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Filosofia e Ética

Resumo da aula 10

A ética contemporânea

A ética acima de tudo deve ser considerada como o estudo do bem. No entanto o
conceito de bem é algo relativo à realidade e a concepção de cada indivíduo resultando
assim em um constante conflito de opiniões.

A filosofia reconheceu o problema estabelecido e se propôs a apresentar


possíveis soluções que permitissem que pudéssemos entrar em um consenso sobre o que
vem a ser o bem ou, em outras palavras, encontrar um padrão ético que deveria ser
seguido por todos os indivíduos.

Apesar do conceito de bem ter sido estudado constantemente no passar dos


séculos de existência da Filosofia, foi no século XVIII a partir das ideias do filósofo
Immanuel Kant que a ética contemporânea se consolidou por meio do que ele chamaria
de universalidade de nossas ações que ocorre quando validamos ou condenamos uma
determinada atitude quando pensamos que outro indivíduo agiria exatamente da mesma
forma que nós se estivesse inserido na mesma situação.

“Se ao final do dia, ao nos deitarmos pensando em alguma atitude/ação


importante que fizemos e que, pode parecer problemática em relação aos valores éticos,
basta que coloquemos a prova de nossa consciência dizendo “eu fiz isso e qualquer
outro que estivesse no meu lugar deveria fazer o mesmo”.

Kant em sua filosofia definiu uma ética que deveria ser aplicada da mesma
forma em qualquer situação. Esta ética não só existira na postura individual de cada
cidadão inserido em uma sociedade, mas também nos valores, normas e leis em nível
macro existentes em qualquer realidade.

“Vemos que o princípio da ética Kantiana se confunde com a ideia de


“cidadania” tão cara às democracias modernas. Viver eticamente em sociedade
implicaem parar para pensar – o que aconteceria se todo mundo fizesse isto que estou
fazendo?!”
O funcionamento deste consenso ético é simples. Basta analisarmos em qualquer
de nossas ações no decorrer do dia a dia se acharíamos correto outra pessoa fizesse o
mesmo em nosso lugar.

“Furar o sinal em um cruzamento só é bom/me é útil porque apenas eu


espertamente o estou furando; se todos os outros estivessem fazendo a mesma coisa, eu
racionalmente concluiria que estou sendo prejudicado e compreenderia que não é bom
furar o sinal.”

Se observarmos a condenação existente em nossa sociedade para aquele que


mata perceberemos nitidamente o funcionamento prático da ética contemporânea.
Achamos errado matar porque não gostaríamos que alguém nos matasse.

É interessante ressaltar que esse modo de pensarmos é semelhante aos


fundamentos propostos pelo cristianismo: “Amai o próximo como a ti mesmo”.

No entanto, também foi em nome do cristianismo que muitas guerras surgiram e


muitas pessoas foram mortas em nome de um deus de amor e fraternidade.

“Se tomarmos como exemplo a interdição de – não matar! Porque matar é


errado?! Se dissermos que não se pode matar porque “todos são filhos de Deus, e que
somente ele tem o direito de tirar a vida que ele concebeu”. Veremos que historicamente
é em nome de Deus que mais se matou na humanidade.”

O que de fato nos faz perceber que é errado matar é o princípio da


“reciprocidade universal” que estabelece que tudo que não gostaríamos que fizessem
contra nós não deve ser feito contra ninguém.

Em suma, a ética contemporânea, portanto, se funda nesse argumento racional,


da reciprocidade, da cidadania e do bem universal. E que, exige de nós, apenas que
pensemos o que aconteceria se todos os outros homens fizessem isto que eu estou
fazendo agora.

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