Você está na página 1de 8
Juan E. Diaz Bordenave 9 QUEE_ IUNICAGAO ora brasiliense n Juan B, Diaz Bordenave representando 0 maior vulto na comunicago global da sociedade. Uma maior proporedo desta acontece na vida familiar e de relagdo didria entre ‘as pessoas, no trabalho, na recreagdo, no comércio eno esporte. ‘A comunicagio interpessoal, caracteristica da sociedade tradicional, que muitos pensavam que seria suplantada pela comunicago impessoal dos meios eletronicos, hoje esté de novo em ascenso, talvez como uma reagdo contra a massi- ficagdo e 0 comercialismo dos meios de massa. Mas a razo mais provével da revalorizagdo do coléquio, do encontro, do bate-papo, talvez seja porque © homem-individuo esta encontrando sua identidade verdadeira de homem-social. No seio do associativismo em ascensio e da luta pelo fortalecimento da “‘sociedade civil”, 0 homem esté reaprendendo a comunicagdo pessoa a pessoa, DO GRUNHIDO AO SATELITE, Assim como cresce e se desenvolve uma grande 4ryore, a comunicacgo evoluiu de uma pequena Semente — a associacao inicial entre um signo e um ‘objeto — para formar linguagenis e inventar meios ‘que vencessem o tempo e a distancia, ramificando- ‘$e em sistemas e instituigdes até cobrir 0 mundo yM seus ramos. E néo contente em cobrir o indo, a grande drvore jé comecou a langar is brotos & procura das estrelas. ‘Acomunicagao humana tem um comeso bastante oso. Realmente no sabemos como foi que homens primitivos comecaram a se comunicar fe si, se por gritos ou grunhidos, como fazem “animais, ou se por gestos, ou ainda por combi- s de gritos, grunhidos e gestos. lurante bastante tempo discutiu-se a origem fala humana. Alguns afirmavam que os primei- Juan E, Diaz Bordenave — Oque é Comunicagiio 28 ros sons usados para criar uma linguagem eram imitages dos sons da natureza: 0 cantar do péssaro, 0 latido do cachorro, a queda d’égua, 0 trovao. Outros afirmavam que os sons humanos vinham das exclamagées espontaneas como o "ai" da pessoa ferida, 0 “ah” de admiragdo, 0 “gett” da faria. Nada impede que se pense também que o homem primitivo usasse sons produzidos pelas mos e os pés, @ nao sé pela boca. Poderia ainda ter produzido sons por meio de objetos, como edras ou troncos ocos. Qualquer que seja 0 caso, 0 que @ historia mostra € que os homens encontraram a forma de associar um determinado som ou gesto a um certo objeto ou aco. Assim nasceram 0 signo, isto &, qualquer coisa que faz referéncia a outra coisa ou idéia, e a significagao, que consiste no uso social dos signos. A etribuicdo de significados a determinados signos é precisamente a base da comunicacéo em geral eda linguagem em particular. Outra grande invencgo humana foi a gramdtica, isto €, 0 conjunto de regras para relacionar os signos entre si, As regras de combinacdo sto necessérias pela seguinte razio: se o homem possui um ‘epertério de signos, teoricamente poderia combind-los de infinitos modos. Se cada pessoa combinasse seus signos a seu modo, seria muito diffeil comunicar-se com os outros. Gracas gramética, 0 significado j4 ndo depende s6 dos signos_mas também da estrutura de sua apre- sentaco. E por isto que néo é a mesma coisa dizer: “Um urso matou meu pai”, que dizer: “Meu pai matou um urso."” De posse de repertérios de signos, e de regras para combiné-los, 0 homem criou a linguagem. Eventualmente os homens aprenderam a distin- guir modos diversos de usar a linguagem: modo indicativo, declarativo, interrogativo, imperativo, traduzindo as diferentes. intengdes ‘dos interlo- cutores. Compreendeu'se que, na linguagem, algumas palavras tinham a funcdo de indicar agdo, outras de nomear coisas, outras de descrever qualidades 0u estados das coisas etc. Evidentemente, quando criaram a linguagem, os homens primitivos no imaginavam que estas funcdes algum dia recebe- iam os nomes de verbo, substantivo, adjetivo, advérbio etc. Vencer o tempo ea distancia ‘Parece haver poucas dividas de que a primeira organizada de comunicagéo humana foi a uagem oral, quer acompanhada ou no pela gem gestual. linguagem oral, entretanto, sofre de duas s limitagdes: a falta de permanéncia e a falta

Você também pode gostar