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Gálatas.

obediência
14 anos ago
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by Veritatis Splendor
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No começo de sua carta aos gálatas, Paulo amaldiçoa o anjo que pregue um
evangelho diferente. Os protestantes dizem: “maldito seja quem nos disser que
precisamos obedecer para sermos salvos”.

Não podemos esquecer do contexto: Paulo esta debatendo com os judaizantes


que dizem a circuncisão e a lei de Moisés eram necessárias à salvação. O
Concílio de Jerusalém em 49 (At 15) decidiu que não eram necessários.
Isto não quer dizer que não devamos obedecer a nada. Isto somente significa
que, apesar de que não devamos desobedecer, a obediência não trará a
salvação. Paulo diz em Rm 6,23: Pois o salário [que você alcança] do pecado é
a morte; mas o dom gratuito de Deus [que você não alcança] é a vida eterna,
em Jesus Cristo, nosso Senhor. Em 1 Cor 6,9-10 Paulo descreve os pecadores e
os principais pecados e diz que estes não herdarão o Reino. Faz o mesmo
em Gl 5,16-25 onde trás duas listas, uma com os frutos da carne, outra com os
frutos do Espírito Santo. Fazendo as obras da carne, morreremos e não
herdaremos o Reino. Esta palavra – herdar – é importante. Quando herdamos
algo de nossos parentes, não dizemos que o que conseguimos foi obra nossa.
Ganhamos porque nossos parentes eram bons, não porque nós trabalhamos
por isso. Além do mais, se fôssemos más pessoas, poderíamos perder esta
herança. Por isso Jesus diz: Se não vos converterdes e serem como criancinhas,
não entrarão no Reino. As crianças sabem que o amor e o carinho que recebem
não é por obra sua, mas sabem que podem receber alguma punição.
Em Romanos 1,5 Paulo fala da obediência da fé, ou seja, da obediência que é a
fé. O Interpreter’s Dictionary of the Bible, Supplement, obra de referência
protestante, na página 33, descreve a fé paulina como sendo confiança, crença,
amor e obediência. Sobre Rm 1,5, diz o mesmo que nós: a obediência que é a
fé.

Veja também A Virtude da Obediência

Contudo, Lutero disse que se temos fé, não precisamos de obediência. Em uma
carta a Felipe Melanchthon, datada de 1 de agosto de 1521 (American Edition,
48. 281-82), diz: se és um pregador da graça, então pregue uma graça
verdadeira e não uma graça falsa; se a graça existe, então deves praticar um
pecado real e não um pecado imaginário. Deus não salva pecadores fictícios.
Seja um pecador e peque firmemente, mas creia e regozije-se em Cristo ainda
mais firmemente…se estamos aqui [neste mundo], temos de pecar…nenhum
pecado nos separará do cordeiro, mesmo cometendo fornicação e assassínios
milhares de vezes por dia.
Um erro mostruoso! A fé inclui obediência, como Paulo ensina em Rm
1,5, 1 Cor 6,9-10 e Gl 5,16-25 e segundo o Interpreter’s Dictionary of the
Bible. Ainda assim, Lutero ensinou que, tendo fé, não precisamos de obediência.
Infelizmente, muitos luteranos não conhecem o que Lutero realmente ensinou.
Ele mesmo disse que sua principal obra foi Bondage of the Will, (tr. James J.
Packer and O. R. Johnston, F. H. Revell Co. , Old Tappan, N. J, 1957 – tradução
luterana), onde, na página 273, nega que tenhamos livre-arbítrio.
Então: porque falar em obediência? Nas páginas 103-04 diz que nossa vontade
é como uma fera, e que ou Deus ou satanás a domará, por isso fazemos o bem
ou o mal, e vamos para o céu ou para o inferno. Mas isso sem saber qual o
nosso “cavaleiro”. Na página 101 Deus salva tão poucos e condena tantos e
estes não podem dizer nada. Os que vão para o inferno são inúteis (p. 314).
Este não é um Deus, mas um monstro. Porque falar em obediência?

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