Padrões de crescimento de fêmeas de tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus)
de diferentes estratos genéticos1
A.M.S. Oliveira2,a, C.A.L. Oliveira3,4, B.J.A. Matsubara3, S.N. Oliveira3, N.M. Kunita3, G.M. Yoshida3, C.M. Campos4 e R.P. Ribeiro3 1 Parte da Dissertação de Mestrado da primeira autora apresentada à Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, UEMS, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Zootecnia. 2 Aluna do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Produção Animal no Cerrado-Pantanal. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – Unidade Universitária de Aquidauana. C.P. 25, CEP 79200-000, Aquidauana, MS, Brasil. Bolsista CAPES. E-mail: alimayrazoo@yahoo.com.br 3 Grupo de Pesquisa PeixeGen - Universidade Estadual de Maringá, UEM, Centro de Ciências Agrárias. CEP 87020-900, Maringá, PR, Brasil. 4 Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Produção Animal no Cerrado-Pantanal. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – Unidade Universitária de Aquidauana. C.P. 25, CEP 79200-000, Aquidauana, MS, Brasil.
A existência de diferentes padrões de crescimento em função do estrato genético de
peixes pode ser um indicador de resultados de um programa de melhoramento. Objetivou-se avaliar as curvas de crescimento de tilápias do Nilo, separadas em diferentes estratos genéticos, conforme a qualidade genética para velocidade de crescimento, determinadas a partir dos valores genéticos preditos para a característica ganho em peso diário. Utilizaram-se informações de 747 fêmeas de tilápias do Nilo do Programa de Melhoramento Genético da Universidade Estadual de Maringá - UEM, provenientes de 58 famílias de irmãos completos e meio irmãos da terceira geração. Os peixes foram identificados individualmente com microchips e cultivados em tanques rede, em Diamante do Norte – PR. Após cinco biometrias para a coleta do peso corporal (g), as tilápias foram separadas em três estratos, Superior (ES) com valor maior que 0,216, Médio (EM) com valores entre 0,216 a 0,014 e Inferior (EI) valor menor que 0,014. As curvas de crescimento foram estimadas pelo modelo não linear de Gompertz, utilizando o procedimento NLIN do SAS 9.1.3, em que as curvas foram avaliadas pela razão de verossimilhança com aproximação do qui-quadrado (X²). As fêmeas do ES apresentaram maior peso assintótico e ponto de inflexão que as fêmeas do EM e EI, visto que fêmeas do ES mantiveram seu crescimento em torno de 28 e 14 dias a mais que fêmeas do EM e EI, respectivamente. Os resultados indicaram que fêmeas ES apresentaram maior ponto de inflexão e peso a maturidade que as fêmeas dos demais estratos genéticos, evidenciando o efeito da qualidade genética na maturação sexual, no qual fêmeas ES demoram mais a atingir a idade adulta. As fêmeas EM e EI atingem mais rapidamente a idade no ponto de inflexão (257 e 278 dias, respectivamente), provavelmente devido à entrada em reprodução, redirecionando a energia utilizada do crescimento corporal para o crescimento das gônadas, confirmando o impacto das diferenças genéticas de acordo com os estratos, sendo fêmeas com maior valor genético mais tardias que fêmeas com valores genéticos menores. As fêmeas ES possuem padrão de crescimento distinto das fêmeas dos demais estratos, sendo menos precoces e com ganhos superiores.
Palavras-chave: maturidade sexual, medidas morfométricas, modelo de
crescimento, tilapicultura, valor genético Figura 1 Curvas de crescimento do peso em função da idade e taxa de crescimento de fêmeas dos estratos Superior, Médio e Inferior de tilápias do Nilo do Programa de Melhoramento Genético da Universidade Estadual de Maringá.