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MODELO DE ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCO COM A UTILIZAÇÃO DE


VEÍCULO AÉREO NÃO TRIPULADO: ESTUDO REALIZADO EM UMA
CONSTRUTORA

Ana Carolina de Souza Santos1


Thaynan Santana Bezerra2
Rafael Vieira Mathias2

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo propor um modelo de análise e avaliação das condições
de trabalho em grandes alturas no ramo da construção civil com a utilização de veículos
aéreos não tripulados (VANT’s), possibilitando em uma avaliação mais ágil e segura e
resultando numa menor intervenção física de indivíduos nas áreas potencialmente de risco.
Para isso foi realizado um estudo em uma construtora onde os dados coletados foram por meio
de entrevistas com o propósito de identificar o método de análise de risco e os principais
motivadores de acidentes em grandes alturas. Ainda, foram utilizados relatórios gerenciais,
registros históricos de acidentes que ocorreram na execução de projetos anteriores.
Com a definição do modelo de análise de risco, considerando dados atuais da empresa
juntamente com a revisão da literatura e a análise da árvore de falhas, necessitou parametrizar
o modelo com a utilização da VANT para grandes alturas. Foram definidas comparações com
o modelo atual sem a utilização da VANT e com a inserção deste equipamento. Em todas as
fases foram consideradas as NR18 e NR35 como parâmetro de análise.
Os resultados obtidos buscaram definir a caracterizarão e os dados sobre a empresa alvo desta
pesquisa, tal como seus métodos de análise de risco atual. Foram definidas as árvores de
falhas conforme os dados da empresa, para determinar as principais causas de acidentes em
locais definidos para investigação com a utilização da VANT. Com base nos resultados
buscou-se identificar um conjunto de fatores denominados barreiras e benefícios encontrados
para o processo de análise e avaliação através do uso do VANT.

Palavra-Chave: Construção Civil, Análise de Risco, Árvore de Falhas, VANT.

1
Acadêmica do curso de Engenharia de Produção da Faculdade Capivari. E-mail: anacarolina.s.s@hotmail.com 2
Acadêmica do curso de Engenharia de Produção da Faculdade Capivari. E-mail: thaysantanajg@icloud.com
2
Orientador. Docente do curso de Engenharia de Produção da Faculdade Capivari. E-mail:
rafaelvmathias@gmail.com
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1. Introdução

No Brasil, o ramo da construção civil tem apresentado uma constante quanto ao


volume de obras, principalmente no que se refere a prédios residenciais, sendo que incentivos
provenientes de programas como Minha Casa Minha Vida e outros modelos de financiamento
habitacional, têm sido o principal impulsionador da demanda de moradias. Com isso, as
atividades presentes neste ramo, têm atraído profissionais de diversas especialidades que estão
sempre inovando suas técnicas, utilizando as tecnologias ao seu favor, podendo aumentar sua
produtividade e também competitividade no mercado, o exemplo de inovação de tecnologia é
o concreto auto adensável que garante o desemprenho de materiais mantendo seu ganho na
eficiência e produtividade, Segundo Suzarte, consultor de desenvolvimento técnico da
empresa Votorantim Cimentos diz que “o mesmo pode reduzir etapas posteriores da obra,
reduzir também mão de obra e aumentar a produtividade no canteiro de obra”
(MAPADAOBRA, 2018).
Devido à crescente demanda e os curtos prazos para a entrega das obras, as condições
de trabalho e o arranjo físico dos canteiros de obras têm merecido uma maior preocupação dos
profissionais, pois tudo que estiver em volta dos trabalhadores na obra influencia no bom
andamento do trabalho, e principalmente a prevenção dos trabalhadores contra acidentes do
trabalho.
Segundo dados da Previdência Social, no ano de 2013 foram registrados 717.911
acidentes ou doenças de trabalho no Brasil, com um total de 2.797 óbitos. Conforme a
classificação por setor de atividade econômica, na construção, foram 61.889 acidentes típicos,
de trajeto ou doenças. O ramo da construção teve em 2012 a mortalidade cerca de duas vezes
maior que de outras atividades econômicas, 17,1 para cada 100.000 trabalhadores na
construção civil contra 6,6/100.000 em média em outros (Proteção, 2014; Sesi, 2015).
Atualmente o Brasil ocupa o 4° lugar em ocorrências de acidentes de trabalho no
mundo, ficando atrás apenas da China, Índia e Indonésia (Dino, 2017).
Sabe-se que os acidentes ocasionam um transtorno para as empresas, e na economia
mundial, e em alguns casos podem ocorrer pagamento de indenização para os trabalhadores,
ou para as famílias. Conforme Gueths (2009), de acordo com o histórico estatístico divulgado
pelo Ministério da Previdência Social, verifica-se que o setor da construção possui um número
elevado de acidentes de trabalho, e tipicamente, estes acidentes são mais graves, gerando
incapacidades permanentes e até mesmo a morte. Estes acidentes têm um custo elevado para
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as empresas e para a sociedade em geral. Segundo o autor, os acidentes de trabalho consistem


em obter resultados negativos para o empregador, governo, e o sistema de saúde. Com isso é
de extrema importância o investimento em treinamentos e avaliações de riscos de acidentes
para prevenir problemas futuros.
Diante deste contexto, o objetivo desta pesquisa é propor um modelo de análise e
avaliação das condições de trabalho em grandes alturas no ramo da construção civil com a
utilização de veículos aéreos não tripulados (VANT’s), possibilitando em uma avaliação mais
ágil e segura e resultando numa menor intervenção física de indivíduos nas áreas
potencialmente de risco.

2. Fundamentação Teórica

A revisão bibliográfica abordada neste Trabalho de Conclusão de Curso tem como


objetivo apresentar os conceitos de segurança do trabalho na construção civil, bem como
normas e métodos de analises de risco. Como também apresentar aplicações dos Veículos
Aéreos Não Tripulados.

2.1 Segurança do Trabalho na Construção Civil

Entende-se por segurança do trabalho medidas que visam minimizar ou eliminar os


acidentes de trabalho, protegendo a integridade do trabalhador. As atividades na construção
civil são responsáveis pelos altos índices de acidentes de trabalho no Brasil, as principais
causas desses acidentes estão relacionadas à queda de altura, o soterramento e o choque
elétrico (CAMISASSA, 2015).
Conforme Rocha et al. (2000), a construção civil assim como qualquer atividade do
setor privado, visa principalmente a obtenção de lucros, buscando muitas vezes a redução de
custos no próprio processo de trabalho, acarretando ao “não” investimento em Segurança do
Trabalho.
No Brasil a Legislação e Segurança do Trabalho são compostas de Normas
Regulamentadoras, e outras leis complementares, como portarias e decretos e a OIT
(Organização Internacional do Trabalho). Os profissionais como: Engenheiro de Segurança do
Trabalho, Técnicos de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do
Trabalho, Auxiliares de Enfermagem do Trabalho, formam o SESMT (Serviço Especializado
em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) (SANTOS, 2013).
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2.1.1 Normas Técnicas para Construção Civil

Visando a segurança e saúde do trabalhador na construção civil são aplicadas algumas


normas regulamentadoras que são descritas pela portaria 3.214, de 8 de junho de 1978, do
Ministério do Trabalho e Emprego. São elas: NR 5 (comissão Interna de Prevenção de
Acidentes – CIPA), NR 6 (Equipamento de Proteção Individual), a NR 18 (Condições e Meio
Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção), a NR 24 (Condições Sanitárias e de
Conforto nos Locais de Trabalho) e a NR 35 ( Trabalhos em altura) (GINANI et al, 2017).
Como o objetivo desta pesquisa é propor um modelo de análise e avaliação das
condições de trabalho em grandes alturas no ramo da construção civil, as normas NR18 e
NR35 serão consideradas para metodologia deste artigo.

2.1.1.1 NR 18

A NR 18 tem como finalidade estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de


planejamento e de organização que objetivam a implementação de medidas de controle e
sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e nos meios ambiente de
trabalho na Indústria da Construção (BRASIL, 2015). Com base na mesma, é vedado o
ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras, sem que estejam
assegurados pelas medidas previstas nesta NR e compatíveis com a fase da obra.
Sabe-se que é da responsabilidade da obra, cumprir os requisitos apresentados na NR,
a fim de preservar a saúde e segurança do trabalhador, para isso é necessário promover o
planejamento da segurança associado com o planejamento das atividades a serem realizadas
em canteiro (SAURIN, 2002), no qual é indispensável à realização de visitas e inspeções
periódicas a fim de assegurar os requisitos estabelecidos pela norma e pela sua Gestão da
Saúde e Segurança do Trabalho (AKSORN; HADIKUSUMO, 2008).
Dentre as competências previstas na NR18 (BRASIL, 2015), nota-se que durante o
processo de inspeção alguns itens acabam por passar despercebidos, seja pela dificuldade em
observá-los, ou seja, pelo tempo corrido que acarreta na definição de prioridades na coleta das
informações. Alguns critérios de segurança podem ser verificados através de simples
observação, não exigindo inspeção mais criteriosa, tais como:
a) As instalações provisórias em perfeito estado de conservação;
b) As instalações sanitárias situadas em locais de fácil e seguro acesso;
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c) As áreas de trabalho previamente limpas, devendo ser retirados os detritos, resíduos,


ou materiais que possam provocar condições inseguras aos trabalhadores;
d) Sinalização e isolamento da área para atividades de carga e descarga;
e) As escadas de uso coletivo, rampas e passarelas para a circulação de pessoas e
materiais devem ser dotadas de corrimão e rodapé;
f) O uso de equipamento de proteção individual, é obrigatório;
g) Instalação obrigatória de proteção coletiva onde houver risco de queda de
trabalhadores ou de projeção e materiais;
h) Na periferia da edificação é obrigatória a instalação de proteção contra queda de
trabalhadores e projeção de materiais a partir do início dos serviços necessários à
concretagem da primeira laje.
A NR 18 foi modificada e ampliada em 1983 e com a revisão de 1995, onde tornou
obrigatória a elaboração do “Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção” – PCMAT pelas empresas. A implantação do programa possibilita o
efetivo gerenciamento do ambiente de trabalho e do processo produtivo, incluindo a
orientação aos trabalhadores através de uma identificação prévia de perigos e riscos existentes
nos ambientes de trabalho, indicando assim as proteções coletivas e individuais a serem
utilizadas para cada atividade, a fim de prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais
(NASCIMENTO, et al., apud MORTELE, 2014).

2.1.1.2 NR 35

A queda de altura tem sido uma das principais causas de acidentes graves e fatais no
Brasil, nas mais variadas atividades. Considera-se trabalho em altura toda atividade executada
acima de 2 metros do nível inferior, onde exista risco de queda (CAMISASSA, 2015).
A NR 35 tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de proteção
para o trabalhado em altura, envolvendo desde o planejamento e organização até a execução,
de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou
indiretamente com a atividade. De acordo com a NR 35 (CAMISASSA, 2015), destaca-se que
o empregador tem as seguintes principais responsabilidades:
a) Assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho em
altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e das medidas
complementares de segurança aplicáveis;
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b) Adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de


proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas;
c) Garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de
controle;
d) Garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as medidas de
proteção definidas nesta Norma;
e) Assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou condição
de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível.

2.2 Processo de Análise de Risco

Toda empresa quando se planeja para a construção deve ficar atenta para as
ocorrências de riscos potenciais, pois o custo de uma falha pode ser bastante elevado. O uso
dos métodos de avaliação de risco deve ser aplicado a qualquer situação em que um resultado
indesejado, pode ter um impacto relevante para a empresa.
Um dos métodos utilizado para análise de risco na construção civil prevista nas NR’s é
a análise preliminar de risco (APR).

2.2.1 Análise Preliminar de Risco - APR

Trata-se de uma análise a qual se identificam eventos indesejáveis, suas causas e


consequências. A análise é centrada na identificação dos riscos existentes para as pessoas,
meio ambiente, o patrimônio, a continuidade operacional e a imagem da empresa (SELLA,
2014).
A APR é a primeira técnica aplicada durante a análise de riscos de projetos em fase de
concepção, principalmente nos projetos de inovação tecnológica, por não possuírem maiores
informações dos seus riscos (SOUZA, apud SELLA, 2014). Suas principais vantagens são:
identificação com antecedência e conscientização dos perigos em potencial por parte da
equipe de projeto e identificação e/ou desenvolvimento de diretrizes e critérios para a equipe
de desenvolvimento do processo. É realizada por meio de listagem dos perigos associados aos
elementos do sistema, como definido no estágio de concepção ou do começo do projeto
(AMORIM, 2010).
Segundo Sherique (2001), a elaboração de uma APR é realizada através algumas
etapas básicas como:
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a) Revisão de problemas conhecidos: A busca por analogias ou similaridades com outros


sistemas;
b) Revisão da missão a que se destina: Atentar aos objetivos, exigências de desempenho,
principais funções e procedimentos, estabelecer os limites de atuação e delimitar o
sistema;
c) Determinação dos riscos principais: Apontar os riscos com potencialidade para causar
lesões diretas imediatas, perda de função, danos a equipamentos e perda de materiais;
d) Revisão dos meios de eliminação ou controle de riscos: Investigar os meios possíveis
de eliminação e controle de riscos, para estabelecer as melhores opções compatíveis
com as exigências do sistema;
e) Analisar os métodos de restrição de danos: Encontrar métodos possíveis e eficientes
para a limitação dos danos gerados pela perda de controle sobre os riscos;
f) Indicação de quem levará a sério as ações corretivas e/ou preventivas: Indicar
responsáveis pela execução de ações preventivas e/ou corretivas, designando também,
para cada unidade, as atividades a desenvolver.
Todos esses dados são anotados em uma planilha, conforme o exemplo ilustrado no
Quadro 1.
Quadro 1 - Planilha de Análise Preliminar de Riscos.
Identificação:
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO Data de Emissão:
A.P.R. Revisão:
Página:
EMPRESA: DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:
TRABALHO EM ALTURA
LOCAL DA ATIVIDADE: DATA: ____/____/____

POTENCIAL MEDIDAS DE
RISCOS DANOS DE PREVENÇÃO EPI / EPC
RISCO

Fonte: Autoras (2018).

Seguindo o quadro acima, é necessário definir quais são as atividades a serem


analisadas, após determina-se os riscos capazes de gerar consequências para a saúde e
integridade física dos trabalhadores. Com isso deve ser descrito o Potencial de risco e as
medidas de segurança para prevenção de acidente é definido na coluna de Medidas de
segurança a serem adotadas para prevenir acidentes devido à ação de cada risco. E por fim a
assinatura do responsável pela execução de ações preventivas e/ou corretivas.
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Para uma análise de risco mais eficiente e que promova maior compreensão das causas
que levam a acidentes, se faz necessário aliar a APR com outros métodos e ferramentas, como
a Análise da Árvore de Falhas (AAF).

2.2.2 Análise da Árvore de Falhas - AAF (Failure Tree Analysis – FTA)

A árvore de falhas compreende no método que analisa produtos e processos,


permitindo a avaliação sistemática e padronizada de possíveis falhas, relacionando com suas
consequências, orientando a adoção de medidas preventivas ou corretivas (HELMAN,
ANDERY, 1995). A árvore de falhas permite a dispersão de informações extremamente
rápida e de fácil visual.
Conforme Araújo (2011) a avaliação dessa técnica é feita por meio da fragmentação
das ocorrências de um sistema, admitindo elaborar uma série gráfica do evento,
demonstrando, dados sobre o caminho crítico, e ainda quais as etapas devem ser corrigidas.
Ainda, permite a dispersão de informações rápida e de fácil interpretação, suas etapas se
baseiam nos cenários de existência de riscos.
Figura 1 – Estrutura básica da árvore de falhas.

Fonte: Autoras (2018).

2.3 Tecnologias na Construção Civil

É cada vez mais comum nos dias atuais ver que a tecnologia já faz parte de muitos
ambientes, empresas criam produtos novos que deem mais lucro e mais competitividade no
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mercado. O uso de novas tecnologias na área da construção civil já esta sendo uma aposta das
grandes construtoras, é convincente que apostar em inovações é um grande diferencial.
Segundo Menezes (2014), construtoras independente do seu porte, precisam ser aliadas
da tecnologia, pois quanto mais se investir em inovações, maior será o retorno ao empresário.
Na construção civil técnicas e inovações tecnológicas têm colaborado na melhoria da
qualidade das obras, assim como na redução do tempo e dos custos das obras. Algumas dessas
principais inovações são: impressão 3D, sensores vestíveis, contrapiso autonivelante, Building
Information Modeling (BIM) (MAPADAOBRA, 2017).

2.4 Utilização de Veículos Aéreos Não Tripulados - VANT

Segundo Furtado et al. (apud Parente, 2016), VANT é um termo genérico que
identifica uma aeronave que pode voar sem tripulação, originalmente projetada para operar
em situações perigosas e repetitivas em regiões consideradas de difícil acesso. Ele pode ainda
imagear áreas extensas por um longo tempo sem intervenção de um operador humano (apud
PARENTE, 2016).
A aplicação de tecnologias de VANT´s nos negócios já existentes permite que as
empresas criem novas áreas de negócios e simplifiquem os processos comercias. Além de ser
reduzida a exposição humana a tarefas longas, monótonas, sujas e ate mesmo perigosas.
Nos dias atuais os VANT´s estão sendo utilizados para diversas funções, tanto para o
uso agrícola, como para serviços de emergência.

2.4.1 Regulamentação no Brasil

Em 2017 a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou o regulamento


especial para utilização de aeronaves não tripuladas, conhecidas popularmente como drones.
A regulamentação do uso de drones no Brasil trouxe ganhos para o desenvolvimento
da aviação civil e maior segurança de voo. Graças aos dados registrados no SISANT (Sistema
de Aeronaves Não Tripuladas), a ANAC passou a conhecer melhor o segmento de aeronaves
não tripuladas, contribuindo para o melhor atendimento das necessidades dos pilotos de
aeronaves não tripuladas e a promoção da segurança das operações. Por outro lado, ao
cadastrar as aeronaves, pilotos de drones demonstram comprometimento com as regras para
uso seguro desse tipo de equipamento. (ANAC, 2018).
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3. Procedimentos Metodológicos

Esta pesquisa é de natureza qualitativa uma vez que difere da abordagem quantitativa
pelo fato de não utilizar dados estatísticos como o centro do processo de análise de um
problema, não tendo, portanto, a prioridade de numerar ou medir unidades (PRODANOV E
FREITAS, 2013).
Trata-se ainda de uma pesquisa aplicada com o propósito de solucionar ou reduzir
problemas de acidentes de trabalho nos canteiros de obra em uma construção civil. A pesquisa
aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos,
mais imediatos, ou não (VERGARA, 2009).
A fim de chegar ao objetivo proposto a pesquisa foi realizada em três fases conforme a
Figura 2.
Figura 2 – Fases da Pesquisa.
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Fonte: Autoras (2018).

A primeira fase compreendeu na coleta de dados em uma construtora localizada na


grande Florianópolis. A mesma opera em grandes empreendimentos, desde obras de
infraestruturas, provenientes de serviços prestados a órgãos governamentais, a prédios
habitacionais.
Os dados coletados na empresa teve o propósito de identificar o método de análise de
risco e os principais motivadores de acidentes em grandes alturas, assim como identificar os
principais pontos a serem analisados de uma obra civil. A coleta destes dados foi por meio de
entrevistas estruturadas com o gestor de projetos, gerente de execução e mestres de obras da
empresa. Ainda, foram utilizados relatórios gerenciais, registros históricos de acidentes que
ocorreram na execução de projetos anteriores.
Em conjunto com o técnico de segurança da empresa, foram abordados métodos atuais
de análise de riscos. Desta forma, foram definidos parâmetros atuais de averiguação de riscos
potenciais e sua APR.
Na fase seguinte foi definido um modelo de análise de riscos com a utilização da
VANT. Para isso foi realizado uma revisão dos principais métodos de analise de risco
presentes na literatura. Munido com os dados anteriormente coletados na empresa alvo desta
pesquisa, realizou-se uma compilação do método atual observado com os métodos resultantes
da revisão da literatura, definindo as árvores de falha a fim de definir um modelo de analise
de risco, pontuando as principais causas que levam aos recorrentes acidentes em obras civis.
Com a definição do modelo de análise de risco, considerando dados atuais da empresa
juntamente com a revisão da literatura e a analise da árvore de falhas, necessitou parametrizar
o modelo com a utilização da VANT para grandes alturas.
Por fim, se definiu quatro grupos de abordagens, determinando locais e potenciais
causas de futuros acidentes a serem investigados com o equipamento, que para esta pesquisa
foi escolhido o Drone como equipamento. Essas abordagens buscaram locais e formas
diferentes de evidenciar potenciais riscos, como se fossem roteiros de voos.
Nesta última etapa, foram definidas comparações com o modelo atual sem a utilização
da VANT e com a inserção deste equipamento. Em todas as fases foram consideradas as
NR18 e NR35 como parâmetro de análise.
O local de estudo foi definido juntamente com a empresa alvo desta pesquisa, onde se
deu preferência a projetos com mais de 10 pavimentos e que não estejam em estado avançado
de execução.
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4. Análise e Resultados

Análises e resultados buscaram definir a caracterização e os dados sobre a empresa


alvo desta pesquisa, tal como seus métodos de análise de risco atual. Com isto foram definidas
as árvores de falhas conforme os dados da empresa, para determinar as principais causas de
acidentes em locais definidos para investigação com a utilização da VANT. E por fim a
análise da aplicação conforme as quatro abordagens pré-definidas.

4.1 Análise de risco pela empresa

Como a empresa, alvo desta pesquisa, possui muitos projetos a serem executados, foi
escolhido conforme os parâmetros de escolha, previsto no item de procedimentos
metodológicos desta pesquisa, um empreendimento Residencial de Médio Padrão composto
por uma única torre com 26 pavimentos, sendo 4 apartamentos por andar, totalizando 104
apartamentos.
Atualmente o processo de monitoramento e inspeção da segurança é executado nesse
projeto por técnicos de segurança, com o apoio da equipe de gestão da obra. Os
procedimentos utilizados pela empresa podem ser observados na Figura 3.

Figura 3 – Procedimentos para análise de risco.

Fonte: As autoras com base na entrevista realizada com os gestores.


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Os procedimentos adotados atualmente envolvem o mapeamento pelo corpo técnico


dos principais pontos de risco, dependendo o tipo de risco a inspeção deverá ser realizada em
caráter emergencial ou de rotina. Nesses pontos, os responsáveis devem fotografar todo o
ambiente, com essas fotos é realizada uma análise em conjunto com engenheiros e técnicos de
seguranças. Caso não seja identificado algum problema, será autorizada a continuação das
atividades da obra, caso contrário é construído um planejamento de resposta ao risco
identificado.
Em todo esse processo de identificação dos riscos, se faz necessário que os gestores
designem um profissional para ir aos locais. Em caso de acidente, este profissional poderá
também está em perigo.
Aliado aos procedimentos descritos na Figura 3, a análise de risco é feita através de
uma APR.
Quadro 2 – APR da empresa.

Fonte: Construtora pesquisada.


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Segundo a entrevista realizada e a apresentação da APR utilizada no projeto, os


principais riscos estão relacionados com quedas, sendo elas:
• Quedas de andaime;
• Quedas de escadas;
• Quedas do telhado;
• Queda de materiais.
Esses potenciais riscos serão mais bem analisados a seguir com as árvores de falhas.

4.2 Análise da árvore de falhas

Sabendo-se que esta técnica é uma ferramenta auxiliar na identificação de potenciais


falhas em um projeto civil, foi realizada uma analise e entrevista com o técnico em segurança
do trabalho da empresa, de forma que determinassem quais a combinações de falhas pudessem
causar os eventos-topo que neste caso são as quedas de andaime, escadas, telhado e materiais.
Na Figura 3, é analisado a queda de andaime que possui os mais variados eventos das
queda
Figura 4 – AAF: Queda de andaime

Fonte: Autoras, 2018


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Conforme a Figura 4, o evento de queda de andaime está relacionado com a


resistência, onde o evento o mau funcionamento da manutenção ou do material. A
estabilidade tem como evento o mau funcionamento da base suporte e das condições do piso.
A montagem se relaciona o mau funcionamento na execução da montagem e da utilização das
peças inadequadas. A proteção tem como fator o mau funcionamento que está relacionado
com o profissional, como condições inseguras e as suas atitudes e treinamento recebido.
Portanto, os riscos de queda em andaime a serem analisados estão relacionados diretamente
com os materiais utilizados, as condições do piso, a forma como foi montado e condições
inseguras.
Na Figura 5, é mostrada a árvore de falhas da queda de escadas.
Figura 5 – AAF: queda de escada

Fonte: Autoras, 2018

As quedas de escadas tem como evento causador principal a resistência da escada, o


tipo da escada, estabilidade. Os eventos de mau funcionamento estão relacionados com o
material, a falha na execução e resistência da escada. O fator do usuário é relativo ao seu
treinamento e o risco pessoal.
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Na figura 6, é apresentado a árvore de falhas referente a queda de telhado.


Figura 6 – AAF: Queda de telhado

Fonte: Autoras, 2018.

Os fatores que tem influencia direta com as quedas do telhado, são a resistência e a
estabilidade do telhado. Os maus funcionamentos nestes eventos possuem relação à resistência
do telhado são os materiais e na sua execução. Já a estabilidade, o fator que poderá ocasioná-
lo é o risco pessoal ou falta de equipamentos de segurança tanto pessoal quanto coletivo e até
mesmo as condições inseguras na execução das atividades no telhado.
Por fim, a Figura 7 apresenta a analise da árvore de falhas de quedas de materiais.
Figura 7 – AAF: Queda de materiais

Fonte: Autores, 2018.

Os fatores que geram influencia direta com as quedas de materiais tem relação com a
proteção e organização na execução das atividades na obra. O evento mau funcionamento
relacionado a proteção são a falta ou má instalações da rede de proteção e rodapés em
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andaimes. Já a organização está relacionado diretamente com a forma que os profissional


executam as suas atividades como a utilização e disposição das ferramentas amarradas e
materiais ferramentas em caixas.

4.3 Modelo de análise de risco utilizando VANT

O Quadro 3, apresenta um modelo de identificação e análise de risco na obra civil com


a utilização de um Drone no projeto em execução do residencial da empresa alvo da pesquisa.
Quadro 3 – Modelo de analise de risco com a utilização de Drone.
FATORES DE
ABORDAGEM LOCAL OBJETOS A INSPECIONAR
ANÁLISE
 Materiais;
 Resistência.
 Condições do piso;
 Estabilidade.
Abordagem 1 Andaime  Suportes;
 Montagem.
 Estrutura montada;
 Proteção.
 Atuação profissional.
 Materiais;  Resistência.
 Execução da escada;  Estabilidade.
Abordagem 2 Escada
 Escada finalizada;  Fator  Tipo de escada.
pessoal.  Usuário.
 Materiais;
 Resistência.
Abordagem 3 Telhado  Execução;
 Estabilidade.
 Condições inseguras.
 Instalação de rede de
proteção;
 Proteção.
Abordagem 4 Materiais  Rodapé em andaimes;
 Organização.
 Ferramentas dispostas; 
Fator pessoal.
Fonte: Autoras, 2018.

As abordagens foram definidas conforme os locais considerados de potenciais riscos


segundo a empresa entrevistada e sua APR. Os objetos e fatores de análise consideraram os
principais fatores evidenciados na análise de falhas.
Com isso, pode-se determinar um modelo de operação para identificar e analisar
potenciais características na execução de obras civis com o uso de VANT’s. Desta forma as
inspeções serão mais bem definidas e aproveitáveis, focando em possíveis problemas
específicos, e não uma analise global. Assim, os planejamentos das respostas aos riscos terão
maior agilidade.
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4.3.1 Aplicação do modelo

A coleta de dados com o VANT visou analisar as condições de segurança com


trabalho em altura em uma obra residencial considerado o modelo proposto no Quadro 3.
Além de entrevistas com os colaboradores quanto ao risco e perigos associados ao uso
da tecnologia e suas privacidades, neste caso optou-se por trabalhadores que estavam
exercendo atividades na área externa. Para garantir a segurança e a eficiência na decolagem e
pouco da aeronave utilizou-se uma checklist pré – voo e pouso.
Tabela 1 – Checklist – Pré - voo
CHECKLIST PRÉ – VOO VOO CHECADO COMENTÁRIOS
1. Ligar Roteador (tablete ou celular)

2. Ligar controle remoto


3. Levantar Antenas
4. Conectar cabo USB
5. Remover proteção da câmera
6. Checar encaixe das hélices
7. Inserir bateria do VANT
8. Ligar bateria do VANT
9. Colocar o VANT em lugar aberto e
seguro para a decolagem e para que ele
possa retomar a localização
10. Ligar aplicativo de controle
Fonte: Autoras (2018).

Tabela 2 – Checklist – Pouso


CHECKLIST POUSO VOO CHECADO COMENTÁRIOS
1. Verificar visualização da câmera
2. Para gravação de vídeo
3. Pousar em lugar seguro e aberto
4. Desligar a bateria do VANT
5. Desligar o controle remoto
6. Desligar roteador (tablet ou celular)
7. Remover bateria
8. Remover hélices
9. Colocar proteção da câmera
10. Guardar VANT
Fonte: Autoras (2018).
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Tabela 3 - Entrevista com os envolvidos no projeto.


ENTREVISTA - DESEMPENHO E IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS
Esta entrevista tem por objetivo analisar a utilidade da tecnologia VANT quanto ao atendimento das
necessidades de informações para tomadas de decisões, baseado na percepção dos envolvidos no
projeto.

INFORMAÇÕES GERAIS
Nome do projeto:
Nome:
Formação:
Função:
UTILIDADE DOS ATIVOS PARA TOMADA DE DECISÃO
1. Existe alguma informação que você gostaria de extrair dos ativos visuais, que não foi possível
visualizar?
2. Existe algum problema que foi possível visualizar através dos ativos visuais, que não tinha sido
identificado anteriormente?
3. Quais as principais barreiras e benefícios para a incorporação do VANT no sistema monitoramento
e segurança?
NÍVEL DE DESEMPENHO E IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS
Indique, de acordo com a sua percepção, o nível de desempenho do equipamento para diferentes itens
apresentados abaixo:
1. Facilidade de operação ( aeronave, controle remoto).
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
2. Interferência nas atividades devolvidas na obra (paralisação de atividades, equipamento e pessoas).
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
3. Aceitação dos intervenientes, quanto à invasão de privacidade dos trabalhadores.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
4. Risco de colisão e queda durante o voo em canteiro.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
Fonte: Autoras (2018).
Tabela 4 - Entrevista com os colaboradores.

ENTREVISTA COM OS COLABORADORES


Esta entrevista tem como objetivo analisar a percepção do usuário sobre questões relacionadas a
privacidade e riscos do uso de VANT em canteiro de obra.

INFORMAÇÕES GERAIS
Função:
Local de execução do serviço:
INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS
Indique, de acordo com a sua percepção, questões relacionadas com a privacidade no uso de VANT e
riscos associados ao uso da tecnologia em canteiro de obras.
1. Você conhece ou já ouviu falar de drones antes?
Sim ( ) Não ( )
2. Durante o voo do drone, qual foi o grau de privacidade que você sentiu?
1 - Muito Baixo; 2 - Baixo; 3 - Moderado; 4 - Alto; 5 - Muito Alto.
3. Durante o voo, qual foi o grau de distração que você teve?
1 - Muito Baixo; 2 - Baixo; 3 - Moderado; 4 - Alto; 5 - Muito Alto.
4. Durante o voo do drone, qual foi o grau de preocupação com o risco de queda da aeronave que
você sentiu?
1 - Muito Baixo; 2 - Baixo; 3 - Moderado; 4 - Alto; 5 - Muito Alto.
Fonte: Autoras (2018).
20

Como resultado das abordagens por intermédio do uso do Drone foi possível
identificar condições precárias de segurança principalmente os equipamentos de proteção
coletiva (plataforma de proteção e guarda-corpo), e EPI (capacete, fardamento incompleto).
As que apresentaram falhas graves foram a abordagens 1 e 4.
Na figura 8 é identificado o mau funcionamento quanto à instalação do andaime.

Figura 8 – Andaime suspenso

Fonte: Autoras, 2018.

Observa-se que o andaime na Figura 7 está desnivelado e os trabalhadores na borda da


edificação sem EPI’s, ou seja, sem capacete, fardamento incompleto e cinto trava-quedas.
A Figura 9 destaca as condições quanto à organização e proteção de materiais e
trabalhadores.
Figura 9 – Condições adversas
21

Fonte: Autoras, 2018.

A aplicação do modelo com o uso de Drone se mostrou rápida e eficiente na


identificação de parâmetros incorretos considerando a literatura, os modelos de analises de
riscos e condições previstas nas normas técnicas.
Com a câmera acoplada, o Drone garante o manuseio através de um celular das fotos e
filmagem, podendo ser ampliados para observar e destacar os detalhes da obra e suas
atividades.

4.4 Análise e comparações

As condições inadequadas de trabalho podem estar associadas à falta ou ineficácia de


um sistema de monitoramento de segurança com medidas e procedimentos estruturados e a
necessidade de pessoal para realizar tais atividades, visto que a obra tinha apenas um técnico
de segurança para todo o serviço.
Com base nos resultados buscou-se identificar um conjunto de fatores denominados
barreiras e benefícios encontrados para o processo de análise e avaliação através do uso do
VANT.
Quadro 4 – Barreiras e benefícios do VANT para análise de segurança.
ASPECTOS BENEFÍCIOS BARREIRAS
 Barreiras físicas (edifícios, postes,
árvores, fiações elétricas, entre
Planejamento  Identificação dos pontos de segurança de outros);
interesse.  Condições climáticas (chuva e
ventos fortes).

 Redução do tempo de inspeção devido à


 Requisitos das Regulamentações
flexibilidade na monitoração das
(ex. limite de altitude);
Coleta e atividades;
 Treinamento VANT para piloto e
processamento de  Simplificação das etapas de inspeção por
observador;
dados meio da eliminação do excesso de coleta
 Pobre visualização de áreas
manual (redução de pessoal);
internas.
 Tecnologia de fácil uso.

 Aumento da transparência das  Análise manual dos ativos visuais;


condições inseguras;  Necessidade de melhorar o
Análise de dados e  Informações detalhadas sobre condições feedback em tempo real para os
proposição de inseguras e seguras; trabalhadores (interação direta
melhorias  Utilização dos ativos visuais e os entre VANT e trabalhadores).
resultados de inspeção para a educação
de segurança.
22

 Viabilidade de custo-benefício VANT  Integração do VANT com sistema


(aquisição e manutenção tecnologia de de gestão de saúde e segurança do
Sistema de baixo custo); projeto;
Segurança e Pessoas  Potencial de melhoria do  Resistência à adoção de novas
comportamento do trabalhador tecnologias pela construção civil.
relacionada com segurança.

Fonte: Autoras (2018).

5. Considerações Finais

Neste trabalho procurou-se, como objetivo principal, propor e incentivar utilização de


Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) para inspeção de segurança em canteiros de obra por
meio de coletas de imagens estáticas ou dinâmicas.
O procedimento aplicado no projeto foi idealizado de forma a facilitar o processo de
utilização da tecnologia VANT em conjunto ao sistema de gestão da segurança. Foi
estruturado nas seguintes etapas principais: planejamento, coleta de dados, processamento e
análise. No planejamento foi definido um modelo de análise de riscos com a utilização da
VANT, na coleta de dados junto com a empresa, proporcionou identificar o método de análise
de risco e os principais motivadores de acidentes em grandes alturas, assim como identificar
os principais pontos a serem analisados de uma obra civil. A coleta de dados relaciona-se à
inspeção remota com o VANT por meio dos voos realizados no canteiro de obras. Logo após
este processo de coleta de dados (fotos e vídeos) são copiados ou transferidos da memória
interna da aeronave (catão micro sd) para um computador e posteriormente salva em memória
externa (hd externo ou outra mídia física, como dvd).
Em função da grande quantidade de capturas visuais efetuadas durante um voo, busca-
se agrupar um conjunto com maior representatividade uma vez que, com um conjunto menor
imagens é possível obter um diagnóstico mais verossímil das condições de segurança do
canteiro de obra, com um menor tempo para análise. Esse arranjo facilita, pois, através de uma
imagem é possível avaliar mais de um item de segurança. Em complemento, o checklist de
segurança pode ser adaptado para as diferentes fases da execução da obra.
Ainda há muito espaço para estudar a utilização efetiva da tecnologia VANT no
processo de inspeção de segurança em todas as atividades laborais. Novos estudos seriam
necessários para avaliar o impacto da inspeção complementar de segurança com esta
23

tecnologia em canteiros de obra. Como a captura é em tempo real, permitindo ações corretivas
imediatas, reduzindo-se, assim, o tempo para uma inspeção de segurança como também,
simplificando todo o processo. Como exemplo, seria promissoras as sugestões para futuros
trabalhos: (a) desenvolver aplicação de imagens para modelos 3D, como uma upgrade em
maquetes e panorâmicas; (b) elaborar pesquisas que comparem os resultados deste sistema de
inspeção de segurança proposto em relação ao sistema de inspeção tradicional; (c)
desenvolver indicadores para avaliar o processo de inspeção de segurança com VANT,
semelhantes ao ciclo PDCA, para melhoria contínua.

Agradecimentos

Agradecemos em primeiro lugar a Deus, que nos proporcionou chegar ate aqui.
Agradecemos também ao nosso orientador Rafael Vieira Mathias por todo apoio e paciência
ao longo da elaboração deste projeto.
Ao nosso coordenador e professor Franco Wronski Comeli que teve o papel importantíssimo
durante toda a etapa do nosso desenvolvimento acadêmico. Agradecemos também à
construtora e seus colaboradores que disponibilizaram a locação e acreditaram no nosso
projeto.
Nosso muito obrigado.

Referências

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