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RESUMO
O presente artigo tem como objetivo propor um modelo de análise e avaliação das condições
de trabalho em grandes alturas no ramo da construção civil com a utilização de veículos
aéreos não tripulados (VANT’s), possibilitando em uma avaliação mais ágil e segura e
resultando numa menor intervenção física de indivíduos nas áreas potencialmente de risco.
Para isso foi realizado um estudo em uma construtora onde os dados coletados foram por meio
de entrevistas com o propósito de identificar o método de análise de risco e os principais
motivadores de acidentes em grandes alturas. Ainda, foram utilizados relatórios gerenciais,
registros históricos de acidentes que ocorreram na execução de projetos anteriores.
Com a definição do modelo de análise de risco, considerando dados atuais da empresa
juntamente com a revisão da literatura e a análise da árvore de falhas, necessitou parametrizar
o modelo com a utilização da VANT para grandes alturas. Foram definidas comparações com
o modelo atual sem a utilização da VANT e com a inserção deste equipamento. Em todas as
fases foram consideradas as NR18 e NR35 como parâmetro de análise.
Os resultados obtidos buscaram definir a caracterizarão e os dados sobre a empresa alvo desta
pesquisa, tal como seus métodos de análise de risco atual. Foram definidas as árvores de
falhas conforme os dados da empresa, para determinar as principais causas de acidentes em
locais definidos para investigação com a utilização da VANT. Com base nos resultados
buscou-se identificar um conjunto de fatores denominados barreiras e benefícios encontrados
para o processo de análise e avaliação através do uso do VANT.
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Acadêmica do curso de Engenharia de Produção da Faculdade Capivari. E-mail: anacarolina.s.s@hotmail.com 2
Acadêmica do curso de Engenharia de Produção da Faculdade Capivari. E-mail: thaysantanajg@icloud.com
2
Orientador. Docente do curso de Engenharia de Produção da Faculdade Capivari. E-mail:
rafaelvmathias@gmail.com
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1. Introdução
2. Fundamentação Teórica
2.1.1.1 NR 18
2.1.1.2 NR 35
A queda de altura tem sido uma das principais causas de acidentes graves e fatais no
Brasil, nas mais variadas atividades. Considera-se trabalho em altura toda atividade executada
acima de 2 metros do nível inferior, onde exista risco de queda (CAMISASSA, 2015).
A NR 35 tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de proteção
para o trabalhado em altura, envolvendo desde o planejamento e organização até a execução,
de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou
indiretamente com a atividade. De acordo com a NR 35 (CAMISASSA, 2015), destaca-se que
o empregador tem as seguintes principais responsabilidades:
a) Assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho em
altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e das medidas
complementares de segurança aplicáveis;
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Toda empresa quando se planeja para a construção deve ficar atenta para as
ocorrências de riscos potenciais, pois o custo de uma falha pode ser bastante elevado. O uso
dos métodos de avaliação de risco deve ser aplicado a qualquer situação em que um resultado
indesejado, pode ter um impacto relevante para a empresa.
Um dos métodos utilizado para análise de risco na construção civil prevista nas NR’s é
a análise preliminar de risco (APR).
POTENCIAL MEDIDAS DE
RISCOS DANOS DE PREVENÇÃO EPI / EPC
RISCO
Para uma análise de risco mais eficiente e que promova maior compreensão das causas
que levam a acidentes, se faz necessário aliar a APR com outros métodos e ferramentas, como
a Análise da Árvore de Falhas (AAF).
É cada vez mais comum nos dias atuais ver que a tecnologia já faz parte de muitos
ambientes, empresas criam produtos novos que deem mais lucro e mais competitividade no
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mercado. O uso de novas tecnologias na área da construção civil já esta sendo uma aposta das
grandes construtoras, é convincente que apostar em inovações é um grande diferencial.
Segundo Menezes (2014), construtoras independente do seu porte, precisam ser aliadas
da tecnologia, pois quanto mais se investir em inovações, maior será o retorno ao empresário.
Na construção civil técnicas e inovações tecnológicas têm colaborado na melhoria da
qualidade das obras, assim como na redução do tempo e dos custos das obras. Algumas dessas
principais inovações são: impressão 3D, sensores vestíveis, contrapiso autonivelante, Building
Information Modeling (BIM) (MAPADAOBRA, 2017).
Segundo Furtado et al. (apud Parente, 2016), VANT é um termo genérico que
identifica uma aeronave que pode voar sem tripulação, originalmente projetada para operar
em situações perigosas e repetitivas em regiões consideradas de difícil acesso. Ele pode ainda
imagear áreas extensas por um longo tempo sem intervenção de um operador humano (apud
PARENTE, 2016).
A aplicação de tecnologias de VANT´s nos negócios já existentes permite que as
empresas criem novas áreas de negócios e simplifiquem os processos comercias. Além de ser
reduzida a exposição humana a tarefas longas, monótonas, sujas e ate mesmo perigosas.
Nos dias atuais os VANT´s estão sendo utilizados para diversas funções, tanto para o
uso agrícola, como para serviços de emergência.
3. Procedimentos Metodológicos
Esta pesquisa é de natureza qualitativa uma vez que difere da abordagem quantitativa
pelo fato de não utilizar dados estatísticos como o centro do processo de análise de um
problema, não tendo, portanto, a prioridade de numerar ou medir unidades (PRODANOV E
FREITAS, 2013).
Trata-se ainda de uma pesquisa aplicada com o propósito de solucionar ou reduzir
problemas de acidentes de trabalho nos canteiros de obra em uma construção civil. A pesquisa
aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos,
mais imediatos, ou não (VERGARA, 2009).
A fim de chegar ao objetivo proposto a pesquisa foi realizada em três fases conforme a
Figura 2.
Figura 2 – Fases da Pesquisa.
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4. Análise e Resultados
Como a empresa, alvo desta pesquisa, possui muitos projetos a serem executados, foi
escolhido conforme os parâmetros de escolha, previsto no item de procedimentos
metodológicos desta pesquisa, um empreendimento Residencial de Médio Padrão composto
por uma única torre com 26 pavimentos, sendo 4 apartamentos por andar, totalizando 104
apartamentos.
Atualmente o processo de monitoramento e inspeção da segurança é executado nesse
projeto por técnicos de segurança, com o apoio da equipe de gestão da obra. Os
procedimentos utilizados pela empresa podem ser observados na Figura 3.
Os fatores que tem influencia direta com as quedas do telhado, são a resistência e a
estabilidade do telhado. Os maus funcionamentos nestes eventos possuem relação à resistência
do telhado são os materiais e na sua execução. Já a estabilidade, o fator que poderá ocasioná-
lo é o risco pessoal ou falta de equipamentos de segurança tanto pessoal quanto coletivo e até
mesmo as condições inseguras na execução das atividades no telhado.
Por fim, a Figura 7 apresenta a analise da árvore de falhas de quedas de materiais.
Figura 7 – AAF: Queda de materiais
Os fatores que geram influencia direta com as quedas de materiais tem relação com a
proteção e organização na execução das atividades na obra. O evento mau funcionamento
relacionado a proteção são a falta ou má instalações da rede de proteção e rodapés em
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INFORMAÇÕES GERAIS
Nome do projeto:
Nome:
Formação:
Função:
UTILIDADE DOS ATIVOS PARA TOMADA DE DECISÃO
1. Existe alguma informação que você gostaria de extrair dos ativos visuais, que não foi possível
visualizar?
2. Existe algum problema que foi possível visualizar através dos ativos visuais, que não tinha sido
identificado anteriormente?
3. Quais as principais barreiras e benefícios para a incorporação do VANT no sistema monitoramento
e segurança?
NÍVEL DE DESEMPENHO E IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS
Indique, de acordo com a sua percepção, o nível de desempenho do equipamento para diferentes itens
apresentados abaixo:
1. Facilidade de operação ( aeronave, controle remoto).
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
2. Interferência nas atividades devolvidas na obra (paralisação de atividades, equipamento e pessoas).
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
3. Aceitação dos intervenientes, quanto à invasão de privacidade dos trabalhadores.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
4. Risco de colisão e queda durante o voo em canteiro.
1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( )
Fonte: Autoras (2018).
Tabela 4 - Entrevista com os colaboradores.
INFORMAÇÕES GERAIS
Função:
Local de execução do serviço:
INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS
Indique, de acordo com a sua percepção, questões relacionadas com a privacidade no uso de VANT e
riscos associados ao uso da tecnologia em canteiro de obras.
1. Você conhece ou já ouviu falar de drones antes?
Sim ( ) Não ( )
2. Durante o voo do drone, qual foi o grau de privacidade que você sentiu?
1 - Muito Baixo; 2 - Baixo; 3 - Moderado; 4 - Alto; 5 - Muito Alto.
3. Durante o voo, qual foi o grau de distração que você teve?
1 - Muito Baixo; 2 - Baixo; 3 - Moderado; 4 - Alto; 5 - Muito Alto.
4. Durante o voo do drone, qual foi o grau de preocupação com o risco de queda da aeronave que
você sentiu?
1 - Muito Baixo; 2 - Baixo; 3 - Moderado; 4 - Alto; 5 - Muito Alto.
Fonte: Autoras (2018).
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Como resultado das abordagens por intermédio do uso do Drone foi possível
identificar condições precárias de segurança principalmente os equipamentos de proteção
coletiva (plataforma de proteção e guarda-corpo), e EPI (capacete, fardamento incompleto).
As que apresentaram falhas graves foram a abordagens 1 e 4.
Na figura 8 é identificado o mau funcionamento quanto à instalação do andaime.
5. Considerações Finais
tecnologia em canteiros de obra. Como a captura é em tempo real, permitindo ações corretivas
imediatas, reduzindo-se, assim, o tempo para uma inspeção de segurança como também,
simplificando todo o processo. Como exemplo, seria promissoras as sugestões para futuros
trabalhos: (a) desenvolver aplicação de imagens para modelos 3D, como uma upgrade em
maquetes e panorâmicas; (b) elaborar pesquisas que comparem os resultados deste sistema de
inspeção de segurança proposto em relação ao sistema de inspeção tradicional; (c)
desenvolver indicadores para avaliar o processo de inspeção de segurança com VANT,
semelhantes ao ciclo PDCA, para melhoria contínua.
Agradecimentos
Agradecemos em primeiro lugar a Deus, que nos proporcionou chegar ate aqui.
Agradecemos também ao nosso orientador Rafael Vieira Mathias por todo apoio e paciência
ao longo da elaboração deste projeto.
Ao nosso coordenador e professor Franco Wronski Comeli que teve o papel importantíssimo
durante toda a etapa do nosso desenvolvimento acadêmico. Agradecemos também à
construtora e seus colaboradores que disponibilizaram a locação e acreditaram no nosso
projeto.
Nosso muito obrigado.
Referências
Ferreira, I. A.; Nobrega, D.D.; Marques, J. S.; Silva, J. P. G. Análise de Risco do Trabalho:
Um Estudo de Caso Envolvendo um Operador de Torno CNC. ENEGEP, 2017.
Ginani, T. P.; Costa, M. A. A.; Soares, A. G. B.; Veloso, A. A.; Oliveira, F. N. Segurança do
Trabalho: Perfil das Empresas de Pequeno Porte da Construção Civil em Angicos/RN.
ENEGEP, 2017.
Helman, H.; Andery, P.R.P. Análise de falhas: aplicação dos métodos de FMEA e FTA. Belo
Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG, 1 ed, 1995
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Proteção. Anuário Brasileiro de Proteção, 2015. Novo Hamburgo: MPF Publicações, dez.
2014.
Sella, B.C. Comparativo entre as técnicas de análise de riscos APR e HAZOP. Universidade
tecnológica federal do Paraná. 2010.
Vergara, S.C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas. 11ºEd,
2009.