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TERAPIA COGNITIVA EM PACIENTE COM TRANSTORNO DE

PERSONALIDADE ESQUIVA .

Este trabalho refere-se a um relato de caso clinico a qual foi aplicada a terapia
cognitiva. Trata-se de um paciente do sexo masculino com 32 anos, solteiro, nível
superior completo, reside com os pais, é o filho mais novo, é sócio de uma empresa.
Procurou ajuda porque não estava conseguindo trabalhar devido ao medo do fracasso ou
de ser humilhado pelos sócios ou até mesmos pelos seus clientes. Relatou que aos 18
anos teve uma espécie de “crise” que o paralisou e este permaneceu por dez dias imóvel
em posição fetal em sua cama. Apresentou-se à terapia bem vestido, com bastante
discrição, educado, no entanto com aparência tensa e fala bastante pesada. Revelava
interesse pelo contato social, tanto que possuía uma namorada e alguns amigos
próximos, porem apresentava um padrão de isolamento ativo, mostrando extrema
ansiedade nas relações com as demais pessoas, sendo hipersensível a qualquer gesto das
pessoas que pudessem implicar em rejeição ou humilhação. O histórico familiar revelou
que muitos membros apresentaram transtornos mentais ou seja, avô paterno teve
esquizofrenia e dos 4 irmãos, um morreu de overdose e o outro suicidou-se. Tem duas
irmãs e um irmão. Método: No inicio do tratamento foi explicado ao paciente o caráter
educativo da terapia cognitiva e a forma como os pensamentos, sentimentos e
comportamentos interagem entre si. O paciente aprendeu a identificar seus PAD’s e
através do questionamento socrático diversas distorções cognitivas foram reveladas tais
como: afirmações de “deveria” ou baixa tolerância à frustação advinda dos PAD’s
“Devo evitar a todo custo situações desagradáveis “ou” Sou indesejável no trabalho e
nas situações sociais” entre outras. Durante o tratamento surgiram diversas crises de
esquiva com relação à dificuldade em ir trabalhar pela manhã, ou ainda ter que resolver
algum assunto junto aos sócios da empresa. Foram propostos diversos exercícios de
metacognição, treinamento em restruturação cognitiva, exposição a situações temidas e
role playing. Técnicas comportamentais com treino em relaxamento e dessensibilização
sistemática também foram utilizadas. Foram realizadas 28 sessões e no momento atual
esta sendo trabalhado a prevenção da recaída. O paciente já identificou que seus
familiares de modo geral apresentam regras rígidas e inflexíveis e que este padrão tem
contribuído para que ele vivencie muitas vezes criticas e humilhações concretas e
também aprendeu a valorizar sua auto imagem e aceitar pequenos erros como algo
comum. Seu desempenho no trabalho melhorou consideravelmente assim como também
suas relações interpessoais com os sócios de empresa. Já pensa em casar-se e constituir
uma família junto com sua namorada.

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