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O empreendedorismo como fator de sustentabilidade nas pequenas empresas

Rosiane Cristina Gonçalves Cardoso Machado1


Maria José Urioste Rosso2

Resumo

As micro e pequenas empresas contribuem para o crescimento e desenvolvimento do nosso país.


São as pequenas empresas as responsáveis por grande parte dos empregos e da produção de
riquezas. Apesar desses dados colocados, ainda é grande o número de empresas que não
conseguem se manter no mercado devido a falta de conhecimento e inovação. O objetivo deste
trabalho, ainda que de maneira limitada, é demonstrar que a empresa pode se tornar sustentável
através do espírito empreendedor de seus gestores, que confere à mesma sustentabilidade.

Palavras chave: Pequenas empresas, Empreendedorismo, Sustentabilidade.

Abstract:

The micro and small businesses contribute for our country growth and development. The small
businesses are responsable for great part of job offers and wealth production. even with all those
data, it´s still very large the number of businesses that can´t keep in the market due to the lack of
knowledge and inovation. the objective of this article, despite its limitation, is showing that the
businesses can become sustainable through an entrepreneurial spirit that is attributed to that
sustainability.

Key words:small businesses, entrepreneurship, sustainability

1
Graduanda em Administração, pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo, U.E. de Lorena.
rojuquim@hotmail.com
2
Orientadora do artigo; Doutora em Sociologia -Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; docente da
disciplina Saúde Mental e Trabalho, UNISAL, U.E. de Lorena. uriosterosso@uol.cm.br

1
Introdução

Muito tem-se discutido a respeito das micro e pequenas empresas, entretanto um uma questão nos
preocupa: muitas empresas nascem todos os anos e poucas conseguem sobreviver. Este trabalho
tem como propósito demonstrar a importância do empreendedor frente às pequenas empresas,
que a sustentabilidade da mesma pode ter como base a forma de administração de seus
proprietários e gerentes.
Sustentabilidade é um termo relativamente antigo, originário do saber técnico da
agricultura no século XIX (SUNKEL, 2001 apud DALMORO, 2009, p.89).
Um outro conceito muito importante para este estudo é o de empreendedorismo
A idéia de empreendedorismo sustentável tem emergido recentemente e seus parâmetros
ainda não estão completamente definidos pela literatura(DALMORO, 2009, p.92).
Sobre empreendedorismo pode-se dizer que trata-se de uma dimensão significativa
quando aborda-se o tema “sustentabilidade” porque pesquisas acerca do tema de
empreendedorismo sustentável têm ganhado espaço na interação dos campos de
empreendedorismo e desenvolvimento sustentável por ligar o nível micro das atividades
empreendedoras, com as mudanças no nível macro do sistema social-ecológico (TILLEY, 2007,
apud DALMORO, 2009, p. 88).
Este artigo pretende abordar o empreendedorismo como o grande fator responsável pela
sustentabilidade das pequenas empresas no Brasil. O administrador do pequeno negócio precisa
ser um empreendedor, inovador, capaz de se adaptar às mudanças rápidas no cenário econômico.
Sendo as micro e pequenas empresas mais preocupadas com o empreendedorismo
econômico, o papel do empreendedor inovador é de fundamental importância para tornar o seu
negócio competitivo e sobrevivente no mercado atual.
A sustentabilidade econômica e financeira é elemento essencial para o sucesso da
organização. O desenvolvimento sustentável de uma pequena e média empresa requer a definição
de uma política realista, focada nas condições do mercado(ANTONIK, 2004, p. 4).
O objetivo deste artigo é demonstrar a importância da administração sustentável de uma
pequena empresa para o crescimento e desenvolvimento econômico e social de nosso país.

2
1 O empreendedor e o empreendedorismo nas pequenas empresas

Muito se tem discutido a respeito do que é ser um empreendedor e muitas definições


surgem para tentar interpretá-lo.
O termo empreendedor – do francês – entrepreneur – significa aquele que assume riscos
e começa algo novo.
O empreendedor não é somente o fundador de uma empresa ou o construtor de um
negócio. Ele é a energia que movimenta a economia de um país, o dinamizador de novas idéias e
um farejador de oportunidades.
“O empreendedor é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma idéia ou projeto
pessoal, assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente” (CHIAVENATO,
2008, p.03).
Buscando ser bem sucedido o empreendedor deve, além de criar seu próprio negócio, o
que envolve muita emoção, paixão, impulso, inovação e intuição, saber geri-lo para mantê-lo e
sustentá-lo em um ciclo de vida prolongado e obter retorno de seu investimento. É preciso saber
administrar, planejar, organizar, dirigir e controlar todas as atividades relacionadas ao seu
negócio.
Na verdade, o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é
dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar
oportunidades(CHIAVENATO, 2008, p.07).
De acordo com uma pesquisa do Sebrae (2005), algumas características contribuem para o
sucesso pessoal do empreendedor:
Capacidade de assumir riscos calculados - uma combinação de ousadia, coragem, controle e
determinação. Quando o empreendedor coloca em risco seu patrimônio acima de sua segurança
como assalariado , ele está colocando seus ideais em primeiro lugar. É preciso saber administrar
os riscos da atividade escolhida.
Identificar oportunidades - é estar atento a tudo que acontece à sua volta, é ter curiosidade e
descobrir o que o seu cliente precisa.
Liderança - procura incentivar seus colaboradores e os mantêm motivados influenciando-os a
executar as tarefas necessárias.
Metas e objetivos - estabelece objetivos de longo prazo e estabelece metas de curto prazo.
Persistência - capacidade de direcionar e manter o direcionamento da empresa rumo ao sucesso.

3
Visão global – a satisfação do “cliente” é a chave do sucesso para qualquer empresa, no caso o
cliente não é só o cliente externo, mas os funcionários, os fornecedores e toda a sociedade na qual
a empresa está inserida.
Atualização - estar disposto a aprender sempre, buscando o conhecimento dentro e fora de seu
ramo de atividade, inovando sempre que possível.
“O empreendedorismo é um fenômeno cultural, ou seja, empreendedores nascem por
influência do meio em que vivem. Pesquisas mostram que os empreendedores tem sempre um
modelo, alguém que os influencia”(DOLABELLA, 2006, p.11).
“O empreendedorismo exige devoção, comprometimento de tempo e esforço para que o
negócio possa se transformar em realidade e crescer” (CHIAVENATO, 2008, p.22).
O empreendedor apesar de ser dono de seu próprio negócio está longe de ser
independente, pois trabalha em parceria com sócios, empregados, clientes, fornecedores e sua
própria família. Trabalham muito mais tempo do que se fossem empregados e experimentam um
nível de estresse mais elevado. Porém a maioria considera seu trabalho gratificante e poucos
querem se aposentar.
“O empreendedor se faz por meio de acumulação de habilidades, know how, experiência e
contatos, é possível aprender a ser empreendedor” (DOLABELLA, 2006 ).
Numa pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM-2003), são comparados o grau
de empreendedorismo de cada povo. As porcentagens da população entre 18 a 64 anos que se
dedicam ao empreendedorismo são:

México 18,7
Austrália 15,6
Nova Zelândia 15,2
Coréia do Sul 15.
Brasil 14,2
Irlanda 12,2
Estados Unidos 11,7
Cingapura 5,2
Japão 5,1
Bélgica 4,6

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No Brasil , como mostra a pesquisa, mais de 14% da população adulta está envolvida em
alguma atividade empreendedora. Seja por independência financeira ou por simples
sobrevivência, entre 1985 e 2001, mais de oito milhões de empresas foram registradas nas juntas
comerciais do país.
“O mercado recompensa o empreendedor que tem visão estratégica, criador de soluções e
inovações, zeloso no atendimento ao cliente e que sabe como gerir o negócio com
profissionalismo e seriedade” (CHIAVENATO, 2008, p.14).
Quando se pensa em empreendimento de sucesso, há uma busca incessante em definir
uma estratégia eficaz para obtê-lo.
No Brasil, a partir de 1990, com a abertura do mercado brasileiro à competição
estrangeira, são observadas transformações na estratégia mercadológica das empresas nacionais.
O mercado globalizado impõe novos desafios para as empresas que tentam sobreviver na
atualidade: desenvolver vantagens competitivas e sustentáveis, ou seja, algo que o consumidor
perceba como um diferencial entre um produto de uma empresa e o da concorrência.
“Segundo recentes pesquisas, o atendimento de qualidade ao cliente é o que determinará o
crescimento das empresas na próxima década” (ABDALLA, 2006).
O empreendedor geralmente escolhe seu ramo de atuação de acordo com suas afinidades,
habilidades e experiência profissional, fazendo do seu negócio o melhor para ele, pois consegue
juntar a experiência e seus conhecimentos com as necessidades do mercado.
As empresas de hoje precisam aprender a administrar para empreender, hoje é
responsabilidade social fazê-lo.

1.1 Importância da profissionalização do Empreendedor

A liderança numa empresa de pequeno porte, muitas vezes é exercida pelo proprietário, já
que as empresas são menores e suas estruturas muito simples. O empreendedor precisa estar em
busca de atualizações constantes , procurando a satisfação de todos os envolvidos nos negócios,
os chamados stakeholders.
“Os líderes devem ser estudantes vitalícios, a procura de novos meios de aprender,
acreditam e investem nas pessoas. Organizam equipes com enfoque no cliente, celebrando os
sucessos e encorajando a colaboração, lideram pelo exemplo.”(WHITELEY, 1999, p.16).
A Administração moderna precisa ser empreendedora, conforme relata Drucker:

5
A Administração empreendedora exige administração diferente daquela que existe. Mas,
como a existente, ela requer administração sistemática, organizada e deliberada. E
embora, as regras básicas sejam as mesmas para qualquer organização empreendedora, a
empresa em atividade, a instituição de serviço público e as novas iniciativas de risco
apresentam desafios diferentes, tem problemas diferentes e precisam se resguardar de
tendências degenerativas diferentes. E há necessidade também de que todos os
empreendedores, enfrentem com determinação decisões sobre seus próprios papéis e seus
próprios compromissos (DRUCKER 1998, p.197).

A cada ano que passa, aumenta o nível de escolaridade dos profissionais que trabalham
em micro e pequenas empresas. Segundo os dados, entre os anos 2002 e 2006, houve um
crescimento significativo nas contratações de profissionais com Ensino Médio e Superior
Completo. Foi constatada entre estes trabalhadores ainda uma grande redução do analfabetismo.
Alguns dados do Serviço Brasileiro de Apoio a Pequenas e Micro Empresas (Sebrae)
mostram que, em 2002, as microempresas do País registravam que, do total de empregados
(5.238.031), 28% tinham o Ensino Médio completo, o que corresponde a 1.466.649 trabalhadores
com esse nível de escolaridade. Já em 2006, essa proporção aumentou para 37,9% de um total de
6.179.810 empregados, o que corresponde a 2.342.148 pessoas.
O número de profissionais com Ensino Superior completo nas microempresas também
aumentou. Em 2002, apenas 3,8% do quadro de funcionários tinham faculdade. Em 2006, o
percentual subiu para 4,7%, o que equivale a 290.451 empregados com Ensino Superior
completo.
A contratação de mão-de-obra mais qualificada pode indicar a preocupação por parte dos
microempresários em relação ao nível de competitividade, cada vez maior.
A busca por profissionais qualificados também reflete o aumento no número de
empreendedores no País com nível superior completo e incompleto. O empreendedor que
procura se qualificar e está aberto a inovações tem maiores chances de estar atualizado, de
procurar soluções baseadas em estudos e não em suposições, aumentando suas chances de
sobrevivência num mercado cada vez mais exigente. A informação reduz a incerteza e melhora o
desempenho. Ela é arma estratégica da empresa moderna e o empreendedor deve saber utilizá-la.
Um administrador experiente, com boa instrução que utiliza procedimentos gerenciais
sistemáticos certamente tem maiores chances de obter sucesso em seu empreendimento.

2 Considerações sobre as micro e pequenas empresas

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A classificação das pequenas e micro empresas, segundo a Lei Geral das Micro e
Pequenas empresas (2006), toma como critério o faturamento bruto anual; para ser considerada
micro empresa, seu faturamento bruto anual deve ser igual ou inferior a R$ 240.000,00 ( duzentos
e quarenta mil reais); já as pequenas empresas o faturamento bruto anual deve ser superior a R$
240.000,00 ( duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 ( dois milhões e
quatrocentos mil reais).
A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas dá um tratamento especial a estas empresas,
facilitando sua gestão, diminuindo a burocracia e contribuindo para o desenvolvimento
econômico do país.
Faz-se necessário um pequeno comentário da lei para a compreensão de alguns aspectos
importantes da mesma.

2.1 Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas

O “Simples Nacional”, em vigor desde 1º de julho de 2007, é um regime especial


unificado de arrecadação de tributos e contribuições devidos pelas microempresas e empresas de
pequeno porte para a União, Estados, Municípios e Distrito Federal.
Também chamado de “Supersimples”, o sistema foi instituído pela Lei Complementar nº
123 (Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), vigente desde 15 de dezembro
de 2006.
A Lei Geral representa o reconhecimento da importância de um segmento econômico e
ainda espera obter resultados positivos com relação a formalização de mais de 1 milhão de
empresas no país.
A Lei Complementar nº 123 introduz maior justiça tributária não só por simplificar o
recolhimento de tributos por meio do regime unificado, mas por definir e prever tratamento
diferenciado e favorecido para as MPEs. A nova legislação também reduz a burocracia para a
abertura e fechamento de empresas, facilita o acesso ao crédito, estimula exportações, incentiva a
cooperação e traz inovações, como o favorecimento das micro e pequenas empresas nas licitações
públicas.

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2.1.1 Principais pontos da Lei Geral

- Órgãos gestores - Comitê Gestor de Tributação e Fórum Permanente das Microempresas e


Empresas de Pequeno Porte.
- Atividades admitidas no Simples Nacional - Em princípio toda empresa que hoje está no
Simples é elegível ao Simples Nacional, desde que não seja objeto das exceções estabelecidas no
artigo 17. Com o Simples Nacional, o atual Simples fica automaticamente extinto.
- Limite da receita bruta anual – Microempresa: receita bruta anual igual ou inferior a R$ 240
mil. Empresa de pequeno porte: receita bruta anual superior a R$ 240 mil e igual ou inferior a R$
2,4 milhões.
- Impostos e contribuições no Simples Nacional – as MPEs recolherão mensalmente mediante
documento único de arrecadação os seguintes impostos e contribuições: imposto sobre a renda da
pessoa jurídica (IRPJ), imposto sobre produtos industrializados (IPI), contribuição social sobre o
lucro líquido (CSLL), contribuição para o financiamento de seguridade social (COFINS),
contribuição para o PIS/PASEP, contribuição para a seguridade social, a cargo da pessoa jurídica,
imposto sobre circulação de mercadorias (ICMS) e imposto sobre serviços de qualquer natureza
(ISS).
As MPEs optantes do Simples Nacional estarão dispensadas do pagamento das
contribuições instituídas por entidades de serviço autônomo (Sebrae, Senai, Senac, Sesi, entre
outras) e das demais contribuições instituídas pela União.
A base de cálculo continua sendo o valor da receita bruta mensal. Porém, para efeito de
determinação de alíquota, será utilizada a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao
período da apuração.

3 O empreendedorismo e a sustentabilidade das pequenas empresas

As micro e pequenas empresas têm características que propiciam a realização do potencial


empreendedor.
Elas têm grande importância para uma nação. Geram alto volume de renda nacional e
oferecem condições excepcionais à medida que conseguem oportunizar novos empregos, criando
ou implementando inovações.
A criação de negócios é uma das causas de prosperidade das nações (MESQUITA, 2007,
p.89).
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A Itália mantém seu posto de sexta maior economia do mundo, devido a força do poder
econômico que reside nas pequenas e médias empresas, otimamente organizadas e preparadas,
sendo uma grande fonte geradora de empregos e riquezas (ANTONIK, 2004, p.1).
No Brasil, país com relevantes grandezas geo-econômicas, 60% dos empregos são
mantidos pelas micro e pequenas empresas, que geram 43% da renda nacional total.(BANCO
NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÕMICO E SOCIAL, 2002, apud DUTRA, p.
63). Sem desqualificar a inegável contribuição das grandes empresas, as micro e pequenas
empresas ajudam a preservar a saúde da economia de mercado, dificultando cartéis, monopólios
ou oligopólios(DUTRA, 2002, p. 63).
A criação e o desenvolvimento de pequenas empresas tornam-se fundamentais para a
sustentabilidade do país, contribuindo para a geração de empregos, para o desenvolvimento e
crescimento econômico. Contudo, devido às altas taxas de mortalidade dessas empresas, entre
55% e 73%, nos três primeiros anos de vida (SEBRAE, 2003), faz-se necessário que sua gestão
torne-se, cada vez mais, empreendedora, no sentido de buscar alternativas para a sua
sobrevivência e sustentabilidade no mercado.(LOPES, 2005)
Há um fato importante para tentar justificar as causas de grandes taxas de mortalidade nas
micro e pequenas empresas: boa parte delas são criadas não pela identificação de uma
oportunidade, mas pela necessidade financeira, o que pode explicar boa parte dessas mortes
prematuras, o despreparo de muitos desses empreendedores mostra-se evidente.
É consenso geral que pequenas e médias empresas não se organizam ou não se estruturam
de maneira eficiente e adequada. Isso é verdade, mas à medida que se aumenta o grau de
“alfabetização empresarial”, cresce também a força das pequenas e médias empresas(ANTONIK,
2004, p.3).
Uma organização, seja de pequeno ou grande porte, deve ter como propósito contribuir
com algo de valor para a sociedade já que são compostas por pessoas e seus relacionamentos,
todas tem como objetivo o lucro fornecendo bens e serviços para a sociedade.
As pequenas e médias empresas apresentam enorme capacidade de adaptação às
necessidades do mercado. Podem tomar decisões rápidas e pontuais, reagindo de imediato às
mudanças do mesmo (mercado).
O Relatório Brundtland é o documento que elege definitivamente o conceito de
Desenvolvimento Sustentável, como “[...] aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades”
(OLIVEIRA, 1988, P. 3).
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O desenvolvimento sustentável é definido dentro de quatro parâmetros: preservação da
natureza, eliminação da pobreza, crescimento econômico e garantia de existência das gerações
futuras - que concebidos em conjunto, conferem a possibilidade de alcançar uma sustentabilidade
que seja global.
O desenvolvimento sustentável permite que as empresas tenham melhores oportunidades
no mercado atual.
Para Souza (2001, p. 32, apud LOPES, 2005, p. 2), “ [...] no atual contexto de incertezas
e desafios, o desenvolvimento e até mesmo a sobrevivência das organizações depende, em grande
parte, da formação e da capacitação dos seus atores”. Essa formação está voltada para
conhecimento e habilidades, bem como para a busca da criatividade e da auto-realização, fatores
fundamentais do empreendedorismo, altamente relacionados com o desenvolvimento e a criação
de empresas.
As mudanças no cenário econômico mundial do final do séc. XX, propõem às empresas
uma adaptação muito rápida, elas precisam mudar, precisam aprender como sobreviver e mais
ainda, prosperar. E isso só será possível se obtiverem informações e conhecimento necessários
para tomarem decisões e serem bem sucedidas .
Sustentabilidade é um termo relativamente antigo, originário do saber técnico da
agricultura no século XIX (SUNKEL, 2001 apud DALMORO, 2009, p.89).
O empreendedor, segundo Schumpeter(1950, apud DALMORO, p 91) é aquele que inova,
contribuindo com o desenvolvimento econômico.
A idéia de empreendedorismo sustentável tem emergido recentemente e seus parâmetros
ainda não estão completamente definidos pela literatura.(DALMORO, 2009, p.92). Neste sentido,
Young e Tilley (2006, apud DALMORO, 2009, p.92) colocam que o empreendedorismo
sustentável é formado por três pilares: empreendedorismo ambiental, empreendedorismo social e
empreendedorismo econômico.
Sendo as micro e pequenas empresas mais preocupadas com o empreendedorismo
econômico, o papel do empreendedor inovador é de fundamental importância para tornar o seu
negócio competitivo e sobrevivente no mercado atual.
A idéia de sustentabilidade neste tipo de empreendedorismo está na conexão com a
sobrevivência da empresa, no senso de criação de um negócio auto-sustentável(DALMORO,
2009, p.92).

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A sustentabilidade econômica e financeira é elemento essencial para o sucesso da
organização. O desenvolvimento sustentável de uma pequena e média empresa requer a definição
de uma política realista, focada nas condições do mercado (ANTONIK, 2004, p. 4).

Considerações Finais

Este estudo limitou-se a pesquisar o empreendedorismo nas pequenas empresas como


fator importante de sustentabilidade. Procurou demonstrar, com base em estudos anteriores de
diversos autores, a contribuição das pequenas empresas para o desenvolvimento de nosso país e
como é importante o sucesso das mesmas.
Este artigo teve como objetivo principal analisar a sustentabilidade das pequenas
empresas através do espírito empreendedor. Pode-se perceber que com relação ao tema proposto,
que o empreendedorismo constitui-se em condição fundamental para que haja sustentabilidade
nas micro e pequenas empresas
O empreendedorismo sustentável , unindo o tradicional empreendedorismo com os pilares
da sustentabilidade econômica, social e ambiental.(DALMORO, p. 101) torna-se fundamental
para a saúde organizacional.
Questiona-se: - como este conceito poderá ser aplicado, operacionalizado de forma mais
ágil e eficiente na realidade brasileira das micro e pequenas empresas para que estas possam
sobreviver e prosperar ( minimizando o seu respectivo índice de mortalidade)?
Como tornar o pequeno empresário mais empreendedor e portanto mais eficiente e eficaz
em suas ações de gestão de seu negócio?
Como este tema é relativamente atual, espera-se e deseja-se que muitas novas idéias
possam emergir a respeito do tema. Que futuras pesquisas tragam mais conhecimento e
compreensão sobre o assunto e assim possam dar suporte ao planejamento, organização,
condução e controle de processos e procedimentos que conduzam os gestores ao pleno
empreendedorismo e consequentemente à sustentabilidade de suas micro e pequenas empresas.

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Referências

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Disponível em http//ead.sebrae.com.br.Acesso de 10/09/2007 a 09/10/2007.

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DALMORO, Marlon.… Visão da sustentabilidade na atividade empreendedora: uma análise a


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DOLABELLA, Fernando. O segredo de Luísa, 30ª edição, Cultura, 2006.

DUTRA, Ivan de Souza.O Perfil do empreendedor e a motalidade de micro e pequenas empresas


Londrinenses.. Dissertação aprovada como requisito para obtenção do grau de mestrado.
disponível em: www.ppa.uem.br/defesas/pdf/dis014.pdf
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