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Canção da América

Milton do Nascimento (Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1942), apelidado "Bituca", é um cantor e


compositor brasileiro reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos cantores
e compositores da Música Popular Brasileira.[1] Mineiro de coração, tornou-se conhecido
nacionalmente, quando a canção "Travessia", composta por ele e Fernando Brant, ocupou a segunda
posição no Festival Internacional da Canção, de 1967. Tem como parceiros e músicos que
regravaram suas canções, nomes como: Wayne Shorter, Pat Metheny, Björk, Peter Gabriel, Sarah
Vaughan, Chico Buarque, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Fafá de Belém, Simone e Elis
Regina. Já recebeu 5 prêmios Grammy. Em 1998, ganhou o Grammy de Best World Music Album
in 1997. Milton já se apresentou na América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África.

Até agora, Milton Nascimento já gravou 34 álbuns. Cantou com dúzias de outros artistas, incluindo
Maria Bethânia, Elis Regina, Gal Costa, Jorge Ben Jor, Caetano Veloso, Simone, Chico Buarque,
Clementina de Jesus, Gilberto Gil, Lô Borges, Beto Guedes, Paul Simon, Criolo, Angra, Peter
Gabriel, Duran Duran (com quem co-escreveu e gravou a faixa "Breath After Breath", de 1993),[2]
Herbie Hancock, Quincy Jones.

Milton nasceu em uma comunidade da Tijuca, no Rio de Janeiro. Filho da empregada doméstica
Maria do Carmo do Nascimento, que fora abandonada grávida por seu primeiro namorado. Após os
patrões descobrirem a gestação, demitiram-na. Maria do Carmo registrou o filho como mãe solteira.
Mesmo muito pobre, tentou criar Milton, com ajuda de sua mãe, uma pobre viúva, também
empregada doméstica, mas, ainda muito jovem, entrou em depressão e morreu de tuberculose antes
de Milton completar dois anos. Milton ficou entregue aos cuidados da avó.

Uma das duas filhas do casal para o qual sua avó trabalhava, a professora de música Lília Silva
Campos, era recém-casada e não estava conseguindo engravidar. Imediatamente, Lília apegou-se a
Milton e propôs adotá-lo. A avó concordou, desde que o trouxessem para ela vê-lo algumas vezes e
não tirassem o nome da sua mãe do registro. O casal concordou e Milton foi então adotado por Lília
e seu marido Josino Campos, dono de uma estação de rádio. A família mudou-se para Três Pontas,
em Minas Gerais. Por alguns anos ele foi filho único. Mesmo fazendo tratamento, Lília não
engravidava. O casal, então, passou a visitar orfanatos e adotou um menino e, poucos anos depois,
uma menina. O casal só teve uma filha biológica, alguns anos depois. Milton sempre soube ser
adotado, assim como seus irmãos.

Foi apelidado de "Bituca" ainda criança, por fazer um bico quando estava contrariado, numa
referência aos índios botocudos. Milton começou a gostar de música por influência da mãe, que
havia estudado com Villa Lobos. Aos quatro anos, ganhou uma sanfona de dois baixos, e desde
cedo explorou sua voz. Aos 13 anos, era crooner do conjunto Continental de Duilio Tiso Cougo,
grupo musical de baile de Três Pontas.[3]

Milton casou-se no cartório e na igreja dos Capuchinhos na Tijuca, zona norte do Rio, em 1968,
com uma estudante chamada Lurdeca. O casal foi viver em Copacabana, porém o matrimônio durou
um mês. Após dois meses separados, veio a anulação do casamento, voltando ao estado civil de
solteiro. Teve depois diversas namoradas, uma delas, chamada Kárita, uma socialite paulistana
muito rica, que foi sua namorada por anos.

Milton adotou Augusto Kesrouani Nascimento, que é seu único filho.

Morou em diversas cidades do país na casa de amigos compositores, em busca de uma chance. Fez
muitas amizades com pessoas que hoje são famosas e que começaram junto com ele, cantando em
bares e vivendo de gorjetas. Antes de se aventurar na música, Milton era escriturário em um
escritório de Belo Horizonte, e foi convencido pelos amigos de infância a largar tudo por seu sonho
de cantar. Junto deles, escrevera diversas letras e viajou pelo Brasil, de carona pelas estradas (até
em bicicleta) e se apresentando em festivais. Por alguns anos teve problemas com o vício em bebida
alcoólica, mas conseguiu se curar em pouco tempo.[4]

Amigo é coisa para se guardar


Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou


Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar


No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vier


Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

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