1 INTRODUÇÃO
1
Especialização em Docência no Ensino Superior, em Educação Ambiental e em Supervisão e
Orientação Educacional pela Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, concluídas em 2012 e
2013. Graduada em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Castelo Branco – UCB em
2011. E-mail da autora: pompeiamarottadias@gmail.com Orientadora/Tutora: Giordanna Santos.
2
A humanidade para existir, sempre fez uso dos recursos que o meio ambiente
proporciona e disponibiliza, objetivando alimentar-se, abrigar-se, produzir energia, adquirindo
e aplicando uma postura consumista e predadora de tudo o que a natureza nos oferece.
O desenvolvimento da humanidade, a ampliação das necessidades básicas, o
surgimento das cidades, as demandas crescentes por muito mais alimento, abrigo, energia e
todos os demais recursos encontrados no ambiente, assim como a prática de buscar na
natureza o que ela oferece sem a preocupação da reposição, tornou necessária e urgente uma
Educação Ambiental mais profunda e consciente, visando sobretudo a ideia de cidadania,
como sustentáculo de uma educação para todos voltada a preservação e conservação dos bens
que são de todos.
É possível pensar em Educação Ambiental, mas é preciso sistematizá-la de maneira
que seja eficaz e eficiente e que promova de forma sólida a mudança de comportamento na
sociedade. Para tanto, a Escola é sem dúvida o ponto de partida, o agente transformador,
capaz de propiciar o conhecimento e amplificá-lo para que alcance a comunidade, fazendo de
cada aluno um agente multiplicador das ideias de conservação e proteção.
de áreas desérticas, não fez com que mudássemos nosso comportamento e abandonássemos os
meios de locomoção que utilizassem a energia dos combustíveis fósseis.
O papel da Escola portanto, não fica restrito apenas ao repasse do conhecimento e
dos dados, pois isso de nada adiantará como forma de promoção de consciência e de mudança
de comportamento, mas antes de tudo, deve objetivar exatamente essa transformação.
Conceber uma Escola como agente de tamanha transformação não é uma ideia
descabida, utópica ou inconsistente, afinal, depois da família é na escola que todos solidificam
os traços da personalidade, do convívio social, dos valores culturais e sociais.
Também não estamos falando de escolas fechadas em si mesmas, onde a Educação é
tratada apenas como repasse de conhecimentos de compêndios e livros.
É preciso sair para visitas e excursões, com alunos de todas as faixas etárias, da
educação infantil ao ensino superior, onde se promovam discussões sobre o tema ambiental
como principal ou como parte de projetos interdisciplinares. Visitas às nascentes de rios, a
museus, à estação de tratamento de água, a lixões, a hortos botânicos. Passeios em matas
conservadas e pela cidade, excursões a parques estaduais, nacionais, fazendas produtoras de
diversos produtos naturais, tanto vegetais como animais. E todas essas atividades, sendo
acompanhadas por um projeto roteiro de coleta de dados, para apresentação e discussão das
informações levantadas de forma a propiciar a todos os envolvidos um conhecimento real e
não mais estático, de livros apenas.
As diversas experiências, as discussões promovidas diante da vivência dessas
atividades, serão bem mais consistentes e capazes de interferir nas mudanças esperadas em
relação à natureza e ao meio ambiente.
Onde podemos e devemos atuar todos os dias, de forma sistemática e constante, para assim
alcançarmos a mudança que tanto almejamos.
A formação dos indivíduos e dos futuros cidadãos não pode ser pensada apenas como
uma atividade intelectual. É na realidade um processo que associa o conhecimento à
interferência no meio onde estamos inseridos. Somos animais complexos, somos capazes de
produzir e compreender informações, portanto, quanto maior nosso envolvimento e nossa
participação em experiências reais, melhores resultados alcançaremos.
Ao vivenciarmos experiências, sentimentos, escolhermos atitudes diante desse ou
daquele problema, aprendemos participando dos processos.
A Educação Ambiental para atingir a efetiva mudança de comportamento em
sociedade, precisa adotar e privilegiar projetos vivenciais, saídas a campo e excursões
ecológicas, os passeios pelo bairro onde a escola está inserida, propiciando a oportunidade dos
estudantes registrarem suas impressões, coletarem os dados e depois organizar as diversas
possibilidades de discussão a respeito.
É uma metodologia ambiciosa de projeto educacional, contudo para uma efetiva
educação ambiental e mudança comportamental esperada somente uma experiência de contato
real pode obter verdadeiro sucesso.
Essa experiência leva à percepção da degradação ambiental e ao questionamento
sobre o lugar do homem no centro disso tudo, levando a uma inspiração de uma ação mais
efetiva no cotidiano no sentido de preservação e conservação dos bens ambientais.
O indivíduo consciente, partindo de todos nós educadores inclusive, leva até seu
contexto, seu lar, seu local de trabalho, seu meio social, um comportamento diferente do
anteriormente praticado, gerando a princípio diversas reações, das negativas às positivas, mas
reações, que por outro lado, vão gerar questionamentos e é esse questionamento, esse
interesse despertado e a possibilidade da mudança do sentimento em cada um, que acaba por
gerar uma corrente muito mais real e consistente de mudança, que num primeiro momento é
local, mas acaba por contagiar mais e mais locais, permitindo que afirmemos ser possível
mudar o mundo ou o comportamento das pessoas em relação ao meio ambiente.
Evidentemente, a construção do projeto voltado à Educação Ambiental em cada
escola é muito importante, sendo um momento do planejamento escolar e do método a ser
implementado algo primordial para a realização de tamanha aspiração e ambição, mas
bastante exequível conquanto obtenha a participação de todos os envolvidos, conforme afirma
Leite (1996, p. 32).
7
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não é utópica e nem ambiciosa a nossa afirmação que uma Educação Ambiental bem
planejada pode partir da Escola para mudar o mundo, começando a partir do nosso próprio
comportamento como educadores e como conhecedores do assunto que estudamos e da
realidade que aí está.
Claro que não podemos pensar em algo revolucionário e de difícil realização, mas
sobretudo trabalharmos com a realidade que nos cerca, em nossos lares, estudando,
observando e discutindo as ações que todos utilizam. No segundo momento levando para a
sala de aula essa discussão, convidando os familiares de nossos alunos para a ampliação da
discussão.
A realização de visitas e excursões seriam o passo seguinte onde coletaríamos os
dados para comparações e ampliação ainda maior da discussão inicial e assim promovendo a
consciência de todos os envolvidos em nossa comunidade, que depois de vivenciar todas essas
experiências vão demonstrar alguma reação, que em si mesma, já representa um ponto para
novas discussões e dessa maneira, a Escola servindo de ponto de partida e referencial de
8
REFERÊNCIAS
BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis, RJ: Vozes,
1999.
DIEGUES, Antonio Carlos Sant’Ana. O mito moderno da natureza intocada. 2. Ed. São
Paulo: Hucitec, 1996.
KOHL, M. F. GAINER, C. Fazendo arte com as coisas da Terra – arte ambiental para as
crianças. São Paulo: Augustus, 1995.
LIMA, Myriam Del Vecchio de. RONCAGLIO, Cynthia. Degradação socioambiental urbana,
políticas públicas e cidadania. Desenvolvimento e Meio Ambiente: Cidade e Ambiente
Urbano. Curitiba, n. 3, 2001.