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O caso Vera:

Análise fenomenológico-existencial
de uma experiência “fracassada” ou
dos dilemas e dos impasses dos
psicoterapeutas iniciantes

Carina Limberger; Laís Nunes Santana;


Cicero Catarino de Sousa Neto; Vinícius Cutrim Ferreira;
Juliana Ferreira Martins; Vitória Campos Viana
CURTAM A ENCENAÇÃO!
INTRODUÇÃO E... QUEM É VERA?

 O caso
 Tratamento terapêutico
 Diversos estagiários
 3 anos
 Limitações dos aprendizes
 Quem é Vera?
 Iniciou o tratamento com 19 anos
 “depressiva”
 Pais desnaturados
INTRODUÇÃO E... QUEM É VERA?

 Problemas?
 Identidade
 Preocupar-se com doenças e com o pensamento dela
 Lamentações constantes
 Ideias confusas
 Pensamentos e linguagem desorganizados
 Comportamento evasivo
 A saga
 Sessões, faltas e conflitos
MOMENTOS

 1 – Nesse momento o tema central foi síntese diagnóstica


 2 – A cliente nesse momento demonstra desconfiança e ódio, e revelou sua
homossexualidade tendo ela atração e aborrecimento pela estagiária
 3 – Nesse momento, a cliente demonstrou sentimentos de atenção e animação
durante a sessão, porem questiona sobre seus relacionamentos e afirma seu
desejo em ter mais apoio
MOMENTOS

 4 – Vera teve outra orientação profissional com outra estagiária


 5 – A cliente apresenta a psicoterapeuta, a sua indefinição sexual, e ambição
destacando sua família e sua vida afetiva
 6 – a cliente experimenta a psicoterapia comportamental
MOMENTOS

 7 e 8 – Vera comenta seu progresso, porém fica constrangida, quando o assume


sua homossexualidade, e fala de sua família. A estagiária a indaga
 Vera confessa sua dificuldade de interromper as psicoterapeutas, repreende
a estagiaria a estagiária. Ela, por sua vez, se atrasa, causando desconfiança
por parte da cliente.
 A estagiária se auto avalia como incapaz de lidar com Vera
 Vera pede desculpa para estagiária, e desconfia do sigilo
 Vera confirma seu medo dos outros, de si, da estagiária, e interrompe a
conversa várias vezes
 Vera culpa os pais
MOMENTOS

 7 e 8 – a estagiária conversa sobre desejos futuros


 A psicoterapeuta avalia a cliente como transtornada
 Vera pede mais sessões
 Vera cita o “relacionamento” com a vizinha como um avanço
MOMENTOS

 9 – Vera retoma a psicoterapia pela primeira vez com psicoterapeuta do gênero


masculino
 10 – Vera continua na Gestalt com outra estagiária, que discutia seu
relacionamento com a cliente
 12 – Último processo psicoterápico de Vera. Por faltas, ela foi desligada do
NUSPA, terminando por desistir
O PSICOTERAPEUTA INICIANTE: DILEMAS E
CONFLITOS

 Carência teórica e técnica posturas escamoteadoras de insegurança


 Ausência do processo terapêutico do estagiário
 Mau manejo dos sentimentos negativos
 Desconhecimento ou desconsideração dos sentimentos transferenciais e contra
transferenciais
 Ausência de um método condizente na abordagem fenomenológico-existencial
 Descompromisso com o paciente
 Carência de auto-suporte interno
 Apoio excessivo no uso de técnicas
O PSICOTERAPEUTA INICIANTE: DILEMAS E
CONFLITOS

 Um paradoxo da lacuna angustiante


 Carência de referencial e inexperiência de vivência
 Seus aspectos emocionais devem ser neutralizados?
 Postura onipotente – arrogância / disponibilidade
 Esconde a insegurança e inexperiência
 O processo psicoterápico é um espaço de realização de desejo? Ou de
conscientização?
 Compreensão, atenção e disponibilidade X incapacidade de intervenção nas
questões
 Parecem perigosas demais
 O principal instrumento de trabalho é o próprio terapeuta
O PSICOTERAPEUTA INICIANTE: DILEMAS E
CONFLITOS

 Reação ao positivismo
 Posturas irracionalistas, anti-intelectuais ou intuitivistas
 Tripé – psicoterapia, supervisão e estudo teórico
 Guedes (1985): “ser terapeuta é um privilégio, sua arte é ‘tocar’ as pessoas”
 Temor ou encantamento com seu próprio poder
 Encobre sua polaridade oposta...
 Como lidar com os sentimentos gerados pelos e nos pacientes?
 Fator propulsor mas ao mesmo tempo complicador
O PSICOTERAPEUTA INICIANTE: DILEMAS E
CONFLITOS

 Psicoterapia como um processo interpessoal


 Integração a vida
 Meta básica
 Vivência dicotômica
 Paraíso inócuo
 O uso da técnica deve ser cuidadoso e fundamentado numa estratégia clínica
 Teoria + prática + vínculo
 Técnica como recurso facilitador da conscientização
 As atitudes e as posturas do psicoterapeuta não podem ser ensinadas, mas
podem ser aprendidas
 Fé, confiança, aceitação e respeito
O PSICOTERAPEUTA INICIANTE: DILEMAS E
CONFLITOS

 EU – TU:
 O importante da relação eu-tu é exatamente o entre, que cristaliza o clima
necessário para que as duas partes possam integrar-se num clima educacional e
terapêutico
 EU – ISSO:
 Sentimento de alteridade
 Habilidade do terapeuta – perceber o que foi transferido para si e conhecer a
realidade dos seus sentimentos
 A transferência ocorre frequentemente nas relações humanas
 Síntese pessoal própria de um conjunto de atitudes desenvolvidas
MITO DE ARIADNE E TESEU

“[...] Encorajado, Teseu fez-se incluir entre os jovens que deveriam partir na
próxima leva de “carne para o Minotauro”. Ao chegar a Creta adquiriu a certeza
de que sairia vitorioso, pois a profecia do oráculo começou a realizar-se.

Com efeito, a linda Ariadne, filha de Minos, apaixonou-se por Teseu e


combinou com ele um meio de encontrar a saída do terrível Labirinto.
Um meio bastante simples: apenas um novelo de lã.

Ariadne ficaria à entrada do palácio, segurando o novelo que Teseu iria


desenrolando à medida que fosse avançando pelo labirinto. Para voltar ao
ponto de partida, teria, apenas, que ir seguindo o fio que Ariadne seguraria
Firmemente [...]”
A FILOSOFIA FENOMENOLÓGICA-
EXISTENCIAL: UM CAMINHO

 Origem
 Corrente filosófica
 Abordagem fenomenológica existencial
 Método
A FILOSOFIA FENOMENOLÓGICA-
EXISTENCIAL: UM CAMINHO

 Temas existenciais
 Ansiedade
 Angústia
 Morte
 Culpa
 Responsabilidade psicoterapêutica
 Vivência X compreensão
VIDEO
CONCLUSÃO: CONSEQUÊNCIAS PARA A
PRÁTICA PSICOTERÁPICA

 SER – NO – MUNDO
 Relação com o mundo e revelação dos sentidos
 Pessoa + seu mundo constituem uma totalidade estrutural unitária
 Esse mundo abarca eventos passados, influencias determinantes
 O homem como “ser-no-mundo”
 Experiências passadas
 Eventos atuais
 Expectativas em relação ao futuro
CONCLUSÃO: CONSEQUÊNCIAS PARA A
PRÁTICA PSICOTERÁPICA

 OBSTÁCULOS
 Ênfase comum e exagerada à técnica
 Tendência de considerar o homem como um objeto manipulável, analisável e
mensurável
 APLICAÇÕES À PRÁTICA
 Menos técnicas e teoria e mais compreensão
 Uso flexível de técnicas
 Técnicas com cooperação do cliente, nunca impostas
 Não satisfazer desejos mas favorecer a conscientização dos desejos do cliente
 Compromisso como pré-requisito
OBRIGADO!

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