Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
CULTURA
CAPÍTULO 2 - COMO
IDENTIFICAR O PAPEL DA
IDENTIDADE CULTURAL NO
USO DA LÍNGUA INGLESA?
Raquel Rossini
INICIAR
Introdução
Neste capítulo você estudará autores e obras literárias
americanas e britânicas e identidades culturais de nativos e
não nativos da língua inglesa. Além disso, você verá as
principais características desses conteúdos e como eles
influenciam o uso da língua inglesa. Para começar este estudo,
você fará algumas reflexões importantes para que possa
compreender e relacionar as obras e as identidades culturais
relacionadas à língua inglesa de maneira crítica e reflexiva.
Você conhece as principais obras literárias da literatura em
língua inglesa? Que contribuições essas obras trouxeram para o
uso e para a construção de identidades em língua inglesa?
Como podemos definir a construção das identidades culturais
de nativos e falantes da língua inglesa como língua estrangeira?
A partir dessas reflexões, nesse capítulo você estudará algumas
das obras literárias americanas e britânicas relevantes na
história da língua e literatura inglesas, bem como um panorama
sobre a construção de identidades culturais americanas e de
não nativos, a fim de perceber a relação da literatura e da
identidade com o uso da língua inglesa.
VOCÊ O CONHECE?
De origem humilde e adotado por um comerciante escocês, o autor americano
Edgar Allan Poe (1809-1849) é um dos destaques da história da literatura norte-
americana. Após tentar seguir carreira em diversas áreas, sem sucesso, como o
jornalismo e a carreira militar, Poe começou a se destacar no campo literário,
sendo conhecido pelos seus pares ao final dos anos de 1830. Sua obra, de
vertente romântica, tende para o horror. A sua poesia se caracteriza por rigidez
na métrica e musicalidade (FERRO, 2015). Quer saber mais sobre Poe? Acesse:
<https://www.ebiografia.com/edgar_allan_poe/
(https://www.ebiografia.com/edgar_allan_poe/)>.
Durante o período romântico surgiu, nos EUA, um movimento
denominado transcendentalismo. Tal nome se deve às ideias
de transcendência, individualismo e espiritualidade atribuídas
ao movimento (FERRO, 2015) e Edgar Allan Poe foi um dos
críticos a esta corrente literária. Alguns dos autores que
produziram nesta época romântico-transcendental foram:
Ralph Waldo Emerson (Nature, 1836; The Poet, 1844), Henry
David Thoreau (Civil Disobedience, 1849), Walt Whitman (Leaves
of Grass, 1855), Herman Melville (Moby-Dick, or The Whale, 1851),
Emily Dickinson (I’m nobody! Who are you?, 1891).
Já o período literário do Realismo ocorreu no pós-Guerra Civil
Americana. Segundo Ferro (2015), com a derrota do Sul, mais
rural, para o Norte, mais desenvolvido, houve um processo de
migração do campo para as áreas urbanas, transformando a
sociedade americana em um curto espaço de tempo. Com a
mudança histórica e social veio a mudança da mentalidade
americana refletida na literatura.
Segundo Bercovitch (2005), haveria uma diferença entre o pré e
pós-guerras, de modo que esta última fase apresentasse uma
natureza mais irônica, sem ilusões, mais realista. Bem diferente
da fase anterior, romântica, com uma certa inocência (FERRO,
2015). Na transição do século XIX para o século XX, os EUA já
eram uma potência econômica mundial. A figura do
empresário, geralmente ilustrado como um homem gordo,
agora era o representante da riqueza do país (FERRO, 2015).
Entre os autores de destaque deste novo momento na história
norte-americana, encontram-se: Mark Twain (The Adventures of
Huckleberry Finn, 1884) e Henry James (Portrait of a Lady, 1881;
Daisy Miller, 1879). Segundo Ferro (2015), esses autores
possuíam o desafio de produzir uma literatura com caráter
nacional. Porém, os autores posteriores já possuiriam outra
missão: entender o lugar do homem em um mundo em
transformação em que a lei do mais forte se destacava.
Outros autores norte-americanos que seriam referência
durante o século XX foram: F. Scott Fitzgerald (The Great Gatsby,
1925), John Steinbeck (Of Mice and Men, 1937), Henry Miller
(Tropic of Capricorn, 1934), Ernest Hemingway (For Whom the
Bells Toll, 1940), William Faulkner (The Sound and the Fury, 1929;
As I Lay Dying, 1930).
A própria inserção da identidade cultural no processo de ensino
e aprendizagem seria uma tarefa árdua, segundo Altugan
(2015). Na perspectiva do autor, a formação de identidade seria
um processo de grande complexidade e longa duração, com
desenvolvimento gradativo em seus contextos sociais.
Desta forma, como você verá no decorrer das próximas seções,
a diversidade e elementos necessários à construção de
(diferentes) identidades serão fatores considerados
importantes em nosso panorama sobre as identidades culturais
na cultura americana.
Figura 5 - A
diversidade étnica nos EUA é complexa. Fonte: Media Bakery13,
Shutterstock, 2017.
VOCÊ SABIA?
Kumaravadivelu (2012) define identidade associando-a à
ideia de semelhança. O autor explica que a identidade
engloba a participação em categorias como etnicidade,
religião, profissão, gênero. Ele apresenta o exemplo de uma
mulher branca, americana e cristã, a qual estaria ligada a
aspectos relacionados a ser branca, mulher, americana e
cristã. Porém, apesar das semelhanças, Kumaravadivelu
(2012) argumenta que é a diferença que determina a nossa
identidade.
Síntese
Concluímos a unidade relativa ao papel da identidade cultural
no uso da língua inglesa. Agora, você já conhece os principais
autores e obras britânicas e norte-americanas que
desempenharam papel importante no desenvolvimento da
língua e cultura inglesas. Você também viu aspectos da
construção de identidades culturais no ambiente de uso do
idioma.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
acompanhar a evolução histórica da literatura e língua
inglesas;
identificar autores que desempenharam papel
fundamental na história britânica e norte-americana para
a evolução da língua inglesa;
perceber que as obras contemporâneas continuam
desempenhando papel de formadoras da língua
contemporânea;
identificar os conceitos de identidade cultural e diáspora;
compreender a importância e função da língua inglesa na
comunicação global;
perceber que a língua inglesa interfere nas identidades
culturais dos sujeitos contemporâneos.
Referências
bibliográficas
ALENCAR, L. 38 palavras criadas por William Shakespeare.
Galileu, abr. 2016. Disponível em: <
(https://goo.gl/qopHA6)https://goo.gl/qopHA6
(https://goo.gl/qopHA6)>. Acesso em: 29/12/2017.
ALTUGAN, A. S. The effect of cultural identity on learning.
Procedia - Social and Behavioral Sciences, v. 190, p. 455-458,
2015. Disponível em: <
(https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S18770428
1503267X)https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S
187704281503267X
(https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S18770428
1503267X)>. Acesso em: 17/12/2017.
ARTHUR, J. A. African diaspora identities: Negotiating culture
in transnational migration. Plymouth: Lexington Books, 2010.
BAUGH, A. C; CABLE, T. A history of the English language.
London: Routledge, 2002.
BRASIL. Domínio Público, 20??. Disponível em: <
(http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraFor
m.jsp)http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaO
braForm.jsp
(http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraFor
m.jsp)>. Acesso em: 21/12/2017.
______. Ministério do Turismo. Pronatec Copa. Brasília:
Ministério do Turismo, 2014. Disponível em: <
(http://www.copa2014.gov.br/pt-
br/oportunidades/pronatec_copa_2)http://www.copa2014.gov.
br/pt-br/oportunidades/pronatec_copa_2
(http://www.copa2014.gov.br/pt-
br/oportunidades/pronatec_copa_2)>. Acesso em: 22/12/2017.
BERCOVITCH, S. The Cambridge history of American
literature. New York: Cambridge University Press, 2005. v. 3.
BRITISH COUNCIL. Demandas de aprendizagem de inglês no
Brasil: Elaborado com exclusividade para o British Council pelo
Instituto de Pesquisa Data Popular. São Paulo: British Council
Brasil, 2014. Disponível em: <
(https://goo.gl/oqxkF7)https://goo.gl/oqxkF7
(https://goo.gl/oqxkF7)>. Acesso em: 22/12/2017.
CAMBRIDGE ONLINE DICTIONARY. Diaspora. New York:
Cambridge University Press, 2018. Disponível em: <
(https://goo.gl/xLMjV8)https://goo.gl/xLMjV8
(https://goo.gl/xLMjV8)>. Acesso em: 20/01/2018.
DU GAY, P. et al. Doing cultural studies: The story of the Sony
Walkman. London: SAGE Publications, 1997.
FERNANDES, C. O direito divino dos reis absolutistas. Mundo
Educação - Idade Média. Disponível em: <
(http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/o-direito-
divino-dos-reis-
absolutistas.htm)http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/histori
ageral/o-direito-divino-dos-reis-absolutistas.htm
(http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/o-direito-
divino-dos-reis-absolutistas.htm)>. Acesso em: 21/12/2017.
FERRO, J. Introdução às literaturas de língua inglesa.
Curitiba: InterSaberes, 2015.
FRAGA, V. F. Rumos culturais da constelação USA: um olhar
verde e amarelo. Barueri: Manole, 2017.
FRAZÃO, D. Edgar Allan Poe. Ebiografia, out. 2017. Disponível
em: <
(https://www.ebiografia.com/edgar_allan_poe/)https://www.e
biografia.com/edgar_allan_poe/
(https://www.ebiografia.com/edgar_allan_poe/)>. Acesso em:
21/12/2017.
GRADDOL, D. The Future of English? London: The British
Council, 1997.
HALL, S. Cultural identity and diaspora. Framework, n. 36, p.
222-237, 1989. Disponível em: <
(https://goo.gl/539izu)https://goo.gl/539izu
(https://goo.gl/539izu)>. Acesso em: 05/12/2017.
______. Representation: Cultural representation and signifying
practices. London: SAGE Publications, 1997.
HELIODORA, B. Reflexões Shakespearianas. Rio de Janeiro:
Lacerda, 2004.
KUMARAVADIVELU, B. Individual identity, cultural globalization
and teaching English as an international language: The case for
an epistemic break. In: ALSAGOFF, L. et al. (Eds.), Teaching
English as an international language: Principles and
practices. New York: Routledge, 2012.
MICHLISZYN, M. S. Educação e diversidade. Curitiba:
Intersaberes, 2012.
PRADO, M. L; PELLEGRINO, G. História da América Latina. São
Paulo: Contexto, 2014.
SINGH, I. The history of English. London: Hodder Education,
2005.
SALOMÃO, A. C. B. O componente cultural no ensino e
aprendizagem de línguas: desenvolvimento histórico e
perspectivas na contemporaneidade. Trabalho em Linguística
Aplicada, Campinas, v. 54, n. 2, p. 361-392, 2015. Disponível em:
< (http://www.scielo.br/pdf/tla/v54n2/0103-1813-tla-54-02-
00361.pdf)http://www.scielo.br/pdf/tla/v54n2/0103-1813-tla-
54-02-00361.pdf (http://www.scielo.br/pdf/tla/v54n2/0103-
1813-tla-54-02-00361.pdf)>. Acesso em: 27/11/17.
TODD, R. Literary fiction and the book trade. In: ENGLISH,
James F. A concise companion to contemporary British
fiction. Malden: Blackwell Publishing, 2006.
TEDEX TALKS. Uma jornada na busca por identidade e
propósito: Juliana Luna. Youtube, dez. 2016. Disponível em: <
(https://www.youtube.com/watch?
v=yYshSRXnN_E)https://www.youtube.com/watch?
v=yYshSRXnN_E (https://www.youtube.com/watch?
v=yYshSRXnN_E)>. Acesso em: 22/12/2017.
UNIVERSITY OF TORONTO LIBRARIES. English literature
timeline, nov. 2017. Disponível em: <
(https://guides.library.utoronto.ca/c.php?
g=250997&p=1672644)https://guides.library.utoronto.ca/c.php?
g=250997&p=1672644
(https://guides.library.utoronto.ca/c.php?
g=250997&p=1672644)>. Acesso em: 15/12/2017.
WATERS, M. C.; ESCHBACH, K. Immigration and ethnic and racial
inequality in the United States. Rev. Social, v. 21, p. 419-446,
1995. Disponível em: <
(https://goo.gl/wAT41b)https://goo.gl/wAT41b
(https://goo.gl/wAT41b)>. Acesso em: 15/12/2017.