
e) real, invertida e menor que objeto d) Um corpo neutro, posto em contato com um corpo eletrizado positi-
vamente, só pode eletrizar-se positivamente.
64. Em um farol de automóvel tem-se um refletor constituído por um e) Apenas uma das alternativas acima é falsa.
espelho esférico e um filamento de pequenas dimensões que pode
emitir luz. O farol funciona bem quando o espelho é: 72. No fenômeno da indução eletrostática:
a) côncavo e o filamento está no centro do espelho a) há passagem de cargas do indutor para o induzido
b) côncavo e o filamento está no foco do espelho b) há passagem de cargas do induzido para o indutor
c) convexo e o filamento está no centro do espelho c) não há passagem de cargas do indutor para o induzido
d) convexo e o filamento está no foco do espelho d) a passagem de cargas dependerá do sinal da carga do indutor
e) convexo e o filamento está no ponto médio entre o foco e o centro do e) todas as afirmações acima são incorretas
espelho
73. O fato de caminhões-tanque andarem com uma corrente arrastando
65. Espelhos convexos são frequentemente utilizados como espelhos
pelo chão é:
retrovisores em carros. Quais das seguintes afirmações estão corre-
a) para descarregar a eletricidade que surge no caminhão, devido ao
tas?
atrito com o ar atmosférico
I. A área para o olho, por um espelho circular convexo, é maior que a
b) para evitar que um raio caia sobre eles
refletida por um espelho plano de igual diâmetro na mesma posição.
c) para evitar excesso de velocidade
II. A imagem é formada atrás do espelho, sendo, portanto, real.
d) para produzir eletrização por atrito
III. A imagem é menor que o objeto e não é invertida.
e) para descarregar as baterias dos caminhões
IV. A distância entre a imagem e o espelho é ilimitada, tornando-se cada
vez maior à medida que o objeto se afasta.
74. Se aproximarmos um condutor eletrizado negativamente de um
a) somente I e III
condutor neutro, sem que haja contato, então:
b) somente II e IV
a) o neutro fica com carga total negativa e é repelido pelo eletrizado
c) somente I, III e IV
b) o neutro fica com carga total nula, mas não é atraído nem repelido
d) somente I, II e III
pelo eletrizado
e) somente II, III e IV
c) o neutro continua com carga total nula, mas é atraído pelo eletrizado
66. Um menino aproxima-se de um espelho; sua imagem é: d) o neutro fica com carga total positiva e é atraído pelo eletrizado
a) direita e real se o espelho é plano e) nenhuma das anteriores
b) direita e virtual se o espelho é côncavo
c) invertida e real se o espelho é côncavo 75. Três corpos A, B e C estão eletrizados. Se A atrai B e este repele C,
d) virtual e direita se o espelho é convexo podemos afirmar que certamente:
e) real e direita se o espelho é convexo a) A e B têm cargas positivas
b) B e C têm cargas negativas
67. Quanto maior o índice de refração absoluto de um dado meio trans- c) A e C têm cargas de mesmo sinal
parente e homogêneo: d) A e C têm cargas de sinais contrários
a) maior a velocidade de propagação da luz no seu interior e) Nada se pode concluir
b) menor a velocidade de propagação da luz no seu interior
Física 76 A Opção Certa Para a Sua Realização
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76. A intensidade de corrente elétrica é dada em termos de: BIBLIOGRAFIA
a) carga total que atravessa uma superfície na unidade de tempo ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
b) carga total que atravessa a unidade de superfície GUIA INTENSIVO DE ENSINO GLOBALIZADO 1º E 2º GRAUS, SUPLE-
c) carga unitária que atravessa uma superfície TIVO E VESTIBULAR. EDELBRA – INDÚSTRIA GRÁFICA E EDITORA
d) carga unitária na unidade de tempo LTDA.ERECHIM – RS
e) número de elétrons por unidade de tempo
77. Para uma mesma diferença de potencial, se dobrarmos a resistência ___________________________________
elétrica, a intensidade de corrente elétrica:
a) dobra ___________________________________
b) reduz-se à metade ___________________________________
c) quadruplica
d) reduz-se à quarta parte ___________________________________
e) permanece a mesma
___________________________________
78. A resistência elétrica de um fio condutor é 20, A resistência elétrica
de um outro fio de mesmo material, mesmo comprimento e diâmetro duas _______________________________________________________
vezes maior será: _______________________________________________________
a) 40
b) 80 _______________________________________________________
c) 20 _______________________________________________________
d) 10
e) 5 _______________________________________________________
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A química do século XIX conseguiu ainda duas descobertas de (4) Validade do conceito de valência química, número inteiro com sinal
importância transcendental: as técnicas de espectrografia, devidas a Robert positivo ou negativo que quantifica a natureza da participação dos átomos
Bunsen e Gustav Kirchhoff em 1859, que permitem deduzir a composição de um elemento em sua combinação com outros. Esse conceito, manejado
das substâncias segundo a energia absorvida por seus átomos a diferentes desde a antiguidade, se manteve nas explicações atuais como a
freqüências características de luz; e a tabela periódica dos elementos quantidade de elétrons que intervém numa reação química por cada classe
químicos, criada independentemente por Dmitri Mendeleiev e Julius Lothar de elementos participantes, e se complementa adequadamente com a
Meyer, que criou uma classificação estruturada de todas as classes de teoria de orbitais atômicos.
átomos conhecidas e ainda não descobertas, de cuja simples análise se Peso atômico e mol. A essas considerações teóricas devem
podem extrair conclusões sobre a composição atômica e as propriedades corresponder técnicas de medida adequadas, baseadas na definição de
físicas e químicas de cada elemento. grandezas e princípios básicos de experimentação. Também é fundamental
Século XX. O desenvolvimento da química ao longo do século XX definir unidades métricas reprodutíveis mediante um instrumental preciso e
apoiou-se na confirmação experimental da teoria atômica, em estreita completo. Ciência de inspiração puramente empírica e carente de
conexão com os avanços da física. Comprovou-se a existência de concepções perfeitamente delimitadas no momento de sua invenção, a
partículas subatômicas, Ernest Rutherford e Niels Bohr elaboraram modelos química conserva duas noções fundamentais de natureza experimental: o
atômicos, e Max Planck lançou os fundamentos da mecânica quântica. peso atômico, posteriormente definido como a acumulação de partículas
elementares positivas ou prótons do núcleo atômico; e o mol, equivalente a
A explosão tecnológica e industrial do século XX, como conseqüência 6,023 x 1023 moléculas ou átomos (número de Avogadro), segundo a
de avanços científicos acelerados, deu origem ao nascimento das grandes natureza do composto, e definido como o peso molecular (soma de pesos
indústrias químicas. A química médica e farmacêutica e a química de atômicos dos átomos de uma molécula) ou atômico, expresso em gramas,
polímeros (plásticos, fibras, derivados do petróleo etc.) experimentaram um que constitui a unidade básica de quantidade química.
desenvolvimento espetacular na segunda metade do século e influíram
diretamente sobre os hábitos sociais com o lançamento no mercado de Finalmente, as leis dos intercâmbios químicos se regem antes de tudo
consumo de inovadores utensílios fabricados com diversos materiais e a por equilíbrios de energia que determinam a viabilidade, a duração e a
universalização da distribuição de medicamentos e outros produtos espontaneidade dos processos. A análise energética das reações químicas,
terapêuticos. Além disso, outros numerosos aspectos da vida cotidiana, apoiada nos princípios da termodinâmica, constitui a síntese teórico-prática
como a alimentação, a agricultura e o tratamento de combustíveis da maioria das questões pesquisadas pelas diferentes disciplinas da
ganharam novos enfoques paralelamente às descobertas de uma ciência química.
em contínua evolução. Nomenclatura química
Princípios fundamentais A utilização de nomes para tudo o que a química representa foi e
Desde a revolução experimentada pelas ciências químicas no princípio continua sendo uma de suas maiores preocupações. Cada princípio e
do século XIX, um dos principais objetivos perseguidos pelos especialistas conceito fundamental, assim como os elementos, os compostos e uma
foi o estabelecimento de postulados metodológicos em grande parte quantidade de outros fatores, precisa ser assinalado com uma palavra ou
inspirados nos modelos preexistentes da física e da matemática. combinação de palavras. Para completar esse requisito, tem-se procurado
chegar a uma linguagem química coerente.
Os enunciados modernos da filosofia da ciência defendem que o
progresso científico resulta da confrontação entre dois pontos de vista A palavra átomo é uma das mais antigas desse vocabulário e quando
complementares: as concepções teóricas dos fenômenos, que analisam e se relaciona a uma reação química comum significa o mesmo que quando
sintetizam os dados experimentais e conformam conjuntos de hipóteses foi utilizada pela primeira vez por Demócrito, por volta do ano 400 a.C. É a
destinados a explicar os fatos e prever as situações futuras; e as unidade mínima de matéria (sem considerar a fissão nuclear) nas reações
comprovações empíricas, que julgam a validez e a oportunidade de sua químicas, da qual se formam as moléculas ou compostos. Cada átomo tem
aplicação. um símbolo constituído de uma ou duas letras associadas ao nome do
elemento. Tem-se, assim, "Fe" como símbolo do elemento ferro, "Ca" para
São os seguintes os princípios gerais mais comumente aceitos para a o elemento cálcio etc. Substância é a palavra que se aplica à matéria de
abordagem teórica dos sistemas químicos. composição uniforme e constante, com uma série de propriedades
químicas. Conseqüentemente, só se podem chamar de substâncias os
(1) Utilidade dos modelos teóricos, entendidos como conjuntos de elementos e compostos.
premissas expressas de forma matemática que constituem o núcleo básico
de partida para a análise de um problema e seus desdobramentos. O uso Até quase o fim do século XVIII, nenhuma tentativa sistemática havia
de modelos, como o do gás ideal que sustentou a enunciação de leis dos sido feita para designar as substâncias químicas, de modo a indicar sua
gases perfeitos durante os séculos XVII e XVIII, assim como os avançados composição. Os nomes então em uso eram mais ou menos arbitrários:
sistemas configurados pelos computadores a partir de extensas podiam ser termos da velha alquimia, ou derivar-se do nome de seu
enumerações de dados, se fundamenta na restrição das particularidades descobridor (por exemplo, o sal de Glauber, muito usado pelo alemão
Johann Rudolf Glauber), ou ainda baseavam-se em alguma semelhança
Oxidação é o processo químico em que uma substância perde elétrons, H2 -> 2H+ + 2e- (semi-oxidação)
partículas elementares de sinal elétrico negativo. O mecanismo inverso, a 4e- + 2H+ + O2 -> 2OH- (semi-redução)
redução, consiste no ganho de elétrons por um átomo, que os incorpora a
sua estrutura interna. Tais processos são simultâneos. Na reação em que os elétrons ganhos e perdidos representam-se com e- e os
resultante, chamada oxi-redução ou redox, uma substância redutora cede símbolos H+ e OH- simbolizam respectivamente os íons hidrogênio e
alguns de seus elétrons e, conseqüentemente, se oxida, enquanto outra, hidroxila. Em ambas as etapas, a carga elétrica nos membros iniciais e
oxidante, retém essas partículas e sofre assim um processo de redução. finais da equação deve ser a mesma, já que os processos são
Ainda que os termos oxidação e redução se apliquem às moléculas em seu independentes entre si.
conjunto, é apenas um dos átomos integrantes dessas moléculas que se
Para fazer o balanceamento da reação global, igualam-se as reações
reduz ou se oxida.
iônicas parciais, de tal maneira que o número de elétrons doados pelo
Número de oxidação. Para explicar teoricamente os mecanismos agente redutor seja igual ao número de elétrons recebidos pelo oxidante, e
internos de uma reação do tipo redox é preciso recorrer ao conceito de procede-se a sua soma:
número de oxidação, determinado pela valência do elemento (número de
(H2 -> 2H+ + 2e-) x 2
ligações que um átomo do elemento pode fazer), e por um conjunto de
regras deduzidas empiricamente: (1) quando entra na constituição das (4e- + 2H+ + O2 -> 2OH-) x1
moléculas monoatômicas, diatômicas ou poliatômicas de suas variedades
alotrópicas, o elemento químico tem número de oxidação igual a zero; (2) o -----------------------------------------
oxigênio apresenta número de oxidação igual a -2, em todas as suas 2H2 + 4e- + 2H+ + O2 -> 4H+ + 4e- + 2OH-
combinações com outros elementos, exceto nos peróxidos, quando esse
valor é -1; (3) o hidrogênio tem número de oxidação +1 em todos os seus o que equivale a:
compostos, exceto aqueles em que se combina com os ametais, quando o 2H2 + O2 -> 2H2O
número é -1; e (4) os outros números de oxidação são determinados de tal
maneira que a soma algébrica global dos números de oxidação de uma pois os elétrons se compensam e os íons H+ e OH- se unem para
molécula ou íon seja igual a sua carga efetiva. Assim, é possível determinar formar a água.
o número de oxidação de qualquer elemento diferente do hidrogênio e do
Nesses mecanismos se apóia o método generalizado de balanço de
oxigênio nos compostos que formam com esses dois elementos.
reações redox, chamado íon-elétron, que permite determinar as proporções
Assim, o ácido sulfúrico (H2SO4) apresenta, para seu elemento central exatas de átomos e moléculas participantes. O método íon-elétron inclui as
(enxofre), um número de oxidação n, de forma que seja nula a soma seguintes etapas: (1) notação da reação sem escrever os coeficientes
algébrica dos números de oxidação dos elementos integrantes da molécula: numéricos; (2) determinação dos números de oxidação de todos os átomos
participantes; (3) identificação do agente oxidante e redutor e expressão de
2.(+1) + n + 4.(-2) = 0, logo, n = +6 suas respectivas equações iônicas parciais; (4) igualação de cada reação
Em toda reação redox existem ao menos um agente oxidante e um parcial e soma de ambas, de tal forma que sejam eliminados os elétrons
redutor. Em terminologia química, diz-se que o redutor se oxida, perde livres; (5) eventual recomposição das moléculas originais a partir de
elétrons, e, em conseqüência, seu número de oxidação aumenta, enquanto possíveis íons livres.
com o oxidante ocorre o oposto. Estereoquímica
Oxidantes e redutores. Os mais fortes agentes redutores são os metais O conhecimento da estereoquímica, com suas várias ramificações, é
altamente eletropositivos, como o sódio, que facilmente reduz os hoje imprescindível para a compreensão da química em geral, pois
compostos de metais nobres e também libera o hidrogênio da água. Entre estendeu-se a todos os domínios da química orgânica, inorgânica e de
os oxidantes mais fortes, podem-se citar o flúor e o ozônio. complexos.
O caráter oxidante e redutor de uma substância depende dos outros Estereoquímica é a disciplina que estuda os compostos químicos tendo
compostos que participam da reação, e da acidez e alcalinidade do meio em vista as relações espaciais entre os átomos e grupos de átomos na
em que ela ocorre. Tais condições variam com a concentração de constituição da molécula. Depois de conhecida a composição, a fórmula
elementos ácidos. Entre as reações tipo redox mais conhecidas -- as bruta, os grupos funcionais e sua localização na molécula, assunto de que
reações bioquímicas -- inclui-se a corrosão, que tem grande importância se ocupa a análise química, é necessária uma análise estrutural mais
industrial. refinada dos compostos, que podem apresentar mais de uma configuração
Um caso particularmente interessante é o do fenômeno chamado auto- ou conformação espacial, para que se tenham as relações estereoquímicas
redox, pelo qual um mesmo elemento sofre oxidação e redução na mesma e a descrição completa da molécula.
reação. Isso ocorre entre halogênios e hidróxidos alcalinos. Na reação com O estudo das relações espaciais entre átomos e grupos de átomos nas
o hidróxido de sódio a quente, o cloro (0) sofre auto-redox: se oxida para moléculas orgânicas, iniciado em meados do século XIX com o trabalho de
clorato (+5) e se reduz para cloreto (-1): Louis Pasteur, ganhou base científica com a teoria do carbono tetraédrico,
6Cl + 6NaOH -> 5NaCl- + NaClO3 + 3H2O de Jacobus Henricus van't Hoff e Joseph-Achille Le Bel, e com a teoria da
• TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS – EVIDÊNCIAS DE TRANS- Como a ocorrência de uma reação química é indicada pelo apareci-
FORMAÇÕES QUÍMICAS. INTERPRETANDO TRANSFORMA- mento de novas substâncias (ou pelo menos uma) diferentes das que
existiam antes, quando as substâncias reagem, às vezes ocorrem fatos
ÇÕES QUÍMICAS. SISTEMAS GASOSOS: LEI DOS GASES. bastante visíveis que confirmam a ocorrência da reação e dentre eles,
EQUAÇÃO GERAL DOS GASES IDEAIS, PRINCÍPIO DE AVO- podemos destacar: desprendimento de gás e luz, mudança de coloração e
GADRO, CONCEITO DE MOLÉCULA; MASSA MOLAR, VOLUME cheiro, formação de precipitados, etc...
MOLAR DOS GASES. TEORIA CINÉTICA DOS GASES. MISTU-
RAS GASOSAS. MODELO CORPUSCULAR DA MATÉRIA. MO- As reações químicas não ocorrem somente nos laboratórios, mas, em
toda a parte e a todo momento. Oxidação e redução são exemplos destes
DELO ATÔMICO DE DALTON. NATUREZA ELÉTRICA DA MA-
tipos de reações que ocorrem em nosso dia-a-dia.Fonte:
TÉRIA: MODELO ATÔMICO DE THOMSON, RUTHERFORD, http://www.coladaweb.com.
RUTHERFORD-BOHR. ÁTOMOS E SUA ESTRUTURA. NÚMERO
ATÔMICO, NÚMERO DE MASSA, ISÓTOPOS, MASSA ATÔMICA.
ELEMENTOS QUÍMICOS E TABELA PERIÓDICA. REAÇÕES
TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
QUÍMICAS.
I. Equação Química
EVIDÊNCIAS DE REAÇÕES QUÍMICAS Os estudiosos de química preocuparam-se, desde cedo, em encontrar
uma forma de registrar os resultados de suas experiências realizadas em
A ocorrência de uma reação química é indicada pelo aparecimento de laboratório. Para isso, precisaram criar uma linguagem comum, de fácil
novas substâncias (ou pelo menos uma) diferentes das que existiam antes. leitura e entendimento por parte dos que se dedicariam aos estudos e à
pesquisa química. No vocabulário específico dessa linguagem os elemen-
Quando as substâncias reagem, às vezes ocorrem fatos bastante visí- tos foram substituídos pelos símbolos; os compostos, pelas fórmulas.
veis que confirmam a ocorrência da reação e dentre eles, podemos desta- Analogamente, as reações químicas passaram a ser representadas pelas
car: desprendimento de gás e luz, mudança de coloração e cheiro, forma- equações químicas.
ção de precipitados, etc...
Raio Atômico
Ë a distância entre o núcleo do átomo e o extremo de sua eletrosfera. E Reatividade Química
medido de forma indireta, sendo calculado como metade da distância entre Mede a tendência do elemento a reagir quimicamente com outros. Os
os núcleos de dois átomos vizinhos. mais reativos são os muito eletronegativos e os muito eletropositivos.
Em seguida, acrescenta-se uma seta (ou o sinal de =) que indica o sen- Ocorrem quando duas ou mais substâncias reagem para formar uma
tido da reação: única substância.
Depois, escreve-se o símbolo do produto resultante; se houver mais de 1.º caso: metal + ametal sal ou óxido
uma substância, unem-se seus símbolos com o sinal de adição: 2 Na(S) + Cl2(g) 2 NaCl(S)
Os dois membros que compõem a equação química devem ser 4 Fe (s) + 3 O2(g) 2Fe2O3
quantitativa e qualitativamente iguais, ou seja, é preciso que os dois mem-
bros estejam equilibrados. 2.º caso: ametal + ametal composto molecular
O equilíbrio da equação química vem demonstrar que, numa reação N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g)
química, os átomos continuam os mesmos. Isto é, o número de átomos de
cada elemento continua sendo o mesmo, antes e depois da reação. H2(g) + Cl2(g) 2 HCl(g)
3.º caso: óxido ametálico + água oxiácido (ácido que contém
oxigênio)
• REPRESENTAÇÃO DAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS – SO3(g) + H2O(I) H2SO4(aq)
FÓRMULAS QUÍMICAS. BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES
QUÍMICAS. ASPECTOS QUANTITATIVOS DAS TRANSFORMA- CO2(g) + H2O(l) H2CO3(aq)
ÇÕES QUÍMICAS. LEIS PONDERAIS DAS REAÇÕES QUÍMICAS. 4.º caso: óxido metálico + água hidróxido do metal
DETERMINAÇÃO DE FÓRMULAS QUÍMICAS. GRANDEZAS
QUÍMICAS: MASSA, VOLUME, MOL, MASSA MOLAR, CONS- Na2O(S) + H2O(I) NaOH(aq)
TANTE DE AVOGADRO. CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS. CaO(s) + H2O(l) Ca(OH)2(aq)
b) Reações de Decomposição ou análise
REAÇÕES QUÍMICAS INORGÂNICAS
Reações onde um reagente dá origem a duas ou mais substâncias.
Como sabemos, os compostos se formam através de ligações quími-
cas, na tentativa de diminuir o contéúdo energético dos átomos cons- 2 H2O(I) 2H2(g) + O2(g)
tituintes da substância. Mas o contato com outras substâncias pode fazer CaCO3(S) — CaO(S) + CO2(g)
com que este arranjo inicial seja modificado, e novas substâncias se for-
mem pela recombinação dos elementos. c) Reações de Substituição, Deslocamento ou Simples Troca
Este rearranjo ocorre no sentido de diminuir ainda mais o conteúdo Ocorrem quando um elemento mais reativo, em uma substância sim-
energético dos átomos presentes, com a formação de substâncias mais ples, entra em contato com uma substância composta. A substituição pode
estáveis que as anteriores. ocorrer no cátion ou no ânion.
As reações químicas, portanto, ocorrem apenas quando as substâncias Série de Reatividade de alguns metais (ordem decrescente):
que eventualmente se formarão (produtos), apresentarem energia interna
Li, K, Sr, Ca, Na, Mg, AI, Zn, Fe, Ni, Sn, Pb, H, Cu, Hg, Ag, Au
menor que as iniciais (reagentes).
Série de Reatividade de alguns ametais (ordem decrescente):
BALANCEAMENTO DE EQUAÇÃO
F, O, Cl, Br, I, S, ...
Acertar os coeficientes de uma equação química (balancear) significa
igualar o número total de átomos de cada elemento no primeiro e no se- Exemplos de reações de substituição:
gundo membros.
Zn(S) + CaSO4(aq) não reagem, pois o Ca, que deveria ser substituí-
Pode-se balancear as equações pelo método das tentativas, seguindo- do, é mais reativo que o Zn.
se as seguintes regras:
Al(S) + 3AgNO3(aq) Al(NO3)3(aq) + 3 Ag(s). A reação ocorre, bois o Al é
1. Pega-se um elemento que aparece em só uma substância no primeiro mais reativo que o Ag.
membro e em só uma substância no segundo membro.
d) Reações de dupla troca ou metáteses
2. Se acontecer a condição acima com mais de um elemento, escolhe-se
o de maior índice. Reações entre substâncias compostas, onde ocorre a inversão dos cá-
tions dos reagentes.
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Estas reações ocorrem apenas se um dos produtos for: Podemos calcular a massa de bromobenzeno obtida por meio de um
dos seguintes cálculos:
a) Um precipitado: sal ou base insolúvel em água.
C6H6________________ C6H5Br
b) um gás.
78 g ________________ 157 g
c) uma substância pouco ionizada. 48,75 g_______________ y
Ex.: y = 98,1 g
AgNO3(aq) + NaCl(aq) AgCl(s) + NaNO3(aq) . O AgCl é insoluvel. ou
Na2CO3(aq) + 2 HNO3(aq) 2 NaNO3(aq) + CO2(g) + H2O (I) Br2________________ C6H5Br
160 g ______________ 157 g
HCl(aq)+NaOH(aq) NaCl (aq) + H2O (I) A água é substância pouco ioni-
zada. 100 g ______________ z
ESTEQUIOMETRIA z = 98,1 g
É a parte da química que envolve os cálculos das quantidades de rea- Cálculo do rendimento de uma reação
gentes e produtos nas reações químicas. Freqüentemente não é igual a 100%
C2H6O(l) + 3O2(g) 2(g) + 3H2O(v)
Valor teórico = massa teórica __100%
O cálculo estequiométrico não pode ser dispensado por nenhum pro-
cesso químico .(laboratório ou indústria), porque é através de sua aplicação Valor real = massa real_______ R %
envolvendo as leis ponderais e volumétricas obtém-se: Cálculo do grau de pureza
rendimento de processos industriais
Massa total com impurezas____100 %
grau de pureza de uma amostra
Massa pura__________________ P %
Para resolvermos problemas de cálculo estequiométrico precisamos:
Exemplo:
equação representativa da reação química
ajustar o coeficiente O minério de sulfeto de zinco denominado Blenda, é encontrado na na-
tureza com pureza máxima de 82 % . Qual é a massa de sulfeto de zinco
aplicar cálculos de proporções (como a regra de 3) puro existente em 105 T de minério ?
*Obs.: lembrando que a proporção entre coeficientes é uma proporção
100 % __________105 T
entre moléculas, que é a que existe entre mols das substâncias.
Exemplo 1: Combustão completa do álcool etílico 82 % __________ m
C2H5OH + 3 O2 2 + 3 H2O m = 86,1 T
1 molécula : 3 moléculas : 2 moléculas : 3 moléculas (proporção mole- CONCEITOS E CÁLCULOS DECORRENTES DAS LEIS E DA TEO-
cular) RIA ATÔMICA-MOLECULAR.
6,02 x 1023 : 18,06 x 1023: 12,04 x 1023 : 18,06 x 1023
Unidade de massa atômica (uma)
1 mol 3 mols 2 mols 3 mols (proporção molar)
Utiliza-se como padrão o isótopo 12 do átomo de carbono ( é o átomo
46 g 3 x 32 g 2 x 44g 3 x 18 g (proporção ponderal) que possui 6 prótons e 6 nêutrons em seu núcleo). A esse átomo foi atribu-
----- 3 x 22,4 L 2 x 22,4 L 3 x 22,4 L (proporção volumétricaCNTP) ída arbitrariamente a massa 12, então desse átomo separou-se uma "fatia"
Qualquer que seja a solicitação de cálculo utilizamos uma regra de 3 correspondente a um doze avos ( 1/12 de 12 é igual a 1), que é usada
entre qualquer item. como unidade internacional para a medida de massas atômicas e molecula-
res.
Massas em excesso: deve-se retirar o excesso para poder trabalhar
Atualmente, pode-se determinar experimentalmente que uma é 1,66
com a proporção exata.
x 10–24 g.
Exemplo: Massa atômica (MA): é a massa do átomo medida em unidades de
Na reação entre benzeno (C6H6) e bromo (Br2) forma-se bromobenzeno massa atômica (u). Ela indica quantas vezes o átomo considerado é mais
(C6H5Br) e bromidreto (HBr) , segundo a equação abaixo. Colocam-se para pesado que 1/12 do átomo de C12.
reagir 50 g de benzeno e 100 g de bromo: Massa molecular (MM): é a massa medida em unidades de massa
1) a reação atômica (u).
C6H6 + Br2 C6H5Br + HBr Exemplos:
1) molécula de CO2 (gás carbônico)
2)as massas molares
C: 12 x 1 = 12
MM (C6H6) = 78 g
O: 16 x 2 = 32
MM (Br2) = 160 g
MM (CO2) = 12 + 32 = 44
MM (C6H5Br) = 157 g
2) molécula de H2SO4 (ácido sulfúrico)
3) quem está em excesso? H: 1 x 2 = 2
C6H6 + Br2 C6H5Br + HBr S: 32 x 1 = 32
78 g ________________160 g O: 16 x 4 = 64
x ________________ 100 g MM (H2SO4) = 98
x = 48,75 g 3) molécula de C12H22O11 (glicose)
48,75 g é a massa de C6H6 que reagirá efetivamente com os 100 g de C: 12 x 12 = 144
Br2 H: 22 x 1 = 22
O: 11 x 16 = 176
Para calcular o Vm em qualquer outra condição de pressão e tempera- Quanto maior a massa, maior será a ação da gravidade sobre ela,
tura, bastará aplicar a Equação Geral dos Gases: tornando seu peso maior. O peso de um corpo é medido pelo dinamômetro
e a unidade padrão é o quilograma-força (Kgf).
P x V P0 x V0 Assim, no espaço, onde não existe gravidade, um astronauta continua-
rá tendo a massa de seu corpo em 70 Kg, mas não terá peso.
T T0
Se pesarmos em um dinamômetro 1 Kgf de algodão e 1 Kgf de chum-
bo, eles terão o mesmo peso, mas será necessário uma quantidade de
massa maior de algodão para atingir esse peso.
b) Ventilação: o sólido menos denso é separado por uma corrente de IV- GÁS - SÓLIDO
ar. a) Decantação: a mistura passa através de obstáculos, em forma de
c) Levigação: o sólido menos denso é separado por uma corrente de zigue-zague, onde as partículas sólidas perdem velocidade e se depositam.
água. A levigação é usada, por exemplo, para separar areia e ouro: a areia Industrialmente, esse processo é feito em equipamento denominado
é menos densa e por isso, é arrastada pela água corrente; o ouro, por ser câmara de poeira ou chicana, conforme o esquema:
mais denso, permanece no fundo da bateia.
b) Filtração: A mistura passa através de um filtro, onde o sólido fica re-
d) Separação magnética: um dos sólidos é atraído por um ímã. Esse tido. Esse processo é muito utilizado nas indústrias, principalmente para
processo é utilizado em larga escala para separar alguns minérios de ferro evitar o lançamento de partículas sólidas na atmosfera. A filtração é tam-
de suas impurezas. bém usada nos aspiradores de pó, onde o sólido é retido (poeira) à medida
e) Cristalização fracionada: todos os componentes da mistura são que o ar é aspirado.
dissolvidos em um líquido que, em seguida, sofre evaporação provocando a 02 . SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE MISTURA HOMOGÊ-
cristalização separada de cada componente. A cristalização fracionada é NEA
usada, por exemplo, nas salinas para a obtenção de sais a partir da água
do mar. A evaporação da água permite a cristalização de diferentes sais, I- SÓLIDO - LÍQUIDO
sendo que o último a ser obtido é o cloreto de sódio (NaCl), usado na
Nas misturas homogêneas sólido-líquido (soluções), o componente só-
alimentação.
lido encontra-se totalmente dissolvido no líquido, o que impede as sua
f) Dissolução fracionada: um dos componentes sólidos da mistura é separação por filtração. A maneira mais comum de separar os componen-
dissolvido em um líquido. Por exemplo, a mistura sal + areia. Colocando-se tes desse tipo de mistura está relacionada com as diferenças nos seus
a mistura em um recipiente com água, o sal irá se dissolver e a areia se pontos de ebulição (PE). Isto pode ser feito de duas maneiras:
depositar no fundo do recipiente, podendo agora ser separados pelos
a) Evaporação: a mistura é deixada em repouso ou é aquecida até o
seguintes processos: a filtração separa a areia (fase sólida) da água
líquido (componente mais volátil) sofra evaporação. Esse processo apre-
salgada (fase líquida) e com a evaporação da água obteremos o sal.
senta um inconveniente: a perda do componente líquido.
g) Peneiração: usada para separar sólidos constituintes de partículas
b) Destilação simples: a mistura é aquecida em uma aparelhagem
de dimensões diferentes. São usadas peneiras que tenham malhas diferen-
apropriada, de tal maneira que o componente líquido inicialmente evapora
tes. Industrialmente, usam-se conjuntos de peneiras superpostas que
e, a seguir, sofre condensação, sendo recolhido em outro frasco. Veja como
separam as diferentes granulações.
é feita a destilação em laboratório:
h) Fusão fracionada: Serve para separar sólidos, tomando por base
Obs.: A entrada de água corrente no condensador deve ser feita pela
seus diferentes pontos de fusão. Baseia-se, portanto, num aquecimento da
parte inferior do aparelho para permitir que seu tubo externo esteja sempre
mistura com controle da temperatura.
completamente preenchido por água fria, que irá sair pela parte superior.
i) Sublimação: é usada quando um dos sólidos, por aquecimento, se
II - LIQUIDO - LÍQUIDO
sublima (passa para vapor), e o outro permanece sólido. Exemplo: sal e
iodo ou areia e iodo (o iodo se sublima por aquecimento). a)Destilação fracionada: consiste no aquecimento da mistura de líqui-
dos miscíveis (solução), cujos pontos de ebulição (PE) não sejam muito
Obs.: As principais substâncias que podem ser separadas por sublima-
próximos. Os, líquidos são separados na medida em que cada um dos seus
ção são: o iodo, o enxofre e a naftalina (naftaleno).
pontos de ebulição é atingido. Inicialmente, é separado o líquido com menor
II- SÓLIDO - LÍQUIDO PE; depois, com PE intermediário e assim sucessivamente até o líquido de
maior PE. A aparelhagem usada é a mesma de uma destilação simples,
a) Decantação: a fase sólida, por ser mais densa, sedimenta-se, ou se- com o acréscimo de uma coluna de fracionamento ou retificação. Um dos
ja, deposita-se no fundo do recipiente tipos mais comuns de coluna de fracionamento apresenta no seu interior
Obs.: a separação das duas fases pode ser feita de duas maneiras: um grande número de bolinhas de vidro, em cuja superfície ocorre conden-
Nox de E
Nome do ácido
Exemplo
HxEOy
Preparação. Alguns sais ocorrem em grandes quantidades na nature-
za. Basta, portanto, escolher o melhor processo de extração, como no caso ácido per +
do cloreto de sódio, presente na água do mar. Muitos outros sais, porém, HClO4 ácido perclórico
7 [nome de E] +
Nox do Cl = +7
são preparados artificialmente por meio de reações entre ácidos e bases ico
(chamadas reações de salificação); entre ácidos e óxidos básicos; ou entre ácido
óxidos ácidos e básicos. Outros processos de obtenção de sais incluem a HClO3 ácido clórico
7 a<7 [nome de E]
ação de ácido, base ou sal sobre um sal, geralmente em solução aquosa; a + ico
Nox do Cl = +5
reação entre metal e ácidos, bases ou sais; e a combinação de um metal
com um ametal. Ácido
HClO2 ácido cloroso
b<a [nome de E] +
Sal comum. Dos inúmeros compostos salinos que podem ser encontra- oso
Nox do Cl = +3
dos na natureza, o que mais importância apresenta para o ser humano é o
- É fabricado por eletrólise de solução aquosa de sal de cozinha. Na Os óxidos dos elementos fortemente eletronegativos (não-metais),
eletrólise, além do NaOH, obtêm-se o H2 e o Cl2, que têm grandes apli- como regra, são óxidos ácidos. Exceções: CO, NO e N2O.
cações industriais.
Os óxidos dos elementos fracamente eletronegativos (metais alcalinos
Hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) e alcalino-terrosos) são óxidos básicos.
- É a cal hidratada ou cal extinta ou cal apagada. Os óxidos dos elementos de eletronegatividade intermediária, isto é,
dos elementos da região central da Tabela Periódica, são óxidos anfó-
- É obtida pela reação da cal viva ou cal virgem com a água. É o que teros.
fazem os pedreiros ao preparar a argamassa:
- É consumido em grandes quantidades nas pinturas a cal (caiação) e no Óxidos ácidos
preparo da argamassa usada na alvenaria. Cl2O Cl2O7 I2O5 SO2 SO3 N2O3 N2O5 P2O3 P2O5 CO2 SiO2 CrO3 MnO3
Mn2O7
Amônia (NH3) e hidróxido de amônio (NH4OH) Reações caraterísticas Exemplos de reações
- Hidróxido de amônio é a solução aquosa do gás amônia. Esta solução SO3 + H2O H2SO4
é também chamada de amoníaco. óxido ácido + água ácido
SO3 +2KOH K2SO4 + H2O
óxido ácido + base sal +
- A amônia é um gás incolor de cheiro forte e muito irritante. N2O5 + H2O 2HNO3
água
N2O5 + 2KOH 2KNO3 + H2O
- A amônia é fabricada em enormes quantidades na indústria. Sua Óxidos ácidos mistos
principal aplicação é a fabricação de ácido nítrico. NO2
- É também usada na fabricação de sais de amônio, muito usados como Reações caraterísticas Exemplos de reações
fertilizantes na agricultura. Exemplos: NH4NO3, (NH4)2SO4, (NH4)3PO4
óxido ácido misto + água
2NO2 + H2O HNO3 + HNO2
- A amônia é usada na fabricação de produtos de limpeza doméstica, ácido(1) + ácido(2)
2NO2 + 2KOH KNO3 + KNO2 +
como Ajax, Fúria, etc. óxido ácido misto + base
H2O
sal(1) + sal(2) + água
Hidróxido de magnésio (Mg(OH)2)
Óxidos básicos
- É pouco solúvel na água. A suspensão aquosa de Mg(OH)2 é o leite de Li2O Na2O K2O Rb2O Cs2O MgO CaO SrO BaO RaO
magnésia, usado como antiácido estomacal. O Mg(OH)2 neutraliza o Cu2O CuO Hg2O HgO Ag2O FeO NiO CoO MnO
excesso de HCl no suco gástrico. Reações caraterísticas Exemplos de reações
Mg(OH)2 + 2HCl MgCl2 + 2H2O Na2O + H2O 2NaOH
óxido básico + água base
Na2O + 2HCl 2NaCl + H2O
Hidróxido de alumínio (Al(OH)3) óxido básico + ácido sal +
CaO + H2O Ca(OH)2
água
- É muito usado em medicamentos antiácidos estomacais, como Maalox, CaO + 2HCl CaCl2
Pepsamar, etc. Óxidos anfóteros
TEORIA PROTÔNICA DE BRÖNSTED-LOWRY E TEORIA ELETRÔ- As2O3 As2O5 Sb2O3 Sb2O5 ZnO Al2O3 Fe2O3 Cr2O3 SnO SnO2 PbO
NICA DE LEWIS PbO2 MnO2
Reações caraterísticas Exemplos de reações
Teoria protônica de Brönsted-Lowry - Ácido é um doador de prótons
(H+) e base é um receptor de prótons. óxido anfótero + ácido sal + ZnO + 2HCl ZnCl2 + H2O
água ZnO + 2KOH K2ZnO2 + H2O
ácido(1) + base(2) ácido(2) + base(1)
óxido anfótero + base sal + Al2O3 + 6HCl 2AlCl3 + 3H2O
- Um ácido (1) doa um próton e se tranforma na sua base conjugada (1). água Al2O3 + 2KOH 2KAlO2 + H2O
Um ácido (2) doa um próton e se tranforma na sua base conjugada (2).
Óxidos neutros
- Quanto maior é a tendência a doar prótons, mais forte é o ácido. NO N2O CO
- Quanto maior a tendência a receber prótons, mais forte é a base, e Não reagem com a água, nem com os ácidos, nem com as bases.
vice-versa.
Óxidos salinos
Teoria eletrônica de Lewis - Ácidos são receptores de pares de elé- Fe3O4 Pb3O4 Mn3O4
trons, numa reação química.
Reações caraterísticas Exemplos de reações
ÓXIDOS
óxido salino + ácido sal(1) + Fe3O4 + 8HCl 2FeCl3 + FeCl2 +
Óxido - Composto binário de oxigênio com outro elemento menos ele- sal(2) + água 4H2O
tronegativo.
- Pintura a cal (caiação). - O NO2 liberado dos escapamentos reage com o O2 do ar produzindo
O3, que é outro sério poluente atmosférico
- Na agricultura, para diminuir a acidez do solo.
NO2 + O2 NO + O3
Dióxido de carbono (CO2)
- Os automóveis modernos têm dispositivos especiais que transformam
- É um gás incolor, inodoro, mais denso que o ar. Não é combustível e os óxidos do nitrogênio e o CO em N2 e CO2 (não poluentes).
nem comburente, por isso, é usado como extintor de incêndio.
- Os óxidos do nitrogênio da atmosfera dissolvem-se na água dando
- O CO2 não é tóxico, por isso não é poluente. O ar contendo maior teor ácido nítrico, originando assim a chuva ácida, que também causa sério
em CO2 que o normal (0,03%) é impróprio à respiração, porque contém impacto ambiental.
menor teor em O2 que o normal.
SAIS
- O CO2 é o gás usado nos refrigerantes e nas águas minerais gaseifica-
das. Aqui ocorre a reação: Sal de Arrhenius - Composto resultante da neutralização de um ácido
por uma base, com eliminação de água. É formado por um cátion proveni-
CO2 + H2O H2CO3 (ácido carbônico) ente de uma base e um ânion proveniente de um ácido.
- O CO2 sólido, conhecido por gelo seco, é usado para produzir baixas Nomenclatura
temperaturas.
nome do sal = [nome do ânion] + de + [nome do cátion]
- Atualmente, o teor em CO2 na atmosfera tem aumentado e esse fato é
o principal responsável pelo chamado efeito estufa. Classificação
- É um gás incolor extremamente tóxico. É um seríssimo poluente do ar sal normal (sal neutro, na nomenclatura antiga),
atmosférico. hidrogênio sal (sal ácido, na nomenclatura antiga) e
- Forma-se na queima incompleta de combustíveis como álcool (etanol),
hidróxi sal (sal básico, na nomenclatura antiga).
gasolina, óleo, diesel, etc.
REAÇÕES DE SALIFICAÇÃO
- A quantidade de CO lançada na atmosfera pelo escapamento dos
automóveis, caminhões, ônibus, etc. cresce na seguinte ordem em re- Reação da salificação com neutralização total do ácido e da base
lação ao combustível usado: Todos os H ionizáveis do ácido e todos os OH- da base são neutraliza-
álcool < gasolina < óleo diesel. dos. Nessa reação, forma-se um sal normal. Esse sal não tem H ionizável
nem OH-.
- A gasolina usada como combustível contém um certo teor de álcool
Reação de salificação com neutralização parcial do ácido
(etanol), para reduzir a quantidade de CO lançada na atmosfera e, com
isso, diminuir a poluição do ar, ou seja, diminuir o impacto ambiental. Nessa reação, forma-se um hidrogênio sal, cujo ânion contém H ionizá-
vel.
Dióxido de enxofre (SO2) Reação de salificação com neutralização parcial da base
- É um gás incolor, tóxico, de cheiro forte e irritante. Nessa reação, forma-se um hidróxi sal, que apresenta o ânion OH- ao
lado do ânion do ácido.
- Forma-se na queima do enxofre e dos compostos do enxofre:
Sais naturais
S + O2 (ar) SO2
CaCO3 NaCl NaNO3
- O SO2 é um sério poluente atmosférico. É o principal poluente do ar Ca3(PO4)2 CaSO4 CaF2
das regiões onde há fábricas de H2SO4. Uma das fases da fabricação sulfetos metálicos
silicatos etc.
desse ácido consiste na queima do enxofre. (FeS2, PbS, ZnS,HgS)
- A gasolina, óleo diesel e outros combustíveis derivados do petróleo Sais mais comuns na química do cotidiano
contêm compostos do enxofre. Na queima desses combustíveis, forma-
se o SO2 que é lançado na atmosfera. O óleo diesel contém maior teor Cloreto de sódio (NaCl)
de enxofre do que a gasolina e, por isso, o impacto ambiental causado - Alimentação - É obrigatória por lei a adição de certa quantidade de
pelo uso do óleo diesel, como combustível, é maior do que o da gasoli- iodeto (NaI, KI) ao sal de cozinha, como prevenção da doença do bó-
na. cio.
Gráfico da reação:
Resolução:
A Lei de Hess consiste em arranjar as equações dadas, de modo que a
soma delas resulte na equação de AH desconhecido.
Para isso devemos conservar a equação II e inverter a equação III.
Ou seja, toda reação endotérmica tem H com sinal positivo (Hf > Hi)
INTERMEDIÁRIOS DE REAÇÃO
Todas as reações químicas se processam com variação na quantidade
de energia durante a transformação, independentemente desta ser endo-
térmica ou exotérmica. Note que, ao invertermos a equação III, invertemos também o si-
Três itens são importantes para entendermos o que ocorre: nal do AH, pois esta passou de exotérmica (reação direta)
para endotérmica (reação inversa).
a) Complexo Ativado
Estado intermediário da reação que envolve os reagentes, ,a energia Outra regra, não utilizada nesta questão, diz que ao multiplicarmos
de ativação e, se houver, o catalisador. E o estágio de maior energia da uma equação por uma constante (número), devemos multiplicar o H pela
reação, e é a partir deste estado que a reação se desenvolve, pois a forma- mesma constante, ou seja:
ção dos produtos tem início. Se multiplicarmos a equação:
Obs.: O fato de o complexo ativado se formar não significa que os pro-
dutos se formarão, pois existem casos onde, após a formação do complexo
ativado, retorna-se aos reagentes.
por 2, obteremos:
b) Energia de Ativação
É a mínima energia necessária, que será fornecida ao sistema no ins-
tante inicial, para dar início à reação química.
e) Catalisador
E uma substância estranha à reação que aumenta a velocidade desta ELETROQUÍMICA
reação, pois faz diminuir a energia de ativação. O catalisador não altera
nenhum outro aspecto da reação, como variação de entalpia ou condição
Eletroquímica é o ramo da Química que estuda as relações entre as
de equilíbrio químico, e também participa dos produtos finais e, em alguns
reações químicas e a energia eléjrica envolvida.
casos, pode ser recuperado intacto e pode ser reaproveitado.
Gráfico de Energia de Ativação sem e com catalisador Neste estudo da eletroquímica teremos:
1) Pilha: Dispositivo que produz energia elétrica a partir de uma reação
química espontânea de oxidorredução.
PILHAS
LEI DE HESS a) Conceitos Fundamentais
Oxidação: Quando o sistema perde elétrons. Ocorre aumento no núme-
Algumas reações químicas apresentam muita dificuldade na determi- ro de oxidação.
nação experimental do H, por serem violentas ou não se dispor de material Redução: Quando o sistema recebe elétrons. Ocorre uma diminuição
adequado para sua realização. no número de oxidação.
Resolução: Hidrogênio:
1H1 2H1 3H1
90X204 → x+2α4 + y-1β0 + 92Y192
Montamos duas equações: O Hidrogênio com massa 1 é o mais abundante na natureza e não é
radioativo. O Hidrogênio com número de massa 2 é radioativo e dá origem
a) uma para os índices superiores: às bombas de hidrogênio, já o Hidrogênio com massa 3, ocorre em quanti-
b) 204 = 4x + 0y + 192 dades menores e é também radioativo.
c) x=3 Urânio:
238U92 235U92
b) uma para os índices inferiores:
90 = 2x + (-1y) + 92 O Urânio 235 é radioativo e é usado para construir os reatores nuclea-
res e as bombas atômicas.
90 = 2(3) -1y +92
Cobalto:
y=8 59Co27 60Co27
Considere um copo com água. Será que essa água é composta apenas Ou ainda, como sendo o cologaritmo da concentração de OH-:
por moléculas de H2O? Não, pois como essas moléculas estão em cons- pOH = colog [OH-]
tante movimento, elas se chocam o tempo todo. Resultado: uma molécula
de água pode colidir e reagir com outra molécula de água! O equilíbrio Assim:
gerado é conhecido como auto-ionização da água: pOH = log 1/[OH-] → pOH = log 1 – log [OH-]
HOH ↔ H+ + OH- Como log 1 = 0:
ou pOH = -log[OH-] ou pOH = colog [OH-]
HOH + HOH ↔ H3O+ + OH- Vejamos a variação do pOH em função das concentrações de OH- e
Como já é sabida, a concentração da água ─ [H2O] ≈ 55,6 mol/L ─ se- H+:
rá desprezivelmente alterada caso alguma nova substância seja adicionada Meio neutro: pOH = 7
(como um ácido, por exemplo) para a formação de soluções diluídas como
as que estamos estudando (dificilmente mais de 0,5 mol de água será Meio ácido: pOH > 7
consumido na formação dessas soluções. Começar com 55,6 mol e termi-
Meio básico: pOH < 7
nar a experiência com 55,1 mol de água não é uma alteração significativa).
Portanto, vamos considerar [H2O] constante.
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Relação entre pH e pOH: A palavra Hidrólise significa reação de decomposição de uma substân-
pH + pOH = 14 (25 °C) cia pela água.
H+ + H2O ↔ HOH + H+
Observação:
A decomposição de um cátion (H+) caracteriza as soluções ácidas.
Os conceitos de pH e pOH indicam que em qualquer solução coexistem
H+ e OH-. Por mais ácida que seja a solução, sempre existirão, embora em OH- + H2O ↔ HOH + OH-
pequeno número, íons OH-. Nas soluções básicas também estarão presen- A decomposição de um ânion (OH-) dá origem a soluções básicas.
tes os íons H+. As concentrações desses íons jamais se anulam. Por Líria Alves
SOLUBILIDADE DOS SAIS Hidrólise salina de ácido fraco e base forte
Os sais solúveis são os que sofrem o processo de dissolução no qual No preparo de uma solução aquosa de NaCN (cianeto de sódio), verifi-
uma grande quantidade de íons fica na solução. Os sais solúveis, são camos que seu pH é maior que 7, portanto constitui uma base forte. Acom-
aqueles que um grande número de íons vai para a solução, já os sais panhe a análise da hidrólise deste sal:
insolúveis ou pouco solúveis, são aqueles que uma pequena quantidade
de íons vai para a água, fazendo com que a maior parte dele fique coeso.
Por exemplos
O cloreto de potássio é um tipo de sal muito solúvel.
O cloreto de prata é um tipo de sal pouco solúvel.
Para que ocorra uma melhor compreensão dos estudos das reações de
dupla-troca é de extrema importância o contato com a tabela de solubilida- Ao se adicionar a base NaCN em meio neutro (água), ela torna a solu-
de dos sais na água. ção básica (pH > 7).
Regra de solubilidade dos sais na água A equação clássica do processo é:
Regra 1 – solúveis: sais dos metais alcalinos e do amônio
Regra 2 – solúveis: nitratos
Regra 3 – solúveis: os acetatos
Exceção dos acetatos: CH3 COOAg Os produtos da reação são:
Regra 4 – solúveis: os cloretos (Cl-), brometos (Br-) e iodetos (I-); NaOH (hidróxido de sódio): base forte
Exceções que não são solúveis: HCN (ácido cianídrico): ácido fraco
- PbCl2, AgCl e Hg2Cl2 (insolúveis) As duas regras a seguir são úteis para se obter a equação do processo
de Hidrólise do sal:
- PbBr2, AgBr e Hg2Br2 (insolúveis)
1. Dissociar o sal (separar o cátion do ânion)
- PbI2, AgI, Hg2, I2 (insolúveis)
2. Dissociar a base forte (COH → C+ +OH-)
Regra 5 – solúveis: os sulfatos (SO2-4);
• NaCN, por ser sal solúvel, encontra-se dissociado:
Principais exceções: NaCN → Na+ + CN-
CaSO4, SrSO4, BaSO4, PbSO4 (insoluveis) • NaOH, por ser base forte, encontra-se dissociada:
Regra 6 – solúveis: os sulfetos (S2-) NaOH → Na+ + OH-
Principais exceções: Assim, a maneira mais correta de representar a reação é:
- sulfeto dos metais alcalinos e de amônio. (solúveis)
- sulfeto dos metais alcalino-terrosos. (solúveis)
Regra 7 – insolúveis: os carbonatos (CO2-3), os fosfatos (PO3-4), os
sais dos outros ânions que não foram citados são quase todos insolúveis.
CN- (aq) + H2O(l) ↔ OH- (aq) +HCN(aq)
Exceções: sais dos alcalinos e do ânion. Repare que a hidrólise (quebra da molécula através da água) foi do
É importante sabermos que nas reações de dupla-troca pode ocorrer a ânion CN-, ou seja, do íon proveniente do ácido fraco.
formação de um sal que seja insolúvel na água, portanto podemos dizer Equação genérica da Hidrólise do ânion: A- + HOH → HA + OH-
que esse sal ele precipita, e conseqüentemente forma-se um precipitado.
Conclusão: sal de ácido fraco e base forte dá à solução caráter básico
HIDRÓLISE (pH > 7). A presença do íon OH- justifica o meio básico.
Hidrólise salina é o processo em que íons provenientes de um sal rea- Por Líria Alves
gem com a água. Hidrólise salina de ácido forte e base fraca
Uma solução salina pode originar soluções ácidas e básicas. Os sais Ao preparamos uma solução aquosa de Nitrato de amônio (NH4NO3)
presentes se dissociam em cátions e ânions, e dependendo destes íons a podemos constatar que seu pH fica abaixo de 7.
solução assume diferentes valores de pH.
Representação:
• NH4NO3, por ser sal solúvel, encontra-se dissociado: Dessa forma, se forem adicionadas quantidades extras de reagentes A
e B, a velocidade da reação aumenta. Com isso uma maior quantidade dos
NH4NO3 → NH+4 + NO-3 produtos C e D serão formados.
• HNO3, por ser ácido forte, encontra-se ionizado: Se a reação inversa estiver ocorrendo:
HNO3 → H+ + NO-3 C+DA+B
Assim, a maneira mais correta de representar a reação é: Da mesma forma, a sua velocidade depende das concentrações dos
reagentes C e D. Assim, se forem adicionadas quantidades extras das
espécies C e D a velocidade desta reação aumenta produzindo maiores
quantidades de produtos A e B.
Portanto, se tivermos o equilíbrio:
Observe que a hidrólise foi do cátion, ou seja, do íon proveniente da
base fraca. A+B=C+D
Hidrólise do cátion: NH4+ + HOH ↔ NH4OH + H+ O que aconteceria ao adicionar quantidades extras das espécies A e B?
A Hidrólise salina do nitrato de amônio deu origem aos produtos: O que aconteceria ao adicionar quantidades extras das espécies C e D?
NH4OH (hidróxido de amônio): base fraca Devemos ter em mente que a velocidade de uma reação depende das
concentrações dos reagentes.
HNO3 (ácido nítrico): ácido forte
Partindo da situação de equilíbrio, ao adicionar quantidades extras das
A presença do íon H+ justifica a acidez da solução (pH < 7). espécies A e B, as concentrações dessas espécies aumentariam. A veloci-
dade da reação que transforma A e B em C e D aumentaria também e
Conclusão: assim as concentrações de C e D aumentariam. Portanto o equilíbrio seria
Sal de ácido forte e base fraca dá à solução caráter ácido. deslocado para a direita.
FATORES QUE INFLUENCIAM O EQUILÍBRIO: Seguindo o mesmo raciocínio, tendo uma situação inicial de equilíbrio,
ao adicionar quantidades extras das espécies C e D, as concentrações
A partir do momento em que uma reação química está ocorrendo tanto dessas espécies aumentariam e com isso a velocidade da reação inversa
no seu sentido direto como no sentido inverso com velocidades iguais, (C + D A + B) aumentaria também. Dessa forma uma quantidade maior
caracterizando o estado de equilíbrio, podemos esperar que esse estado de dos produtos A e B seriam produzidos aumentando suas concentrações.
equilíbrio seja vulnerável a alguns fatores como temperatura, concentração Assim o equilíbrio seria deslocado para a esquerda.
e pressão. Se a velocidade de uma das duas reações (reação direta ou
inversa) for alterada, o equilíbrio será desbalanceado devido à diferença Exemplo 1 :
entre as velocidades das reações direta e inversa. Chama-se esse desba-
Inicialmente temos o seguinte equilíbrio:
lanceamento do equilíbrio de deslocamento do equilíbrio.
Qualquer deslocamento de equilibrio gera aumento ou queda nas con- H2CO3 = H+ + HCO3-
centrações das espécies químicas presentes, por exemplo: Ao adicionar H2CO3 o equilíbrio será deslocado para a direita pois a
2SO2(g) + O2(g) = 2SO3(g) produção de H+ e HCO3- será maior.
Se o equilíbrio sofrer deslocamento e a concentração da espécie SO 3(g) Exemplo 2:
aumentar, então o equilíbrio foi deslocado para a direita. (porque SO3(g) está
à direita do sinal igual ( = ). Inicialmente temos o seguinte equilíbrio:
No entanto, se ocorrer o contrário e a concentração das espécies A+B=C+D
SO2(g) e O2(g) aumentarem, o equilíbrio foi deslocado para a esquerda. O que acontece ao adicionar quantidade extra apenas da espécie C?
Qual das reações terá sua velocidade aumentada? a direta ou a inver-
Por outro lado, se não for notado qualquer variação nas concentrações sa?
das espécies, não houve deslocamento de equilíbrio.
O raciocínio envolvido no equilíbrio químico é bastante desenvolvido ao
Exemplo: responder essas questões.
A seguinte reação encontrava-se em equilíbrio:
Adicionando-se a espécie C a velocidade da reação inversa aumenta:
2 NO2 = N2O4
C+DA+B
A temperatura foi elevada e a concentração de N2O4 aumentou!
V = K[C].[D]
Como a espécie N2O4 está à direita da dupla seta, a reação foi deslo-
cada para a direita. Assim o equilíbrio será deslocado para a esquerda (no sentido de au-
(não é sempre que o aumento da temperatura causa esse efeito, ape- mentar as concentrações das espécies A e B).
nas em alguns casos) E a concentração da espécie D? aumenta, diminui ou permanece cons-
tante?
Mudanças na concentração:
Sabemos que as concentrações das espécies A e B aumentam porque
A situação de equilíbrio existente em um sistema químico depende o equilíbrio foi deslocado para a esquerda. A concentração da espécie C
sempre da igualdade de velocidades das duas reações: a direta e a inversa. aumentou pois foi a espécie de que adicionamos quantidades extras, mas e
Quando uma dessas reações ocorre com maior velocidade em relação a a concentração da espécie D?
Nomenclatura Orgânica
Existem várias nomenclaturas em Quimica Orgânica, porém devemos
seguir a nomenclatura oficial ou IUPAC (União Internacional de Quimica
(IV) Cadeia Insaturada Pura e Aplicada).
É aquela que tem pelo menos uma ligação dupla ou tripla entre os A maior parte dos nomes oficiais possui três partes distintas, cada qual
átomos de carbono. Exemplos: contendo um tipo de informação a respeito do composto. O nome de um
composto deve ter um número mínimo de informações que permita constru-
ir sua fórmula estrutural.
a) NOME DOS COMPOSTOS
(V) Cadeia Normal ou Reta
É aquela que não apresenta nenhum carbono terciário ou quaternário. Nome
Exemplos:
PREFIXO INTERMEDIÁRIO SUFIXO
PREFIXOS IUPAC
C primários: 1 e 3 C primários: 1 e 3 n.º de C prefixo
1 met
C secundário: 2 C secundário: 2
2 et
(VI) Cadeia Ramificada ou Arborescente
3 prop
É aquela que tem pelo menos um carbono terciário ou quaternário. 4 but
Exemplo:
PREFIXOS GREGOS
n.º de prefixo n.º de C prefixo n.º de C prefixo
C
5 pent 16 hexadec 27 heptacos
6 hex 17 heptadec 28 octacos
7 hept 18 octadec 29 nonacos
8 oct 19 nonadec 30 triacont
C terciário: 2 C quaternário: 2 9 non 20 cicos 40 tetracont
(VII) Cadeia Aromática 10 dec 21 heneicos 50 pentacont
É aquela que apresenta anel benzênico. Exemplos: 11 undec 22 docos 60 hexacont
12 dodec 23 tricos 70 heptacont
13 tridec 24 tetracos 80 octacont
14 tetradec 25 pentacos 90 nonacont
15 pentadec 26 heptacos 100 hect
Resolução:
Primeiro devemos escolher a cadeia principal:
Verificamos que temos três ramificações, que são: dois grupos metíl
em um carbono e um grupo metil em outro. Numeramos a cadeia da es-
querda para a direita (mais próxima da primeira ramificação).
Observação:
EX de 6 carbonos (deve-se retirar a letra h do prefixo, pois este encon-
Alquinilas: Radicais derivados de alcinos. CH2~CH et,inil tra-se no meio da palavra).
AN de carbono saturado.
O de hidrocarboneto.
Nomenclatura
Dá-se o sufixo al ao nome da cadeia correspondente. Exemplos:
Classificação dos álcoois
Álcool primário: O que apresenta o grupo — OH ligado a carbono
primário. Exemplo:
CETONAS
Álcool terciário: O que apresenta o grupo — OH ligado a carbono ter- Definição: São compostos orgânicos que apresentam o grupo funcional
ciário. carbonila entre átomos de carbono.
Exemplo:
FENÓIS
Definição: São compostos orgânicos derivados dos hidrocarbonetos
aromáticos, pela substituição de um hidrogênio ligado diretamente ao
benzeno por um grupo —OH (hidroxila).
Nomenclatura Observação: R e R1 correspondem a radicais orgânicos.
Coloca-se a palavra hidroxi antes do nome do núcleo benzênico cor- Nomenclatura
respondente. Exemplos:
Dá-se o sufixo ona ao nome do hidrocarboneto correspondente. Exem-
plo:
ALDEIDOS
Exemplos:
Nomenclatura
Coloca-se a palavra ácido antes do nome, e a terminação óico no hi-
drocarboneto correspondente.
Exemplos:
AMINAS
Definição: São compostos orgânicos definidos e classificados a partir
do NH3
Classificamos as aminas em três grupos:
Aminas Primárias
São aquelas derivadas do NH3, por substituição de um hidrogênio por
um radical derivado de hidrocarboneto.
As aminas primárias apresentam sempre o grupo NH2. Exemplos:
ÉSTERES
Definição: São compostos orgânicos que apresentam o grupo funcio-
nal:
Com o carbono ligado à valência livre do oxigenio.
Exemplos:
nome do hidrocarboneto da prefixo do radical Exemplos:
DE
esquerda + ATO da direita + ILA
Aminas Terciárias
São as que derivam do NH3, por substituição de três hidrogênios por
três radicais derivados de hidrocarbonetos.
As aminas terciárias não apresentam hidrogênio ligado diretamente ao
nitrogênio.
Nomenclatura
Nomenclatura
Na nomenclatura de aminas coloca-se o nome do(s) radical(is)
antes da palavra amina. Coloca-se o nome do hidrocarboneto antes da palavra amida. Exem-
plos:
Exemplos:
FERMENTAÇÃO. inorgânica, tal como o íon hidrogênio de um ácido mineral, tem a faculdade
generalizada de hidrolisar tanto os carboidratos, as proteínas e as graxas
Fermentação como outras substâncias orgânicas, e a característica adicional de tornar
essas reações completas.
Muitos produtos de importância biológica e econômica, como antibióti-
cos e bebidas alcoólicas, são obtidos com técnicas em que a ação de As enzimas, pelo contrário, são mais específicas em sua ação catalisa-
microrganismos provoca a decomposição de certas substâncias, no pro- dora. Assim o ácido mineral (por exemplo, o ácido sulfúrico) transforma o
cesso conhecido como fermentação. amido em glicose, pela hidrólise, enquanto a diástase (uma enzima) trans-
forma o mesmo amido em maltose, também pela hidrólise, e a maltase
Fermentação é um processo, próprio de certas células animais e vege- (outra enzima) converte a maltose em glicose. Pela hidrólise os ácidos
tais, que causa a fragmentação de moléculas de açúcares, reação em que minerais transformam as proteínas em aminoácidos, ao passo que as
se desprende gás carbônico e há liberação de energia. proteases não levam a reação além dos peptídeos (acúmulo de dois ou
mais aminoácidos).
Normalmente, a fermentação realiza-se na presença de catalisadores
biológicos denominados enzimas, que aceleram as reações envolvidas no Existem ainda substâncias, denominadas co-enzimas, que acompa-
processo sem, no entanto, serem consumidos. Um catalisador de origem nham muitas enzimas e são indispensáveis a sua atividade, enquanto as
POLÍMEROS
Roberto Grillo Cúneo
Polímeros são moléculas gigantes que apresentam unidades que se
repetem.
c) condensação: obtidos pela adição de dois monômeros diferentes
A substância inicial é chamada de monômero e sua repetição 2x, 3x .... com eliminação de substância inorgânica (geralmente água ou gás amonía-
nx dá origem ao: co).
( 2x ) dímero, ......... ( 3x ) trímero ......... ( nx ) polímero - mais de 100 Ex.:
unidades,
Exemplo de dímero:
repetição de duas moléculas do etino (acetileno) produz o butenino.
Outros polímeros
Polímeros naturais:
Borracha natural: polímero de adição do isopreno (metil-butadieno-1,3).
Amido: polímero de condensação da alfa-glicose (com eliminação de
Classificação dos Polímeros água).
1. Quanto à ocorrência: Celulose: polímero de condensação da beta-glicose (com eliminação
a) polímeros naturais (os que existem na natureza). de água).
Ex.: proteína, celulose, amido, borracha, etc... Proteina: polímero de condensação de alfa-aminoácidos (com elimina-
ção de água).
Para designar um hidreto metálico usa-se a palavra hidreto seguida do No início do primeiro século da Era actual, (350 anos D.C.) viria a ser
nome do metal que participa do composto, como hidreto de sódio (NaH), formulada por Aristóteles a teoria do húmus, segundo a qual a matéria
hidreto de cálcio (CaH2) etc. Quando o metal tem vários números de oxida- orgânica constituía como que uma força sobrenatural existente nas terras.
ção possíveis, expressa-se o número utilizado em cada situação: hidreto de A aplicação de substâncias orgânicas, regeneradoras do húmus da ter-
ferro II (FeH2), ou ferroso, e hidreto de ferro III (FeH3), ou férrico. Os crité- ra, não viria a ser substituída pelo princípio da nutrição mineral das plantas,
rios de nomenclatura dos hidretos não-metálicos coincidem com os anterio- o qual estabelecia que as plantas se alimentavam não de substâncias
res, com a ressalva de que seus números são negativos e únicos: hidreto orgânicas mas de elementos minerais.
de cloro, hidreto de enxofre etc.
Ficou então aberto o caminho para a descoberta dos adubos, produtos
As soluções de hidretos de elementos não-metálicos em água, porém, que viriam a contribuir, de forma decisiva, para o aumento das produções.
apresenta alto grau de acidez e, por isso, se designam com outros nomes,
de maior aceitação geral: ácido clorídrico, ácido sulfídrico etc. Muitos hidre- Foi portanto a química que ofereceu à agricultura a possibilidade de
tos são conhecidos por denominações generalizadas mas não sistemáticas. dispor de adubos, produtos que por conterem em formas assimiláveis os
É o caso da água (hidreto de oxigênio), do amoníaco (hidreto de nitrogê- nutrientes mais utilizados na alimentação das plantas, iriam contribuir para
nio), dos silanos (hidreto de silício) e dos boranos (hidretos de boro). a obtenção de maiores produções.
Demais compostos binários. Para designar os sais binários, resultantes Actualmente, a Química pode fornecer informações quanto:
da combinação de um elemento metálico e um não-metálico, acrescenta-se
1. à quantidade e qualidade dos produtos a aplicar;
o sufixo-eto ao nome do não-metal e, no caso de ser possível mais de um
desses compostos, o número de oxidação do metal: cloreto de sódio 2. à avaliação da reacção fisiológica dos adubos, isto é, se são acidifican-
(NaCl), sulfeto de níquel II (NiS), sulfeto de níquel III (Ni2S3). Empregam-se tes, neutros ou alcalinizantes;
critérios análogos na denominação dos compostos binários de metais com
oxigênio, chamados óxidos metálicos: óxido de potássio (K2O), óxido de 3. à salinidade dos solos, sendo as épocas e as técnicas de aplicação dos
ferro II (FeO) etc. adubos igualmente condicionadas pelo comportamento químico dos
elementos nutritivos que possuem.
A nomenclatura dos compostos binários aos quais não se aplicam as
normas anteriores, pelo fato de seus dois elementos serem não-metálicos,
se rege por duas regras fundamentais: (1) os números de oxidação se Factores de que dependem as produções agrícolas
antepõem como prefixo aos nomes dos elementos, de forma invertida, e (2)
em primeiro lugar se cita o elemento mais eletronegativo com o sufixo -eto, As produções agrícolas dependem de factores genéticos e de factores
exceto nos óxidos. Assim, o trissulfeto de dinitrogênio (S2N3) procede da ambientais, os quais exercem uma forte acção nas necessidades alimenta-
combinação do enxofre, de número de oxidação 2, com o nitrogênio, 3. res e nas disponibilidades nutritivas das plantas e, consequentemente, na
utilização dos fertilizantes.
As bases são combinações de metais com o íon hidroxila (OH) de car-
ga elétrica negativa. São designadas pelo termo hidróxido seguido do nome Fatores Genéticos
do metal e, eventualmente, de seu número de oxidação. Dois exemplos são Assim, começando pelos factores que são inerentes à própria planta,
o hidróxido de potássio, de fórmula KOH, e o hidróxido de mercúrio II, de verifica-se que, embora as suas características sejam determinadas pela
fórmula Hg(OH)2. genética, poderão ser influenciadas pela Química.
Indústria de farinhas. A farinha procede da moagem de cereais (trigo, Outras indústrias alimentícias. Existem outros produtos de origem
aveia, milho, arroz etc.), de leguminosas (em especial da soja) ou de raízes animal obtidos, por exemplo, das aves (ovos) e das abelhas (mel, geléia
como as da mandioca. Outros tipos, como as de peixe e as de ossos, são real). Nas últimas décadas, difundiram-se novos artigos alimentícios, como
usadas preferencialmente na alimentação do gado. As farinhas apresentam a margarina, alternativa à manteiga, que se obtém a partir de gorduras
elevado conteúdo de carboidratos e, em alguns casos, também de proteí- vegetais e que foi preparada pela primeira vez na França, no século XIX.
nas, minerais e enzimas. As chamadas farinhas panificáveis são as que Outros produtos de utilização relativamente recente são os extratos de
servem para a elaboração do pão. Na maior parte, são obtidas a partir do carne, os preparos vitamínicos e as sopas e papas infantis. Também mere-
trigo e do centeio. O processo de extração da farinha exige uma série de ce destaque o desenvolvimento alcançado, em vários países, pelas chama-
operações, como a separação das impurezas do grão, o descascamento e das cozinhas macrobiótica e vegetariana, com uma infinidade de produtos
a moagem. Em seguida faz-se a distribuição dos diversos tipos, com o derivados da soja, cereais integrais, algas etc. Esse tipo de cozinha visa a
emprego de peneiras ou de jatos de ar. recuperar o consumo de produtos naturais, como reação ao excesso de
aditivos e substâncias químicas que invadiram a indústria alimentícia. Outro
As farinhas têm muitas aplicações na indústria alimentícia e são am- setor de interesse é o das bebidas estimulantes, como o chá e o café, que
plamente utilizadas em pastelarias, misturadas a gorduras e azeites, açúcar gozam de ampla difusão e notável volume comercial.
e componentes diversos como o cacau, a baunilha e outras essências. Com
elas se prepara uma grande variedade de produtos: bolos, biscoitos, bola- SUAVE VENENO
chas, roscas e folheados. Também se empregam para fazer massas, caso Especialistas explicam como a população adoece devido aos resí-
em que se preferem as farinhas de trigo-duro, embora em alguns países duos tóxicos nos alimentos
também se encontrem massas feitas a partir da farinha de soja. A massa é
obtida mediante a mistura homogênea de água e farinha ou sêmola. Em As pessoas evitam pegar latas amassadas da prateleira do super-
seguida, essa pasta é sovada e moldada em prensas de formas diversas, mercado, mas não se preocupam com a suave dose de veneno que in-
para fazer fios (aletria ou cabelo-de-anjo, espaguete), canudinhos (macar- gerem diariamente, até com o pão nosso de cada dia. São 2.300 tipos
rão), tiras (talharim), quadriláteros (canelone), grânulos, estrelas etc. A de agrotóxicos definidos em 270 espécies de culturas, incluindo aí o
última operação consiste em secar a massa para conservá-la. pasto dos animais que fornecem carne e leite.
Oleaginosas. A prensagem de certas sementes e frutos, denominados A professora Silvia Tondella Dantas, especialista em embalagens do
oleaginosos, permite extrair deles azeites e óleos comestíveis, como os de Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), falou na Cientec sobre latas
oliva, soja, milho, girassol, e muitos outros, que têm grande importância na amassadas. O moderno verniz interior desta embalagem permite a manu-
cozedura dos alimentos. tenção da qualidade do alimento em condições adversas, como é o caso do
amassamento do corpo, diferentemente do conceito de muitos anos atrás,
Indústria açucareira. Os açúcares são obtidos principalmente a partir que permanece até hoje, garante ela. Silvia é do Centro de Tecnologia de
da cana-de-açúcar e da beterraba, depois de uma série de operações de Embalagens do Ital e se diz desconcertada com noticiários na imprensa
trituração, extração e refinamento do caldo. O açúcar é utilizado como afirmando o contrário, enquanto ela atua em pesquisa de embalagnes
ingrediente básico na elaboração de doces, caramelos, confeitaria em geral metálicas há 18 anos.
e na fabricação de bebidas açucaradas.
Pior que o estado da lata são os números dos que morrem de fome –
Indústria hortifrutícola. A indústria hortifrutícola compreende a elabo- 24 mil pessoas por dia no mundo – e a existencia de 150 milhões de crian-
ração de produtos alimentícios a partir de frutas e hortaliças. O principal ças menores de 5 anos subnutridas no planeta. “No Brasil são 32 milhões
que passam fome. Entre os que têm comida, um terço se alimenta mal e
É fundamental que o serviço profissional seja prestado de modo fiel e empregar qualificação indevida para si ou para outrem;
honesto, tanto para os interessados como para a coletividade, e que venha ser conivente, de qualquer forma, com o exercício ilegal da profissão;
contribuir, sempre que possível, para o desenvolvimento dos trabalhos da usufruir concepção ou estudo alheios sem fazer referência ao autor;
Química, nos seus aspectos de pesquisa, controle e engenharia.
usufruir planos ou projetos de outrem, sem autorização;
A Química é ciência que tende a favorecer o progresso da humanida-
de, desvendando as leis naturais que regem a transformação da matéria; a procurar atingir qualquer posição agindo deslealmente;
tecnologia química, que dela decorre, é a soma de conhecimentos que
permite a promoção e o domínio dos fenômenos que obedecem a essas divulgar informações sobre trabalhos ou estudos do contratante do seu
leis, para sistemático usufruto e benefício do Homem. serviço a menos que autorizado por ele.
Esta tecnologia é missão e obra do profissional da química, aqui, agen- III - O Profissional em exercício
te da coletividade que lhe confiou a execução das relevantes atividades que 1 - Quanto à responsabilidade técnica
caracterizam e constituem sua profissão. Cabe-lhe o dever de exercer a
profissão com exata compreensão de sua responsabilidade, defendendo os 1.1- A responsabilidade técnica implica no efetivo exercício da ativida-
interesses que lhe são confiados, atento aos direitos da coletividade e de profissional;
zelando, pela distinção e prestígio do grupo profissional.
2 - Quanto à atuação profissional
É essencial que zele pelo seu aperfeiçoamento profissional, com espíri-
2.1. - Deve ser efetivo o exercício da atividade profissional, de acordo
to crítico em relação aos seus próprios conhecimentos e mente aberta para
com o contrato de trabalho.
as realidades da prática tecnológica, que só o íntimo contato com as opera-
ções industriais proporciona. Deve aprofundar seus conhecimentos científi- 2.2. - É vedado atividade profissional em empresa sujeita à fiscalização
cos na especialidade, admitindo, estudando e buscando desenvolver novas por parte do órgão Técnico oficial, junto ao qual o profissional esteja em
técnicas, sempre preparado para reformular conceitos estabelecidos, já que efetivo exercício remunerado.
química é transformação.
2.3. - Não deve prevalecer-se de sua condição de representante de
Seu modo de proceder deve visar o desenvolvimento do Brasil, como firma fornecedora ou consumidora, para obter serviço profissional.
nação soberana e, frente aos colegas e contratantes de seus serviços,
considerá-los como semelhantes a si próprios. 2.4. - Não deve prevalecer-se de sua posição junto ao contratante de
seus serviços para forçá-lo a adquirir produtos de empresa com que possua
Esse trabalho que proporciona ao profissional da química certos privi- ligação comercial.
légios, exige, com maior razão para o exercício do seu mister, uma conduta
moral e ética que satisfaça ao mais alto padrão de dignidade, e equilíbrio e 1.5. - Deve exigir de seu contratante o cumprimento de suas reco-
consciência como indivíduo e como integrante do grupo profissional. mendações técnicas, mormente quando estas, envolverem problemas de
segurança, saúde ou defesa da economia popular.
Diretrizes
I- Procedimento devido
SEGURANÇA QUÍMICA
O profissional da química deve:
Segurança Química é a prevenção dos efeitos adversos, para o ser
instruir-se permanentemente; humano e o meio ambiente, decorrentes da produção, armazenagem,
transporte, manuseio, uso e descarte de produtos químicos.
impulsionar a difusão da tecnologia;
A produção química mundial movimenta trilhões de dólares anualmen-
apoiar as associações científicas e de classe; te, gerando milhões de postos de trabalho. Existem atualmente cerca de 10
proceder com dignidade e distinção; milhões de de substâncias químicas das quais cerca de 100 mil de uso
difundido. Porém somente algumas centenas de substâncias químicas
ajudar a coletividade na compreensão justa dos assuntos técnicos de foram avaliadas plenamente quanto aos seus riscos de saúde.
interesse público;
A importância dos produtos químicos e a dimensão dos riscos decor-
manter elevado o prestígio de sua profissão; rentes do seu uso exigem ações que promovam a Segurança Química,
articulada a nível nacional e internacional.
manter o sigilo profissional;
Foi possível, então, perceber que o cloro que é vendido no comércio, É utilizado na preparação da maioria dos ácidos minerais (clorídrico, ní-
não é realmente cloro, mas sim uma solução de um sal de cloro e que trico, fosfórico, fluorídrico) e orgânicos (acético, esteárico, tartárico).
possui um nome fantasia - "cloro".
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É empregado em pilhas, acumuladores, gases, bebidas efervescentes, Esta reação deve ocorrer em condições de pressão e temperatura ide-
papel, matérias, gordurosas animais e vegetais, tecidos e em metalurgia. ais. Essas condições são favorecidas por meio do processo Haber-Bosch,
Dados do Ácido Sulfúrico para que se consiga obter um maior rendimento na produção da amônia.
A amônia serve de matéria-prima para um número elevado de aplica-
Sinônimos – Oil of vitriol; Babcock acid; Sulphuric acid
ções. Ela é utilizada na fabricação de fertilizantes agrícolas, fibras e plásti-
Fórmula Química – H2SO4 cos, de produtos de limpeza, de explosivos, etc.
Identificação dos Danos Entre tantos empregos, podemos destacar:
Corrosivo! Cancerígeno! Causa severas queimaduras por todo o corpo. Fertilizantes: sulfato de amônio, fosfato de amônio, nitrato de amônio e
Pode ser fatal se ingerido ou em contato coma pele, nocivo se for inalado, uréia.
afetando apenas os dentes.
Produtos químicos: ácido nítrico (utilizado na preparação de explosi-
Equipamentos de Segurança para uso: vos).
Óculos de segurança ou protetor facial Fibras e plásticos: nylon e outras poliamidas.
Avental ou Jaleco Produtos de limpeza: detergentes e amaciadores de roupa.
Luvas impermeáveis
Efeitos potencias á saúde ÁCIDO NÍTRICO
Inalação O ácido nítrico, que tem a fórmula molecular HNO3, é um ácido de
Causa irritação ao trato respiratório e mucosas das membranas. Sinto- elevado grau de ionização e volátil à temperatura ambiente. É produzido
mas incluem irritação do nariz e garganta e fadigo respiratória, pode causar industrialmente pelo processo Ostwald.
edema pulmonar. Características e propriedades
Ingestão Propriedades físicas
Pode causar severas queimaduras na boca, garganta e estômago, le- O ácido nítrico puro é um líquido viscoso, incolor e inodoro.
vando à morte, dor de garganta, vomito, diarréia, colapso circulatório, Frequentemente, distintas impurezas o colorem de amarelo-acastanhado. A
pulsação fraca e rápida, baixa respiração e pouca urina se o ácido for temperatura ambiente libera fumaças (fumos) vermelhos ou amareladas. O
ingerido. ácido nítrico concentrado tinge a pele humana de amarelo ao contato,
Contato com a pele devido a uma reação com a cisteína presente na queratina da pele.
Os sintomas mais freqüentes são vermelhidão, dor e severas queima- Propriedades químicas
duras, pulsação fraca e rápida, baixa respiração e pouca urina se o ácido O ácido nítrico é considerado um ácido forte, sendo também bastante
for posto em contato com a pessoa. corrosivo.
AMÔNIA Propriedades e usos Sendo um ácido típico, o ácido nítrico reage com os metais alcalinos,
óxidos básicos e carbonatos, formando sais, como o nitrato de amônio.
Erivanildo Lopes da Silva* Devido à sua natureza oxidante, o ácido nítrico geralmente não doa prótons
Em Química, estudamos, dentre outros temas, as características dos (isto é, ele não libera hidrogênio) na reação com metais e o sal resultante
elementos existentes na natureza. E entre os variados elementos que normalmente está no mais alto estado de oxidação. Por essa razão, pode-
existem, podemos destacar alguns mais empregados ou produzidos na se esperar forte corrosão, que deve ser evitada pelo uso apropriado de
indústria - e que são utilizados em outras áreas. E, entre esses, temos a metais ou ligas resistentes à corrosão.
amônia. Ácido nítrico tem uma constante de dissociação ácida (pKa) de -1.4:
Durante o ciclo do nitrogênio, no processo de desnitrificação realizado em solução aquosa, ele ioniza quase completamente (93%, a 0,1 mol/L) em
pelas bactérias, a amônia (NH3) produzida é devolvida ao solo. O processo íons nitrato (NO3-) e prótons hidratados, conhecidos como íons hidrônios
pode ser assim apresentado: (H3O+).
HNO3 + H2O → H3O+ + NO3-
Quando ebulido em presença de luz, mesmo a temperatura ambiente,
há uma decomposição parcial com a formações de dióxido de nitrogênio
A amônia é um gás incolor, bastante tóxico, que se dissolve bem na
seguindo a reação:
água. Uma vez em meio aquoso, a amônia forma o hidróxido de amônio
(NH4OH): 4 HNO3 → 2 H2O + 4 NO2 + O2 (72 °C)
Suas reações com compostos como os cianetos, carbetos, e pós
metálicos podem ser explosivas.
O NH3 pode ser preparado em laboratório aquecendo-se um sal de Fortemente oxidante é incompatível com a maioria dos produtos
amônio com hidróxido de sódio (NaOH). Na verdade, é um teste comum orgânicos. As reações do ácido nítrico com muitos compostos orgânicos,
para identificação de compostos de NH4+ (amônio): como a terebentina ou o álcool etílico, são violentas, a mistura sendo
hipergólica (quer dizer, auto-inflamável).
Os sais do ácido nítrico (que contém o íon nitrato) se chamam nitratos.
A quase totalidade deles são muito estáveis em água. O ácido nítrico e
Diferentes aplicações seus sais, os nitratos, não devem ser confundidos com o ácido nitroso e
seus sais, os nitritos.
A produção mundial de amônia é praticamente feita por meio da reação
entre os gases N2 e H2, pelo processo denominado Haber-Bosch: Aplicações
É encontrado disponível no comércio normalmente nas concentrações
aquosas de 50%,65% e 69-70%. O ácido nítrico concentrado, normalmente
usado em laboratórios e aplicações industriais, é a solução aquosa de
Conforme o World Resources Institute (WRI), a construção de represas A atmosfera é constituída pela camada de gases que envolvem o globo
e a canalização de rios constituem as duas maiores ameaças à manuten- terrestre.
ção da vida nos rios e lagos. De 1950 até hoje, o número de grandes barra- A poluição da atmosfera está a adquirir aspectos extremamente preo-
gens no mundo cresceu de 5.270 para mais de 36.500. Entre os exemplos cupantes, pois tem vindo a aumentar nos últimos anos. As causas da
do impacto que tais obras provocam no meio ambiente está a construção poluição atmosférica são variadas, mas a principal é a combustão incom-
da represa de Pak Mum, na Tailândia, no início dos anos 90, que levou à pleta do carvão e dos hidrocarbonetos, quer na indústria e em centrais
extinção cerca de 150 espécies de peixes do rio Mum. eléctricas, quer no transporte motorizado e aquecimento doméstico. Desta-
TRATAMENTO DE ÁGUA cam-se os gases, que representam cerca de 90% da massa dos poluentes:
Quase toda água potável que consumimos se transforma em esgoto Monóxido de carbono, CO: é o poluente atmosférico mais abundante,
que é re-introduzido nos rios e lagos. Estes mananciais, uma vez contami- sendo também um dos mais tóxicos. É emitido essencialmente pelos esca-
nados, podem conter microorganismos causadores de várias doenças pes dos automóveis. São lançadas para a atmosfera cerca de 400 Mt (400
Megatoneladas) por ano.
como a diarréia, hepatite, cólera e febre tifóide. Além dos microorganismos,
as águas dos rios e lagos contêm muitas partículas que também precisam Dióxido de carbono, CO2: existe naturalmente na atmosfera, mas em
ser removidas antes do consumo humano. Daí a necessidade de se tratar a quantidades controladas, que têm vindo a aumentar 0,2% por ano. É es-
água para que esta volte a ser propícia para o consumo humano. sencialmente emitido pela combustão de combustíveis fósseis, como o
Quando pensamos em água tratada normalmente nos vem à cabeça o carvão. A atmosfera recebe, por mão do homem, cerca de 8 000 Mt de
tratamento de uma água que estava poluída, como o esgoto, para uma que dióxido de carbono por ano.
volte a ser limpa. Cabe aqui fazer uma distinção entre tratamento de água e Dióxido de enxofre, SO2: é um poluente bastante perigoso, pois
tratamento de esgoto: o tratamento de água é feito a partir da água doce quando em contacto com a água transforma-se espontaneamente em ácido
encontrada na natureza que contém resíduos orgânicos, sais dissolvidos, sulfúrico. Este facto torna-se bem patente pelo aumento da acidez da água
metais pesados, partículas em suspensão e microorganismos. Por essa da chuva: são as Chuvas Ácidas. Estas Chuvas Ácidas têm a capacidade
razão a água é levada do manancial para a Estação de Tratamento de de corroer rochas e metais, destruindo obras de arte que se encontrem ao
Água (ETA). Já o tratamento de esgoto é feito a partir de esgotos residenci- ar livre, e afectando igualmente solos e culturas.
ais ou industriais para, após o tratamento, a água poder ser re-introduzida
São átomos de um mesmo elemento químico que possuem massas di- O Combustível Nuclear
ferentes. Portanto o urânio-235 e urânio-238 são isótopos de urânio, tendo O urânio-235, por analogia, é chamado de combustível nuclear, por-
o mesmo número atômico 92, mas com diferente número de massa. Muitos que pode substituir o óleo ou o carvão, para gerar calor. Não há diferença
outros elementos apresentam essa característica, como, por exemplo, o entre a energia gerada por uma fonte convencional (hidroelétrica ou térmi-
Hidrogênio, que tem três isótopos: Hidrogênio, Deutério e Trítio. ca) e a energia elétrica gerada por um Reator Nuclear. Em todas elas
Os aminoácidos possuem uma carboxila (COOH) e um grupo amina Possuem citoplasma (revestido pela membrana plasmática) e núcleo
(NH2). As proteínas são constituídas por vinte tipos e aminoácidos. Eles (revestido pelo envoltório nuclear), entre os quais há um fluxo constante de
diferem entre si através dos radicais R. moléculas, nos dois sentidos.
Classificação das Proteínas Muitas reações metabólicas ocorrem dentro de compartimentos estru-
As proteínas se classificam em dois grupos: simples e conjugadas. turais, isoladas, já que os eucariontes contêm membranas internas envol-
vendo organelas
Proteínas simples - aquelas constituídas exclusivamente por aminoá-
cidos. Ex.: albuminas, histonas, etc. Por exemplo, as mitocôndrias e o complexo de Golgi, bem como o re-
tículo endoplasmático.
Proteínas conjugadas - aquelas formadas por aminoácidos mais outro
componente não protéico, denominado grupo prostético. Ex.: fosfo- Além de aumentar a eficiência, essa separação de atividades permite
proteínas, glicoproteínas, lipoproteínas, etc. que as células eucarióticas atinjam maior tamanho, sem prejuízo de suas
Funções das Proteínas funções
São constituintes básicos da estrutura celular (alimentos plásticos); Os organismos constituídos por células eucarióticas (eucariontes) po-
dem ser unicelulares ou pluricelulares
Produzem energia quando oxidadas;
Participam como anticorpos, importantes na defesa do organismo; São eucarióticas as células de animais, vegetais, fungos, protozoários
e muitas algas
Atuam como enzimas.
Enzimas são proteínas que agem como catalisadores, isto é, são bio-
catalisadores que atuam intra ou extracelularmente aumentando a veloci- CÉLULA: ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MEMBRANA
dade da reação química. Para que ocorram as reações químicas no corpo PLASMÁTICA, CITOPLASMA E NÚCLEO
dos seres vivos é necessária a presença das enzimas.
O citoplasma – aspectos estruturais e funcionais
Cada enzima atua sobre um determinado substrato, daí a especificida-
de desse composto. A enzima chamada ptialina (amilase salivar), atua Célula
apenas sobre o amido (substrato), transformando-o na boca em maltose Todo ser vivo é composto de células, de tamanho tão reduzido que só
(açúcar). podem ser observadas através do microscópio, e tão numerosas que no
Ácidos Nucléicos - são compostos orgânicos constituídos por uma ser humano adulto somam cerca de cem trilhões.
sucessão de unidades ligadas entre si, chamadas nucleotídeos.
A célula é o mais diminuto componente vivo em que pode ser decom-
Tipos de ácidos nucléicos posto qualquer tecido animal ou vegetal. Isoladas e livres, as células apre-
Há dois tipos de ácidos nucléicos: DNA (ácido desoxirribonucléico) e sentam forma esférica; nos tecidos podem assumir forma cilíndrica, cônica,
RNA (ácido ribonucléico). espiralada etc. Seu tamanho e estrutura também variam de acordo com a
natureza do tecido. Existem organismos, como as bactérias, as algas azuis
Cada nucleotídeo é formado por três elementos: um ácido fosfórico, e os protozoários, que se compõem de uma única célula, e por isso são
um açúcar (pentose) e uma base nitrogenada. Um nucleotídeo sem o chamados unicelulares.
radical fosfato chama-se nucleosídeo.
Há dois tipos de bases nitrogenadas: púricas: (adenina (A) e guanina Estrutura celular. O conjunto vivo da célula é o protoplasma e se
(G)) e pirimídicas (citosina (C), timina (T) e uracila (U)). compõe de membrana plasmática, citoplasma e núcleo. A membrana
plasmática, que existe em todas as células conhecidas, envolve o conteúdo
A timina é uma base exclusiva do DNA e a uracila do RNA. celular e o separa do meio exterior. Trata-se de uma película muito fina, de
Nos ácidos nucléicos há duas pentoses: a ribose e a desoxirribose. A contorno irregular, que, além de servir de envoltório, tem a função de
ribose é encontrada no RNA e a desoxirribose no DNA. selecionar as substâncias que entram ou saem das células, e de providen-
ciar a regeneração celular. Graças às proteínas, a membrana possui
O DNA é uma molécula portadora da informação genética. O RNA é
elasticidade, resistência mecânica e baixa tensão superficial; e devido aos
sintetizado no núcleo através da molécula do DNA e participa da síntese de
lipídios, tem alta resistência elétrica e permeabilidade às substâncias
proteínas.
lipossolúveis. Nos vegetais, além da membrana, existe outro envoltório
Organização básica de células procarióticas e eucarióticas mais externo, a parede celular, cujo componente mais abundante é a
celulose. Nas células vegetais jovens, a parede é relativamente delgada e
Células procarióticas chama-se primária; nas adultas, a deposição de celulose e outras substân-
Não possuem envoltório nuclear (carioteca) cias determina o aparecimento da chamada parede secundária.
São pobres em membranas, pequenas e simples A região compreendida entre a membrana e o núcleo é o citoplasma.
Possuem membrana celular circundada por uma parede celular rígida O hialoplasma é um líquido gelatinoso constituído principalmente de água e
Mitose
Tipo de ARN. Uma célula pode conter três tipos básicos de ARN: o
ARN mensageiro ou ARNm, produzido diretamente do ADN, do qual se
destaca para migrar para o citoplasma e associar-se aos ribossomos. Esse
mecanismo de formação denomina-se transcrição. O ARN transportador,
ou ARNt, formado por uma cadeia pequena de nucleotídeos, produzida no
núcleo a partir do ADN, migra para o citoplasma, com função de capturar
aminoácidos e transportá-los para o ARN mensageiro, que se encontra
associado aos ribossomos. O ARNt é dotado de uma região específica
para cada aminoácido e de outra codificada, que determina seu lugar
apropriado na molécula de ARNm. Existe, portanto, um ARNt para cada
aminoácido. O ARN ribossômico, ou ARNr, origina-se do ADN em regiões
especiais do cromossomo relacionadas com o nucléolo. Ao migrar para o
citoplasma, o ARNr associa-se a proteínas, e forma os ribossomos. O
mecanismo de produção de determinada proteína a partir do ARN chama-
se tradução, e ocorre nos ribossomos.
Divisão celular. Existem dois tipos básicos de divisão: a mitose, pro-
cesso pelo qual as células-filhas conterão o mesmo número de cromosso-
mos da célula-mãe; e a meiose, divisão em que as células-filhas conterão a
metade do número de cromossomos da célula-mãe. A mitose divide-se em
quatro etapas: prófase, quando ocorrem alterações na morfologia da célula
e os cromossomos, já duplicados, entram em espiralização. Cada cromos-
somo duplicado é constituído por duas cromátides, chamadas cromátides-
irmãs. Vem em seguida a metáfase, quando a espiralização chega ao
máximo e ocorre a duplicação dos centrômeros. As cromátides-irmãs se
separam e passam a constituir cromossomos-filhos. Na fase seguinte, a
anáfise, cada cromossomo-filho migra para um dos pólos das células. A
última fase é a telófase, quando os cromossomos se despiralizam e a
carioteca se organiza em torno de cada conjunto cromossômico. No final Etapas da mitose: I ao III prófase, IV metáfase, V e VI anáfase,
dessa fase, completa-se a divisão do núcleo, ou cariocinese, com a conse- VII e VIII telófase.
quente formação de dois novos núcleos. Inicia-se então a citocinese, que é
Mitose (do grego mitos, fio, filamento) é o processo pelo qual as
a separação do citoplasma em duas regiões, com formação de duas novas
células eucarióticas dividem seus cromossomos entre duas células
células-filhas.
menores do corpo. Este processo dura, em geral, 50 a 80 minutos e é
Na meiose, há apenas uma duplicação cromossômica para cada duas dividido em cinco fases[: Prófase,prometáfase, metafase, anafase e
divisões nucleares. Produzem-se assim quatro células-filhas, com a meta- telófase. É uma das fases do processo de divisão celular ou fase mitótica
de do número de cromossomos presentes na célula-mãe. Essa redução é do ciclo celular.
de importância fundamental para a manutenção do número constante de Definição
cromossomos da espécie. Na fecundação, células haplóides (gametas)
fundem-se e originam outras diplóides, e estas, por meiose, formam outras Um dos pressupostos fundamentais e principais da biologia celular é o
haplóides. Graças a esse ciclo, em que a fecundação é compensada pela de que todas as células se originam a partir de células pré-existentes, à
meiose, mantém-se o número de cromossomos da espécie. Do contrário, excepção do ovo ouzigoto que, nos seres vivos com reprodução sexuada,
cada vez que ocorresse nova fecundação, duplicaria o número de cromos- resulta da união de duas células reprodutivas (gâmetas), cada qual com
somos a cada geração, o que terminaria por levar a espécie a um impasse metade da informação genética de seus ascendentes.
biológico. Embora seja um processo contínuo, a meiose ocorre em duas
divisões nucleares sucessivas -- denominadas meiose I e meiose II. A mitose é um processo de divisão celular já que a partir de uma célula
formada , originam-se duas células com a mesma composição genética
Bioquímica celular. Os componentes químicos das células podem ser (mesmo número e tipo de cromossomos), mantendo assim inalterada a
orgânicos e inorgânicos. Os componentes orgânicos são carboidratos, composição e teor de DNA característico da espécie (exceto se ocorrer
lipídios, proteínas, enzimas, ácidos nucléicos e vitaminas. A água é de uma mutação, fenômeno menos comum e acidental). Este processo de
fundamental importância para os seres vivos, porque atua como dispersan- divisão celular é comum a todos os seres vivos, dos animais e plantas
Na Telófase os cromossomos se descondensam,os cromossomos Fundamental no mundo biológico é a que separa os seres procariontes
filhos estão presentes nos dois pólos da célula e uma nova carioteca dos eucariontes, divisão esta, baseada na estrutura celular dos organis-
organiza-se ao redor de cada conjunto cromossômico. Com a mos. No entanto, apesar das diferenças bem conhecidas entre estes dois
descondensação, os cromossomos retornam à atividade, voltando a grupos, têm sido estabelecidas importantes relações entre eles.
produzir RNA, e os nucléolos reaparecem. Os procariontes constituem, mesmo na actualidade, mais de metade
Durante a telofase os cromossomos descondensam tornando-se da biomassa da Terra, e colonizaram todos os ambientes. No entanto, a
menos visíveis. O invólucro nuclear reorganiza-se em torno de cada evolução não se satisfez com este sucesso e surgiram níveis mais comple-
conjunto de cromossomos e reaparecem os nucléolos. O fuso acromático xos de organização.
desaparece e dá-se por concluída a citocinese. A origem da Vida parece ter ocorrido há cerca de 3400 M.a., quando o
Citocinese nosso planeta já teria 1000 ou 1500 M.a. de idade. A célula conserva em
si, a nível da sequência de aminoácidos, proteínas ou bases nucleotídicas,
Divisão do citoplasma que leva à individualização das células-filhas. diversas marcas do seu passado, pois cada gene de uma célula actual é
uma cópia de um gene muito antigo, ainda que com alterações.
Nas células animais (sem parede celular) forma-se na zona equatorial
um anel contráctil de filamentos proteicos que se contraem puxando a Este é o motivo porque se considera a existência de um ancestral co-
membrana para dentro levando de início ao aparecimento de um sulco de mum entre organismos que apresentem grande número de nucleótidos ou
clivagem que vai estrangulando o citoplasma, até se separem as duas proteínas comuns.
células-filhas.
Até há pouco tempo considerava-se que as células eucarióticas teriam
Nas células vegetais (com parede celular) como a parede celular não derivado de procariontes unicelulares, por um processo desconhecido de
permite divisão por estrangulamento, um conjunto de vesículas derivadas complexificação, designado por hipótese autogénica. Esta teoria considera
do complexo de Golgivão alinhar-se na região equatorial e fundem-se que a célula eucariótica teria surgido através de especialização de mem-
formando a membrana plasmática, o que leva à formação da lamela branas internas, derivadas de invaginações da membrana plasmática.
mediana entre as células-filhas. Posteriormente ocorre a formação das
paredes celulares de cada nova célula que cresce da parte central para a É sabido que a associação entre duas células é comum e pode trazer
periferia. (Como a parede das células não vai ser contínua, vai possuir vantagens importantes, tanto em procariontes como em eucariontes. As
poros — plasmodesmos, que permitem a ligação entre os citoplasmas das bactérias formam frequentemente agregados simples, em que as células
duas células). não apresentam ligações citoplasmáticas, mas beneficiam, apesar disso,
da proteção do número. O estudo de situações deste tipo revelou, no
Comparações entre a mitose e a meiose entanto, que um conjunto de procariontes nunca funcionará como uma
estrutura multicelular.
A mitose ocorre em todas as células somáticas do corpo e, por meio
dela, uma célula se divide em duas, geneticamente semelhantes à célula
Estrutura de um quadruplex de DNA formado por repetições teloméri- Como já foi dito, o DNA carrega a informação genética na sequência
cas. A conformação do esqueleto de DNA é diferente da típica estru- de suas bases, logo a utilização ou duplicação da informação depende do
tura helicoidal pareamento de novas bases. Por exemplo, na transcrição, quando a célula
usa a informação nos genes, a sequência de DNA é copiada em uma
Nas extremidades do cromossomas lineares estão zonas especializa- sequência complementar de RNA. Normalmente, o RNA produzido nesse
das do DNA chamadas telómeros. A função principal destas regiões é processo codifica proteína (RNAm), mas este pode ser estrutural (ex.:
permitir que a célula replique as extremidades do cromossoma usando a RNAr). A tradução ocorre no caso do RNAm, que também depende da
enzima telomerase, porque enzimas que permitem replicar DNA normal- interação dos nucleotídeos de RNA, essa interação ocorre no ribossomo e
mente não conseguem copiar as extremidades 3' dos cromossomas. Estas entre o RNAm e RNAt para formar a sequência linear de uma proteína
tampas de cromossoma especializadas também ajudam a proteger as (para mais informações veja: Trancrição e Tradução)
extremidades do DNA, e evitam que o sistema de reparo de DNA da célula
as trate como danos que precisem de ser corrigidos. Em células humanas, ESTRUTURA DO GENOMA
os telómeros tem normalmente vários milhares de repetições de uma O DNA genômico está localizado no núcleo celular dos eucariotos,
sequência simples (TTAGGG). mas uma pequena quantia esta presente nas mitocôndrias e cloroplastos.
Estas sequências ricas em guanina podem estabilizar as extremidades Em procarioto, o DNA está mantido dentro de um corpo irregular no cito-
dos cromossomas formando estruturas de unidades de quatro bases plasma chamado de nucleoide. A informação genética em um genoma é
Isto resulta em uma amostra de ADN concentrada que contém [f(a)= q] Frequência relativa de "a" (a probabilidade de que um alelo
milhares de cópias de cada gene. Para projetos de grande porte, tais como sorteado ao acaso na população seja "a")
o sequenciamento do genoma humano, todo esse trabalho é feito por [p + q = 1] As frequências de "A" e "a" somam 100%
robôs.
onde, "a" é o alelo recessivo e "A", o alelo dominante. As frequências
Isolamento do ARNm relativas de cada alelo também representam as respectivas frequências de
ADN expresso que codifica para a síntese de uma proteína é o gametas disponíveis para formar os indivíduos da próxima geração nesta
objectivo final para cientistas e este ADN expresso é obtido através do população.
isolamento de ARNm (o ARN mensageiro). Primeiro, os laboratórios Para o par de alelos "A" e "a" temos três situações em relação à
utilizam uma modificação celular normal de ARNm que acrescenta-se a formação de zigotos após uma rodada de acasalamentos aleatórios:
200 nucleótidos de adenina para o fim da molécula (cauda poli (A)). Uma
vez que este tenha sido adicionado, a célula é rompida e o conteúdo da [f(AA)=f(A).f(A)=p.p=p² (par de alelos dominantes)] Frequência de
célula é exposto a grânulos sintéticos que são revestidos com nucleótidos genótipos AA
da cadeia timina. Devido a Adenina e Timina parearem juntas no ADN, a
[f(Aa)=[f(A).f(a)]+ [f(a).f(A)]= 2.p.q (par de alelos distintos formando
cauda poli (A) e os grânulos sintéticos são atraídos um para o outro, e uma
heterozigotos)] Frequência de genótipos Aa
vez que eles se liguem a este processo, os componentes celulares podem
ser lavados sem remover o ARNm. Uma vez que o ARNm foi isolado, a [f(aa)=f(a).f(a)=q.q=q² (par de alelos recessivos)] Frequência de
transcriptase reversa é empregue para convertê-lo para ADN de cadeia genótipos aa
simples, a partir do qual um ADN de cadeia dupla estável é produzido
usando DNA polimerase. O DNA complementar (cDNA) é muito mais [p²+2pq+q²=1] As frequências dos três genótipos possíveis somam
estável do que o ARNm e, assim, uma vez que o ADN de cadeia dupla 100%
tenha sido produzido ele representa as sequências expressas de ADN que Genômica
os cientistas procuram.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Aplicações
Genômica é um ramo da bioquímica que estuda o genoma completo
Uma de suas aplicações consiste no estudo da mutação e variação de de um organismo.[1] Essa ciência pode se dedicar a determinar a
cepas de bactérias. sequência completa do DNA de organismos ou apenas o mapeamento de
O Projeto Genoma Humano uma escala genética menor.
3. Armazenar todas as informações encontradas em bancos de A ideia de clonagem surgiu em 1938 quando Hans Spermann, embrio-
dados, logista alemão (Nobel de Medicina, 1935) propôs um experimento que
consistia em transferir o núcleo de uma célula em estágio tardio de desen-
4. Melhorar as ferramentas utilizadas para análise de dados, volvimento para um óvulo. Em 1952, Robert Briggs e Thomas King, da
Os despejos sanitários expostos à ação prolongada das bactérias e in- Dados históricos. A bacteriologia se iniciou por volta de 1880, com os
suflados de ar durante algumas horas recuperam-se e podem voltar ao trabalhos básicos de Robert Koch e Louis Pasteur. A noção de que as
curso dos rios sem prejuízo para sua fauna. A vasa que se forma nas bactérias eram a causa de doenças já fora mencionada anteriormente, em
estações de tratamento como sedimento é rica em substância orgânica. trabalhos que procuravam esclarecer a origem do contágio. O médico
Tanto pode ser utilizada como fertilizante, como aproveitada para produzir italiano Girolamo Fracastoro foi o primeiro a postular, em meados do
gás, em geral, é utilizado para fornecer a eletricidade necessária ao funcio- século XVI, a ideia de que o contágio se devia a agentes vivos, admitindo
namento dessas estações. que pudesse ser direto, indireto ou a distância.
A água contaminada com componentes do ácido fênico, rejeitada pe- Daí até o desenvolvimento formal da teoria microbiana por Pasteur, em
las refinarias de petróleo, é purificada por certo tipo de bactérias; e até as 1878, vários cientistas realizaram experiências visando confirmar as hipó-
águas com escórias de certas indústrias, como cianetos, que provocariam teses sugeridas por Fracastoro. Paralelamente ao trabalho realizado por
a total destruição dos peixes e demais animais dos cursos de água, são Pasteur, estudos de Koch, com a adoção de procedimentos normalizados
hoje neutralizadas pela ação de bactérias especializadas em transformar de pesquisa, foram responsáveis pelo surpreendente progresso da bacteri-
esse veneno em substâncias inócuas. ologia nos vinte anos seguintes.
As bactérias formam mais da metade do volume do conteúdo intesti- A invenção do ultramicroscópio, em 1903, pelo físico alemão Heinrich
nal. Existe aí um equilíbrio natural, entre as espécies nocivas e as benéfi- Wilhelm Siedentopf e pelo químico austríaco Richard Zsigmond, facilitou
cas, que se traduz em saúde para o organismo. Um dos efeitos secundá- consideravelmente as pesquisas. Surgiram, em 1919, a fotomicrografia e,
rios dos antibióticos empregados para combater as bactérias patogênicas em 1943, o microscópio eletrônico, que permitiu observar detalhadamente
(aquelas causadoras de enfermidades) é que eles matam também as a célula microbiana. A descoberta do bacteriófago, em 1915, pelo cana-
espécies úteis, podendo acarretar distúrbios em consequência do rompi- dense Félix Hubert d'Hérelle, marcou o início do capítulo extremamente
mento desse equilíbrio. importante em bacteriologia, relacionado a fenômenos de variação bacteri-
ana, natureza dos vírus e mecanismo de sua manipulação.
Muitas bactérias do gênero Streptomyces produzem antibióticos, como
a estreptomicina (S. griseus), aureomicina (S. aureofaciens), terramicina Finalmente, o advento da quimioterapia bacteriana, em 1935, veio pa-
(S. rimosus), cloranfenicol (S. venezuelae), eritromicina (S. erythreus), vimentar o caminho para a era dos antibióticos, iniciada em 1940, com os
neomicina (S. fradiae), farmicetina (S. lavendulae) etc. trabalhos dos médicos ingleses Sir Howard Walter Florey e Ernst Boris
Chain, que conduziram à produção em massa da penicilina, descoberta,
Germes e doenças. Os organismos unicelulares que, introduzidos no
em 1928, por Alexander Fleming. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil
corpo humano ou de animais, são capazes de provocar doenças, em
Publicações Ltda.
determinadas condições, tomam o nome genérico de germes ou micróbios.
Alguns germes, chamados não-patogênicos, podem ser encontrados no PROTOZOÁRIOS
organismo.
Antes da invenção do microscópio, ninguém teria imaginado que o mi-
Para demonstrar que uma enfermidade é causada por um determinado núsculo espaço de uma gota d'água procedente de um charco pudesse ser
germe, devem ser satisfeitas quatro condições, conhecidas como "postula- o habitat de centenas de pequenos seres unicelulares capazes de vida
dos de Koch": (1) o germe deve ser encontrado no organismo do hospedei- independente. Esses seres são os protozoários.
ro, homem ou animal; (2) o micróbio deve ser extraído ou isolado do orga-
nismo e cultivado fora dele em meios artificiais de cultura; (3) o germe, Protozoários são pequenos seres vivos, em geral microscópicos, uni-
cultivado em laboratório, deve causar a mesma doença quando inoculado celulares e eucariotas, do reino dos protistas. Alguns cientistas questionam
em animal sadio; (4) deve-se encontrar o mesmo germe no animal inocula- a inclusão dos protozoários num só grupo, mas atualmente é em geral
do experimentalmente. aceita sua classificação como subfilo dos protistas. As relações taxionômi-
cas dos protozoários entre si e com outros protistas se alteram em função
À medida que os cientistas iam estudando os micróbios, foram desco- de pesquisas genéticas e bioquímicas que motivam a revisão de antigas
brindo que esses organismos podiam apresentar características que os classificações baseadas em características morfológicas e fisiológicas.
assemelhavam aos animais, sendo, nesse caso, denominados protozoá-
rios; ou aos vegetais, englobando, nesse grupo, as bactérias e as riquét- Características gerais. Os protozoários vivem na água ou em qual-
sias, fungos microscópicos; há ainda o grupo dos vírus filtráveis. quer ambiente que conserve um alto grau de umidade e também como
5. Fruto
O fruto constitui o órgão do vegetal que se origina do aumento do ová-
rio após a fecundação.
Partes de um Fruto
Um fruto completo é formado de duas partes: pericarpo e semente. O
Tipos de Raiz pericarpo é constituído por três camadas: epicarpo (parte mais externa,
Há vários tipos de raiz: axial, fascieulada, tuberosa, respiratória, aérea, corresponde à casca); mesocarpo (parte intermediária, carnosa que con-
sugadora, e aquática. tém substâncias nutritivas); endocarpo (parte mais interna que reveste a
2. Caule semente).
O caule é a estrutura da planta que liga a raiz às folhas. Ele sustenta a
copa, transporta seiva e armazena substâncias de reserva.
Partes do Caule
Encontram-se no caule três partes: os nós, os entrenós e gema. Nos
nós situam-se as gemas, quando elas se desenvolvem originam ramos e
novas folhas.. O espaço que separa um nó de outro é denominado entrenó. Tipos de Frutos
Tipos de Caules Há basicamente dois tipos de frutos: os carnosos e os secos
Os caules são classificados em aéreos, subterrâneos e aquáticos. Carnosos - São aqueles que apresentam o pericarpo desenvolvido e
Caules Aéreos - aqueles que se desenvolvem acima do solo. Exemplo: geralmente suculento. Quando um fruto carnoso apresenta uma única
tronco (laranjeira), estipe (palmeira), colmo (bambu), haste (couve). semente chama-se drupa (manga, abacate), quando têm várias sementes
Caules Subterrâneos - são aqueles que reservam substâncias nutriti- é chamada baga (laranja, melão)
vas. Há três tipos básicos de caule subterrâneo: rizoma (bananeira), tubér- Secos - são aqueles que têm o pericarpo desenvolvido e duro. Exem-
culo (batata inglesa), bulbo (cebola). plos: arroz, avelã, milho.
3. Folha Os frutos que não se originam a partir do ovário da flor, são denomina-
As folhas são estruturas que estão associadas com a fotossíntese, dos pseudofrutos.
respiração, transpiração e gutação. Elas têm geralmente a cor verde, por Exemplos: o caju, o morango, o abacaxi.
serem ricas em clorofila e possuem a forma laminar.
6. Semente
Partes de uma Folha
A semente é uma estrutura que se forma a partir do desenvolvimento
Uma folha pode apresentar as seguintes partes: limbo, pecíolo, bainha
do óvulo após a fecundação. Ela representa o órgão responsável pela
e estípulas.
perpetuação da espécie.
Partes da Semente
Uma semente apresenta duas partes: tegumento e amêndoa.
Tegumento ou casca - camada externa que reveste e protege o restan-
te da semente.
Amêndoa - nessa parte encontra-se o embrião, que dará origem a uma
nova planta, e o endosperma, que serve para alimentar o embrião durante
4. Flor o seu desenvolvimento.
Angiospermas A ordem das urticales é composta tanto por árvores, como a amoreira,
a figueira e o olmo, quanto por espécies de crescimento herbáceo, entre as
A maior parte das espécies de plantas superiores enquadra-se na divi- quais a urtiga e o lúpulo.
são das angiospermas, que engloba uma imensa diversidade de formas
vegetais, desde árvores de grande porte, como os baobás e eucaliptos, até A ordem das magnoliales reúne espécies arbóreas ou arbustivas que
as ervas mais comuns nos campos e no solo das matas. Algumas espé- constituem a base morfológica a partir da qual se desenvolveram as de-
cies, como as orquídeas, ostentam flores soberbas, enquanto outras, como mais angiospermas. Acham-se entre elas a magnólia, a canela e o boldo.
os cereais, as hortaliças, os tubérculos e as árvores frutíferas, são básicas Na ordem das ranunculales destacam-se algumas espécies herbáceas
para a alimentação humana. conhecidas pelos princípios tóxicos que contêm, como o ranúnculo, o
Características gerais. As angiospermas constituem uma das duas acônito e o heléboro, e espécies floríferas de pequeno porte como a anê-
grandes divisões em que se repartem as plantas superiores (com flores e mona e o delfínio ou esporinhas.
sementes) e se denominam fanerógamas; a outra divisão é a das gimnos- São também herbáceas muitas das integrantes da ordem das papave-
permas, cujas sementes estão contidas numa escama e não em ovário. rales, como as papoulas silvestres, fornecedoras de matéria-prima para a
Essas árvores, como os abetos e ciprestes, são pouco comuns no Brasil. extração do ópio e seus derivados. Na mesma ordem há árvores como o
A principal característica das angiospermas é a presença de uma série pau-d'alho, arbustos que fornecem condimentos, como a alcaparra, e
de peças, não raro muito vistosas, que compõem a corola e o cálice (o espécies ornamentais odoríferas, como o resedá.
chamado perianto) e circundam os órgãos reprodutores propriamente ditos. Na ordem das cariofilales agrupam-se muitas espécies herbáceas que
Além disso, os óvulos ou células femininas não se encontram a descober- também têm interesse do ponto de vista ornamental, como o cravo, ou
to, tal como ocorre nas coníferas e demais gimnospermas, mas acham-se alimentício, como a acelga, o espinafre e a beterraba.
protegidos pelos chamados carpelos, folhas modificadas que se fecham
sobre si mesmas para guardar as células incumbidas da reprodução. As Importantes para a alimentação humana são ainda certas espécies da
angiospermas compreendem grande diversidade de árvores, arbustos e ordem das capparales, como a couve, o rabanete, o nabo e a mostarda.
espécies herbáceas, rasteiras e aquáticas. Distribuem-se por todo o mundo As cactales congregam a importante família dos cactos, plantas adap-
e ocupam os habitats mais distintos, do Ártico aos trópicos, passando por tadas aos climas desérticos e que acumulam água em seus tecidos. Já na
matas, desertos, estepes, montanhas, ilhas, águas continentais e oceâni- ordem das cucurbitales estão contidas importantes espécies hortícolas,
cas. Sua importância econômica é fundamental, já que as angiospermas como a abóbora, o melão, a melancia e o pepino.
incluem a maioria das espécies arbóreas utilizadas pelo homem, todas as
plantas hortícolas, as ervas produtoras de essências, especiarias e extra- Da ordem das rosales fazem parte as roseiras, o morangueiro e as ár-
tos medicinais, as flores, os cereais e uma grande quantidade de espécies vores frutíferas de ocorrência mais comum nas regiões temperadas, como
das quais são obtidos numerosos produtos de interesse industrial. a macieira, a pereira, a cerejeira, o marmeleiro, o pessegueiro e o damas-
queiro. A ordem das fabales, identificada antes com a das rosales, pelas
A forma e a vistosa aparência das flores variam enormemente de uma afinidades que as ligam, é composta por espécies como o trevo e a alfafa,
espécie a outra. As plantas anemófilas, cuja polinização se efetua pela além de outras destinadas à alimentação humana, como o feijão, a ervilha,
ação do vento, apresentam flores simples, sem perianto (corola e cálice) a fava, o grão-de-bico e o alcaçuz.
vistoso, e sementes providas de asas. As plantas que praticam a poliniza-
Os seres vivos são formados por células. Eles podem ser unicelulares Atualmente os seres vivos estão agrupados em cinco reinos. Essa di-
(formados por uma única célula) ou pluricelulares (formados por várias visão foi proposta pelo biólogo norte-americano Whittaker.
células).
As algas
Elas constituem organismos bastante simples que não apresentam
partes diferenciadas tais como raízes, caules ou folhas. Seu corpo é consti-
tuído por um talo. São encontradas em ambientes aquáticos onde são mais
numerosas e também sobre pedras, troncos de árvores e locais úmidos.
As algas realizam aproximadamente cerca de 90% da fotossíntese que
ocorre em nosso planeta. Sendo portanto, responsáveis por grande parte
do oxigênio eliminado para a atmosfera. Além disso constituem a fonte
mais importante de alimentos para os consumidores do meio aquático.
6 - Reino Fungi
Os poríferos apresentam um esqueleto muito simples, que serve para
Esse reino é constituído pelos fungos. sustentação da massa de células formadas por um emaranhado de espícu-
Os fungos são organismos aclorofilados, heterótrofos, eucariontes, las. Elas são constituídas de calcário ou sílica, ou mesmo espongina, uma
com parede celular, geralmente imóveis. Apresentam como reservas espécie de proteína.
energéticas o glicogênio. São, em alguns, casos patogênicos.
Os equinodermos apresentam respiração branquial. Na maioria dos Nessa classe se encontram os peixes que têm o esqueleto constituído
equinodermos a boca situa-se na face ventral do corpo, e o ânus, na face por cartilagens. Seus principais representantes são os tubarões e as raias.
dorsal. A boca de alguns equinodermos apresenta um aparelho mastiga- Os peixes cartilaginosos apresentam no interior do intestino a válvula
dor, que possui cinco estruturas que funcionam como dentes, chamada espiral, que constitui uma estrutura espiralizada, cuja função é aumentar a
lanterna-de-aristóteles. Eles apresentam um conjunto de pequenos vasos superfície de absorção dos alimentos. A boca nesses peixes tem posição
por onde circula a água, chamado aparelho ambulacrário. Ele participa da ventral.
respiração, da excreção e da circulação destes animais. O aparelho ambu- 2 - Anfíbios
lacrário é exclusivo dos equinodermos. Os equinodermos realizam repro-
dução sexuada e têm fecundação externa. Os equinodermos têm capaci- Os anfíbios são vertebrados que passam uma fase de sua vida na
dade de recompor partes perdidas do corpo. Essa característica é chama- água e outra fase na terra. Os representantes mais conhecidos são o sapo,
da regeneração. a rã, a perereca, a salamandra e a cobra-cega.
REINO ANIMALIA - VERTEBRADOS Esses animais apresentam a pele lisa e com muitas glândulas muco-
sas que a deixam sempre úmida facilitando a respiração cutânea.
Introdução
Os anfíbios têm aparelho digestivo completo e o intestino terminando
Os vertebrados são denominados cordados porque apresentam duran- numa cloaca. Eles são animais carnívoros. A respiração é feita por brân-
te o seu desenvolvimento embrionário, um cordão fibroso chamado noto- quias na fase larvária e na fase adulta ela é feita pelos pulmões e pela
corda. Essa estrutura é substituída pela coluna vertebral. Por isso esses pele.
animais são também chamados vertebrados.
Os anfíbios são animais cuja temperatura corpórea varia de acordo
Os vertebrados são divididos em cinco classes: peixes, anfíbios, rép- com o ambiente (pecilotérmicos). O coração dos anfíbios é formado por
teis, aves e mamíferos. três cavidades: 2 átrios e 1 ventrículo. Nele ocorre a mistura de sangue
1 - Peixes venoso com arterial. A reprodução desses animais é sexuada e com fe-
cundação externa.
Os peixes foram os primeiros vertebrados a surgir na Terra. Eles vivem
em ambientes aquáticos, de água doce ou salgada. A maioria dos peixes Os anfíbios são ovíparos (se reproduzem através de ovos) Esses ani-
apresentam a pele coberta por escamas. Na pele há glândulas que secre- mais passam por metamorfose. A larva dos anfíbios é denominadas girino.
tam uma substância viscosa denominada muco. Ela é importante para os
peixes porque diminui o atrito com a água impedindo o desgastes das suas
células, como também a protege contra a entrada de micróbios. A locomo-
ção desses animais é feita através de nadadeiras.
Os peixes são animais pecilotérmicos, ou seja, sua temperatura varia
de acordo com as variações da temperatura da água. Eles possuem res-
piração branquial. Os peixes possuem uma fileira de poros situados de
cada lado do corpo que formam a chamada linha lateral, cuja função é
perceber as vibrações da água e suas mudanças de pressão. O aparelho Classificação dos Anfíbios
digestivo dos peixes é completo (boca, faringe, esôfago, estômago e
intestino). Nos peixes cartilaginosos o intestino termina numa cloaca, Eles são divididos em três classes: ápodes, anuros e urodelos.
orifício que serve ao aparelho digestivo, excretor e reprodutor. Nos peixes
Ápodes
ósseos o intestino termina no ânus. A circulação sanguínea é constituída
por coração e vasos sangUíneos. Pelo coração só circula sangue rico em Não têm patas, têm corpo vermiforme e vivem enterrados no solo.
gás carbônico (sangue venoso).Os peixes têm reprodução sexuada na Como exemplo temos a cobra-cega.
Dos pulmões, o sangue vai, através das veias pulmonares para a Sistema esquelético
aurícula esquerda, passando depois para o ventrículo esquerdo. Certos animais sem ossos possuem esqueleto externo: o
Depois, através da artéria aorta, se espalha por todas as células do exoesqueleto. Ex.: siri, carangueijo, barata, etc.
corpo. Aí o oxigênio é liberado e o sangue torna a absorver o gás carbôni- Os animais vertebrados possuem esqueletos ósseos.
co, tornando-se novamente venoso. E através das veias cavas, vai nova-
mente para a aurícula direita O esqueleto sustenta os órgãos do nosso corpo. No homem está
dividido em 3 panes: cabeça, tronco e membros.
LOCOMOÇÃO
Os ossos estão unidos entre si por meio de articulações. Entre as arti-
Sistema muscular: os músculos formam o sistema muscular, eles culações existe o líquido sinovial, que serve de lubrificante, evitando assim
produzem movimentos, sendo importantes na constituição do nosso corpo. o desgaste dos ossos durante os movimentos.
Tipos de músculos: Os ossos são formados pelos seguintes elementos: osseína
- quanto ao tamanho: músculos grandes; músculos pequenos (substância orgânica); sais e cálcio e células chamadas osteócitos.
- quanto á função: voluntários - são aqueles que obedecem a Há ossos longos, curtos e chatos.
nossa vontade. Ex.: músculo das pernas, dos braços. São formados por Os ossos longos apresentam em seu interior o canal ósseo, o qual
fibras musculares que apresentam estrias transversais. Por isso, recebem contém um tecido conjuntivo - medula amarela. Ex.: fêmur.
também o nome de músculos estriados.
Os ossos curtos apresentam as 3 dimensões quase iguais. Ex.: o
Involuntários - são os que não estão dependendo da nossa vontade. calcâneo.
Existem nos órgãos como o estômago, pulmões, intestinos. Recebem
também o nome de músculos lisos, pois são formados por células curtas e Os ossos curtos são mais longos e compridos do que espessos. Ex.: o
lisas. omoplata.
A cabeça possui 22 ossos, sendo 8 do crânio e 14 da fase.
O tronco é formado pela coluna vertebral e pela caixa toráxica. A
coluna vertebral apresenta 33 vértebras, distribuídas em 5 regiões:
cervical, dorsal, lombar, sacra e coccigiana.
A caixa toráxica é formada pelo osso externo e por 12 pares de
costelas agrupadas em 3 tipos: verdadeiro, falsa e flutuante.
Os membros superiores dividem-se em 4 partes:
- ombro - clavícula e omoplata
- braço – úmero
- antebraço - rádio e cúbito
- mão - carpo, metacarpo e falanges
Os membros inferiores dividem-se em 4 partes:
- quadris - ilíaco e sacro
- coxa – fêmur
- perna - tíbia, perônio e rótula
- pé - tarso, metatarso e falanges
É importante salientar que na locomoção humana os ossos participam
de maneira passiva e os músculos de forma ativa.
REGULAÇÃO INTERNA E COMPORTAMENTO
Comportamento - é a soma total das atividades de um organismo.
Comportamento das plantas: existem plantas que são bastante
Exceções: Coração - musculatura estrada, mas não obedece a nossa sensíveis á variação de luz e á gravidade. As suas diferentes reações são
vontade. chamadas de tropismo.
Ao movermos a cabeça, pequenos grãos calcários e um liquido, mo- SISTEMA NERVOSO CENTRAL
vem-se no interior do vestíbulo e dos canais semicirculares, sensibilizando O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula.
células que lá se encontram. Pelo nervo acústico, as sensações são con-
duzidas ao cerebelo. ENCÉFALO é a pane do sistema nervoso central, localizando na caixa
craniana. Em sua constituição distinguimos várias panes. Dentre elas
Você saberia dizer por que sentimos sensações de tontura, quando constatamos: cérebro, diencéfalo, cerebelo e bulbo.
giramos rapidamente, realizando um movimento de rotação?
1. Cérebro ou Hemisférios Cerebrais: o cérebro ocupa a porção supe-
SISTEMA NERVOSO rior da caixa craniana. Encobre, devido ao seu tamanho, todas as demais
Este sistema superintenda e governa o funcionamento dos demais partes do encéfalo, que lhe são inferiores. Os hemisférios cerebrais, em
aparelhos do organismo, garantindo um trabalho harmônico quer na vida número de dois, estão separados, um do outro, por uma fenda ou sulco
de relação de indivíduo, quer na vida vegetativa. Em sua constituição anteroposterior, denominada fissura longitudinal do cérebro.
encontramos uma série de formações, das quais são mais importantes o A face superior dos hemisférios cerebrais de forma ovoidal apresenta
encéfalo e a medula. grande número de reentrâncias (também chamadas sucos), mais ou me-
PRINCIPAIS PARTES DO SISTEMA NERVOSO nos pronunciadas. E entre estes sulcos notamos saliência do tecido nervo-
so; estas saliências recebem o nome de circunvoluções cerebrais. Ao
O quadro seguinte, que deverá ser memorizando antes do fundo da fissura longitudinal do cérebro, encontramos uma espécie de
prosseguimento da leitura desse apontamentos, nos dá uma ideia sumária ponte de substância branca que a atravessa de um lado a outro e recebe o
das principais partes do sistema nervoso. nome de corpo caloso. Os hemisférios cerebrais apresentam sulcos, que
os dividem em quadro lobos que são os seguintes: frontal, pariental, tem-
I – SISTEMA NERVOSO CENTRAL
poral e occipital.
- ENCÉFALO
- cérebro No interior do cérebro encontramos cavidades que se denominam:
- cerebelo ventrículos laterais do cérebro e que estão cheios de um liquido chamado
- diencéfalo liquido céfalo-raquidiano.
- mesencéfalo
- ponte l. Diencéfalo: esta porção do encéfalo está situada imediatamente
- bulbo abaixo dos hemisférios cerebrais, aparenta ocupar uma posição central,
estando meio oculto. E uma das partes de grande importância do sistema
MEDULA nervoso central. Para aquilatarmos sua importância é suficiente lembrar-
II – SISTEMA NERVOSOPERIFÉRICO mos que está relacionado com:
- Nervos raquidianos ou espinhais (31 pares) - as funções sensitivas
- Nervos cranianos (12 pares)
- os impulsos visuais e auditivos
III – SISTEMA NERVOSO AUTÕNOMO
- a termo-regulação, isto é, o mecanismo regulador da
- Simpático temperatura
- Parassimpático - o medo e a fúria, ao que parece
O encéfalo (vulgarmente chamado de miolo) é a parte do sistema ner- Encontramos no diencéfalo uma cavidade cheia de liquido céfalo-
voso central localizada na caixa craniana. É ele a parte mais importante raquidiano, denominada lll ventrículo. Este comunica-se com os ventrículos
dos sistemas, porque é justamente quem manda ordens para todo o orga- laterais (cavidades dos hemisférios cerebrais) e com o lV ventrículo (cavi-
nismo. É o encéfalo também que recebe e nos torna conhecidas todas as dade situada dorsalmente ao bulbo).
sensações, tais como: dor, sabor, odor, etc.
2. Bulbo ou Medula Alongada: representa o bulbo, a transição entre o
A medula é a parte do sistema nervoso central, localizada no canal encéfalo e a medula. De forma aproximadamente cônica, caracteriza bem
vertebral, estando constituída em sua maior parte por fibras que deixam o esta transição, que se vai fazendo gradativamente, quase imperceptível. Ai
encéfalo e agrupam-se dando-lhe consistência. se originam vários nervos cranianos.
Ao conjunto da medula e encéfalo convencionou-se chamar de siste- No bulbo estão localizadas também centros reguladores de diversas
ma nervoso central, uma vez que ambos representam exatamente o cen- funções orgânicas. Por exemplo, aí, temos o centro respiratório, que regula
tro, de onde se irradia uma série de ramificações (nervos), que constituem os processos respiratórios; o centro do vómito, da defecção, da tosse, etc.
o sistema nervoso periférico. o que já nos permite aferir a grande importância do bulbo.
Nervos cranianos: são assim chamados os nervos que nascem do en- Em nosso organismo existem três tipos de glândulas:
céfalo. Originam-se dos núcleos dos nervos cranianos. Estes nada mais - Exócrinas - são aquelas que derramam seus produtos na superfície
são que aglomerados de neurônios existentes no encéfalo. Cada naurônio do corpo ou da cavidade de algum órgão;
origina uma fibra nervosa (axônio). A reunião de muitas dessas fibras - Endócrinas - são as que fabricam hormônios.
nervosas proveniente de um mesmo núcleo, constitui um nervo craniano. - Mistas - são exócrinas e endócrinas ao mesmo tempo.
Existem 12 pares de nervos cranianos. GLÂNDULAS EXÓCRINAS:
- Glândulas salivares - fabricam a saliva lançada na cavidade bucal.
Nervos espinhais: são nervos originários da medula. Na medula nota- As glândulas salivares são denominadas de sublingual: Parótida e
mos que tanto posterior como anteriormente, existem filetes dispostos em Submaxilar.
quatro fileiras ao comprimento, sendo duas anteriores e duas posteriores,
uma de cada lado da medula. Estes filetes depois de se terem distanciado - Glândulas lacrimais - fabricam as lágrimas, líquido lançado na
um pouco da medula, reúnem-se e formam o que se chama de raízes cavidade ocular, banhando a superfície do olho, lubrificando-o e limpando-
o
nervosas, e que são, pelo visto, anteriores e posteriores.
- Glândulas sebáceas - fabricam uma gordura lançada sobre a
As duas raízes anteriores de cada segmento da medula são motoras superfície da pele, evitando assim seu ressecamento.
(eferentes), isto é, levam ordens da medula para a periferia. As duas - Glândulas sudoríparas - produzem o suor, eliminando através da
posteriores são sensitivas (aferentes), quer dizer que trazem da periferia pele.
para a medula, as sensações percebidas.
O suor é um produto de excreção. Através dele, o organismo elimina o
Um pouco mais distanciadas ainda da medula as raízes anteriores e excesso de água; ureia e cloreto de sódio.
posteriores se unirão para constituir os nervos espinhais. Desta forma as - Glândulas das paredes do estômago - fabricam o suco gástrico.
4. Cada espermátide transforma-se gradualmente em um espermatóide No início da vida fetal, as ovogônias proliferam por divisão mitótica e
através de um processo denominado espermiogênese. ainda antes do nascimento, todas crescem formando os ovócitos primários
e iniciam a primeira divisão meiótica. Esta porém não vai se concluir neste
Espermiogênese período. As células permanecem em prófase suspensa da primeira divisão
meiótica (dictióteno) até o início dos períodos reprodutivos na puberdade.
A espermiogênese é um processo pelo qual a espermátide perde a
maior parte do seu citoplasma e organelas, transformando-se em uma Maturação pós-natal
célula contendo: núcleo (com metade do número de cromossomos), e uma
organela especial denominada acrossomo. O acrossomo consiste em uma Na puberdade, a cada período reprodutivo, vários ovócitos reiniciam a
organela derivada do Aparelho de Golgi e que contém no seu interior divisão meiótica, porém apenas um vai ser eliminado a cada mês na ovula-
enzimas que têm uma função importante para o processo de fertilização. ção.
Um proeminente flagelo surge da região centriolar. As mitocôndrias se O ovócito primário aumenta de tamanho e termina a primeira divisão
arranjam circundando a parte inicial do flagelo denominada peça interme- meiótica pouco antes da ovulação (48 a 72 horas antes), porém a divisão
diária, e têm importante função no fornecimento de energia para a movi- gera duas células de tamanhos desiguais: o ovócito secundário fica com
mentação do flagelo e consequentemente condução do espermatozoide quase todo o citoplasma e a maioria das organelas, a outra célula, bem
através do trato genital feminino. menor, é chamada de corpúsculo polar e logo degenera Durante o proces-
Gônada masculina (testículo) so de ovulação (eliminação do ovócito do ovário), o ovócito inicia a segun-
da divisão meiótica, porém esta é novamente suspensa, desta vez na
O processo da gametogênese masculina ocorre na gônada masculina, metáfase, e só será completada no momento da fecundação com a entrada
denominada testículo. Este é constituído por uma série de túbulos enove- do espermatozoide no interior da célula. Ocorrendo a fecundação, antes da
lados, denominados túbulos seminíferos, entre os quais existe um tecido fusão dos dois pró-núcleos, o masculino e o feminino, o ovócito secundário
intersticial constituído por tecido conjuntivo frouxo. termina a segunda divisão meiótica, novamente eliminando outro corpúscu-
lo polar.
É no interior do túbulos seminíferos que ocorre o processo da esper-
matogênese. Formação do folículo ovariano
Um dos principais componentes do túbulo seminífero é uma célula de- Folículo ovariano é a estrutura no interior do ovário, localizada no cór-
nominada Célula de Sertoli. As células de Sertoli são as responsáveis pela tex da gônada e é constituída pela célula germinativa, o ovócito, envolta
estrutura do túbulo, além de servirem de proteção e fonte de nutrição para pelas células foliculares, que são células derivadas do estroma do ovário.
as células germinativas. Constituem o principal elemento da chamada
barreira Hemato-testicular, pois qualquer substância para chegar até as No momento em que é formado o ovócito primário a partir da ovogô-
células germinativas passam primeiro pelas células de Sertoli. Todo o nia, ele é envolvido por uma camada de células foliculares, que têm forma
material que é eliminado pelas células da linhagem germinativa durante o achatada. O folículo é denominado folículo primordial.
processo da espermatogênese é absorvido e digerido pelas células de Na puberdade, quando o ovócito primário cresce, as células epiteliais
Sertoli. Dessa forma este material não atingirá a circulação sanguínea e tornam-se cubóides e depois colunares, tendo o seu núcleo forma esférica,
não constituirá fonte contínua de antígenos. constituindo assim o folículo primário. Nessa fase, ovócito é envolvido por
http://www.unimes.br/aulas/MEDICINA/Aulas2004/1ano/Biologia_Molecular
_(Genetica_Basica)_Embriologia_e_Evolucao/BM200104.htm
Gametogênese (ou gametogênese) é o processo de diferenciação das
células sexuais ou gâmetas, que intervêm no processo de reprodução
sexuada nos animais e nas plantas.
Espermatogênese é o processo de formação das células sexuais mas-
culinas, os espermatozoides.
Bivitelinos Univitelinos
Orogênese, o de formação das células sexuais femininas, os óvulos. Duas placentas Uma placenta
ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL Gêmeos idênticos ocorrem quando um óvulo fecundado por um es-
permatozoide ao iniciar o seu processo de divisão celular, divide-se em
Fecundação
dois, e cada metade vai dar origem a um indivíduo. Nestes casos, os
A fecundação ocorre quando uma célula espermática (espermatozoi- irmãos têm a mesma bagagem genética e serão um a cópia do outro,
de) de um indivíduo do sexo masculino se une ao óvulo de um indivíduo do inclusive do mesmo sexo.
sexo feminino, formando uma única célula, chamada de zigoto. O esperma-
Os gêmeos idênticos são uma importante fonte de pesquisa para a
tozoide e o óvulo são chamados de gametas ou células sexuais.
avaliação das influências da genética e do ambiente sobre o desenvolvi-
Esgoto é o conjunto geral de canalizações, estações de controle, sis- A rede de esgoto pública, externa, é um sistema de coleta e tratamen-
temas de bombeamento e outros equipamentos destinados ao esgotamen- to em vários pontos da cidade. Possui equipamentos e sistemas de ventila-
to de águas servidas. Saneamento é o conjunto de obras e serviços desti- ção, aeração e desinfecção, para que as águas servidas, ao chegarem ao
nados a assegurar a higiene e a salubridade dos agrupamentos humanos. emissário final, de onde serão levadas para um ponto distante do mar ou
As obras de esgoto e saneamento integram-se num conjunto destinado a outro lugar adequado, estejam desprovidas, ao menos parcialmente, de
recolher, transportar, tratar e eliminar as águas servidas. bactérias, detritos e substâncias tóxicas, que as acompanham desde a
origem.
Apesar das epidemias que sucessivamente assolaram a humanidade
de tempos em tempos e cuja origem liga-se às precárias condições sanitá- Esgotos pluviais. No campo, as águas da chuva escoam pela declivi-
rias dos aglomerados urbanos, na antiguidade e na Idade Média pouca dade natural do terreno. Nas cidades pequenas, o escoamento se faz pelas
Relação na qual uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução Tundra é a vegetação herbácea encontrada nas regiões polares (tun-
de outra espécie, denominada amensal, através da liberação de substân- dra ártica) e em montanhas muito altas (tundra alpina), na qual predomi-
cias tóxicas. É a relação em que um dos seres é prejudicado sem que nam gramíneas, ciperáceas e vários subarbustos, sob os quais uma série
disso resulte benefícios para o outro. de musgos e liquens revestem o solo. O conjunto atinge 15 a 30cm de
altura, em média. Os raros arbustos não ultrapassam um metro de altura. A
Ex.: Os fungos Penicillium notatum eliminam a penicilina, antibiótico variedade de tundra alpina coloniza as altas montanhas da zona tempera-
que impede que as bactérias se reproduzam. As substâncias secretadas da, acima do nível atingido pelas árvores. O clima da tundra é mais rigoro-
por dinoflagelados Gonyaulax, responsáveis pelo fenômeno "maré verme- so nas regiões polares, onde as temperaturas variam de 4o C, no verão, a -
Os agrotóxicos, como o DDT, BHC ou aqueles fabricados com mercú- A chuva ácida
rio (metal também usado no garimpo do ouro), são levados aos rios pelas Outra grave consequência da poluição do ar é a chuva ácida que se
águas das chuvas. Os vegetais aquáticos absorvem esses produtos e não forma na atmosfera pela mistura do vapor de água com substâncias quími-
conseguem dominá-los. cas á base de produtos como o enxofre e os óxidos de nitrogênio. Estas
Os peixes, que se alimentam dos vegetais, são também contaminados, substâncias tóxicas precipitam-se sob a forma de ácido sulfúrico e ácido
e essas substâncias vão se acumulando nos organismos que formam a nítrico, causando distúrbios e a morte principalmente de crianças.
cadeia alimentar.
O vale do Cubatão, no Estado de São Paulo, é um dos grandes produ-
Quando as pessoas se alimentam dos peixes ou usam a água conta- tores desse tipo de poluição, onde se formam nuvens contendo principal-
minada em sua alimentação, a quantidade desses produtos tóxicos aumen- mente enxofre. Essas nuvens, levadas pelos ventos, precipitam-se sobre a
ta em seu organismo e das passam a sofrer as consequências da intoxi- encosta da Serra do Mar espalhando as substâncias tóxicas sobre a vege-
cação. tação e o solo.
O DDT, por exemplo, provoca dificuldades respiratórias, dor de cabe- As substâncias tóxicas deixam as árvores retorcidas, sem folhas, mor-
ça, tontura, enjoo, podendo até mesmo causar o câncer e muitas vezes a tas. O solo descoberto, sem as raízes das árvores para retê-lo, apresenta
morte. enormes sulcos devido á erosão das chuvas que provocam grandes desli-
O mercúrio ataca o sistema nervoso provocando cegueira, surdez, pa- zamentos, colocando em risco não só a própria Serra do Mar como tam-
ralisia e graves doenças nos rins, no ligado e no intestino. Também pode bém a Baixada Santista.
causar o nascimento de crianças com defeitos físicos e mentais, caso os
pais possuam uma taxa elevada desse metal em seu organismo. Medidas de proteção e conservação da natureza
Os detergentes não biodegradáveis, utilizados nas casas e indústrias, A preservação do meio ambiente é a única forma de manter a vida na
provocam grande quantidade de espuma na superfície dos rios, dificultan- Terra. Defendendo a natureza, estamos defendendo nossa qualidade de
do a passagem do oxigênio do ar para a água (oxigenação). vida. Por isso precisamos exigir dos órgãos públicos o planejamento e a
execução de medidas de proteção à natureza, como por exemplo:
Esses detergentes também destroem a camada de gordura que existe
nas penas das aves aquáticas e que é responsável por sua impermeabili- construir estações de tratamento de lixo e esgotos antes de lançá-
zação. Sem essa gordura, as penas ficam encharcadas e a ave não conse- los no meio ambiente;
gue flutuar. Além disso, os detergentes não biodegradáveis se infiltram no determinar locais para a instalação de indústrias;
solo, atingindo os lençóis de água subterrâneos que fornecem água para
os poços residenciais. As pessoas que tomam essa água contaminada exigir a instalação de filtros nas chaminés das fábricas e nos esca-
podem apresentar distúrbios intestinais. pamentos de veículos, a fim de que as substâncias poluentes não sejam
lançadas na atmosfera;
A poluição causada pelo petróleo
escolher e aplicar cuidadosamente herbicidas, fungicidas e adubos
Um dos problemas mais sérios de poluição marinha é causado pelo químicos na lavoura, para impedir a destruição dos vegetais, animais e
derramamento de petróleo devido a vazamentos nos navios petroleiros ou microrganismos úteis ao meio ambiente;
á lavagem de seus reservatórios.
criar e fiscalizar o cumprimento de leis que regulem a caça e a pes-
Por ser menos denso do que a água, o petróleo flutua, formando uma ca, evitando a morte dos filhotes, dos animais em vias de desaparecimento
camada que impede a oxigenação e a penetração da luz solar. Isso dificul- e das fêmeas em época de procriação, impedindo assim a extinção das
ta o processo de fotossíntese das algas. O petróleo também adere às espécies;
brânquias dos peixes e de outros animais marinhos, matando-os por asfi-
xia. Além disso, impregna as penas das aves alterando sua impermeabili- criar um serviço de fiscalização eficaz de proteção à fauna e à flora;
zação e intoxica diretamente os animais marinhos, provocando lesões em criar parques florestais, áreas protegidas da ação destruidora do
seus órgãos fritemos. homem, para a conservação da fauna e da flora;
Nos mangues, ecossistemas considerados os berçários do oceano, a promover campanhas educativas junto à população, esclarecendo o
poluição por petróleo causa sérios danos ás populações de animais, ma- povo sobre:
tando os filhotes de peixes, camarões e siris. Assim, uma das principais o perigo do desequilíbrio ecológico;
fontes de alimento do homem vai sendo destruída.
a necessidade de fiscalização das leis de proteção ao meio
A poluição do ar ambiente;
A poluição do ar é causada principalmente pela poeira, por resíduos e a importância da construção de fossas e outras medidas de ordem
gases tóxicos eliminados pelas indústrias químicas, metalúrgicas e por sanitária;
veículos. Pode ser causada ainda pelo uso indiscriminado de inseticidas e
fertilizantes. a necessidade da criação e conservação de áreas verdes nos cen-
tros urbanos.
As pessoas, principalmente aquelas que vivem nas grandes cidades
ou em áreas industriais, ficam mais sujeitas a problemas respiratórios,
cardíacos e ao câncer, podendo morrer por intoxicação. Saneamento Básico
Gás carbônico: um grande poluente do ar Saneamento é o conjunto de medidas, visando a preservar ou modifi-
O excesso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e seus deriva- car as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e
dos), cuja combustão fornece energia às indústrias e aos automóveis, tem promover a saúde. Saneamento básico se restringe ao abastecimento de
elevado a taxa de gás carbônico no ar atmosférico. Por outro lado, o cres- água e disposição de esgotos, mas há quem inclua o lixo nesta categoria.
cente desmatamento de áreas florestais e a poluição dos mares têm redu- Outras atividades de saneamento são: controle de animais e insetos,
zido o número de vegetais e algas microscópicas, que consomem o gás saneamento de alimentos, escolas, locais de trabalho e de lazer e habita-
carbônico ao realizarem a fotossíntese. ções.
Fonte: http://www.cynara.com.br/vesti.htm
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RESPOSTAS _______________________________________________________
ENEM
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
E REDAÇÃO
VOLUME 3
1 ENEM - VOL.3
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Naturalmente a expansão geográfica do povo lusitano ensejou a ane- que as pedras de uma construção. Mas não se podem fazer transposições
xação de um riquíssimo vocabulário, colhido nas cinco partes do mundo. de uma língua para outra sem se obedecer a precauções. Em primeiro
Mas é notável a plasticidade que a língua demonstrou de aportuguesamen- lugar, há, em cada língua, um número considerável de palavras auxiliares,
to, de sorte que, sem estudo, ninguém pode saber a extração dos termos que não correspondem a quaisquer ideias: surgem como instrumentos ou
que emprega. Fato curioso é a eliminação constante, ao longo dos séculos, peças necessárias ao encadeamento das palavras-ideias, e nem sempre
das palavras árabes, muitas das quais são, no entanto, utilíssimas. encontram correspondentes em outras línguas. Além disso, há certos
torneios particulares, e até sui generis, que decorrem de velhos hábitos
A morfologia portuguesa simplificou-se muito. Desapareceram os ca- adquiridos. Tudo isso constitui os chamados idiotismos.
sos e, portanto, as declinações, a não ser nos pronomes pessoais. O
neutro singular passou a ser masculino e admitiu outro plural (lignum > Palavras como homem, chove, azul ou bem correspondem a noções
lenho, lenhos); o neutro plural passou a feminino singular, admitindo tam- claras, a ideias que povoam o mundo interior de quem fala. Mas é, ele ou
bém outro plural (ligna > lenha, lenhas). O caso latino que persistiu no que não encontram nenhuma correspondência ideativa. O verbo ser, em
português em geral foi o acusativo (por isso chamado caso lexicogênico), seu emprego mais corrente, apenas relaciona um nome a outro, provido
com perda do m final no singular. As desinências de graus deixaram de este do toque nocional, variável ao infinito, que falta ao verbo (Um homem
usar-se como tais; e as que hoje se ouvem, quando latinas, devem-se aos é bom ou mau, alto ou baixo, inteligente ou estúpido); ele pode referir-se a
eruditos nas escolas. qualquer ente do gênero masculino (homem, leão, muro); que, seja prono-
me, seja conjunção, não contém em si nenhuma noção precisa. No primei-
Os verbos latinos, repartidos por quatro conjugações, esquematiza- ro caso, toma emprestado o valor de seu antecedente (a mulher, ou o
ram-se em três: os da terceira conjugação latina passaram para a segunda homem, ou o carro que eu vi), no segundo é mera palavra de ligação
(míttere > meter), ou para a quarta (-míttere >-mitir). Houve grande vacila- (Peço-te que venhas). No latim não há o pronome ele, nem a integrante
ção, no português antigo, sobre a conjugação que haveria de prevalecer: que. No russo, não se usa correntemente o verbo ser.
correger > corrigir, caer > cair etc. No português criou-se um futuro do
subjuntivo, como no castelhano e no galego, proveniente do futuro perfeito O curioso, porém, é que as palavras não ideativas, as chamadas deno-
do indicativo latino. Surgiu no português, como no galego, um infinitivo tativas, são as principais em cada língua, porque características de cada
variável. Caducaram vários particípios, e formas nominais do verbo. uma. São criações gramaticais. Quando não encontram versão em outras
línguas, constituem idiotismos (do grego idiótes, "particular", "privado"). As
A sintaxiologia registra menor maleabilidade do português, em conse- palavras ideativas, pelo contrário, se não acham paralelo em outra, facil-
quência do grande desgaste das flexões. Mas os princípios fundamentais mente se podem introduzir. Basta que a ideia se comunique, e se divulgue.
da concordância e da regência continuam os mesmos (naturalmente não Palavras ideativas criam-se à vontade, ou se importam. Às vezes surgem
pode haver concordâncias de casos, pois que os casos desapareceram). sem necessidade alguma, por moda, por contágio. Quando as ideias
desaparecem, também elas podem sair de circulação. Tudo é contingente.
Mas nas palavras denotativas não é possível mexer.
Gramática portuguesa
Talvez os principais idiotismos do português se possam resumir do se-
A fonologia muito equilibrada, circunstância que a aproxima do francês guinte modo:
e do italiano, é uma das principais características do português.
(1) A existência de cinco pronomes neutros para o singular: isto, isso,
A língua tem 13 vogais, oito orais -- u, ô, ó, á, a, é, ê, i -- e cinco nasais aquilo, tudo, o. Tais palavras referem-se às coisas, e podem combinar-se
-- ~u, õ, ã, ~e, ~i -- sendo que, em algumas regiões, ouvem-se outras. ainda em: tudo isto, tudo isso, tudo aquilo, tudo o. No castelhano também
Carece de fonemas aspirados ou africados. Possui três pares de consoan- existem outras tantas palavras neutras: esto, eso, aquello, ello, lo. Trata-se,
tes fricativas -- f/v, ç/z, x/j (exemplos: fé/vó, sá/zé, xá/jó); três pares de pois, de uma particularidade ibérica.
consoantes oclusivas: p/b, t/d, k/g (exemplos: pé/bom, tá/dó, que/giz); e
três consoantes nasais -- m, n, ñ (exemplos: tomo, anão, manhã). A con- (2) O português constrói orações nominais (isto é, as de sujeito e pre-
soante lateral l pode ser usada como lh, a exemplo dos casos lado e olho, dicativo, que exprimem estado ou qualidade) com três verbos distintos: ser,
enquanto a consoante vibrante r pode ser dobrada: rã, urra (e esse r gemi- estar, ficar, conforme se define o ser-sujeito em caráter definitivo, provisó-
nado pode ser substituído por um gargarizado, mais áspero do que o r- rio (ou recente), ou num momento em que ele muda de aspecto: Frederico
grasseyé parisiense). é forte; Frederico está forte; Frederico fica forte. Nenhuma outra grande
língua da Europa faz isso tão natural e agilmente.
Outra particularidade da língua portuguesa é o fato de o acento tônico,
no caso de vocábulos polissilábicos, poder cair em qualquer das três (3) O infinitivo variável, flexionando-se pessoalmente, é um dos mais
últimas sílabas. Também é característica a existência de palavras átonas, profundos traços do português. Assim sendo, essa forma verbal concorre
que se arrimam nas outras por meio de próclise ou de ênclise. Os ditongos, com o subjuntivo, e o indicativo, principalmente nas orações subordinadas.
orais e nasais, são sempre decrescentes, isto é, terminam nas vogais Entretanto, pode alternar até com o imperativo. Peço-te passares por lá (=
reduzidas u ou i, exceto quando se situam depois de k ou g, e começam Peço-te que passes por lá). Creio estarmos preparados (= Creio que esta-
por u reduzido. Conta ainda o português alguns tritongos, que podem ser mos preparados). Passar bem! (= Passe bem!). O uso do infinitivo variável
parcialmente nasais. Ocorrem sempre depois de k, ou de g, e começam foi mais extenso no português antigo e é mesmo mais notável na língua
por u reduzido. Ditongos outros, crescentes, podem surgir na linguagem popular do que no português literário moderno. É, hoje, um maravilhoso
descuidada, ou em certos artifícios de linguagem poética. recurso de clareza, ou de ênfase, a que é lícito recorrer mesmo quando a
gramática postula o contrário.
A lexicologia da língua portuguesa é das mais ricas que existem, mas
não apresenta aspectos especialmente singulares. É predominantemente Se não tivesse empregado o infinitivo variável, Camões teria escrito
latina, mais pela importância do que pelo número de vocábulos latinos que uma frase ambígua naquele célebre passo: "Ó Netuno, lhe disse, não te
abriga. espantes / de Baco nos teus reinos receberes" (Os lusíadas, VI, 15). Com
que ufania exclama ele, diante do estrangeiro: "Vai ver-lhe a frota, as
A sintaxiologia da língua portuguesa revela um analitismo que decorre armas, e a maneira / do fundido metal, que tudo rende, / e folgarás de
do amplo desenvolvimento de suas perífrases. Predomina, na construção, veres a polícia (= civilização) / portuguesa na paz, e na milícia" (Ib., VII,
a ordem direta, em que o sujeito antecede o verbo e o complemento ou 72).
complementos. A voz ativa predomina sobre a voz passiva, e as orações
sem sujeito -- ou as de sujeito indefinido -- na maioria das ocasiões não Repare-se em como o segundo infinitivo, variável, torna a frase mais
têm o sujeito gramatical usado no francês ou nas línguas germânicas, isto leve, e o pensamento mais evidente, na seguinte passagem de Alencar:
é, o on, o man, o one. "Nem por isso os outros deixaram de continuar o seu giro, e as estações de
seguirem o seu curso regular" (Correr da pena). O infinitivo variável existe
Idiotismos também no galego, e surgiu em dialetos ibéricos e itálicos.
As palavras apresentam-se ao espírito como os elementos materiais, (4) O predicativo preposicionado, isto é, introduzido por preposição, é
por assim dizer, da linguagem interior. Materializam as ideias e são como uma das tendências que se têm acentuado no português. Embora se diga
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Afonso é considerado um talento, parece perfeitamente natural dizer Afon- nho-de-ferro, combóio, chulipa. E os brasileiros: estrada de ferro, trem,
so é tido por talento, ou ainda Afonso é tido em muito. Se um português diz dormente. "Carril" tem as preferências lusitanas; os brasileiros dizem
naturalmente ele me chamou amigo, um brasileiro preferiria recorrer à "trilho". De qualquer maneira, o vocabulário ideativo é contingente e pode
preposição: Ele me chamou de amigo. Alguns puristas chegaram a censu- renovar-se completamente sem que a língua se abale.
rar de viciosa esta última construção, sem reparar que o mesmo se tem
feito com outros verbos sinônimos: "D. José cognominava de renegado o Quanto à morfologia, nenhuma observação a fazer. Usam-se no Brasil,
fugitivo sócio" (Camilo Castelo Branco, Amor de salvação); "Está averban- absolutamente, as mesmas desinências, e nada se permite de especial. Os
do de suspeita ou falazes tão ligeiras e infundadas ilações" (Latino Coelho, prefixos e sufixos são fundamentalmente os mesmos.
Camões). Na sintaxe, o ponto nevrálgico é a questão da colocação dos prono-
(5) Um idiotismo funcional é o aspecto iterativo que modernamente se mes pessoais átonos. É que, embora átonas, tais partículas são muito mais
tem dado ao presente perfeito do indicativo. Enquanto nas outras línguas ponderáveis no Brasil do que em Portugal. Assim sendo, os brasileiros as
esse tempo evolveu naturalmente para o passado, em português não colocam onde lhes parecem que soam melhor. Em Portugal, sendo por
exprime simples passado, senão passado reiterado. "Tenho reclamado" demais tênues, elas correriam o risco de não ser percebidas se não se
não significa "reclamei", como em outras línguas, mas "reclamei, reclamei, sujeitassem a posições rígidas, onde o ouvido já as espere. Alencar escre-
reclamei e ainda estou no propósito de reclamar". veu em Iracema: "A rola, que marisca na areia, se afasta-se o companhei-
ro, adeja inquieta de ramo em ramo", para evitar o ciciar de um "se se
(6) O infinitivo preposicionado em substituição do gerúndio é também afasta" (çi çi afáxta) ou para não bisar numa sílaba que lhe oferecia um
traço do português, e também moderno. É sabido que as línguas români- "sibilo desagradável".
cas criaram para o infinitivo a possibilidade de o ligarem com uma preposi-
ção e, assim, tornaram supérfluas várias formas nominais do verbo latino, Ora, tal não acontece aos portugueses, que ali proferem um monossí-
como supinos, particípios, gerundivo e mesmo as formas gerundiais distin- labo (çiç afáxta). Sem se dar inteiramente consciência do fato, os brasilei-
tas do ablativo. O português estendeu essa possibilidade até o gerúndio ros desenvolveram hábitos de sínclise pronominal que nunca foram defini-
ablativo, de modo que se pode dizer "está a chover", em lugar do primitivo tivamente estabelecidos em Portugal e que estão sujeitos à moda e a
"está chovendo". No Brasil, prefere-se o gerúndio, de uso generalizado. gostos particulares. Os demais preceitos sintáticos acatam-se nos dois
principais países de língua portuguesa.
(7) O emprego de "estar com" na acepção de "ter" é muito da índole
portuguesa. Podemos perfeitamente dizer "tenho sede, tenho sono, tenho a Dialetologia portuguesa
chave". Também nos é lícito expressar-nos "estou sequioso, estou sono- Em 1901, José Leite de Vasconcelos doutorou-se na Universidade de
lento". Mas o mais natural será: "Estou com sede, estou com sono, estou Paris com uma tese retumbante intitulada Esquisse d'une dialectologie
com a chave." portugaise (Esboço de dialetologia portuguesa) e apontou no território da
(8) O analitismo português, já assinalado, pode ainda ser lembrado metrópole diversos dialetos: o interamnense e o transmontano, ao norte; o
como um dos traços idiomáticos mais marcantes da língua. De um modo beirão e o estremenho, ao centro; o alentejano e o algarvio, ao sul. Mas
geral, as línguas românicas evolveram do sintetismo latino para um decidi- não se podem aceitar a existência desses dialetos, como os italianos ou os
do analitismo. Mas talvez nenhuma chegou a tão grande desenvolvimento alemães, pois em quase nada se distinguem. Constitui um esforço de
nesse terreno como o português. Enquanto o alemão (no ramo germânico) eruditismo o poder diferençá-los, tal a extraordinária unidade de expressão
conservou e estimulou o gosto pela palavra composta, o português fez o característica do mundo português.
contrário. Se a expressão perifrástica é desgraciosa e comprida, não se lhe O mesmo autor reconhece a existência de dialetos insulares, nos Aço-
pode negar, em geral, a clareza de significação. Uma palavra como apud res e na Madeira, e aponta vários dialetos de ultramar, entre os quais o
não consegue ser tão expressiva como as suas traduções dicionarizadas: "brasileiro". Decide-o a priori, dizendo: "Se eu chamo dialeto, por exemplo,
"junto de", "ao pé de", "perto de", "diante de", "ao lado de", "na presença o português de Trás-os-Montes, com mais forte razão devo dar esse nome
de", "em companhia de", "em casa de", "à vista de", "segundo", "conforme", ao português do Brasil, ou 'brasileiro'..." Mas acontece que, se o Brasil for
"em relação a", "no tempo de". Experimente-se traduzir o alemão bei, ou o tratado com o mesmo interesse que ele demonstrou com respeito a Portu-
inglês by. As perífrases verbais do português são, na verdade, uma cons- gal, verifica-se que não há dialeto que se possa intitular "brasileiro": haverá
trução infernal para o estrangeiro, mas emprestam grande sutileza à ex- muitos dialetos brasileiros, tão insignificantes no fundo quanto os de Portu-
pressão. gal. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Português no Brasil
A língua que se fala no Brasil, ainda que transpareçam traços caracte- INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
rísticos locais, é em essência, como já se mostrou, a mesma que se pratica
em Portugal, pois que se compendia na mesma gramática.
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali-
Foneticamente, assinale-se que no Brasil não se criou fonema novo. dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve
(No espanhol da Argentina, uma expressão como calle mayor se pronuncia compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de
aproximadamente como "káje ma'jor", fazendo-se ouvir o som de j, inexis- necessitar de um bom léxico internalizado.
tente em terras de Castela.) Certos fonemas conhecidos no tupi-guarani
não conseguiram subsistir nos vocábulos brasileiros dessa fonte. Mas é As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto
certo que portugueses e brasileiros, conquanto não pratiquem sistemas em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
fonéticos diversos, têm hábitos por vezes diferentes. confronto entre todas as partes que compõem o texto.
Quanto à lexiologia, deve-se notar que não se gerou no Brasil nenhum
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas
denotativo: determinativos, pronomes, preposições, conjunções etc. são os
por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento
mesmos nos dois países. O vocabulário ideativo, no entanto, enseja gran-
justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do
des reparos, ou porque as palavras correspondam a ideias não-correntes
autor diante de uma temática qualquer.
em Portugal, ou porque se tenha dado sentido novo a certas palavras, ou
porque se introduziram outras sem necessidade. Nas últimas linhas de Os
Denotação e Conotação
Maias, onde Eça de Queirós diz: "Então, para apanhar o americano, os
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres-
dois amigos romperam a correr desesperadamente pela rampa de Santos",
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con-
é possível que um escritor brasileiro escrevesse: "Então, para pegar o
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante +
bonde, os dois amigos começaram a correr desesperadamente pela ladeira
significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.
de Santos."
Muitas das invenções carreiam nomenclatura nova, quase nunca coin- O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicioná-
cidente, de um e de outro lado do Atlântico. Dizem os portugueses: cami- rios, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras
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é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compre- aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
ensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determi- perguntou e o que se pediu;
nada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
exata ou a mais completa;
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações lógica objetiva;
diferenciadas em seus leitores. 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra resposta;
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim definindo o tema e a mensagem;
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
esclareçam o sentido. 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importan-
tíssimos na interpretação do texto.
Como Ler e Entender Bem um Texto Ex.: Ele morreu de fome.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira do fato (= morte de "ele").
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- Ex.: Ele morreu faminto.
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar quando morreu.;
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça as estão coordenadas entre si;
a memória visual, favorecendo o entendimento. 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjeti- Cunegundes
va, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a
fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinen- ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
tes. TEXTO NARRATIVO
• As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for-
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar
com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da dos fatos.
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou
Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência biblio- heroína, personagem principal da história.
gráfica da fonte e na identificação do autor.
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota-
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal
de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, contracena em primeiro plano.
exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha
adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do As personagens secundárias, que são chamadas também de compar-
"mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento pro- sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra-
posto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, ção.
mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver
uma outra alternativa mais completa. O narrador que está a contar a história também é uma personagem,
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento tância, ou ainda uma pessoa estranha à história.
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descon- Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-
textualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e
para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a res- tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen-
posta será mais consciente e segura. são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de perante os acontecimentos.
texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos,
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; a trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios
até o fim, ininterruptamente; progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos desenlace ou desfecho.
umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre,
06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor com- história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou
preensão; seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de
08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor- interesses entre as personagens.
respondente;
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten-
10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos.
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• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- Exemplo:
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
gênero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidi- alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
ano constitui uma crônica, o relato de um drama social é um ro- lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensas-
mance social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato sem que estivesse doido. Como poderia andar um homem
central, que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundá- àquela hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco
rios, relacionados ao principal. de pés no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- (José Lins do Rego)
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve- TEXTO DESCRITIVO
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos tex- terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
tos narrativo.
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importan-
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, tes, tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- que vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas rela- que o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma
ções podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos imagem unificada.
fatos, ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de
um fato que aconteceu depois. Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo pouco.
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da técnica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu • Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
espírito. transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a sub-
• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- jetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas prefe-
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em rências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo obje-
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri- tivo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
zado por : • Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos,
às personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos a- pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e tempera-
contecimentos e a narração é feita em 3a pessoa. mento, com a finalidade de situar personagens no contexto cultu-
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da nar- ral, social e econômico .
rativa que é feito em 1a pessoa. • Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama,
aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per- para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- partes mais típicas desse todo.
dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. • Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos
• Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a- ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma
presentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e
qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é típicos.
feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. • Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de
Formas de apresentação da fala das personagens um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há • Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
três maneiras de comunicar as falas das personagens. rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um voca-
bulário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores.
• Discurso Direto: É a representação da fala das personagens a- É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer
través do diálogo. convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou meca-
Exemplo: nismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.
“Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna- TEXTO DISSERTATIVO
val a cidade é do povo e de ninguém mais”. Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação
No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descen- consta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou
di: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e questão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai
de travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou escrever com clareza, coerência e objetividade.
rápidas os verbos de locução podem ser omitidos.
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir
• Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E- finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão.
xemplo:
“Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa- A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-
dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade do o contexto.
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em:
nos sombrios por vir”.
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob-
• Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
jetiva da definição do ponto de vista do autor.
mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
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• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias co- propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
locadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num dão tornem esta produção altamente evocativa.
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de-
sencadeia a conclusão. A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia um texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipóte- mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes
se e opinião. diferentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
é a obra ou ação que realmente se praticou. na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo,
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu históri-
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. co uma relação interdiscursiva e intertextual.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa-
respeito de algo. zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é
que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da
O TEXTO ARGUMENTATIVO oposição, tudo isto em forma de piada.
Baseado em Adilson Citelli
A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte- Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir
rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito,
discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou
ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e
de referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível,
tipo de texto solicitado. capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...
Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, Editora.
Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário Scipione, 1994 - 6ª edição.
que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de
um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a GÊNEROS TEXTUAIS
sua análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discur- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza,
siva é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmi- literários ou não. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as
tir, ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e
suas análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que faze- exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa
mos é soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios,
indivíduo viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias,
decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o conven- contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entre-
cimento do ponto de vista de algo/alguém. vistas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu en-
desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e tender, importante para direcionar o trabalho do professor de língua na
todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de leitura, compreensão e produção de textos1. O que pretendemos neste
intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro pequeno ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Tex-
deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de tual e Tipologia Textual, usando, para isso, as considerações feitas por
relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis
sequência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas. para o termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas considerações
Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a a respeito de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia.
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus
objetivos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os meca- Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen-
nismos da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade são e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordi-
da formação textual. al o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele
Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos tenha capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por para produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação espe-
recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados. cífica de interação humana.
Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na es-
a linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que cola a partir da abordagem do Gênero Textual Marcuschi não demonstra
ocorre agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para
outro que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumen- ele, o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma
tos com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, vez que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque,
estes argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da embora possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se
comunicação ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e concretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças
Persuasão). específicas.
Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG)
sua unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os
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textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferen- Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os
tes modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte-
diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe- rísticas sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades
tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é funcionais, estilo e composição característica.
apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a
apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas
capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar
levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para, ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao
a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários. fazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo
e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada
Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca- pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou
da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando
texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele. Se o
carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele produtor vir o receptor como alguém que concorda com ele, surge o discur-
atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual. so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de Travaglia, uma perspecti-
va em que o produtor do texto faz uma antecipação no dizer. Da mesma
O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo, forma, é possível encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa
muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos. de comprometimento ou não. Resumindo, cada uma das perspectivas
Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode apresentadas pelo autor gerará um tipo de texto. Assim, a primeira pers-
apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu- pectiva faz surgir os tipos descrição, dissertação, injunção e narração. A
mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero segunda perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto
de heterogeneidade tipológica. sensu6 e não argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipação
faz surgir o tipo preditivo. A do comprometimento dá origem a textos do
Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente mundo comentado (comprometimento) e do mundo narrado (não com-
são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto prometimento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam
como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é enquadrados, de maneira geral, no tipo narração. Já os do mundo comen-
um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri- tado ficariam no tipo dissertação.
ção, a injunção e a predição4. Travaglia afirma que um texto se define
como de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma
interlocução que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas
função do espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto. e vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente,
sabemos que gênero usar em momentos específicos de interação, de
Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero acordo com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail,
mas ter sido construído em outro, Marcuschi dá o nome de intertextuali- sabemos que ele pode apresentar características que farão com que ele
dade intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu “funcione” de maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo
no texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza alta- não é o mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo
mente híbrida, sendo que um gênero assume a função de outro. informações sobre um concurso público, por exemplo.
Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros, mas fala de um Observamos que Travaglia dá ao gênero uma função social. Parece
intercâmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado que ele diferencia Tipologia Textual de GêneroTextual a partir dessa
no lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis, “qualidade” que o gênero possui. Mas todo texto, independente de seu
na opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de gênero ou tipo, não exerce uma função social qualquer?
descrições e comentários dissertativos feitos por meio da narração.
Marcuschi apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não ressalta
Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teóri- sua função social. Os exemplos que ele traz são telefonema, sermão,
ca: romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, etc.
intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro
heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários tipos Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de gêneros como mostra o
Travaglia mostra o seguinte: que, na sua opinião, seria a função social básica comum a cada um: aviso,
conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos comunicado, edital, informação, informe, citação (todos com a função
intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro social de dar conhecimento de algo a alguém). Certamente a carta e o e-
mail entrariam nessa lista, levando em consideração que o aviso pode ser
Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gê- dado sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua exemplifi-
neros não são entidades naturais, mas artefatos culturais construídos cando apresentando a petição, o memorial, o requerimento, o abaixo
historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma assinado (com a função social de pedir, solicitar). Continuo colocando a
determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para carta, o e-mail e o ofício aqui. Nota promissória, termo de compromisso e
exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o voto são exemplos com a função de prometer. Para mim o voto não teria
autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo essa função de prometer. Mas a função de confirmar a promessa de dar o
carta, graças as suas propriedades necessárias e suficientes5.Ele diz, voto a alguém. Quando alguém vota, não promete nada, confirma a pro-
ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma messa de votar que pode ter sido feita a um candidato.
lista de produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação
de produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usuários Ele apresenta outros exemplos, mas por questão de espaço não colo-
daquele produto. carei todos. É bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que
Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado não foram mostrados aqui, apresentam função social formal, rígida. Ele
para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natu- não apresenta exemplos de gêneros que tenham uma função social menos
reza linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem rígida, como o bilhete.
as categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção
(Swales, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999).Segundo ele, o termo Tipo- Uma discussão vista em Travaglia e não encontrada em Marcuschi7 é
logia Textual é usado para designar uma espécie de sequência teorica- a de Espécie. Para ele, Espécie se define e se caracteriza por aspectos
mente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos formais de estrutura e de superfície linguística e/ou aspectos de conteúdo.
lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22). Ele exemplifica Espécie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo
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narrativo: a história e a não-história. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta compreensão de textos. Travaglia não faz abordagens específicas ligadas
as Espécies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele à questão do ensino no seu tratamento à Tipologia Textual.
mostra as Espécies distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica e
comentadora x narradora. Mudando para gênero, ele apresenta a corres- O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da Tipo-
pondência com as Espécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No gêne- logia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem
ro romance, ele mostra as Espécies romance histórico, regionalista, fan- parece ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que
tástico, de ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até que ponto a entram na composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão
Espécie daria conta de todos os Gêneros Textuais existentes. Será que é dos elementos tipológicos e suas implicações com o ensino/aprendizagem
possível especificar todas elas? Talvez seja difícil até mesmo porque não é merece maiores discussões.
fácil dizer quantos e quais são os gêneros textuais existentes.
Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuaisi-
Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica não percebida em deais para o ensino de língua. Ele afirma que é possível a identificação de
Marcuschi, o oposto também acontece. Este autor discute o conceito de gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais
Domínio Discursivo. Ele diz que os domínios discursivos são as grandes formal, do mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros
esferas da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo devem passar por um processo de progressão, conforme sugerem Sch-
informa, esses domínios não seriam nem textos nem discursos, mas dari- neuwly & Dolz (2004).
am origem a discursos muito específicos. Constituiriam práticas discursivas
dentro das quais seria possível a identificação de um conjunto de gêneros Travaglia, como afirmei, não faz considerações sobre o trabalho com a
que às vezes lhes são próprios como práticas ou rotinas comunicativas Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia
institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico, discur- teria que, no mínimo, levar em conta a questão de com quais tipos de texto
so jurídico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalística, deve-se trabalhar na escola, a quais será dada maior atenção e com quais
jurídica e religiosa, não abrange gêneros em particular, mas origina vários será feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja
deles. considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma série de fato-
res, porém dois são mais pertinentes:
Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso, mas não como Mar- a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composi-
cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que é para ele tipologia ção de quaisquer outros textos (não sei ao certo se isso é possível.
de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipolo- Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo não dê ao a-
gias de discurso usarão critérios ligados às condições de produção dos luno o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa.
discursos e às diversas formações discursivas em que podem estar inseri- Um aluno que pára de estudar na 5ª série e não volta mais à escola
dos (Koch & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o autor fala que teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais
uma tipologia de discurso usaria critérios ligados à referência (institucional trabalhado nessa série. Será que ele estaria preparado para produ-
(discurso político, religioso, jurídico), ideológica (discurso petista, de direita, zir, quando necessário, outros tipos textuais? Ao lidar somente com
de esquerda, cristão, etc), a domínios de saber (discurso médico, linguísti- o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, não deixa de
co, filosófico, etc), à inter-relação entre elementos da exterioridade (discur- trabalhar com os outros tipos?);
so autoritário, polêmico, lúdico)). Marcuschi não faz alusão a uma tipologia b) A utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida.
do discurso.
Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gê-
Semelhante opinião entre os dois autores citados é notada quando fa- nero Textual na escola, embora saiba que todo gênero realiza necessari-
lam que texto e discurso não devem ser encarados como iguais. Marcus- amente uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-
chi considera o textocomo uma entidade concreta realizada materialmente se em algum gênero textual.
e corporificada em algum Gênero Textual[grifo meu] (p. 24). Discurso
para ele é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instân- Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era
cia discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de
o discursocomo a própria atividade comunicativa, a própria atividade texto fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por
produtora de sentidos para a interação comunicativa, regulada por uma isso, não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de
exterioridade sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o resultado dessa redação, ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras – que consiste
atividade comunicativa. O texto, para ele, é visto como fundamentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por
base uma concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a
uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da lín-
formação de escritores literários (caso o aluno se aprimore nas duas pri-
gua em uma situação de interação comunicativa específica, como uma
meiras modalidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira
unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reco-
modalidade) (Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si
nhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão (p. 03).
uma visão equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fá-
ceis” do que dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual
Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que esta última tenha sido reservada às séries terminais - tanto no ensino
sua preocupação é com a tipologia de textos, e não de discursos. Marcus- fundamental quanto no ensino médio.
chi afirma que a definição que traz de texto e discurso é muito mais opera-
cional do que formal. O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto
Travaglia faz uma “tipologização” dos termos Gênero Textual, Tipolo- pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor
gia Textual e Espécie. Ele chama esses elementos de Tipelementos. de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em
Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipológicos textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do
(Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie) são básicos na constru- aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais,
ção das tipologias e talvez dos textos, numa espécie de analogia com os orais e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transfor-
elementos químicos que compõem as substâncias encontradas na nature- mado numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado
za. e concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta
para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar
Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entre-
feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gêne- vista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores
ros Textuais, estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o traba- das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permi-
lho com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em tem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de
seus mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação
ele apresenta a ideia básica de que um maior conhecimento do funciona- dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literá-
mento dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a rios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é
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aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas O Conto
aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzi-
do, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos per-
nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finali- feitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de
dade do texto. equilíbrio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um
conflito, que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução
Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a desse conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio
oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais perdido.
socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem
humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de
constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense.
exercício da interação humana, da participação social dentro de uma Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena persona-
sociedade letrada. gens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresen-
1 - Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gêne- tação das características destes personagens, assim como para as indica-
ro ou com o tipo ele acaba não tendo uma maneira muito clara pa- ções de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos.
ra selecionar os textos com os quais trabalhará. Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das
2 - Outra discussão poderia ser feita se se optasse por tratar um pou- personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os
co a diferença entre Gênero Textual e Gênero Discursivo. travessões, para indicar a mudança de interlocutor).
3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente des-
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a
critiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa.
linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na
Acho meio difícil alguém conseguir escrever um texto, caracteriza-
apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao
do como carta, apenas com descrições, ou apenas com injunções.
futuro).
Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar,
ele diz desconhecer um gênero necessariamente descritivo. A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os
4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem pre- contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de
visão, como o boletim meteorológico e o horóscopo. temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...".
5 - Necessárias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção
carta. e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predo-
6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu é o minam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descri-
que faz argumentação explícita. ções e nos diálogos.
7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso. Sílvio Ribeiro da Sil- O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência
va chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu preten-
dente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a histó-
TIPOLOGIA TEXTUAL ria familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no
passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou
sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala".
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibili-
intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os dade: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um
interlocutores. artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo
definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos
falamos sozinhos. anos 40."
É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que
travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz
existem tipos textuais e gêneros textuais. pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos
na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado que não intervém nem como ator nem como testemunha.
ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto,
Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentespon-
ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um
tos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que
retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.
as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que
É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os fazem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e lhes acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados onisci-
Dissertação. entes.
Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo A Novela
um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado
É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de
assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em
complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As
prosa.
personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá-
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por
conceituam como gêneros textuais as diversas situações converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes.
sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como
A Obra Teatral
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se- Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas,
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvol-
texto do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. vendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens,
quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é
nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta
pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos,
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando
mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólo-
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte
gos das personagens.
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Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encon- TEXTOS JORNALÍSTICOS
trar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espon-
tânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu por-
da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e tador (jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da
tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no
para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem momento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da
os turnos de palavras. atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as
novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais
As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da repre- variados temas.
sentação cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor
e os atores orientam sua interpretação. De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções:
Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão informação nacional, informação internacional, informação local, socieda-
temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada de, economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos.
contato apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o
determinadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto
quadros, que correspondem a mudanças de cenografias. da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema
Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as abordado.
chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns
atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes
são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as
cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação.
crônicas, as resenhas de espetáculos.
Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou
bimembres de predicado não verbal. A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à
medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publi-
O Poema
citários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios
Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição es- amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos
pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão referiremos a eles em outro momento.
relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de
uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos
suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os
misteriosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta,
quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação
para captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que
cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa-
pretende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo
ção linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as expli-
poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua
cações do texto.
versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo,
relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre- É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na
sentar ensinamentos morais (como nas fábulas). publicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fun-
O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valorsono- damentalmente, a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superi-
ro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, éparte or das folhas dos jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta
essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituídapor uma série localização antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conte-
métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentosdas palavras que údo desses textos.
compõem os versos tem uma importância capitalpara o ritmo: a musicali- O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre
dade depende desta distribuição. a posição adotada pela redação.
Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas A Notícia
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as cha- Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou
madas licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em pessoas.
suas sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não
constituem um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que
de uma palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
vogal ou h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo,
finais também incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de
palavra é paroxítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações
soma-se uma sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma. similares.
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dosversos, É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa
pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos deuso frequen- pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três
te na poesia moderna). A rima consiste na coincidênciatotal ou parcial dos partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento.
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos derimas: a consoante (coinci- O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a
dência total de vogais e consoante a partir daúltima vogal acentuada) e a atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal
assonante (coincidência unicamente dasvogais a partir da última vogal El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze
acentuada). A métrica mais frequentedos versos vai desde duas até de- palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser
zesseis sílabas. Os versosmonossílabos não existem, já que, pelo acento, um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes
são consideradosdissílabos. que não aparecem na introdução.
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas dife- A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à
rentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da
progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir
informativa vinculada ao tema central. o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo,
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos meca- não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como
nismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com nosso país ou minha cidade).
a criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de
vocábulos, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veraci-
recursos estilísticos que dão ambiguidade ao poema. dade: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue
comprovar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a
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certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descar- A Reportagem
tado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte,
recorre ao discurso direto, como, por exemplo: É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que,
para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma
O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara figura-chave para o conhecimento deste tópico.
dos Deputados durante a próxima semana.
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a pu-
O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal. blicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a
Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações atenção dos leitores.
enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, reali-
das notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é zada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As
frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foramperseguidos pela perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para
polícia; e das formas impessoais: A perseguição aosdelinquentes foi feita divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador.
por um patrulheiro.
A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o A Entrevista
quê? quem? como? quando? por quê e para quê?. Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente medi-
O Artigo de Opinião ante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido
com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade,
Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atua- uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas
lidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve
considerado, ou merece ser, objeto de debate. somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu-
Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pes- dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com
quisa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expres- os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas
sam a posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações
ideologia, enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as sobre as declarações do entrevistado.
opiniões de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas
vezes, opiniões divergentes e até antagônicas em uma mesma página. Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessa-
riamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a
Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas
organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifi- destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas
cação do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcan- derivados.
ce, e que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de
uma tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe
justificar esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez
adotada no início do texto. de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo
de propostas e de réplicas.
A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as
Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ci-
seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações,
ências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de
se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais.
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade
e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta- Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas
lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas
estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informati-
informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os vos, as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem
argumentos usados na validade da tese. sintática canônica (sujeito-verbo-predicado).
A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semân-
temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus tica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido
respectivos comentários. das palavras.
Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresen-
O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocá-
tam uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam,
bulos a que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é,
com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama
evitam os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem
argumentativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor
mediante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao
da informação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer
termo polissêmico nesse contexto.
o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes
artigos, opta-se por orações complexas que incluem proposições causais A Definição
para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, con-
cessivas e condicionais. Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva,
que determina de forma clara e precisa as características genéricas e
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura diferenciais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma confi-
ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que guração de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a
circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. definir através de um processo de sinonímia.
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar
estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do
termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence,
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias
"animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um
nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.
texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor
aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores
cenas e opiniões como positivas ou negativas. mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se
referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou
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parte do Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente tatar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições
antes de terminar o inverno. uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se
colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições
Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La de luminosidade; em diferentes lugares, areia,terra, água; com diferentes
Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que
introdução desenvolve-se através de uma descrição quecontém seus circunstâncias obtém-se um melhor crescimento.
traços mais relevantes, expressa, com frequência, atravésde orações
unimembres, constituídos por construções endocêntricas(em nosso exem- A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas cate-
plo temos uma construção endocêntrica substantiva -o núcleo é um subs- gorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza,
tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo
Zodíaco, de 30° de amplitude..."), queincorporam maior informação medi- observado.
ante proposições subordinadasadjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-
te antes de terminar oinverno". Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que co-
meçam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal):
As definições contêm, também, informações complementares relacio-
nadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a
inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo planta crescerá mais rápido.
("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc. Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a
Essas informações complementares contêm frequentemente mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade.
abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável
Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc. tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa,é
O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias bási- possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeirosbrotos
cas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos ...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de,depois de, no
quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipogra- mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente
fias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimolo- essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos,
gias, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco apresenta as características dos elementos, os traços distintivos de cada
mediante barras paralelas e /ou números. uma das etapas do processo.
Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estenderuma O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se,colocado
coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primei-
continuar em exercício; adiar o término de. ra pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente... Jogo obser-
vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em umrecipiente... Jogo
A Nota de Enciclopédia observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente
entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa,
Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.
descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela
amplitude desta expansão. A Monografia
A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um
temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem- determinado tema é recolhida em diferentes fontes.
se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu-
los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados
temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, com base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como
população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc. fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemu-
nhos qualificados ou de especialistas no tema.
Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos
quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coe-
exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra- rente dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem
dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie- como indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por
dades: terrestres e aquáticos. exemplo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que
os aspectos positivos da gestão governamental de um determinado perso-
Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lin- nagem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negati-
guagem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que vos, teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma
responde às exigências de concisão e de precisão. que esta valorização fique explícita.
As características inerentes aos objetos apresentados aparecem atra- Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o
vés de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que,
pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará
muito juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e
informativa dos substantivos e, como é possível observar em nosso exem- formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o
plo, agregam qualidades próprias daquilo a que se referem. tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o
que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais
O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo teci- estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas
do predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de que regem a apresentação da bibliografia.
ligação - ser, estar, parecer, etc.
O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do
O Relato de Experimentos texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de
Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em construções de discurso direto ou de discurso indireto.
manipular o ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modifica-
que descrevem experimentos. ções, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da eco-
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, nomia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda
mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam
necessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações a palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que
para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para cons- incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida -
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declara Ricardo Ortiz - conduziu auma centralização...') são alguns dos um avião. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de
sinais que distinguem frequentemente o discurso direto. receitas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instru-
ções, etc. Mas todos eles, independente de sua complexidade, comparti-
Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por ou- lham da função apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a
tro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos trama descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa em-
subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, preendida.
pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais
auxiliares, etc. A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencio-
nais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade,
Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría - estão amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co-
nutrem-se do liberalismo’ propriedade; então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um
Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu texto deste tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identifica-
pensamento nutriam -se do liberalismo' ção para introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos
direitos e deveres das partes envolvidas.
Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi
(dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instru-
enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do cionais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de
emissor. alimentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir
uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes
Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o au- textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego
tor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de aborda-
classificação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo gem e de produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as
de fonte consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente instruções.
entre os dados apresentados e o princípio de classificação adotado.
As Receitas e as Instruções
Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipóte-
se, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções
fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato,
estabelecida entre os fatos e a conclusão. fabricar um móvel, consertar um objeto, etc.
Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da
problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos. especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista
de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen-
Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas lin- to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho,
guísticas relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem etc.), a outra, desenvolve as instruções.
entre os dados e para avaliar sua coerência.
As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitu-
A Biografia almente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acom-
É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s). panhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).
Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia. As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres,
Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresen- com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou
tar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo
cuja ação foi qualificada como relevante na história. (misturar a farinha com o açúcar).
Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, da- Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as
do que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem
em sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que
conectividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adver- expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa-
bial (Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as
sua cidade natal Depois, mudou-se com a famíliapara La Prata), proposi- claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados
ções temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote
caminhos da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até
realidade), etc. que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre-
quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo:
A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta- Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste
se nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui
apresentados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo pode intervir outro membro da equipe.
de apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumula-
ção simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes TEXTOS EPISTOLARES
dados pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por es-
com a importância que a eles atribui. crito com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeça-
Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não - lho. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de
autorizadas" de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma carac- uma empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos
terística que parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de designados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).
revelar a personagem através de uma profusa acumulação de aspectos Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de
negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo
altamente reprovados pela opinião pública. das características contidas no texto.
TEXTOS INSTRUCIONAIS Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organiza-
Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais di- ção espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabe-
versas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou lece o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de
animais domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto
Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação
culinárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de
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familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal ma-
a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta- neira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de
se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido solicitação de bolsas de estudo, etc.
ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana Maria
relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS.
formal.
A Carta
As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e VARIAÇÃO (LINGUÍSTICA)
argumentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa, Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
expressiva e apelativa).
A variação de uma língua é o modo pelo qual ela se diferencia,
Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto sistemática e coerentemente, de acordo com o
é, aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um contextohistórico,geográficoesócio-cultural no qual os falantes dessa língua
amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen- se manifestam verbalmente.
tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o
receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido Conceito
afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de
a dimensão expressiva da mensagem. linguagem. Alguns escritores de sociolinguística usam o termo leto,
aparentemente um processo de criação de palavras para termos
Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor co- específicos, são exemplos dessas variações:
nhecido, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transpare-
cer marcas da oraljdade: frases inconclusas, nas quais as reticências Dialetos (variação diatópica), isto é, variações faladas
habilitam múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; porcomunidadesgeograficamente definidas.
perguntas que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que Idiomaé um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é
encerram em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser
exclamação que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua condição em
expressões que refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas. relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto, um sinônimo
para linguagemnum sentido mais geral);
Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enun-
ciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as Socioletos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente
dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a definidas
subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de Linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da
diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati- comunicação pública e da educação
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições. Idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa
A Solicitação Registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou
agramáticade certas atividades ou profissões
É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabeleci-
da pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou Etnoletos, para um grupo étnico
tem a possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emis- Ecoletos, um idioleto adotado por uma casa
sor: um emprego, uma vaga em uma escola, etc. Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidos
Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ce- não apenas por seu vocabulário, mas também por diferenças na gramática,
der ou não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que nafonologia e naversificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais
recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um
para a abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes socioletos
consideração . . . / despeço-me de vós respeitosamente . ../ Saúdo-vos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.
com o maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma
estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo- variação na gramática da linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou
assinado, Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor advogadosinglesesfrequentemente usam modos gramaticais, como omodo
do Instituto Politécnico a fim de solicitar-lhe...) subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros falantes.
Muitos registros são simplesmente um conjunto especializado de termos
As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do (veja jargão).
singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor
através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi- É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados
ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige- como incluídos no conceito de variação ou de estilo
se a...). Espécies de variação
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o Variação histórica
primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser
que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados identificada ao se comparar dois estados de uma língua Portuguêsa. O
por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um
em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condi- grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos
ções; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda
apelação. entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes
convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças
um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão podem ser de grafia ou de significado.
tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem
desenvolver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, Variação geográfica
como de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa
Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura
posição, o solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infiniti-
sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-
vo salienta os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o
se comunidades linguísticasmenores em torno de centros polarizadores ,
gerúndio enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido).
política e economia, que acabam por definir os padrões linguísticos
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utilizados na região de diferentes lugares de sua influência e as diferenças Simplificação da concordância: as menina/as meninas.
linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo.
Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do ver-
Variação social bo: “Chegou” duas moças.
Agrupa alguns fatores de diversidade:o nível sócio-econômico, Uso do pronome pessoal tônico em função de objeto (e não só de su-
determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; jeito): Nós pegamos “ele” na hora.
a idade e o gênero. A variação social não compromete a compreensão
entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de Assimilação do “ndo” em “no”( falano/falando) ou do “mb” em “m” (ta-
certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, mém/também).
e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido Desnasalização das vogais postônicas: home/homem.
atingir o padrão de maior prestígio.
Redução do “e” ou “o” átonos: ovu/ovo; bebi/bebe.
Variação estilística
Redução do “r” do infinitivo ou de substantivos em “or”: amá/amar; a-
Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de mô/amor.
comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de
intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar Simplificação da conjugação verbal: eu amo, você ama, nós ama, eles
em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limites ama.
extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do Variações regionais: os sotaques
indivíduo sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações
imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para
utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal
mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e palavra, pois acreditam que há o perigo de evocá-lo, isto é, de que o de-
informal com língua escritae falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas mônio apareça. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão:
as formas de comunicação. Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito característica
do sertão centro-oeste do Brasil:
As diferentes modalidades de variação linguística não existem
isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinho-
geográfica pode ser vista como uma variante social, considerando-se a so, Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, Cramunhão, O Indivíduo, O Galhardo,
migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser O pé-de-pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azara-
menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes pe, O Coisa-ruim, O Mafarro, O Pé-preto, O Canho, O Duba-dubá, O
antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de Rapaz, O Tristonho, O Não-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem grace-
mobilidade social para um indivíduo pertencente a uma classe menos jos, Pai do Mal, Terdeiro, Quem que não existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfa-
favorecida no, Rabudo.
Bibliografia Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu tex-
to a partir de uma variação linguística relacionada ao vocabulário usado em
CAMACHO, R. (1988). A variação linguística. In: Subsídios à proposta uma determinada época no Brasil.
curricular de Língua Portuguesa para o 1º e 2º graus. Secretaria da
Educação do Estado de São Paulo, p. 29-41. Antigamente
O modo de falar do brasileiro "Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas
mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras,
Alfredina Nery em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."
Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas Como escreveríamos o texto acima em um português de hoje, do sé-
por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (varia- culo 21? Toda língua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim,
ção regional). As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir já transformado, veio o português, que, por sua vez, hoje é muito diferente
de três diferentes fenômenos. daquele que era usado na época medieval.
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Meu verso rastero, singelo e sem graça, Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materi-
Não entra na praça, no rico salão, alizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e
Meu verso só entra no campo e na roça pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor
Nas pobre paioça, da serra ao sertão. através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor,
(...) numa determinada situação, a um determinado alocutário1.
Você acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emo- Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có-
ção transmitida por essa poesia? Patativa do Assaré era analfabeto (sua digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor
filha é quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre-
e se tornou conhecida mesmo na Europa. dientes indispensáveis ao objeto texto.
Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, Oswald de Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas
Andrade, que, já em 1922, enfatizou a busca por uma "língua brasileira". por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de
regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência
Vício na fala essa que uma gramática do texto se propõe modelizar.
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas
Para pior pió regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar
Para telha dizem teia certos julgamentos de coerência textual.
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados. Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência
nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as
Uma certa tradição cultural nega a existência de determinadas varie- intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura
dades linguísticas dentro do país, o que acaba por rejeitar algumas mani- da frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas conven-
festações linguísticas por considerá-las deficiências do usuário. Nesse cionais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção,
sentido, vários mitos são construídos, a partir do preconceito linguístico. conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre-
ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa-
das.
COESÃO E COERÊNCIA
Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre-
Diogo Maria De Matos Polónio ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre-
Introdução ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na
Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível;
Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob não quer dizer nada).
orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decor-
reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refa-
zer; reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de
Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre recuperação.
a incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais
de Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor
determinados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a
válido e, simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.
necessariamente presente a aplicação destes conhecimentos na situação
real da sala de aula. Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios
de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto-
Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplica- mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a
ção na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural.
campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no
referido seminário. Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação
entre coerência textual e coesão textual.
Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui a-
presentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos
vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente
que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas refle- entre sequências textuais:
xões no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
cumprido honestamente o seu papel.
Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos
Coesão e Coerência Textual mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen- textuais:
te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe.
em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não
constitui forçosamente uma frase. Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de
sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não
Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, tor- hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
na-se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se
preciso que essa sequência seja construída tendo em conta o sistema da transforme num texto: a conetividade2.
língua.
Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer
Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
também um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que
texto. orientam a formação do discurso.
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Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro coerência Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas
são as mesmas que orientam a macro coerência textual. Efetivamente, aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele
quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras que o precede.
de coerência que foram usadas para a construção do texto original. Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito e-
legante.
Assim, para Charolles, microestrutura textual diz respeito às relações
de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textu- Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex-
al, enquanto que macroestrutura textual diz respeito às relações de coe- tuais.
rência existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo: Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante.
Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório mais
cedo para apanhar o comboio das quatro horas. Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse.
Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com amigos.Vai Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou
trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia de teatro. ainda:
A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante.
Como microestruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan-
to que o conjunto das duas sequências forma uma macroestrutura. c)-Substituições Lexicais: o uso de expressões definidas e de deíticos
contextuais é muitas vezes acompanhado de substituições lexicais. Este
Vamos agora abordar os princípios de coerência textual3: processo evita as repetições de lexemas, permitindo uma retoma do ele-
1. Princípio da Recorrência4: para que um texto seja coerente, torna- mento linguístico.
se necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem à noite: estrangularam uma
recorrência restrita. senhora. Este assassinato é odioso.
Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos:
- pronominalizações, Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário
- expressões definidas5, respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu
- substituições lexicais, representante mais específico.
- retomas de inferências. Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. S-
chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa.
Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a
Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos lin-
uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto,
guísticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim,
retomando num elemento de uma sequência um elemento presente numa
Schumacher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto ale-
sequência anterior:
mão.
a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re-
petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira. No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita.
pronome. Atentemos no seguinte exemplo:
Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-
lada no seu quarto. Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona.
No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente.
Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain- A presença do determinante definido não é suficiente para considerar
da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me. que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida
Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa- peça.
ra nos precavermos de enunciados como este:
Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o Antó- Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico-
nio. enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti-
cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma
Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identifi- fronteira entre a semântica e a pragmática.
car ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpreta-
ção: ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar
mas que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor. por
- Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado: parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo
O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com e- nunca mais aprende a cair!
le. - Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso
As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos cheira-me a mentira!
alunos. - Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma
Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio. relação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta,
Um homem estava também a banhar-se. adoro!
Como ele sabia nadar, ensinou-o. - Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re-
lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se- um felino?
quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto:
ele sabia nadar(quem?), d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
ele ensinou-o (quem?; a quem?) conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava
com os processos de recorrência anteriormente tratados.
b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres-
sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um Vejamos:
elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência P - A Maria comeu a bolacha?
textual. R1 - Não, ela deixou-a cair no chão.
Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim. R2 - Não, ela comeu um morango.
Os gatos vão sempre conosco. R3 - Não, ela despenteou-se.
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As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das
que a sequência P+R3. suas sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados
de coisas descritos.
No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho-
pronome na 3ª pessoa. veu).
Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi-
Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta-
ciente para garantir coerência a uma sequência textual.
dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hi- textuais.
póteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores
R2 retomarem inferências presentes em P: e canteiros com flores.
- aconteceu alguma coisa à bolacha da Maria,
- a Maria comeu qualquer coisa. Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o parti-
cular.
Já R3 não retoma nenhuma inferência potencialmente dedutível de P. 3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor-
na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele-
Conclui-se, então, que a retoma de inferências ou de pressuposições mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto
garante uma fortificação da coerência textual. por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con- Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que
tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são uma mesma proposição seja conjuntamente verdadeira e não verdadeira.
levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores.
Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das
Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três contradições inferenciais e pressuposicionais6.
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles
fazer? Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po-
demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresen-
A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real- tado ou dedutível.
mente fazer qualquer coisa. Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso.
Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en- As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se-
quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada.
O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro-
No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o
mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos. pretérito para suprimir as contradições.
Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí- As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe-
cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno conteúdo pressuposto que se encontra contradito.
recriar o quotidiano de um multimilionário,senhor de um grande império Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe
industrial, que vive numa luxuosa vila. perfeitamente fiel.
2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio,
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor- enquanto a primeira pressupõe o inverso.
mação semântica constantemente renovada.
É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre-
Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no
um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contra-
constante da própria matéria. dição, assume-a, anula-a e toma partido dela.
Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferrei- da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença.
ro estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vesti-
menta preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. 4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne-
Todos os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
A bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda sentem diretamente relacionados.
em baixo e batia com o martelo na bigorna.
Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida
Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não como coerente7, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam
será incoerente, será até coerente demais. congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto.
No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex- Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui- 1 - A Silvia foi estudar.
dade temática e progressão semântica. 2 - A Silvia vai fazer um exame.
3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1.
Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin-
cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo
não se pode processar de qualquer maneira. mais congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3.
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a- Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior
companhar a ordenação temporal dos fatos descritos. parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei). camente.
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Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil- A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con-
via vai fazer um exame portanto foi estudar. texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa
A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui ser conhecido pelo receptor.
um bom teste para descobrir uma incongruência.
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi-
de Fórmula 1. tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era
tanto que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrên-
O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes- cia da incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da
sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos, realizada com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade
garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar "normal", em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).
incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a
dinamização de estratégias de correção. Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo aci-
ma poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contex-
Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen-
to seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.
trais termonucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado
técnico sobre centrais termonucleares.
No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a rea-
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes. lidade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve
Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admi- apresentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa
tindo que o emissor terá razões para apresentar os textos daquela manei- anormalidade.
ra.
Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen- décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que
samento que conduza a uma estrutura coerente. a frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormali-
dade do fato narrado.
Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa-
mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com- 2. Coesão:
parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
qual for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa
própria, uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga-
si mesmo. dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da
relação com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os palavras se comunicam, como dependem uma das outras.
textos dos nossos alunos.
SÃO PAULO: OITO PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIÃO
Anotações: Das Agências
1- M. H. Mira Mateus, Gramática da Língua Portuguesa, Ed. Cami-
nho, 19923, p.134; Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes
M. H. Mira Mateus, op. cit., pp.134-148; e uma mulher que viu o avião cair morreram
3- "Méta-regles de cohérence", segundo Charolles, Introduction aux
problèmes de la cohérence des textes, in Langue Française, 1978; Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e
4- "Méta-regle de répétition", segundo Charolles (op. cit.); dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda
5- "Les déficitivisations et les référentiations déictiques contextuel- de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da
les", segundo Charolles (op. cit.); cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
6- Charolles aponta igualmente as contradições enunciativas. No en- sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de
tanto, vamos debruçar-nos apenas sobre as contradições inferen- São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu
ciais e pressuposicionais, uma vez que foi sobre este tipo de con- mais três residências.
tradições que efetuamos exercícios em situação de prática peda-
gógica. Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos,
7- Charolles refere inclusivamente a existência de uma "relation de que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reporta-
congruence" entre o que é enunciado na sequência textual e o gem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto
mundo a que essa sequência faz referência; (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4),
8- Para um esclarecimento sobre este princípio, ver O. Ducrot, Dire Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro
et ne pas dire, Paris, Herman, 1972 e também D. Gordon e G. La- Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6),
koff, Postulates de conservation, Langages nº 30, Paris, Didier- João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos.
Larousse, 1973.
Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores
1. Coerência: compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1).
convencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significa- Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander
do produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7)
não é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um
simples sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabele- assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.
cer contato com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso
ocorre, temos um texto em que há coerência. O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aero-
porto de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá
A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos seg- às 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Anda-
mentos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmen- quara, uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do
to textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será Sabará, uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo.
pressuposto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que Ainda não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha
todos eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra caixa preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo
nessa concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição técnico demora no mínimo 60 dias para ser concluído.
com um anterior, perde-se a coerência textual.
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Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal
cair em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião:
casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi,
de 62 anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo
Pronto Socorro de Santa Cecília. que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação
pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida
Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.
acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada Exemplos:
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre-
parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi-
da matéria fosse comprometida. cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso;
poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo);
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil.
mecanismos: Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam,
a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do
texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmen- mundo, etc.
te por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propria-
mente dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi
parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício,
mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vesti- para conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
bulares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um
número elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão. Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação ex-
pressa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já
b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repe- utilizados. Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito
tição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. da Avenida Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da impostos. A paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que
vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última deriva de paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o
linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somen- trânsito da Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três
te o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de cele- residências (o nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticia-
bridades (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, do na matéria-exemplo)
utilizar a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público.
Exemplos: Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um ele-
(para o candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. mento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de
Nomes femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de cente-
nos casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais nas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi
relevantes e as identifiquem com mais propriedade. a maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisa-
ção -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados
c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzi- ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos
do pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações
avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candida- que se podem atribuir a eles).
to a prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini
(4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as
Perceba que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderi-
palavras piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de ram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios
avião, obviamente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como
se tratasse de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.
ocorre outro exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas
(9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen- Observação: É mais frequente a referência a elementos já citados no
tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se
negrito, antes de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade
pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofre- (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de
ram) Apenas escoriações e queimaduras. cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios
do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região
d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região
elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é do país), que só é citada na linha seguinte.
a substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo
de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os Conexão:
principais elementos de substituição: Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na
coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos,
Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou que são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expres-
acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a sões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do
ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são sentido do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos,
nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior agrupados pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia
(4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha (Comunicação em Prosa Moderna).
Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela
Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes
(6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus
de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente,
retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela,
principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori
contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes
(itálico).
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Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posteri- Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação
oridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das
princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam suben-
posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, tendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve
hoje, frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos.
vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo,
simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso con-
quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde trário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou
que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem. — o que é pior — pode concordar com coisas que rejeitaria se as perce-
besse.
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma
forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e
analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos.
acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
tanto quanto, como, assim como, como se, bem como. Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente. expressões contidas na frase.
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda Assim, quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de
mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao
não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem mesmo tempo, o verbo “continuar” deixa perceber a informação implícita de
como, com, ou (quando não for excludente). que antes o tempo já estava chuvoso.
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no mo-
provável, não é certo, se é que. mento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a
informação implícita de que Pedro fumava antes.
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in-
questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou
não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verda-
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, deiros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles
subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente. que se constróem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a
informação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para e- fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar.
xemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
seja, aliás. Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os
pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propó- com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comuni-
sito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para. cado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante trans-
forma o ou vinte em cúmplice, urna vez que essa ideia não é posta em
Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para con-
de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, firmá -la.
essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sis-
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclu- tema de pensamento montado pelo falante.
são, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo. A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verda-
des” incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso
Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguin- político.
te, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez Tomemos como exemplo a seguinte frase:
que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte Ë preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um
que, de tal forma que, haja vista. ataque soviético.
Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste O conteúdo explícito afirma:
com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, — a necessidade da construção de mísseis,
embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se — com a finalidade de defesa contra o ataque soviético.
bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os so-
Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora. viéticos pretendem atacar o Ocidente.
Níveis De Significado Dos Textos:
Significado Implícito E Explícito Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase
Observe a seguinte frase: podem ser:
Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas. — os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético;
— uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os
Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita: soviéticos;
que ele frequentou um curso superior; — a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de
que ele aprendeu algumas coisas. um ataque ao Ocidente.
Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito
modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os
a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada. argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.
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A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedu-
o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o ção de quem ouvira o seu discurso.
Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a
possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavelmente. Qualquer Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou
argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia
dizer que, com pressupostos distintos, não é possível o diálogo ou não tem sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz.
ele sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os pressu-
postos afirmações explícitas, que então podem ser discutidas. A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é
bastante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar
Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indica- esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais
dores linguísticos, como, por exemplo: eficiente do texto.
a) certos advérbios
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
• ESTUDO DO TEXTO ARGUMENTATIVO, SEUS GÊNEROS E
Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado.
ou RECURSOS LINGUÍSTICOS: ARGUMENTAÇÃO: TIPO, GÊNE-
Os resultados vão chegar mais tarde. ROS E USOS EM LÍNGUA PORTUGUESA – FORMAS DE A-
PRESENTAÇÃO DE DIFERENTES PONTOS DE VISTA; ORGA-
b) certos verbos NIZAÇÃO E PROGRESSÃO TEXTUAL; PAPÉIS SOCIAIS E
O caso do contrabando tornou-se público. COMUNICATIVOS DOS INTERLOCUTORES, RELAÇÃO ENTRE
Pressuposto: O caso não era público antes. USOS E PROPÓSITOS COMUNICATIVOS, FUNÇÃO SÓCIO
COMUNICATIVA DO GÊNERO, ASPECTOS DA DIMENSÃO
c) as orações adjetivas ESPAÇO-TEMPORAL EM QUE SE PRODUZ O TEXTO.
Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses,
não pensam no povo.
Resenha Critica de Articulação do Texto
Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individu- Amanda Alves Martins
ais. Mas a mesma frase poderia ser redigida assim: Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, da autora Elisa Gui-
Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não marães
pensam no povo.
No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do Texto, a autora procura
No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefei- esclarecer as dúvidas referentes à formação e à compreensão de um texto
to têm interesses individuais. e do seu contexto.
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o
explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de
elementos de um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensáveis para
concerne a parte dos elementos de um dado conjunto. a sua construção, como “as intenções do falante (emissor), o jogo de
imagens conceituais, mentais que o emissor e destinatário execu-
d) os adjetivos tam.”(Manuel P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado à isso, um texto não pode
Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. existir de forma única e sozinha, pois depende dos outros tanto sintatica-
mente quanto semanticamente para que haja um entendimento e uma
Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil. compreensão deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se inte-
gram e se explicam de forma recíproca.
Os subentendidos
Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma a- Completando o processo de formação de um texto, a autora nos escla-
firmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem rece que a economia de linguagem facilita a compreensão dele, sendo
fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendes- indispensável uma ligação entre as partes, mesmo havendo um corte de
se o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me trechos considerados não essenciais.
o cigarro por favor.
Quando o tema é a “situação comunicativa” (p.7), a autora nos escla-
O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o rece a relação texto X contexto, onde um é essencial para esclarecermos o
pressuposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con-
ouvinte, não é para ser contestado; o subentendido é de responsabilidade forme são inseridas em um determinado contexto; nos levando ao enten-
do ouvinte, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido dimento de que não podemos considerar isoladamente os seus conceitos e
literal das palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o sim analisá-los de acordo com o contexto semântico ao qual está inserida.
ouvinte depreendeu.
Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra texto estende-se a
O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante uma enorme vastidão, podendo designar “um enunciado qualquer, oral ou
de uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer escrito, longo ou breve, antigo ou moderno” (p.14) e ao contrário do que
com ela. muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen-
to, uma frase, um verbo ect e não apenas na reunião destes com mais
Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com
algumas outras formas de enunciação; procurando sempre uma objetivida-
a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um
de para que a sua compreensão seja feita de forma fácil e clara.
funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas
reunidos em assembleia, que um colega de seção, do partido do governo, Esta economia textual facilita no caminho de transmissão entre o e-
além de ter sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo nunciador e o receptor do texto que procura condensar as informações
muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de recebidas a fim de se deter ao “núcleo informativo” (p.17), este sim, pri-
serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solici- mordial a qualquer informação.
tado muito antes que o referido colega.
A autora também apresenta diversas formas de classificação do dis-
Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do curso e do texto, porém, detenhamo-nos na divisão de texto informativo e
governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se de um texto literário ou ficcional.
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Analisando um texto, é possível percebermos que a repetição de um Um fato importante dentro do livro A Articulação do Texto, é o valor a-
nome/lexema, nos induz à lembrar de fatos já abordados, estimula a nossa tribuído às estruturas integrantes do texto, como o título, o parágrafo, as
biblioteca mental e a informa da importância de tal nome, que dentro de um inter e intrapartes, o início e o fim e também, as superestruturas.
contexto qualquer, ou seja que não fosse de um texto informacional, seria
apenas caracterizado como uma redundância desnecessária. Essa repeti- O título funciona como estratégica de articulação do texto podendo de-
ção é normalmente dada através de sinônimos ou “sinônimos perfeitos” sempenhar papéis que resumam os seus pontos primordiais, como tam-
(p.30) que permitem a permutação destes nomes durante o texto sem que bém, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto.
o sentido original e desejado seja modificado.
Os parágrafos esquematizam o raciocínio do escritos, como enuncia
Esta relação semântica presente nos textos ocorre devido às interpre- Othon Moacir Garcia:
tações feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada “semân- “O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-
tica referencial” (p.31) para causar esta busca mental no receptor através venientemente as ideias principais da sua composição, permitindo ao leitor
de palavras semanticamente semelhantes à que fora enunciada, porém, acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios”.
existe ainda o que a autora denominou de “inexistência de sinônimo perfei-
to” (p.30) que são sinônimos porém quando posto em substituição um ao É bom relembrar, que dentro do parágrafo encontraremos o chamado
outro não geram uma coerência adequada ao entendimento. tópico frasal, que resumirá a principal ideia do parágrafo no qual esta
inserido; e também encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos
Nesta relação de substituição por sinônimos, devemos ter cautela de parágrafo, cada qual com um ponto de vista específico.
quando formos usar os “hiperônimos” (p.32), ou até mesmo a “hiponímia”
(p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa Guimarães preferiu a-
substituições pode-se causar desajustes e o resultado final não fazer com bordá-los de forma mútua já que um é consequência ou decorrência do
que a imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra outro; ficando a organização da narrativa com uma forma de estrutura
assimilação, errônea, pode ser utilizada. clássica e seguindo uma linha sequencial já esperada pelo leitor, onde o
início alimenta a esperança de como virá a ser o texto, enquanto que o fim
Seguindo ainda neste linear das substituições, existem ainda as “no- exercer uma função de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o
minações” e a “elipse”, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso que também, alimenta a imaginação tanto do leito, quanto do próprio autor.
por um verbo é substituído por um nome, ou seja, um substantivo; e,
enquanto na segunda, ou seja, na elipse, o substituto é nulo e marcado No geral, o que diz respeito ao livro A Articulação do Texto de Elisa
pela flexão verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado Guimarães, ele nos trás um grande número de informações e novos con-
do livro de Elisa Guimarães: ceitos em relação à produção e compreensão textual, no entanto, essa
“Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presença suave. Mil grande leva de informações muitas vezes se tornam confusas e acabam
deles não causam o incômodo de dez cearenses. por desprenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o
texto e dificultando o entendimento teórico.
__Não grita, ___ não empurram< ___ não seguram o braço da gente,
___ não impõem suas opiniões. Para os importunos inventaram eles uma A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / COERÊNCIA E COESÃO
palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa se-
essa casta de gente (...)” (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crônicas quência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas
escolhidas. Rio de Janeiros, José Olympio, 1958, p.82). forma uma cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um
entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto
Porém é preciso especificar que para que haja a elipse o termo elíptico falado ou escrito. Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conecti-
deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais já vidade e a retomada e garantem a coesão são os referentes textuais.
ditos anteriormente são primordiais para a compreensão e produção textu- Cada uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado
al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de gran- tanto com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem,
de valor para tais feitos. construindo uma cadeia textual significativa. Essa coesão, que dá unidade
ao texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes
Ao abordar os conceitos de coesão e coerência, a autora procura pri- procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não
meiramente retomar a noção de que a construção do texto é feita através esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elemen-
de “referentes linguísticos” (p.38) que geram um conjunto de frases que tos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são
irão constituir uma “microestrutura do texto” (p.38) que se articula com a as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as
estrutura semântica geral. Porém, a dificuldade de se separar a coesão da orações e entre os parágrafos que determinam a referenciação, os conta-
coerência está no fato daquela está inserida nesta, formando uma linha de tos e conexões e estabelecem sentido ao todo.)
raciocínio de fácil compreensão, no entanto, quando ocorre uma incoerên-
cia textual, decorrente da incompatibilidade e não exatidão do que foi Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto
escrito, o leitor também é capaz de entender devido a sua fácil compreen- coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâ-
são apesar da má articulação do texto. mica articuladora e garantem a progressão textual.
A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas
A coerência de um texto não é dada apenas pela boa interligação en- relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjeti-
tre as suas frases, mas também porque entre estas existe a influência da vos em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos;
coerência textual, o que nos ajuda a concluir que a coesão, na verdade, é tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.),
efeito da coerência. Como observamos em Nova Gramática Aplicada da na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como
Língua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed): formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver
um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos
A coesão e a coerência trazem a característica de promover a inter- gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.
relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que 1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode
chamamos de conectividade textual. “A coerência diz respeito ao nexo dar-se pela reiteração, pela substituição e pela associação.
entre os conceitos; e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguísti- É garantida como emprego de:
co” (VAL, Maria das Graças Costa. Redação e textualidade, 1991, p.7) enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensagem-
tema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos sucessivos
No capítulo que diz respeito às noções de estrutura, Elisa Guimarães, pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse caso, fa-
busca ressaltar o nível sintático representado pelas coordenações e subor- zer-se a diferenciação entre a simples redundância resultado da po-
dinações que fixam relações de “equivalência” ou “hierarquia” respectiva- breza de vocabulário e o emprego de repetições como recurso esti-
mente. lístico, com intenção articulatória. Ex.: “As contas do patrão eram di-
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ferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas Fabiano sabia A ligação lógica das ideias
que elas estavam erradas e o patrão queria enganá-lo.Enganava.” Uma das características do texto é a organização sequencial dos ele-
Vidas secas, p. 143); mentos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se
substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto,
como de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além das fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja
palavras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológicas e do dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse
campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar, voar; encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição voca-
hipônimos (relações de um termo específico com um termo de sen- bular e a elipse.
tido geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um termo de
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico, ex.: feli- ARTICULAÇÃO
no, gato); Os articuladores (também chamados nexos ou conectores) são con-
nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em for- junções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si dos
ma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.: con- fatos denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interde-
sertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso distinguir-se entre pendência de sentido das frases no processo de sequencialização textual.
nominalização estrita e. generalizações (ex.: o cão < o animal) e As ideias ou proposições podem se relacionar indicando causa, conse-
especificações (ex.: planta > árvore > palmeira); quência, finalidade, etc.
substitutos universais (ex.:João trabalha muito. Também o faço. O
verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar); Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente.
enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global. Ingressei na Faculdade porque pretendo ser biólogo.
Ex.:O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono
(Vidas Secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora con- É possível observar que os articuladores relacionam os argumentos di-
ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere ferentemente. Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a relação que
são retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta. estabelecem.
Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso a-
vançar, mantendo-se sua unidade. Relações de:
2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de: adição: os conectores articula sequencialmente frases cujos conteú-
certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam- dos se adicionam a favor de uma mesma conclusão: e, também, não
se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados co- só...como também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem.
mo substitutos de elementos anteriormente presentes no texto, dife-
rentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à pes- Na maioria dos casos, as frases somadas não são permutáveis, isto é,
soa que fala e com quem esta fala. a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada.
certos advérbios e expressões adverbiais;
artigos; Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-se.
conjunções; alternância: os conteúdos alternativos das frases são articulados por
numerais; conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres-
elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado sar inclusão ou exclusão.
anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem re-
colheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade.
O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a rela- Oposição: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con-
ção entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que teúdos se opõem. São articuladores de oposição: mas, porém, todavia,
marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio e- entretanto, no entanto, não obstante, embora, apesar de (que), ainda
nunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver- que, se bem que, mesmo que, etc.
bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares públi-
cos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma situ- O candidato foi aprovado, mas não fez a matrícula.
ação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e con- condicionalidade: essa relação é expressa pela combinação de duas
texto (extratextual); proposições: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por então
as concordâncias; (consequente), que pode vir implícito. Estabelece-se uma relação entre o
a correlação entre os tempos verbais. antecedente e o consequente, isto é, sendo o antecedente verdadeiro ou
possível, o consequente também o será.
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão tex-
tual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas Na relação de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma
indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os condição hipotética, isto é,, cria-se na proposição introduzida pelo articula-
componentes concentram em si a significação. Referem os participantes do dor se/caso uma hipótese que condicionará o que será dito na proposição
ato de comunicação, o momento e o lugar da enunciação. seguinte. Em geral, a proposição situa-se num tempo futuro.
Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos:
Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participan- Caso tenha férias, (então) viajarei para Buenos Aires.
tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções Causalidade: é expressa pela combinação de duas proposições, uma
prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o das quais encerra a causa que acarreta a consequência expressa na outra.
momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou Tal relação pode ser veiculada de diferentes formas:
posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti- Passei no vestibular porque estudei muito
mamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de visto que
agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro). já que
uma vez que
Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam re- _________________ _____________________
lações não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também consequência causa
entre frases e sequências de frases dentro de um texto”.
Estudei tanto que passei no vestibular.
Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Mui- Estudei muito por isso passei no vestibular
tas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoia- _________________ ____________________
da no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo causa consequência
comunicativo têm da língua.
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Como estudei passei no vestibular A análise de expressões referenciais é fundamental na interpretação
Por ter estudado muito passei no vestibular do discurso. A identificação de expressões correferentes é importante em
___________________ ___________________ diversas aplicações de Processamento da Linguagem Natural. Expressões
causa consequência referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso
Finalidade: uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) pa- ou podem fazer referência a entidades já mencionadas,podendo fazer uso
ra se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais de redução lexical.
são: para, afim de, para que.
Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida. Interpretar e produzir textos de qualidade são tarefas muito importan-
Conformidade: essa relação expressa-se por meio de duas proposi- tes na formação do aluno. Para realizá-las de modo satisfatório, é essenci-
ções, em que se mostra a conformidade de conteúdo de uma delas em al saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos
relação a algo afirmado na outra. do discurso. A linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz escolhas
quando se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara. essas escolhas, de modo a fazer com que suas opiniões sejam aceitas ou
segundo respeitadas, é fundamental lançar mão dos operadores que estabelecem
consoante ligações (espécies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso.
como
de acordo com a solicitação...
MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
Temporalidade: é a relação por meio da qual se localizam no tempo
ações, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio Oliveira, (2003:41) fazendo alusão a Charaudeau (1992) observa:
de duas proposições.
Quando Os modos de organização do discurso ( o narrativo, o descritivo, o
Mal argumentativo e o enunciativo) são maneiras de estruturar o texto, visan-
Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui. do a uma função típica de cada um: a função do narrativo é contar ou
Assim que relatar, a do descritivo, descrever; a do argumentativo, argumentar, ou
Depois que seja, explicar uma verdade numa visão racionalizante para influenciar o
No momento em que interlocutor; e a do enunciativo é gerir os outros três. Este tem pois uma
Nem bem função metadiscursiva – Charaudeau ( 1992:642-646).
Oliveira.Helênio (2004), discutindo conceitos básicos em análise
Concomitância de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estudava do discurso, com base nos dois grandes critérios de classificação de
com afinco. textos ( o intratextual-estrutural, o que se encontra no texto; e o extratex-
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada tual– sensível a situação comunicativa), propõe a nomenclatura “modos
uma das proposições. de organização do texto”, acrescentando a listagem de Charaudeau
b) um tempo progressivo: (1992) outros dois modos de organização: o expositivo e o injuntivo.
À proporção que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.
bar enchia de frequentadores à medida que a noite caía.
Omodo de organização do texto narrativo é construído pela su-
Conclusão: um enunciado introduzido por articuladores como portan- cessão, desenvolvimento de ações que formam o arcabouço de uma
to, logo, pois, então, por conseguinte, estabelece uma conclusão em história (no sentido estrito) – processos, sequências, tempo em andamen-
relação a algo dito no enunciado anterior: to.
O Modo Descritivo tem como funcionamento identificar, distinguir,
Assistiu a todas as aulas e realizou com êxito todos os exercícios. Por- qualificar pessoa ou objeto, os ‘seres do mundo’ (a quem Oliveira, Helê-
tanto tem condições de se sair bem na prova. nio (2004 mimeo) denomina “objeto da descrição” ). Na descrição confec-
cionamos uma espécie de retrato através de palavras. Tempo estático.
É importante salientar que os articuladores conclusivos não se limitam
a articular frases. Eles podem articular parágrafos, capítulos. Discorrendo sobre o texto descritivo, Oliveira, Helênio (mimeo) destaca
importantes fatores que normalmente não são levados em consideração
Comparação: é estabelecida por articuladores: tanto (tão)...como, quando se aborda o M.O.D. descritivo:
tanto (tal)...como, tão ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que,
assim como. · A existência de textos iminentemente descritivos: A descrição de um
Ele é tão competente quanto Alberto. tipo de rocha, da anatomia de uma espécie animal, do sistema pronominal
de dada língua etc.
Explicação ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por-
que introduzem uma justificativa ou explicação a algo já anteriormente · O ponto de vista e o ângulo do observador afetando na seleção dos
referido. atributos do objeto descrito – limitações físicas, intelectuais etc.
· O caráter infinito dos possíveis “objetos de descrição”, bem como os
Não se preocupe que eu voltarei diversos sentidos empregados na observação do objeto descrito (+ ou –
pois sensorial)
porque
Progressão temática: é a soma das unidades temática. Toda disser-
As pausas tação bem construída deve expor progressão temática. Eis a inteligente
Os articuladores são, muitas vezes, substituídos por “pausas” (marca- maneira de trazer densidade sobre o tema proposto.
das por dois pontos, vírgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar Parágrafo
tipos de relações diferentes.
Os textos em prosa, sejam eles narrativos, descritivos ou dissertativos,
Compramos tudo pela manhã: à tarde pretendemos viajar. (causalida-
são estruturados geralmente em unidades menores, os parágrafos, identifi-
de)
cados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em relação à mar-
Não fique triste. As coisas se resolverão. (justificativa)
gem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há parágrafos longos
Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos à flor da pele. ( oposi-
e parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a unidade temá-
ção)
tica, já que cada ideia exposta no texto deve corresponder a um parágrafo.
Não estive presente à cerimônia. Não posso descrevê-la. (conclusão)
http://www.seaac.com.br/
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"O parágrafo é uma unidade de composição, constituída por um ou mais Socorro!
de um período em que desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a Que calor!
que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo senti-
do e logicamente decorrentes dela." [GARCIA, Othon M. Comunicação em Oração
prosa moderna. 7.ed. Rio de Janeiro: FGV, 1978, p. 203.]
Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
Essa definição não se aplica a todo o tipo de parágrafo: trata-se de um A fanfarra desfilou na avenida.
modelo - denominado parágrafo-padrão - que, por ser cultivado por bons As festas juninas estão chegando.
escritores modernos, o aluno poderá (e até deverá) imitar:
Muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com Período
ideias e exigem maior rigor e objetividade na composição, o parágrafo-
padrão apresente a seguinte estrutura: Período é a frase estruturada em oração ou orações.
a) introdução - também denominada tópico frasal, é constituída de uma O período pode ser:
ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sintética, a ideia princi-
pal do parágrafo, definindo seu objetivo; - simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal, Fui à livraria ontem.
com apresentação de ideias secundárias que o fundamentam ou esclare- - composto - quando constituído por mais de uma oração.
cem; Fui à livraria ontem e comprei um livro.
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- o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um do não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do
cálice (o conteúdo de um cálice) de licor. mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos
- a causa pelo efeito e vice-versa: “E assim o operário ia / Com suor e bailados, e a orquestra é excelente…” (Machado de Assis).
com cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apar- Figuras de sintaxe ou de construção:
tamento.” (Vinicius de Moraes). As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em
- o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis
do legítimo porto (o vinho da cidade do Porto). repetições ou omissões.
- o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge A- Elas podem ser construídas por:
mado). a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
- o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
seu coração (sentimento, sensibilidade).
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
- o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pe-
los revolucionários. d) ruptura: anacoluto;
- a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa. e) concordância ideológica: silepse.
- o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo. Portanto, são figuras de construção ou sintaxe:
- a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura). Assíndeto:
- o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso, Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por
glutão). conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgu-
las.
Sinédoque:
Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência
Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, ha- das pausas rítmicas (vírgulas).
vendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação
quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos: Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a
pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se.” (Machado
- o todo pela parte e vice-versa: “A cidade inteira (o povo) viu assom- de Assis).
brada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos
(parte das patas) de seu cavalo.” (J. Cândido de Carvalho) Elipse:
- o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) é Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente
tímido; o carioca (todos os cariocas), atrevido. podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supres-
são de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso
- o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os recurso de concisão e dinamismo.
artistas ele foi um mecenas (protetor).
Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.” (e-
Catacrese: lipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias…).
A catacrese é um tipo de especial de metáfora, “é uma espécie de me- Zeugma:
táfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação,
de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito linguístico, já Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, fi-
fora do âmbito estilístico.” (Othon M. Garcia). cando subentendida sua repetição.
São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Fe-
alho / montar em burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção / lipes.” (Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”) (Camilo Castelo
ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco. Branco).
Sinestesia: Anáfora:
A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início
expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, de um período, frase ou verso.
olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas). Exemplo: “Depois o areal extenso… / Depois o oceano de pó… / De-
Exemplo: “A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de pois no horizonte imenso / Desertos… desertos só…” (Castro Alves).
uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Pleonasmo:
Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensa- Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma ideia, isto é, redun-
ções táteis], quase irreal.” (Augusto Meyer) dância de significado.
Antonomásia: a) Pleonasmo literário:
Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma quali- É o uso de palavras redundantes para reforçar uma ideia, tanto do
dade, característica ou fato que a distingue. ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como
Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu
nome próprio. quis ver de perto / Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto de
Exemplos: “E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga Oliveira).
e enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes “Morrerás morte vil na mão de um forte.” (Gonçalves Dias)
do Nascimento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos (=
“Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal” (Fer-
Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão)
nando Pessoa).
Alegoria:
b) Pleonasmo vicioso:
A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo ob-
jeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global É o desdobramento de ideias que já estavam implícitas em palavras
por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alego- anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois
ria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é não têm valor de reforço de uma ideia, sendo apenas fruto do descobri-
comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e mento do sentido real das palavras.
outro metafórico. Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir
Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barí- com os ouvidos / hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve
tono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quan- alocução / principal protagonista.
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Polissíndeto: Figuras de pensamento:
Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem
coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou verti-
ginosos. São figuras de pensamento:
Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa Também a atribuição de características humanas a seres animados
verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado. constitui prosopopeia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como
este exemplo de Mário de Quintana: “O peixinho (…) silencioso e levemen-
Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas.” te melancólico…”
(Machado de Assis).
Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do caminho.” (Raul
Bopp)
Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice Lispector)
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Perífrase: atitudes típicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluência
no dialeto padrão da língua.
Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar
algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear. Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é indesejável porque
os receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em ques-
Exemplo: “Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade mara- tão na língua nativa de sua comunidade linguística, mas nem sempre
vilhosa / Coração do meu Brasil.” (André Filho). conhecem o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro à
Até este ponto retirei informações do site PCI cursos comunidade com a qual ele está familiarizado. Em nível político, um barba-
rismo também pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns
Vícios de Linguagem receptores que se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos
Ambiguidade tipos de influência sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o
conceito de barbarismo é relativo ao receptor da mensagem.
Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos.
Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do re-
ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma ceptor poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um
palavra apresentar vários sentidos em um contexto. cultismo (ex: “abdômen”) quando presente em uma mensagem a um
receptor que não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado,
Ex: que poderia compreender melhor os sinônimos “barriga”, “pança” ou “bu-
cho”).
“Onde está a vaca da sua avó?” (Que vaca? A avó ou a vaca criada
pela avó?) Cacofonia
“Onde está a cachorra da sua mãe?” (Que cachorra? A mãe ou a ca- A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união
dela criada pela mãe?) das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando
falamos sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve. São exem-
“Este líder dirigiu bem sua nação”(“Sua”? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o
plos desse fato:
líder)?).
“Ele beijou a boca dela.”
Obs 1: O pronome possessivo “seu(ua)(s)” gera muita confusão por ser
geralmente associado ao receptor da mensagem. “Bata com um mamão para mim, por favor.”
Obs 2: A preposição “como” também gera confusão com o verbo “co- “Deixe ir-me já, pois estou atrasado.”
mer” na 1ª pessoa do singular.
“Não tem nada de errado a cerca dela“
A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecio-
nal, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o “Vou-me já que está pingando. Vai chover!”
emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa “Instrumento para socar alho.”
original e assim obter a interpretação correta da mensagem.
“Daqui vai, se for dai.”
Barbarismo
Não são cacofonia:
Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para
os latinos qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão “Eu amo ela demais !!!”
ou construção estrangeira no lugar de equivalente vernácula. “Eu vi ela.”
De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem dife- “você veja”
rentes nomes:
Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes
galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (de Gália, usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e “pegadinhas”.
antigo nome da França);
Plebeísmo
anglicismo, quando do inglês;
O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e
castelhanismo, quando vindos do espanhol; termos considerados informais.
Ex: Exemplos:
Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria “Ele era um tremendo mané!”
“quanto maispenso, (tanto) mais fico inteligente”);
“Tô ferrado!”
Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria “comeu
um rosbife“); “Tá ligado nas quebradas, meu chapa?”
Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria “Ha- “Esse bagulho é ‘radicaaaal’!!! Tá ligado mano?”
via ligações(ou vínculos) para sua página”.
‘Vô piálá’mais tarde ‘ !!! Se ligou maluko ?
Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria “Eles
têm serviço de entrega”). Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em con-
textos sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo.
Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicismo, o
mais adequado seria Primeiro-ministro) Prolixidade
Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits. (an- É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua
glicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja) superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas ideias. Ao
texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza
Convocamos para a Reunião do Conselho de DA’s (plural da sigla e cansa o leitor.
de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não se u-
sa apóstrofo ‘s’ para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.) A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e
precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possí-
Há quem considere barbarismo também divergências de pronúncia, vel com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra
grafia, morfologia, etc., tais como “adevogado” ou “eu sabo“, pois seriam certa para dizer exatamente o que se quer.
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Pleonasmo vicioso Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da fra-
O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa re- se que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões
dundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é consi- por outras similares ou sinônimas.
derado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chama-
mos pleonasmo vicioso.
Ex: Intertextualidade
“Ele vai ser o protagonista principal da peça”. (Um protagonista é, Grosso modo, pode-se definir a intertextualidade como sendo um
necessariamente, a personagem principal) "diálogo" entre textos. Esse diálogo pressupõe um universo cultural muito
“Meninos, entrem já para dentro!” (O verbo “entrar” já exprime ideia amplo e complexo, pois implica a identificação e o reconhecimento de
de ir para dentro) remissões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos. Dependendo
“Estou subindo para cima.” (O verbo “subir” já exprime ideia de ir para da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos
cima) textos/ contextos em que ela é inserida.
“Não deixe de comparecer pessoalmente.” (É impossível comparecer Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao
a algum lugar de outra forma que não pessoalmente) "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao
“Meio-ambiente” – o meio em que vivemos = o ambiente em que vive- produtor e ao receptor de textos.
mos. O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,não se
Não é pleonasmo: restringindo única e exclusivamente a textos literários.
“As palavras são de baixo calão“. Palavras podem ser de baixo ou de Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor barroco italiano
alto calão. Caravaggio e a fotografia da americana Cindy Sherman, na qual quem
O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os posa é ela mesma. O quadro de Caravaggio foi pintado no final do século
exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele XVI, já o trabalho fotográfico de Cindy Sherman foi produzido quase
é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado quatrocentos anos mais tarde. Na foto, Sherman cria o mesmo ambiente e
aspecto da mensagem. a mesma atmosfera sensual da pintura, reunindo um conjunto de
Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleo- elementos: a coroa de flores na cabeça, o contraste entre claro e escuro, a
nasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores sensualidade do ombro nu etc. A foto de Sherman é uma recriação do
(como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A quadro de Caravaggio e, portanto, é um tipo de intertextualidade na
maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no pintura.
receptor depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de inter- Na publicidade, por exemplo, em um dos anúncios do Bom Bril, o ator
pretação textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não se veste e se posiciona como se fosse a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e
se incorrer acidentalmente em um uso vicioso. cujo slogan era " Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima".
Solecismo Esse enunciado sugere ao leitor que o produto anunciado deixa a roupa
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com re- bem macia e mais perfumada, ou seja, uma verdadeira obra-prima (se
lação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo: referindo ao quadro de Da Vinci). Nesse caso pode-se dizer que a
intertextualidade assume a função de não só persuadir o leitor como
De concordância:
também de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a
“Fazem três anos que não vou ao médico.” (Faz três anos que não vou arte (pintura, escultura, literatura etc).
ao médico.)
Tipos de intertextualidade
“Aluga-se salas nesse edifício.” (Alugam-se salas nesse edifício.)
De regência: Pode-se destacar sete tipos de intertextualidade:
“Ontem eu assisti um filme de época.” (Ontem eu assisti a um filme de Epígrafe - constitui uma escrita introdutória a outra.
época.)
Citação - é uma transcrição do texto alheio, marcada por aspas.
De colocação:
“Me empresta um lápis, por favor.” (Empresta-me um lápis, por favor.) Paródia - é uma forma de apropriação que, em lugar de
endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente. Ela
“Me parece que ela ficou contente.” (Parece-me que ela ficou conten-
perverte o texto anterior, visando à ironia,ou à crítica.
te.)
“Eu não respondi-lhe nada do que perguntou.” (Eu não lhe respondi Pastiche - uma recorrência a um gênero.
nada do que perguntou.)
Tradução - a tradução está no campo da intertextualidade
Eco porque implica recriação de um texto.
O Eco vem a ser a própria rima que ocorre quando há na frase ter-
minações iguais ou semelhantes, provocando dissonância. Referência e alusão
“Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e educa- Exemplo
ção.”
Para ampliar essa discussão, vale trazer um exemplo de
“O aluno repetente mente alegremente.” intertextualidade na literatura. Às vezes, a superposição de um texto sobre
O presidente tinha dor de dente constantemente. outro pode provocar uma certa atualização ou modernização do primeiro
Colisão texto. Nota-se isso no livroMensagem, de Fernando Pessoa, que retoma,
por exemplo, com seu poema “O Monstrengo” o episódio do Gigante
O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é deno- Adamastor de Os Lusíadas de Camões. Ocorre como que um diálogo entre
minado aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando os dois textos. Em alguns casos, aproxima-se da paródia (canto paralelo),
usados com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção como o poema “Madrigal Melancólico” de Manuel Bandeira, do livro Ritmo
do receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando Dissoluto, que seguramente serviu de inspiração e assim se refletiu no
causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração seguinte poema:
torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome
de colisão. Exemplos: ASSIM COMO BANDEIRA
O que amo em ti
“Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos.” não são esses olhos doces
“O papa Paulo VI pediu a paz.” delicados
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nem esse riso de anjo adolescente.
Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira
O que amo em ti explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou
não é só essa pele acetinada expressões contidas na frase.
sempre pronta para a carícia renovada
nem esse seio róseo e atrevido Assim, quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de
a desenhar-se sob o tecido. maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao
mesmo tempo, o verbo “continuar” deixa perceber a informação implícita de
O que amo em ti que antes o tempo já estava chuvoso.
não é essa pressa louca
de viver cada vão momento Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no mo-
nem a falta de memória para a dor. mento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a
informação implícita de que Pedro fumava antes.
O que amo em ti
não é apenas essa voz leve A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou
que me envolve e me consome não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verda-
nem o que deseja todo homem deiros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles
flor definida e definitiva que se constroem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a
a abrir-se como boca ou ferida informação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não
nem mesmo essa juventude assim perdida. fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar.
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Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado. Assim, na aula de língua estrangeira moderna será possível fazer dis-
ou cussões orais sobre sua compreensão, bem como produzir textos orais,
Os resultados vão chegar mais tarde. escritos e/ou visuais a partir do texto lido, integrando todas as práticas
discursivas neste processo.
b) certos verbos
O caso do contrabando tornou-se público. Significante versus Significado
Pressuposto: O caso não era público antes. Para entender esse par de conceitos, devemos levar em conta que o
signo linguístico é constituído por duas partes distintas, embora uma não
c) as orações adjetivas exista separada da outra.
Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, Esse signo divide-se numa parte perceptível, constituída de sons, que
não pensam no povo. podem ser representados por letras, e numa parte inteligível, constituída de
um conceito.
Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individu- A parte perceptível do signo denomina-se significante ou plano de ex-
ais. Mas a mesma frase poderia ser redigida assim: pressão; a parte inteligível, o conceito, denomina-se significado ou plano
de conteúdo.
Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não
Quando ouvimos, por exemplo, árvore, percebemos uma combinação
pensam no povo.
de sons (o significante) que associamos imediatamente a um conceito (o
No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a pre- significado).
feito têm interesses individuais.
Polissemia
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As Numa língua qualquer, é muito comum ocorrer que um plano de ex-
explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os pressão (um significante) seja suporte para mais de um plano de conteúdo
elementos de um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem (significado), ou seja, que um mesmo termo tenha vários significados.
concerne a parte dos elementos de um dado conjunto. Tomemos, por exemplo, na nossa língua, o signo linha: a esse signifi-
cante se associam vários significados, que os dicionários registram.
d) os adjetivos
Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. Com efeito, linha pode evocar os conceitos de:
Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil. a) material próprio para costurar ou bordar tecidos;
b) os vários atacantes de um time de futebol;
Os subentendidos
c) os trilhos de um trem ou bonde;
Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma a-
d) uma certa conduta de um indivíduo, postura; e outros significados.
firmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem
Quando um único significante remete a vários significados, dizemos
fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendes-
que ocorre a polissemia.
se o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me
o cigarro por favor.
Significação contextual
O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o Acabamos de dizer que é muito comum um único significante evocar
pressuposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o vários significados e que, nesse caso, ocorre a polissemia. Mas isso não
ouvinte, não é para ser contestado; o subentendido é de responsabilidade chega a constituir problema para a clareza e objetividade da comunicação
do ouvinte, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido porque a polissemia, em geral, fica neutralizada pelo contexto.
literal das palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o
Por contexto, entendemos uma unidade linguística de âmbito maior, na
ouvinte depreendeu.
qual se insere outra unidade de âmbito menor. Dessa forma, a palavra
O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante (unidade menor) se insere no contexto da frase (unidade maior); a frase se
de uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer insere no contexto do período; o período se insere no contexto do parágra-
com ela. fo e assim por diante.
Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com Uma vez inserida no contexto, a palavra perde o seu caráter po-
a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um lissêmico, isto é, deixa de admitir vários significados e ganha um sig-
funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas nificado especifico no contexto. É o significado definido pelo contexto que
reunidos em assembleia, que um colega de seção, do partido do governo, se denomina significado contextual.
além de ter sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo
Inserindo a palavra linha, de que acabamos de falar, num contexto, ela
muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de
assumirá um significado apenas e por isso deixará de ser polissêmica.
serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solici-
Observem-se os exemplos:
tado muito antes que o referido colega.
a) A costureira, de tão velha, não conseguia mais enfiar a linha na
Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do agulha (linha = material para costurar).
governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se b) O técnico deslocou o jogador da linha para a defesa (linha = con-
prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedu- junto de atacantes de um time de futebol).
ção de quem ouvira o seu discurso. c) As linhas do bonde foram cobertas pelo asfalto (linha trilho).
d) O conferencista, apesar da agressividade da plateia, não perdeu a
Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou linha (linha postura).
subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia Para a compreensão de um texto, a depreensão do significado contex-
sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz. tual é um dado bastante importante, sobretudo quando se trata de um texto
de caráter literário. Como se sabe, no discurso literário, é bastante comum
A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é
explorar as múltiplas possibilidades de significado de uma palavra. Mas,
bastante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar
num texto, tudo deve ser amarrado e coerente. A coerência do texto permi-
esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais
te que se capte o sentido que as palavras assumem no contexto.
eficiente do texto.
Denotação versus Conotação
Inferência
A relação existente entre o plano da expressão e o plano de conteúdo
A inferência é um processo cognitivo relevante nesta abordagem de
configura aquilo que chamamos de denotação. Desse modo, significado
leitura discursiva, porque o processo inferencial possibilita construir novos
denotativo é aquele conceito que um certo significante evoca no receptor.
conhecimentos, a partir daqueles existentes na memória do leitor, os quais
Em outras palavras, é o conceito ao qual nos remete um certo significante.
são ativados e relacionados às informações materializadas no texto.
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Os dicionários descrevem geralmente os vários conceitos que as pala- As duas primeiras estrofes falam das propriedades físicas da água
vras denotam: quando alguém procura no dicionário o significado de uma (ausência de cor, cheiro e sabor, em estado de pureza; propriedade de
palavra, está querendo saber o que é que ela denota ou que tipo de signifi- dissolver ácidos, bases e sais, ponto de congelamento e fervura), falam
cado está investido num certo significante. O dicionário nos diz que: também de sua utilidade (mover máquinas, servir de solvente). À primeira
— bocteriose denota doenças causadas por bactérias. vista, temos a impressão de que a palavra “água” tem um valor denotativo
— báculo denota um bastão, um cajado que os bispos usam em e que o poeta está fazendo uma exposição, que ficaria melhor num com-
cerimônias religiosas. pêndio científico, sobre as propriedades e funções de uma substância. No
— fosco denota insucesso, mau êxito. entanto, na terceira estrofe, o tom muda: um ritmo lento e majestoso substi-
tui o ritmo quase prosaico das duas primeiras estrofes; as consoantes não-
Um termo ou uma palavra, além do seu significado denotativo, pode vir momentâneas, que admitem uma pronúncia mais alongada (f/v, s/z, m, n, l,
acrescido de outros significados paralelos, pode vir carregado de impres- r), predominam; os vocábulos selecionados parecem, à primeira vista, mais
sões, valores afetivos, negativos e positivos. Assim, sobre o signo linguísti- sugestivos e carregados de uma carga emocional mais intensa.
co, dotado de um plano de expressão e um plano de conteúdo, pode-se
construir outro plano de conteúdo constituído de valores sociais, de im- Comecemos a análise por essa estrofe. O termo “cálida” significa
pressões ou reações psíquicas que um signo desperta. Esses valores quente, ardente, fogosa. Verão, grafado com maiúscula, não denota ape-
sobrepostos ao signo constituem aquilo que denominamos de sentido nas a estação do ano, mas evoca o calor e, por associação, a vida. Isso
conotativo e esse acréscimo de um novo conteúdo constitui a conotação. sugere o tempo dos jogos do amor. Luar é o clima dos enamorados. E
Assim, “cair do cavalo” tem um sentido denotativo: “sofrer uma queda de definido como de uma brancura intensa (pureza), pois “de camélia” reforça
um cavalo”, A essa expressão, acrescenta-se outro conteúdo, e “cair do “branco”. Ao mesmo tempo, um clima arrebatador, pois gomoso significa
cavalo” passa a conotar “dar-se mal”, “sofrer uma decepção”. viscoso, é o que prende, cativa e seduz. Os dois primeiros versos sugerem
o amor e, portanto, a vida. O terceiro verso introduz a ideia da morte, da
Em síntese, toda palavra possui um significado denotativo, já que em podridão, da frieza. Ofélia, cujo cadáver aparece boiando, evoca Ofélia,
toda palavra se pressupõem reciprocamente dois planos: personagem da tragédia Hamlet de Shakespeare. Esta amava Hamlet e,
enlouquecida de dor porque o próprio amado matara seu pai, morreu
Plano de conteúdo (significado) afogada. A evocação de uma personagem da tragédia clássica introduz no
Plano de expressão (significante) poema todos os conflitos que perpassam a tragédia, cujos personagens
são dilacerados por sentimentos contraditórios. No quarto verso, aparece o
Sobreposto ao significado denotativo implanta-se o significado conota- termo “nenúfar”, planta aquática da família das ninfáceas. Essa palavra traz
tivo, que consiste num novo plano de conteúdo investido no signo como um à mente as ninfas, divindades gregas dos rios e dos bosques, que eram
todo. mulheres bonitas e formosas. É um signo evocador da juventude, da
beleza e, também, da vida.
Duas palavras podem ter a mesma denotação e conotação com-
pletamente diversa, e essa propriedade pode servir para deixar clara a No meio de um conjunto de signos que sugerem a vida, introduz-se a
diferença entre essas duas dimensões do signo linguístico que estamos morte; no interior da brancura de camélia do luar, insere-se a putrefação (o
tentando explicar. Citemos, por exemplo, as palavras docente, professor e cadáver). A água é lugar da vida (é onde crescem os nenúfares); é também
instrutor, que denotam praticamente a mesma coisa: alguém que instrui lugar de seu contraditório, a morte (é onde boia o cadáver). Estamos no
alguém; as três palavras são, entretanto, carregadas de conteúdos conota- plano do mito, pois todo mito reúne elementos semânticos contrários entre
tivos diversos, sobretudo no que diz respeito ao prestígio e ao grau de si. A água ganha a dimensão do mito.
respeitabilidade que cada um desperta. Assim também policial e meganha
têm a mesma denotação e conotações francamente distintas. A nitidez dos recursos poéticos da terceira estrofe obriga-nos a reler as
duas primeiras, para perceber o significado global do poema, que, até
O sentido conotativo varia de cultura para cultura, de classe social pa- agora, se apresenta como dois blocos de significação sem aparente rela-
ra classe social, de época para época. A palavra filósofo entre os gregos ção entre si.
tinha uma carga conotativa muito mais prestigiosa que entre nós. Saber
depreender a força conotativa das palavras em cada tipo de cultura é Há uma leitura denotativa da realidade, que pode ser descrita em suas
indispensável para usá-las bem. Imagine-se, num restaurante, o freguês propriedades e funções. No entanto, as rimas presentes nas duas primei-
chamar o garçom e devolver a carne alegando que ela está fedendo. Se ras estrofes sugerem que a mesma realidade pode ter outra leitura. Há um
disser cheirando mal em vez defedendo, mantém a denotação e evita o plano de análise racional que distingue (“Congela a zero graus centesi-
impacto conotativo grosseiro do verbo feder. mais/E ferve a 100º) e um plano do entendimento mítico que apreende
simultaneamente as contraditoriedades. Há uma visão da realidade sem os
TEXTO COMENTADO cheiros, os gostos e as cores, e outra com cores intensas e sensações
táteis muito vivas. Aquela está vinculada ao mundo do trabalho (“move os
Lição sobre a água êmbolos”), e esta, ao dos sentimentos. Aquela dissolve quase tudo, esta
Este líquido é água. não dissolve, mas funde os elementos conservando suas propriedades. O
Quando pura plano do mito invade a realidade. A substituição do ritmo e a predominân-
é inodora, insípida e incolor. cia das consoante não-momentâneas recriam, no plano da expressão, a
Reduzida a vapor, ideia de invasão do mito que flui pelo interior da realidade.
5 sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas, que, por isso, Água tem no poema sentido conotado: significa a realidade que a ci-
se denominam máquinas de vapor. ência e os negócios veem como um espaço em que tudo está separado e
Ë um bom dissolvente. catalogado; significa também a dimensão do mito, onde estão os sentimen-
Embora com exceções mas de um modo geral, tos contraditórios, que movem o homem. A análise da ciência ou dos
10 dissolve tudo bem, ácidos, bases e sais. interesses econômicos é sempre parcial, sempre incompleta, pois não leva
Congela a zero graus centesimais em conta a contraditoriedade humana, expressa pelo mito. Este explica
e ferve a 100, quando a pressão normal. melhor a realidade, pois exprime suas contradições. No mito a morte é a
Foi nesse líquido que numa noite cálida de Verão, contraface da vida; a podridão, da pureza; o frio, do calor...
sob um luar gomoso e branco de camélia,
15 apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão, RECURSOS EXPRESSIVOS
O autor de um texto pode recorrer a determinados processos, ou ma-
GEDEÂO, Antônio. Poesias completas (1955- neiras, para tornar esse texto mais expressivo ou vivo.
-1957). Lisboa. Portugália, 1972. p. 244-5.
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Assim, os recursos expressivos ou figuras de estilo são maneiras de Hora – letras: 4: fonemas: 3
escrever (ou falar), usadas para dar mais elegância, beleza, expressividade Aquela – letras: 6: fonemas: 5
e correção aos textos. Guerra – letras: 6: fonemas: 4
Fixo – letras: 4: fonemas: 5
PERSONIFICAÇÃO – Consiste na atribuição de características huma- Hoje – 4 letras e 3 fonemas
nas a animais, coisas ou ideias. Canto – 5 letras e 4 fonemas
Ex: As ondas desenrolaram os seus braços ao longo da praia. Tempo – 5 letras e 4 fonemas
Campo – 5 letras e 4 fonemas
Ex: A chuva espreitou lá do céu mas recolheu-se arrependida. Chuva – 5 letras e 4 fonemas
COMPARAÇÃO – Consiste em estabelecer uma relação de semelhan- LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um
ça por meio de uma palavra ou de uma expressão comparativa (várias determinado som.
palavras): ”como, mais do que, menos do que, maior que, tão”; ou através
de verbos que também sirvam para comparar: “parecer, lembrar, seguir…”. CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
Ex: A velha estava tão fria como um pedaço de mármore.
Ex: A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim. VOGAIS
a, e, i, o, u
ENUMERAÇÃO – Consiste em apresentar vários elementos da mesma
natureza (género), separadas por vírgulas.
SEMIVOGAIS
Ex: Aquela montra está cheia de doces: pastéis de nata, bolos de ar-
Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa
roz, feijão, amêndoa, queques, cornucópias, jesuítas…
mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra,
te-sou-ro, Pa-ra-guai.
ADJETIVAÇÃO – Quando utilizamos vários adjectivos para caracteri-
zar alguma coisa ou pessoa. CONSOANTES
Ex: As nuvens eram escuras, espessas e traiçoeiras.
Ex: A rapariga tinha um rosto redondo, belo e simpático.
b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z
REPETIÇÃO – Quando uma palavra ou palavras são repetidas de for- ENCONTROS VOCÁLICOS
ma intencional pelo autor, para lhes atribuir mais força, ou significado, ou A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
por qualquer outra intenção, tendo em atenção os objetivos pretendidos encontro vocálico.
pelo autor no texto. Ex.: cooperativa
Ex: Ulisses caminhava, caminhava, caminhava… Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato
Ex: E a chuva miudinha caía, caía, caía, qual suave canção de emba-
lar. DITONGO
http://storjorge.blogspot.com.br/ É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
Dividem-se em:
O estudo do ritmo, entoação e intensidade de um discurso chama- - orais: pai, fui
se prosódia. Existe também a prosódia musical, visto que a música tam- - nasais: mãe, bem, pão
bém é considerada uma linguagem. Em poesia, o estudo do ritmo chama- - decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói
se métrica. - crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo
Uma das grandes diferenças, entre a Língua Portuguesa e as demais
TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
línguas de matriz latina, está na sonoridade.
Ex.:Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam
A Língua Portuguesa é, das línguas de matriz latina, a mais sonora. A
sonoridade da Língua Portuguesa agrada os ouvidos, capazes de apreciá- HIATO
la como arte. Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
as diferentes emissões de voz.
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í-
zo
FONÉTICA E FONOLOGIA
SÍLABA
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo- Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados
nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os numa só emissão de voz.
quais caracterizam a oposição entre os vocábulos. Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:
• Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol.
Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe en- • Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo.
tre si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA. • Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.
• Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e
ta-li-da-de.
seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais
fonemas.
TONICIDADE
No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se
nemas.
pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica.
É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá,
sinal gráfico que representa o som.
pá.
Vejamos alguns exemplos:
Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras
Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
em:
Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i
• Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-
Corre – letras: 5: fonemas: 4
mi-nó.
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• Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá- ORTOGRAFIA OFICIAL
ter, a-má-vel, qua-dro.
• Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi- As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas
do, cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma. que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.
ENCONTROS CONSONANTAIS
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo. Eis algumas observações úteis:
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc.
DISTINÇÃO ENTRE J E G
1. Escrevem-se com J:
DÍGRAFOS
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com-
canjerê, pajé, etc.
posta para um som simples.
b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
Há os seguintes dígrafos:
1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh. c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,
Exs.: chave, malha, ninho. despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
ss. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais
Exs. : carro, pássaro. mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir. 2. Escrevem-se com G:
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer- a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,
rando a sílaba em uma palavra. ferrugem, etc.
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to. b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
NOTAÇÕES LÉXICAS c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes
dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras. DISTINÇÃO ENTRE S E Z
1. Escrevem-se com S:
São os seguintes: a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas; b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco- ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
ra; guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade; burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã; c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude; d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho; erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
7) o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno. se análise, trombose, etc.
e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
causa.
Ortoépia e Prosódia f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termi-
na em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; pre-
Aortoépiatratadapronúnciacorretadaspala- tender: pretensão; repreender: repreensão, etc.
vras.Quandoaspalavrassãopronunciadasincorretamente,comete-
secacoépia. 2. Escrevem-se em Z.
Écomumencontrarmoserrosdeortoépianalinguagempopu- a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
oépianalinguagempopu- mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização,
lar,maisdescuidadaecomtendêncianaturalparaasimplificação. organizado; realizar: realização, realizado, etc.
b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
Podemoscitarcomoexemplosdecacoépia:
c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,
-“guspe”emvezdecuspe. chapeuzinho, cãozito, etc.
-“adevogado”emvezdeadvogado.
-“estrupo”emvezdeestupro. DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
-“cardeneta”emvezdecaderneta. 1. Escrevem-se com X
a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
-“peneu”emvezdepneu.
feixe, etc.
-“abóbra”emvezdeabóbora. c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
-“prostar”emvezdeprostrar. d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
árvore que produz o látex).
e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar,
Aprosódiatratadacorretaacentuaçãotônicadaspala- enchapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são gra-
tônicadaspala- fadas com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
vras.Cometererrodeprosódiaétransformarumapalavraparoxítonaemoxítona, pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
ouumaproparoxítonaemparoxítonaetc. cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
-“rúbrica”emvezderubrica. radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:
-“sútil”emvezdesutil. en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).
-“côndor”emvezdecondor.
2. Escrevem-se com CH:
Por Marina Cabral a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre-
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-
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sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim- SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão:
bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi- Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes.
la, piche, pichar, tchau. Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos.
b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia HÁ / A
se distingue pelo contraste entre o x e o ch. Na indicação de tempo, emprega-se:
Exemplos: HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz):
• brocha (pequeno prego) HÁ dois meses que ele não aparece.
• broxa (pincel para caiação de paredes) Ele chegou da Europa HÁ um ano.
• chá (planta para preparo de bebida) A para indicar tempo futuro:
• xá (título do antigo soberano do Irã) Daqui A dois meses ele aparecerá.
• chalé (casa campestre de estilo suíço) Ela voltará daqui A um ano.
• xale (cobertura para os ombros)
• chácara (propriedade rural) FORMAS VARIANTES
• xácara (narrativa popular em versos) Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer
• cheque (ordem de pagamento) uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
• xeque (jogada do xadrez) aluguel ou aluguer hem? ou hein?
• cocho (vasilha para alimentar animais) alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia
• coxo (capenga, imperfeito) amídala ou amígdala infarto ou enfarte
assobiar ou assoviar laje ou lajem
DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula
Observe o quadro das correlações: azaléa ou azaleia nenê ou nenen
Correlações Exemplos bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial bílis ou bile quatorze ou catorze
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter -
detenção; reter - retenção
cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submersão; carroçaria ou carroceria taramela ou tramela
rt - rs inverter - inversão; divertir - diversão chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear
pel - puls impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão debulhar ou desbulhar ou relampar
corr - curs correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão
sent - sens sentir - senso, sensível, consenso fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
ced - cess ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - intercessão.
exceder - excessivo (exceto exceção)
gred - gress agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - progresso -
progressivo EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
prim - press imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repressão.
tir - ssão admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão. Escrevem-se com letra inicial maiúscula:
(re)percutir - (re)percussão
1) a primeira palavra de período ou citação.
Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
letra maiúscula.
ONDE-AONDE 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equi- sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
vale sempre a PARA ONDE. Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
AONDE você vai? Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
AONDE nos leva com tal rapidez? O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de “movimento” empre- religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
ga-se ONDE do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
ONDE estão os livros? 4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
Não sei ONDE te encontrar. etc.
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
MAU - MAL Estado, Pátria, União, República, etc.
MAU é adjetivo (seu antônimo é bom). 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
Escolheu um MAU momento. órgãos públicos, etc.:
Era um MAU aluno. Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco
MAL pode ser: do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
a) advérbio de modo (antônimo de bem). 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e
Ele se comportou MAL. científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os
Seu argumento está MAL estruturado Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
b) conjunção temporal (equivale a assim que). Manhã, Manchete, etc.
MAL chegou, saiu 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,
c) substantivo: Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
O MAL não tem remédio, 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do
Ela foi atacada por um MAL incurável. Oriente, o falar do Norte.
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o
CESSÃO significa o ato de ceder. Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais.
A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os Escrevem-se com letra inicial minúscula:
torcedores. 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião: ingleses, ave-maria, um havana, etc.
Assistimos a uma SESSÃO de cinema. 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
Reuniram-se em SESSÃO extraordinária. empregados em sentido geral:
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São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria. semicírculo
3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio semideus
Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc. seminovo
4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: ultramoderno
"Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis) Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, rei, vice-almirante etc.
mirra." (Manuel Bandeira)
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo
USO DO HÍFEN elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exem-
plos:
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. antirrábico
Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, antirracismo
para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das antirreligioso
regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim antirrugas
como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo. antissocial
biorritmo
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras for- contrarregra
madas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, contrassenso
como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, cosseno
eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, infrassom
mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, microssistema
sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. minissaia
multissecular
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por neorrealismo
h. neossimbolista
Exemplos: semirreta
anti-higiênico ultrarresistente.
anti-histórico ultrassom
co-herdeiro
macro-história 5. Quando o prefi xo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo
mini-hotel elemento começar pela mesma vogal.
proto-história Exemplos:
sobre-humano anti-ibérico
super-homem anti-imperialista
ultra-humano anti-infl acionário
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h). anti-infl amatório
auto-observação
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da contra-almirante
vogal com que se inicia o segundo elemento. contra-atacar
Exemplos: contra-ataque
aeroespacial micro-ondas
agroindustrial micro-ônibus
anteontem semi-internato
antiaéreo semi-interno
antieducativo
autoaprendizagem 6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segun-
autoescola do elemento começar pela mesma consoante.
autoestrada Exemplos:
autoinstrução hiper-requintado
coautor inter-racial
coedição inter-regional
extraescolar sub-bibliotecário
infraestrutura super-racista
plurianual super-reacionário
semiaberto super-resistente
semianalfabeto super-romântico
semiesférico
semiopaco Atenção:
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, • Nos demais casos não se usa o hífen.
mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, su-
cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. perproteção.
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra inici-
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo ada por r: sub-região, sub-raça etc.
elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos: • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra
anteprojeto iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
antipedagógico
autopeça 7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o
autoproteção segundo elemento começar por vogal. Exemplos:
coprodução hiperacidez
geopolítica hiperativo
microcomputador interescolar
pseudoprofessor interestadual
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interestelar A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de-
interestudantil pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui
superamigo uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o
superaquecimento ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na
supereconômico melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.
superexigente
superinteressante Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira
superotimismo descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.
8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se
sempre o hífen. Exemplos: Alfabeto
além-mar A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo
além-túmulo as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma
aquém-mar novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e
ex-aluno palavras importadas do idioma inglês, como:
ex-diretor km – quilômetro,
ex-hospedeiro kg – quilograma
ex-prefeito Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
ex-presidente
pós-graduação Trema
pré-história Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
pré-vestibular textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
pró-europeu linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
recém-casado derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bundchen não vai
recém-nascido deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso,
sem-terra o “u” lê-se “i”)
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou
não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasio- “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
nalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São
Paulo. Ex.
Chá Mês nós
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a no- Gás Sapé cipó
ção de composição. Exemplos:
girassol Dará Café avós
madressilva Pará Vocês compôs
mandachuva vatapá pontapés só
paraquedas Aliás português robô
paraquedista
pontapé dá-lo vê-lo avó
recuperá-los Conhecê-los pô-los
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra guardá-la Fé compô-los
ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na
réis (moeda) Véu dói
linha seguinte. Exemplos:
Na cidade, conta-se que ele foi viajar. méis céu mói
O diretor recebeu os ex-alunos. pastéis Chapéus anzóis
ninguém parabéns Jerusalém
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Resumindo:
ORTOGRAFIA OFICIAL
Por Paula Perin dos Santos Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que
seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas
Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário palavras.
internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâme-
tros: 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
completa dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência
obrigatória em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo • L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
Acordo Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países • N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
que falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que • R – câncer, caráter, néctar, repórter.
teve sua implementação. • X– tórax, látex, ônix, fênix.
• PS – fórceps, Quéops, bíceps.
É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que • Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e • I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
que as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos
• ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática.
Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de • UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
Leis ou Acordos. • US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
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Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen- 5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el
tes (semivogal+vogal): rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
Não se separam as letras que representam um tritongo.
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. 6- Paraguai: Pa-ra-guai
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân- saguão: sa-guão
temo, público, pároco, proparoxítona.
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba
QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS que a antecede.
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando: 7- torna: tor-na núpcias: núp-cias
• Formarem sílabas sozinhos ou com “S” técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta. absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz
SINAIS DE PONTUAÇÃO
DIVISÃO SILÁBICA
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as
Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, pausas da linguagem oral.
GU.
1- chave: cha-ve PONTO
aquele: a-que-le O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla-
palha: pa-lha rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos
manhã: ma-nhã comuns ele é chamado de simples.
guizo: gui-zo
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço PONTO DE INTERROGAÇÃO
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar É usado para indicar pergunta direta.
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma Onde está seu irmão?
globo: glo-bo fraco: fra-co
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so A mim ?! Que ideia!
prato: pra-to
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
3- correr: cor-rer desçam: des-çam Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Ó jovens! Lutemos!
fascinar: fas-ci-nar
VÍRGULA
Não se separam as letras que representam um ditongo. A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro sa na fala. Emprega-se a vírgula:
cárie: cá-rie • Nas datas e nos endereços:
São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Separam-se as letras que representam um hiato. Largo do Paissandu, 128.
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• No vocativo e no aposto: • Indicar citações textuais de outra autoria.
Meninos, prestem atenção! "A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles)
Termópilas, o meu amigo, é escritor. • Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se
• Nos termos independentes entre si: expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares:
O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões. Há quem goste de “jazz-band”.
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste Não achei nada "legal" aquela aula de inglês.
caso é usado o duplo emprego da vírgula: • Para enfatizar palavras ou expressões:
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa- Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite.
droeira. • Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc.
• Após alguns adjuntos adverbiais: "Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro.
No dia seguinte, viajamos para o litoral. • Em casos de ironia:
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente.
da vírgula: Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão.
Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
• Após a primeira parte de um provérbio. PARÊNTESES
O que os olhos não vêem, o coração não sente. Empregamos os parênteses:
• Em alguns casos de termos oclusos: • Nas indicações bibliográficas.
Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate. "Sede assim qualquer coisa.
serena, isenta, fiel".
RETICÊNCIAS (Meireles, Cecília, "Flor de Poemas").
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
Não me disseste que era teu pai que ... • Nas indicações cênicas dos textos teatrais:
• Para realçar uma palavra ou expressão. "Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome... fora das órbitas. Amália se volta)".
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento. (G. Figueiredo)
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória:
PONTO E VÍRGULA "E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de
• Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém fome."
alguma simetria entre si. (C. Lispector)
"Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desco- • Para isolar orações intercaladas:
nhecido, guardando consigo a ponta farpada. " "Estou certo que eu (se lhe ponho
• Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu Minha mão na testa alçada)
interior. Sou eu para ela."
Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, (M. Bandeira)
mais calmo, resolveu o problema sozinho.
COLCHETES [ ]
DOIS PONTOS Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
• Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas? ASTERISCO
• Para indicar uma citação alheia: O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de alguma nota (observação).
passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
que". BARRA
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri- A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
or: abreviaturas.
Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
• Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido. CRASE
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CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE • quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural:
• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o Não falo a pessoas estranhas.
artigo A: Jamais vamos a festas.
Viajaremos à Colômbia.
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília, SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-
neza, etc. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Viajaremos a Curitiba. Sinônimo
Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba). ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o cachorro.
modifique. O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
Ela se referiu à saudosa Lisboa. repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se
Vou à Curitiba dos meus sonhos. tornem enfadonhos.
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
Eufemismo
Às 8 e 15 o despertador soou.
Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
• Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
“moda” ou "maneira": conhecida como eufemismo).
Aos domingos, trajava-se à inglesa. Exemplos:
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. • gordo - obeso
• Antes da palavra casa, se estiver determinada: • morrer - falecer
Referia-se à Casa Gebara.
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa). Sinônimos Perfeitos
• Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo. Se o significado é idêntico.
Voltou à terra onde nascera. Exemplos:
Chegamos à terra dos nossos ancestrais. • avaro – avarento,
Mas: • léxico – vocabulário,
Os marinheiros vieram a terra. • falecer – morrer,
O comandante desceu a terra. • escarradeira – cuspideira,
• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o • língua – idioma
artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente: • catorze - quatorze
Vou até a (á ) chácara.
Cheguei até a(à) muralha Sinônimos Imperfeitos
Se os signIficados são próximos, porém não idênticos.
• A QUE - À QUE Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
ocorrerá crase: Antônimo
Houve um palpite anterior ao que você deu. Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário
Houve uma sugestão anterior à que você deu. (também oposto ou inverso) à outra.
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso
ocorrerá crase. estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que
chame atenção do leitor ou do ouvinte.
Não gostei do filme a que você se referia.
Palavra Antônimo
Não gostei da peça a que você se referia.
aberto fechado
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do alto baixo
de: bem mal
Meu palpite é igual ao de todos bom mau
Minha opinião é igual à de todos. bonito feio
demais de menos
NÃO OCORRE CRASE
doce salgado
• antes de nomes masculinos:
forte fraco
Andei a pé.
gordo magro
Andamos a cavalo.
• antes de verbos: salgado insosso
Ela começa a chorar. amor ódio
Cheguei a escrever um poema. seco molhado
• em expressões formadas por palavras repetidas: grosso fino
Estamos cara a cara. duro mole
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: doce amargo
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. grande pequeno
Escrevi a Vossa Excelência. soberba humildade
Dirigiu-se gentilmente à senhora. louvar censurar
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bendizer maldizer acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se
cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa
ativo inativo
comprimento. extensão - cumprimento. saudação
simpático antipático coro (cantores) - couro (pele de animal)
progredir regredir deferimento. concessão - diferimento. adiamento
rápido lento delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
descrição. representação - discrição. reserva
sair entrar descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
sozinho acompanhado despensa. compartimento - dispensa. desobriga
concórdia discórdia destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato)
emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
pesado leve
eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
quente frio emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar
presente ausente enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar
escuro claro enformar. meter em fôrma - informar. avisar
entender. compreender - intender. exercer vigilância
inveja admiração lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para
Homógrafo morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo
pronúncia. recrear. divertir - recriar. criar de novo
Exemplos se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo
• rego (subst.) e rego (verbo); vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
• colher (verbo) e colher (subst.); venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho
• jogo (subst.) e jogo (verbo); vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
• Sede: lugar e Sede: avidez;
DENOTAÇAO E CONOTAÇAO
• Seca: pôr a secar e Seca: falta de água. A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a
Homófono seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.
Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois
tipos de palavras homófonas, que são: A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se
• Homófonas heterográficas no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias
• Homófonas homográficas interpretações.
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Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, houver incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de
deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada expressão ortografia.
com determinado sentido. O emprego de expressões ditas "de uso consa-
grado" confere uniformidade e transparência ao sentido do texto. Mas isto Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras
não quer dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de cha- semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte
vões e clichês. de muitas dúvidas, como entre descrição (‘ato de descrever’) e discrição
(‘qualidade do que é discreto’), retificar (‘corrigir’) e ratificar (confirmar).
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utiliza-
Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da matéria,
das. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou redundân-
restringimo-nos a uma lista de palavras que costumam suscitar dúvidas de
cias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para as palavras repeti-
grafia ou sentido. Procuramos incluir palavras que com mais frequência
das; mas se sua substituição for comprometer o sentido do texto, tornando-
provocam dúvidas na elaboração de textos oficiais, com o cuidado de
o ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o texto como está.
agregá-las em pares ou pequenos grupos formais.
É importante lembrar que o idioma está em constante mutação. A pró- • Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o
pria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da política, enfim da réu.
vida social em geral, impõe a criação de novas palavras e formas de dizer. • Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a
Na definição de Serafim da Silva Neto, a língua: água da chuva.
"(...) é um produto social, é uma atividade do espírito humano. Não é, • Acender: atear (fogo), inflamar.
assim, independente da vontade do homem, porque o homem não é uma • Ascender: subir, elevar-se.
folha seca ao sabor dos ventos veementes de uma fatalidade desconheci- • Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento.
da e cega. Não está obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo com • Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo.
leis determinadas, porque as línguas seguem o destino dos que as falam, • Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou
são o que delas fazem as sociedades que as empregam." acerca de seus planos.
• A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca
Assim, continuamente, novas palavras são criadas (os neologismos)
de trinta metros do prédio principal. Estamos a cerca de um mês
como produto da dinâmica social, e incorporados ao idioma inúmeros
ou (ano) das eleições.
vocábulos de origem estrangeira (os estrangeirismos), que vêm para
• Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de um
designar ou exprimir realidades não contempladas no repertório anterior da
ano, tratamos de caso idêntico; existem aproximadamente: Há
língua portuguesa.
cerca de mil títulos no catálogo.
A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, nem in- • Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um aci-
corporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabulares, elas devem dente na sua vidaprofissional. O súbito temporal provocou terrível
sempre ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser subs- acidente no parque.
tituídas por vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que • Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da demis-
se lhes quer dar. são já foi superado.
• Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática.
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto purismo, a • Dotar: dar em doação, beneficiar.
linguagem das comunicações oficiais fique imune às criações vocabulares • Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentes-
ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez do desenvolvimento tecno- co): Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mesmo pa-
lógico, por exemplo, impõe a criação de inúmeros novos conceitos e ter- rágrafo?
mos, ditando de certa forma a velocidade com que a língua deve incorporá- • A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi
los. O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, buscar o encaminhado com quinze dias de antecedência a fim de permitir a
equivalente português quando houver, ou conformar a palavra estrangeira necessária reflexão sobre sua pertinência.
ao espírito da língua portuguesa. • Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande.
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou empregados em • Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual.
contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo desconheci- • Aleatório: casual, fortuito, acidental.
mento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela incorporação acrítica • Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba.
do estrangeirismo. • Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral.
• Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente.
Homônimos e Parônimos • Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve
Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos distintos provocadas alternativa.
pela semelhança ou mesmo pela igualdade de pronúncia ou de grafia entre • Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, antepro-
eles. É o caso dos fenômenos designados como homonímia e paronímia. jeto ante-diluviano.
A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de • Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, anti-
sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a biótico, anti-higiênico, anti-Marx.
mesma pronúncia (os homônimos homófonos). • Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos
colegas. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos traba-
Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos e- lhadores.
xemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de • De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a
camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e um muro. O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro
aberto, 1a pess. do sing do pres. do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e aos interesses dos menores.
consolo (com o aberto, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do verbo conso- • Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcionários,
lar), com pronúncia diferente. a empresa contratou mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em
vez de.)
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto em • Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionário, a em-
que são empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da presa demitiu vinte.
palavra são nos três sentidos: a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres., b) • A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.:
saudável e c) santo. ao par) do assunto; ao lado, junto; além de.
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram • Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dóla-
dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer, res ao par.
dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver • Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado concedeu
o problema, pois sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que ao colega um aparte em seu pronunciamento.
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• À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto • Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos
foi encaminhado por expediente à parte. problemas crônicos aparentemente não têm conserto.
• Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o imóvel. • Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.
• Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não • Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.
for apressado, não será cumprido o cronograma. • Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas.
• Área: superfície delimitada, região. • Contraversão: versão contrária, inversão.
• Ária: canto, melodia. • Coser: costurar, ligar, unir.
• Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é ir- • Cozer: cozinhar, preparar.
recorrível. • Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou inú-
• Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante preso meras praias do litoral baiano antes de partir para alto-mar.
foram todos arrestados. • Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa dis-
• Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito. posta a custear tal projeto?
• Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo. • Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto?
• Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho. Custa-me crer que funcionará.
• Az (p. us.): esquadrão, ala do exército. • Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder.
• Atuar: agir, pôr em ação; pressionar. • Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar.
• Autuar: lavrar um auto; processar. • Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar.
• Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens. • Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir.
• Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados. • Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os
• Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou traficantes foram delatados por membro de quadrilha rival.
sucesso ao seu par americano. • Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do pra-
• Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os zo de entrega das declarações depende de decisão do Diretor da
técnicos agouram desastre na colheita. Receita Federal.
• Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de outrem. • Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular.
• Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua • Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.
carreira. • Descrição: ato de descrever, representação, definição.
• Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso, • Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.
invocou a ajuda de Deus. • Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de.
• Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais). • Discriminar: diferençar, separar, discernir.
• Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar. • Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de
• Carear: atrair, ganhar, granjear. provisões.
• Cariar: criar cárie. • Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que
• Carrear: conduzir em carro, carregar. se estava obrigado; demissão.
• Casual: fortuito, aleatório, ocasional. • Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: A-
• Causal: causativo, relativo a causa. pesar de sua importância, o projeto passou despercebido.
• Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano. • Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a
• Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre. missão na Amazônia totalmente desapercebido dos desafios que
• Censo: alistamento, recenseamento, contagem. lhe aguardavam.
• Senso: entendimento, juízo, tino. • Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco.
• Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar. • Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente.
• Serrar: cortar com serra, separar, dividir. • Destratar: insultar, maltratar com palavras.
• Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou • Distratar: desfazer um trato, anular.
possível a realização da obra. • Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamen-
• Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual tos de uma articulação.
seção do ministério ele trabalha? • Distinção: elegância, nobreza, boa educação: Todos devem por-
• Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso; tar-se com distinção.
reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A • Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses: A
próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de agosto. dissensão sobre a matéria impossibilitou o acordo.
• Chá: planta, infusão. • Elidir: suprimir, eliminar.
• Xá: antigo soberano persa. • Ilidir: contestar, refutar, desmentir.
• Cheque: ordem de pagamento à vista. • Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo: ao
• Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xe- torná-lo mais claro e objetivo, a emenda melhorou o projeto.
que). • Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto de
• Círio: vela de cera. uma lei. Procuro uma lei cuja ementa é"dispõe sobre a proprieda-
• Sírio: da Síria. de industrial".
• Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis. • Emergir: vir à tona, manifestar-se.
• Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar • Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar.
nem, eclesiástico. • Emigrar: deixar o país para residir em outro.
• Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide fron- • Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver.
talmente com o entendimento havido. • Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.
• Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Mi- • Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente,
nistério da Justiça. próximo.
• Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura. • Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar.
• Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação. • Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.
• Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portu- • Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça.
gal). • Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se.
• Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado. • Encrostar: criar crosta.
• Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp. • Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigar-
concertar): O concerto das nações... O concerto de Guarnieri... se.
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• Entender: compreender, perceber, deduzir. • Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual
• Intender: (p. us): exercer vigilância, superintender. líquido e certo; ato de mandar; ordem escrita expedida por autori-
• Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar. dade judicial ou administrativa: um mandado de segurança, man-
• Inúmero: inumerável, sem conta, sem número. dado de prisão.
• Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, tes- • Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar
temunha. atos em seu nome; procuração; delegação: o mandato de um de-
• Expectador: que tem expectativa, que espera. putado, senador, do Presidente.
• Esperto: inteligente, vivo, ativo. • Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato.
• Experto: perito, especialista. • Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de manda-
• Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar. to, representante, procurador.
• Expiar: cumprir pena, pagar, purgar. • Mandatório: obrigatório.
• Estada: ato de estar, permanência: Nossa estada em São Paulo • Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira.
foi muito agradável. • Obsessão: impertinência, perseguição, ideia fixa.
• Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em por- • Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, segundo,
to: O "Rio de Janeiro" foi autorizado a uma estadia de três dias. milésimo, etc.).
• Estância: lugar onde se está, morada, recinto. • Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar.
• Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo. • Original: com caráter próprio; inicial, primordial.
• Estrato: cada camada das rochas estratificadas. • Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo.
• Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia; • Paço: palácio real ou imperial; a corte.
perfume. • Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, eta-
• Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é sur- pa.
preendida a praticar (flagrante delito). • Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: O pleito por
• Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso. mais escolas na região foi muito bem formulado.
• Florescente: que floresce, próspero, viçoso. • Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os alunos renderam preito
• Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência. ao antigo reitor.
• Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas. • Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se.
• Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar. • Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar.
• Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável. • Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após: pós-
• Inserto: introduzido, incluído, inserido. moderno, pós-operatório.
• Incipiente: iniciante, principiante. • Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de: pré-
• Insipiente: ignorante, insensato. modernista, pré-primário.
• Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado. • Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestou-
se contra, mas dei meu parecer pró.
• Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção.
• Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto.
• Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu declarou que
havia sido induzido a cometer o delito. • Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circun-
da.
• Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, aduziu novas provas.
• Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que liga
• Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda,
constituintes da frase.
aumento persistente de preços.
• Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirmati-
• Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma.
va, asserção.
• Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): O ju-
• Presar: capturar, agarrar, apresar.
iz infligiu pesada pena ao réu.
• Prezar: respeitar, estimar muito, acatar.
• Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.)
(cp. infração): A condenação decorreu de ter ele infringido um sem • Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar;
número de artigos do Código Penal. ficar sem efeito, anular-se: O prazo para entrada do processo
prescreveu há dois meses.
• Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.
• Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. O uso de
• Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interro-
várias substâncias psicotrópicas foi proscrito por recente portaria
gar.
do Ministro.
• Intercessão: ato de interceder.
• Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria
• Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se en-
previu acertadamente o desfecho do caso.
contram duas linhas ou superfícies.
• Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O che-
• Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter
fe do departamento de pessoal proveu os cargos vacantes.
alia (entre outros), inter pares (entre iguais).
• Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida provém (Os erros
• Intra- (prefixo): interior, dentro de.
provêm) da falta de leitura.
• Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele
• Prolatar: proferir sentença, promulgar.
se realiza.
• Protelar: adiar, prorrogar.
• Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da Jus-
• Ratificar: validar, confirmar, comprovar.
tiça.
• Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisão
• Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação.
após o texto ter sido retificado em suas passagens ambíguas.
• Libertação: ato de libertar ou libertar-se.
• Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar.
• Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra.
• Recriar: criar de novo.
• Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista).
• Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir.
• Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador.
• Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: Como ele reinci-
• Locatário: alugador, inquilino: O locador reajustou o aluguel sem
diu no erro, o contrato de trabalho foi rescindido.
a concordância do locatário.
• Remição: ato de remir, resgate, quitação.
• Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
• Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação.
• Lustro: quinquênio; polimento.
• Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição.
• Magistrado: juiz, desembargador, ministro.
• Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura,
• Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo;
advertência.
exemplar.
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• Ruço: grisalho, desbotado. Exemplos: pedra, flor, casa.
• Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na
Rússia. Palavras derivadas: são palavras formadas a partir de outros radicais.
• Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por Exemplos: pedreiro, floricultura, casebre.
contrato para punir sua infração.
• Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste. No português, os principais processos para formar palavras novas são
• Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente). dois: derivação ecomposição.
• Cedente: que cede, que dá.
• Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir. Derivação
É a formação de palavras a partir da anexação de afixos à palavra
• Subscritar: assinar, subscrever.
primitiva.
• Sortir: variar, combinar, misturar.
Exemplos: inútil = prefixo in + radical útil.
• Surtir: causar, originar, produzir (efeito). O processo de derivação pode ser prefixal, sufixal, parassintético, re-
• Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; gressivo e impróprio.
supor.
• Subintender: exercer função de subintendente, dirigir. Derivação Prefixal
• Subtender: estender por baixo. Faz-se pela anexação de prefixo à palavra primitiva.
• Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se). Exemplos: desfazer, refazer.
• Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter.
• Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. Derivação Sufixal
• Taxa: espécie de tributo, tarifa. Faz-se pela anexação de sufixo à palavra primitiva.
• Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de Exemplos: alegremente, carinhoso.
subversivo. Os sufixos são divididos em nominais, verbais e adverbiais.
• Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias. Sufixos nominais são os que derivam substantivos e adjetivos;
• Tapar: fechar, cobrir, abafar. Sufixos verbais são os que derivam verbos;
• Tampar: pôr tampa em. Sufixo adverbial é o que deriva advérbio, esse existe apenas um: -
• Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); assunto, tema. mente
• Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: tensionar); diferencial e-
létrico. Derivação Parassintética
• Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte. Faz-se pela anexação simultânea de prefixo e sufixo à palavra primiti-
va.
• Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação.
Exemplos: desalmado, entristecer.
• Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás,
A derivação parassintética só acontece quando os dois morfemas (pre-
por trás).
fixo e sufixo) se unem ao radical simultaneamente. Note que na palavrade-
• Traz: 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo salmadohouve parassíntese. É fácil perceber, pois não existe a palavra-
trazer. desalma, da qual teria vindo desalmado, da mesma forma não existe a
• Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas. palavraalmado, da qual também teria vindodesalmado.Portanto, ocorreu
• Vestuário: as roupas que se vestem, traje. anexação de prefixo e sufixo ao mesmo tempo.
• Vultoso: de grande vulto, volumoso.
• Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão da face). Derivação Regressiva
Faz-se pela redução da palavra primitiva.
Exemplos: trabalho (trabalhar), choro (chorar).
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS. O processo de derivação regressiva produz os substantivos deverbais,
esses são substantivos derivados a partir de verbos.
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários
elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das Derivação Imprópria
palavras. Forma-se quando uma palavra muda de classe gramatical sem que a
Exs.: forma da primitiva seja alterada.
cinzeiro = cinza + eiro Exemplos: O infeliz faltou ao serviço hoje. (adjetivo torna-se substanti-
endoidecer = en + doido + ecer vo).
predizer = pre + dizer Não aceito um não como resposta. (advérbio torna-se substantivo, o
artigo um substantiva o advérbio).
Os principais elementos móficos são :
RADICAL Composição
É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra. O processo de composição forma palavras através da junção de dois
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer ou mais radicais.
enterrar = en + terra + ar Exemplos: guarda-roupa, pombo-correio.
pronome = pro + nome
Há dois tipos de composição: aglutinação e justaposição.
PREFIXO
É o elemento mórfico que vem antes do radical. Composição por Aglutinação
Exs.: anti - herói in - feliz Ocorre quando um dos radicais, ao se unirem, sofre alterações.
Exemplos: planalto (plano + alto), embora (em + boa + hora).
SUFIXO
Composição por Justaposição
É o elemento mórfico que vem depois do radical.
Ocorre quando os radicais, ao se unirem, não sofrem alterações.
Exs.: med - onho cear – ense
Exemplos: pé-de-galinha, passatempo, cachorro-quente, girassol.
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Outros processos
Hibridismo
Palavras primitivas: são palavras que servem como base para a for-
Ocorre quando os elementos que formam a palavra são de idiomas di-
mação de outra e que não foram formadas a partir de outro radical da
ferentes.
língua.
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Exemplos: automóvel (auto= grego, móvel= latim), televisão (tele= b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa:
grego, visão=latim). florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro.
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio,
Onomatopeia tempo, sol.
Acontece nas palavras que simbolizam a reprodução de determinados d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de-
sons. colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol.
Exemplos: tique-taque, zunzum.
COLETIVOS
Redução ou Abreviação Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um gru-
Esse processo se manifesta quando uma palavra é muito longa, pois po de seres da mesma espécie.
forma novas palavras a partir da redução ou abreviação de palavras já Veja alguns coletivos que merecem destaque:
existentes. alavão - de ovelhas leiteiras
Exem- alcateia - de lobos
plos: pornô (pornográfico), moto (motocicleta), pneu (pneumático). álbum - de fotografias, de selos
antologia - de trechos literários escolhidos
Neologismo armada - de navios de guerra
É a criação de novas palavras para atender às necessidades dos fa- armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc)
lantes em contextos específicos. arquipélago - de ilhas
Veja os neologismos num trecho do poema Amar, de Carlos Drum- assembleia - de parlamentares, de membros de associações
mond de Andrade: atilho - de espigas de milho
atlas - de cartas geográficas, de mapas
Que pode uma criatura senão, banca - de examinadores
senão entre criaturas, amar? bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
amar e esquecer, bando - de aves, de pessoal em geral
amar e malamar, cabido - de cônegos
amar, desamar, amar? cacho - de uvas, de bananas
sempre, e até de olhos vidrados, amar? cáfila - de camelos
Por Marina Cabral cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
cancioneiro - de poemas, de canções
caravana - de viajantes
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, cardume - de peixes
ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE- clero - de sacerdotes
POSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE colmeia - de abelhas
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES). concílio - de bispos
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
congregação - de professores, de religiosos
SUBSTANTIVOS congresso - de parlamentares, de cientistas
conselho - de ministros
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá consistório - de cardeais sob a presidência do papa
nome aos seres em geral. constelação - de estrelas
São, portanto, substantivos. corja - de vadios
a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra, elenco - de artistas
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado. enxame - de abelhas
b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba- enxoval - de roupas
lho, corrida, tristeza beleza altura. esquadra - de navios de guerra
esquadrilha - de aviões
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS falange - de soldados, de anjos
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espé- farândola - de maltrapilhos
cie: rio, cidade, pais, menino, aluno fato - de cabras
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento. fauna - de animais de uma região
Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To- feixe - de lenha, de raios luminosos
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. flora - de vegetais de uma região
c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus
propriamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Ve- girândola - de fogos de artifício
rifique que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros
concreto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, ca- junta - de bois, médicos, de examinadores
neta, fada, bruxa, saci. júri - de jurados
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, legião - de anjos, de soldados, de demônios
só existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, malta - de desordeiros
pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, manada - de bois, de elefantes
portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: matilha - de cães de caça
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. ninhada - de pintos
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou ad- nuvem - de gafanhotos, de fumaça
jetivos panapaná - de borboletas
trabalhar - trabalho pelotão - de soldados
correr - corrida penca - de bananas, de chaves
alto - altura pinacoteca - de pinturas
belo - beleza plantel - de animais de raça, de atletas
quadrilha - de ladrões, de bandidos
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS ramalhete - de flores
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua réstia - de alhos, de cebolas
portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. récua - de animais de carga
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romanceiro - de poesias populares Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma for-
resma - de papel ma de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charla-
revoada - de pássaros tães; ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc.
súcia - de pessoas desonestas
vara - de porcos 3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém,
vocabulário - de palavras armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns.
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar,
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí-
Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e fens (ou hífenes).
grau. Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones.
Gênero 5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani-
Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini- mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis.
no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta. Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
Podemos classificar os substantivos em: 6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, fósseis; réptil, répteis.
uma para o masculino, outra para o feminino: Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-
aluno/aluna homem/mulher ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
menino /menina carneiro/ovelha 7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o
Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-
pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses;
padrinho/madrinha bode/cabra burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
cavaleiro/amazona pai/mãe São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os
substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única os ônix.
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
em: tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam primitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho,
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. cãezitos.
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, de-
Substantivos só usados no plural
vemos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré
afazeres anais
fêmea
arredores belas-artes
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que
cãs condolências
designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
confins exéquias
go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
férias fezes
estudante, este dentista.
núpcias óculos
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam
olheiras pêsames
pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar-
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn-
juge, a pessoa, a criatura. Plural dos Nomes Compostos
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim:
1. Somente o último elemento varia:
uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
São masculinos São femininos
b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substanti-
o teorema o ágape a análise a usucapião vo ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guar-
o trema o caudal a cal a bacanal
o edema o champanha a cataplasma a líbido da-comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva,
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela sempre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, me-
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice la-melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
o fibroma o guaraná a aguardente
o estratagema o plasma
o proclama o clã
2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
Mudança de Gênero com mudança de sentido pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
rabo, burros-sem-rabo;
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
Veja alguns exemplos:
o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo) ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal) correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora) banana-maçã, bananas-maçã.
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão) A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
o lotação (veículo) a lotação (capacidade) correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento)
3. Ambos os elementos são flexionados:
Plural dos Nomes Simples a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa, flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães. compromissos.
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; cora- perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-
ção, corações; grandalhão, grandalhões. pálida, caras-pálidas.
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião,
guardiães. São invariáveis:
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação 48 A Opção Certa Para a Sua Realização
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b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não- ADJETIVOS
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
desocupa-o-copo; FLEXÃO DOS ADJETIVOS
c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
Gênero
perde-ganha, os perde-ganha.
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-
por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou
b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-
salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem
Adjetivos Compostos alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino- Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
americanos; cívico-militar, cívico-militares. melhante a dos substantivos.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos Número
amarelo-ouro, paredes azul-piscina. a) Adjetivo simples
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur- Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
dos-mudos > surdas-mudas. substantivos simples:
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. pessoa honesta pessoas honestas
regra fácil regras fáceis
Graus do substantivo homem feliz homens felizes
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam
podem ser: sintéticos ou analíticos. invariáveis:
blusa vinho blusas vinho
Analítico camisa rosa camisas rosa
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- b) Adjetivos compostos
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-
mento varia, tanto em gênero quanto em número:
acordos sócio-político-econômico acordos sócio-político-econômicos
Sintético causa sócio-político-econômica causas sócio-político-econômicas
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. acordo luso-franco-brasileiro acordo luso-franco-brasileiros
lente côncavo-convexa lentes côncavo-convexas
Principais sufixos aumentativos camisa verde-clara camisas verde-claras
sapato marrom-escuro sapatos marrom-escuros
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, Observações:
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, 1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável:
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu- camisa verde-abacate camisas verde-abacate
ça. sapato marrom-café sapatos marrom-café
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
Principais Sufixos Diminutivos 2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
blusa azul-marinho blusas azul-marinho
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, camisa azul-celeste camisas azul-celeste
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, variam:
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
homúncula, apícula, velhusco. menina surda-muda meninas surdas-mudas
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- Superlativo relativo Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
outros seres: Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Este rio é o mais poluído de todos. Gabão - gabonês Galiza - galego
Este rio é o menos poluído de todos. Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
Goiânia - goianense Granada - granadino
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti- Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara- La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais: Macapá - macapaense Macau - macaense
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
ABSOLUTORELATIVO Madri - madrileno Manaus - manauense
bom melhor ótimo Marajó - marajoara Minho - minhoto
melhor Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
mau pior péssimo Montevidéu - montevideano Natal - natalense
pior Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
grande maior máximo Pequim - pequinês Pisa - pisano
maior Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
pequeno menor mínimo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
acre - acérrimo ágil - agílimo Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo Locuções Adjetivas
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo PRONOMES
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que re-
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo presenta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do dis-
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo curso. Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo pronome substantivo.
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo • Ele chegou. (ele)
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo • Convidei-o. (o)
pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex-
próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
público - publicíssimo pudico - pudicíssimo • Esta casa é antiga. (esta)
sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo • Meu livro é antigo. (meu)
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo Classificação dos Pronomes
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo Há, em Português, seis espécies de pronomes:
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo de tratamento:
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
Adjetivos Gentílicos e Pátrios • demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali • relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bóston - bostoniano Braga - bracarense rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense trem, nada, cada, algo.
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense • interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
bucarestense Campos - campista terrogativas.
Cairo - cairota Caracas - caraquenho
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês PRONOMES PESSOAIS
Catalunha - catalão Chipre - cipriota Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês curso:
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense 1ª pessoa: quem fala, o emissor.
bricense Cuiabá - cuiabano Eu sai (eu)
Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho Nós saímos (nós)
Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense, Convidaram-me (me)
Egito - egípcio capixaba Convidaram-nos (nós)
Equador - equatoriano Évora - eborense
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2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Tu saíste (tu) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Vós saístes (vós) como sujeito de um verbo no infinitivo.
Convidaram-te (te) Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
Convidaram-vos (vós) Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é o-
Ele saiu (ele) brigatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
Eles sairam (eles) sujeito.
Convidei-o (o) 5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
Convidei-os (os) somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção
em que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
Os pronomes pessoais são os seguintes: Querida, gosto muito de SI. (errado)
NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
singular 1ª eu me, mim, comigo Querida, gosto muito de você. (certo)
2ª tu te, ti, contigo Preciso muito falar com você. (certo)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe
plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
Cada um faça por si mesmo a redação
PRONOMES DE TRATAMENTO O professor trouxe as provas consigo
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra-
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
PRONOME ABREV. EMPREGO
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa combinações possíveis são as seguintes:
Magnificência V. Mag a reitores de universidades me+o=mo me + os = mos
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral te+o=to te + os = tos
Vossa Santidade V.S. papas lhe+o=lho lhe + os = lhos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados nos + o = no-lo nos + os = no-los
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
lhes + o = lho lhes + os = lhos
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo-
cês. A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femini-
nos a, as.
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS me+a=ma me + as = mas
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS, te+a=ta te + as = tas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito. - Você pagou o livro ao livreiro?
Considera-se errado seu emprego como complemento: - Sim, paguei-LHO.
Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado) Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
EU cheguei atrasado (certo) representa o livreiro) com O (que representa o livro).
ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os 8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
pronomes retos: complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
Convidei ELE (errado) LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Chamaram NÓS (errado) indiretos:
Convidei-o. (certo) O menino convidou-a. (V.T.D )
Chamaram-NOS. (certo) O filho obedece-lhe. (V.T. l )
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
correto seu emprego como complemento: aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
Informaram a ELE os reais motivos. construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Emprestaram a NÓS os livros. verbos transitivos diretos:
Eles gostam muito de NÓS. Eu lhe vi ontem. (errado)
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se Nunca o obedeci. (errado)
errado seu emprego como complemento: Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado) Nunca lhe obedeci. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
de preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
oblíquas MIM e TI: finitivo:
Ninguém irá sem EU. (errado) Deixei-o sair.
Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado) Vi-o chegar.
Ninguém irá sem MIM. (certo) Sofia deixou-se estar à janela.
Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
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É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol- 1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
vendo as orações reduzidas de infinitivo: interrogativos e conjunções.
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
A mim, ninguém me engana. Quem lhe ensinou esses modos?
A ti tocou-te a máquina mercante. Quem os ouvia, não os amou.
Que lhes importa a eles a recompensa?
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas- Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
mo vicioso e sim ênfase. 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Papai do céu o abençoe.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessi- A terra lhes seja leve.
vo, exercendo função sintática de adjunto adnominal: 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Em se animando, começa a contagiar-nos.
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para represen- pausa entre eles.
tar uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
modéstia: Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchen-
tes. Mesóclise
Vós sois minha salvação, meu Deus! Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando precedidos de palavras que reclamem a próclise.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quan- Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
do falamos dessa pessoa: Dir-se-ia vir do oco da terra.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Mas:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos?
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
O Pronome Átono nas Locuções Verbais
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
COLOCAÇÃO DE PRONOMES Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias. O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
3. No interior do verbo - mesóclise ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.
Observar-te-ei sempre. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a
Descartes ."
Ênclise Tenho-me levantado cedo.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a Não me tenho levantado cedo.
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
direto ou indireto. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
O pai esperava-o na estação agitada. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Expliquei-lhe o motivo das férias. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o
da colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a linguagem escrita.
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração: PRONOMES POSSESSIVOS
Voltei-me em seguida para o céu límpido. Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa: indo-lhes a posse de alguma coisa.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo: Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o
Companheiros, escutai-me. livro pertence a 1ª pessoa (eu)
4. Com o infinitivo impessoal: Eis as formas dos pronomes possessivos:
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um 1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
destino na mesa. 2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM: 3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo. 1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética. 2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS.
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de 3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
meio franco.
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa
Próclise (seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de
Na linguagem culta, a próclise é recomendada: você).
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Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui- Nesta semana não choveu.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Neste mês a inflação foi maior.
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. Este ano será bom para nós.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Este século terminará breve.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Este assunto já foi discutido ontem.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos Tudo isto que estou dizendo já é velho.
pronomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as Só posso lhe dizer isto: nada somos.
suas mãos). Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
Não me respeitava a adolescência. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. quem se fala):
Esse documento que tens na mão é teu?
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: Isso que carregas pesa 5 kg.
1. Cálculo aproximado, estimativa: b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos Esse teu coração me traiu.
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história Essa alma traz inúmeros pecados.
O nosso homem não se deu por vencido. Quantos vivem nesse pais?
Chama-se Falcão o meu homem c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum desejamos distância:
Eu cá tenho minhas dúvidas O povo já não confia nesses políticos.
Cornélio teve suas horas amargas Não quero mais pensar nisso.
4. Afetividade, cortesia d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Como vai, meu menino? Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo O que você quer dizer com isso?
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- falamos:
tes de família. Um dia desses estive em Porto Alegre.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Comi naquele restaurante dia desses.
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
de. Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
não sabia o que dizer. te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
PRONOMES DEMONSTRATIVOS a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se
á 3ª.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
Aquele documento que lá está é teu?
coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
Naquele instante estava preocupado.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro
Daquele instante em diante modifiquei-me.
está longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
que o livro está longe de ambas as pessoas.
século, para exprimir que o tempo já decorreu.
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,
Os pronomes demonstrativos são estes: usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa variações) para a primeira:
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
AQUELE (e variações), próprio (e variações) e aquela tranquila.
MESMO (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: Nunca vi uma coisa daquelas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
fala). reforçativo:
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Isto que carregamos pesa 5 kg. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Este coração não pode me trair. ISSO ou AQUELE (e variações).
Esta alma não traz pecados. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
Tudo se fez por este país.. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
c) Para indicar o momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
Neste instante estou tranquilo. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Deste minuto em diante vou modificar-me. homens superiores.
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante:
momento em que falamos: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE,
Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO.
Um dia destes estive em Porto Alegre. Tal era a situação do país.
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no Não disse tal.
qual se inclui o momento em que falamos: Tal não pôde comparecer.
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Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu- PRONOMES INTERROGATIVOS
des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se
QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL Exemplos:
ou OUTRO TAL: Que há?
Suas manias eram tais quais as minhas. Que dia é hoje?
A mãe era tal quais as filhas. Reagir contra quê?
Os filhos são tais qual o pai. Por que motivo não veio?
Tal pai, tal filho. Quem foi?
É pronome substantivo em frases como: Qual será?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Quantos vêm?
Não creio em tal (= tal coisa) Quantas irmãs tens?
PRONOMES RELATIVOS
Veja este exemplo:
VERBO
Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo CONCEITO
casa é um pronome relativo. “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re- as no tempo.
feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha
No exemplo dado, o antecedente é casa. e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
Outros exemplos de pronomes relativos: Assim fiz. Morreram.”
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. (Clarice Lispector)
O lugar onde paramos era deserto.
Traga tudo quanto lhe pertence. Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
Leve tantos ingressos quantos quiser. a) Estado:
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta.
Eis o quadro dos pronomes relativos: b) Mudança de estado:
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS Meu avô foi buscar ouro.
Masculino Feminino Mas o ouro virou terra.
o qual a qual quem c) Fenômeno:
os quais as quais Chove. O céu dorme.
cujo cujos cuja cujas que
quanto quanta quantas onde VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
quantos estado e fenômeno, situando-se no tempo.
Observações: FLEXÕES
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer
O médico de quem falo é meu conterrâneo. em si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem • a ação de cantar.
sempre um substantivo sem artigo. • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? • o número gramatical (plural).
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
Tenho tudo quanto quero. passado (indicativo).
Leve tantos quantos precisar. • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
EM QUE. 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
PRONOMES INDEFINIDOS 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
modo vago, impreciso, indeterminado. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, cemos.
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Exemplos: a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Algo o incomoda? b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adorme-
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. ceis.
Não faças a outrem o que não queres que te façam. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Quem avisa amigo é. a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
Encontrei quem me pode ajudar. adormece.
Ele gosta de quem o elogia. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CER- adormecem.
TA CERTAS. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
Cada povo tem seus costumes. em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
Certas pessoas exercem várias profissões. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. A cachorra Baleia corria na frente.
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b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato. QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO
Talvez a cachorra Baleia corra na frente . 1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
pedido O Nino apareceu na porta.
Corra na frente, Baleia. 2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo, to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são: a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala: etc.
Fecho os olhos, agito a cabeça. Garoava na madrugada roxa.
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
em que se fala: Houve um espetáculo ontem.
Fechei os olhos, agitei a cabeça. Há alunos na sala.
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala: Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. claros.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
presente. Fazia dois anos que eu estava casado.
Faz muito frio nesta região?
Veja o esquema dos tempos simples em português:
Presente (falo)
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente
Imperfeito (falava)
na 3ª pessoa do singular - quando significa:
Mais- que-perfeito (falara)
1) EXISTIR
Futuro do presente (falarei)
Há pessoas que nos querem bem.
do pretérito (falaria)
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Presente (fale)
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
2) ACONTECER, SUCEDER
Futuro (falar)
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Não haja desavenças entre vós.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema
3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
dos tempos simples.
Há meses que não o vejo.
Infinitivo impessoal (falar)
Haverá nove dias que ele nos visitou.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)
Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)
O fato aconteceu há cerca de oito meses.
Particípio (falado)
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
pretérito imperfeito, e não no presente:
a) agente do fato expresso.
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
O carroceiro disse um palavrão.
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
(sujeito agente)
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
O verbo está na voz ativa.
Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
b) paciente do fato expresso:
4) REALIZAR-SE
Um palavrão foi dito pelo carroceiro.
Houve festas e jogos.
(sujeito paciente)
Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
O verbo está na voz passiva.
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
c) agente e paciente do fato expresso:
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
O carroceiro machucou-se.
seguido de infinitivo):
(sujeito agente e paciente)
Em pontos de ciência não há transigir.
O verbo está na voz reflexiva.
Não há contê-lo, então, no ímpeto.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de
Não havia descrer na sinceridade de ambos.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical.
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Falo - Estudam.
E não houve convencê-lo do contrário.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está
Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
fora do radical.
Falamos - Estudarei. Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua De há muito que esta árvore não dá frutos.
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito não o vejo.
cantei - cantarei – cantava - cantasse.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, pessoa do singular:
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe- Vai haver eleições em outubro.
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. Começou a haver reclamações.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o Não pode haver umas sem as outras.
mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma- Parecia haver mais curiosos do que interessados.
tado - morto - enxugado - enxuto. Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua con-
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser
jugação.
construída de três modos:
verbo ser: sou - fui
Hajam vista os livros desse autor.
verbo ir: vou - ia
Haja vista os livros desse autor.
Haja vista aos livros desse autor.
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CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o vezes, ironia.
sentido da frase. - Daria para fazer silêncio?!
Exemplo:
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa) Modo Subjuntivo
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva) a) Presente
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ati- - um fato presente, mas duvidoso, incerto.
va passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, Talvez eles estudem... não sei.
conservando o mesmo tempo. - um desejo, uma vontade:
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
Outros exemplos: b) Pretérito Imperfeito
Os calores intensos provocam as chuvas. Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
As chuvas são provocadas pelos calores intensos. hipótese, uma condição.
Eu o acompanharei. Se eu estudasse, a história seria outra.
Ele será acompanhado por mim. Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Todos te louvariam. e) Pretérito Perfeito
Serias louvado por todos. Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Prejudicaram-me. um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Fui prejudicado. características do modo subjuntivo).
Condenar-te-iam. Que tenha estudado bastante é o que espero.
Serias condenado. d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
a) Presente Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar: lamente.
- um fato que ocorre no momento em que se fala. e) Futuro
Eles estudam silenciosamente. Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já con-
Eles estão estudando silenciosamente. cluído em relação a outro fato futuro.
- uma ação habitual. Quando eu voltar, saberei o que fazer.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal): VERBOS AUXILIARES
O homem é mortal. INDICATIVO
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. SER ESTAR TER HAVER
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar PRESENTE
maior realce à narrativa. sou estou tenho hei
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". és estás tens hás
É o chamado presente histórico ou narrativo. é está tem há
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: somos estamos temos havemos
Amanhã vou à escola. sois estais tendes haveis
Qualquer dia eu te telefono. são estão têm hão
b) Pretérito Imperfeito PRETÉRITO PERFEITO
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: era estava tinha havia
- um fato passado contínuo, habitual, permanente: eras estavas tinhas havias
Ele andava à toa. era estava tinha havia
Nós vendíamos sempre fiado. éramos estávamos tínhamos havíamos
éreis estáveis tínheis havíes
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre
eram estavam tinham haviam
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis.
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
Era uma vez... fui estive tive houve
- um fato presente em relação a outro fato passado. foste estiveste tiveste houveste
Eu lia quando ele chegou. foi esteve teve houve
c) Pretérito Perfeito fomos estivemos tivemos houvemos
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já fostes estivestes tivestes houvestes
ocorrido, concluído. foram estiveram tiveram houveram
Estudei a noite inteira. PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido
momento presente. tens sido tens estado tens tido tens havido
Tenho estudado todas as noites. tem sido tem estado tem tido tem havido
d) Pretérito mais-que-perfeito temos sido temos estado temos tido temos havido
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em tendes sido tendes estado tendes tido tendes havido
relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): têm sido têm estado têm tido têm havido
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou.
fora estivera tivera houvera
e) Futuro do Presente
foras estiveras tiveras houveras
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato fora estivera tivera houvera
futuro em relação ao momento em que se fala. fôramos estivéramos tivéramos houvéramos
Irei à escola. fôreis estivéreis tivéreis houvéreis
f) Futuro do Pretérito foram estiveram tiveram houveram
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
- um fato futuro, em relação a outro fato passado. tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, estado, tido , havido)
- Eu jogaria se não tivesse chovido. FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto. serei estarei terei haverei
- Seria realmente agradável ter de sair? serás estarás terás haverá
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será estará terá haverá PARTICÍPIO
seremos estaremos teremos haveremos sido estado tido havido
sereis estareis tereis havereis
serão estarão terão haverão CONJUGAÇÕES VERBAIS
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO INDICATIVO
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado, tido, havido) PRESENTE
FUTURO DO canto vendo parto
PRETÉRITO cantas vendes partes
SIMPLES canta vende parte
seria estaria teria haveria cantamos vendemos partimos
serias estarias terias haverias cantais vendeis partis
seria estaria teria haveria cantam vendem partem
seríamos estaríamos teríamos haveríamos PRETÉRITO IMPERFEITO
serieis estaríeis teríeis haveríeis cantava vendia partia
seriam estariam teriam haveriam cantavas vendias partias
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO cantava vendia partia
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado, tido, havido) cantávamos vendíamos partíamos
PRESENTE SUBJUNTIVO cantáveis vendíeis partíeis
seja esteja tenha haja cantavam vendiam partiam
sejas estejas tenhas hajas PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
seja esteja tenha haja cantei vendi parti
sejamos estejamos tenhamos hajamos cantaste vendeste partiste
sejais estejais tenhais hajais cantou vendeu partiu
sejam estejam tenham hajam cantamos vendemos partimos
PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES cantastes vendestes partistes
fosse estivesse tivesse houvesse cantaram venderam partiram
fosses estivesses tivesses houvesses PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
fosse estivesse tivesse houvesse tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, vendido, partido)
fôssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
fôsseis estivésseis tivésseis houvésseis cantara vendera partira
fossem estivessem tivessem houvessem cantaras venderas partiras
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO cantara vendera partira
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, estado, tido, havido) cantáramos vendêramos partíramos
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO cantáreis vendêreis partíreis
tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem ( + sido, estado, cantaram venderam partiram
tido, havido) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
FUTURO SIMPLES tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ cantando, vendido, partido)
se eu for se eu estiver se eu tiver se eu houver Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
se tu fores se tu estiveres se tu tiveres se tu houveres FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
se ele for se ele estiver se ele tiver se ele houver cantarei venderei partirei
se nós formos se nós estiver- se nós tivermos se nós houver- cantarás venderás partirás
mos mos cantará venderá partirá
se vós fordes se vós estiver- se vós tiverdes se vós houver- cantaremos venderemos partiremos
des des
cantareis vendereis partireis
se eles forem se eles estive- se eles tiverem se eles houve-
cantarão venderão partirão
rem rem
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
FUTURO COMPOSTO
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado, vendido, partido)
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado, tido, havido)
Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
AFIRMATIVO IMPERATIVO
FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES
sê tu está tu tem tu há tu
cantaria venderia partiria
seja você esteja você tenha você haja você
cantarias venderias partirias
sejamos nós estejamos nós tenhamos nós hajamos nós
cantaria venderia partiria
sede vós estai vós tende vós havei vós
cantaríamos venderíamos partiríamos
sejam vocês estejam vocês tenham vocês hajam vocês
cantaríeis venderíeis partiríeis
NEGATIVO
cantariam venderiam partiriam
não sejas tu não estejas tu não tenhas tu não hajas tu
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
não seja você não esteja você não tenha você não haja você
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado, vendido, partido)
não sejamos nós não estejamos não tenhamos não hajamos
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
nós nós nós
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado, vendido, partido)
não sejais vós não estejais vós não tenhais vós não hajais vós
Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
não sejam vocês não estejam não tenham não hajam vocês
PRESENTE SUBJUNTIVO
vocês vocês
cante venda parta
IMPESSOAL INFINITIVO
cantes vendas partas
ser estar ter haver
cante venda parta
IMPESSOAL COMPOSTO
cantemos vendamos partamos
Ter sido ter estado ter tido ter havido
canteis vendais partais
PESSOAL
cantem vendam partam
ser estar ter haver
PRETÉRITO IMPERFEITO
seres estares teres haveres
cantasse vendesse partisse
ser estar ter haver
cantasses vendesses partisses
sermos estarmos termos havermos
cantasse vendesse partisse
serdes estardes terdes haverdes
cantássemos vendêssemos partíssemos
serem estarem terem haverem
cantásseis vendêsseis partísseis
SIMPLES GERÚNDIO
cantassem vendessem partissem
sendo estando tendo havendo
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
COMPOSTO
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado, vendido, parti-
tendo sido tendo estado tendo tido tendo havido
do)Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
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FUTURO SIMPLES verbo principal:
cantar vender partir
cantares venderes partires terei cantado terei vendido terei partido
cantar vender partir terás cantado terás vendido terás, partido
cantarmos vendermos partimos terá cantado terá vendido terá partido
cantardes venderdes partirdes teremos cantado teremos vendido teremos partido
cantarem venderem partirem tereis cantado tereis vendido tereis , partido
FUTURO COMPOSTO terão cantado terão vendido terão partido
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, vendido, partido)
4) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO. Formado do FUTURO DO
AFIRMATIVO IMPERATIVO
PRETÉRITO SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do
canta vende parte
verbo principal:
cante venda parta
cantemos vendamos partamos teria cantado teria vendido teria partido
cantai vendei parti terias cantado terias vendido terias partido
cantem vendam partam teria cantado teria vendido teria partido
NEGATIVO teríamos cantado teríamos vendido teríamos partido
não cantes não vendas não partas teríeis cantado teríeis vendido teríeis partido
não cante não venda não parta teriam cantado teriam vendido teriam partido
não cantemos não vendamos não partamos
não canteis não vendais não partais MODO SUBJUNTIVO
não cantem não vendam não partam 1) PRETÉRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO SUBJUNTIVO
do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES tenha cantado tenha vendido tenha
PRESENTE tenhas cantado tenhas vendido tenhas partido
cantar vender partir tenha cantado tenha vendido tenha partido
INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONADO tenhamos cantado tenhamos vendido tenhamos partido
cantar vender partir tenhais cantado tenhais vendido tenhais partido
cantares venderes partires tenham cantado vendido tenham partido
cantar vender partir
cantarmos vendermos partirmos 2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. Formado do IMPERFEITO DO
cantardes venderdes partirdes SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo
cantarem venderem partirem principal:
INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO IMPESSOAL
tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
ter (ou haver), cantado, vendido, partido tivesses cantado tivesses vendido tivesses partido
INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSOAL tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, partido) tivéssemos cantado tivéssemos vendido tivéssemos partido
GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE tivésseis cantado tivésseis vendido tivésseis partido
cantando vendendo partindo tivessem cantado tivessem vendido tivessem partido
GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO
tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido 3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES DO SUBJUN-
PARTICÍPIO TIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
cantado vendido partido
tiver cantado tiver vendido tiver partido
tiveres cantado tiveres vendido tiveres partido
Formação dos tempos compostos tiver cantado tiver vendido tiver partido
Com os verbos ter ou haver tivermos cantado tivermos vendido tivermos partido
tiverdes cantado tiverdes vendido tiverdes partido
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
tiverem cantado tiverem vendido tiverem partido
Entre os tempos compostos da voz ativa merecem realce particular
aqueles que são constituídos de formas do verbo ter (ou, mais raramente, FORMAS NOMINAIS
haver) com o particípio do verbo que se quer conjugar, porque é costume
incluí-los nos próprios paradigmas de conjugação: 1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETÉRITO IMPESSOAL).
Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo ter (ou haver) com o
PARTICÍPIO do verbo principal:
MODO INDICATIVO
ter cantado ter vendido ter partido
1) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do PRESENTE DO
INDICATIVO do verbo ter com o PARTICÍPIO do verbo principal: 2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETÉRITO PESSOAL).
Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo ter (ou haver) com o
tenho cantado tenho vendido tenho partido PARTICÍPIO do verbo principal:
tens cantado tens vendido tens partido
tem cantado tem vendido tem partido ter cantado ter vendido ter partido
temos cantado temos vendido temos partido teres cantado teres vendido teres partido
tendes cantado tendes vendido tendes partido ter cantado ter vendido ter partido
têm cantado têm vendido têm partido termos cantado termos vendido termos partido
terdes cantado terdes vendido terdes partido
2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPER- terem cantado terem vendido terem partido
FEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou haver) com o PARTICÍPIO do
verbo principal: 3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do GERÚNDIO do
verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
tinha cantado tinha vendido tinha partido
tinhas cantado tinhas vendido tinhas .partido tendo cantado tendo vendido tendo partido
tinha cantado tinha vendido tinha partido
tínhamos cantado tínhamos vendido tínhamos partido Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e
tínheis cantado tínheis vendido tínheis partido Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição, 29ª impressão.
tinham cantado tinham vendido tinham partido
VERBOS IRREGULARES
3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO DAR
PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
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Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram CRER
Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem
Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam
Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam
Conjugam-se como crer, ler e descrer
MOBILIAR
Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam DIZER
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem
Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, dissé-
AGUAR reis, disseram
Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão
Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam
Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis,
MAGOAR dissesse
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, Particípio dito
magoaram Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar FAZER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem
APIEDAR-SE Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram
Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais- Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram
vos, apiadam-se Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei- Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam
vos, apiedem-se Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis,
MOSCAR fizessem
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus- Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer
quem
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem
RESFOLEGAR Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam
resfolgam
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, PODER
resfolguem Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
NOMEAR Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis,
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam puderam
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
nomeavam Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis,
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, pudessem
nomearam Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Gerúndio podendo
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear Particípio podido
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
COPIAR imperativo negativo
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram PROVER
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá- Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem
reis, copiaram Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê-
reis, proveram
ODIAR Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis,
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam proveriam
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam
odiaram Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis,
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem provessem
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem
Gerúndio provendo
CABER Particípio provido
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam QUERER
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
coubéreis, couberam Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé-
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, reis, quiseram
coubessem Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, coube- Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,
rem quisessem
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem
imperativo negativo
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REQUERER Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis,
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. reque- aboliram
rem Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão
Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste, Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam
requereram Presente do subjuntivo não há
Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requerera- Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis,
mos, requerereis, requereram abolissem
Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requere- Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
reis, requererão Imperativo afirmativo abole, aboli
Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere- Imperativo negativo não há
ríeis, requereriam Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram Infinitivo impessoal abolir
Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, Gerúndio abolindo
requeiram Particípio abolido
Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou
requerêsseis, requeressem, I.
Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
requerem AGREDIR
Gerúndio requerendo Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Particípio requerido Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam
O verbo REQUERER não se conjuga como querer. Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I.
REAVER
Presente do indicativo reavemos, reaveis COBRIR
Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve- Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem
ram Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram
Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis, Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram
reouveram Particípio coberto
Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou- Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir
vésseis, reouvessem
Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, FALIR
reouverem Presente do indicativo falimos, falis
O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apre- Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam
senta a letra v Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
SABER
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam
Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam
Presente do subjuntivo não há
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos,
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem
soubéreis, souberam
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam
Imperativo afirmativo fali (vós)
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,
Imperativo negativo não há
soubessem
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, soube-
Gerúndio falindo
rem
Particípio falido
VALER
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem FERIR
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
TRAZER
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem MENTIR
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
trouxéreis, trouxeram Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam FUGIR
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxés- Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
seis, trouxessem
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe- IR
rem Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
Gerúndio trazendo Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Particípio trazido Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
VER Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Gerúndio indo
Particípio visto Particípio ido
ABOLIR
OUVIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram
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Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam Há Muitas Locuções Adverbiais
Particípio ouvido 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra-
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
PEDIR
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite,
Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de
Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam 3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em
geral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos
POLIR vistos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem 4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui-
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc.
Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc.
REMIR 6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma,
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem etc.
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam 7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.
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XV 15 quinze décimo quinze avos ARTIGO
quinto
XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
sexto avos Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-
XVII 17 dezessete décimo dezessete los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
sétimo avos
XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos Dividem-se em
oitavo • definidos: O, A, OS, AS
XIX 19 dezenove décimo nono dezenove • indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS.
avos Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado).
XX 20 vinte vigésimo vinte avos
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso,
XL 40 quarenta quadragé- quarenta
geral.
simo avos
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde-
L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta terminado).
simo avos
LX 60 sessenta sexagésimo sessenta lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.
avos
LXX 70 setenta septuagési- setenta avos
mo CONJUNÇÃO
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
XC 90 noventa nonagésimo noventa Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
avos
C 100 cem centésimo centésimo Coniunções Coordenativas
CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo 1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc.
CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo 2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen- entanto, etc.
tos tésimo tésimo 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, etc.
D 500 quinhen- quingenté- quingenté- 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por consequência.
tos simo simo 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, pois, etc.
DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési-
mo mo Conjunções Subordinativas
DCC 700 setecen- septingenté- septingenté- 1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
tos simo simo 2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté- 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
simo simo 4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
CM 900 novecen- nongentési- nongentési- 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
tos mo mo etc.
M 1000 mil milésimo milésimo 6) INTEGRANTES: que, se, etc.
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
Emprego do Numeral 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
forma que, de modo que, etc.
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc.
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais,
empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
etc.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
Luis X (décimo) ano I (primeiro)
Pio lX (nono) século lV (quarto)
VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
De 11 em diante, empregam-se os cardinais:
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) Examinemos estes exemplos:
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis) 1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) 2º) Os livros ensinam e divertem.
3º) Saímos de casa quando amanhecia.
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
XX Salão do Automóvel (vigésimo) No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
VI Festival da Canção (sexto) uma conjunção.
lV Bienal do Livro (quarta)
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligan-
do orações: são também conjunções.
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao
emprego do ordinal. Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
Hoje é primeiro de setembro mesma oração.
Não é aconselhável iniciar período com algarismos
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- conjunção Eé coordenativa.
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
um, página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever tam- QUANDOé subordinativa.
bém: a folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos
o numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
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CONJUNÇÕES COORDENATIVAS Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
As conjunções coordenativas podem ser: Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero.
1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas Os governantes realizam menos do que prometem.
também, mas ainda, senão também, como também, bem como. 3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda
O agricultor colheu o trigo e o vendeu. quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por
Não aprovo nem permitirei essas coisas. menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que
Os livros não só instruem mas também divertem. (= embora não).
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam Célia vestia-se bem, embora fosse pobre.
as flores. A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com- Beba, nem que seja um pouco.
pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, a- Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
pesar disso, em todo caso. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas
Querem ter dinheiro, mas não trabalham. afirmações.
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. (= se não), a não ser que, a menos que, dado que.
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula. Ficaremos sentidos, se você não vier.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado. Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. "Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos
Hoje não atendo, em todo caso, entre. que os mosquitos se opusessem."
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou, (Ferreira de Castro)
ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc. 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. são como (ou conforme) dizem.
Ou você estuda ou arruma um emprego. "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. (Machado de Assis)
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
"Já chora, já se ri, já se enfurece." tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de
(Luís de Camões) forma que, de maneira que, sem que, que (não).
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con- Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
As árvores balançam, logo está ventando. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí.
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.
5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
porque, porquanto, pois (anteposto ao verbo). Afastou-se depressa para que não o víssemos.
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse.
causar incêndios. Fiz-lhe sinal que se calasse.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. 8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa- mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos...
tivo: (tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. À medida que se vive, mais se aprende.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
(Jorge Amado) Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
Conjunções subordinativas Observação:
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
à outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
que traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). (Maria José de Queirós)
Abrangem as seguintes classes: 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
que, uma vez que, desde que. etc.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: Venha quando você quiser.
efeito). Não fale enquanto come.
Como estivesse de luto, não nos recebeu. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
Desde que é impossível, não insistirei. Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
(tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
(tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mes- cânti)
mo que (= como). 10) Integrantes: que, se.
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. Sabemos que a vida é breve.
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. Veja se falta alguma coisa.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Observação:
(Paulo Mendes Campos) Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa." chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
(Antônio Olavo Pereira) porém, não consigna esta espécie de conjunção.
"E pia tal a qual a caça procurada."
(Amadeu de Queirós) Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" que, por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que,
(Carlos Drummond de Andrade) etc.
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Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo
portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no valor de uma interjeição.
contexto. Assim, a conjunção que pode ser: Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam!
1) Aditiva (= e): Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
A nós que não a eles, compete fazê-lo. SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
2) Explicativa (= pois, porque):
Apressemo-nos, que chove.
FRASE
3) Integrante:
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
Diga-lhe que não irei.
O tempo está nublado.
4) Consecutiva:
Socorro!
Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
Que calor!
Não vão a uma festa que não voltem cansados.
Onde estavas, que não te vi?
5) Comparativa (= do que, como): ORAÇÃO
A luz é mais veloz que o som. Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
Ficou vermelho que nem brasa. A fanfarra desfilou na avenida.
6) Concessiva (= embora, ainda que): As festas juninas estão chegando.
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
Beba, um pouco que seja. PERÍODO
7) Temporal (= depois que, logo que): Período é a frase estruturada em oração ou orações.
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel. O período pode ser:
8) Final (= pare que): • simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. Fui à livraria ontem.
9) Causal (= porque, visto que): • composto - quando constituído por mais de uma oração.
"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vival- Fui à livraria ontem e comprei um livro.
do Coaraci)
A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe- São dois os termos essenciais da oração:
disse. (sem que = embora não)
2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito. SUJEITO
(sem que = se não,caso não) Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes)
(sem que = que não) O sujeito pode ser :
4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) - simples: quando tem um só núcleo
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas;
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. núcleo: rosas)
- composto: quando tem mais de um núcleo
PREPOSIÇÃO O burro e o cavalo saíram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter- - oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)
segundo, um subordinado ou consequente. - indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal
Exemplos: Come-se bem naquele restaurante.
Chegaram a Porto Alegre. - Inexistente: quando a oração não tem sujeito
Discorda de você. Choveu ontem.
Fui até a esquina. Há plantas venenosas.
Casa de Paulo.
PREDICADO
Preposições Essenciais e Acidentais Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CON- O predicado classifica-se em:
TRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, 1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais
SOBRE e ATRÁS. predicativo do sujeito.
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou- Nosso colega está doente.
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora, Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER,
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, PERMANECER, etc.
segundo, senão, tirante, visto, etc. Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Nosso colega está doente.
INTERJEIÇÃO
A moça permaneceu sentada.
2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem
transitivo.
ser:
O avião sobrevoou a praia.
- alegria: ahl oh! oba! eh!
Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
- animação: coragem! avante! eia!
O sabiá voou alto.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa!
Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
- aplauso: bravo! viva! bis!
• Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
- desejo: tomara! oxalá!
de proposição.
- dor: aí! ui!
Minha equipe venceu a partida.
- silêncio: psiu! silêncio!
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
- suspensão: alto! basta!
auxílio de preposição.
Ele precisa de um esparadrapo.
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• Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao 4. VOCATIVO
mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou
complemento com auxilio de preposição. interpelar alguém ou alguma coisa.
Damos uma simples colaboração a vocês. Tem compaixão de nós, ó Cristo.
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo Professor, o sinal tocou.
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais Rapazes, a prova é na próxima semana.
predicativo do sujeito.
Os rapazes voltaram vitoriosos. PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES
• Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal,
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito. No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta.
Ele morreu rico. Fui ao cinema.
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal, O pássaro voou.
ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
direto ou indireto.
Elegemos o nosso candidato vereador. PERÍODO COMPOSTO
No período composto há mais de uma oração.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens
Chama-se termos integrantes da oração os que completam a folgam.)
significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à
Período composto por coordenação
compreensão do enunciado.
Apresenta orações independentes.
1. OBJETO DIRETO (Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.)
Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
transitivo direto. Ex.: Mamãe comprouPEIXE. Período composto por subordinação
Apresenta orações dependentes.
2. OBJETO INDIRETO (É bom) (que você estude.)
Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
transitivo indireto. Período composto por coordenação e subordinação
As crianças precisam deCARINHO. Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este
período é também conhecido como misto.
3. COMPLEMENTO NOMINAL (Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.)
Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de
um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado ORAÇÃO COORDENADA
por um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio. Oração coordenada é aquela que é independente.
Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo) As orações coordenadas podem ser:
O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
- Sindética:
Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção
(advérbio).
coordenativa.
Viajo amanhã, mas volto logo.
4. AGENTE DA PASSIVA
Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na - Assindética:
voz passiva. Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou
A mãe é amadaPELO FILHO. ponto e vírgula.
O cantor foi aplaudidoPELA MULTIDÃO. Chegou, olhou, partiu.
Os melhores alunos foram premiadosPELA DIREÇÃO. A oração coordenada sindética pode ser:
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Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ. Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de
um adjetivo.
5. EXPLICATIVAS: Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas:
Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.) 1) EXPLICATIVAS:
Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR. Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente,
Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS. atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma
informação.
ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará.
É aquela que vem entre os termos de uma outra oração. Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria.
O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
2) RESTRITIVAS:
A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos: Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc. indispensáveis ao sentido da frase:
Pedra QUE ROLA não cria limo.
ORAÇÃO PRINCIPAL As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui.
por um conectivo.
ELES DISSERAM que voltarão logo. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
ELE AFIRMOU que não virá. Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma) um advérbio.
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Exemplos: O combustível custava barato.
• Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU Você leu confuso.
PREPARADO. Ela jura falso.
• Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ.
• FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM, 16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos,
conseguirás. sofrem variação normalmente.
• É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS Esses pneus custam caro.
ATENTOS. Conversei bastante com eles.
• AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO, Conversei com bastantes pessoas.
entristeceu-se. Estas crianças moram longe.
• É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES Conheci longes terras.
MAIS.
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure- CONCORDÂNCIA VERBAL
me. CASOS GERAIS
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL O pessoal ainda não chegou.
Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante A turma não gostou disso.
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões. Um bando de pássaros pousou na árvore.
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
Principais Casos de Concordância Nominal plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural.
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em Os Estados Unidos são um grande país.
gênero e número com o substantivo. Os Lusíadas imortalizaram Camões.
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. Os Alpes vivem cobertos de neve.
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular.
normalmente para o plural. Flores já não leva acento.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio. O Amazonas deságua no Atlântico.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica.
para o masculino plural. 4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome
Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios. no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indife-
4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais rentemente.
próximo: A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios.
Trouxe livros e revista especializada. A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi- 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
mo. sujeito paciente.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos. Vende-se um apartamento.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o Vendem-se alguns apartamentos.
sujeito. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o
Meus amigos estão atrapalhados. verbo para a 3ª pessoa do singular.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica- Precisa-se de funcionários.
tivo no gênero da pessoa a quem se refere. 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. singular e o verbo no singular ou no plural.
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
vão para o singular ou para o plural. 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. Mais de um jurado fez justiça à minha música.
Já estudei o primeiro e segundo livros. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. no singular.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
que se referem. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Ela mesma veio até aqui. sujeito.
Eles chegaram sós. Deu uma hora.
Eles próprios escreveram. Deram três horas.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. Bateram cinco horas.
Muito obrigado. (masculino singular) Naquele relógio já soaram duas horas.
Muito obrigada. (feminino singular). 12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
invariável quando é advérbio. Ela é que faz as bolas.
Quero meio quilo de café. Eu é que escrevo os programas.
Minha mãe está meio exausta. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
É meio-dia e meia. (hora) um pronome relativo.
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o subs- Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
tantivo a que se referem. Fui eu que fiz a lição
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
A expressão em anexo é invariável. veis.
Trouxe em anexo estas fotos. • que: Fui eu que fiz a lição.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substi- • quem: Fui eu quem fez a lição.
tuem advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. • o que: Fui eu o que fez a lição.
Vocês falaram alto demais.
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14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na 4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
este sua impessoalidade.
Chove a cântaros. Ventou muito ontem. 5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões. Prefiro Comunicação à Matemática.
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• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a prepo- MESÓCLISE
sição EM: Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer –
Implicou-se na briga e saiu ferido amarei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não acon-
teceu – amaria, amarias, …)
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição
A: - Convidar-me-ão para a festa.
Ele foi a São Paulo para resolver negócios. - Convidar-me-iam para a festa.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa ÊNCLISE
como sujeito:
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada.
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente - Tornarei-me……. (errada)
dificuldade, será objeto indireto. - Tinha entregado-nos……….(errada)
Custou-me confiar nele novamente. Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
- Entregar-lhe (correta)
Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise) - Não posso recebê-lo. (correta)
Outros casos:
Por Cristiana Gomes
- Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o,
a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo. - Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (pró- - Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes.
clise), no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise). - Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronún- OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrati-
cia. va, ocorrerá a próclise:
PRÓCLISE - Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
Usamos a próclise nos seguintes casos: - Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.
(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS
ninguém, nem, de modo algum. Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, ge-
- Nada me perturba. rúndio ou particípio.
- Ninguém se mexeu. AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se
- De modo algum me afastarei daqui. houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.
- Ela nem se importou com meus problemas. - Havia-lhe contado a verdade.
(2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, confor- - Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
me, embora, logo, que. AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”. pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
- É necessário que a deixe na escola. Infinitivo
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sin- - Quero-lhe dizer o que aconteceu.
ceros. - Quero dizer-lhe o que aconteceu.
(3) Advérbios Gerúndio
- Aqui se tem paz. - Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Sempre me dediquei aos estudos. - Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
- Talvez o veja na escola. Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo au-
OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de xiliar ou depois do verbo principal.
atrair o pronome. Infinitivo
- Aqui, trabalha-se. - Não lhe quero dizer o que aconteceu.
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. - Não quero dizer-lhe o que aconteceu.
- Alguém me ligou? (indefinido) Gerúndio
- A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo) - Não lhe ia dizendo a verdade.
- Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo) - Não ia dizendo-lhe a verdade.
(5) Em frases interrogativas.
Figuras de Linguagem
- Quanto me cobrará pela tradução?
(6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). Figuras sonoras
- Deus o abençoe! Aliteração
- Macacos me mordam!
repetição de sons consonantais (consoantes).
- Deus te abençoe, meu filho!
(7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM. Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das característi-
cas marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.
- Em se plantando tudo dá.
- Em se tratando de beleza, ele é campeão. Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vo-
zes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs,
(8) Com formas verbais proparoxítonas vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza)
- Nós o censurávamos.
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Assonância Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios."
repetição dos mesmos sons vocálicos. Polissíndeto
Ex:(A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do pe-
litoral." (Caetano Veloso) ríodo.
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E
me deu." (Fernando Pessoa) sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e
Paranomásia sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de
o emprego de palavras parônimas (sons parecidos). Andrade)
Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre Anacoluto
Antonio Vieira) termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente,
Onomatopeia inicia-se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
criação de uma palavra para imitar um som Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de al-
guns anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio,
Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / bonito lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)
Pois dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa /
A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem- Anáfora
nhem..." (Cecília Meireles) repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
Linguagem figurada Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que
falta / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
Elipse
Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no
omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos
início e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.
mais comuns:
Silepse
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois,
compraríeis a casa? é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar três tipos:
de o estádio Maracanã a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar São Paulo). V. Sª é lisonjeiro
de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas. b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o
d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me livro de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
entenda.
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros,
que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não mas quem fala ou escreve também participa do processo verbal)
sei de nada !, em vez de E o rapaz disse: Antecipação
Zeugma antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode ge-
omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, po- rar anacoluto.
de necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretu- Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
do, nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns O tempo parece que vai piorar
estudam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, per-
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.
nambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buar-
que) - omissão de era Figuras de palavras ou tropos
Hipérbato (Para Bechara alterações semânticas)
alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das Metáfora
orações no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um
anacolutos. tipo de comparação implícita, sem termo comparativo.
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu. Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do proble-
Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação. ma. / "Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga
Junior)
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drastica-
mente, Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personifi-
cação (animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação -
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato
atribuição de ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanima-
Anástrofe dos. (A lua sorri aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa
anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição concreta assumindo valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D.
ao termo regente. Quixote = idealismo, cão = fidelidade, além do simbolismo universal das
Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutu- cores)
oso da morte vos cobre a todos. Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato Catacrese
Pleonasmo
uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na
repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia. ausência de termo específico.
Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto
Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles
/ Ao seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não
a enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado
lhe devo (OI pleonástico)
primitivamente para significar apenas colocar na terra.
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perden-
do o caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo) Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são
considerados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram
Assíndeto
graças à semelhança de forma existente entre seres.
ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao tex-
to. Ocorre muito nas or. coordenadas. Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora
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Metonímia Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..."
substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles as- (Jõao Bosco / Aldir Blanc)
sociação de significado. Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora.
Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possui-
dor pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite
DISCURSO DIRETO. DISCURSO INDIRETO. DISCURSO INDIRETO LIVRE
(continente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala
classe - culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O Celso Cunha
brasileiro é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais
(matéria pela obra - copos). ENUNCIAÇÃO E REPRODUÇÃO DE ENUNCIAÇÕES
Comparando as seguintes frases:
Antonomásia, perífrase “A vida é luta constante”
substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma ex- “Dizem os homens experientes que a vida é luta constante”
pressão que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto.
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o Notamos que, em ambas, é emitido um mesmo conceito sobre a vida..
leão, Escritor Maldito = Lima Barreto
Mas, enquanto o autor da primeira frase enuncia tal conceito como
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia tendo sido por ele próprio formulado, o autor da segunda o reproduz como
Sinestesia tendo sido formulado por outrem.
interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato,
visão, audição, gustação e tato). Estruturas de reprodução de enunciações
Para dar-nos a conhecer os pensamentos e as palavras de persona-
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz delici-
gens reais ou fictícias, os locutores e os escritores dispõiem de três moldes
ava ... / Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfu-
linguísticos diversos, conhecidos pelos nomes de: discurso direto, discurso
mava. / Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que
indireto e discurso indireto livre.
iluminava / Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melanco-
lizava." (Cruz e Souza)
Discurso direto
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora Examinando este passo do conto Guaxinim do banhado, de Mário de
Anadiplose Andrade:
é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase “O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira
no começo de outro membro de frase. lá na língua dele - “Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...”
Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente Verificamos que o narrado, após introduzir o personagem, o guaxinim,
condena os motivos dados." deixou-o expressar-se “Lá na língua dele”, reproduzindo-lhe a fala tal
Figuras de pensamento como ele a teria organizado e emitido.
Antítese
A essa forma de expressão, em que o personagem é chamado a apre-
aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.
sentar as suas próprias palavras, denominamos discurso direto.
Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios"
(Vinicius de Moraes) Observação
Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição No exemplo anterior, distinguimos claramente o narrador, do locutor, o
de Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões) guaxinim.
Eufemismo
Mas o narrador e locutor podem confundir-se em casos como o das
consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável narrativas memorialistas feitas na primeira pessoa. Assim, na fala de
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos Riobaldo, o personagem-narrador do romance de Grande Sertão: Veredas,
exames. (foi reprovado) de Guimarães Rosa.
Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo “Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa;
pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso
moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica. do que em primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?”
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“Ao aviso da criada, a família tinha chegado à janela. Não avista- b) Discurso direto: verbo enunciado no presente:
ram o menino: “- O major é um filósofo, disse ele com malícia.” (Lima Barreto)
- Joãozinho! Discurso indireto: verbo enunciado no imperfeito:
Nada. Será que ele voou mesmo?” “Disse ele com malícia que o major era um filósofo.”
2. No plano expressivo, a força da narração em discurso direto pro- c) Discurso direto: verbo enunciado no pretérito perfeito:
vém essencialmente de sua capacidade de atualizar o episódio, “- Caubi voltou, disse o guerreiro Tabajara.”(José de Alencar)
fazendo emergir da situação o personagem, tornando-o vivo para Discurso indireto: verbo enunciado no pretérito mais-que-perfeito:
o ouvinte, à maneira de uma cena teatral, em que o narrador de- “O guerreiro Tabajara disse que Caubi tinha voltado.”
sempenha a mera função de indicador das falas. d) Discurso direto: verbo enunciado no futuro do presente:
Daí ser esta forma de relatar preferencialmente adotada nos atos diá- “- Virão buscar V muito cedo? - perguntei.”(A.F. Schmidt)
rios de comunicação e nos estilos literários narrativos em que os autores Discurso indireto: verbo enunciado no futuro do pretérito:
pretendem representar diante dos que os lêem “a comédia humana, com a “Perguntei se viriam buscar V. muito cedo”
maior naturalidade possível”. (E. Zola) e) Discurso direto: verbo no modo imperativo:
“- Segue a dança! , gritaram em volta. (A. Azevedo)
Discurso indireto Discurso indireto: verbo no modo subjuntivo:
1. Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis: “Gritaram em volta que seguisse a dança.”
“Elisiário confessou que estava com sono.” f) Discurso direto: enunciado justaposto:
Ao contrário do que observamos nos enunciados em discurso dire- “O dia vai ficar triste, disse Caubi.”
to, o narrador incorpora aqui, ao seu próprio falar, uma informação Discurso indireto: enunciado subordinado, geralmente introduzido
do personagem (Elisiário), contentando-se em transmitir ao leitor o pela integrante que:
seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma linguística que teria “Disse Caubi que o dia ia ficar triste.”
sido realmente empregada. g) Discurso direto:: enunciado em forma interrogativa direta:
Este processo de reproduzir enunciados chama-se discurso indire- “Pergunto - É verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en-
to. cantadora?” (Guimarães Rosa)
2. Também, neste caso, narrador e personagem podem confundir-se Discurso indireto: enunciado em forma interrogativa indireta:
num só: “Pergunto se é verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en-
“Engrosso a voz e afirmo que sou estudante.” (Graciliano Ramos) cantadora.”
h) Discurso direto: pronome demonstrativo de 1ª pessoa (este, esta,
Características do discurso indireto isto) ou de 2ª pessoa (esse, essa, isso).
1. No plano formal verifica-se que, introduzidas também por um ver- “Isto vai depressa, disse Lopo Alves.”(Machado de Assis)
bo declarativo (dizer, afirmar, ponderar, confessar, responder, etc), Discurso indireto: pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele,
as falas dos personagens se contêm, no entanto, numa oração aquela, aquilo).
subordinada substantiva, de regra desenvolvida: “Lopo Alves disse que aquilo ia depressa.”
“O padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tan- i) Discurso direto: advérbio de lugar aqui:
tos doudos no mundo e menos ainda o inexplicável de alguns ca- “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
sos.” concluindo:
Nestas orações, como vimos, pode ocorrer a elipse da conjunção - Aqui, não está o que procuro.”(Afonso Arinos)
integrante: Discurso indireto: advérbio de lugar ali:
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálcu- “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
lo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o ti- concluindo que ali não estava o que procurava.”
vesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava
podiam ser onze horas.”(Lima Barreto) Discurso indireto livre
A conjunçào integrante falta, naturalmente, quando, numa cons- Na moderna literatura narrativa, tem sido amplamente utilizado um ter-
trução em discurso indireto, a subordinada substantiva assume a ceiro processo de reprodução de enunciados, resultante da conciliação dos
forma reduzida.: dois anteriormente descritos. É o chamado discurso indireto livre, forma de
“Um dos vizinhos disse-lhe serem as autoridades do Cachoei- expressão que, ao invés de apresentar o personagem em sua voz própria
ro.”(Graça Aranha) (discurso direto), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ele teria
2. No plano expressivo assinala-se, em primeiro lugar, que o empre- dito (discurso indireto), aproxima narrador e personagem, dando-nos a
go do discurso indireto pressupõe um tipo de relato de caráter impressão de que passam a falar em uníssono.
predominantemente informativo e intelectivo, sem a feição teatral e
Comparem-se estes exemplos:
atualizadora do discurso direto. O narrador passa a subordinar a si
“Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respira-
o personagem, com retirar-lhe a forma própria da expressão. Mas
ção presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um
não se conclua daí que o discurso indireto seja uma construção
momento em que esteve quase... quase!
estilística pobre. É, na verdade, do emprego sabiamente dosado
Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qual-
de um e de outro tipo de discurso que os bons escritores extraem
quer urubu... que raiva... “ (Ana Maria Machado)
da narrativa os mais variados efeitos artísticos, em consonância
“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que es-
com intenções expressivas que só a análise em profundidade de
tar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano
uma dada obra pode revelar.
Ramos)
“O matuto sentiu uma frialdade mortuária percorrendo-o ao longo da
Transposição do discurso direto para o indireto
espinha.
Do confronto destas duas frases:
Era uma urutu, a terrível urutu do sertão, para a qual a mezinha do-
“- Guardo tudo o que meu neto escreve - dizia ela.” (A.F. Schmidt)
méstica nem a dos campos possuíam salvação.
“Ela dizia que guardava tudo o que o seu neto escrevia.”
Perdido... completamente perdido...”
Verifica-se que, ao passar-se de um tipo de relato para outro, certos
( H. de C. Ramos)
elementos do enunciado se modificam, por acomodação ao novo molde
sintático.
Características do discurso indireto livre
a) Discurso direto enunciado 1ª ou 2ª pessoa.
Do exame dos enunciados em itálico comprova-se que o discurso indi-
Exemplo: “-Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir
reto livre conserva toda a afetividade e a expressividade próprios do dis-
mais.”(M. de Assis)
curso direto, ao mesmo tempo que mantém as transposições de pronomes,
Discurso indireto: enunciado em 3ª pessoa:
verbos e advérbios típicos do discurso indireto. É, por conseguinte, um
“Ela disse que deveria bastar, que ela não se atrevia a pedir
processo de reprodução de enunciados que combina as características dos
mais”
dois anteriormente descritos.
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1. No plano formal, verifica-se que o emprego do discurso indireto li- descrições objetivas. Ela é usada também nos manuais técnicos, fichas
vre “pressupõe duas condições: a absoluta liberdade sintática do informativas, instruções para a instalação e funcionamento de aparelhos,
escritor (fator gramatical) e a sua completa adesão à vida do per- explicações a respeito de aparelhos. Caracteriza o discurso científico, o
sonagem (fator estético) “ (Nicola Vita In: Cultura Neolatina). jornalístico e a correspondência comercial.
Observe-se que essa absoluta liberdade sintática do escritor pode
levar o leitor desatento a confundir as palavras ou manifestações FUNÇÃO EMOTIVA — põe ênfase no emissor. A linguagem e subjetiva
dos locutores com a simples narração. Daí que, para a apreensão e expressa diretamente emoções, atitudes, sensações, reflexões pessoais, a
da fala do personagem nos trechos em discurso indireto livre, ga- carga emocional. Na Literatura, essa função predomina na poesia, prosa
nhe em importância o papel do contexto, pois que a passagem do poética, depoimentos, autobiografias e memórias, diários íntimos. Linguisti-
que seja relato por parte do narrador a enunciado real do locutor é, camente é representada por interjeições, adjetivos, exclamações, reticências,
muitas vezes, extremamente sutil, tal como nos mostra o seguinte agressão verbal (insultos, termos de calão).
passo de Machado de Assis: Pertencem também à função emotiva as canções populares amorosas,
“Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubi- as novelas e qualquer expressão artística que deixe transparecer o estado
ão acudiu, levando-lhe água e pedindo que se deitasse para des- emocional do emissor.
cansar; mas o enfermo após alguns minutos, respondeu que não
era nada. Perdera o costume de fazer discursos é o que era.” FUNÇÃO CONATIVA — é dirigida ao receptor buscando mobilizar sua
2. No plano expressivo, devem ser realçados alguns valores desta atenção, produzindo um apelo. A linguagem apresenta caráter persuasivo,
construção híbrida: sedutor, procura aproximar-se do receptor (ouvinte, espectador, leitor), con-
a) Evitando, por um lado, o acúmulo de quês, ocorrente no discurso vencer, mudar seu comportamento. Pode ser volitiva, revelando assim uma
indireto, e, por outro lado, os cortes das oposições dialogadas pe- vontade ou é imperativa, que é a característica fundamental da propaganda.
culiares ao discurso direto, o discurso indireto livre permite uma Exemplos:
narrativa mais fluente, de ritmo e tom mais artisticamente elabora-
dos; FUNÇÃO FÁTICA — sua característica principal é a de preparar a co-
b) O elo psíquico que se estabelece entre o narrador e personagem municação, facilitando-a, dando eficiência no processo comunicativo. Apre-
neste molde frásico torna-o o preferido dos escritores memorialis- senta excesso de reticências, desejo de compreensão. Ela mantém a cone-
tas, em suas páginas de monólogo interior; xão entre os falantes.
c) Finalmente, cumpre ressaltar que o discurso indireto livre nem
sempre aparece isolado em meio da narração. Sua “riqueza ex- FUNÇÃO POÉTICA — pode ocorrer num texto em prosa ou em verso,
pressiva aumenta quando ele se relaciona, dentro do mesmo pa- ou ainda na fotografia, na música, no cinema, na pintura, enfim em qualquer
rágrafo, com os discursos direto e indireto puro”, pois o emprego modalidade discursiva que apresente uma maneira especial de elaborar o
conjunto faz que para o enunciado confluam, “numa soma total, as código. Ela valoriza a comunicação pela forma da mensagem, ela se preocu-
características de três estilos diferentes entre si”. pa com a estética do texto. A linguagem é criativa, afetiva, recorre a figuras,
(Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MEC-FENAME.) ornatos, apresenta ritmo, sonoridade. Na Literatura, essa função não se
manifesta apenas na poesia, devemos considerar a prosa poética em suas
FUNÇÕES DA LINGUAGEM várias manifestações. Exemplo:
As funções da linguagem têm como objetivo essencial apontar o dire-
cionamento da mensagem para um ou mais elementos do circuito da FUNÇÃO METALINGUÍSTICA — é centrada no código visando sua tra-
comunicação. O funcionamento da mensagem ocorre tendo em vista a dução. A elaboração do discurso é de suma importância, seja ele linguistico
finalidade de transmitir. (a escrita ou a oralidade) ou extralinguístico (música, pintura, gestualidades
Apresenta, portanto, funções da linguagem qualquer produção discur- etc.). É a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. A lingua-
siva, linguística (oral ou escrita) ou extralinguística (propaganda, fotografia, gem fala sobre a própria linguagem, como nos textos explicativos, nas defini-
música, pintura, cinema etc.). ções. Ela é encontrada nos dicionários, nas enciclopédias, gramáticas, livros
Quando vamos elaborar uma redação, necessitamos estar conscientes didáticos.
de que estamos escrevendo para alguém.
A redação (literária ou escolar] sempre apresenta alguém que escreve,
que envia a MENSAGEM, o EMISSOR, para alguém que a lê, o RECEP-
PROVA SIMULADA I
TOR. O elemento que passa a emissão para a recepção é o CANAL, que é
um suporte tísico (no caso da redação é o papel). Qualquer problema com Nota
o canal impedirá que a mensagem chegue ao receptor; neste caso, não As questões aqui transcritas foram extraídas de provas
haverá comunicação, mas um ruído”, um obstáculo a ela. Os fatos, os anteriores dos mais variados concursos, obedecendo o
objetos ou imagens, juízos ou raciocínios que o emissor utiliza (no nosso programa oficial.
caso, a língua portuguesa) constitui o CÓDIGO. O papel do código é de
suma importância, pois emissor e receptor devem possuir pleno conheci- Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que se-
mento do código utilizado para que a comunicação se realize, senão a gue.
comunicação será apenas parcial ou nula. Um código comum, uma men- No coração do progresso
sagem deverá abranger um CONTEXTO ou REFERENTE. Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que
classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à inven-
FUNÇÃO REFERENCIAL — a mais usada no dia-a-dia. Ela separa dois ção do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no
níveis de linguagem, denotativo e conotativo. A linguagem conotativa ou novo emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim acerta
“linguagem figurada” empresta sua significação para dois campos diversos, a mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o
uma espécie de transferência de significado. Por exemplo: pé da cadeira” leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir
refere-se à semelhança entre o signo pé (campo orgânico do ser humano] e o todas as portas para uma vida melhor.
traço que compõe a sustentação da cadeira (campo dos objetos]. Assim, a Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema,
linguagem “figura” o objeto que sustenta a cadeira, com base na similaridade via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendi-
do pé humano e essa relação se dá entre signos. A linguagem denotativa ou mento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma
“linguagem legível” relaciona e aproxima mais diretamente o termo e o objeto. represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um
O pé do ser humano seria signo denotativo. progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscrimi-
A função referencial evidencia o assunto, o objeto, os fatos. É a lingua- nadamente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco:
gem da comunicação. Refere-se a um contexto, ou seja, a uma informação desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e
sem se envolver com quem a produziu ou de quem a recebeu. É meramente tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preserva-
informativa; não se preocupa com o estilo. É a linguagem das redações ção ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino
escolares, principalmente das dissertações, das narrações não fictícias e das planeta.
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Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso. 5. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na
Do ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que frase:
concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a nature- (A) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso
za e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentá- algumas conotações mágicas.
vel: o adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas predató- (B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu
rias. Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a seus sentido real muitos equívocos ideológicos.
efeitos sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na nature- (C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a
za há de adequar-se a um planejamento que considere a qualidade e a representarem, de fato, qualquer avanço significativo.
extensão dos efeitos. (D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a
Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida.
política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o (E) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua,
mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da
não é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários, aos vida.
industriais e a todos nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de
zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da 6. Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na
qualidade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e frase:
banheiro, em nosso quintal e jardim – e se estende à preocupação com a (A) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos
rua, com o bairro, com a cidade. atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir
“Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um mão.
mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é, (B) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em
certamente, melhor do que este em que estamos vivendo. nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará.
Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido (C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou em
preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida.
Mello) (D) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra
depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos.
1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a (E) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam
qual este deve ser representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar pro-
(A) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades gresso.
humanas e o respeito ao mundo natural.
(B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em ativi- 7. Considere as seguintes afirmações, relativas a aspectos da constru-
dade economicamente viável. ção ou da expressividade do texto:
(C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros I. No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não mudaram
para todos os indivíduos de uma comunidade. tanto atende à concordância com academias.
(D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a II. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de adequar-se
aproveitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural. exprime um dever imperioso, uma necessidade premente.
(E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribui- III. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto parágrafo,
ção de renda entre todos os agentes dos setores produtivos. anuncia a abertura de uma linha de argumentação ainda inexplorada
no texto.
2. Considere as seguintes afirmações: Está correto APENAS o que se afirma em
I. A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência do (A) I.
fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico. (B)) II.
II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja (C) III.
formas de desenvolvimento nocivas e predatórias. (D) I e II.
III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém (E) II e III.
do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fa-
zendo dela. 8. A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a
Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos
(A) I. (B) II. que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos.
(C) III. (D) I e II. (E) II e III. Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os
elementos sublinhados, na ordem dada, por:
3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do (A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam
texto em: (B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
(A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer (C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
conclusão. (D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam
(B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica = (E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam
seguimos chamando de mágico tudo o que julgamos sem preconcei- 9. Está clara e correta a redação da seguinte frase:
to. (A) Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois
(C) para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao encontro das que é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário
ações voluntariosas. que reflitamos sobre seu verdadeiro sentido.
(D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida = (B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo,
práticas alheias ao que diz respeito às condições de vida. devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso
(E) há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que coração os compromissos que se reflitam numa vida melhor.
está planificado. (C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa
atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua melho-
4. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento ria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja.
pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada. (D)) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer
Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão correta- jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para
mente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na or- que não venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros.
dem em que surgem, por (E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas, acaba-
(A) houve - garantiria – é (B) haveria - garantiu - teria sido riam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista da Eco-
(C) haveria - garantisse – fosse (D)haverá - garantisse - e logia, cujas consequências se sente mesmo no âmbito da vida práti-
(E) havia - garantiu - é ca.
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10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período: (B) dos gastos de combustível e das horas de trabalho desperdiçadas
(A) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a em engarrafamentos.
porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida. (C) da distância a ser percorrida entre as cidades de São Paulo e São
(B)) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações apa- Carlos.
rentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, impor- (D) da quantidade de carros existentes entre a capital de São Paulo e
tantíssima. São Carlos.
(C) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo (E) do número de usuários de automóveis particulares da cidade de São
irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica. Paulo.
(D) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes repre-
sas, costuma trazer também uma série de consequências ambien- 14. A quantidade de carros parados nos engarrafamentos, em razão das
tais que, nem sempre, foram avaliadas. manifestações na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é e-
(E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas quiparada, no texto,
segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma per- (A) a R$ 3,3 milhões.
manente avaliação. (B) ao total de usuários da cidade de São Carlos.
(C) ao total de usuários da cidade de São Paulo.
Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 24. (D) ao total de combustível economizado.
De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados pelos (E) a uma distância de 231 km.
protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre
manifestação, assegurado pela Carta de 1988. Como não há fórmula 15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça em coibir os
perfeita de arbitrar esse choque entre garantias democráticas fundamen- protestos abusivos, o texto assume um posicionamento de
tais, cabe lançar mão de medidas pontuais – e sobretudo de bom senso. (A) indiferença, porque diz que a decisão não cabe à Justiça.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3 mi- (B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem poder para impedir
lhões o custo para a população dos protestos ocorridos nos últimos três protestos abusivos.
anos na capital paulista. O cálculo leva em conta o combustível consumido (C) decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto do órgão para
e as horas perdidas de trabalho durante os engarrafamentos causados por impedir protestos em horários de pico.
protestos. Os carros enfileirados por conta de manifestações nesses três (D) confiança, porque acredita que, no futuro, será uma forma bem-
anos praticamente cobririam os 231 km que separam São Paulo de São sucedida de desestimular protestos abusivos.
Carlos. (E) satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve êxito em
A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular impedir protestos em horários inconvenientes e em avenidas movi-
os protestos abusivos que param o trânsito nos horários mais inconvenien- mentadas.
tes e acarretam variados transtornos a milhões de pessoas. É adequada a
atitude da CET de enviar sistematicamente ao Ministério Público relatórios 16. De acordo com o texto, a atitude da Companhia de Engenharia de
com os prejuízos causados em cada manifestação feita fora de horários e Tráfego de enviar periodicamente relatórios sobre os prejuízos cau-
locais sugeridos pela agência ou sem comunicação prévia. sados em cada manifestação é
Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria acio- (A) pertinente. (B) indiferente.
nou um líder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instância a (C) irrelevante. (D) onerosa. (E) inofensiva.
pagar R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, a título de reparação. O direito à
livre manifestação está previsto na Constituição. No entanto, tal direito não 17. No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria condenar um líder
anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados sindical
pelos protestos. (A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998.
O poder público deveria definir, de preferência em negociação com as (B) deve ser comemorada, ainda que viole a Constituição.
categorias que costumam realizar protestos na capital, horários e locais (C) é legal, porque o direito à livre manifestação não isenta o manifes-
vedados às passeatas. Práticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas tante da responsabilidade pelos danos causados.
essenciais para o tráfego na capital nos horários de maior fluxo, deveriam (D) é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação, o acusado
ser abolidas. poderá entrar com recurso.
(Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado) (E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos assegura-
dos, um manifestante será punido.
11. De acordo com o texto, é correto afirmar que
(A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe mensurar o custo 18. Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo, para resolver o
dos protestos ocorridos nos últimos anos. conflito, destaca-se
(B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos engarrafamen- (A) multa a líderes sindicais.
tos já foram pagos pelos manifestantes. (B) fiscalização mais rígida por parte da Companhia de Engenharia de
(C) os protestos de rua fazem parte de uma sociedade democrática e Tráfego.
são permitidos pela Carta de 1988. (C) o fim dos protestos em qualquer via pública.
(D) após a multa, os líderes de sindicato resolveram organizar protestos (D) fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua.
de rua em horários e locais predeterminados. (E) negociar com diferentes categorias para que não façam mais mani-
(E) o Ministério Público envia com frequência estudos sobre os custos festações.
das manifestações feitas de forma abusiva.
19. No trecho – É adequada a atitude da CET de enviar relatórios –,
12. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula perfeita para substituindo-se o termo atitude por comportamentos, obtém-se, de
solucionar o conflito entre manifestantes e os prejuízos causados ao acordo com as regras gramaticais, a seguinte frase:
restante da população. A saída estaria principalmente na (A) É adequada comportamentos da CET de enviar relatórios.
(A) sensatez. (B) É adequado comportamentos da CET de enviar relatórios.
(B) Carta de 1998. (C) São adequado os comportamentos da CET de enviar relatórios.
(C) Justiça. (D) São adequadas os comportamentos da CET de enviar relatórios.
(D) Companhia de Engenharia de Tráfego. (E) São adequados os comportamentos da CET de enviar relatórios.
(E) na adoção de medidas amplas e profundas.
20. No trecho – No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil
13. De acordo com o segundo parágrafo do texto, os protestos que e criminal em caso de danos provocados pelos protestos –, a locu-
param as ruas de São Paulo representam um custo para a popula- ção conjuntiva no entanto indica uma relação de
ção da cidade. O cálculo desses custos é feito a partir (A) causa e efeito. (B) oposição.
(A) das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (C) comparação. (D) condição. (E) explicação.
(CET).
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21. “Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque.” Nessa frase, a (D) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e medicina
palavra arbitrar é um sinônimo de no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os enguiços
(A) julgar. (B) almejar. entre diplomas e carreiras.
(C) condenar. (D) corroborar. (E) descriminar. (E) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e medicina
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os engui-
22. No trecho – A Justiça é o meio mais promissor para desestimular os ços entre diplomas e carreiras.
protestos abusivos – a preposição para estabelece entre os termos
uma relação de 26. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de
(A) tempo. (B) posse. acordo com a norma culta, as frases: O monopólio só é bom para aqueles
(C) causa. (D)origem. (E) finalidade. que ____________. / Nos dias de hoje, nem 20% advogam, e apenas 1%
____________. / Em sua maioria, os advogados sempre ____________.
23. Na frase – O poder público deveria definir horários e locais –, substi-
(A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na
tuindo-se o verbo definir por obedecer, obtém-se, segundo as regras
política e no mundo dos negócios
de regência verbal, a seguinte frase:
(B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos de destaque na
(A) O poder público deveria obedecer para horários e locais.
política e no mundo dos negócios
(B) O poder público deveria obedecer a horários e locais.
(C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na
(C) O poder público deveria obedecer horários e locais.
política e no mundo dos negócios
(D) O poder público deveria obedecer com horários e locais.
(D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de postos de desta-
(E) O poder público deveria obedecer os horários e locais.
que na política e no mundo dos negócios
24. Transpondo para a voz passiva a frase – A Procuradoria acionou um (E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos de destaque na
líder de sindicato – obtém-se: política e no mundo dos negócios
(A) Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria.
(B) Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria. 27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de oração introduzida
(C) Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria. pela conjunção se, empregado na frase – Questionamos também se uma
(D) Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria. corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a dificuldade
(E) A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato. das provas, ...
(A) A sociedade não chega a saber se os advogados são muito corporati-
Leia o texto para responder às questões de números 25 a 34 vos.
(B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino
Diploma e monopólio básico.
Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medi- (C) O advogado afirma que se trata de uma questão secundária.
cina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os (D) É um curso no qual se exercita lógica rigorosa.
enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrên- (E) No curso de direito, lê-se bastante.
cia (sob um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e
que o monopólio só é bom para quem o detém. Não fora essa ignorância, 28. Assinale a alternativa em que se admite a concordância verbal tanto no
como explicar a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para singular como no plural como em: A maioria dos advogados ocupam pos-
o exercício profissional? tos de destaque na política e no mundo dos negócios.
(A) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente profissional.
Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados apenas (B) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos de administra-
ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam ção em nível de bacharelado.
postos de destaque na política e no mundo dos negócios. Nos dias de hoje, (C) Metade dos cursos superiores carecem de boa qualificação.
nem 20% advogam. (D) As melhores universidades do país abastecem o mercado de trabalho
com bons profissionais.
Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é (E) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por órgãos oficiais.
um curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante.
Torna os graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se 29. Assinale a alternativa que apresenta correta correlação de tempo
não houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é verbal entre as orações.
mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. Diante dessa (A) Se os advogados demonstrarem um mínimo de conhecimento, poderi-
polivalência do curso de direito, os exames da OAB são uma solução am defender bem seus clientes.
brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem demonstrar (B) Embora tivessem cursado uma faculdade, não se desenvolveram
nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os cursos são intelectualmente.
também úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem suce- (C) É possível que os novos cursos passam a ter fiscalização mais severa.
dido na prova, abrir ou fechar cursos de “formação geral” é assunto do (D) Se não fosse tanto desconhecimento, o desempenho poderá ser me-
MEC, não da OAB. A interferência das corporações não passa de uma lhor.
prática monopolista e ilegal em outros ramos da economia. Questionamos (E) Seria desejável que os enguiços entre diplomas e carreiras se resolvem
também se uma corporação profissional deve ter carta-branca para deter- brevemente.
minar a dificuldade das provas, pois essa é também uma forma de limitar a
concorrência – mas trata-se aí de uma questão secundária. (...) 30. A substituição das expressões em destaque por um pronome pessoal
(Veja, 07.03.2007. Adaptado) está correta, nas duas frases, de acordo com a norma culta, em:
(A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A concorrência
25. Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, as promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que lhes defen-
frases: Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e derão.
medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvi- (B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O governo
dos os enguiços entre diplomas e carreiras. fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente
(A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina no exercem a profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente exercem-la.
Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os enguiços (C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. II. É preciso
entre diplomas e carreiras. mencionar os cursos de administração. / É preciso mencionar-lhes.
(B) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e medicina (D) I. Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. Os advo-
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os engui- gados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à sociedade o
ços entre diplomas e carreiras. seu papel. / As associações mostram-lhe o seu papel.
(C) Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e medicina (E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis protegem-os. II. As
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os enguiços corporações deviam fiscalizar a prática profissional. / As corporações
entre diplomas e carreiras. deviam fiscalizá-la.
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31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem, colocará em íntima conexão com o Direito. Nesta visão, os valores morais
respectivamente, a mesma função sintática das expressões assinaladas dariam o balizamento do agir e a Ética seria assim a moral em realização,
em: Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. pelo reconhecimento do outro como ser de direito, especialmente de digni-
(A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico. dade. Como se vê, a compreensão do fenômeno Ética não mais surgiria
(B) A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista. metodologicamente dos resultados de uma descrição ou reflexão, mas sim,
(C) Abrir e fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC. objetivamente, de um agir, de um comportamento consequencial, capaz de
(D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma lógica rigorosa. tornar possível e correta a convivência. (Adaptado do site Doutrina Jus
(E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar conhecimento. Navigandi)
32. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo com a norma 35. As diferentes acepções de Ética devem-se, conforme se depreende da
culta. leitura do texto,
(A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os gra- (A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo.
duados apenas ocasionalmente se dedicam (B) às considerações sobre a etimologia dessa palavra.
a profissão. (C) aos métodos com que as ciências sociais a analisam.
(B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um mínimo de conheci- (D) às íntimas conexões que ela mantém com o Direito.
mento. / Os advogados devem primar nessa prova por um mínimo de (E) às perspectivas em que é considerada pelos acadêmicos.
conhecimento.
(C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o exame da OAB. 36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez Vasquez é retomada
(D) As corporações deviam promover o interesse da sociedade. / As corpo- na seguinte expressão do texto:
rações deviam almejar do interesse da sociedade. (A) núcleo especulativo e reflexivo.
(E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é uma forma de (B) objeto descritível de uma Ciência.
restringir à concorrência. (C) explicação dos fatos morais.
(D) parte da Filosofia.
33. Assinale a alternativa em que o período formado com as frases I, II e III (E) comportamento consequencial
estabelece as relações de condição entre I e II e de adição entre I e III.
I. O advogado é aprovado na OAB. 37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve ser entendida como
II. O advogado raciocina com lógica. aquela em que se considera, sobretudo,
III. O advogado defende o cliente no tribunal. (A) o valor desejável da ação humana.
(A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele será aprovado na OAB e (B) o fundamento filosófico da moral.
defenderá o cliente no tribunal com sucesso. (C) o rigor do método de análise.
(B) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso, mas terá de (D) a lucidez de quem investiga o fato moral.
raciocinar com lógica e ser aprovado na OAB. (E) o rigoroso legado da jurisprudência.
(C) Como raciocinou com lógica, o advogado será aprovado na OAB e
defenderá o cliente no tribunal com sucesso. 38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito quando ambos
(D) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso porque racio- revelam, em relação aos valores morais da conduta, uma preocupação
cinou com lógica e foi aprovado na OAB. (A) filosófica.
(E) Uma vez que o advogado raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB, (B) descritiva.
ele poderá defender o cliente no tribunal com sucesso. (C) prescritiva.
(D) contestatária.
34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragilida- (E) tradicionalista.
de do ensino básico do que das faculdades. – a palavra paciência vem
entre vírgulas para, no contexto, 39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o elemento sublinha-
(A) garantir a atenção do leitor. do pode ser corretamente substituído pelo que está entre parênteses, sem
(B) separar o sujeito do predicado. prejuízo para o sentido, no seguinte caso:
(C) intercalar uma reflexão do autor. (A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito. (inclusão)
(D) corrigir uma afirmação indevida. (B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...) (arremate)
(E) retificar a ordem dos termos. (C) (...) qualificação do comportamento do homem como ser em situação.
(provisório)
Atenção: As questões de números 35 a 42 referem-se ao texto abaixo. (D) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo. (nem, ainda)
(E) (...) de um agir, de um comportamento consequencial... (concessivo)
Sobre Ética
A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos em três acepções. 40. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase:
Numa, faz-se referência a teorias que têm como objeto de estudo o com- (A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três
portamento moral, ou seja, como entende Adolfo Sanchez Vasquez, “a acepções de Ética.
teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos e condições da (B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com
moral, relacionando-a com necessidades sociais humanas.” Teríamos, muita frequência, associada aos valores morais.
assim, nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser (C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixariam de
estudado racional e cientificamente por uma disciplina que se propõe a ter a dignidade humana como balizamento.
descrever as normas morais ou mesmo, com o auxílio de outras ciências, (D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor de
ser capaz de explicar valorações comportamentais. que se impregna a conduta dos indivíduos.
(E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstâncias,
Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma categoria filosófi- atentar para a observância dos valores éticos.
ca e mesmo parte da Filosofia, da qual se constituiria em núcleo especula-
tivo e reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na convivência 41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte comentário sobre
humana. A Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto refletir sobre os o texto:
fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos morais. (A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no texto, uma
apenas diz respeito à uma área em que conflui com o Direito.
Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descritível (B) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada um
de uma Ciência, tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se agora em seu campo, se empenham o jurista e o filósofo.
da conduta esperada pela aplicação de regras morais no comportamento (C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil distinguir Ética ou Moral,
social, o que se pode resumir como qualificação do comportamento do haja vista que tanto uma quanto outra pretendem ajuizar à situação do
homem como ser em situação. É esse caráter normativo de Ética que a homem.
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(D) Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento humano, 46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes, o
a Ética varia conforme a perspectiva de atribuição do mesmo. sentido da expressão sublinhada está corretamente traduzido em:
(E) Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da Ética, costumam (A) significativos desdobramentos dela.
apresentar divergências de enfoques, em que pese a metodologia usada. (B) determinados antecedentes dela.
(C) reconhecidos fatores que a causam.
42. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores (D) consequentes aspectos que a relativizam.
morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante deverá ser: (E) valores comuns que ela propicia.
(A) seria dado.
(B) teriam dado. 47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na frase:
(C) seriam dados. (A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele impusera, já
(D) teriam sido dados. não podia ser considerado um hipócrita.
(E) fora dado. (B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores morais
que eles imporão aos outros.
Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abaixo. (C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos hipócritas servisse
O homem moral e o moralizador de controle dos demais cidadãos.
Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, esta- (D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral, caracteriza-
mos certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, se va-se um ato típico do moralizador.
não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respei- (E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor padrões morais
tá-los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele que eles próprios não respeitam.
não consegue respeitar.
A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes. 48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse respei- (A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele não costuma
tar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imperfei- acusar em si mesmo.
ções nos outros. Segundo, é possível e compreensível que um homem (B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padrão moral ele
moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a não costuma impingir na dos outros.
adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os mesmos
padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de em que ele acusa seus semelhantes.
um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais ga- (D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da qual não
nham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são regra- abrem mão os homens a quem não se pode acusar de hipócritas.
das por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos (E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão moral de
homens exemplares,mas por moralizadores que tentam remir suas próprias cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a hipocrisia em que é capaz.
falhas
morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os outros. Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abaixo.
A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam pelos Fim de feira
pecados de hipócritas que não se aguentam. (Contardo Calligaris, Folha Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam
de S. Paulo, 20/03/2008) a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou
mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas
43. Atente para as afirmações abaixo.
cheias de esperança. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o
I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se preocupa
que está pelo chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve
com os padrões morais de conduta.
amarelas,a metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os fregue-
II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o homem
ses compradores. Há uns que se aventuram até mesmo nas cercanias da
moral acaba por impô-lo à conduta alheia.
barraca de pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta
III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os
entre jornais, ou uma ponta de cação obviamente desprezada.
padrões de conduta que ele cobra dos outros.
Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em
que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora.
(A) I.
Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refu-
(B) II.
gos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para
(C) III.
salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio.
(D) I e II.
Parecem temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por isso.
(E) II e III.
E não admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não assis-
44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu um tentes sociais, alegam.
bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator determi- Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os fun-
nante para que cionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito
(A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos padrões é liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente cheiro de
morais para avaliar sua conduta. peixe, a ninguém ocorreria que ali houve uma feira, frequentada por tão
(B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem diversas espécies de seres humanos. (Joel Rubinato, inédito)
moral e o homem moralizador.
(C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracterizar 49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refugos
um homem moralizador. e não admitem ser acusados de egoístas, o narrador do texto
(D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de um (A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos feirantes.
homem moral e o de um moralizador. (B) revela uma perspectiva crítica diante da atitude de certos feirantes.
(E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas atitudes (C) demonstra não reconhecer qualquer proveito nesse tipo de coleta.
tomadas pelo homem moral. (D) assume-se como um cronista a quem não cabe emitir julgamentos.
(E) insinua sua indignação contra o lucro excessivo dos feirantes.
45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para exemplificar
uma sociedade na qual 50. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um
(A) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos cidadãos. segmento do texto em:
(B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de todos. (A) serviu de chamariz respondeu ao chamado.
(C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma moral (B) alguma suspeita sardinha possivelmente uma sardinha.
comum. (C) teimoso aproveitamento = persistente utilização.
(D) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer regra moral. (D) o princípio mesmo do comércio = preâmbulo da operação comercial.
(E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das leis. (E) Agem para salvaguardar = relutam em admitir.
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51. Atente para as afirmações abaixo. Ao mesmo tempo que se observa na mídia um grande número de ma-
I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da ponta de um térias atinentes às Cortes de Justiça, às reformas na legislação e aos
cação que foi desprezada justificam o emprego de se aventuram, no pri- direitos legais do cidadão, verifica-se o desconhecimento de muitos jorna-
meiro parágrafo. listas ao lidar com tais temas.
II. O emprego de alegam, no segundo parágrafo, deixa entrever que o O campo jurídico é tão complexo como alguns outros assuntos enfo-
autor não compactua com a justificativa dos feirantes. cados em segmentos especializados, como a economia, a informática ou a
III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim da feira traz a superação medicina, campos que também possuem linguagens próprias. Ao embre-
de tudo o que determina a existência de diversas espécies de seres huma- nhar-se no intrincado mundo jurídico, o jornalista arrisca-se a cometer uma
nos. série de incorreções e imprecisões linguísticas e técnicas na forma como
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em as notícias são veiculadas. Uma das razões para esse risco é lembrada por
(A) I. Leão Serva:
(B) II. Um procedimento essencial ao jornalismo, que necessariamente
(C) III. induz à incompreensão dos fatos que narra, é a redução das notícias
(D) I e II. a paradigmas que lhes são alheios, mas que permitem um certo nível
(E) II e III. imediato de compreensão pelo autor ou por aquele que ele supõe ser
o seu leitor. Por conta desse procedimento, noticiários confusos
52. Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre um recurso de constru- aparecerão simplificados para o leitor, reduzindo, consequentemente,
ção do texto: no contexto do sua capacidade real de compreensão da totalidade do significado da
(A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada faz subentender a expres- notícia.
são verbal querem pagar. (Adaptado de Tomás Eon Barreiros e Sergio Paulo França de Almeida.
(B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses compradores faz subenten- http://jus2.uol.com.br.doutrina/texto.asp?id=1006)
der a existência de “fregueses” que não compram nada.
(C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer modo está empregada 55. Uma das razões para a dificuldade de se veicularem notícias atinentes
com o sentido de de toda maneira. ao campo jurídico está
(D) segundo parágrafo, a expressão para salvaguardar está empregada (A) na improbidade de jornalistas que se dispõem a pontificar em assuntos
com o sentido de a fim de resguardar. que lhes são inteiramente alheios.
(E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse tem sentido equivalente ao (B) na inexistência de técnicas de comunicação adequadas à abordagem
de mesmo não sendo. de temas que exigem conhecimento especializado.
(C) no baixo interesse que os temas desse campo do conhecimento cos-
53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para tumam despertar no público leigo.
preencher de modo correto a lacuna da frase: (D) na problemática tradução da linguagem do mundo da Justiça para uma
(A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não ...... (deixar) de linguagem que o leigo venha a compreender.
as recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas. (E) no frequente equívoco de considerar um assunto eminentemente
(B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a provi- técnico como questão de interesse público.
dência que fará esquecer que ali funcionou uma feira.
(C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as 56. Considere as seguintes afirmações:
sobras de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo humano. I. A expressão buscar conhecimento complementar sugere, no contexto do
(D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da 2o parágrafo, a necessidade de atribuir aos juristas mais eminentes a
coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto. tarefa de divulgar notícias do mundo jurídico.
(E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro razoável II. No segmento que também possuem linguagens próprias (parágrafo 3o),
de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de outros. a palavra sublinhada assinala que a imprensa dispõe, como outros campos
da mídia, de uma linguagem específica.
54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase: III. Na expressão ao embrenhar-se no intrincado mundo jurídico (parágrafo
(A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem a carência 3o), os dois termos sublinhados dão ênfase ao risco de desnorteio que
dos mais pobres. oferece uma matéria específica ao jornalista que pretende simplificá-la.
(B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tradicional coleta Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
de um fim de feira. (A) I.
(C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza centralizado (B) II.
nessa narrativa. (C) III.
(D) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação do autor (D) I e II.
em distinguir os diferentes caracteres humanos. (E) II e III.
(E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também a humilde
coleta de que trata a crônica. 57. O trecho citado de Leão Serva ressalta o fato de que
(A) a profissão de jornalista leva o homem de imprensa a se familiarizar
Instruções: Para responder às questões de números 55 a 64, con- com paradigmas que norteiam outros campos de atuação.
sidere o texto a seguir. (B) a investigação de assuntos muito específicos faz com que o jornalista
Jornalismo e universo jurídico descure dos paradigmas de seu próprio campo de atuação.
É frequente, na grande mídia, a divulgação de informações ligadas a (C) os jornalistas são levados à incompreensão de muitos fatos quando se
temas jurídicos, muitas vezes essenciais para a conscientização do cida- limitam aos paradigmas próprios do universo desses fatos.
dão a respeito de seus direitos. Para esse gênero de informação alcançar (D) a inobservância dos paradigmas da imprensa leva muitos jornalistas a
adequadamente o público leitor leigo, não versado nos temas jurídicos, o simplificarem excessivamente a complexidade da matéria de que tratam.
papel do jornalista se torna indispensável, pois cabe a ele transformarin- (E) as características do jornalismo levam muitos profissionais da imprensa
formações originadas de meios especializados em notícia assimilável pelo a submeter uma matéria específica a paradigmas de outra área.
leitor.
Para que consiga atingir o grande público, ao elaborar uma notícia ou 58. Ainda no trecho de Leão Serva, a expressão Por conta desse procedi-
reportagem ligada a temas jurídicos, o jornalista precisa buscar conheci- mento pode ser substituída, sem prejuízo para a correção e o sentido da
mento complementar. Não se trata de uma tarefa fácil, visto que a compre- passagem, por:
ensão do universo jurídico exige conhecimento especializado. A todo (A) Tendo por alvitre o mesmo procedimento.
instante veem-se nos meios de comunicação informações sobre fatos (B) No influxo de tal procedimento.
complexos relacionados ao mundo da Justiça: reforma processual, controle (C) Em que pese a esse procedimento.
externo do Judiciário, julgamento de crimes de improbidade administrativa, (D) Conquanto seja considerado o procedimento.
súmula vinculante, entre tantos outros. (E) A par deste procedimento.
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59. As normas de concordância verbal estão plenamente atendidas na (E) Leão Serva não hesitou em identificar um procedimento habitual do
frase: jornalismo, a “redução das notícias”, como tendo sido o responsável por
(A) Cabe aos jornalistas transformar informações especializadas em notí- equívocos que vierem a tolher a compreensão da matéria.
cias assimiláveis pelo grande público.
(B) Restam-lhes traduzir assuntos especializados em palavras que os 65) Indique o período cuja redação está inteiramente clara e correta.
leigos possam compreender já à primeira leitura. a) Resultou frustrada a nossa expectativa de adquirir bons livros, já que,
(C) Exigem-se dos jornalistas que mostrem competência e flexibilidade na na tão decantada liquidação daquela grande livraria, só havia títulos inex-
passagem de uma linguagem para outra. pressivos.
(D) Não são fáceis de traduzir em palavras simples um universo linguístico b) Os incentivos fiscais constituem uma questão complicada, pois se-
tão especializado como o de certas áreas técnicas. gundo alguns, a iniciativa privada recebe benefícios onde a contrapartida
(E) Sempre haverá de ocorrer deslizes, ao se transpor para a linguagem do em criação de empregos é insuficiente.
dia-a-dia o vocabulário de um campo técnico. c) Naquele editorial da revista não ficou claro a posição do mesmo, seja
porque o editorialista de fato não o desejasse, ou então porque a redação
60. Ao mesmo tempo que se observa na mídia um grande número de dele não o permitiu.
matérias atinentes às Cortes de Justiça, às reformas na legislação (...) d) Com o fim do rodízio no trânsito, espera-se que ele aumente, voltando
NÃO se mantém o emprego de às, no segmento acima, caso se substitua a terem problemas de congestionamento justamente quando todos saem
atinentes por ou voltam para casa.
(A) alusivas. (B) concernentes.
(C) referentes. (D) relativas. (E) pautadas. 66) Indique a sequência que preenche corretamente as lacunas:
1. Ainda _____ pouco exultava, o que agora chora.
61. Traduz-se de modo claro, coerente e correto uma ideia do texto em: 2. Conversarei contigo daqui ___ pouco, disse-lhe.
(A) A complexidade do universo jurídico é de tal ordem, tendo em vista a 3. Diz-se que os milionários portugueses, ____ muitos residentes no Brasil,
alta especialização de seu vocabulário, razão pela qual um jornalista vê-se sentem saudades de Portugal.
em apuros ao traduzir-lhe. 4. O sábio francês Adhémar, que viveu _____ mais de cem anos, formulou
(B) Não apenas o campo jurídico: também outras áreas, como a economia a teoria dos Períodos Glaciários.
ou a medicina, onde se dispõem de termos específicos, suscitam sérios a) há - há - há – há b)há - a - há - há
desafios à linguagem jornalística. c) a - há - há – há d)há -a - a - há
(C) Há matérias especializadas que exigem dos jornalistas uma formação
complementar, para que possam traduzir com fidelidade os paradigmas 67) Marque o conjunto de palavras que preenche as lacunas do texto,
dessas áreas. com correção gramatical e adequação à modalidade padrão da língua:
(D) Sem mais nem porque, alguns jornalistas passam a considerar-se "Como profissional de comunicação, com alguma experiência em seu uso
aptos na abordagem de assuntos especializados, daí advindo de que na política, tenho dificuldade em compreender o que pretendem os candi-
muitas de suas matérias desvirtuam a especificidade original. datos. Enganar-nos? Creio que é isso. Não ________ basta nada
(E) Em sua citação, Leão Serva propõe que a incompreensibilidade de ________. Dizem ________. Uns, ________, de fato, nada têm a propor
muitas matérias jurídicas na imprensa deve-se ao procedimento redutor ou oferecer. Outros, ________ sabem falar." (S. Farhat)
que leva um jornalista a incapacitar-se para aprender a totalidade da a) lhes - terem a dizer - mal - porquê - mal
notícia. b) lhes - ter a dizer - mal - porque - mal
c) nos - termos a dizer - mau - porque - mal
62. Transpondo-se para a voz passiva o segmento Para esse gênero de d) lhos - ter a dizerem - mau - porquê - mau
informação alcançar adequadamente o público leitor leigo, a forma verbal
resultante será 68) A alternativa em que a pontuação está CORRETA é:
(A) tenha alcançado. (B) fosse alcançado. a) O padrão culto do idioma, além de ser uma espécie de marca de
(C) tenha sido alcançado. (D) ser alcançado. (E) vier a alcançar. identidade, constitui recurso imprescindível para uma boa argumentação.
Ou seja: em situações em que a norma culta se impõe, transgressões
63. Atente para as seguintes afirmações: podem desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o autor.
I. Haverá alteração de sentido caso se suprimam as vírgulas do segmento b) O padrão culto do idioma - além de ser uma espécie de marca de
Um procedimento essencial ao jornalismo, que necessariamente induz à identidade -, constitui recurso, imprescindível, para uma boa argumenta-
incompreensão dos fatos que narra, é a redução das notícias (...). ção. Ou seja: em situações, em que a norma culta se impõe, transgressões
II. Ainda que opcional, seria desejável a colocação de uma vírgula depois podem desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o autor.
da expressão Ao mesmo tempo, na abertura do 3o parágrafo. c) O padrão culto do idioma, além de ser uma espécie de marca de
III. Na frase Não se trata de uma tarefa fácil, visto que a compreensão do identidade, constitui recurso imprescindível para uma boa argumentação,
universo jurídico exige conhecimento especializado, pode-se, sem prejuízo ou seja, em situações em que a norma culta, se impõe transgressões,
para o sentido, substituir o segmento sublinhado por fácil: a compreen- podem desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o autor.
são. d) O padrão culto do idioma, além de ser uma espécie de marca de
Está correto o que se afirma em identidade constitui recurso imprescindível para uma boa argumentação;
(A) I, II e III. (B) I e III, somente. ou seja: em situações em que a norma culta se impõe, transgressões
(C) I e II, somente. (D) II e III, somente. (E) I, somente. podem desqualificar o conteúdo exposto e, até mesmo, desacreditar o
autor...
64. A flexão dos verbos e a correlação entre seus tempos e modos estão
plenamente adequadas em: 69) Assinale a única alternativa em que a expressão "porque" deve vir
(A) Seria preciso que certos jornalistas conviessem em aprofundar seus separada:
conhecimentos na área jurídica, para que não seguissem incorrendo em a) Em breve compreenderás porque tanta luta por um motivo tão simples.
equívocos de informação. b) Não compareci à reunião porque estava viajando.
(B) Se um jornalista decidir pautar-se pela correção das informações e se c) Se o Brasil precisa do trabalho de todos é porque precisamos de um
dispor a buscar conhecimento complementar, terá prestado inestimável nacionalismo produtivo.
serviço ao público leitor. d) Ainda não se descobriu o porquê de tantos desentendimentos.
(C) Todo equívoco que sobrevir à precária informação sobre um assunto
jurídico constituiria um desserviço aos que desejarem esclarecer-se pelo 70) Assinale a opção correta quanto à pontuação:
noticiário da imprensa. a) De tempos em tempos práticas criadas para reduzir a degradação do
(D) As imprecisões técnicas que costumam marcar notícias sobre o mundo meio ambiente, ganham notoriedade especial.
jurídico deveriam-se ao fato de que muitos jornalistas não se deteram b) De tempos em tempos, práticas criadas para reduzir a degradação do
suficientemente na especificidade da matéria. meio ambiente ganham notoriedade especial.
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c) De tempos em tempos práticas, criadas para reduzir a degradação do 77. Assinale a frase correta quanto ao emprego do gênero dos substanti-
meio ambiente ganham notoriedade especial. vos.
d) De tempos em tempos práticas criadas, para reduzir a degradação do (A) A perda das esperanças provocou uma profunda dó na personagem.
meio ambiente ganham notoriedade especial (B) O advogado não deu o ênfase necessário às milhares de solicitações.
(C) Ele vestiu o pijama e sentou-se para beber uma champanha gelada.
Considere o texto para responder às questões de números 71 a 76. (D) O omelete e o couve foram acompanhados por doses do melhor a-
O antibafômetro guardente.
O Conselho Regional de Farmácia autuou uma drogaria da (E) O beliche não coube na quitinete recém-comprada pelos estudantes.
capital gaúcha que anunciava a venda de um remédio aparentemente
capaz de mascarar os efeitos do álcool e enganar o bafômetro. Cartazes 78. Considere as frases:
no interior da farmácia faziam a propaganda do medicamento. Originalmen- Esta escada tem degrau irregular.
te destinado a pacientes de alcoolismo crônico, ele não produz os efeitos O troféu vem adornado com ouro.
anunciados. O dono da farmácia deverá responder ainda a um processo Elas estão corretamente escritas no plural na alternativa:
por incitar os consumidores a beber e dirigir, crime previsto no Código (A) Estas escadas têm degraus irregulares. Os troféus vêm adornados com
Penal. (Revista Época, 06.10.2008. Adaptado) ouro.
(B) Estas escadas têm degrais irregulares. Os troféis vêm adornados com
71. Em – Cartazes no interior da farmácia faziam a propaganda do medi- ouro.
camento – o verbo em destaque está conjugado no (C) Estas escadas tem degraus irregulares. Os troféus vem adornados com
(A) pretérito perfeito, pois apresenta um fato inesperado e incomum, ocor- ouro.
rido uma única vez. (D) Estas escadas tem degrais irregulares. Os troféis vem adornados com
(B) pretérito imperfeito, pois se refere a um fato que era habitual no passa- ouro.
do. (E) Estas escadas têm degrais irregulares. Os troféus vem adornados com
(C) pretérito mais-que-perfeito, pois indica fatos que aconteceram repenti- ouro.
namente num passado remoto.
(D) imperfeito do subjuntivo, pois apresenta um fato provável, mas depen- 79. Assinale a alternativa correta quanto ao emprego do gênero e do
dente de algumas circunstâncias. número das palavras.
(E) futuro do pretérito, pois se refere a um fato de futuro incerto e duvidoso. (A) Os portas-retratos estavam espalhados sobre o baú.
(B) Toalhas laranja deverão recobrir as mesas usadas na próxima conven-
72. Considere os trechos: ção.
... de um remédioaparentementecapaz de mascarar os efeitos do álcool... (C) A empresa escolheu os uniformes na cor azul-marinha.
... por incitar os consumidores a beber e dirigir, crime previsto no Código (D) Os assaltantes, munidos de pés-de-cabras, invadiram o banco.
Penal. (E) As folhas de sulfite para a impressão dos convites eram bege.
Os termos em destaque expressam, respectivamente, as circunstâncias de
(A) afirmação e meio. (B) afirmação e lugar. 80. Indique a alternativa cujas palavras preenchem, correta e respectiva-
(C) modo e lugar. (D) modo e meio. (E)intensidade e modo. mente, as frases a seguir:
............................o motorista chegou, já havia uma série de tarefas para ele
73. Assinale a alternativa em que os termos em destaque, na frase a realizar.
seguir, estão corretamente substituídos pelo pronome. Aquele que .......................... é caráter não progride na carreira profissional.
O dono da farmácia deverá sofrer um processopor incitar os consumido- Como ele se saiu ...............................na prova prática, não conseguiu a
resa beber. colocação esperada.
(A) sofrê-lo ... incitá-los (B) sofrê-lo ... incitar-lhes (A) Mau ... mau ... mal (B) Mau ... mal ... mau
(C) sofrer-lo ... incitar-los (D) sofrer-lhe ... incitá-los (C) Mal ... mau ... mau (D) Mal ... mau ... mal
(E) sofrer-lhe ... incitar-lhes (E) Mal ... mal ... mau
74. Em – ... um remédio aparentemente capaz de mascarar os efeitos do 81. Indique a alternativa que completa a frase a seguir, respectivamente,
álcool... – os termos em destaque constituem umalocução adjetiva. com as circunstâncias de intensidade e de modo.
Indique a alternativa cuja frase também apresenta uma locução desse tipo. Após o telefonema, o motorista partiu..................
(A) A família viajou de avião à Argentina. (A) às 18 h com o veículo. (B) rapidamente ao meio-dia.
(B) A energia produzida pela força dos ventos é chamada de eólica. (C) bastante alerta. (D) apressadamente com o caminhão.
(C) Ele resolveu de imediato todas as questões pendentes. (E) agora calmamente.
(D) A secretária gosta de chantili em seu café.
(E) No fórum, as salas estavam cheias de gente. 82. A alternativa em que o termo em destaque exerce a função de substan-
tivo é:
75. No texto, as palavras gaúchae alcoolismopossuem hiato. (A) Respondeu à pergunta com um sorriso amarelo.
Indique a alternativa em que as duas palavras também possuem esse (B) Estava pálida, e seu rosto apresentava tons amarelos.
encontro vocálico. (C) As cortinas amarelascombinavam com o ambiente.
(A) Quadrado e caatinga. (D) Marque com um traço amareloas ruas do mapa.
(B) Guaraná e leopardo. (E) Os amarelosde Van Gogh tornaram suas telas famosas.
(C) Toalha e saguão.
(D) Violeta e teatro. 83. Considere as frases e as observações sobre elas:
(E) Moeda e guindaste. Marcelo, que trabalha em nosso departamento, declara-se um solteirão
convicto.
76. Em – ... destinado a pacientesde alcoolismo... – o substantivo em O avô disse à neta: Você é minha princesinha!
destaque é comum de dois gêneros. Para dona Salete, todos da vizinhança pertencem à gentalha.
Assinale a alternativa que apresenta dois substantivos que também são I. Nos termos em destaque, o emprego do aumentativo e do diminutivo
comuns de dois gêneros. expressa a ideia de tamanho.
(A) Mártir e monstro. II. Você é um pronome pessoal do caso reto.
(B) Carrasco e sósia. III. Todos classifica-se como pronome indefinido, pois se refere aos seres
(C) Xereta e intérprete. de maneira vaga e imprecisa.
(D) Criatura e piloto. IV. Em – ... que trabalha em nosso departamento... – o pronome em desta-
(E) Ídolo e cônjuge. que é relativo e se refere a Marcelo.
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É correto o que se afirma em 90. Assinale a alternativa cujos verbos preenchem, correta e respectiva-
(A) I e III, apenas. (B) II e III, apenas. mente, a recomendação a seguir, afixada em seção
(C) III e IV, apenas. (D) I, II e IV, apenas. (E) I, II, III e IV. de determinado fórum.
Prezados Senhores
84. Assinale a alternativa cujos verbos preenchem, correta e respectiva- Nós temos ...................a situações constrangedoras por conta do uso
mente, as frases a seguir. indevido do celular.
Se o motor do veículo .................a temperatura alta, leve-o à oficina mecâ- Se os senhores não se .....................a agir com educação e respeitar o
nica. outro, desligando o aparelho quando necessário, a Direção .......................
Quando você .......................o motorista, informe-lhe os novos endereços tomando medidas drásticas.
do Tribunal de Justiça. Contamos com a colaboração de todos!
(A) manter ... ver (A) chego ... predispuserem ... interverá
(B) manter ... vir (B) chego ... predisporem ... intervirá
(C) manter ... viu (C) chegado ... predisporem ... interverá
(D) mantiver ... ver (D) chegado ... predispuserem ... intervirá
(E) mantiver ... vir (E) chegado ... predisporem ... intervirá
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B) os lucros imensos obtidos pela indústria farmacêutica com a venda Cada vez mais hortas instaladas perto da capital estão abrindo suas
''livre'' de remédios; portas aos visitantes. O proprietário, José Frade, lucra com a venda direta.
C) a maior gravidade atingida hoje pelo hábito brasileiro da automedica- O consumidor, por sua vez, garante a qualidade do que está comendo.
ção;
D) a preocupação com o elevado número de óbitos decorrente da auto- Na Europa, isso é muito comum. Desde a Idade Média, durante a épo-
medicação; ca da colheita, as plantações dos vilarejos vizinhos às cidades se transfor-
E) aumentar o lucro dos médicos, incentivando as consultas. mam em verdadeiras feiras livres. Por aqui, a onda está apenas começan-
do. Num raio de cem quilômetros da capital já existem pelo menos nove
94 Um grupo de vocábulos do texto possui componentes sublinhados sítios e chácaras que trabalham nesse sistema.
cuja significação é indicada a seguir; o único item em que essa indicação 101. Considere as seguintes afirmações:
está ERRADA é: I. Muitos consumidores das cercanias de São Paulo passaram a
A) bélico - guerra; cultivar hortas domésticas, em que podem colher verduras não
B) metrópoles - cidade; contaminadas.
C) antibióticos - vida; II. Um hábito da Idade Média inspirou várias famílias que, morando
D) glicose - açúcar; nas cercanias da Serra da Cantareira, resolveram fazer das hor-
E) cálcio - osso. tas comunitárias autênticas feiras livres
III. A venda de hortaliças diretamente do produtor para o consumi-
95 O item em que o segmento sublinhado tem forma equivalente corre- dor traz, para aquele, vantagens financeiras e, para este, a ga-
tamente indicada é: rantia de produtos mais saudáveis.
A) ...já que de médico e louco todos temos um pouco. - uma vez que; Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
B) ...vendas realizadas pelas farmácias... - entre as; (A) I.
C) ...sem que necessariamente faça junto com essas advertências... - (B) II.
embora; (C) III.
D) ...para que os entusiastas da automedicação... - afim; (D) I e II.
E) Quem age assim está ensinando bactérias... - mal. (E) II e III.
96 ...jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atual- 102. São grandes as vantagens que ....., da compra direta de hortaliças
mente; ...sem que necessariamente faça junto com essas advertências...; (ou dos ...... , em geral); sabem disso aqueles que já se ...... e pen-
...quando realmente precisar de remédio...; os advérbios sublinhados saram nos males dos agrotóxicos.
indicam, respectivamente: Completam corretamente as lacunas do período acima:
A) tempo, modo, afirmação; (A) adviriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
B) tempo, modo, tempo; (B) adveriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
C) tempo, tempo, tempo; (C) adviriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
D) modo, tempo, modo; (D) adveriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
E) modo, modo, afirmação. (E) adviriam - hortifrutigranjeiros - deteram
97 O item em que o par de palavras NÃO está acentuado em função da 103. A frase corretamente construída é:
mesma regra ortográfica é: (A) Alface, rúcula, pepino e outros legumes espalham-se, aos
A) própria / advertências; dezessete hectares na Chácara do Frade.
B) farmácia / bactérias; (B) As pessoas preferem os legumes de cujo risco de agrotóxi-
C) indústria / cálcio; cos seja evitado.
D) importância / raízes; (C) Foi na Idade Média onde começou a surgir a venda direta do
E) remédio / circunstância. plantio ao consumidor.
(D) Os agrotóxicos, com que estão contaminados os legumes
98 Palavra que NÃO pertence ao mesmo campo semântico das demais nos supermercados, são evitados pelo produtor José Frade.
é: (E) Comprar hortaliças do próprio produtor é uma providência de
A) arsenal; B)armas; C)guerra; D)combater; E)inveja. que muitas pessoas já começaram a se habituar.
99 Termo sublinhado que exerce função diferente dos demais é: 104. Transpondo para a voz passiva a frase "Estão abrindo suas portas
A) ...venda de seus produtos...; aos visitantes", a forma verbal resultante será ..... .
B) ...dever de alertar...; (A) serão abertas
C) ...sugestão de amigos...; (B) são abertas
D) ...fascinação pelo mundo...; (C) têm sido abertas
E) ...fazer inveja à indústria..... (D) têm aberto
(E) estão sendo abertas
100 Ao indicar as prováveis razões pelas quais os brasileiros se autome-
dicam, o Dr. Geraldo Medeiros utiliza um argumento baseado em opinião e 105. Na Chácara do Frade, as pessoas olham os canteiros e percorrem
não numa certeza; o segmento que comprova essa afirmação é: os canteiros informando-se sobre o que está plantado nos canteiros.
A) É comum...(l.20); Eliminam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se
B) Acredito...(l.15); corretamente os termos sublinhados por:
C) ...por exemplo...(l.20); (A) percorrem eles - lhes está plantado
D) Com isso...(l.28); (B) os percorrem - neles está plantado
E) Qualquer que...(l.18). (C) percorrem-lhes - neles está plantado
(D) os percorrem - está plantado-lhes
As questões de números 101 a 105 referem-se ao texto que segue. (E) percorrem-lhes - lhes está plantado
Várias famílias percorrem dez ou mais quilômetros com destino à Ser- As questões de números 106 e 107 referem-se ao texto que segue.
ra da Cantareira, mais precisamente à Chácara do Frade, com seus de- É grave o quadro anual do ensino superior. A greve de professores pa-
zessete hectares tomados por alface, rúcula, pepino, cenoura e dezenas ralisa boa parte das universidades federais. As universidades públicas
de outras hortaliças. As pessoas caminham entre os canteiros, trocam estão amargando uma espécie de êxodo de seus melhores profissionais.
informações sobre o plantio, escolhem o que comprar e levam produtos Têm cada vez menos condições de competir com os salários pagos pelas
fresquinhos, jamais "batizados" por agrotóxicos. instituições privadas.
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106. Indique o período que resume, de forma clara e exata, as informa- (C) falsa hipótese, que a argumentação do autor demolirá.
ções do texto, e que não apresenta incorreção gramatical alguma. (D) previsão feita pelo autor, a partir de observações feitas nas
(A) Devido a pagarem mal os professores, estão havendo greves grandes e nas pequenas cidades.
nas universidades federais, em que os melhores profissionais (E) opinião do autor, para quem a velhice é mais opressiva nas
procuram as instituições privadas. cidadezinhas que nas metrópoles.
(B) Os professores do ensino superior oficial estão fazendo gre-
ve, ou mesmo êxodo para as particulares, já que seus salá- 109. Considere as seguintes afirmações:
rios não são competitivos. I. Também nas roupas dos velhinhos interioranos as marcas do
(C) Como os salários que pagam estão cada vez mais baixos, as tempo parecem mais antigas.
universidades públicas estão sofrendo greves e o êxodo de II. Na cidade grande, a velhice parece indiferente à agitação ge-
seus melhores professores. ral.
(D) As universidades particulares atraem os professores das ofi- III. O autor interpreta de modo simbólico o gesto que fazem os
ciais, em virtude dos salários que pagam, e que chegam a velhinhos nos cruzamentos.
provocarem greves. Em relação ao texto, está carreta o que se afirma SOMENTE em
(E) Há êxodo ou greve dos professores das universidades fede- (A) I.
rais para as particulares, onde os salários as tornam muito (B) II.
mais competitivas. (C) III.
(D) I e III.
107. Indique o período cuja pontuação está inteiramente correta. (E) II e III.
(A) Há muito, vêm caindo os salários dos professores das uni-
versidades públicas, estes desanimados fazem greve ou, as 110. Indique a afirmação INCORRETA em relação ao texto.
trocam pelas instituições privadas. (A) Roupas, canivetes, árvores e campanário são aqui utilizados
(B) Há muito vêm caindo os salários, dos professores das uni- como marcas da velhice.
versidades públicas estes desanimados, fazem greve ou as (B) O autor julga que, nas cidadezinhas interioranas, a vida é
trocam, pelas instituições privadas. bem mais longa que nos grandes centros.
(C) Há muito, vêm caindo, os salários dos professores das uni- (C) Hábitos como o de picar fumo de corda denotam relações
versidades públicas; estes desanimados fazem greve, ou as com o tempo que já não existem nas metrópoles.
trocam pelas instituições privadas. (D) O que um velhinho da cidade grande parece suplicar é que
(D) Há muito vêm caindo os salários dos professores das univer- lhe seja concedido um ritmo de vida compatível com sua ida-
sidades públicas; estes, desanimados, fazem greve ou as de.
trocam pelas instituições privadas. (E) O autor sugere que, nas cidadezinhas interioranas, a velhice
(E) Há muito vêm caindo, os salários dos professores, das uni- parece harmonizar-se com a própria natureza.
versidades públicas; estes, desanimados, fazem greve, ou:
as trocam pelas instituições privadas. 111. O sentido do último parágrafo do texto deve ser assim entendido.
(A) Do jeito que as coisas estão, os velhos parecem não ter
As questões de números 108 a 112 referem-se ao texto que segue. qualquer importância.
(B) Tudo leva a crer que os velhos serão cada vez mais escas-
Os velhos das cidadezinhas do interior parecem muito mais plenamen- sos, dado o atropelo da vida moderna.
te velhos que os das metrópoles. Não se trata da idade real de uns e (C) O prestígio do que é novo é tão grande que já ninguém repa-
outros, que pode até ser e mesma, mas dos tempos distintos que eles ra na existência dos velhos.
parecem habitar Na agitação dos grandes centros, até mesmo a velhice (D) A velhice nas cidadezinhas do interior é tão harmoniosa que
parece ainda estar integrada na correria, os velhos guardam alguma ansie- um dia ninguém mais sentirá o próprio envelhecimento.
dade no olhar, nos modos, na lentidão aflita de quem se sente fora do (E) No ritmo em que as coisas vão, a própria velhice talvez não
compasso. Na calmaria das cidades pequeninas, é como se a velhice de venha a ter tempo para tomar consciência de si mesma.
cada um reafirmasse a que vem das montanhas e dos horizontes, velhice
quase eterna, pousada no tempo. 112. Indique a alternativa em que se traduz corretamente o sentido de
uma expressão do texto, considerado o contexto
Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: aquele chapéu de fel- (A) "parecem muito mais plenamente velhos" = dão a impressão
tro manchado, aquelas largas calças de brim cáqui incontavelmente lava- de se ressentirem mais dos males da velhice.
das. aquele puído dos punhos de camisas já sem cor tudo combina (B) "guardam alguma ansiedade no olhar = seus olhos revelam
admiravelmente com a enorme jaqueira do quintal, com a generosa figueira poucas expectativas.
da praça, com as teias no campanário da igreja. E os hábitos? Pica-se o (C) "fora do compasso" = num distinto andamento.
fumo de corda, lentamente, com um canivete herdado do século passado, (D) "a conversa mole se desenrola" = a explanação é detalhada.
enquanto a conversa mole se desenrola sem pressa e sem destino. (E) "amiúda o que pode o próprio passo" = deve desacelerar su-
Na cidade grande. há um quadro que se repete mil vezes ao dia, e que as passadas.
talvez já diga tudo: o velhinho, no cruzamento perigoso, decide-se, enfim, a
atravessar a avenida, e o faz com aflição, um braço estendido em sinal de As questões de números 113 a 125 referem-se ao texto que segue.
pare aos motoristas apressados, enquanto amiúda o que pode o próprio No início do século XX a afeição pelo campo era uma característica
passo. Parece suplicar ao tempo que diminua seu ritmo, que lhe dê a comum a muitos ingleses. Já no final do século XVIII, dera origem ao
oportunidade de contemplar mais demoradamente os ponteiros invisíveis sentimento de saudade de casa tão característico dos viajantes ingleses no
dos dias passados, e de sondar com calma, nas nuvens mais altas, o exterior, como William Beckford, no leito de seu quarto de hotel português,
sentido de sua própria história. em 1787, "assediado a noite toda por ideias rurais da Inglaterra." À medida
Há, pois, velhices e velhices até que chegue o dia em que ninguém que as fábricas se multiplicavam, a nostalgia do morador da cidade refletia-
mais tenha tempo para de fato envelhecer. Celso de Oliveira se em seu pequeno jardim, nos animais de estimação, nas férias passadas
na Escócia, ou no Distrito dos Lagos, no gosto pelas flores silvestres e a
observação de pássaros, e no sonho com um chalé de fim de semana no
108. A frase "Os velhos das cidadezinhas do interior parecem muito mais campo. Hoje em dia, ela pode ser observada na popularidade que se
plenamente velhos que os das metrópoles" constitui uma conserva daqueles autores conscientemente "rurais" que, do século XVII
(A) impressão que o autor sustenta ao longo do texto, por meio ao XX, sustentaram o mito de uma arcádia campestre.
de comparações.
(B) impressão passageira, que o autor relativiza ao longo do tex- Em alguns ingleses, no historiador G.M. Trevelyan, por exemplo, o
to. amor pela natureza selvagem foi muito além desses anseios vagamente
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rurais. Lamentava, em um dos seus textos mais eloquentes, de 1931, a (C) maneira de evidenciar a árdua tarefa dos que acreditavam na
destruição da Inglaterra rural e proclamava a importância do cenário da força da agricultura para o progresso da civilização.
natureza para a vida espiritual do homem. Sustentava que até o final do (D) confirmação de que terras incultas são entraves que, há sé-
século XVIII as obras do homem apenas se somavam às belezas da natu- culos, subtraem ao homem o direito de progredir.
reza; depois, dizia, tinha sido rápida a deterioração. A beleza não mais era (E) comprovação de que, há poucos séculos, o cultivo da terra
produzida pelas circunstâncias econômicas comuns e só restava, como era entendido como sinônimo de civilização.
esperança, a conservação do que ainda não fora destruído. Defendia que
as terras adquiridas pelo Patrimônio Nacional, a maioria completamente 117. Assinale a afirmação INCORRETA.
inculta, deveriam ser mantidas assim. (A) Infere-se do texto que as palavras do Gênesis foram entendi-
das por muitos como estímulo a derrubar matas, lavrar o so-
Há apenas poucos séculos, a mera ideia de resistir à agricultura, ao lo, eliminar predadores, matar insetos nocivos, arrancar pa-
invés de estimulá-la, pareceria ininteligível. Como teria progredido a civili- rasitas, drenar pântanos.
zação sem a limpeza das florestas, o cultivo do solo e a conversão da (B) O paralelo estabelecido entre o cultivo da terra e o cozimento
paisagem agreste em terra colonizada pelo homem? A tarefa do homem, dos alimentos é feito para se pôr em evidência a ação do
nas palavras do Gênesis, era "encher a terra e submetê-la". A agricultura homem sobre a natureza.
estava para a terra como o cozimento para a carne crua. Convertia nature- (C) O texto mostra que o amor pela natureza selvagem está na
za em cultura. Terra não cultivada significava homens incultos. E quando base da relação que se estabelece entre cultivo da terra e ci-
os ingleses seiscentistas mudaram-se para Massachusetts, parte de sua vilização.
argumentação em defesa da ocupação dos territórios indígenas foi que (D) O texto mostra que o amor à natureza selvagem, considera-
aqueles que por si mesmos não submetiam e cultivavam a terra não tinham do como barbárie, permitiu que certos povos se dessem o di-
direito de impedir que outros o fizessem. reito de apoderar-se dela.
(E) O Gênesis foi citado no texto porque o crédito dado às pala-
113. Ao mencionar, no primeiro parágrafo do texto, a inclinação dos vras bíblicas explicaria o desejo humano de transformar a na-
ingleses pelo espaço rural, o autor tureza selvagem pensando no bem-estar do homem.
(A) busca enfatizar o que ocorre no século XX, em que a afeição
pelo campo lhe parece ser realmente mais genuína. 118. Assinale a alternativa que apresenta ERRO de concordância.
(B) a caracteriza em diferentes momentos históricos, tomando (A) Não que os esteja considerando inválido, mas o professor
como referência distintas situações em que ela se manifesta. gostaria de conhecer os estudos de que se retirou os dados
(C) cita costumes do povo inglês destruídos pela aceleração do mencionados no texto.
crescimento das fábricas, causa de sua impossibilidade de (B) Segundo alguns teóricos, deve ser evitada, o mais possível,
volta periódica ao campo. a agricultura em regiões de floresta; são áreas tidas como
(D) refere autores que procuraram conscientemente manter sua adequadas à preservação de espécies em vias de extinção.
popularidade explorando temas "rurais" para mostrar como (C) Existem com certeza, ainda hoje, pessoas que defendem o
se criou o mito de um paraíso campestre. cultivo incondicional da terra, assim como deve haver muitos
(E) particulariza o espaço estrangeiro visitado pelos ingleses - que condenam qualquer alteração da paisagem natural, por
Portugal - para esclarecer o que os indivíduos buscavam e menor que seja.
não podia ser encontrado na sua pátria. (D) Nem sempre são suficientes dados estatisticamente compro-
vados para que as pessoas se convençam da necessidade
114. Leia com atenção as afirmações abaixo sobre o segundo parágrafo
de repensarem suas convicções, trate-se de assuntos polê-
do texto.
micos ou não.
I. Em confronto com o primeiro parágrafo, o autor apresenta
(E) Faz séculos que filósofos discutem as relações ideais entre
um outro matiz da relação do espírito inglês com o espaço ru-
os homens e a natureza, questão que nem sempre lhes pa-
ral.
rece passível de consenso.
II. O autor assinala os pontos mais relevantes referidos por
G.M. Trevelyan para comprovar a ideia universalmente aceita 119. Assinale a alternativa que NÃO apresenta erro algum de concordân-
de que o contato com a natureza é importante para o espírito. cia.
III. O historiador inglês revela pessimismo, a cujos fundamentos (A) Já há muito tempo tinha sido feito por importante estudioso
ele não faz nenhuma referência no texto. previsões pessimistas quanto ao destino das áreas rurais na
São corretas: Inglaterra, mas muitos não as consideraram.
(A) I, somente. (B)III, somente. (B) Às vazes não basta alguns comentários sobre a importância
(C) I e III, somente. (D)II e III, somente. (E)I, II e III. do cenário da natureza para a vida espiritual do homem no
sentido de que se tentem evitar mais prejuízos ao meio am-
115. As indagações presentes no terceiro parágrafo representam, no
biente.
texto,
(C) Certos argumentos de G.M. Trevelyan tornaram vulnerável
(A) pontos relevantes sobre os quais a humanidade ainda não
certas visões acerca do modo como deveriam ser tratadas
refletiu.
terras incultas.
(B) perguntas que historiadores faziam, ás pessoas para con-
(D) Segundo o que se diz no texto, os ingleses havia de terem se
vence-las da importância do culto a natureza
preocupado com a legitimação de sua tarefa de ocupação
(C) os pontos mais discutidos quando se falava do progresso na
dos territórios indígenas.
Inglaterra, terra da afeição pelo campo.
(E) Quaisquer que sejam os rumos das cidades contemporâ-
(D) questões possivelmente levantadas pelos que procurassem
neas, sempre haverá os que lamentarão a perda da vida em
entender a razão de muitas pessoas não considerarem a a-
contato direto com a natureza.
gricultura um bem em si.
(E) aspectos importantes sobre a relação entre a natureza e o 120. Assinale a alternativa em que há regência INCORRETA.
homem, úteis como argumentos a favor da ideia defendida (A) O empenho com que G.M. Trevelyan dedicou-se à sua causa
por Trevelyan. foi reconhecido por outros, principalmente pelo autor do tex-
to.
116. No último parágrafo do texto, o comentário sobre os ingleses seis-
(B) A crise em que passa a civilização contemporânea é visível
centistas foi feito como
em muitos aspectos, inclusive na relação do homem com a
(A) denúncia dos falsos argumentos utilizados por aqueles que
natureza selvagem.
ocupam territórios indígenas
(C) O homem sempre esteve disposto a dialogar com a natureza,
(B) exemplo do caráter pioneiro dos ingleses na tarefa de coloni-
mas esse diálogo nem sempre se deu segundo os mesmos
zação do território americano.
interesses ao longo dos séculos.
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(D) Muitos consideram ofensivo à natureza considerá-la como (C) Assim que chegou o tempo de a atividade humana começar
algo à disposição das necessidades humanas. a degradar as belezas naturais, iniciou-se a luta pela conser-
(E) Acompanhar a relação do ser humano com o campo através vação da natureza ainda não deteriorada pelo homem, à pro-
dos séculos propicia ao estudioso observar situações de que porção que, durante séculos, a atividade humana comple-
o homem nem sempre pode orgulhar-se. mentou as belezas naturais.
(D) Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não de-
121. Assinale a alternativa em que há ERRO de flexão verbal e/ou nomi- teriorada pelo homem, embora a atividade humana tivesse,
nal durante séculos, complementado as belezas naturais, quan-
(A) Receemos pelo futuro, dizem alguns especialistas, pois, afir- do chegou o tempo de degradá-las.
mam eles, se os cidadãos não detiverem a deterioração am- (E) Apesar de, durante séculos, a atividade humana ter comple-
biental, a humanidade corre sérios riscos. mentado as belezas naturais, chegou o tempo em que ela
(B) Crêem certos estudiosos que convém estudar profunda e se- começou a degradá-las, por isso iniciou-se a luta pela con-
riamente o progresso da civilização quando ele implica des- servação da natureza ainda não deteriorada pelo homem.
truir o que a natureza levou milhões de anos para sedimen-
tar. 125. As frases abaixo, tiradas do texto, apresentam alterações em sua
(C) Quando, na década de 30, o historiador inglês interviu na pontuação original. Assinale a alternativa em que a alteração acarre-
discussão sobre o tratamento dispensado às terras adquiri- tou frase pontuada de maneira INCORRETA.
das pelo Patrimônio Nacional, muitos não contiveram seu de- (A) Hoje em dia ela pode ser observada na popularidade, que se
sagrado. conserva daqueles autores conscientemente "rurais" que do
(D) Dizem alguns observadores que, quando as pessoas virem o século XVII ao XX, sustentaram o mito de uma arcádia cam-
que resta da natureza sem as marcas predatórias do homem, pestre.
elas próprias buscarão frear as atividades consideradas ne- (B) Em alguns ingleses no historiador G.M. Trevelyan, por
gativas para o meio ambiente. exemplo , o amor pela natureza selvagem foi muito além
(E) Elementos da natureza são verdadeiros artesãos de obras- desses anseios vagamente rurais.
primas; se os homens as desfizerem, estarão cometendo (C) Sustentava que, até o final do século XVIII, as obras do ho-
crime contra a humanidade. mem apenas se somavam às belezas da natureza; depois,
dizia, tinha sido rápida a deterioração.
122. No segundo período do primeiro parágrafo, a forma verbal "dera" (D) A beleza não mais era produzida pelas circunstâncias eco-
pode ser substituída pela forma correspondente nômicas comuns e só restava como esperança a conserva-
(A) haveria dado. ção do que ainda não fora destruído.
(B) havia dado. (E) E quando os ingleses seiscentistas mudaram-se para Mas-
(C) teria dado. sachusetts, parte de sua argumentação em defesa da ocu-
(D) havia sido dado. pação dos territórios indígenas foi que aqueles que, por si
(E) tinha sido dado. mesmos, não submetiam e cultivavam a terra não tinham di-
reito de impedir que outros o fizessem.
123. Do século XVII ao XXX circulou na Europa, com bastante intensida-
de, o mito de uma arcádia campestre. Muitos escritores ingleses 126. A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas os alimentos mínimos
sustentaram também esse mito durante séculos; os textos desses necessários para que a pessoa permaneça viva, de acordo com os pa-
autores ingleses são até hoje bastante populares. drões da Organização Mundial da Saúde.
Reescrevendo-se o segundo período e substituindo-se os termos A redação desse período do texto deve ser aprimorada, pois
grifados acima por pronomes correspondentes, obtém-se correta- I. a expressão nesse caso tem sentido obscuro, já que o contexto do último
mente: parágrafo não permite saber de que caso se trata.
(A) Muitos escritores ingleses, os quais textos são até hoje bas- II. a expressão de acordo com os padrões da Organização Mundial da
tante populares, o sustentaram também durante séculos. Saúde tem dupla leitura, pois tanto pode se referir a permaneça viva quan-
(B) Muitos escritores ingleses, cujos textos são até hoje bastante to a alimentos mínimos necessários.
populares, sustentaram-lhe também durante séculos. III. A proximidade entre termos inclui e apenas gera uma contradição que
(C) Muitos escritores ingleses, cujos os textos são até hoje bas- prejudica o sentido da frase.
tante populares, sustentaram-no também durante séculos. É correto SOMENTE o que se afirma em
(D) Muitos escritores ingleses, cujos textos são até hoje bastante (A) I.
populares, sustentaram-no também durante séculos. (B)) II.
(E) Muitos escritores ingleses, que os textos deles são até hoje (C) III.
bastante populares, sustentaram-lhe também durante sécu- (D) I e II.
los. (E) II e III.
124. Leia com atenção as frases que se seguem. 127. Estão corretos o emprego e a flexão dos verbos na seguinte frase:
I. Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não de- (A) Quando eles virem a receber o suficiente para a aquisição desses bens
teriorada pelo homem. e serviços, situar-se-ão acima da linha de pobreza.
II. Durante séculos a atividade humana complementou as bele- (B) Quem se provém apenas do estritamente necessário para não morrer
zas naturais. de fome inclui-se na chamada linha de indigência.
III. Chegou o tempo em que a atividade humana começou a de- (C) Se alguém se contrapor a esse método de quantificação dos pobres, os
gradar as belezas naturais. acadêmicos refutarão demonstrando o rigor de seus critérios.
Assinale a alternativa em que as frases acima estão em correta re- (D)) Caso tal metodologia não conviesse aos acadêmicos, eles tê-la-iam
lação lógica, de acordo com o texto. abandonado e substituído por outra.
(A) Chegou o tempo em que a atividade humana começou a de- (E) Os acadêmicos há muito comporam uma cesta de bens e serviços em
gradar as belezas naturais, mesmo tendo acontecido de, an- cujo valor monetário se baseiam para fixar a linha de pobreza.
tes, complementá-las, logo que se iniciou a luta pela conser-
vação da natureza ainda não deteriorada pelo homem. 128. Pode-se, corretamente, e sem prejuízo para o sentido do contexto,
(B) Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não de- substituir o elemento sublinhado na frase
teriorada pelo homem, quando ocorreu o tempo de a ativida- (A) Para que a discussão possa ser feita em bases mais sólidas por desde
de humana começar a degradar as belezas naturais, visto que.
que, durante séculos, a atividade humana complementou as (B) Embora suficientes para conversas informais sobre o assunto por uma
belezas naturais. vez.
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(C) A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas os alimentos necessários corrupção existente no sistema de distribuição e vendas de produtos
para que a pessoa permaneça viva por mesmo assim. piratas ou contrabandeados. Em contrapartida, os argumentos de que o
(D) A maioria diria que os pobres são aqueles que ganham mal por os comércio ilegal pode fomentar a violência e o crime organizado costumam,
mesmos. segundo a enquete, contribuir para que os brasileiros deixem de comprar
(E)) Ou seja, teoricamente, quem está abaixo da linha de indigência não produtos piratas. (Rafael Rosas, Valor Online, 10.11.2008. Adaptado)
conseguiria sequer sobreviver por vale dizer.
131. De acordo com o texto,
129. Justificam-se inteiramente ambas as ocorrências do sinal de crase (A) estima-se um crescimento do impacto da pirataria sobre a economia
em: brasileira.
(A)) Os que têm pleno acesso àquilo que oferece a cesta de bens e servi- (B) o governo brasileiro adotou medidas mais eficazes no combate à
ços devem considerar-se à margem da pobreza. pirataria em 2008.
(B) Quem atribui um valor monetário à essa cesta de bens e serviços está- (C) o aumento da violência em 2008 está diretamente ligado ao aumento
se habilitando à definir uma linha de pobreza. da pirataria.
(C) Não falta, à maioria das pessoas, uma definição de pobreza; o que falta (D) o impacto da pirataria na arrecadação de 2007 foi inferior ao que se
à uma boa definição é o rigor de um bom critério. esperava.
(D) Há quem recrimine à cultura da subsistência, imputando-lhe à respon- (E) o prejuízo da pirataria sobre as finanças públicas excedeu ao impacto
sabilidade pelo mascaramento da real situação de miséria de muitos brasi- no setor privado.
leiros.
(E) Os que têm proventos inferiores à quantia necessária para a aquisição 132. Conforme o texto, pode-se inferir que os brasileiros tendem a se
dessa cesta deixam de atender à todas as suas necessidades básicas. convencer do caráter negativo da pirataria
(A) quando se apela para seu senso de ética e justiça.
130. Estão corretamente grafadas todas as palavras da frase: (B) ao refletirem sobre seu impacto na economia.
(A) Não devem prevalescer nossas intuições ou percepções mais imedia- (C) ao se sentirem ameaçados por suas ramificações.
tas, mas apenas os critérios mais objetivos, quando se trata de formular (D) quando se sentem explorados por vendedores corruptos.
alguma precisa definição. (E) pois entendem que os danos ao governo afetam a população.
(B)) A todos os que apenas subsistem, como é o caso de quem vive da
mendicância, negam-se os direitos da cidadania, ao passo que para uns 133. Observe o trecho do segundo parágrafo: – Discutíamos em 2007 R$
poucos reservam-se todos os privilégios. 40 bilhões da CPMF. Só essa perda significa metade
(C) Não se constitue uma sociedade verdadeiramente democrática en- do que se estimava para a CPMF em 2008. ......................é um número
quanto não venham a incluir-se nela aqueles que, já a séculos, vivem mais muito grande. – A conjunção adequada para estabelecer a relação entre as
do sistema de favor que de um trabalho digno. ideias das frases é:
(D) Os que alferem lucros excessivos na exploração do trabalho alheio (A) Contudo (B) Portanto
também devem ser responsabilizados pelo contingente de infelizes que (C) Todavia (D) Conforme (E) Embora
estão abaixo da linha de pobreza.
(E) Deve-se à inépsia ou à má fé de sucessivos governos, que descuraram 134. No trecho do último parágrafo – Em contrapartida, os argumentos de
a implementação de medidas de caráter social, o fato de que continua que o comércio ilegal pode fomentar a violência e o crime organizado
crescendo o número de pobres e indigentes em nosso país. costumam, segundo a enquete, contribuir para que os brasileiros deixem
de comprar produtos piratas.
Leia o texto e responda às questões de números 131 a 140 – o verbo fomentar tem sentido equivalente a
As vendas de produtos piratas no Brasil em 2007 significaram uma (A) aferir. (B) delatar.
perda de R$ 18,6 bilhões em impostos nos 12 meses encerrados em (C) arrefecer. (D) defraudar. (E) fustigar.
setembro de 2008, levando-se em conta apenas sete setores da indústria
nacional. As estimativas são da pesquisa “O impacto da pirataria no setor 135. No penúltimo parágrafo – Além disso, a pesquisa salienta que houve
de consumo no Brasil”, divulgada pela Associação Nacional para Garantia também uma mudança de rumo nos hábitos da população, principalmente
dos Direitos Intelectuais (Angardi) e pelo Conselho Empresarial Brasil - de baixa renda, que consumiu menos produtos piratas. – a expressão em
Estados Unidos. destaque pode ser substituída, sem alterar o sentido do trecho, por
(A) inversão de valores. (B) troca de papéis.
“Discutíamos em 2007 R$ 40 bilhões da CPMF. Só essa perda signifi- (C) retratação pública. (D) nova orientação.
ca metade do que se estimava para a CPMF em 2008. É um número muito (E) revolução dogmática.
grande”, frisou Solange Mata Machado, representante no Brasil do Conse-
lho Empresarial Brasil - Estados Unidos. 136. Atendo-se apenas às regras de regência verbal e/ou nominal, a ex-
pressão em destaque no trecho – Em termos da demanda, Solange explica
Além da menor arrecadação de impostos, há também a perda de re- que o público não é sensível às perdas de arrecadação, aos prejuízos da
ceita da indústria, que chegou a R$ 62,4 bilhões considerando apenas os indústria ou ao potencial de corrupção existente no sistema de distribuição
setores de tênis, roupas e brinquedos. Quando entram na conta relógios, e vendas de produtos piratas ou contrabandeados. – pode ser corretamen-
perfumes e cosméticos, jogos eletrônicos e peças para motos, as perdas te substituída, sem alteração do restante da estrutura da frase, por
podem ter atingido R$ 93,1 bilhões. (A) despreza. (B) desconsidera.
(C) é alienado. (D) é indiferente. (E) é desinteressado.
A despeito da significativa perda de arrecadação e do prejuízo estima-
do para a indústria, a estimativa é de que em 2008 o consumo de produtos 137. Assinale a frase correta quanto ao emprego do acento indicador de
piratas nas três categorias pesquisadas (tênis, roupas e brinquedos) seja crase.
de R$ 15,609 bilhões, contra R$ 25,175 bilhões no ano anterior. (A) O título atribuído à esta pesquisa foi “O impacto da pirataria no setor de
consumo no Brasil”.
Para Solange, isso é reflexo direto da ação do governo contra a pirata- (B) As vendas de produtos piratas equivaleram à uma perda de R$ 18,6
ria e o contrabando. Em 2008, segundo a enquete, foramapreendidos mais bilhões em impostos.
de R$ 1 bilhão em mercadorias, recorde na história do país. Além disso, a (C) A pesquisa vincula-se à Associação Nacional para Garantia dos Direi-
pesquisa salienta que houve também uma mudança de rumo nos hábitos tos Intelectuais (Angardi).
da população, principalmente de baixa renda, que consumiu menos produ- (D) As somas se elevam à aproximadamente R$ 93 bilhões se considerar-
tos piratas. mos outros setores da indústria.
(E) Alguns argumentos tendem à funcionar mais que outros para dissuadir
Em termos da demanda, Solange explica que o público não é sensível os brasileiros da compra de produtos piratas.
às perdas de arrecadação, aos prejuízos da indústria ouao potencial de
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138. Considerando as regras de concordância na voz passiva, assinale a 142. Entende-se por nepotismo a
frase correta. (A) investidura de cidadãos comuns em cargos públicos por meio de con-
(A) Divulgou-se, recentemente, a análise de alguns números relacionados curso.
ao impacto da pirataria no Brasil. (B) aprovação de parentes e amigos em concurso público sem favoreci-
(B) Uma perda de R$ 18,6 bilhões em impostos foram causados pelas mento.
vendas de produtos piratas no Brasil. (C) eliminação de parentes e amigos de empregos e de concursos públi-
(C) Também deve ser levado em conta, além da menor arrecadação de cos.
impostos, a perda de receita da indústria. (D) realização de concurso público para os cidadãos tornarem-se servido-
(D) Se for considerado apenas os setores de tênis, roupas e brinquedos, a res.
perda da indústria chega a R$ 62,4 bilhões. (E) obtenção de emprego público por meio da indicação de parentes.
(E) Consumiu-se menos produtos piratas em 2008.
143. Quando se trata de nepotismo, a população parece
139. Assinale a frase em que o pronome está posicionado corretamente. (A) aceitar na vida pessoal o que condena no âmbito da vida pública.
(A) Muitos não preocupam-se com a pirataria no Brasil. (B) rejeitar para a vida pessoal qualquer forma de favorecimento.
(B) A verdade é que tornou-se um hábito para muitos. (C) ser coerente, pois condena para a vida pessoal o que condena para a
(C) Ainda espera-se reduzir a pirataria no Brasil. pública.
(D) O governo tem mostrado-se atento ao problema. (D) acreditar que a ajuda pessoal deva ser coibida, mas não na vida públi-
(E) Naturalmente, a pirataria tornou-se comum nas classes populares. ca.
(E) aprovar plenamente essa prática, seja na vida pessoal seja na pública.
140. Observe a pontuação nas frases:
I. As vendas de produtos piratas no Brasil, em 2007, significaram uma 144. De acordo com o autor, pode-se até compreender que 32% dos
perda de R$ 18,6 bilhões em impostos nos 12 meses encerrados em servidores avaliem a prática como permissível. Isso quer dizer que ele
setembro de 2008. (A) acredita que o nepotismo é uma forma legítima nas práticas sociais de
II. A estimativa é de que, em 2008, o consumo de produtos piratas nestas um país.
categorias, seja de R$ 15,609 bilhões. (B) entende por que os servidores aceitam o nepotismo, mas não concorda
III. Além disso, a pesquisa salienta que houve também, uma mudança de com essa prática.
rumo nos hábitos da população. (C) justifica a opção dos servidores pelo nepotismo, declarando-a adequa-
A pontuação está correta apenas em da e honesta.
(A) I. (D) condena os servidores que se valem do nepotismo, embora o utilizasse
(B) II. em seu benefício.
(C) III. (E) define o nepotismo como uma prática necessária à organização de uma
(D) I e II. sociedade.
(E) II e III.
145. Para o autor, a popularidade do nepotismo entre cidadãos comuns é
Vícios tolerados bem mais inquietante. Portanto, tal situação
Ficam longe de animadores os resultados de uma pesquisa de opinião (A) é apreendida com indiferença por ele.
sobre ética realizada pela Universidade de Brasília entrecidadãos de todo o (B) aplaca a sua ansiedade.
país e também com servidores públicos de sete unidades federativas. Só (C) lhe traz certo desassossego.
59% dos entrevistados na população geral disseram ser éticos; 26% decla- (D) leva-o à ignorância dos fatos.
raram que não, e outros 13%, às vezes. Entre servidores públicos, variam (E) sublima seu sentimento de impotência.
as cifras, mas não o panorama: 51% “éticos”, 19% “não-éticos” e 22%, às
vezes. Pode-se argumentar, com razão, que o conceito comum sobre ética 146. O título – Vícios tolerados – pode ser entendido, quanto à ética, como
é vago, quase vazio. Um terço dos que já ouviram falar disso alegam não uma ................ , segundo o ponto de vista expresso pelo autor.
saber do que se trata. Segundo as informações textuais, o espaço da frase deve ser preenchido
Abstrações à parte, a consulta abrangeu também situações muito pre- com
sentes, como o nepotismo. No plano sociológico, pode-seaté compreender (A) necessidade para a civilidade do país
que 32% dos servidores avaliem a prática como permissível. Afinal, são (B) rotina moralmente adequada
seus maiores beneficiários: 37% obtiveram o emprego público por indica- (C) mudança comportamental aceitável
ção de parentes, políticos ou amigos, e menos da metade por concurso (D) transformação social inevitável
(44%). (E) permissividade social indesejável
Bem mais inquietante é a popularidade do nepotismo entre cidadãos
comuns. Metade dos ouvidos afirmou que contrataria parentes para um 147. O sinônimo do termo chancelar, em destaque no 3.º parágrafo, é
cargo público, se tivessem oportunidade. A população parece inclinar-se (A) evitar. (B) aprovar.
por chancelar, na esfera privada, oque condena na vida pública. (C) recusar. (D) engrandecer. (E) superar.
Essa contradição é uma das marcas da vida nacional – e provavel-
mente se verifica, em graus variados, em outros países. Para responder às questões de números 148 e 149, considere a informa-
Cabe à lei o papel de conter as inclinações pessoais. Deixadas à von- ção que inicia o último parágrafo: Essa contradição é uma das marcas da
tade, elas corroem a possibilidade de uma nação percorrer o longo cami- vida nacional...
nho civilizatório. (Folha de S.Paulo, 06.11.2008)
148. A expressão Essa contradição diz respeito
141. De acordo com o autor, os resultados da pesquisa sobre ética não são (A) ao comportamento dos cidadãos comuns.
animadores porque (B) às formas de atuação dos servidores públicos.
(A) os valores éticos têm atingido os cidadãos comuns e não os servidores (C) à falta de lei para inibir as inclinações pessoais.
públicos. (D) à impossibilidade de uma nação se civilizar.
(B) poucos não sabem o que seja ética, e muitos a têm nas suas práticas (E) ao descaso da população com a vida pública.
cotidianas.
(C) há uma quantidade significativa de cidadãos que não se atêm aos 149. O antônimo de contradição é
valores éticos. (A) incoerência.
(D) a quantidade de cidadãos éticos é bem menor do que a de cidadãos (B) desacordo.
não-éticos. (C) contestação.
(E) o sentido do conceito é muito comum, porque falta a sua devida divul- (D) consenso.
gação. (E) autenticidade.
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150. O pronome elas, em destaque no último parágrafo do texto, refere-se 159. Marque onde há apenas um vocábulo erradamente escrito:
às a() abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz
(A) pessoas comuns. b() viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
(B) leis. c() hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar
(C) marcas da vida nacional. d() alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina
(D) inclinações pessoais. e() chale ; umedescer ; páteo ; obceno
(E) nações.
160. Identifique onde não ocorre a crase:
151. Ache o verbo que está erradamente conjugado no presente do a() Não agrade às girafas com comida, diz o cartaz.
subjuntivo: b() Isso não atende às exigências da firma.
a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; requeirais ; requeram c() Sempre obedeço à sinalização.
b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; saudeis ; saúdem d() Só visamos à alegria.
c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem e() Comuniquei à diretoria a minha decisão.
d ( ) pula ; pulas ; pula ; pulamos ; pulais ; pulam
e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam 161. Assinale onde não ocorre a concordância nominal:
a() As salas ficarão tão cheias quanto possível.
152. Assinale a alternativa falsa: b() Tenho bastante dúvidas.
a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo afirmativo e o imperativo c() Eles leram o primeiro e segundo volumes.
negativo são tempos derivados do presente do indicativo; d() Um e outro candidato virá.
b ( ) os verbos progredir e regredir são conjugados pelo modelo agredir; e() Não leu nem um nem outro livro policiais.
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os tempos;
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no presente do subjuntivo é 162. Marque onde o termo em destaque está erradamente emprega-
: águe ou agúe; do:
e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo ver. a ( ) Elas ficaram todas machucadas.
b ( ) Fiquei quite com a mensalidade.
153. Marque o verbo que na 2ª pessoa do singular, do presente do c ( ) Os policiais estão alerta.
indicativo, muda para "e" o "i" que apresenta na penúltima síla- d ( ) As cartas foram entregues em mãos.
ba? e ( ) Neste ano, não terei férias nenhumas.
a ( ) imprimir
b ( ) exprimir 163. Analise sintaticamente o termo em destaque:
c ( ) tingir "A marcha alegre se espalhou na avenida..."
d ( ) frigir a ( ) predicado
e ( ) erigir b ( ) agente da passiva
c ( ) objeto direto
154. Indique onde há erro: d ( ) adjunto adverbial
a() os puros-sangues simílimos e ( ) adjunto adnominal
b() os navios-escola utílimos
c() os guardas-mores agílimos 164. Marque onde o termo em destaque não representa a função
d() as águas-vivas aspérrimas sintática ao lado:
e() as oitavas-de-final antiquíssimas a ( ) João acordou doente. (predicado verbo-nominal)
b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos adnominais)
155. Marque a alternativa verdadeira: c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou. (adjunto adverbial)
a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres; d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito)
b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que têm um só gênero grama- e ( ) A ideia de José foi exposta por mim a Rosa. (objeto indireto)
tical para designar pessoas de ambos os sexos;
c ( ) todos os substantivos terminados em -ão formam o feminino mudan- 165. Ache a afirmativa falsa:
do o final em -ã ou -ona; a ( ) usam-se os parênteses nas indicações bibliográficas;
d ( ) os substantivos terminados em -a sempre são femininos; b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos diálogos, a mudança de
e ( ) são comuns de dois gêneros todos os substantivos ou adjetivos interlocutor;
substantivados terminados em -ista. c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas assin-
déticas de maior extensão;
156. Identifique onde há erro de regência verbal: d ( ) usa-se a vírgula para separar uma conjunção colocada no meio da
a() Não faça nada que seja contrário dos bons princípios. oração;
b() Esse produto é nocivo à saúde. e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou frases, destacando-as.
c() Este livro é preferível àquele.
d() Ele era suspeito de ter roubado a loja. 166. Identifique o termo acessório da oração:
e() Ele mostrou-se insensível a meus apelos. a() adjunto adverbial
b() objeto indireto
157. Abaixo, há uma frase onde a regência nominal não foi obedeci- c() sujeito
da. Ache-a: d() predicado
a ( ) Éramos assíduos às festas da escola. e() agente da passiva
b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião.
c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro. 167. Qual a afirmativa falsa sobre orações coordenadas?
d ( ) Nossa casa ficava rente do rio. a ( ) as coordenadas quando separadas por vírgula, se ligam pelo sentido
e ( ) A entrega é feita no domicílio. geral do período;
b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é sujeito ou complemento de
158. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da vírgula: outra;
a() usa-se a vírgula para separar o adjunto adverbial anteposto; c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se de acordo com o sentido e
b() a vírgula muitas vezes pode substituir a conjunção e; com as conjunções que as ligam;
c() a vírgula é obrigatória quando o objeto pleonástico for representado d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a dedução ou conclusão de
por pronome oblíquo tônico; um raciocínio;
d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na fala; e ( ) no período composto por coordenação, as orações são independen-
e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito e o verbo. tes entre si quanto ao relacionamento sintático.
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168. Identifique a afirmativa verdadeira: c ( ) Muito me indignou sua indiferença e pouco caso.
a ( ) as orações subordinadas ou são adjetivas ou adverbiais; d ( ) Qual de nós sabem a direção a tomar?
b ( ) a preposição que introduz uma oração subordinada nunca pode ser e ( ) Cada uma delas trouxeram sua colaboração.
omitida;
c ( ) duas orações subordinadas podem estar coordenadas entre si; 177. Indique a alternativa correta quanto ao emprego do pronome:
d ( ) uma oração se denomina principal porque vem primeiro que as a() O diretor conversou com nós dois.
outras; b() Vou consigo ao teatro hoje à noite.
e ( ) o período composto por subordinação só pode ter duas orações. c() Esta pesquisa é para mim fazer até o final da semana.
d() Nada de sério houve entre eu e você.
169. Enumere a segunda coluna de acordo com a abreviatura da e() Informa a todos que Vossa Santidade está doente.
forma de tratamento adequada:
178. Classifique corretamente os encontros vocálicos das palavras
( 1 ) V.Ex.ª Rev.ma ( ) reitor de universidade
abaixo:
( 2 ) V.Mag.ª ( ) papa
irmão ; saúde ; queijo ; Paraguai
( 3 ) V.Em.ª ( ) bispo e arcebispo
a ( ) ditongo ; ditongo ; tritongo ; tritongo
( 4 ) V.S. ( ) cardeal
b ( ) ditongo ; hiato ; ditongo ; tritongo
a() 1;4;3;2 d()4;2;3;1
c ( ) hiato ; ditongo ; tritongo ; ditongo
b() 2;4;1;3 e()2;4;3;1 c()3;4;2;1
d ( ) ditongo ; hiato ; tritongo ; tritongo
e ( ) hiato ; hiato ; ditongo ; ditongo
170. Onde o pronome está erradamente empregado?
a() fez + o = fê - lo 179. Ache a afirmativa falsa:
b() diríamos = di - lo - íamos a() num encontro consonantal, cada letra representa um fonema;
c() pondes + o = ponde - lo b() na palavra "creme" há um encontro consonantal;
d() tem + o = tem - no c() dígrafo e encontro consonantal são a mesma coisa;
e() diríeis + o = diríei – lo d() os dígrafos podem representar consoantes ou vogais;
e() nem sempre ocorre a separação nos encontros consonantais.
171. Que nome se dá ao termo que determina ou indetermina o
substantivo a que se refere? 180. Qual a palavra abaixo cuja formação não se deu por derivação
a ( ) advérbio prefixal?
b ( ) adjetivo a ( ) antebraço
c ( ) substantivo próprio b ( ) infeliz
d ( ) artigo c ( ) renascer
e ( ) pronome d ( ) somente
e ( ) repor
172. Marque a classificação possível dos substantivos abaixo:
Europa - ferro - livraria - ramalhete 181. Qual o significado do radical "cefalo" da palavra "cefaleia"?
a ( ) concreto - primitivo - derivado - coletivo a() cavalo
b ( ) abstrato - coletivo - derivado - coletivo b() cabeça
c ( ) comum - próprio - coletivo - primitivo c() célula
d ( ) coletivo - abstrato - próprio - concreto d() sofrimento
e ( ) primitivo - próprio - comum - abstrato e() origem
173. Indique a classificação incorreta do advérbio ou locução adver- 182. Encontre o vocábulo erradamente separado em sílabas:
bial em destaque: a() pneu - má - ti - co b ( ) ap - to
a ( ) Não havia ninguém por perto. (lugar) c() coi - sas d ( ) a – ve – ri – guou
b ( ) O filme, sem dúvida, será um sucesso. (afirmação) e() egíp – cios
c ( ) Ela caminhou depressa para o quintal. (intensidade)
d ( ) Ele chegará mais tarde. (tempo) 183. Indique o termo erradamente classificado:
e ( ) Ela nunca saía aos sábados. (negação) O belo viajante saiu rapidamente.
a ( ) O = artigo definido, masculino, singular.
174. Complete a frase com o adjetivo adequado: b ( ) belo = adjetivo uniforme, singular.
O que tem a forma de elipse é ________ . c ( ) viajante = substantivo simples, comum, derivado, concreto, masculi-
a ( ) elipsal no singular.
b ( ) elipsilar d ( ) saiu = verbo irregular, na 3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito
c ( ) elipsilal do indicativo.
d ( ) elipérico e ( ) rapidamente = advérbio de modo.
e ( ) elíptico
184. Ache onde o modo da forma verbal em destaque está incorreto:
175. Na frase: "Toda a escola poderá comparecer à festa.", é verda- a() Não saia da sala! (imperativo)
deiro dizer que: b() Espero que ele venha à reunião. (subjuntivo)
a ( ) o uso ou não do artigo, antes de "escola" é indiferente com relação c() Quem lhe deu essa notícia? (indicativo)
ao sentido da frase; d() Diga-nos a sua opinião. (subjuntivo)
b ( ) o artigo que aparece na frase é indefinido; e() Gostaria que ele ficasse aqui. (indicativo)
c ( ) o artigo que aparece antes de "escola" poderia ser substituído por
um outro, indiferentemente; 185. Marque a alternativa onde o verbo em destaque não se encontra
d ( ) a frase só ficará correta quando for iniciada pelo artigo da frase; no tempo e modo indicados ao lado:
e ( ) o artigo dá sentido de totalidade à frase. (= A escola inteira poderá a ( ) Se ele souber a verdade, ficará furioso. (futuro do subjuntivo)
comparecer à festa.) b ( ) Não sejamos otimistas. (imperativo negativo)
c ( ) Espero que dessa atitude não advenha nenhuma desgraça. (presen-
176. Assinale a única alternativa em que a concordância está feita te do subjuntivo)
segundo a norma culta: d ( ) Tenho falado muito desse assunto. (gerúndio)
a ( ) Tu e teu irmão devem partir amanhã. e ( ) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (pretérito
b ( ) Um de vocês deverão ficar sem vaga. mais-que-perfeito do indicativo)
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186. Marque a afirmativa falsa: ções e tomando decisões e trocando ideias e falando, falando. Ou marcan-
a ( ) o infinitivo é impessoal quando não se refere a nenhum sujeito; do encontros. Ou discutindo seriamente os destinos da nação. Tecnôma-
b ( ) os tempos compostos são formados pelos verbos auxiliares e o des do século XXI. Gente pobre e gente rica. Celulares pululando Brasil
particípio do verbo principal; afora, mundo afora.
c ( ) o verbo pôr e derivados pertencem à segunda conjugação; Mas não se fica por aí, como quem tivesse um relógio de pulso e o fato
d ( ) o modo indicativo expressa ordem, advertência ou pedido; de saber as horas o satisfizesse. Comunicação é outra história. Há pesso-
e ( ) "entregado" é o particípio regular do verbo "entregar". as com dois celulares. Um para os contatos profissionais, outro para falar
com a família e os amigos.
187. Indique o erro: Conheço chefe de empresa que dá de presente ao funcionário de con-
a() enxame é o coletivo de peixes. fiança um celular para contato exclusivo. E o celular, linha direta com o
b() alma é o substantivo concreto. dever, pode tocar música animada em pleno domingo à tarde.
c() viuvez é substantivo abstrato. E há os que carregam três celulares, pessoas importantíssimas, o dia
d() país é substantivo comum. inteiro procuradas por todos. Um ilustre comentador de TV declarou, faz
e() pianista é substantivo sobrecomum. alguns meses, sem nenhum pudor, que possui três! Três oportunidades de
ouvir e ser ouvido. Conversas nacionais, internacionais e siderais.
188. Ache o único substantivo feminino: Haverá alguém com quatro celulares? Não duvido. Um celular para fa-
a ( ) guaraná d ( ) teorema lar com os de sempre. Outro para falar com os novos.
b ( ) cal e ( ) trema c ( )telefonema Outro para falar com os estranhos. Outro para falar com pouquíssimos
seletos, seres privilegiados...
189. Indique onde há erro no grau dos adjetivos em destaque: E cinco? Cinco celulares, um para cada dia da semana laboral. O celu-
a() Ele revelou-se um ótimo ator. (superlativo absoluto irregular) lar da segunda, para marcar reuniões. O da terça, para cancelá-las. O da
b() Ele é tão inseguro quanto o irmão. (comparativo de igualdade). quarta, para discussões. O da quinta, para reconciliações. O da sexta, para
c() Dizia-se o melhor de todos. (superlativo absoluto regular) planejar a semana que vem.
d() Pedro é bastante rápido. (superlativo absoluto analítico) Quem dá mais?! No meio da multidão, um homem levanta os braços,
e() Ela é a menos esperta do grupo. (superlativo relativo de inferiorida- grita, alega ter seis celulares. Com um deles, o mais sofisticado, mantém
de) longas conversas com o próprio Deus, ligação caríssima, mas vale a pena.
Para que lançar mão da oração gratuita se é possível ter certeza de que o
190. Ache a palavra erradamente grafada: Interlocutor está realmente nos ouvindo e respondendo?
a() esculpir ; borburinho Tenho um celular só, modelo simples, instrumento necessário na Idade
b() regresso ; louça Mídia. Mas se alguém quiser me dar de presente um segundo bichinho
c() ameixa ; agachar desses... Obrigado, um já é demais.
d() sujeito ; magistral
e() obsceno ; mansidão 196. Um traço característico da crônica lida é:
A) temática atual
191. Quem se intromete faz uma ... B) prosa poética
a() intromição d ( ) intromissão C) estrofação regular
b() intromisção e ( ) intromicção D) método indutivo
c() intromisão E) exposição imparcial
192. Ache a palavra que foi incorretamente grafada sem hífen: 197. Pode-se afirmar que o autor do texto:
a() autopeça d ( ) subdiretor A) almeja ter mais de um celular
b() contragolpe e ( ) ultramar B) apóia quem opta por ter vários celulares
c() contrasenso C) acha que pessoas superiores têm mais de um celular
D) satiriza os excessos praticados pelos usuários de
193. Encontre a palavra que não tem relação com as outras: celular
a() livreco d ( ) florzinha E) compreende que tudo deve ser feito para facilitar a
b() lugarejo e ( ) mulherona comunicação
c() saleta
198. “Tecnômades do século XXI.”
194. Marque onde o termo em destaque não é um artigo: “Tecnômades” é um(a):
a() Os alunos compraram o livro. A) palavra inglesa
b() Eu li a revista e a deixei sobre a mesa. B) neologismo
c() Ela pegou uns jornais e os entregou ao dono. C) galicismo
d() Nós recebemos o dinheiro que estava no banco. D) termo corrente na informática
e() O dono da festa falou calorosamente. E) vocábulo latino
195. Qual o pronome de tratamento adequado a um sacerdote? 199. “Telefone celular deixou de ser novidade. Deixou de ser luxo.
a() Vossa Santidade Deixou de ser sonho.”
b() Vossa Magnificência No trecho acima destacado há:
c() Vossa Eminência A) duas orações absolutas
d() Vossa Reverendíssima B) três orações coordenadas sindéticas
e() Vossa Excelência Reverendíssima C) duas orações sem paralelismo semântico
D) um período composto por coordenação
A MULTIPLICAÇÃO DOS CELULARES E) três períodos sintaticamente paralelos
Gabriel Perissé
Telefone celular deixou de ser novidade. Deixou de ser luxo. Deixou de 200. “Um ilustre comentador de TV declarou...”
ser sonho. Virou objeto corriqueiro, que vive de boca em boca, de orelha A palavra comentador é formada por:
em orelha. Tornou-se artigo de primeira necessidade, instrumento de A) prefixação
trabalho imprescindível e barato, espaço social concentrado na palma da B) composição
mão. C) sufixação
Normal (talvez apenas comum...) ver todo tipo de gente andando pelas D) aglutinação
ruas e falando com o além... Ou com alguém. Todos recebendo informa- E) redução
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TEXTO 1 E) “Para entendermos a problemática da região, é preciso que deixemos
Nordeste: mito e realidade de lado as aparências”.
De modo geral, quase todos os problemas do Nordeste são atribuídos
às adversidades climáticas, à ausência ou à escassez das chuvas. É 203. De acordo com o texto, a justificativa maior para os problemas sociais
comum ouvirmos dizer que as secas assolam, maltratam os nordestinos. e econômicos do Nordeste encontra-se:
Mas será que é isso mesmo o que acontece? Ou será que é só isso mes- A) nas secas que regularmente castigam a região e provocam a morte das
mo? lavouras.
B) nas muitas adversidades climáticas que acontecem periodicamente.
Não se podem negar os graves efeitos sociais e econômicos causados C) nas inegáveis vantagens econômicas e políticas que a seca traz para
pela seca. Quando ela ocorre, o sertanejo observa, impotente, sua lavoura alguns setores.
morrer, seu gado minguar, os pequenos rios secarem, ocasião em que sua D) nos meios de comunicação que somente se manifestam durante as
“tragédia” é exibida para todo o Brasil e até mesmo para outros países calamidades.
pelos meios de comunicação. E) na rede fluvial da região, que é pequena e não atende à demanda da
agropecuária.
Os poderes públicos, então, se manifestam anunciando, nos mesmos
órgãos de imprensa, medidas que serão tomadas para combater a seca, 204. Observe: “A cada nova catástrofe, a cada nova ‘calamidade pública’
projetos que serão executados a médio e longo prazos e a liberação de esse procedimento se repete”. A repetição do segmento sublinhado ex-
verbas que serão destinadas à distribuição de alimentos, água, remédios pressa uma função textual de:
etc. A) correção. B) contraste.
C) paráfrase. D) ênfase. E) reformulação.
A cada nova catástrofe, a cada nova “calamidade pública” esse proce-
dimento se repete. Mas essas medidas não solucionam o problema. Na 205. Os usos formais da língua ditam certas normas para a concordância
próxima seca prolongada, tudo será igual ou pior, dependendo da sua entre o verbo e o sujeito. Identifique a alternativa que está de acordo com
intensidade e duração. essas normas.
A) Qual das grandes secas do Nordeste não deixaram grandes marcas de
Acontece que os fenômenos naturais – que ocorrem independente- destruição?
mente da vontade dos homens – não justificam todo o peso que lhes é B) Cada um dos grandes rios do Nordeste poderiam suprir a escassez de
atribuído. A seca existe, sim. A pobreza no Nordeste, também. No entanto, água necessária à lavoura.
não é possível estabelecer uma relação direta entre seca e pobreza. C) Nenhuma das grandes secas do Nordeste pode ser apontada como a
causa principal de suas dificuldades econômicas.
Os problemas do Nordeste não se resumem à seca, fator tão divulga- D) Além da falta de chuva, foi constatado vários tipos de problemas no
do e explorado, graças ao interesse de uma minoria preocupada apenas Nordeste.
em tirar proveito de uma situação “aparentemente” criada pela natureza. E) O resultado das últimas grandes secas deixaram grandes prejuízos
sociais e econômicos.
Para entendermos a problemática da região, é preciso que deixemos
de lado as aparências e investiguemos as reais causas que produziram e 206. Leia o trecho seguinte: “O Nordeste, em decorrência das estiagens
produzem um Nordeste tão pobre, tão maltratado e com tantas injustiças e prolongadas a que tem sido submetido, apresenta grandes problemas
desigualdades sociais. econômicos e sociais.”
Observe o emprego da preposição antes do pronome relativo – que se
Ao colocarmos a seca como sua causa principal, estaremos deixando deve à regência do verbo. Na mesma perspectiva, analise os enunciados
de lado as inegáveis vantagens econômicas e políticas que ela traz para seguintes e assinale aquele que também está correto quanto às normas da
alguns setores e estaremos reduzindo à mera fatalidade climática o subde- regência verbal.
senvolvimento e a opressão. A) O Nordeste, apesar das estiagens prolongadas de que têm sido atribu-
ídas, apresenta grandes projetos de superação.
A seca apenas acentua uma situação de injustiça historicamente cria- B) O Nordeste, apesar das secas – das quais têm resultado grandes
da. problemas econômicos – crê nas possibilidades de superação.
(Yná Andrighetti. Nordeste: mito e realidade. São Paulo: Moderna, 1998, pp. 7-10.) C) O Nordeste, por causa das secas – a cujas soluções não se pode
abrir mão – ainda sofre sérias discriminações.
201. Considerando as ideias expressas no Texto 1, podemos reconhecer D) O Nordeste, por causa das secas – as quais a imprensa tem feito
que se trata: referências constantes – espera por melhores soluções.
A) de uma narrativa em que se conta a história das secas do Nordeste, E) O Nordeste, por causa das políticas assistenciais – as quais não po-
com seus cenários e personagens. demos confiar – viveu grandes problemas.
B) de uma descrição das condições climáticas do Nordeste e dos efeitos
sociais e econômicos causados pelas secas prolongadas. 207. Observe a colocação pronominal no seguinte fragmento: “Não se
C) de uma reflexão pela qual se põe em dúvida a explicação que costuma pode negar os graves efeitos sociais e econômicos causados pela seca.” O
ser dada para os problemas do Nordeste. uso do pronome também estaria correto na alternativa:
D) de uma exposição didática, para apresentar as principais medidas que A) Não poderiam-se negar os graves efeitos sociais e econômicos causa-
serão tomadas pelo Governo para combater a seca. dos pela seca.
E) de um texto para orientação dos projetos que serão executados, a B) Poderiam-se negar os graves efeitos sociais e econômicos causados
médio e longo prazos, em favor do Nordeste. pela seca.
C) Tinham podido-se negar os graves efeitos sociais e econômicos causa-
202. Pela compreensão global do texto, pode-se perceber que a argumen- dos pela seca.
tação do autor, a certa altura do texto, assume uma direção contrária. D) Ninguém poderia negar-se a reconhecer os efeitos econômicos causa-
Isso fica evidente na alternativa: dos pela seca.
A) “De modo geral, quase todos os problemas do Nordeste são atribuídos E) Os graves efeitos sociais e econômicos causados pela seca, um dia,
às adversidades climáticas, à ausência ou à escassez das chuvas”. poderão-se negar.
B) “A cada nova catástrofe, a cada nova ‘calamidade pública’ esse proce-
dimento se repete.” 208. O texto fala em: “inegáveis vantagens”. O prefixo que aparece na
C) “Na próxima seca prolongada, tudo será igual ou pior, dependendo da palavra sublinhada tem o mesmo sentido daqueles que aparecem em:
sua intensidade e duração”. A) inefável; inapto; incremento.
D) “A seca existe, sim. A pobreza no Nordeste, também. No entanto, não é B) inábil; injetável; ineficaz. C) inflamável, imberbe, incrustado.
possível estabelecer uma relação direta entre seca e pobreza”. D) ímprobo, inalação, inglório. E) indubitável, inepto, incruento.
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209. O verbo, no seguinte trecho, está na voz passiva: Muitos problemas 212. Outro título que confirmaria a totalidade do Texto 2 seria:
do Nordeste foram provocados pelos interesses de uma minoria corrupta. A) A homogeneidade dos dialetos regionais brasileiros.
Caso o autor tivesse optado pela voz ativa, deveria escrever: B) O estranhamento do falar brasileiro considerado “inferior”, “feio”, “pior”.
A) Os interesses de uma minoria corrupta provocam muitos problemas do C) Uma única norma linguística num território de dimensões continentais.
Nordeste. D) Frustradas as pressões a favor da uniformidade do português falado no
B) Os interesses de uma minoria corrupta provocavam muitos problemas Brasil.
do Nordeste. E) A expansão linguística no período da colonização portuguesa.
C) Os interesses de uma minoria corrupta provocaram muitos problemas
do Nordeste. 213. De acordo com o Texto 2, podemos afirmar que as línguas:
D) Os interesses de uma minoria corrupta provocariam muitos problemas A) são autônomas em relação às influências de outras línguas.
do Nordeste. B) devem objetivar a homogeneidade, para não serem discriminadas.
E) Os interesses de uma minoria corrupta provocarão muitos problemas do C) estão expostas a fatores históricos que repercutem sobre elas.
Nordeste. D) tendem a ser “piores”, ou “mais feias” em decorrência de suas varia-
ções.
210. Pelo título do texto – Nordeste: mito e realidade – já se pode inferir E) se faladas num território de dimensões continentais, sofrem risco de
que o tema será tratado numa perspectiva: extinção.
A) monolítica. B) hipotética.
C) unilateral. D) lúdica. E) divergente. 214. Releia o início do texto: “A TV e o rádio bem que forçam, o preconcei-
to regional não dá folga, mas a variedade de sotaques no Brasil está longe
TEXTO 2 de correr risco de extinção. Quem garante são os especialistas em lingua-
gem”. Na verdade, o que é que os especialistas em linguagem garantem?
Sotaques da resistência 1) Existem preconceitos regionais em atuação.
A TV e o rádio bem que forçam, o preconceito regional não dá folga, mas a 2) A TV e o rádio têm sido fortes aliados.
variedade de sotaques no Brasil está longe de correr risco de extinção. 3) A variedade de sotaques não vai acabar.
Quem garante são os especialistas em linguagem. O falar brasileiro sofre, 4) A TV e o rádio reforçam os preconceitos.
é verdade, a pressão imposta pelas normas prestigiadas do idioma, de Está(ão) correta(s):
caráter conservador e uniforme. A expansão dos meios de comunicação de A) 1 apenas
massa, sabe-se, atua a favor de uma unidade linguística, com programas B) 3 apenas
de TV (algumas novelas, por exemplo), que suprimem as nuances autênti- C) 2 e 3 apenas
cas dos falantes e compõem “personagens regionais”, com um modo de D) 1, 2 e 4 apenas
falar que pretende ser “típico” mas acaba por ser irreal. E) 1, 2, 3 e 4
Os linguistas avaliam, no entanto, que nem a força da mídia nem o prestí- 215. Pode-se reconhecer um sentido de causalidade no seguinte fragmen-
gio do padrão idiomático têm sido capazes de conter a diversidade do falar to:
brasileiro. Apesar de reforçar preconceitos e distorcer dialetos regionais, a A) “a variedade de sotaques no Brasil está longe de correr risco de extin-
mídia não chega a produzir uma homogeneidade nos falares nacionais. ção”.
B) “Mas até que ponto resiste essa unidade linguística brasileira?”
Falar uma única língua num território de dimensões continentais faz parte C) “Falar uma única língua num território de dimensões continentais faz
do imaginário de nossa identidade nacional. Mas até que ponto resiste parte do imaginário de nossa identidade nacional”.
essa unidade linguística brasileira? É certo que o português falado no D) “Herdeiros de uma sociedade estratificada, como a portuguesa, tería-
Norte seja compreendido no Sudeste, mas a diversidade de sotaques mos herdado também o juízo de valor sobre a linguagem”.
mostra que, se falamos o mesmo idioma, nós o falamos diferentemente. E) “a diversidade de sotaques mostra que, se falamos o mesmo idioma,
nós o falamos diferentemente”.
De onde vêm essas diferenças? Historicamente, as variações de pronún-
cia, entonação e ritmo observadas no Brasil espelham a expansão hetero- 216. Observe a pontuação do trecho: “Tupi-guarani, iorubá, banto, caste-
gênea do português desde a colonização do país. Tupi-guarani, iorubá, lhano, holandês, francês, árabe, italiano, inglês são alguns dos idiomas que
banto, castelhano, holandês, francês, árabe, italiano, inglês são alguns dos influenciaram a variação existente no português daqui”. As vírgulas desse
idiomas que influenciaram a variação existente no português daqui. Herdei- trecho devem-se ao fato de que se trata:
ros de uma sociedade estratificada, como a portuguesa, teríamos herdado A) de uma explicação. B) de uma paráfrase.
também o juízo de valor sobre a linguagem. Muitas maneiras de falar C) de uma reformulação. D) de uma enumeração.
seriam estigmatizadas ou discriminadas por denunciar procedência social e E) de uma justificativa.
nível cultural do falante.
217. No fragmento seguinte: “Apesar de reforçar preconceitos e distorcer
É assim que, muitas vezes, o falar alheio causa estranhamento ou é consi- dialetos regionais, a mídia não chega a produzir uma homogeneidade nos
derado “inferior”, “feio”, “pior”. falares nacionais”, a locução sublinhada expressa um sentido de:
A) concessão. B) conclusão.
Na verdade, muita pesquisa precisa ser feita antes que se possa dizer algo C) causalidade. D) finalidade. E) condição.
de definitivo sobre os diferentes falares do Brasil.
(Isadora Marques. Revista Língua Portuguesa. Junho de 2007, pp. 22-28. 218. A propósito da concordância verbo-nominal no seguinte trecho:
Adaptado). “Grande parte das diferenças linguísticas do português que conhecemos foi
deixada pelos colonizadores”, podemos afirmar que também seria correto
211. O tema desenvolvido no Texto 2 gira em torno da seguinte questão: dizer:
A) A língua que se fala no Brasil, dada a sua heterogeneidade, corre risco 1) Grande parte das diferenças linguísticas do português que conhecemos
de extinção. foram deixada pelos colonizadores.
B) O prestígio do padrão idiomático brasileiro tem sido cada vez mais 2) Grande parte das diferenças linguísticas do português que conhecemos
atuante. foram deixadas pelos colonizadores.
C) As dimensões continentais de nosso território afetam nossa identidade 3) Grande parte das diferenças linguísticas do português que conhecemos
nacional. foi deixadas pelos colonizador.
D) A diversidade do falar brasileiro é, por muitas razões, uma realidade
inabalável. Está(ão) correta(s):
E) A mídia tem um grande papel na manutenção do padrão idiomático de A) 1, 2, 3 B) 1 apenas C) 2 apenas D) 3 apenas E) 1 e 2 apenas
prestígio.
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219. Observe a concordância do verbo ‘haver’ em: Há muitas maneiras de
falar que são estigmatizadas ou discriminadas. De acordo com as regras
da normapadrão, o verbo haver adota uma concordância especial. Identifi-
INGLÊS
que, dentre as alternativas abaixo, aquela que está correta, de acordo com ARTIGOS
tais regras.
A) Segundo a história, no período da colonização, haviam muitas línguas Tal como em português, em inglês existe o artigo definido (the) e o ar-
em contato. tigo indefinido (a / an). Usam-se nos seguintes casos:
B) Devido à pluralidade linguística da colônia, houveram muitos choques
culturais entre os falantes. Countable nouns* Mass nouns**
C) Devem haver choques culturais entre os falantes desde que haja dife- Singular Definido The pen The music
renças em contato. Indefinido A pen Music
D) Se houvessem menos diferenças culturais, o português seria hoje mais Plural Definido The pens --------
homogêneo. Indefinido Pens --------
E) Em algumas comunidades, as diferenças linguísticas haviam sido incor-
poradas aos padrões gerais. * Countable nouns - Substantivos que se podem contar e que têm
plural, por exemplo, bag / bags.
220. Do ponto de vista da sintaxe do português, está bem formado o se- ** Mass nouns - Substantivos de grande quantidade ou que não têm
guinte enunciado: plural, por exemplo, homework, butter.
A) A variedade de sotaques brasileiros estão longe de correr risco de
extinção. A é usado antes de palavras que começam com o som de uma conso-
B) A força de tantos meios sociais não conseguiu conter a diversidade do ante e an antes de palavras que começam com o som de uma vogal. Por
falar brasileiro. exemplo, a telephone, an elephant.
C) De onde veio tantas diferenças linguísticas?
D) A mídia não chega à produzir uma homogeneidade nos falares nacio- O artigo definido the nunca muda de forma, ou seja, é invariável em
nais. gênero e número. Corresponde a o, a, os, as.
E) As variações de pronúncia e entonação espelha a heterogeneidade do
português. Singular Plural
The boy the boys
RESPOSTAS The girl the girls
01. A 11. C 21. A 31. E 41. B Omite-se o artigo definido diante de nomes próprio:
02. B 12. A 22. E 32. B 42. A John is in Rio.
03. E 13. B 23. B 33. A 43. C Mary speaks Spanish.
04. C 14. E 24. A 34. C 44. D
05. A 15. D 25. E 35. E 45. B Exceções:
06. E 16. A 26. D 36. B 46. A
The United States.
07. B 17. C 27. A 37. A 47. E
08. A 18. D 28. C 38. C 48. D The Soviet Union.
09. D 19. E 29. B 39. D 49. B The Amazon (o rio e a região)
10. B 20. B 30. D 40. E 50. C The Argentine (mas: Argentina)
51. D 61. C 71. B 81. C 91. D Não se emprega the com substantivos abstratos, considerados em
52. E 62. D 72. C 82. E 92. D sentido geral:
53. D 63. B 73. A 83. C 93. C Honesaty is the best policy.
54. A 64. A 74. B 84. E 94. E Gold is more valuable than silver.
55. D 65. A 75. D 85. D 95. A
56. C 66. B 76. C 86. A 96. A
Omite-se the antes de adjetivos e pronomes possessivos.
57. E 67. B 77. E 87. B 97. D
58. B 68. A 78. A 88. C 98. E It is my pen.
59. A 69. A 79. B 89. A 99. C That pen is mine.
60. E 70. B 80. D 90. D 100. B
Os artigos indefinidos são: a, an. Diante de palavras iniciadas com
101. C 111. E 121. C 131. B 141. C som vocálico, usa-se an.
102. A 112. C 122. B 132. C 142. E
103. D 113. B 123. D 133. B 143. A Diante de palavras iniciadas com som consonantal, usa-se a.
104. E 114. A 124. E 134. E 144. B A woman an egg
105. B 115. D 125. A 135. D 145. C A month an umbrella
106. C 116. E 126. B 136. D 146. E
107. D 117. C 127. D 137. C 147. B
108. A 118. A 128. E 138. A 148. A SUBSTANTIVOS – FORMAÇÃO DO PLURAL
109. D 119. E 129. A 139. E 149. D
110. B 120. B 130. B 140. A 150. D 1) Forma-se o plural da maioria dos substantivos em Inglês, pelo acrés-
cimo de –s ao singular.
151. A 161. B 171. D 181. B 191. D Singular Plural
152. C 162. D 172. A 182. E 192. C Pen pens
153. D 163. D 173. C 183. B 193. E Chair chairs
154. B 164. C 174. E 184. D 194. B
155. E 165. B 175. E 185. D 195. C
Car cars
156. A 166. A 176. C 186. D 196. A 2) No entanto, existem grupos de palavras que têm formas irregulares no
157. A 167. B 177. A 187. A 197. D plural.
158. C 168. C 178. B 188. B 198. B Às terminadas em s, x, z, ch e sh acrescenta-se es.
159. B 169. B 179. C 189. C 199. E Mutch – mutches
160. A 170. E 180. D 190. A 200. C Box – boxes
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Baby – babies POSIÇÃO
Canary – canaries Existem três posições principais para adjetivos, embora a regra geral
seja o adjetivo preceder o substantivo.
Às palavras que terminam em – o - precedido de consoante, acrescen-
ta-se –es. Posição Descrição Exemplo
Echo – echoes
Tomato – tomatoes Antes de um substantivo Atributivo The careful student
Como complemento do The student is worried
Certas palavras terminadas em –f ou –fe, geralmente mudam esta ter- Predicativo
sujeito ou objecto I consider him special
minação para –ves. Atributivo colocado
Wife – wives Segue imediatamente o That is something inter-
após o substantivo
Hoof – hooves substantivo esting
(post-positive)
Alguma palavras têm formas excepcionais no plural.
(1) Muitos adjetivos podem ser colocados em posições atributivas ou
Tooth – teech
predicativas, p. ex: careful.
Foot – feet
(2) Alguns são só atributivos, p. ex: I felt utter astonishment.
Mouse – mice
(3) Alguns são só predicativos, p. ex: The boys are asleep.
Louse – lice
(4) Poucos são só atributivos colocados após o substantivo e são
Ox – oxen, oxes
usados em situações muito específicas, p. ex: the president elect.
Man – men
Child – children
COMPARAÇÃO
Brother-in-law – brothers-in-law
São possíveis três tipos de comparação: ao mesmo grau; a um grau
superior; a um grau inferior.
Palavras que por seu sentido são “incontáveis”, como líquido, gás, pó,
Ao mesmo grau - comparativo de i-
etc. não admitem terminação no plural. John is as tired as Jill
gualdade
Gas sugar cake
A um grau superior - comparativo de
Water soap toof Jill is more tired than John
superioridade ou superlativo relativo de
Coffee hair beer Jill is the most tired person
superioridade
Tea money rain
A um grau inferior - comparativo de in-
Jill is less tired than John
ferioridade ou superlativo relativo de
Com estes substantivos não se empregam os artigos indefinidos, ou Jill is the least tired person
inferioridade
números. Usam-se, ao invés, as expressões:
Some, a little, a lot, etc.
As comparações podem ser formadas adicionando -er, -est ao final de
um adjetivo, ou utilizando more / less than ou the most / the least.
GÉNERO
Em geral, os substantivos em inglês não identificam géneros. Por e- Normal Comparativo Superlativo
xemplo, book não é uma palavra masculina nem feminina. Alguns substan- Tall Taller Tallest
tivos definem géneros quando são palavras que se usam para referir Beautiful More beautiful Most beautiful
especificamente homens e mulheres, ou machos e fêmeas:
Adjetivos com formas irregulares:
Masculino Feminino
Actor Actress Normal Comparativo Superlativo
Monk Nun Good Better Best
Hero Heroine Bad Worse Worst
Boy Girl Farther Farthest
Dog Bitch Far
Further Furthest
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Ordinal - multi- • "Someday" = algum dia (Advérbio)
Números Cardinal Fraccionário Ex: He'll fall in love someday. (Ele irá se apaixonar algum dia.)
plicativo •
• "Somehow" = de alguma maneira (Advérbio)
30 Thirty Thirtieth Thirtieth
• We'll find the solution for this problem somehow. (Nós acharemos
40 Fourty Fortieth Fortieth a solução para este problema de alguma maneira.)
• "Somewhere" = em algum lugar (Advérbio)
50 Fifty Fiftieth Fiftieth • It's got to be somewhere! (Tem que estar em algum lugar!)
60 Sixty Sixtieth Sixtieth • "Any" = nenhum (Advérbio)
• It didn't make any difference. (Não fez diferença nenhuma.)
70 Seventy Seventieth Seventieth • "Anyhow / anyway" = de qualquer maneira (Advérbio)
80 Eighty Eightieth Eightieth • They told them not to do it, but they did it anyhow. (Eles os alerta-
ram para não fazerem aquilo, mas eles o fizeram de qualquer ma-
90 Ninety Ninetieth Ninetieth neira.)
• "Anywhere" = em qualquer lugar (Advérbio)
A / one hun-
100 A / one hundred A / one hundredth • He can be anywhere. (Ele pode estar em qualquer lugar.)
dredth
• "Nothing" = de nenhuma maneira, nada parecido (Advérbio)
200 Two hundred Two hundredth Two hundredth • His ideas are nothing like mine, but I love him anyway. (As ideias
Three hun- dele não são nem um pouco parecidas com as minhas, porém eu
300 Three hundred Three hundredth o amo de qualquer maneira.)
dredth
• "Nowdays" = hoje em dia (Advérbio)
400 Four hundred Four hundredth Four hundredth
• I'm old and nowadays all I want is peace. (Estou velho e a única
500 Five hundred Five hundredth Five hundredth coisa que quero hoje em dia é paz.)
• "Nowhere" = de lugar nenhum (Advérbio)
600 Six hundred Six hundredth Six hundredth • It seemed to come from nowhere, until we discovered its wisdom.
Seven hun- (Parecia não ter vindo de lugar nenhum, até conhecermos sua sa-
700 Seven hundred Seven hundredth bedoria.)
dredth
• "All" = tudo (Advérbio)
800 Eight hundred Eight hundredth Eight hundredth
• He's got it all! (Ele tem tudo / é demais!)
900 Nine hundred Nine hundredth Nine hundredth • "Most" = mais (Advérbio)
• Which is the most fascinating, to love or to be loved? (O que é
A / one thou- A / one thou-
1000 A / one thousandth mais fascinante, amar ou ser amado?)
sand sandth
• "No" = não (Advérbio)
10.000 Ten thousand Ten thousandth Ten thousandth • Would you like another piece of pie? No, thank you. (Você gostaria
A / one hundred A / one hundred A / one hundred thou- de um outro pedaço de torta? Não, obrigado.)
100.000 "Before" = antes (Advérbio)
thousand thousandth sandth •
• Haven't we met before? (Nós já não nos encontramos antes?)
1.000.000 A / one million A / one millionth A / one millionth
• "After" = depois (Advérbio)
1.000.000 • I arrived an hour after they did. (Eu cheguei uma hora depois que
A / one billion* A / one billionth A / one billionth
.000 eles chegaram.)
• "Too" = muito, além do necessário, conveniente (Advérbio)
PREPOSIÇÕES • These shoes are too big for me. (Estes sapatos são muito grandes
para mim.)
MONOSSILÁBICAS • "So" = tão (Advérbio)
As At But By • He was so nervous that he couldn't speak. (Ele estava tão nervoso
Down For From In que não conseguia falar.)
Like Near Of Off • "Neither" = nem (Advérbio)
On Out Past Per • I don't speak German. Neither do I. (Eu não falo alemão. Nem eu.)
Round Through To Up • "Enough" = suficiente (Advérbio)
With • Are you confortable enough? (Você está confortável o suficiente?)
• "Still" = ainda (Advérbio)
POLISSILÁBICAS • Are they still here? (Eles ainda estão aqui?)
• "Yet" = ainda (Advérbio)
About Above Across After • We haven't done much about it yet, but we will. (Nós não fizemos
Against Along Among Around muito a respeito disso ainda, mas faremos.)
Before Behind Below Beneath • "Since" = desde (Advérbio)
Beside Between Beyond During • I saw her last year, but I haven't seen her since. (Eu a vi no ano
Except Inside Into Onto passado, mas não a vi desde então.)
Opposite Outside Over Throughout
• "When" = quando (Advérbio)
Toward(s) Under Underneath Until
• When are they coming? (Quando eles virão?)
Upon Within Without
VERBOS
ADVÉRBIOS
Auxiliares
Advérbio é uma palavra ou grupo de palavras que descreve ou qualifi-
O que são os tais dos verbos auxiliares? Eles são a base da língua in-
ca um verbo, um adjetivo, um outro advérbio ou uma sentença.
glesa. Todos os outros milhares de verbos giram em torno deles.
Exemplos:
Vocês sabiam que não é possível fazer uma oração negativa ou inter-
• "little" = menos que, não passa de (Advérbio)
rogativa sem usar um deles? Vejam 'do', por exemplo, cuja função é colo-
• Ex: That story is little more than gossip. (Esta história não passa car o verbo principal no presente (falar no tempo presente):
de fofoca.)
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Eu não gosto de fumar: Do
I do not like smoking. 1. 'do' é usado em frases negativas para colocar o verbo principal no
Do you like smoking? presente:
Se vocês estiverem dominando os auxiliares, o restante é fácil. Se ne- • I don't want this - Não quero isto.
cessário, é só ir ao dicionário e procurar qualquer outro verbo existente na • I don't think it is important - Não acho que é importante.
língua para construir em cima deles. • I don't go out on Mondays - Não saio nas segundas.
Todos os tempos verbais nascem deles. • I don't take sugar in my coffee - Não uso açúcar no café.
• I don't smoke or drink - Não fumo nem bebo.
TO BE Obs.: usamos 'do' porque não podemos dizer ' I want not, I think not
etc, pois só podemos colocar a partícula 'not' depois de verbos auxilia-
Present form of the verb to be res.
The affirmative 2. 'do' é usado também em frases interrogativas:
I am eu sou, eu estou • Do you smoke? - Você fuma?
You are você é, está • Do you want this?
He is ele é, está. • Do you think it is important?
She is ela é, está • Do you go out on Mondays?
It is ele é, ela é, está - para objetos • Do you take sugar in your coffee?
We are nós somos, estamos • Do you smoke or drink?
You are vocês são, estão 3. com 'he', 'she' e 'it' acrescentamos 'es' ao 'do':
They are eles, elas são, estão • She doesn't want this.
• Does he think it is important?
The negative
• 'Do' não aparece em frases afirmativas, mas note o seguinte:
I am not - I'm not
You are not - you're not, you aren't • They like meat.
He is not - he's not, he isn't • He likeS meat
She is not - she's not, she isn't • She likeS meat
It is not - it's not, it isn't • It likeS meat
We are not - we're not, we aren't
You are not - you're not, you aren't CAN
They are not - they're not they aren't
Can 'poder' físico e 'poder' mental; ou ainda permissão informal.
The interrogative
Am I? Poder físico:
Are you? I can walk - Posso andar;
Is he? Poder mental:
Is she? I can speak English - Sei falar inglês;
Is it? Permissão informal:
Are we? Can I come in? - Posso entrar?
Are you?
Are they? Nas negativas podemos usar can para sugerir proibição:
You can not go in there - Você não pode entrar aí.
Past form of the verb to be
The affirmative COULD
I was - eu estava, eu era
You were Could é geralmente usado como o passado de can:
He was • I couldn't go there - Não pude ir lá.
She was
• Could you give me your name? - Poderia me dar seu nome?
It was
• I could swim when I was 10 - Eu sabia nadar quando eu tinha 10
We were
anos.
You were
They were
DID
The negative
O passado simples
I was not - I wasn't
Nas frases afirmativas usamos a segunda coluna da lista de verbos:
You were not - you weren't
I went to the cinema last night (Fui ao cinema ontem à noite).
He was not - he wasn't
She was not - she wasn't A negativa é formada por didn't + a primeira coluna:
It was not - it wasn't I didn't go to the cinema by myself last night (Não fui ao cinema sozi-
We were not - we weren't nho ontem à noite).
You were not - we weren't
They were not - they weren't A interrogativa:
Did you go to the theatre last night? (Você foi ao teatro ontem à noite?)
The interrogative
O passado simples é sempre usado com uma referência de tempo: on-
Was I?
tem, hoje pela manhã, ano passado etc.
Were you?
Was he?
Was she? WILL
Was it?
Were we? 1. Se você estiver conversando com alguém e durante essa conversa
Were you? você decide fazer algo, então você deve usar will para expressar essa
Were they? decisão, uma decisão no momento da fala: Ok, ok. I will go with her
(Tudo bem, eu irei com ela).
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2. Usamos will para falarmos sobre fatos definitivos no futuro: I will turn Alguns autores citam might como se ele afastasse ainda mais a possi-
39 next June (Farei 39 anos em junho). bilidade de algo se realizar:
3. Will também é usado para fazer ameaças ou enfatizar uma posição: I I might go, I really don't know (Talvez, talvez eu vá, realmente não sei).
will not let you use such methods (Não permitirei que você use tais mé-
todos). Ought to
4. Usamos will para oferecer: I'll post those letter for you (Colocarei estas • Ought to é mais forte que should: I do think you ought to speak to
cartas no correio para você). your mother about this.
5. Will é usado com if e when: If you study hard, you will pass (Se você • Realmente acho que você deveria falar com sua mãe sobre isso.
estudar bastante, você passará).
When I arrive, I will have a cold shower (Quando eu chegar, vou tomar Must (modal verb neg short form mustn't)
um banho frio). 1. Must na afirmativa expressa obrigação, geralmente pessoal: I must
finish this work in three days' time (Tenho que terminar este traba-
WOULD lho em três dias).
2. Na negativa must expressa proibição:
Would é o passado de will, e serve-nos da seguinte forma: se no por- You mustn't smoke in here (Você não deve fumar aqui - não é
tuguês temos 'gostaria', 'andaria', 'amaria' etc, isto é, sempre que tivermos permitido).
o sufixo 'ia' depois do 'r', temos 'would' em inglês, assim: I would like to go
there = I'd like to Fonte: http://www.casadoalan.com/Had.html