No início do século XX, a economia da Minamata girava basicamente em torno
da plantação de arroz e da pesca. Isso até 1911, quando uma fábrica de carbureto de cálcio se instalou na baía. Por causa do pós-guerra, o Japão sofria com a falta de petróleo e essa indústria vendia o carbureto de cálcio para os pescadores utilizarem como fonte luminosa. Tudo isso ia muito bem até 1953, quando alguns moradores da região começaram a sofrer de uma doença estranha. Em 1956, quatro pessoas foram internadas devido a convulsões severas, surtos de psicose, perda de consciência, coma e uma febre muito alta, levando os pacientes a óbito. Por causa dessas mortes, realizou-se uma pesquisa nas cidades próximas e descobriu-se casos como os acontecidos em Minamata. A única coisa que as vítimas tinham em comum era o alto consumo de peixes. Com isso, a ideia de uma epidemia foi descartada e todo mundo se inclinou a acreditar que eles morreram graças a uma intoxicação. As pesquisas realizadas após as mortes mostradas acima acusaram que os peixes da baía estavam contaminados com muitos metais pesados e, portanto, eram muito mais venenosos que os de outras áreas. De fato, a indústria instalada no local jogava todo o mercúrio que usava como catalisador nos seus processos diretamente na baía de Minamata. Como os resíduos da indústria foram lançados por muito tempo no mar, os peixes tinham altíssimas doses de mercúrio, mas não era só isso. Podia se encontrar Manganês, Selênio e Telúrio nos animais, sendo que quase nada se sabia sobre os dois últimos elementos na época. As mortes de Minamata são decorrentes de processos químicos e biológicos de bioacumulação e biomagnificação, pois o mercúrio lançado na água foi sendo transferido para os próximos níveis tróficos com uma maior concentração atingindo o último nível trófico, o homem. Deste modo, o mercúrio atingiu as funções neurais dos consumidores dos peixes e os levou a óbito.