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SUPREMO CONSELHO DO BRASIL

DO GRAU 33 PARA O REAA


DELEGACIA LITÚRGICA DE BRASÍLIA 24.1
MUI PODEROSO CONSISTÓRIO DE PRINCÍPES DO REAL SEGREDO Nº 16

INSTRUÇÃO DO GRAU 32
Ir∴
∴ Marcos A. P. Noronha – Gr∴
∴ 33
Acampamento de Brasília, 22 de agosto de 2008 da E∴
∴V∴

Ad.'.Univ.'. Terr.'.Orb.'.Summ.'.Arch.'. Gl.'.
Mui.'.Pod.'. CONSISTÓRIO DE PRÍNCIPES DO REAL SEGREDO n. 16
SUPR.'. CONS.'.do BRASIL do GR.'. 33 para o RIT.'. ESC.'. ANT.'. AC.'.
DELEGACIA LITÚRGICA DO DISTRITO FEDERAL

INSTRUÇÃO DO GRAU 32

* Marcos A. P. Noronha

I – O CAMINHO DO MAÇOM DO REAA

Desde que um homem se questiona sobre sua origem, sua natureza


profunda e sua razão de ser, desde que o mistério da criação e a finalidade do
destino humano o interpelem, ele se põe a buscar um Absoluto, um sentido à Vida
e à sua própria existência, a imaginar um ideal de sabedoria e de santidade na
direção da qual tende. Assim engaja-se num processo de espiritualização que o leva
a se recentralizar sobre si mesmo, distinguindo o profano do sacro, a empreender
uma conversão existencial. Se perseverar, pode ser que chegue um dia a apoiar,
definitivamente, sua existência sobre uma base ética e espiritual firme e a dedicar-
se generosamente a seus irmãos na humanidade.

Apesar de sua dupla polaridade, humana e divina (Terra e Céu, Matéria e


Espírito, Esquadro e Compasso), o Maçom Escocês engajado no caminho iniciático
do Rito, aprende que este despertar dele próprio, depois sua abertura para além de
sua pessoa, não podem se efetuar por uma simples adesão a um ensinamento
doutrinal.

Ele se dá conta que a descoberta, pode-se dizer, progressiva, de sua


natureza fundamental, e porque não dizer divina, e seu esforço de espiritualização
dependem de uma firme vontade pessoal. Não lhe será solicitado a abdicar sua
personalidade, nem render culto a uma entidade divina, dogmática, mas dissipar os
véus da ignorância, os quais obscurecem sua consciência, perturbam sua reflexão,
adulterando suas escolhas e seus compromissos existenciais.

Esta consciência que ordenará sua vida e, agente de sua própria


regeneração, dará sentido à existência, por si e pelos outros, ao mundo e à
sociedade atual. Unido em consciência ao Princípio universal e espiritual que a
Maçonaria denomina "Grande Arquiteto do Universo", tendo adquirido o sentimento
de estar reunificado em si próprio e reconciliado com o mundo, ser-lhe-á possível
se consagrar à sua vocação de construtor, com zelo, justeza e fraternidade.

O caminho iniciático do Rito Escocês Antigo e Aceito se propõe, a princípio,


a ajudar o Maçom a refinar seu discernimento. Ao incitá-lo a um retorno sobre si
mesmo, o convida a tomar consciência de determinismos instintivos, emocionais,
mentais, ancestrais, sociais e ideológicos que suscitam seus pensamentos,
induzindo suas fixações de identidade e motivando inconscientemente seus atos.

Se esta primeira fase do despertar à sua realidade interna é bem conduzida


e levada o mais longe possível, ele poderá a seguir descobrir, além de seus estados
psicológicos e de suas pressupostas intelectualidades, uma nova dimensão que

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ultrapasse o plano limitado de sua pessoa, qual seja, a natureza espiritual de seu
ser profundo.

A espiritualização pelo caminho iniciático requer, daquele que o escolhe,


uma participação voluntária, lúcida e ativa, indo ao encontro de seu despertar
interior, em uma total liberdade de consciência. Ela é uma busca, uma meditação e
uma aventura pessoal conduzidas em um plano tradicional que leva a um mergulho
interno.

Neste momento, deve ser destacado que a prática ritualística não é cultural
ou sacramental mas ajuda a distinguir o mundo profano do mundo sagrado e a
facilitar a passagem de um ao outro; seu simbolismo só pode ser visto numa
iniciação e como um suporte de uma reflexão meditativa. Ela não reclama nenhuma
crença preliminar mas somente uma disposição que possa responder a um apelo
interior e uma tenacidade a querer acompanhar tão longe e por quanto tempo for
necessário para lhe permitir desabrochar. Ela não repousa sobre nenhuma
afirmação teórica ou formulação dogmática concernente às Verdades as quais
convém subscrever, mas implica a prática efetiva de um percurso, prova iniciática
em direção de uma "realidade" cuja presença irá se revelar ao coração, ao centro
da pessoa.

A espiritualidade proposta pelo Rito Escocês Antigo e Aceito necessita de


uma disposição particular da alma, componente espiritual da pessoa, que anima
sua existência e lhe confere um impulso ético, inspira-lhe uma abertura
incondicional do coração (a ele mesmo, a outro e a toda forma de vida), lhe
permite ultrapassar os temores e as dúvidas que freiam seus ímpetos na direção
do desconhecido, lhe dá força e perseverança no caminho árduo de sua descoberta
e de sua transformação.

Dessa forma, o percurso iniciático em trinta e três graus proposto pelo Rito
Escocês Antigo e Aceito constitui um caminho simbólico de espiritualização. Ele
reclama do adepto uma disciplina pessoal de eliminação progressiva dos "metais"
psicológicos, intelectuais e ideológicos que encobrem seu mental e o impedem de
ser consciente de sua dimensão espiritual, sendo o essencial deste percurso o meio
de se adiar sobre seu aspecto esotérico, por outro lugar necessário para balizar a
rota, que resgata os ensinamentos esotéricos que iluminam o caminho interior, ao
sinalizar os obstáculos e sugerindo uma direção de busca.

Gradualmente, o adepto aprenderá a descobrir o essencial por detrás do


formal, a dirigir seus passos e seus atos em função deste essencial, a melhor
discernir nele o apelo do Espírito que se tornará cada vez mais preciso e mais
premente. Desde então, poderá viver sua Luz de Espírito e assumir plenamente sua
existência com Sabedoria, Força e Beleza.

Tal é a via iniciática e espiritual do Rito Escocês Antigo e Aceito que nós
escolhemos livremente descobrir e percorrer depois de nossa entrada no Templo
Maçônico, depois do primeiro grau do Rito.

A Humanidade clama por um renascimento espiritual, por uma


espiritualidade aberta para o século XXI. Nosso Rito Escocês Antigo e Aceito, pelos
valores que encerra, se inscreve em uma tal perspectiva, basta a nós, desta
Augusta Ordem, em geral, e do Rito, em particular, seguirmos o que está prescrito.

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II – O GRAU 32 – PRÍNCIPES DO REAL SEGREDO

II.1 – PREÂMBULO

Um maçom do REAA que atinge o grau 32 – Príncipe do Real Segredo, com


sabor de degrau final, muitas vezes indaga a si mesmo, tenho um cabedal de
conhecimento (filosófico, espiritual, iniciático, ritualístico, litúrgico, legal etc) que
me credencia a ser um verdadeiro Grande Inspetor Geral do Rito?

Partindo da premissa que a resposta é afirmativa, surge, então, outra


indagação: este aprendizado – trazido pelos vários Graus Iniciáticos e de
Transmissão, reverteu em verdadeiro conhecimento e este, possível, conhecimento,
gerou mudanças no agir, falar e pensar? Estas respostas são individuais, cada um,
de per si, deve fazer esta reflexão.

Assim, nesta breve instrução, pretende-se abordar aspectos legais e


iniciáticos que um Príncipe do Real Segredo, aspirante a Grande Inspetor Geral do
Rito deve saber. Ressaltando que, ao atingir o topo da escalada Jacobina, o Irmão
poderá estar presente em Sessões de outros Corpos (Lojas de Perfeição, Capítulos
Rosa-Cruzes e Conselhos Filosóficos de Kadosh) e ser convocado a opinar sobre
determinado assunto da Ordem, em geral, e do Rito, em particular, seja de caráter
iniciático, ritualístico, litúrgico ou legal, ele deve, então, estar minimamente
preparado.

II.2 – ASPECTOS ESOTÉRICOS

Não obstante os Graus dos Mui Poderosos Consistórios dos Príncipes do Real
Segredo serem denominados graus administrativos, pode-se afirmar que a um
maçom que colou o Grau 32 não é dado haver luta por templo material, haja vista
que, nesta altura da escalada maçônica escocesa, depois de passar por 18
cerimônias iniciáticas (considerando os graus sete, dezesseis e dezessete que, na
jurisdição do Supremo Conselho, passaram a ser iniciáticos há cerca de 6 anos), ele
deve estar conectado com a espiritualidade que prescreve nossa Ordem
(prevalência do espírito sobre a matéria), por ser, sobretudo, iniciática.

Como de conhecimento dos Irmãos, a Ordem está mais voltada para dentro
do que para fora, por ser mais esotérica do que exotérica.

Contrariamente, a civilização humana é exotérica e evolui, ainda e


infelizmente, rumo ao exterior, muitas vezes insultando o que deveria representar
a essência do ser humano, pois que subordina o ser, em proveito do ter. Como
dito certa feita: “Há riscos em deixar que práticas e táticas profanas modifiquem o
curso da Ordem. A volta ao futuro da Ordem está demandando um choque de Luz”!

O Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA) conclama que se busque o


crescimento, lato senso, mas principalmente espiritual, podendo ser citado, a título
meramente exemplificativo, o compromisso que assumimos ao colar o Grau 14,
quando nos comprometemos a dedicar momentos de nossos lazeres ao estudo da
doutrina no sentido oculto e elevado dos ensinamentos maçônicos escocesistas. De
igual forma, o Grau 29, cuja denominação tem uma relevância que nos traz
muitíssima responsabilidade – Grão Mestre da Luz (será que o somos?).

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Vejam que a exortação da mensagem do Grau 29 é de muita profundidade,
e conseqüente responsabilidade, pois afirma que os Grãos Mestres da Luz são os
servos da humanidade que deveriam permitir que fluísse de seus corações cinco
rios de amor: o Paternal, o Conjugal, o Filial, o Fraternal e o Social, que deveriam
se fundir para formar o oceano do verdadeiro Amor, que representa a Lei do
Universo.

O REAA pode, então, ser sintetizado pelo dístico: prática constante das
virtudes e busca do bem-estar para a humanidade, por intermédio da fraternidade
e do alcance da paz.

Ao adentrar em nossa Sublime Ordem, o profano está na escuridão total,


dado que, em tese, nada conhece sobre os princípios maçônicos e como estes
devem ser colocados em prática. Dessa forma, o ato de vendar tem por objetivo
garantir, simbolicamente, o de cegueira e trevas, que pode ser traduzido, também,
em tese, pela ausência do Conhecimento.

Assim sendo, deve-se interpretar que esse ato de vendar apóia-se, então,
na melhor das razões, qual seja, a de propiciar ao candidato condição mental e
espiritual para o recebimento da Luz, com muito respeito, reverência e gratidão.

Portanto, um Príncipe do Real Segredo (após ter passado por 18 cerimônias


iniciáticas, conforme dito), com profunda intensidade de valoração iniciática
(moral, espiritual etc), em forma de “aumentos de salários”, permitiram ao, então,
recipiendário chegar ao topo do conhecimento esotérico, de forma a propiciar que
ele vá se integrando no espaço sagrado dos mistérios e segredos, passando a
constituir pequena chispa divina de Luz.

II.3 – O GRAU 32

O Grau 32 possui uma estrutura típica de um Grande Acampamento, de


forma retangular, com as regiões Oriente, Ocidente, Norte e Sul.

Na região do Oriente está o trono do Soberano dos Soberanos, tendo atrás


um transparente luminoso, em forma de uma estrela de sete pontas nas cores do
arco-íris, à direita do trono, é colocado o Painel do Acampamento e à esquerda, a
Cripta dos Grandes Filósofos; na frente do trono, o Altar dos Juramentos.

Na região do Ocidente, em frente aos 1º e 2º Tenentes-Comendadores,


pequenas mesas triangulares. Nos ângulos Sul e Norte, respectivamente, a
Pequena e a Grande Tetractys de Pitágoras; a pequena constituída por 10 estrelas
dispostas em triângulo com o vértice para cima, a grande é formada por 36
estrelas, também dispostas em triângulo, mas com o vértice para baixo. Ambas são
iluminadas.

Na frente do trono deve estar disposta uma cabeça com três faces, em
tamanho natural, que pode ser substituída por uma pintura, tendo à direita um
tríplice triângulo e à esquerda, uma estrela de cinco pontas, em pequenas colunas.

O Grande Acampamento dos Príncipes do Real Segredo, é o quadro do grau


e revela a organização militar da Instituição (pg. 32 do Ritual de 2006 – a citação de
páginas de ora avante representa a página do mesmo ritual), compondo de um conjunto
de figuras geométricas: um eneágono, dentro dele um heptágono, dentro deste um
pentágono, dentro do pentágono, um triângulo eqüilátero, no centro do triângulo
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um círculo, de forma que os números sagrados da Maçonaria estão representados
(9-7-5-3-1). Em verdade, este conjunto de figuras registra a presença de toda a
Maçonaria, como a seguir descrito:
- ENEÁGONO  Maçons dos graus 1 ao 18; descritos pelas letras que
compõem as palavras SALIX e NONI; em cada lado do eneágono há uma
Divisão de Guerra e em cada tenda um Chefe (pgs. 33 a 35);
- HEPTÁGONO  É uma barreira (trincheira de conhecimentos) (pg. 35);
- PENTÁGONO  Maçons dos graus 19 ao 30; descritos pelas letras que
compõem as palavras TENGU, que significa “três vezes excelente, nobre e
gloriosa união”. Em cada ângulo do pentágono há um corpo do exército
comandado por cinco Príncipes (Lugares Tenentes) sucessores de Frederico
II (pgs. 35 a 38);
- TRIÂNGULO  Maçons dos graus 31 e 32. O triângulo é eqüilátero e em
cada ângulo há um símbolo: Corvo (Inteligência), Pomba (Pureza) e Fênix
(Imortalidade) (pg. 38);
- CÍRCULO  Ponto central representando a essência da Ordem, partindo da
premissa de que os graus anteriores criaram a condição para a perfeita
aplicabilidade do trinômio “sabedoria, estabilidade e poder” (pg. 2);

No Grau 32 constata-se que o Estado Edênico do Cavaleiro de Santo André


(ou Grão Mestre da Luz – Grau 29) deve ser buscado com tenacidade por duas vias
(pg. 41), a saber:
- pela FORÇA  com organização militar (Grande Acampamento),
ressaltando que os Maçons devem estar sempre alertas, sempre de
prontidão, sempre acantonados para a ação;
- pelo ESPÍRITO  que é a Moral dada pela CRIPTA das Grandes Luzes; a
Cripta representa oito avatares da humanidade e a Estrela (que representa
o amanhã).

Com esse provimento, a Ordem dará cinco tiros, antes já havia dado três,
quais sejam:
1) Reforma de Lutero, afirmando a liberdade de opinião contra a opressão
Papal;
2) Revolução Americana, em Filadélfia, afirmando que o poder emana do
povo; e Revolução Francesa, de 1789, que proclamou a Liberdade,
Igualdade e Fraternidade e a abolição de privilégios; e
3) Revolução Industrial do século IXX, que emancipou o povo, com noção de
direito aos bens da civilização.

Faltam dois tiros, segundo os Rituais, são eles:


1) Pela cessação dos conflitos, principalmente entre o Ocidente e o Oriente,
para tanto há que se ter a intervenção da Maçonaria, em benefício da
civilização; e
2) Pela emancipação total da humanidade, onde estará presente o regime da
Razão, da Verdade e da Justiça.

Pelo que se viu, o Grau 32 é consagrado aos estudos e investigações dos


fenômenos da natureza e da busca do bem-estar da humanidade, pela prática
constante das virtudes.

Convergindo para a conclusão deste item, citamos a última frase proferida


por De Molay, diante da morte (apud J. F. Guimarães): Spes Mea In Deo Est
(“Minha esperança está em Deus!”).

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Há que ser salientado que o ciclo esotérico encerrou-se entre os graus 1 e
32; que a Estrela do Amanhã simboliza a esperança imorredoura; e que as três
palavras sagradas do Grau 32, reunidas letra-a-letra, compõem uma frase
misteriosa que, por si só, é um dos significados do Real Segredo: Lux Inen Agit
Nos (“A Luz que está em nós é a que nos guia”).

Portanto, a esperança final é que haja ação para aplicar todo esse
ordenamento, de forma a mudarmos o status quo hoje presente em nossa Ordem,
produzindo “no canhão maçônico os tiros que faltam”, para a partir daí ter efeitos
no mundo profano.

II.4 – ASPECTOS LEGAIS

O Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês Antigo e


Aceito, de ora avante, denominado somente como Supremo Conselho, fundado em
12 de novembro de 1832, é uma pessoa jurídica de direito privado sem fins
lucrativos, sendo uma instituição maçônica de caráter iniciático, filosófico,
educativo e filantrópico. Sua doutrina tem por base as Grandes Constituições
Escocesas de 1762 e 1786, com as resoluções aprovadas em congressos
internacionais posteriormente realizados, é fundamentada na hierarquia de 33
(trinta e três) graus. (Preâmbulo do Estatuto do Supremo Conselho).

O Estatuto do Supremo Conselho foi aprovado em sessão de 14 de maio de


1986, entrando em vigor a partir da edição do Decreto nº 200, de 20 de agosto de
1986, com várias modificações, sendo que o Estatuto em vigor foi editado por
intermédio do Decreto nº 630, de 19 de novembro de 2003.

O Regulamento Geral para os Órgãos e Corpos Subordinados, que objetiva


disciplinar a execução das disposições do Estatuto do Supremo Conselho, foi
editado por meio do Decreto nº 214, de 10 de agosto de 1988, sendo que a última
edição, atualizada em 2007, contempla todas as modificações provenientes de
decretos anteriores, inclusive as efetuadas em 2007, por intermédio dos Decretos
nº 670, de 06 de fevereiro, e nº 676, de 15 de março, ambas desse ano.

O Supremo Conselho é a Oficina-Chefe do Rito, com ascendência


administrativa e disciplinar sobre os Órgãos e Corpos que lhe são subordinados,
presidido e dirigido pelo Sacro Colégio (ou Santo Império) sob a presidência do
Soberano Grande Comendador na qualidade de Ad Vitam. (Art. 1º do Estatuto)

O Supremo Conselho possui os seguintes membros (art. 4º do Estatuto):


a) Efetivos: com o título de Soberanos Grandes Inspetores Gerais, com no
mínimo 9 (nove) e no máximo 33 (trinta e três) membros;
b) Eméritos: São os Soberanos Grandes Inspetores Gerais transferidos para
essa categoria, em virtude de impedimento para o exercício das funções de
membro Efetivo;
c) Honorários: quadro máximo de 33 (trinta e três) membros.

A escolha de membro Efetivo ocorre na sessão plenária do mês de


setembro, ou em sessão extraordinária convocada para esse fim, devendo o
candidato obter aprovação unânime de votos. (Art. 5º do Estatuto)

O Supremo Conselho possui 20 cargos relacionados no art. 12 do Estatuto,


mas a Administração do Supremo Conselho, denominada Sacro Colégio ou Santo
Império é exercida pelos titulares dos seguintes cargos (art. 13 do Estatuto):
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1º- Soberano Grande Comendador;
2º- Lugar-Tenente Comendador;
3º- Grande Chanceler;
4º- Grande Ministro de Estado;
5º- Grande Secretário de Administração;
6º- Grande Secretário de Finanças;
7º- Grande Secretário de Relações Exteriores;
8º- Grande Secretário de Relações Interiores;
9º- Grande Secretário de Cultura;
10º- Grande Secretário de Divulgação;
11º- Grande Mestre de Cerimônias.

O Soberano Grande Comendador é o Chefe do Rito dentro da jurisdição do


Supremo Conselho e, auxiliado pelo Sacro Colégio, supervisiona, instrui e
administra o Rito. (Art. 19 do Estatuto)

O Supremo Conselho entre os dias cinco e dez de setembro, em sessão


plenária, e realizará, pelo menos, duas Sessões Magnas de Iniciação no Grau 33
(somente o Supremo Conselho pode realizar estas sessões – art. 68 do
Regulamento Geral), uma em junho e a outra em novembro. (Art. 37 do Estatuto)

São subordinados ao Supremo (art. 43 do Estatuto e 2º do Regulamento


Geral):
I. Órgãos:
a) Delegacias Litúrgicas;
b) Colégios de Grandes Inspetores Gerais.

II. Corpos:
a) Augustas Lojas de Perfeição;
b) Sublimes Capítulos Rosa-Cruzes;
c) Ilustres Conselhos Filosóficos de Kadosh;
d) Mui Poderosos Consistórios de Príncipes do Real Segredo.

A título exemplificativo são citadas algumas das competências que possui o


Delegado Litúrgico estabelecidas no art. 12 do Regulamento Geral:
a) Orientar e fiscalizar as Oficinas de sua jurisdição, no campo litúrgico
e doutrinário;
b) Manter contato permanente com os Órgãos e Corpos de sua
jurisdição;
c) Presidir o Colégio dos Grandes Inspetores Gerais de sua jurisdição;
d) Fornecer os Rituais, compêndios de legislação e outros impressos do
Supremo Conselho, providenciando para atender, prontamente, os
pedidos das Oficinas;
e) Indicar, emitindo o respectivo parecer, os nomes dos Grandes
Inspetores Gerais a serem nomeados pelo Soberano Grande
Comendador para Presidentes do Mui Poderoso Consistório de
Príncipes do Real Segredo e do Ilustre Conselho Filosófico de
Kadosh.

O Colégio dos Grandes Inspetores Gerais é integrado por todos os obreiros


regulares do Grau 33 e destina-se a promover estudos, pesquisas e palestras sobre
assuntos maçônicos, científicos ou de cultura geral. O Colégio terá um
Coordenador, que dirigirá as atividades administrativas, o Coordenador presidirá a

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sessão do Colégio na ausência do Delegado Litúrgico. (Arts. 14, 15 e parágrafos do
16 do Regulamento Geral)

Os Consistórios de Príncipes do Real Segredo são compostos de obreiros dos


Graus 31 a 33, são estabelecidos pelo Sacro Colégio em local de alto progresso
maçônico, podendo sua jurisdição abranger mais de uma região sócio-econômica.
(Art. 48 do Estatuto e 36 do Regulamento Geral)

Como os Consistórios só podem conferir, por iniciação, os Graus 31 e 32,


este é o Grau máximo que se reúne este Corpo, por isso o Presidente do
Consistório (que deve ser um Grande Inspetor Geral – arts. 49 do Estatuto e 41 do
Regulamento Geral, nomeado pelo Soberano Grande Comendador) tem o título de
Soberano dos Soberanos (art. 59 do Regulamento Geral), ou seja, o mesmo que
recebe o presidente da Sessão do Grau 32, pois ele preside o acampamento (local
da sede do Mui Poderoso Consistório – art. 38 do Regulamento Geral) dos Príncipes
do Real Segredo.

Todas as Oficinas Litúrgicas deverão ter Regimento Interno, Estandarte e


Timbre, que deverão ser previamente aprovados pelo Supremo Conselho (art. 42
do Regulamento Geral).

Sempre que possível os Corpos deverão realizar o maior número de sessões


no menor Grau Iniciático que compreende sua jurisdição para proporcionar o acesso
a seus quadros e maior freqüência dos obreiros às sessões (art. 48 do Regulamento
Geral).

As Oficinas Litúrgicas devem organizar o calendário anual de seus trabalhos


e remetê-lo ao Supremo Conselho (art. 49 do Regulamento Geral).

Em todas as sessões (ordinárias, magnas etc) além do Estandarte, é


obrigatória a presença do Livro da Lei e a leitura, pelo Orador, do versículo
correspondente ao grau da sessão. Sobre o Ara devem estar exemplares das
Grandes Constituições, do Estatuto e Regulamento Geral do Supremo Conselho e
do Regimento Interno da Oficina (§ 1º do art. 50 do Regulamento Geral).

A Bandeira do Supremo Conselho dever estar sempre presente nos


trabalhos da Oficina, à esquerda do Presidente (§ 2º do art. 50 do Regulamento
Geral).

Os Graus considerados intermediários, que são concedidos por transmissão,


devem ter esta concessão efetuada em sessão de instrução obrigatória, realizada
em Câmara referente ao Grau iniciático anterior (art. 67 do Regulamento Geral).

Para ser concedida elevação de Grau, o obreiro deve ser considerado apto
pela respectiva Comissão, após aprovação do trabalho escrito para comprovar seu
conhecimento, ter cumprido o interstício mínimo, além de ter freqüentado a, no
mínimo, metade do número de sessões relativas a seu Grau e anteriores, no Corpo,
a partir da data da última elevação, ressalvados os casos em que a Oficina
considerar justificáveis as faltas (art. 76 do Regulamento Geral).

A elevação ao primeiro Grau de Corpo imediatamente superior será


processada mediante prévia súplica, conforme prescreve o art. 77 do Regulamento
Geral, mas este deve ser interpretado em consonância com o art. 69 do mesmo
diploma, que estabelece: “as elevações a Graus superiores serão consideradas por
solicitação das Oficinas Litúrgicas”, portanto, para ser elevado a um Grau de outro
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Corpo, a Oficina a que pertence o obreiro deve enviar prancha (súplica),
informando a elevação do obreiro no último Grau desta e solicitando que aquele
Corpo remeta tema de trabalho e informe os documentos necessários visando a
futura elevação.

Torna-se irregular o obreiro que deixar de freqüentar a Oficina a que


pertença por mais de um ano, sem justificativa, ou que deixar de recolher a Taxa
de Atividade anual do Supremo Conselho, dentro do prazo estabelecido, além de
outras questões de ordem moral ou comportamental (art. 80 do Regulamento
Geral).

O obreiro regular de Oficina Litúrgica poderá filiar-se a outra da mesma


categoria por motivo de transferência de domicílio ou razões justificadas (art. 94 do
Regulamento Geral).

As Oficinas Litúrgicas deverão estar guarnecidas dos paramentos e insígnias


correspondentes aos Graus em que funcionam, conforme estabelecido nos Rituais
(art. 98 do Regulamento Geral).

Nas sessões ritualísticas, é obrigatório o uso de paramentos e insígnias


pelos membros da Administração da Oficina. Para os demais obreiros, o uso da
medalha, para cada categoria de Oficina Litúrgica, substitui o dos paramentos. Os
Grandes Inspetores Gerais poderão usar somente o colar ou a faixa do Grau 33
(art. 99 e parágrafos do Regulamento Geral).

Os presidentes dos Órgãos e Corpos Subordinados, bem como os membros


efetivos do Supremo Conselho, nas cerimônias maçônicas promovidas por
organizações simbólicas, para os quais tenham sido especialmente convidados,
poderão estar revestidos dos paramentos e insígnias relativos ao cargo (art. 100 do
Regulamento Geral).

O Soberano Grande Comendador e os membros efetivos do Supremo


Conselho são membros natos de todas as Oficinas e presentes às sessões, cabe-
lhes presidi-las, podendo passar a direção dos trabalhos ao Presidente da Oficina
(art. 106 do Regulamento Geral).

Os obreiros iniciados no Grau 4 adquirirão da Oficina um exemplar das


Grandes Constituições, do Estatuto e do Regulamento Geral do Supremo Conselho
(art. 114 do Regulamento Geral).

O dia 12 de novembro é considerado o “Dia do Supremo Conselho”, por ser


a data de sua fundação em 1832 e os Corpos Subordinados têm as seguintes datas
comemorativas (arts. 118 e 119 do Regulamento Geral):
- 21 de setembro, Augusta Loja de Perfeição;
- 5ª feira Santa, Sublime Capítulo Rosa-Cruz (deve ser promovido Conclave);
- 30 de novembro, Ilustre Conselho Filosófico de Kadosh;
- 02 de setembro. Mui Poderoso Consistório de Príncipes do Real Segredo.

Finalmente, ao concluir este item, ressalta-se que o período oficial de férias


estabelecido pelo Supremo Conselho é de 20 de dezembro a 20 de janeiro (art. 120
do Regulamento Geral).

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III – CONCLUSÃO

Por tudo o que foi exposto, pode-se afirmar que o maçom e a Ordem
Maçônica continuam na sua senda universalista, na busca da Luz que pode gerar
(depende somente de nós): Sabedoria, Força e Beleza.

O maçom deve estar sempre imerso e, porque não dizer, submerso nas
questões da Ordem, lembrando, como dito neste trabalho, que houve compromisso
de nossa parte para dedicar momentos de nossos lazeres para a Ordem.

É mister que se diga que a conformidade do pensamento com a ação,


enrijece o caráter; com a linguagem, garante a coerência, a retidão e a
sinceridade; e com as coisas e objetos, estabelece a verdade.

Não se pode descurar, mantendo unidos e atuantes os três planos:


Conhecimento, Amor e Ação, que se converterá no caminho da Iluminação, e esta é
a razão da existência de um Corpo de alto nível do Rito Escocês Antigo e Aceito,
qual seja, um Consistório.

Os Consistórios dos Príncipes do Real Segredo, em geral, e o de Brasília (o


de nº 16), em particular, por sua estável permanência, consolidada expansão e
progressivas realizações, deve provocar no INICIADO a disposição permanente para
o crescimento, em todas as suas facetas, para que seus membros sejam capazes
de mitigar e superar os percalços do mundo.

A oportunidade oferecida, com os conhecimentos trazidos a lume, a um


Príncipe do Real Segredo, Graus 32, com os conhecimentos disponibilizados,
oportuniza o caminho da Iluminação, haja vista, conforme dito, que a Ordem é
esotérica e fecha um ciclo e reforça a característica da busca interior (“pra dentro”).

A mensagem iniciática do Grau 32 propicia um ordenamento de superação,


emulação espiritual e crescimento intelectual, com o dever de estar na vanguarda
do movimento que busca felicidade e progresso.

Portanto, ficam todos os Príncipes do Real Segredo, aspirantes ao Grau


máximo do escocesismo, o 33, Grande Inspetor Geral do Rito, convocados a serem
os proclamadores da reforma necessária, sendo os ativadores da chama para que
os canhões sejam postos em ação dando os tiros que faltam, de forma a cessar os
conflitos entre os seres humanos, em benefício da civilização e pela emancipação
da humanidade, com a presença firme e serena da Razão, da Verdade e da Justiça.

* Marcos A. P. Noronha
Grande Inspetor Geral do Rito
Atual Presidente (Sábio Mestre) do Conselho Filosófico de Kadosh nº 22

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ANEXO

GRANDES FILÓSOFOS

Cripta dos Grandes Filósofos

1. CONFÚCIO (551 a.C. – 479 a.C.)


É o nome latino do pensador chinês Kung-Fu-Tze.
Foi a figura histórica mais conhecida na China como mestre, filósofo e teórico político.
Sua doutrina, o confucionismo, teve forte influência, principalmente sobre o aspecto
moral, não apenas sobre a China mas também sobre toda a Ásia oriental.

A doutrina consistia em ensinar a retidão do coração e o amor ao próximo, tanto que foi
o primeiro a formular a máxima: “não faças a outrem o que não queres que te façam”.

2. ZARATUSTRA (meados século VII a.C.)


Zaratustra, mais conhecido na versão grega de seu nome, Zωροάστρης (Zoroastres,
Zoroastro), foi um profeta nascido na Pérsia (atual Irã). Foi o fundador do Masdeísmo
ou Zoroastrismo, religião adotada oficialmente pelos Aquemênidas (558 – 330 a.C). A
denominação grega Ζωροάστρης significa contemplador de astros.

Zaratustra, com a sua mensagem divina, provocou uma verdadeira transformação no


modo de pensar da sua civilização, contrariando o tradicional pensamento dos sábios
de sua época. Sua mensagem baseava-se nos Gathas, cantos entoados com o
objetivo de serem um guia para a humanidade – continham o triplo princípio de boa
mente, boas palavras e boas ações. O Bem e o Mal, para Zaratustra, manifestam-se
também na alma humana, e a única forma de poder organizar o mundo e a sociedade é
estando o Bem acima do Mal. Este não traz contribuição alguma para a construção de
uma vida boa, já que impossibilita uma relação equilibrada entre ser humano,
sociedade e natureza.

Zaratustra ensinou aos homens repelir toda idolatria e só adorar o senhor onisciente,
Ahura Mazda ou Ormuz, criador do universo e da raça humana, com poderes para
sustentar e prover todos os seres, na luz e na glória supremas.

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3. BUDA (século VI a.C.)
Atualmente, as referências ao Buda referem-se em geral a Siddhartha Gautama,
mestre religioso e fundador do Budismo no século VI antes de Cristo. Ele seria,
portanto, o último Buda de uma linhagem de antecessores cuja história perdeu-se no
tempo. Conta a história que ele atingiu a iluminação durante uma meditação sob a
árvore Bodhi, quando mudou seu nome para Buda, que quer dizer "iluminado"

Do ponto de vista da doutrina budista clássica, a palavra "Buda" denota não apenas um
mestre religioso que viveu em uma época em particular, mas toda uma categoria de
seres iluminados que alcançaram tal realização espiritual. Pode-se fazer uma analogia
com a designação "Presidente da República" que refere-se não apenas a um homem,
mas a todos aqueles que sucessivamente ocuparam o cargo. As escrituras budistas
tradicionais mencionam pelo menos 24 Budas que surgiram no passado, em épocas
diferentes.

O Budismo reconhece três tipos de Buda, dentre os quais o termo Buda é normalmente
reservado para o primeiro tipo, o Samyaksam-buddha (Pali: Samma-Sambuddha). A
realização do Nirvana é exatamente a mesma, mas um Samyaksam-buddha expressa
mais qualidades e capacidades que as outras duas.

Gautama renunciou aos direitos de nascimento e de fortuna. Ele teria fixado seu
próprio Nirvana para o caminho da extinção do sofrimento, o que é conseguido pelo
desinteresse material e o altruísmo.

Ele afirmou que “a generosidade, a cordialidade e a abnegação são para o mundo o


que a mola é para o carro. Minha lei é a do perdão para todos”.

4. MOISÉS (~ 1500 a.C.)


Moisés - Mósis significa, em egípcio, "filho". Para os judeus, significa "retirado" das
águas.

Ele conduziu o povo de Israel até ao limiar de Canaã, a Terra Prometida a Abraão. No
início da jornada, acurralados pelo Faraó, que se arrependera de tê-los deixado partir,
ocorre um dos fatos mais conhecidos da Bíblia: A divisão das águas do Mar Vermelho,
para que o povo, por terra seca, fugisse dos egípcios, que tentando o mesmo, se
afogaram.

Andaram em círculos no deserto por 40 anos até que no Monte de Horebe, na


Península do Sinai, Moisés recebeu as Tábuas dos Dez Mandamentos do Deus de
Abraão, escritos "pelo dedo de Deus". As tábuas eram guardadas na Arca do Concerto.

Depois, o seu código de leis é ampliado para cerca de 600 leis. É comumente chamado
de Lei Mosaica. Os judeus, porém, a consideram como a Lei (em hebr. Toráh) de Deus
dada a Israel por intermédio de Moisés.

Durante 40 anos (segundo a maioria dos historiadores, no período entre 1250 a.C. e
1210 a.C.), conduz o povo de Israel na peregrinação pelo deserto. Moisés morre aos
120 anos, após contemplar a terra de Canaã no alto do Monte Nebo, na Planície de
Moabe. Josué, seu ajudante, sucede-lhe como líder, chefiando a conquista de
territórios na Transjordânia e de Canaã.

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No Cristianismo, Moisés prefigura o "Moisés Maior", o prometido Messias (em grego, o
Cristo). O relato do Êxodo de Israel, sob a liderança por Moisés, prefigura a libertação
da escravidão do pecado, passando os cristãos a usufruir a liberdade gloriosa
pertencente aos filhos de Deus.

Na Igreja Católica e Igreja Ortodoxa, é venerado como santo, sendo sua festa
celebrada em 4 de setembro.

Estudiosos da História acreditam que o período que Moisés passou entre os egípcios
serviu para que ele aprendesse o conceito do "Monoteísmo", criado pelo faraó
Akhenaton, o faraó revolucionário, levando tal conceito ao povo judeu.

5. HERMES TRIMEGISTO
Hermes Trismegistus "Hermes, três vezes maior" (do grego: ἙρµἙς Ἑ Τρισµέγιστος,
e em latim: Mercúrio Maximus) sincretismo do deus egípcio Dyehuty (Thot, em grego) e
Hermes Helena, Trismegisto sendo uma palavra grega significando "Três vezes tão
grande ou Três Vezes Poderoso."

Segundo alguns historiadores, os preceitos fundamentais básicos introduzidos nos


ensinos esotéricos de cada raça foram formulados por Hermes. Mesmo os mais antigos
preceitos da Índia tiveram indubitavelmente a sua fonte nos Preceitos Herméticos
originais.

Nenhum fragmento dos conhecimentos ocultos possuídos pelo mundo foi tão
zelosamente guardado como os fragmentos dos Preceitos Herméticos, que chegaram
até nós, através dos séculos passados desde o tempo de seu grande estabelecedor,
Hermes, o Trimegisto, o Mensageiro dos Deuses, que viveu no antigo Egito, quando a
atual raça humana estava em sua infância, isto é, mais ou menos 2.700 a.C., também,
segundo alguns historiadores.

A palavra "conhecimento" corresponde exatamente à palavra grega "Gnosis", que os


iniciados criaram, para não atribuir a si o maior atributo da Divindade, que é a Ciência.

"O Homem nada sabe, mas é chamado a tudo conhecer."

Hoje em dia é levantada a possibilidade de Hermes não ser apenas uma pessoa mas
sim um grupo de iniciados que estudavam juntos e assinavam seus textos com o
mesmo nome. Outras teorias mais escandalosas falam de um Hermes Et que teria
vindo das estrelas, ensinado o que tinha que ensinar e ido embora. A verdade é que
tanto faz, o importante são os ensinamentos deixados, seja por um Hermes ou por
"vários"…

Então o hermetismo, que quer dizer "fechado" é um conjunto de conhecimentos, que


por muito tempo foi estudado de forma oculta, nas antigas pirâmides egípcias e por
seus hierofantes. Esse conhecimento hermético pode ser encontrado em sua base, na
Tábua de Esmeralda e no livro O Caibalion.

À Tábua de Esmeralda é um texto antigo, sua autoria teria sido de Hermes, e fala dos
princípios herméticos e do conhecimento oculto transmitido por ele. Muitos não
souberam como interpretar a Tábua de Esmeralda, pois ela é escrita de uma
forma hermética (fechada) para que apenas os iniciados a compreendessem…
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Hermes, o Trimegisto, considerado o possuidor da Ciência do antigo Egito afirmou ser
feliz aquele que puder dizer a seu coração: “Ó meu coração, não me acuseis perante o
Deus do julgamento, porque eu não matei, nem traí, não persegui viúvas, nem....,
conciliei-me com Deus por amor ao Bem, dei pão ao faminto e de beber ao sedento,
vesti os nus e dei condução aos que não podiam prosseguir viagem.

428/27
428/27–
6. PLATÃO (428/27–347 a.C.)
a.C.)
Platão de Atenas foi um filósofo grego.

Discípulo de Sócrates, fundador da Academia e mestre de Aristóteles. Acredita-se que


seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente,
fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros
largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas.
Πλάτος (plátos) em grego significa amplitude, dimensão, largura.

Sua filosofia é de grande importância e influência. Platão ocupou-se com vários temas,
entre eles ética, política, metafísica e teoria do conhecimento.

Em linhas gerais, Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato


permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A primeira é a
realidade, mais concreta, permanente, imutável, igual a si mesma. A segunda são
todas as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades dependentes, mutáveis e
são imagens das realidades inteligíveis.

Tal concepção de Platão também é conhecida por Teoria das Idéias Puras e das
Realidades Eternas. Foi desenvolvida como hipótese no diálogo Fédon e constitui uma
maneira de garantir a possibilidade do conhecimento e fornecer uma inteligibilidade
relativa aos fenômenos.

Platão também elaborou uma teoria gnosiológica, ou seja, uma teoria que explica como
se pode conhecer as coisas, ou ainda, uma teoria do conhecimento. Segundo ele, ao
vermos um objeto repetidas vezes, uma pessoa lembra-se, aos poucos, da idéia
daquele objeto, que viu no mundo das Idéias. Para explicar como se dá isso, Platão
recorre a um mito (ou uma metáfora) que diz que, antes de nascer, a alma de cada
pessoa vivia em uma estrela, onde localizam-se as Idéias. Quando uma pessoa nasce,
sua alma é "jogada" para a Terra, e o impacto que ocorre faz com que esqueça o que
viu na estrela. Mas ao ver um objeto aparecer de diferentes formas (como as diferentes
árvores que se pode ver), a alma recorda-se da Idéia daquele objeto que foi vista na
estrela. Tal recordação, em Platão, chama-se anamnesis.

Platão tentou ensinar aos homens a conhecerem a si próprios. Em sua teoria das
idéias puras, afirmou que os homens percebem somente as sombras da realidade, isto
é, dos fenômenos e das leis, que devem ser reveladas tanto no domínio físico como no
do espírito, tendência sempre crescente para o VERDADEIRO, para o BELO e para o
BEM, tríplice realização do Divino. “No extremo dos limites do inteligível, está a idéia do
Bem.

Justiça não é fazer o bem a seus amigos e mal aos inimigos, pois justo é aquele que
consegue viver em harmonia consigo mesmo, com seus semelhantes e com a ordem
do Universo.

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7. JESUS DE NAZARÉ
O Ritual do Grau 32 do Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês
Antigo e Aceito traz, à pg. 58 (Edição de 2006), a seguinte informação sobre Jesus, in
verbis:

“Eu sou Jesus de Nazaré. Aquele que deu sua vida pela salvação dos
homens. Vindo para completar e não para abolir a lei, proclamei o direito de
consciência em se desfazer dos intermediários nos seus entendimentos com o Pai
Celeste. À Samaritana eu disse: dia virá em que não se adorará mais o Pai, nem
em Gerazim nem em Jerusalém, mas onde todos os adoradores O venerarão, como
Ele o deseja, em Espírito e em Verdade. Aos Fariseus respondi: Amar a Deus com
todas as suas forças e a seu próximo como a si mesmo, é da lei dos profetas; não
há maior mandamento. Aos que me perguntaram qual o caminho para o Reino dos
Céus, declarei: procurai em primeiro lugar a Justiça e o resto vos será dado em
abundância”.

Em verdade Jesus foi o Mestre dos Mestres, o mais iluminado que já habitou este
planeta. Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na
Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a
expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm
aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.

Em João 14:5-6 há a seguinte passagem: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a


verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Contudo, há quem afirme
haver erro de tradução é que as palavras ditas por Jesus, na língua em que ele mais se
expressava, que era o aramaíco, tinham o seguinte significado: “eu sou o caminho da
verdade e da vida...”

Jesus nos legou a lei Áurea (em forma positiva, afirmativa): “faça aos outros o que
gostaria que fizessem a você”.

Para nós Jesus deve ser a referência, o modelo a seguir, sua mensagem está
traduzida pelas leis morais e, portanto, divinas, que ele que nos legou no maravilhoso
Sermão da Montanha. O Maçom que refletir sobre este texto e da reflexão passar à
ação, no mínimo, por tentativa, pode afirmar que é um verdadeiro Maçom. Esta
mensagem deve estar no sangue, na mente e, sobretudo, na alma de todo Grande
Inspetor Geral do Rito e, por conseqüência, de todo Príncipe do Real Segredo, na
condição de aspirante ao Grau máximo do escocesismo.

8. MAOMÉ (570 d.C.)

Maomé ou Muhammad (em árabe: ‫دَّمَحُم‬, transl. Muhammad ou Mohammed; Meca, c.


570) foi um líder religioso e político árabe. Segundo a religião islâmica, Maomé é o
mais recente e último profeta do Deus de Abraão.

Para os muçulmanos, Maomé foi precedido em seu papel de profeta por Jesus, Moisés,
Davi, Jacob, Isaac, Ismael e Abraão. Como figura política, ele unificou várias tribos
árabes, o que permitiu as conquistas árabes daquilo que viria a ser um império islâmico
que se estendeu da Pérsia até à Península Ibérica.
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Apesar de não haver registros científicos, tudo indica que ele não era considerado
pelos muçulmanos como um ser divino, mas sim, um ser humano; contudo, entre os
fiéis, ele é visto como um dos mais perfeitos seres humanos.

Nascido em Meca, Maomé foi durante a primeira parte da sua vida um mercador que
realizou extensas viagens no contexto do seu trabalho. Tinha por hábito retirar-se para
orar e meditar nos montes perto de Meca.

Os muçulmanos acreditam que em 610, quando Maomé tinha quarenta anos, enquanto
realizava um desses retiros espirituais numa das cavernas do Monte Hira, foi visitado
pelo anjo Gabriel que lhe ordenou que recitasse uns versos enviados por Deus. Estes
versos seriam mais tarde recolhidos e integrados no Alcorão. Gabriel comunicou-lhe
que Deus tinha-o escolhido como último profeta enviado à humanidade.

Maomé não rejeitou completamente o judaísmo e o cristianismo, duas religiões


monoteístas já conhecidas pelos árabes. Em vez disso, informou que tinha sido
enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas religiões, que tinham
sido corrompidos e esquecidos.

Muitos habitantes de Meca rejeitaram a sua mensagem e começaram a persegui-lo,


bem como aos seus seguidores. Em 622 Maomé foi obrigado a abandonar Meca, numa
migração conhecida como a Hégira (Hijra), tendo se mudado para Yathrib (atual
Medina). Nesta cidade, Maomé tornou-se o chefe da primeira comunidade muçulmana.

Seguiram-se uns anos de batalhas entre os habitantes de Meca e Medina, que se


saldaram em geral na vitória de Maomé e dos seguidores. A organização militar criada
durante estas batalhas foi usada para derrotar as tribos da Arábia. Por altura da sua
morte, Maomé tinha unificado praticamente o território sob o signo de uma nova
religião, o islão.

Segundo o ritual, Maomé é considerado o profeta por excelência de Islam. Ele teria
afirmado que “Deus é Deus e não há outro Deus. Alá reúne a Justiça, a Cordialidade e
a Generosidade”.

A verdadeira santidade consiste em fazer, por amor a Deus, a caridade aos


necessitados e que somente pode ser chamado de verdadeiro crente aquele que
desejar a seu irmão o que para si deseja.

9. ESTRELA
O Ritual do Grau 32 do Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês
Antigo e Aceito traz, às pgs. 62 e 63 (Edição de 2006), em síntese afirma que a Estrela
é o amanhã, representado pelo Messias esperados pelos judeus; o Nahdi pelos
muçulmanos; a volta de Cristo pelos cristãos; Maitreya o próximo Buda pelos budistas;
o avatar Vichin pelos hindus, e outros avatares que encarna de tempos em tempos,
para o triunfo dos bons e destruição dos maus, isto porque a cadeia hermética nunca
foi quebrada, haja vista a perfeita coordenação dos ensinamentos formulados pelos
fundadores da civilização que nos foi legada.

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Mesmo com a variedade das revelações, trazidas por diferentes guias, a linguagem é a
mesma, porque ela corresponde às necessidades universais e às aspirações da
natureza.

Por fim. conclama que sejamos tolerantes, haja vista não ser possível definir o Grande
Arquiteto do Universo e que devemos procurar a verdade, praticar a justiça e amar o
próximo como a nós mesmos, pois este é o caminho do Dever, a única estrada da
Salvação.

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BIBLIOGRAFIA

I. Bíblia Sagrada

II. Rituais do Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês


Antigo e Aceito – destaque para o do Grau 32.

III. Camino, Rizzardo da. Rito Escocês Antigo e Aceito do 1º ao 33º, Ed.
Madras, São Paulo, 1997.

IV. Guimarães, João Francisco. Maçonaria – A Filosofia do Conhecimento,


Ed. Madras, São Paulo, 2006.

V. Guimarães, João Francisco. Discurso proferido por ocasião dos 25 anos


do Consistório, outubro de 2007.

VI. Icher, Max (33º, Grande Orador). A Espiritualidade do Rito Escocês Antigo
e Aceito. Alocução pronunciada por ocasião de reunião do Supremo Conselho
da França, dezembro de 2003. Tradução de Moiz Halfon, 33.

VII. Consulta a vários sites, principalmente na wikipedia.org, para coleta de


informações sobre os Grandes Filósofos.

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