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DADOS PARA O FORMULÁRIO DE REGISTRO

DE TECNOLOGIAS SOCIAIS DA UFS


DADOS SOBRE A EXPERIÊNCIA
1. Título da experiência *
E-artesanato:

Como o Design pode influenciar na valorização da identidade local para gerar


ciclo de consumo no mercado municipal de Artesanato em aracaju

2. Assinale a área cuja experiência busca apresentar solução: *


( ) Educação
( ) Energia
( ) Alimentação
( ) Acesso a energia
( x ) Geração de Renda
( ) Habitação
( ) Saúde
( ) Recursos hídricos
( ) Meio-ambiente
( ) Segurança
( ) Outros

3. Resumo da experiência (até 10 linhas) *


Por que artesanato é visto como produto apenas para turista? E por que não é
tão comum ser vendidos pela internet e também para a comunidade local?

Foi percebido pela pesquisa em campo que o mercado municipal de Aracaju,


apresenta potencial tanto econômico na localidade quanto cultural dentro da
região. Entretanto, em entrevista, foi observado que encontra na falta de
divulgação um forte obstáculo para alcançar uma rentabilidade econômica que
não siga uma sazonalidade do turismo.

Existe no comportamento atual da população local, uma falta de interação e


consumo das produções do Mercado municipal, como o artesanato. Neste ponto
percebemos a possibilidade de integrar a universidade ao mercado, gerando
maior interação com cultura tradicional e troca de conhecimento.

4. Objetivos: *
O projeto busca potencializar o comércio do Mercado Municipal de Aracaju
através de duas estratégias. A primeira, pretende publicitar através de meios
digitais os produtos comercializados e o próprio mercado municipal. A segunda,
buscará por meio de apresentações pensadas e realizadas, no Mercado, por
estudantes da UFS, para movimentá-lo (gerar fluxo de venda). Gerando assim,
maior possibilidade de integração cultural entre os habitantes locais e/ou de
outros estados com a cultura que os cerca. Num terceiro momento será
verificado se existe interesse por meio do público na compra de artesanato em
plataforma digital, para que assim os comerciantes do mercado possam até
compreender empiricamente a aplicabilidade do e-commerce para o artesanato.

5. Qual o problema que a experiência pretende responder (caracterização


do problema): *
O desinteresse local em peças de artesanato da região provocados pela falta
e/ou pouca visibilidade faz com que a produção cultural do Mercado Municipal
de Aracaju passe despercebida. Tornando as vendas dependentes do turismo,
pois o público local mantém uma relação comercial fraca. Também é muito
comum a existência de conflitos internos causados pela concorrência desleal dos
preços, não reconhecendo a internet como meio viável de vendas.

6. Natureza da experiência (se produto, processo, metodologia, serviço ou


técnica) *
( ) Produto
( ) Processo
( x ) Metodologia
( ) Técnica
( ) Outro: ___________________________________________________

7. Local onde a experiência foi implementada/desenvolvida *


Mercado Municipal de Aracaju

8. Período de realização *
Contínuo

9. Público alvo: *
Vendedores do mercado e estudantes da UFS

10. Parcerias estabelecidas


Artesãos e artesãs, comerciantes, discentes e docentes da Universidade Federal
de Sergipe, designers e artistas locais. [setor público]

11. Dentre as/os características/valores abaixo apontadas, indique pelo


menos 3 (três) que julga estarem presentes na experiência de tecnologia
social inscrita: *
( x ) Valorização do saber local (a experiência responde a um problema/demanda
da comunidade/local, considerou o saber da comunidade local e/ou contou com
a participação do público alvo interessado para a sua concepção e
desenvolvimento)
(x) Reaplicabilidade (possibilidade da experiência ser reaplicada em outros
contextos semelhantes)
(x) Sustentabilidade econômica (capacidade da experiência ser sustentável
economicamente)
( ) Sustentabilidade ambiental (a experiência considera a sustentabilidade
ambiental nos seus objetivos)
(x) Empoderamento (o desenvolvimento da experiência estimula a autonomia e
participação do público alvo na tomada de decisões)
( x ) Baixo custo (a experiência proposta é viável com poucos recursos)
( ) Inovação (a experiência propõe uma resposta nova a problemas já
conhecidos)
( x ) Emancipação (a experiência permite/proporciona a sustentabilidade
econômica do público alvo)
( x ) Cooperação/Parcerias (a experiência proporciona ou se vale de redes
colaborativas e/ou conta com o estabelecimento de parcerias para a sua
realização)
( x ) Autogestão (a gestão da experiência é realizada pelos próprios
atores/público alvo interessado)

12. O que faz dessa experiência uma Tecnologia Social? *


A construção em torno de um método que pode ser re-aplicável em contextos
que tenham problemas semelhantes, envolvendo atores locais e externos a fim
de potencializar redes de cooperação e troca entre os comerciantes e os outros
atores envolvidos. Entendo que a Tecnologia social apresenta soluções efetivas
de transformação social, através dos métodos desenvolvidos ao longo do
estudo, o projeto faz com que o grupo em questão ascenda socialmente de
maneira gradativa.

13. Essa experiência pode ser considerada uma inovação? Explique *


Não, pois o conceito de inovação está relacionado a algo novo, essa experiência
não busca criar algo e sim a reaplicação de um processo existente num meio
novo.

14. Como se dá a transferência de conhecimento entre a Universidade e a


experiência de tecnologia social proposta? *

A partir do momento em que a universidade e os estudantes propõem a


aplicação de uma solução, a instituição ganha muito mais no campo imaterial e
intangível uma vez que seus ganhos estão ligados a consolidação de um método
e, com este, reputação.
Já o mercado e os atores dentro dele ganham a possibilidade de usar o
conhecimento codificado e acadêmico para melhorar as interações comerciais
que geram sua subsistência.

15. Qual o impacto social que essa experiência produz?


Proporcionar maior integração a comunidade, a cultura local e promover um
melhor fluxo de venda aos comerciantes da área de atuação do projeto.

16. Tem interesse em reaplicar sua tecnologia em outro ambiente e/ou


espaço? *
( x ) Sim
( ) Não
( ) Talvez

DADOS ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA


TECNOLOGIAS SOCIAIS E DESIGN
DIAGNÓSTICO DO ESTUDO DE CASO
17. Em qual/quais dos indicadores do IDH o projeto mais se identifica?
( ) Longevidade/saúde
( x ) Renda/trabalho
( ) Educação

18. De quais dos 17 Objetivos Para o Desenvolvimento Sustentável (ODS)


mais se aproxima? Como interage com os indicadores de cada Objetivo?

“PROMOVER O CRESCIMENTO ECONÔMICO SUSTENTADO, INCLUSIVO E


SUSTENTÁVEL, EMPREGO PLENO E PRODUTIVO, E TRABALHO
DECENTE PARA TODOS": O projeto potencializa o crescimento econômico
publicitando os produtos encontrados no Mercado e em segunda instância
confere autonomia para que os comerciantes vendam seus produtos numa
plataforma digital (e-commerce) passo que só será permitido através do
entendimento gradual dos comerciantes da importância de tal ferramenta.

"REDUZIR A DESIGUALDADE DENTRO DOS PAÍSES E ENTRE ELES":


Quando se fala em reduzir desigualdades, não se trata apenas de promover uma
melhor distribuição de renda dentro das nações ou de romper com os privilégios
comerciais de nações ricas em relação às mais pobres. Quando se fala em
reduzir desigualdades, se fala, também, em estreitar os laços entre as pessoas
que ocupam os territórios do planeta, sejam elas nativas ou imigrantes. A
xenofobia é um problema grave, causador de diversas violências, e que faz com
que várias pessoas se vejam marginalizadas e com menos oportunidades
somente por serem de um território ou etnia diferente.

19. Como valorizar as diferenças socioespaciais?


Valorizando o elo entre os comerciantes do Mercado Municipal, que são pessoas
simples vendendo aquilo que é produto da própria cultura. Como também,
potencializar a relação do Mercado com o público, através uma série de
atividades, apresentações culturais, música, teatro, dança, dos alunos da UFS,
que possam engajar a população local a interagirem com o Mercado.

20. Qual a relação entre o conhecimento tácito e o codificado no grupo em


questão?
O conhecimento tácito, como a tradicionalidade, se relaciona com o
Codificado no momento em que este é utilizado para desenvolver melhor uma
proposta de valor, que já existe mas não é bem difundida, dentro da comunidade
e nos arredores tanto para criar uma ideia de pertencimento no grupo quanto na
população, sendo esta levada a consumir mais os produtos locais.

21. Quais os segmentos de conhecimentos envolvidos no projeto?


Conhecimento tácito e codificado.

22. O que se produz como conhecimento local?

No mercado o que é muito claro de perceber é como as pessoas (vendedores)


interagem de uma maneira muito particular. Entrar no Mercado é quase que sair
da capital e de repente estar no interior do estado. A maneira como os atores se
vestem, falam, vendem, é tudo muito próprio. Embora os atores, do mercado de
Artesanato, não produzam os produtos que estão vendendo, a maneira como o
fazem acaba sendo muito particular. O sotaque, o trato, as pessoas sentadas
sentadas conversando num dia de pouco movimento, as roupas que estão
vestindo, e até mesmo a luz que entra pelos livro do teto e reflete nas paredes
amarelas.

Na pesquisa de campo foi percebido que os Mercados têm características


próprias naturais do lugar onde estão inseridos, são um ponto de
desenvolvimento de trocas com produtos culturais, e por isso, os comerciantes
são em geral pessoas modestas, sem pretensões de grandes empresas.

O que o mercado produz é uma experiência cultural, mas mesmo o vendedores


neste não sabem apontar porque são Sergipanos.

23. Como este conhecimento local se altera/transforma?

Segundo Adĺia Borges:

“quanto mais a tal da globalização avança trazendo consigo a


desterritorialização, mais [...] a gente sente necessidade de
pertencer a algum lugar, àquele canto do mundo específico que
nos define”
talvez pela própria dificuldade de venda ou pela interação com o turismo (que
pode ser benéfica ou maléfica) e principalmente como aponta Adélia Borges,
pela globalização; a identidade de Sergipe tem ficado cada vez mais tácita e
difícil de apontar.

24. Como se caracteriza a dimensão cognitiva dos autores?

A dimensão cognitiva se caracteriza a partir do momento em que os vendedores


do Mercado Municipal terão a possibilidade de aprender novas maneiras de
divulgação e, consequentemente, vendas.

25. Como os atores sociais se conectam?

Através dos Professores da UFS, que podem atrair a atenção de pessoas


influentes, e também das redes sociais, que servem justamente para aproximar
pessoas.

26. Quais as fontes de inovação do grupo?

O grupo como se apresenta atualmente não há fontes de inovações, espera-se


que com a aplicação bem-sucedida do projeto isso mude e fontes de inovação
sejam articulados.

27. Definir no projeto as noções de Territorialidade e Capital Social.


De acordo com o conceito de territorialidade, como o alcance da identidade que
determinada comunidade tem, verificou-se que o atores do Mercado Municipal
não tem o sentimento de grupo relacionado a atividade da venda de produtos
culturais. No que diz respeito ao capital social, entendido como a eficiência
coletiva do grupo em transacionar valores, verificou-se também que apresenta
deficiência.

Através das atividades descritas, o que o projeto procura é tentar despertar no


grupo de vendedores no mercado uma maior noção de pertencimento, assim
como na população.

28. Como se desenha a operação da eficiência coletiva?


Provavelmente no compartilhamento de estratégias na abordagem de clientes,
e no uso de redes sociais para divulgação de produtos.

29. Como se caracteriza o Roteiro diagnóstico?


- identificação e caracterização dos atores-chave;
Vendedores do Mercado Municipal, pessoas no geral humildes/modestas e
venda informal.

- mapeamento dos tipos, formas e características das interações entre esses


atores;
Existe concorrência entre alguns, principalmente no que diz respeito a quem
vende mais ou menos. Mas, no geral, são todos muito simpáticos, e alguns
apresentam laços de amizade, conversam e até partilham mercadorias em falta.

- Verificação do papel da proximidade territorial, do ponto de vista das práticas


produtivas, da ação cooperativa e das fontes de informação e de conhecimento
para a inovação;
Os produtos vendidos são em sua maioria produzidos dentro do estado, mas o
que se percebe muito é que eles ficam perdidos entre o que é Nordestino e o
que é exclusivamente sergipano. Na interação com o curso de design da UFS, e
de outros cursos, talvez possa existir maior proximidade entre esses vendedores
e artesãos locais, assim o conhecimento e a inovação serão mais difundidos.

- interfaces entre o arcabouço institucional, os níveis de capital social e a


dinâmica cognitiva e inovativa local;
Todos esses pontos se entrelaçam no projeto a medida que se pretende criar
uma metodologia que promova o desenvolvimento de um argumento de valor
sobre a cultura local que possa trazer a população o desejo de participar de uma
identidade. Além de facilitar o encontro das pessoas com potencial para agregar
ao projeto. Para isso, é essencial que os pesquisadores criem uma estratégia de
linguagem que possa comunicar com os vendedores do mercado de forma que
haja compreensão mútua.

- os canais, mecanismos e intensidade dos fluxos de conhecimento nas


interações locais.
O conhecimento no mercado é passado quase exclusivamente pela oralidade,
tendo o fluxo muito ligado a périodo de turismo intenso ou festas específicas. As
interações locais, assim, ficam deficientes diante da falta de interesse da
população em consumir produtos regionais.

30. Quais os entraves locais que dificultam a criação de um ambiente


favorável para a inovação?
Dificuldade de cada ator participante em ter interesse de fazer um aglomerado
como grupo; inexistência de políticas públicas; comodidade local com a situação
atual.

31. É possível articular um sistema de inovação, a partir do projeto


desenvolvido?
Sim, claro, principalmente quando em contato com com o artesãos do estado
que possam e tenham interesse em participar do projeto, poderiam, por exemplo,
ser criado modelos específicos de calçados e bolsa ou roupas inspirados na
iconografia da região.

32. Quais os entraves regionais que dificultam a criação de um ambiente


favorável à inovação em âmbito nacional?
Deficiência econômica, dificuldade de pensar em grupo, e o tipo de percepção
que as políticas públicas tem em relação ao grupo em questão.
33. Há políticas públicas locais em estágio de proposição ou
implementação na área de interesse do projeto?
Não que seja de conhecimento do público.

34. Há um sentimento de identidade e de pertencimento no grupo em


questão?
Não, este é um problema no qual esse projeto busca solucionar.

35. Como a universidade pode ajudar no acesso deste grupo aos sistemas
de inovação?
Como o projeto visa integralizar os dois mundos, universidade e mercado, a
possibilidade de perceber as necessidades e buscar por financiamentos em
órgãos que pudessem investir recursos.

36. Como se desenha, no contexto do projeto, a “situação atual indesejada”


e a “situação futura melhorada”?
Situação atual indesejada: artesanato consumido apenas por turistas; população
desinteressada nas práticas da cultura tradicional; falta de políticas que
incentivem o comércio em períodos de pouco movimento de turismo.

Situação futura melhorada: o mercado como um ponto não apenas comércio,


mas como um ponto de movimentação cultural por habitantes e turistas, de
maneira que os comerciantes não fiquem sujeitos a sazonalidade das vendas
ligadas exclusivamente ao turismo e que a população tenha a oportunidade de
entender e construir noção de territorialidade.

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