ENFERMAGEM
Varginha
2019
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Varginha
2019
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………04
CONCEITO E FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO………………………………………04
SISTEMA NERVOSO CENTRAL………………...…………………………………………05
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO………………………………………………………..06
NEURÔNIO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL……………..…………………………08
NEUROTRANSMISSORES………………...…………………………………………….…09
SINAPSE………………..……………………………………………………………………09
TIPOS DE SINAPSE…………………………………………………………………………10
SINAPSE ELÉTRICA………………………………………………………………………..10
SINAPSE QUÍMICA…………………………………………………………………………11
NEUROTRANSMISSORES IMPORTANTES E SUAS FUNÇÕES………………………..13
PATOLOGIAS ASSOCIADAS AOS NEUROTRANSMISSORES…………………………17
REFERÊNCIAS………………...………………...………………………………………..…24
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INTRODUÇÃO
Os neurônios recebem continuamente impulsos nas sinapses dos seus dendritos vindos de
milhares de outras células, os neurônios caracterizam-se pelos processos que conduzem
impulsos nervosos para o corpo e do corpo para a célula nervosa (GUYTON; HALL, 2006).
NEUROTRANSMISSORES
Os neurotransmissores são pequenas moléculas responsáveis pela comunicação das
células no Sistema Nervoso, na sua maioria são provenientes de precursores de Proteínas, e
são normalmente encontradas nos terminais sinápticos dos neurônios. Essas moléculas são
liberadas na fenda sináptica e agem em receptores pós-sinápticos localizados no neurônio pós-
sináptico, fazendo com que esses receptores se abram dando liberação na maioria das vezes à
íons, dando origem ao que chamamos de transmissão sináptica, onde um impulso nervoso é
passado para outra célula. As respostas dadas pelos neurônios à um estímulo vai depender da
característica do neurotransmissor e do receptor, essas respostas podem ser excitatórias ou
inibitórias. Algum mecanismo deve existir através do qual o potencial de ação causa a
liberação do transmissor armazenado nas vesículas sinápticas para a fenda sináptica.
O potencial de ação estimula a entrada de Ca2+, que causa a adesão das vesículas
sinápticas aos locais de liberação, sua fusão com a membrana plasmática e a descarga de seu
suprimento de transmissor. O transmissor se difunde para a célula alvo, onde se liga à uma
proteína receptora na superfície externa da membrana celular. Após um breve período o
transmissor se dissocia do receptor e a resposta é terminada. Para impedir que o transmissor
associe-se novamente a um receptor e recomece o ciclo, o transmissor, ou é destruído pela
ação catabólica de uma enzima, ou é absorvido, normalmente na terminação pré-sináptica.
Cada neurônio pode produzir somente um tipo de transmissor.
SINAPSE
Dado que os neurônios formam uma rede de atividades elétricas, eles de algum modo têm
que estar interconectados. Quando um sinal nervoso, ou impulso, alcança o fim de seu axônio,
ele viajou como um potencial de ação ou pulso de eletricidade. Entretanto, não há
continuidade celular entre um neurônio e o seguinte; existe um espaço chamado sinapse. As
membranas das células emissoras e receptoras estão separadas entre si pelo espaço sináptico,
preenchido por um fluido. O sinal não pode ultrapassar eletricamente esse espaço. Assim,
substâncias químicas especias, chamadas neurotransmissores, desempenham esse papel. Elas
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são liberadas pela membrana emissora pré-sináptica e se difundem através do espaço para os
receptores da membrana do neurônio receptor pós-sináptico. A ligação dos neurotransmissores
para esses receptores tem como efeito permitir que íons (partículas carregadas) fluam para
dentro e para fora da célula receptora.
A direção normal do fluxo de informação é do axônio terminal para o neurônio alvo,
assim o axônio terminal é chamado de pré-sináptico (conduz a informação para a sinapse) e o
neurônio alvo é chamado de pós-sináptico (conduz a informação a partir da sinapse).
TIPOS DE SINAPSE
A sinapse típica, e a mais frequente, é aquela na qual o axônio de um neurônio se conecta
ao segundo neurônio através do estabelecimento de contatos normalmente de um de seus
dendritos ou com o corpo celular. Existem duas maneiras pelas quais isso pode acontecer: as
sinapses elétricas e as sinapses químicas.
SINAPSE ELÉTRICA
A maioria das sinapses dos mamíferos são sinapses químicas, mas existe uma forma
simples de sinapse elétrica que permite a transferência direta da corrente iônica de uma célula
para a célula seguinte. As sinapses elétricas ocorrem em locais especializados chamados
junções. Elas formam canais que permitem que os íons passem diretamente do citoplasma de
uma célula para o citoplasma da outra. A transmissão nas sinapses elétricas é muito rápida;
assim, um potencial de ação no neurônio pré-sináptico, pode produzir quase que
instantaneamente um potencial de ação no neurônio pós-sináptico. Sinapses elétricas no
sistema nervoso central de mamíferos, são encontradas principalmente em locais especiais
onde funções normais exigem que a atividade dos neurônios vizinhos seja altamente
sincronizada. Embora as junções sejam relativamente raras entre os neurônios de mamíferos
adultos, eles são muito comuns em uma grande variedade de células não neurais, inclusive as
células do músculo liso cardíaco, células epiteliais, algumas células glandulares, glia, etc. Elas
também são comuns em vários invertebrados.
Quando um impulso elétrico ao viajar para a "cauda" da célula, chamado axônio", chega a
seu término, ele dispara vesículas que contêm um neurotransmissor as quais movem-se em
direção a membrana terminal. As vesículas se fundem com a membrana terminal para liberar
seus conteúdos. Uma vez na fenda sináptica (o espaço entre dois neurônios) o
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SINAPSE QUÍMICA
Nesse tipo de sinapse, o sinal de entrada é transmitido quando um neurônio libera um
neurotransmissor na fenda sináptica, o qual é detectado pelo segundo neurônio através da
ativação de receptores situados do lado oposto ao sítio de liberação. Os neurotransmissores
são substâncias químicas produzidas pelos neurônios e utilizadas por eles para transmitir
sinais para outros neurônios ou para células não-neuronais (por exemplo, células do músculo
esquelético, miocárdio, células da glândula pineal) que eles inervam.
A ligação química do neurotransmissor aos receptores causa uma série de mudanças
fisiológicas no segundo neurônio que constituem o sinal. Normalmente a liberação do
primeiro neurônio (chamado pré-sináptico) é causado por uma série de eventos intracelulares
evocados por uma despolarização de sua membrana, e quase que invariavelmente quando um
potencial de ação é gerado.
Figura 5: Representação da sinapse química, mostrando a liberação de neurotransmissores que promovem a abertura
de canais para Na + (despolarizando a célula pós-sináptica).
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Neuropeptídeos: esses são formados por cadeias mais longas de aminoácidos (como uma
pequena molécula de proteína). Sabe-se que mais de 50 deles ocorrem no cérebro e muitos
deles têm sido implicados na modulação ou na transmissão de informação neural.
por muitos antidepressivos tais com o Prozac, e assim tornou-se conhecido como o
“neurotransmissor do bem-estar.” Ela tem um profundo efeito no humor, na ansiedade e na
agressão.
Acetilcolina (ACh): A acetilcolina pode atuar tanto no sistema nervoso central quanto no
sistema nervoso periférico. No sistema nervoso central, juntamente com os neurônios
associados, formam um sistema neurotransmissor, o sistema colinérgico. A acetilcolina
controla a atividade de áreas cerebrais relacionadas à atenção, aprendizagem e memória.
Pessoas que sofrem da doença de Alzheimer apresentam tipicamente baixos níveis de ACTH
no córtex cerebral, e as drogas que aumentam sua ação podem melhorar a memória em tais
pacientes.
Noradrenalina: Este neurotransmissor é encontrado no SNC, no tronco cerebral e no
hipotálamo, e possui ação depressora sobre a atividade neuronal do córtex cerebral. A
noradrenalina do SNC provém da metabolização da dopamina pela ação da enzima dopamina
beta hidroxilase que metaboliza, também, o 5-hidroxipto fano em 5-hidroxitriptamina ou,
então, origina-se da recaptura do neurotransmissor da fenda sináptica. Principalmente uma
substância química que induz a excitação física e mental e bom humor. A produção é centrada
na área do cérebro chamada de locus coreuleus, que é um dos muitos candidatos ao chamado
centro de "prazer" do cérebro. A medicina comprovou que a norepinefrina é uma mediadora
dos batimentos cardíacos, pressão sanguínea, a taxa de conversão de glicogênio (glucose) para
energia, assim como outros benefícios físicos.
Epinefrina: Como neurotransmissor do SNC, é bem menos conhecida. Ela tem sido
muito estudada, mas, em correlação com sua atividade nos nervos do sistema nervoso
autônomo, no seu segmento simpático e na medula da glândula suprarrenal. No SNC,
estritamente falando, são descritos sistemas adrenérgicos em alguns núcleos hipotalâmicos
relacionados com uma atividade vasoconstritora. A adrenalina tem efeito sobre o sistema
nervoso simpático: coração, pulmões, vasos sanguíneos, órgãos genitais, etc. Este
neurotransmissor é liberado em resposta ao stress físico ou mental, e liga-se a um grupo
especial de proteínas - os receptores adrenérgicos. Seus principais efeitos são: aumento dos
batimentos cardíacos, dilatação dos brônquios e pupilas, vasoconstricção, suor entre outros. A
adrenalina está presente em muitas formulações farmacêuticas intravenosas, principalmente
no tratamento da asma, hemorragias internas, entre outros. Uma pequena síntese de adrenalina
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TABELA DE NEUROTRANSMISSORES
Molécula transmissora Derivada de Local de síntese
Glutamato SNC
Aspartato SNC
antidepressivos, que têm por objetivo inibir a recaptação dos neurotransmissores e manter um
nível elevado dos mesmos na fenda sináptica.
Epilepsia: A fisiopatologia da epilepsia envolve um desequilíbrio entre a excitação e
a inibição do SNC. Não se compreende com total certeza a origem desse desequilíbrio, mas o
que tem chamado a atenção dos pesquisadores do assunto são os neurotransmissores
envolvidos com a inibição, como o GABA. O GABA é produzido a partir da descarboxilação
do glutamato, sendo captado em sua maior parte pelas células da glia, nas quais ocorre desvio
para glutamato que é convertido em glutamina, para então chegar aos neurônios, onde é
novamente convertido em glutamato. Foi observado em alguns estudos a superexpressão de
receptores de glutamato em hipocampo de modelos animais ou humanos com epilepsia, além
da diminuição da função dos receptores GABA. As crises epilépticas podem ser classificadas
em mais de 40 tipos distintos, definidos não só pelo tipo de manifestação, mas também por
características clínicas, como padrão de recorrência das crises, causas, idade de início dos
eventos epilépticos, presença ou ausência de ocorrência na família, padrões
eletroencefalográficos e prognóstico da doença.
Doença de Parkinson: A dopamina é um neurotransmissor, ou seja, uma substância
química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas. Ela auxilia na
realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática. Graças à presença
dessa substância no cérebro, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos
realizam. Com o envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis apresentam uma morte
progressiva das células nervosas que produzem a dopamina. Algumas pessoas, entretanto,
perdem essas células (e consequentemente diminuem muito mais seus níveis de dopamina)
num ritmo muito acelerado e assim acabam por manifestar os sintomas da doença. Não se
sabe exatamente quais os motivos que levam a essa perda progressiva e exagerada de células
nervosas (degeneração). Mais de um fator deve estar envolvido no desencadeamento da
doença. Esses fatores podem ser genéticos ou ambientais. Embora já sejam conhecidos alguns
genes relacionados à ocorrência da doença de Parkinson, ela habitualmente não é uma doença
hereditária. Apenas ocasionalmente há diversos casos da doença numa mesma família e em
geral trata-se de casos com início precoce (abaixo dos 40 anos de idade). Assim, é possível
afirmar que não há como definir qual é o risco real para que filhos de portadores da doença de
Parkinson venham desenvolvê-la. Ou seja, a presença de um doente na família não aumenta
necessariamente o risco dos demais. Os genes que favorecem o desenvolvimento da doença
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possivelmente devem agir de forma indireta, juntamente com outros fatores. Entre esses
fatores, destacam-se fatores ambientais, como contaminação com agentes tóxicos (agrotóxicos
e resíduos químicos, por exemplo).
Esclerose múltipla: É uma doença onde há destruição da mielina por autoanticorpos.
Essa mielina é um envoltório dos axônios que recobrem e isolam as fibras nervosas e
responsáveis em fazer com que o impulso nervoso corra em alta velocidade. Por causa da
destruição da mielina, o impulso nervoso corre vagarosamente alterando a função cerebral e
dos nervos.
A Esclerose múltipla é uma doença crônica que ataca principalmente adultos e jovens na
idade de 21 a 40 anos. O sistema imunológico das pessoas que sofrem de esclerose múltipla
não reconhece a mielina como sendo um tecido da própria pessoa, mas como sendo um corpo
estranho, motivo pelo qual o sistema imunológico ataca e destrói como ele faria com qualquer
bactéria. As regiões afetadas do sistema nervoso central são a medula espinhal e o cérebro.
Sintomas: Fala inarticulada; Perda súbita da visão; Tremores de uma mão; Sensação de
fadiga; Perda de sensibilidade; Sensação de peso nos braços ou nas pernas; Fraqueza; Perda
de coordenação; Visão borrada ou dupla; Instabilidade do corpo, especialmente de um lado;
Sintomas faciais, incluindo perda da sensibilidade.
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Desequilíbrio de neurotransmissor
Autismo Possível hiperserotonemia, que ocorre em Os ISRS e a risperidona podem ser úteis.
30 a 50% dos autistas, sem evidências de
anormalidades centrais da 5-HT
Lesão Lesão (p. ex., trauma, hipóxia, convulsões Em modelos experimentais de isquemia e lesão, os
cerebral prolongadas) que estimula a liberação bloqueadores de canais de cálcio, glicina e antagonistas
excessiva de neurotransmissores mais antigos de receptores NMDA (p.ex.,
excitatórios (p. ex., glutamato), provocando dextrometorfano, cetamina) podem reduzir o grau de
acúmulo de Ca+ intracelular, que contribui perda neuronal na isquemia experimental, mas não são
para a morte neuronal. eficazes em seres humanos A memantina, uma
antagonista de receptor NMDA mais recente, está em
estudo.
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Doença de Dano neuronal importante no córtex e no Não existe tratamento específico, mas as drogas que
Huntington corpo estriado decorrente da expansão na bloqueiam receptores NMDA podem impedir os efeitos
(coreia) poliglutamina (codificada por repetição de tóxicos do glutamato em excesso. Drogas miméticas de
CAG), produzido por um gene anormal no GABA são ineficazes.
cromossomo 4 (o gene anormal produz a
proteína huntingtina em excesso, a qual
pode se combinar com moléculas que
induzem a estimulação excessiva de células
por neurotransmissores aminoácidos
excitatórios como o glutamato)
Síndrome Bloqueio de receptores D2 de dopamina O tratamento com agonista D2 (p. ex., bromocriptina)
neuroléptica por drogas (p. ex., drogas antipsicóticas, anula o distúrbio de neurotransmissão Outras drogas
maligna metilfenidato) ou supressão abrupta de também são utilizadas, se necessário (p. ex.,
agonista dopaminérgico, resultando em dantroleno, um bloqueador muscular direto, é utilizado
rigidez muscular, febre, alteração do estado para bloquear os espasmos musculares)
mental e instabilidade autonômica
Dor Lesão tecidual, causa liberação de AINE inibem a síntese de prostaglandina seletivamente
substância P e glutamato no corno posterior (com inibidores COX-2 — p. ex., celecoxibe,
da coluna vertebral e libera outras parecoxibe) ou não seletivamente (com inibidores
macromoléculas mediadoras dos sinais da COX-1 e COX-2 — p. ex., ibuprofeno, naproxeno) e
dor, como a proteína relacionada ao gene reduzem a formação do impulso doloroso Analgésicos
da calcitonina, neurocinina A e bradicinina, opioides (p. ex., morfina) ativam os receptores de
que estão primariamente localizadas nas endorfina- ncefalina (μ, δ e κ), reduzindo a transmissão), reduzindo a transmissão
lâminas II e IV da coluna vertebral Mais do impulso doloroso.
modulação destes sinais pelas endorfinas
(na coluna vertebral) e por 5-HT e
norepinefrina (nas vias descendentes que se
originam no cérebro)
Doença de Perda de neurônios dopaminérgicos da A l-dopa chega à fenda sináptica, é captada pelo
Parkinson parte compacta da substância negra e de axônio e descarboxilada a dopamina, que é secretada
outras áreas, com níveis reduzidos de na fenda para ativar os receptores dendríticos de
dopamina e metencefalina, alteração do dopamina. A amantadina aumenta a liberação pré-
equilíbrio de dopamina/acetilcolina e sináptica de dopamina; agonistas dopaminérgicos
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Discinesia Receptores de dopamina hipersensíveis em A redução das doses de antipsicóticos pode diminuir a
tardia decorrência do bloqueio crônico por drogas hipersensibilidade dos receptores de dopamina;
antipsicóticas entretanto, em alguns casos, as alterações podem ser
irreversíveis.
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REFERÊNCIAS:
https://www.webartigos.com/artigos/sistema-nervoso-revisao-de-literatura/112933
https://www.ebah.com.br/content/ABAAABECoAA/trabalho-neurotransmissores
https://www.researchgate.net/figure/Figura-3-Representacao-da-sinapse-quimica-mostrando-
a-liberacao-de-neurotransmissores_fig3_320719294
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/
neurotransmiss%C3%A3o/neurotransmiss%C3%A3o
https://www.ebah.com.br/content/ABAAAep30AJ/patologias-ligadas-ao-sistema-nervoso-
central