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1.

fontes de hidrogênio;
2. classificação das células;
3. Vantagens/desvantagens;

Qualquer combustível rico em hidrogênio pode ser utilizado na célula combustível, como gás natural,
propano, gás de aterros, biogás, gás das minas de carvão, combustíveis líquidos como
metanol, gasolina, etc. Estes combustíveis são submetidos a reforma catalítica donde se obtém o
hidrogênio.

Fontes renováveis de energia como energia eólica e energia solar, podem ser utilizadas na eletrólise
para produção do hidrogênio puro por eletrolise..

hidrogénio puro produzido por electrólise (energia vinda de fontes renováveis como sol, o vento, a
água,...)

Quando se utiliza os combustíveis fósseis, eletricidade, calor, vapor d’àgua, e dióxido de carbono são
os produtos finais da reação destes combustíveis nas célula combustível.
2) As células a combustível são classificadas de acordo com o tipo de eletrólito empregado, os
principais tipos são:

 Célula alcalinas (AFC – Alkaline Fuel Cell);


 Célula a ácido fosfórico (PAFC – Phosforic Acid Fuel Cell);
 Célula a polímero sólido (SPFC – Solid Plymer Fuel Cell);
 Célula a carbonato fundido (MCFC – Moltem Carbonate Fuel Cell);
 Célula a óxido sólido (SOFC – Sólid Oxid Fuell Cell).

AFC

Utiliza como eletrólito uma solução aquosa de hidróxido de potássio com 30 % a 50 %, fazendo
dela não sensível ao CO como as SPFC, mas ao CO2. A presença de dióxido de carbono provoca
reação com os íons (OH)- formando íons de carbonato que bloqueiam os poros dos eletrodos e
outros caminhos por onde deve fluir o eletrólito.

Por esta razão o hidrogênio combustível e o agente oxidante devem possuir elevado grau de
pureza. A utilização do ar como oxidante requer a utilização de um processo de remoção do
percenteual de 0,03 % de CO2 existente.

Unidades de células a combustível de 12 kW tem sido utilizadas nos Estados Unidos em


programas espaciais, como únicas fontes de geração de eletricidade e água em veículos espaciais
(missão Apollo e Gemini). Ainda são utilizadas pela NASA no Space Shuttle para fornecer
eletricidade e água para os astronautas. Na Europa, sistemas de até 20 kW são testados em
aplicações militares e industriais. Não apresentam densidade de potência como as SPFC, mas
são de materiais mais barato.

Estas células operam em temperatura entre 60 e 100°C, eficiência de 50 a 60 %, e sua estrutura é


em metal ou em plástico. Pela grande compatibilidade com muitos materiais, as células alcalinas
têm vida longa, com operação superiores a 15.000 horas. Nas primeiras células combustível o
eletrólito alcalino apresenta o inconveniente de atacar a maioria dos polímeros, e tendia a
dissiminar pelas entranhas e junções da célula, entretanto, este inconveniente foi superado, e este
tipo de célula pôde ser utilizada na missão espacial do “Shuttle”. Em 1998 a Zero Emission Vehicle
Company, lançou o primeiro taxi híbrido (Londres) com célula combustível de 5 kW e uma bateria
de convencional de 70 kW.

Célula combustível a ácido fosfórico (PAFC)

O eletrólito destas células é o ácido ortofosfórico, que permite operá-la a temperaturas acima de
200°C. O calor produzido não é alto bastante para ser aproveitado em cogeração, mas pode ser
aproveitado para aquecimento de água e aquecimento do ambiente.

Pode usar como combustível o hidrogênio contaminado com dióxido de carbono, e como oxidante
o oxigênio ou o ar.

Permite como combustível alcools como metanol e etanol, neste caso cuidados especiais são
necessários para não ocorrer o envenenamento do anodo por monóxido de carbono e sulfeto de
hidrogênio, os quais podem estar presentes na reforma do combustível. Isto resultaria numa
gradual redução da performance e eventual falha na célula. Os eletrodos consiste de carbono
catalizado e arranjado em pares justapostos em série. Para proporcionar maior atividade das
reações eletroquímicas, estas células de combustível requerem o emprego de catalisadores
à base de metais nobres como a platina, o que constitui um custo. Tem sido destinadas a
geração de energia nas dependências do próprio consumidor. A Tokyo Electric Power possui uma
unidade de 11 MW, construída pela Toshiba, utilizando células fabricadas pela International Fuel
Cell Company. Existem mais de 100 unidades demonstrativas de 200 kW, denominada PC-25
operando em todo mundo.

As células combustível a ácido fosfórico quando abastecidas com hidrogênio, são as que
produzem eletricidade mais eficientemente e com menor custo de capital do que qualquer outro
tipo de célula, com eficiência de 45 a 48 %.

Desafios a serem superados:

O carbono, componente dos eletrodos, é relativamente instável em solução aquosa estando


sujeito a oxidação, com formação de monóxido de carbono ou de dióxido de carbono. A
quantidade de carbono existente no catodo de uma célula PAFC reduz-se em cerca de 20 % após
um período de operação de 40.000 horas.

O material utilizado como catalisador é a platina, metal de alto custo que é disperso na estrutura
porosa dos eletodos em forma de minúsculas partículas, formando assim uma camada
catalisadora entre o eletrodo e o eletrólito. Em 1965 a quantidade de catalisador utilizada era de 9
mg Pt/cm2 . Com o avanço da tecnologia, esta quantidade foi sendo drasticamente reduzida,
sendo hoje da ordem de 0,1 mg Pt/cm2 para o anodo e de 0,5 mg Pt/cm2 para o catodo.

O processo de corrosão do carbono nas células, resulta na degradação da superfície de contato


dos reagentes com a platina, reduzindo assim a ação do catalisador.

Obs.: A eficiência das reações eletroquímicas é obtida com a utilização de catalisadores. A platina
provou ser o material mais adequado para as reações de oxidação do hidrogênio e de redução do
oxigênio.

Célula a carbonato fundido (MCFC)

Utiliza como combustível geralmente o gás natural. O eletrólito consiste de carbonato de litio e de
potássio fundidos retidos em uma matriz, o que permite operálas a temperaturas entorno de
650°C. A temperatura elevada de operação dispensa o uso de catalisadores nobres para as
reações eletrolíticas , e permite a reforma do combustível dentro da própria célula. A MCFC
produz calor e vapor de água no anodo, os quais podem ser utilizados na reforma do metano. São
montadas em estruturas de metal e plástico, o que as tornam mais baratas que as anteriores. São
indicadas para plantas maiores de geração de energia. A eficiência combustível/energia elétrica
pode exceder 55 %, bem superior aos 33 – 35 % das unidades convencionais, e aos 40 – 45 %
dos outros tipos de célula combustível. Quando o calor residual é aproveitado, a eficência global
pode atingir 85 %.

A toxidez do combustível e a alta temperatura em que opera, requer selagem dos componentes
das células para se evitar vazamentos. Estas células utilizam o mesmo sistema de reforma de
combustível que as células PAFC e SPFC, no qual um reformador separado é alimentado por uma
mistura de combustível à base de hidrocarbonetos e vapor, produzindo assim um gás rico em
hidrogênio que por sua vez alimenta o anodo da célula. Possui vida útil superior a 10.000 horas.
Na temperatura ambiente o carbonato é sólido, mas a temperatura de 650° se funde passando a
líquido.
Célula de óxido sólido (SOFC)

O combustível utilizado é o hidrogênio combinado com monóxido de carbono, como nas células
de carbonato fundido. Os eletrólitos são óxidos refratários que exibem, mesmo no estado sólido,
considerável condutividade iônica em temperatura acima de 900°C. Devido a alta temperatura de
operação (800° a 1000°C), as reações nos elétrodos processam muito rapidamente. O calor
produzido pode ser utilizado para produzir mais energia elétrica, utilizando turbinas a vapor.
Dispensam a utilização de catalisadores à base de materiais nobres e de alto custo. Permitem o
processamento direto do combustível no interior da própria célula (reforma interna). Possuem
eletrólito sólido, portanto mais estáveis. Como no casos das células a carbonato fundido, são
muitos os desafios a serem vencidos para aumentar a vida útil das estruturas das células,
principalmente devido a elevada temperatura. Estas células são indicadas para central de
geração, onde a variação da temperatura pode ser controlada, e haja disponibilidade de
combustível fóssil, inclusive gasolina. Eficiência de 50 a 55 % podem ser alcançada. A vantagem
desse sistema é que seus eletrodos podem atuar como reformadores de outros combustíveis,
gerando o hidrogênio para a alimentação. Existem três modalidades de célula combustível deste
tipo: a tubular, a plana, e a monolítica

Célula a polímero sólido (SPFC ou PEMFC)

Neste tipo de célula (também conhecida como próton exchange membrane fuell cell – PEMFC) o
eletrólito é uma membrana condutora de polímero sólido com 100 micra de espessura, que
permite que prótons (íons hidrogênio) sejam transmitidos de uma face para outra (do anodo para o
catodo), mas totalmente impermeável a elétrons. Serve também como separador entre os dois
gases reagentes. Utiliza como as AFC e PAFC, a platina como agente catalisador, na proporção
de 4 mg Pt/cm2 , o que representa um custo adicional de USD 500/m2 .

Nesta proporção somente o custo da platina necessária para um motor de automóvel à célula
combustível SPFC, seria da ordem de USD 10.000. A temperatura de operação é de 90°C, devido
limitações impostas pela membrana.

Para evitar o envenenamento dos eletrodos, deve-se utilizar hidrogênio com teor de monóxido de
carbono menor que 0,1 % no combustível. O ar atmosférico pode ser utilizado como oxidante. A
General Eletric desenvolveu em 1963, duas unidades de 1 kW desta célula para o projeto espacial
Gemini. Em 1970 a DuPont introduziu a Nafion® (PEM- Proton Exchange Membrane) porém,
devido ao custo da membrana condutora iônica NafionDupont (perfluorosulfonica) em comparação
com o ácido fosfórico, estas células eram produzidas em quantidades limitadas. Hoje com a
utilização de novos materiais, o custo das PEM tem reduzido, mas ainda são caras. O preço das
membranas de boa qualidade utilizadas atualmente é da ordem de USD 800/m2 , e a espessura
varia de 50 a 180 micra. A figura 10 mostra como trabalha esta membrana na célula a combustível
http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/Vol23No4_538_v23_n4_(17).pdf

http://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/589/1/C%C3%A9lulas%20de%20combust%C3%ADv
el.pdf SPECTRUM
3)

Vantagens:

- Local de instalação facilitado:

 Sendo de dimensões variadas, podem ser instaladas no próprio local de utilização, principalmente
no meio urbano, sem causar impacto ambiental, barulho, poluição, congestionamento (espaço),
etc.; (Instalação)

- Confiabilidade:

 De operação confiável, pode ser utilizada na substituição dos sistemas elétricos quando em
manutenção, ou o contrário, reduz a freqüência de utilização de equipamentos de emergência na
substituição dos sistemas elétricos quando solicitados; (Operação confiável)
 Possibilita o atendimento com confiabilidade, a consumidores ligados à rede elétrica quando esta
por alguma razão sofre black-out, queda de linha, ou necessita de suprimento extra,
principalmente em horário de pico;
 A célula combustível é mais econômica e confiável que qualquer outra fonte alternativa de energia
que utiliza parte móvel, onde haja necessidade de uso contínuo de energia como hospitais,
centros de computação, telecomunicações, etc.
 Equipamentos eletrônicos de alta sensibilidade em laboratórios, exigem fornecimento de energia
elétrica sem ruído ou distúrbios comuns nos sistemas de fornecimento convencional. As células
combustível fornece potência elétrica confiável e de qualidade, e elimina a necessidade de
custosos geradores de emergência ou de fornecimento contínuo;

 As células combustível pode contribuir para a redução dos elevados custos com construção de
redes e distribuição de energia elétrica, para o atendimento de novos consumidores (reforço da
rede elétrica). A célula a combustível pode atender demandas em horário de pico, evitando sobre
cargas nas rede das concessionárias, incerteza no fornecimento, riscos na geração, necessidade
de investimento em novas usinas, etc.

 As células combustível são sistemas modulares que podem ter sua capacidade aumentada de
acordo com o crescimento da demanda;

 São de eficiência superior as usinas a combustível fóssil, 55 % contra 34 %. São capazes de


produzirem eletricidade muito eficientemente em unidades de dimensões pequenas, sem poluir o
ambiente;

 O calor residual pode ser utilizado para refrigeração por absorção, produção de vapor,
aquecimento de água utilizável nas dependências do consumidor; eliminando investimentos em
caldeiras e chillers.

 Apresenta resposta rápida a flutuações de demanda;


 Baixo custo de manutenção;
 Baixa relação volume/potência.
 Uma diferença marcante entre a célula a combustível e a bateria, é o fato da bateria ser um
acumulador de carga que se esgota à medida que é utilizada, e cuja capacidade depende da
quantidade da massa de reagentes químicos armazenados. Quando os reagentes são
completamente consumidos, a bateria precisa ser recarregada antes de ser utilizada
novamente. A célula a combustível não constitui um armazenador de carga, sim um gerador
contínuo de energia enquanto for mantido os fluxos de reagentes (hidrogênio e oxigênio) em
seus elétrodos. Desta forma, as células a combustível não são exaurível, e não necessitam
de recarga. As células a combustível assemelham-se às baterias somente quanto à maneira
de associar seus elementos, o que possibilita a obtenção de tensão de saída de vários volts.

Desvantagens:

 Apresenta, ainda, elevado custo inicial de implantação (3000 $/kW)


 Os interesses económicos associados às indústrias de combustíveis fósseis e aos países
industrializados.
 Emissão de vapor de água: No caso de utilização de células de combustível a grande escala, a
emissão de vapor de água gerada pelas pilhas de hidrogénio leva ao aumento de efeito de estufa.
 As desvantagens têm a ver com os custos de investigação, dos materiais usados na produção das
células e dos processos de fabrico.
 O conhecimento destas encontra-se num número limitado de pessoas.
 Existe uma falta de infra-estruturas para a produção, transporte e armazenamento do combustível
hidrogénio e as poucas infra-estruturas que existem estão viradas para a industria química em
geral.
 Uma outra questão negativa tem a ver com a produção do hidrogénio que recorre ao uso intensivo
de energia e deriva muitas vezes dos combustíveis fósseis.
 O combustível, consoante o tipo de célula de combustível em questão, necessita de estar livre de
determinados contaminantes, senão as células de combustível podem ver a sua performance
reduzida, podendo em casos extremos deixarem de funcionar.

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