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FORTALEZA – CEARÁ
2019
PEDRO VICTOR LOPES DO NASCIMENTO
FORTALEZA - CEARÁ
2019
PEDRO VICTOR LOPES DO NASCIMENTO
Primeiramente, agradeço a Deus, a maior motivação deste trabalho. Sou grato por
me conceder o dom da vida, pelo direcionamento, ânimo e cuidado constante, e
por ter ressignificado a minha caminhada. A Ele atribuo toda a honra e a força para
a realização desse trabalho, pois tenho plena certeza de que sem Ele seria
impossível.
Sou grato aos meus pais, Pedro e Lucilda, e à minha irmã Samya, pelo amor,
cuidado e instrução. Agradeço por partilharem comigo princípios tão valorosos, pelo
investimento realizando muito além do âmbito financeiro e por me ensinarem que a
educação é uma das grandes riquezas que um homem pode ter.
Agradeço ao meu orientador, que se tornou um grande amigo, Prof. Dr. Wagner
Vinicius Amorim, pelos quase dois anos de orientação na pesquisa e na monitoria
acadêmica, pelo acolhimento, por me apoiar em momentos que precisei, e por me
desafiar a fazer coisas das quais eu não me achava capaz.
Sou grato à Cru Campus por ter desempenhado um papel fundamental ao longo
desses cinco anos de universidade e ter contribuído de forma extraordinária para o
meu desenvolvimento, me permitindo viver experiências marcantes que levarei
para o resto da vida. Dessa forma, agradeço aos grandes amigos que pude
encontrar nesse grupo, não apenas na UECE, e nem somente em Fortaleza, mas
em diversos lugares do Brasil e até do mundo. Não citarei nomes, pois seria injusto
acabar esquecendo alguém, mas de coração, sou grato por me ajudarem a me
sentir amado, acolhido e amparado, provando que é possível encontrar amigos
verdadeiros dentro do ambiente acadêmico.
Agradeço à EEFM Parque Presidente Vargas, escola onde estagiei e fui contratado
como professor, me proporcionando uma experiência incrível de aprendizagem
sobre o trabalho docente. Dessa forma, agradeço aos meus alunos e ao meu
professor supervisor durante o estágio, Assis Filho, que também contribuiu
grandemente com meu processo formativo.
Agradeço ao Prof. Dr. Otávio José Lemos Costa e ao Prof. Dr. Vitor Ribeiro Filho
por aceitarem participar da banca de avaliação deste trabalho, oferecendo
contribuições de grande importância. E também agradeço ao Pr. Nahun Maia da
Primeira Igreja Batista de Fortaleza, ao Pr. Júnior e ao Marcos Felipe da Primeira
Igreja Batista de Bom Jardim, por abrirem portas para a realização da etapa
empírica desta pesquisa.
De forma geral, agradeço a todos os outros que estiveram comigo de alguma forma
ao longo da caminhada acadêmica. Acredito que 200 páginas não seriam
suficientes para expressar minha gratidão a todos.
“O sozinho e ferido, cansado e faminto que estão
no escuro. Em terras longínquas e mares distantes,
a Luz ressurgirá.
Pois Ele é a voz que fala ao coração [...]”
(Os Arrais)
RESUMO
Since the 1980s, the religious movement of Protestant origin, especially the
Pentecostal, has been expanding throughout Brazil, conquering an increasing
number of adherents and inserting itself with greater prominence in the urban
spaces of the country. This fact has become the object of study in geographic
researches, being commonly treated under a cultural, humanist or
phenomenological approach. However, considering that cities have been
constituted as the main places of Protestant insertion in the country, the research
seeks to analyze and understand the distribution of Protestant churches in the urban
space of Fortaleza/CE. Thus, a survey of the Protestant temples of all the
denominations present in the city was carried out, considering the three great
Protestant Brazilian groups - Historical, Pentecostal and Other Protestants - seeking
to map them to make feasible a spatial analysis of the phenomenon, relating the
insertion of the churches to the demographic and socioeconomic indices of the city.
However, a bibliographical revision was necessary in the first place, resorting to the
geographical literature, involving areas such as History, Sociology, Science of
Religion and even Theology. From the qualitative point of view, questionnaires were
applied and the research in the field of specific cases was carried out, in order to
discuss particular elements to the insertion and social action of the churches. From
this, it was verified that the distribution of Protestant temples does not occur in an
equitable way in the different spaces of the city, thus provoking the existence of
areas of greater concentration of churches and others almost empty. It was also
verified that there is a plurality in the evangelical environment and that the
spatialization of the three groups of churches does not occur in the same way in the
city, presenting different spatial dynamics. Thus, it was noted that the three groups
of churches are more concentrated in the outlying areas of the city, although the
Pentecostals are more expressive in these places. Therefore, it was inferred that
the spatial dimension of the evangelical churches in Fortaleza is associated with
social and economic factors, enabling the development of reflections regarding the
way in which the Protestant advance has been manifesting in urban space.
Figura 1 – Mapa dos dez países com o maior número absoluto de cristãos
evangélicos.....................................................................................36
AD Assembleia de Deus
TP Teologia da Prosperidade
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 19
APÊNDICES....................................................................................... 206
1 INTRODUÇÃO
1 De acordo com Rosendahl (1997), o interesse pelos estudos que relacionam Religião e Geografia
vem desde a Antiguidade Clássica, porém, iniciou seu maior desenvolvimento somente a partir do
início do século XX em algumas escolas do pensamento geográfico, se consolidando apenas na
década de 1960.
20
Diante disso, cabe salientar a utilização do próprio termo igreja, visto que
este pode ser considerado como polissêmico. O dicionário Aurélio apresenta três
significados para igreja: templo cristão, autoridade eclesiástica e comunidade cristã.
Dessa forma, o presente trabalho utilizará os termos igreja e templo como
sinônimos, porém, em alguns momentos a abordagem do termo igreja poderá
designar a comunidade cristã, levando em conta os pontos aqui tratados.
primeira fase ocorreu entre maio de 2017 e agosto de 2018, com o objetivo de listar
as igrejas evangélicas de Fortaleza, com seus respectivos logradouros. sendo
realizada por meio de diferentes plataformas digitais, como Google Earth, Google
Maps e Google Street View, além de websites e com o auxílio das redes sociais.
Os dados coletados foram tabulados em planilhas e, posteriormente, foram
conferidos, tratados e mapeados a partir do software de Geoprocessamento, QGis.
estas vêm contribuindo para a transformação social dos espaços em que estão
inseridas e no enfrentamento de problemáticas da cidade.
2
Acerca da secularização, Pierucci (1998) afirma que a primeira vez que o conceito foi utilizado fora
do seio da Igreja Católica “foi para nomear o processo jurídico-político de desapropriação dos bens
eclesiásticos em favor dos poderes seculares” (PIERUCCI, 1998, p. 65). Segundo Ranquetat Jr.
(2008), o fenômeno de secularização está associado ao avanço da modernidade e representa um
conceito polissêmico que “se caracteriza fundamentalmente pelo declínio da religião, pela perda de
sua posição axial e pela autonomização das diversas esferas da vida social da tutela e controle da
hierocracia” (RANQUETAT JR., 2008, p. 68). O autor considera que dentre as várias consequências
desse fenômeno, a principal está expressa na perda de hegemonia da Igreja Católica, porém,
ressalta a discordância que há em torno da discussão acerca da secularização em virtude do
advento de outros movimentos religiosos.
30
ganharam destaque em Genebra, e se difundiram por vários países europeus, como França,
Holanda, Escócia e algumas partes da Alemanha, conforme é exposto por NICHOLS (2000).
32
7O “protestantismo brasileiro” é discutido pelo historiador francês Émile-G Léonard, que após atuar
como professor na Universidade de São Paulo no final da década de 1940, dedica-se a investigar a
33
8 Os oito grupos religiosos listados eram referentes aos adeptos ao cristianismo, islamismo,
budismo, hinduísmo, judaísmo, religiões populares ou folclóricas, outras religiões e sem filiação
religiosa.
35
9 Aqui, ao utilizar o termo “grandes regiões” não está sendo feito o uso do conceito de região,
detentor de ampla complexidade e alvo de muitas discussões epistemológicas dentro da geografia,
mas está referindo-se as regionalizações realizadas. Como destaca Souza (2013), ao tratar da
problemática que envolve o emprego de região para a América Latina, é um risco utilizar tal conceito
para se referir a um espaço tão heterogêneo e plural.
36
Um artigo publicado pelo World Atlas em 2017 indica os dez países com
a maior quantidade de cristãos evangélicos do mundo (Figura 1), baseando-se nos
dados apresentados na pesquisa do Pew Research Center. A pesquisa aponta que
existam cerca de 900 milhões de adeptos às vertentes cristãs de origem protestante
no mundo, e ressalta que os países com os maiores números absolutos de adeptos
são: Estados Unidos (160 milhões), Nigéria (60 milhões), China (58 milhões), Brasil
(41 milhões), África do Sul (37 milhões), Reino Unido (34 milhões), República
Democrática do Congo (32 milhões), Alemanha (29 milhões), Quênia (24 milhões)
e Índia (19 milhões).
Figura 1 – Mapa dos dez países com o maior número absoluto de cristãos
evangélicos
10
Segundo Nichols (2000), o Puritanismo surgiu na Inglaterra, mas pertencia ao protestantismo
reformado ou calvinista. O autor indica que os puritanos almejavam mudanças radicais, eram
favoráveis a um formato de administração presbiteriano da igreja, e considerados rígidos quanto a
moral e a disciplina.
41
11 A Escola Dominical ou Escola Bíblica Dominical, de acordo com Ramos (2017), possui o intuito
de criar um ambiente favorável ao ensino destinado à todas as idades, que são divididas em
diferentes classes. Ela surgiu com o objetivo de atender as necessidades das crianças que viviam
nas ruas de Gloucester, na Inglaterra, mas ao longo do tempo, se tornou presente na educação
cristã mundial, e passou a ter objetivos mais complexos, sendo direcionada à aprendizagem dos
valores cristãos evangélicos para a vida em sociedade.
44
12A Igreja Evangélica Fluminense é considerada a primeira igreja evangélica brasileira pelo fato de,
até então, as comunidades protestantes serem formadas exclusivamente por estrangeiros.
45
13Termo utilizado por Léonard (1981) para se referir ao processo de difusão da fé protestante
realizado pelos missionários no Brasil.
46
Se a Igreja Presbiteriana não teve os fiéis que queria nos seus primeiros
anos de atividade e foi levada a reajustar suas formas de atuação,
podemos dizer que o seu ministério entre os trabalhadores imigrantes e
nacionais e as camadas médias urbanizadas concorreu para levar àquelas
mudanças na política religiosa que a sociedade brasileira esperava e que
retornou para os próprios pastores como mecanismos facilitadores da
institucionalização da sua igreja: as aberturas constitucionais que haviam
permitido a presença do protestantismo “de capela” e do protestantismo
“de imigração” até então, foram minunciadas depois que os presbiterianos
iniciaram suas atividades pastorais e de proselitismo, praticando
14 Conforme citado anteriormente, as Igrejas Evangélicas fundadas por Kalley ou sob sua
influência passam a ser chamadas de Igrejas Congregacionais no início do século XX.
47
15De acordo com Pereira (1979), o primeiro vestígio de missão batista no Brasil se refere a Jefferson
Bowen, que chegou ao Brasil em 1859, sendo o primeiro pregador batista no país. Ele era um
missionário norte-americano que atuava no continente africano, e pediu para ser transferido ao
Brasil por motivos de saúde, visando desenvolver no país um trabalho de evangelização entre os
escravos. Todavia, seu trabalho gerou suspeitas das autoridades e sua saúde não apresentou
melhora. Em 1861, o missionário deixa o Brasil, apresentando esforços aparentemente infrutíferos.
48
local onde concentraria seus trabalhos, fundando em 1882, a primeira igreja batista
nacional16, já que dentre os seus cinco primeiros membros havia um brasileiro.
Assim se estabelecendo, o trabalho batista foi se expandindo entre as regiões Norte
e Nordeste do Brasil, que, até então, eram relativamente desocupadas pelo
protestantismo no país, como destaca Mendonça (2008).
16Aqui cabe a mesma consideração feita à Igreja Congregacional de 1858. A Igreja Batista fundada
em 1871 era unicamente composta por estrangeiros, sendo assim, a primeira igreja batista
“verdadeiramente brasileira” é apontada como a formada em 1882 na Bahia.
49
teve início na década de 1920, nos Estados Unidos, fundada por Aimeé Semple
McPherson, sendo a única das grandes denominações protestantes a ter uma
mulher como fundadora. De acordo com Mariano (2005), a IEQ chegou ao Brasil
por meio de Harold Wiliams e Raymond Boatright, dois missionários que,
anteriormente, eram atores de filmes de faroeste no cinema norte-americano, e
desenvolveram em solo brasileiro a Cruzada Nacional de Evangelização (CNE),
que possuía uma estratégia de evangelismo de massa com foco na mensagem de
cura divina.
18De acordo com Araújo (2016), a Igreja de Cristo no Brasil surgiu como Assembleia de Cristo,
mudando de nome em 1934, e recebeu o “no Brasil” a fim de não ser confundida com a Igreja de
Cristo fundada no país pelo irlandês Thomas Campbell na década de 1950.
58
20De acordo com Freston (1993), a confissão positiva é um ponto central da TP que relaciona a
obtenção de desejos com as afirmações realizadas pelo fiel.
60
21Segundo Araújo (2016), o Modelo G12, que se tornou um movimento internacional, é “um sistema
de estruturação de igrejas, também conhecido como ‘grupos familiares’, primeiramente adotado em
1967 pelo pastor sul-coreano David Yonggi Cho, para concretizar seu sonho de ter a maior igreja
do mundo” (ARAÚJO, 2016, p. 129). De acordo com o site do movimento, o número 12 está
relacionado à ideia de que cada cristão pode liderar um grupo com doze pessoas, assim como Jesus
Cristo. Esse grupo possui o objetivo de crescer, ganhando mais pessoas e envolvendo-as no
processo.
62
Fonte: Freston (1993), IBGE (2012), Machado (1997), Mariano (1999), Matos (2011), Schultz (2005)
/ Elaborado pelo autor (2018).
65
determinados, conforme o que é considerado pelo IBGE (2012) e por Jacob, Hees
e Waniez (2013), ressaltando a probabilidade de tais grupos pertencerem ao
movimento pentecostal.
Fonte: IBGE (2012), Russo e Oliveira (2011), Teixeira (2014) / Elaborado pelo autor (2018).
24 De acordo com o quadro de tipologias, apresentado no capítulo anterior (quadro 2), é possível
identificar como pentecostais na tabela 1 as denominações Assembleia de Deus, Congregação
Cristã no Brasil, Universal do Reino de Deus, Evangelho Quadrangular, Deus é Amor e Maranata.
71
no Brasil pode ser caracterizado como uma religião urbana e que tem seguido um
índice de crescimento superior ao da população brasileira (Gráfico 5). O gráfico a
seguir aponta a linha de crescimento percentual do total da população brasileira e
do número de adeptos ao protestantismo no país. Observa-se que entre os anos
de 1980 e 1991, o contingente populacional no Brasil aumentou em 23%, enquanto
que o de evangélicos cresceu em 67%. Entre 1991 e 2000, a população elevava
seu número em discretos 15% diante do vertiginoso índice de 91% de crescimento
de evangélicos no país. Entre as décadas de 2000 e 2010, o número de brasileiros
aumentou 12% e o de evangélicos 68%, diminuindo a inclinação da sua linha de
crescimento. Diante disso, infere-se que os movimentos migratórios da população
e o processo de urbanização brasileira que foi impulsionado nas últimas décadas
do século XIX, e alcançou grandes proporções ao longo do século XX, possuem
uma tênue relação com o avanço da fé evangélica.
25 O ascetismo pode ser definido como uma “doutrina moral ou religiosa que preconiza um modo de
vida austero, feito de privações e mortificações, tendo em vista alcançar a perfeição moral e o
domínio de si” (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2001, p. 19).
26 Composto por um número significativo de habitantes de diferentes segmentos religiosos ou países
27 Esse “espírito” pode ser considerado como “um conjunto de ideias e valores que permite conferir
‘sentido’ a uma atividade econômica vivida como processo abstrato de acumulação infinita”
(SOUZA, 2012, p. 29).
85
A cidade, por mais arriscado que seja atribuir-lhe uma definição descritiva
única, desempenhou e desempenha um papel preponderante na vida e na
transformação do espaço e das sociedades. Quer se trate de
desenvolvimento económico, de penetração de progressos materiais ou
de fluxos financeiros, da modificação de comportamento psicológico dos
habitantes, a concentração urbana e os mecanismos que ela favorece são
insubstituíveis. (BEAUJEU-GARNIER, 1997, p. 23).
Até o final do século XIX, a cidade do Rio de Janeiro, até então capital
do Brasil, apresentava uma hegemonia tanto no que concerne ao contingente
populacional como ao desenvolvimento de serviços e estrutura urbana. Grande
parte dos protestantes que chegaram ao país no século XIX se estabeleceram no
Rio de Janeiro, tanto é que as primeiras Igrejas Evangélicas foram fundadas na
cidade, como a Anglicana em 1822, a Congregacional em 1858 e a Presbiteriana
em 1862, promovendo assim uma maior concentração protestante nos espaços
urbanos do país, embora houvesse uma forte inserção rural em decorrência das
colônias de imigrantes que eram fundadas e do trabalho de expansão missionária
que era desenvolvido.
29
Um dos gentílicos usados para o que é natural de Fortaleza/CE, assim como fortalezense. A
origem do adjetivo está relacionada ao escritor José de Alencar, natural do município.
101
Bernal (2004) aponta para o fato de no final do século XIX, Fortaleza ser
uma cidade com cerca de 40 mil habitantes e alcançar, em pouco mais de cem
anos, a marca de 2 milhões de habitantes (Gráfico 6). De acordo com a autora, o
processo de urbanização na região Nordeste seria resultante do impacto das
atividades agropecuárias na organização espacial, enquanto que nas regiões Sul e
Sudeste a influência maior teria sido exercida pela industrialização. Porém, ela
destaca dois fatores para o caso de expansão urbana em Fortaleza: o fato de a
cidade ter se constituído como um polo de atração devido ao desenvolvimento de
suas funções, e as “condições repulsivas” em muitos municípios interioranos, que
eram afetados mais intensamente pelas secas periódicas, repercutindo em um
massivo movimento migratório em direção à capital. Na concepção da autora, tais
fatores também contribuíram para o fenômeno de macrocefalia urbana dentro da
rede de cidades cearenses, sendo a primazia exercida por Fortaleza.
104
na Aldeota, que se tornou, até o final daquele século, uma área de atração para as
camadas mais abastadas da população, fazendo com que o bairro passasse a
exercer uma centralidade, tornando-se um “bairro de elite”. A autora destaca que a
Aldeota adquiriu um valor simbólico que passou a atrair a atenção e o investimento
de promotores imobiliários e a avenida Santos Dumont (principal avenida do bairro)
passou a ser o principal eixo de expansão para o leste da cidade.
32 Entre os anos de 1973 e 1974, foram instituídas as RMs de Belém, Belo Horizonte, Curitiba,
Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
33 Segundo Lencioi (2006), a metropolização é um processo socioespacial “que imprime ao espaço
34
Bairro nº 118 no mapa contido no Apêndice A
35
Bairro nº 87 no mapa contido no Apêndice A.
113
Enquanto isso, nos locais menos populosos e mais próximos ao centro e ao litoral
leste, existe uma maior concentração de renda. Os dados indicam que apenas oito
bairros possuem um rendimento por habitante superior a R$ 2.000,00, sendo estes
Aldeota, Cocó, De Lourdes, Dionísio Torres, Guararapes, Meireles, Mucuripe e
Varjota. Todos pertencentes a SER II, localizados na direção leste do centro e
próximos à faixa litorânea, com exceção de Guararapes, que está localizado no
entorno do Shopping Iguatemi. Outros oito bairros apresentam rendimento médio
entre R$ 1.500,01 e R$ 2.000,00, e 14 bairros entre R$ 1.000,01 e R$ 1.500,00,
estando preponderantemente situados nas imediações dos bairros de maior
rendimento. Por sua vez, 53 bairros apresentaram rendimento médio entre R$
500,01 e R$ 1.000,00, e 35 bairros possuem a renda média por habitante abaixo
de R$ 500,00.
37 De acordo com o site da IPF, entre os anos de 1882 e 1915 a igreja foi presidida por seis pastores
diferentes, sendo que o pastor que assumiu em 1915 permaneceu no cargo até 1952.
122
A coleta dos dados foi realizada por meio digital através de plataformas
como o Google Maps e Google Street View, que permitem a consulta de endereços
129
da qual fazem parte, além de listar cada uma por ordem de quantidade. No entanto,
cabe relembrar que o total de igrejas levantado na pesquisa não corresponde a
totalidade do quantitativo de templos presentes na cidade pelas razões apontadas
na seção anterior. Sendo assim, algumas denominações de igrejas aparecem com
uma quantidade inferior ao que possui na realidade. Contudo, os esforços da
pesquisa foram depositados em abarcar todos os bairros e buscar uma quantidade
balanceada com a realidade, para que a amostra realmente represente uma visão
geral do fenômeno.
de abarcarem uma grande diversidade de bairros, que muitas vezes são bastante
heterogêneos.
35% do que possui. Já a SER V deteve o menor percentual dessa categoria, sendo
identificados 77 templos que representam 15% da regional.
Tais dados abrem margem para a discussão que envolve centro e periferia
no que tange à difusão do pentecostalismo nas cidades, visto que o Centro obteve o
menor número relativo de igrejas pentecostais, e a SER V, que contém muitos bairros
dentre os de rendimento e IDH baixo, se sobressaiu pela predominância pentecostal.
No Centro de Fortaleza, foram encontradas sedes de igrejas evangélicas em
Fortaleza, como as da Assembleia de Deus Bela Vista, Assembleia de Deus Templo
Central, Igreja Pentecostal Deus é Amor e Igreja Universal do Reino de Deus, dentre
outras. A presença das sedes de igrejas de grandes denominações está diretamente
relacionada à centralidade, especialmente quando estão situadas próximas aos
pontos de ônibus, terminais ou estações, como ocorre com a sede da IURD no Centro.
Vila Velha, e também bairros de baixo IDH e rendimento médio. Nela também está a
Av. Presidente Castelo Branco, que é considerada o “corredor da fé evangélica” em
Fortaleza. No entanto, apenas três dos vinte e nove templos dessa avenida são do
grupo de denominações históricas.
Vila Velha. Além desses, cinco bairros apresentaram entre 40 e 49 templos – Bom
Jardim, Genibaú, Jangurussu, Messejana e Passaré. Nas categorias abaixo de 30
templos, o agrupamento de bairros ocorreu considerando uma variação menor na
quantidade apresentada. Sendo assim, a categoria que reuniu mais bairros, foi a de 5
a 9 templos, que indicou um total de 29 bairros. Contudo, a categoria que considerou
bairros que contém entre 1 e 4 igrejas também apresentou um número significativo,
totalizando 23 bairros. Isso indica que existe um grande número de igrejas distribuídas
em uma pequena quantidade de bairros no município de Fortaleza.
territorial, até ser fragmentado para dar origem a outros bairros, como o Planalto
Ayrton Senna. Atualmente, pode ser considerado um dos bairros mais expressivos da
SER V. A terceira colocação é ocupada pelo bairro Vila Velha, que está situado na
SER I e é o terceiro mais populoso da cidade, apresentando, assim como os outros,
baixo IDH e rendimento médio.
O quadro também indica a presença das igrejas nos bairros a partir das
variáveis trabalhadas na pesquisa (Quadro 4). É possível constatar que todos os
grupos possuem mais de um quinto de seus templos nos bairros mais populosos de
Fortaleza, e uma presença muito pequena nos bairros menos populosos. Como pode
ser observado, apenas 1,1% de todos os templos pentecostais e 1,7% dos históricos
localizam-se em bairros menos populosos. Porém, os dados apontam que as outras
igrejas evangélicas apresentam maior preferência que as pentecostais e históricas
tanto nos bairros mais populosos, por registrar 22,2% de sua presença nesses locais,
como nos menos populosos, possuindo 2,7% de presença.
No que tange à presença de igrejas evangélicas por IDH, os dados não são
muito destoantes dos de rendimento médio. As igrejas históricas são as que detêm
155
maior presença em bairros com maior IDH (4,8%), estando um pouco acima das
“outras evangélicas” (4,1%), que em relação ao rendimento apresentam maior
discrepância. Em relação aos bairros de menor IDH, as igrejas pentecostais possuem
maior concentração (15,4%), seguidas pelas históricas (13,1%), que nos bairros de
menor rendimento estão na última colocação (11,7%).
mais acessíveis, a variedade de templos torna-se restrita. Contudo, isso não significa
que neste bairro há uma quantidade menor de evangélicos, visto que estes podem
frequentar igrejas em outros locais e que as igrejas da Aldeota podem apresentar
dimensões maiores.
número de templos, apenas três desses bairros estão dentre os maiores detentores
de igrejas evangélicas em Fortaleza (Tabela 6). Também é possível verificar que
inserção pentecostal nessas áreas é consideravelmente superior à dos outros grupos
de igrejas, como já mencionado anteriormente (Quadro 4 e Figura 19). Outro ponto
importante é que nenhum desses bairros está nas SERs II e IV, as que menos contém
templos evangélicos em Fortaleza.
Dentre os dez bairros de maior IDH em Fortaleza (Tabela 12), nove também
estão entre os de maior concentração de renda por habitante (Tabela 10), a única
diferença está no fato de o bairro De Lourdes ser substituído por Joaquim Távora no
164
Referente aos dez bairros de menor IDH (Tabela 13), seis estão listados no
ranking de menor rendimento médio por habitante (Tabela 11). Dessa maneira, é
possível observar três bairros que contêm uma quantidade inferior a 10 templos:
Aeroporto, Praia do Futuro II e Parque Presidente Vargas. Mas em contrapartida,
encontram-se listados três bairros que estão entre os que mais possuem igrejas
evangélicas: Jangurussu, Granja Lisboa e Genibaú. A predominância pentecostal é
mais uma vez encontrada, todavia há uma maior inserção de igrejas históricas neste
conjunto de bairros que nos de menor concentração de renda (Quadro 4).
respostas desde pessoas que estão há apenas 11 meses participando da igreja até
de pessoas que estão há 25 anos na instituição, ocasionando em um média de 8 anos
entre o total de respostas.
quatro indicaram possuir acima de 5.001 membros. Apenas uma igreja com menos de
100 membros afirmou receber pessoas residentes em bairros mais afastados do local.
Tal afirmação não retira a credibilidade de uma análise que esteja baseada
nos dados de concentração de renda, porém, defende que para uma compreensão
mais ampla e compatível com o real é necessário conhecer o espaço em que a igreja
está inserida, visto que no interior de um mesmo bairro existem diferentes dinâmicas
e áreas com características demográficas e socioeconômicas distintas.
Nos formulários, apenas uma igreja das nove igrejas históricas declarou
estar em imóvel comum alugado, enquanto todas as outras afirmaram possuir templo
próprio. Apenas uma igreja pentecostal afirmou estar em imóvel alugado e outras três
172
pentecostais, o autor afirma que existe uma lógica espacial que envolve as igrejas
evangélicas no espaço urbano e está baseada em três pontos:
41 Paiva (2008) considera a complexidade do termo comunidade, e destaca que ele é muitas vezes
utilizado para substituir a denominação favela (outro termo complexo), que muitas vezes é encarado
de forma pejorativa.
179
possível constatar que alguns dos pontos apresentados como localizados em um raio
de 100 metros podem estar um pouco acima da delimitação.
Enquanto isso, o Pr. Júnior indicou que na PIB em Bom Jardim as famílias
são, de modo geral, “estruturadas” e “bem amparadas”, possuindo de um a quatro
filhos. O pastor apontou que predomina a faixa etária entre 20 e 40 anos de idade,
evidenciando que, de forma geral, esta igreja recebe um público mais jovem que o da
Aldeota. Referente ao nível de escolaridade, o pastor declarou que “hoje a gente tem
entre a juventude alguns que já se formaram, isso há alguns anos atrás era raro
acontecer”, indicando assim uma realidade comum de muitos moradores da periferia
185
que, nos últimos anos, vêm conseguindo driblar o ciclo de pobreza, ingressando em
uma universidade e em cargos superiores no mercado de trabalho.
Desde seus primórdios, a questão do papel social das igrejas estava colocada
para a Sociologia norte-americana. Aliás, a própria Sociologia surgiu nos
Estados Unidos na penúltima década do século XIX como um esforço das
igrejas evangélicas de influírem na nova sociedade urbana que se formava.
Nessa época, os teólogos evangélicos estavam às voltas com uma Teologia
chamada de Evangelho Social, e eles viam a Sociologia como ferramenta útil
na atuação social da igreja. (LOPES JR.; REZENDE, 2012, p.114).
[...] não há como negarmos que tanto essas instituições religiosas como
outros grupos que se diziam lutar pela libertação dos oprimidos ao
desenvolverem suas atividades nas periferias urbanas, traziam um benefício
social aos seus participantes mas, ao mesmo tempo, acabavam por
influenciar em seu modo de vida, comportamento e visão de mundo (ibid,
p.111).
Em relação à PIB de Fortaleza, foi declarado pelo pastor que a igreja está
envolvida em três projetos sociais. O primeiro apontado, é realizado no Campo do
América há 6 anos, e atende crianças e mulheres do local, realizando também cultos
para os moradores, visto que, segundo o pastor estes, muitas vezes, não vão até à
igreja. O segundo projeto chama-se “Associação Parque do Cocó” e ocorre há 25 anos
atendendo moradores da Comunidade do Trilho, que fica nas proximidades do bairro
(Figura 26). Este projeto possui dimensões maiores que o primeiro, detendo um site
próprio, em que é possível verificar que foi iniciado em 1993, sendo desenvolvido por
um grupo de jovens da PIB de Fortaleza que viam as necessidades do local. Com o
tempo, o projeto, que iniciou com poucas condições de estrutura, foi crescendo e se
tornou uma ONG que realiza um trabalho sólido. De acordo com o pastor, o projeto é
voltado para crianças que são atendidas através de reforço escolar, assistência
médica, odontológica, estudo de idiomas e informática. Segundo o site da ONG,
noventa famílias são beneficiadas pela ação que é sustentada principalmente pela
igreja, porém, com a parceria de algumas empresas e campanhas. O último projeto
refere-se ao orfanato Lar Davis, localizado no município de Aquiraz e que, apesar de
não pertencer à igreja, esta possui responsabilidades, de acordo com o pastor.
187
“Igreja eu acredito que não é só um templo, ela não existe só pra realizar
cultos, ela existe pra fazer a diferença. E uma das diferenças que ela faz é ir
de encontro àquilo que afeta a sua comunidade. O Bom Jardim é uma área
que é violenta, é cheia de facções, né, os crimes aqui são enormes, são
muitos e brutais. Então a gente tem que, como igreja, como muitas igrejas,
impactar a comunidade com resultados eficientes na área social e na área
humanitária” (Pr. Júnior).
frente do Estado. Eu sei que não dá pra gente fazer tudo, atender em tudo,
mas o que a gente dá pra fazer, em termos da área esportiva, da área de
alimentação, da área de acompanhamento jurídico, social, emocional a gente
tá fazendo. Então assim, a gente tá fazendo hoje algo que é pra nós fazermos
mas também por falta do Estado ou de algumas entidades legais” (Pr. Júnior).
42O site da organização aponta que a “Compassion International é um ministério de defesa de crianças
que une pessoas compassivas com aquelas que sofrem com a pobreza. O ministério libera as crianças
da pobreza espiritual, econômica, social e física. O objetivo é que cada criança se torne um adulto
responsável e realizado”. Ainda segundo o site, o trabalho começou em 1952 na Coréia do Sul e se
expandiu para todo o mundo.
189
“Tem meninos que frequentam o nosso projeto hoje que a gente sabe que
eles são envolvidos. A gente sabe que eles fazem parte de facção, que eles
fazem parte do mundo do crime, e eles frequentam o nosso projeto ainda, a
gente não expulsa de maneira nenhuma daqui. Mas também tem aqueles que
a gente já conseguiu tirar dessa vida. Um dos funcionários da gente hoje no
projeto, que ajuda na limpeza, ele é um ex-aluno que era envolvido com as
drogas, que era envolvido com o tráfico de drogas, e aí, graças a Deus,
graças ao projeto, ele saiu dessa vida. A gente conseguiu acompanhar ele,
ajudar ele. Hoje ele tá aí, tá trabalhando e tal, tá correndo atrás de um futuro,
tá correndo atrás do tempo perdido, dos estudos e tal.” (Marcos Felipe).
43 Forma como as vezes é chamado o local da igreja onde são realizados os cultos e reuniões principais.
190
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além disso, foi possível observar a inserção urbana das igrejas a partir dos
pontos questionados nos formulários, como a situação do imóvel utilizado como
templo, infraestrutura do logradouro, problemáticas do bairro e equipamentos urbanos
e elementos presentes no entorno. Dessa forma, contatou-se que muitas igrejas estão
inseridas em áreas próximas a residências, porém, também próximas a
estabelecimentos comerciais e em vias de maior acessibilidade, denotando assim a
preferência destas por espaços que sejam acessíveis ao público, mesmo estando em
diferentes locais da cidade. Entretanto, também percebeu-se que as igrejas vêm
inserindo-se em espaços cada vez mais diversos, como no caso da que utiliza a
associação de moradores do bairro para a realização de suas atividades. Portanto, é
notório que as igrejas evangélicas expressam-se de forma distinta no espaço
intraurbano de Fortaleza, tanto em relação à dimensão espacial, como no que tange
à sua atuação.
Diante do que foi explanado, conclui-se que existe uma massiva presença
de igrejas evangélicas no espaço urbano de Fortaleza, dessa forma, estão inseridas
em um cenário de intensa desigualdade socioespacial, assim como ocorre em outros
grandes centros urbanos do Brasil. Estas conseguem adentrar em áreas onde, muitas
vezes, as ações estatais não surtem efeitos tão significativos na transformação da
196
Por fim, é válido ressaltar que a pesquisa não tratou de todos os pontos
inerentes à temática, e que os dados levantados não foram esgotados na análise,
abrindo margem para o surgimento de outras pesquisas vinculadas ao tema, tanto sob
uma abordagem cultural, como sob o olhar da Geografia Urbana. Portanto, é possível
197
REFERÊNCIAS
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metade-dos-bairros-de-fortaleza-tem-idh-inferior-ao-do-pais-mais-pobre-do-
mundo/>. Acesso em: 9 dez. 2018.
APÊNDICES
207
Aeroporto 2 0 1 1
Aldeota 6 3 2 1
Alto da Balança 9 3 3 3
Álvaro Weyne 26 6 14 6
Amadeu Furtado 11 5 4 2
Ancuri 8 2 5 1
Antônio Bezerra 19 3 13 3
Autran Nunes 22 2 16 4
Barra do Ceará 68 6 47 15
Barroso 28 6 20 2
Bela Vista 19 1 13 5
Benfica 9 1 4 4
Bom Futuro 2 1 1 0
Bom Jardim 47 4 34 9
Bonsucesso 31 5 21 5
Cais do Porto 14 3 10 1
Cajazeiras 3 0 3 0
Cambeba 11 3 4 4
Canindezinho 18 2 14 2
Carlito Pamplona 25 4 20 1
Centro 20 3 10 7
Cidade 2000 10 3 6 1
Coaçú 5 1 3 1
Cocó 3 0 3 0
Conjunto Ceará I 26 8 16 2
209
Conjunto Ceará II 29 6 19 4
Conjunto Esperança 12 3 7 2
Conjunto Palmeiras 36 6 24 6
Couto Fernandes 3 0 1 2
Cristo Redentor 21 1 18 2
Curió 7 1 3 3
Damas 6 1 4 1
De Lourdes 2 2 0 0
Demócrito Rocha 9 1 5 3
Dendê 2 1 1 0
Dias Macedo 10 2 8 0
Dionísio Torres 6 2 0 4
Dom Lustosa 7 1 6 0
Edson Queiróz 23 5 14 4
Engenheiro Luciano 12 5 6 1
Cavalcante
Farias Brito 9 0 5 4
Fátima 8 3 3 2
Floresta 21 1 12 8
Genibaú 44 6 35 3
Gentilândia 1 0 0 1
Granja Lisboa 50 7 38 5
Granja Portugal 35 3 24 8
Guajerú 4 0 3 1
Guararapes 2 0 0 2
Henrique Jorge 23 3 13 7
Itaóca 4 1 1 2
Itaperi 7 2 3 2
Jacarecanga 12 1 8 3
Jangurussu 45 10 23 12
Jardim América 9 3 5 1
Jardim Cearense 11 0 9 2
Jardim Guanabara 14 1 10 3
Jardim Iracema 29 4 19 6
João XXIII 21 2 16 3
Joaquim Távora 16 5 6 5
Jóquei Clube 11 3 2 6
José Bonifácio 6 0 1 5
José de Alencar 16 3 6 7
Lagoa Redonda 26 2 20 4
Manoel Sátiro 36 3 23 10
Maraponga 5 0 4 1
Mata Galinha 3 0 3 0
Meireles 2 1 1 0
Messejana 44 12 27 5
Mondubim 56 10 31 15
Monte Castelo 6 0 4 2
Montese 23 5 15 3
Mucuripe 8 2 6 0
Padre Andrade 7 1 5 1
Pan Americano 13 4 6 3
Papicu 10 1 7 2
Parangaba 19 6 9 4
Parque Araxá 2 0 1 1
Parque Iracema 1 0 1 0
Parque Manibura 5 1 1 3
Parquelândia 6 2 4 0
Parreão 3 0 2 1
Passaré 40 9 24 7
211
Paupina 7 1 5 1
Pedras 1 0 1 0
Pici 27 3 18 6
Pirambú 19 3 13 3
Praia de Iracema 4 1 3 0
Praia do Futuro I 3 0 2 1
Praia do Futuro II 9 2 7 0
Presidente Kennedy 18 3 11 4
Quintino Cunha 39 7 29 3
Rodolfo Teófilo 14 3 6 5
Sabiaguaba 3 1 2 0
Salinas 4 1 2 1
São Bento 11 4 7 0
São Gerardo 6 3 2 1
Serrinha 29 2 21 6
Siqueira 27 7 17 3
Varjota 4 0 3 1
Vicente Pinzón 32 7 19 6
Vila Elery 8 2 3 3
Vila Pery 16 5 7 4
Vila União 13 3 9 1
Vila Velha 53 11 31 11
212
Ocupação
Há quanto tempo
está na igreja em
que se congrega?
Ocupa algum cargo ( ) Sim ( ) Não
ou participa de
algum ministério ou
grupo da igreja?
Nome: Idade:
Formação/Ocupação: Tempo na igreja:
Naturalidade: Bairro em que reside:
01) Como você enxerga o avanço do número de evangélicos no Brasil?
02) Como e quando surgiu a igreja da qual você faz parte? Por que ela foi
implantada nesse local? Alguma vez mudou de endereço?
03) Como é a organização administrativa da igreja?
04) Como a igreja lida com a questão financeira? Para onde são destinados os
recursos?
05) Qual o perfil dos membros (escolaridade, ocupação e arranjo familiar)
06) Quais os desafios de uma igreja evangélica em seu bairro?
07) Existe uma afirmação que diz “a igreja muitas vezes realiza ações que o
Estado não realiza”. Como você acha que sua igreja tem realizado isso?