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TRANSPORTE FERROVIÁRIO:
5. FTC Ferrovia Tereza Cristina, que arrema-
SITUAÇÃO ATUAL E tou e explora a malha isolada de Santa Catarina da RFFSA;
PERSPECTIVAS 6. CFN Cia. Ferroviária Do Nordeste, que arre-
matou e explora a Malha Nordeste da RFFSA;
7. FERROBAN Ferrovia Bandeirantes S/A, que
Bernardo Figueiredo(1) arrematou e explora a Malha da FEPASA, transferida pelo
Estado de São Paulo ao Governo Federal e incorporada à
RFFSA;
1. O Modelo Desestatização do Sistema Ferroviário
8. Ferrovia Paraná S/A FERROPAR, que arre-
Inicialmente, é importante distinguir os diferentes matou e explora a linha ferroviária da FERROESTE.
processos que formaram o grupo de empresas concessionári-
as de serviços públicos de transporte ferroviário de cargas
existentes hoje no País. O primeiro grupo é composto das A desestatização dos serviços públicos de transpor-
concessões integrais, ou seja, aquelas em que as concessio- te ferroviário deste grupo tratou, objetivamente, da conces-
nárias são proprietárias dos ativos ferroviários que exploram, são da exploração dos serviços públicos de transporte ferro-
mais especificamente, a via permanente e os equipamentos. viário de carga à iniciativa privada, sem a transferência de
Neste grupo estão incluídas as concessionárias: ativos. As vias, as oficinas e terminais, as locomotivas e os
1. A Companhia Vale do Rio Doce CVRD, que vagões, enfim, toda a infra-estrutura e equipamentos foram
construiu e opera a Estrada de Ferro Carajás - EFC e a arrendados às concessionárias por um período de 30 anos
Estrada de Ferro Vitória - Minas - EFVM, a CVRD foi prorrogáveis por igual período. Outras características destas
privatizada junto com os outros negócios da companhia. concessões são:
2. A Ferronorte S/A Ferrovias Norte Brasil, que a) As concessionárias têm que cumprir metas de
tem concessão para construir e operar uma malha ferroviária produção de transporte e redução do número de acidentes,
na região Oeste e Norte do País, e já implantou e está operan- cujo cumprimento impõe a realização de investimentos na
do o primeiro trecho, de 408 km, ligando Aparecida do recuperação, ampliação e modernização dos bens arrenda-
Taboado MS e Alto Taquari-MS, e sempre foi controlada dos;
pela iniciativa privada. b) Os investimentos são reversíveis, ou seja, perten-
Além dessas, enquadra-se neste grupo a VALEC - cem ao patrimônio da concessão e não da concessionária e
Engenharia, Construções e Ferrovias S/A, empresa estatal serão indenizados no final da concessão pelo seu saldo não
em processo de privatização, que detém a concessão para depreciado, com exceção dos investimentos em superestru-
construir e operar a ligação ferroviária de Belém-PA à região tura de via, que não serão indenizados.
de Goiânia-GO, e que já implantou e opera com a CVRD o
primeiro trecho, de 226 km, entre Imperatriz-MA e Estreito-
TO. 2. A Desestatização foi um Sucesso
Um segundo grupo, que é composto pelas 7 conces- Os resultados alcançados nos primeiros anos de ope-
sionárias que arremataram as malhas ferroviárias no proces- ração privada das ferrovias foi um sucesso, tanto do ponto de
so de desestatização da Rede Ferroviária S/A RFFSA e vista do resgate da ferrovia como alternativa de transportes
Ferrovia Paulista S/A FEPASA (incorporada à RFFSA) e quanto do ponto de vista do equilíbrio fiscal do Governo Fe-
pela concessionária da Ferrovia Paraná Oeste S/A deral e do saneamento financeiro da RFFSA.
FERROESTE, empresa do Estado do Paraná, que concedeu No período que antecedeu a transferência da explo-
a exploração da sua linha à iniciativa privada, seguindo o ração dos serviços de transporte ferroviário para a iniciativa
mesmo modelo adotado para a RFFSA. São elas: privada, o Governo Federal teve que investir no sistema
1. Ferrovia Novoeste S/A Novoeste, que arrema- RFFSA e FEPASA US$ 9,9 bilhões para cobertura de seus
tou e explora a Malha Oeste da RFFSA; prejuízos operacionais e pagamento de seus passivos. Nos
três primeiros anos da desestatização, o Governo Federal e a
2. Ferrovia Centro Atlântica FCA, que arrema-
RFFSA/FEPASA já arrecadaram R$ 1,5 bilhão com o paga-
tou e explora a Malha Centro-Leste da RFFSA;
mento de arrendamento, concessão e impostos, e arrecadam,
3. MRS Logística S/A MRS, que arrematou e anualmente, mais R$ 300 milhões só com o pagamento da
explora a Malha Sudeste da RFFSA; concessão e arrendamento.
4. ALL América Latina Logística, que arrema- Além disso, foram investidos na recuperação, am-
(1)
Diretor Executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).
30 0
TOTA L
a) A instabilidade do mercado financeiro internaci-
20 0
onal, marcado pelas crises da Ásia em 1997, da Rússia em
10 0
1998, do Brasil em 1999 e da Argentina em 2001, pratica-
0
mente, impossibilitaram o acesso a fontes externas de finan-
ciamento, elemento fundamental no modelo de desestatização
19 9 4 19 9 5 19 9 6 19 9 7 19 9 8 19 9 9 20 0 0 20 0 1*
50,00
As dificuldades de natureza estrutural decorrem do
140
40,00
fato de que as ferrovias foram, na sua maioria, construídas
120
30,00
no final do século XIX e início do século XX, o que traz
100
20,00
como conseqüências:
80
60
10,00
a) A economia moderna do Brasil é totalmente dife-
40
0,00
1000
viário e é uma das principais causas de acidentes ferroviári-
os, em função do elevado número de cruzamentos da ferro-
25
20 800
10 400
0
200
0
sinalização.
90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00
13%
PRODUTIVIDADE DE LOCOMOTIVAS
MILHARES DE TKU / LOCO EM TRÁFEGO
106.905
800.000
700.000
600.000
300.000
TOTAL
FERROVIA
200.000
RFFSA + FEPAS
120
100.000
0 100
75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98
80
TOTAL
60
FERROVIA
40 RFFSA + FEPASA
FERROVIÁRIO
CABOTAGEM
900
800
700 combustíveis
600 salários