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A análise de classe, isto é, a análise que pretende entender os fenômenos sociais e políticos a partir

das relações entre classes sociais situadas no processo produtivo, é um dos pilares teóricos do
marxismo. Uma das tarefas da análise de classe, segundo Ralph Miliband, é “demonstrar as
estruturas e os mecanismos exatos de dominação e exploração” nas sociedades humanas (1996:
483). Para ser mais especí- fi co, o marxismo tem como obrigação não apenas identifi - car as
relações de exploração que se estabelecem, ao longo da história, entre produtores e proprietários dos
meios de produção, mas, também, na medida em que atribui às relações de classe a condição de
princípio estruturador da totalidade social, analisar os “mecanismos de dominação” por meio dos
quais as classes atuam na política. Nesse caso, o problema teórico fundamental, para usar as
palavras de Przeworsky, “resume-se em saber como um grupo de indivíduos ocupantes de lugares
torna-se uma coletividade em luta para a realização de seus interesses” (1989: 86). Este artigo tem
como pretexto inicial um retorno à mais consagrada análise histórica de Marx – O 18 Brumário

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