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GOVERNO DE GOIÁS

Secretaria de Desenvolvimento Econômico


Superintendência Executiva de Ciência e Tecnologia
Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica

Luteria Básica
2017
ETAPA I
CURSO TÉCNICO DE INSTRUMENTO MUSICAL

Luteria Básica
Setembro 2017
Ficha Catalográfica
Expediente
Governador do Estado de Goiás Supervisão Pedagógica e EaD
Marconi Ferreira Perillo Júnior Denise Cristina de Oliveira
Maria Dorcila Alencastro Santana
Secretário de Desenvolvimento
Econômico, Científico e Tecnológico Professor Conteudista
e de Agricultura, Pecuária e Irrigação Srilis Leonel Mourão
Francisco Gonzaga Pontes
Projeto Gráfico
Superintendente Executivo André Belém Parreira
de Ciência e Tecnologia Maykell Guimarães
Mauro Netto Faiad José Francisco Machado

Chefe De Gabinete de Gestão de Designer


Capacitação e Formação Tecnológica José Francisco Machado
Soraia Paranhos Netto
Revisão da Língua Portuguesa
Coordenação Pedagógica do Programa Cícero Manzan Corsi
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Denise Candine de Brito
Emprego
José Teodoro Coelho Banco de Imagens
http://freepik.com
http://pt.freeimages.com
https://pixabay.com
6

Apresentação

E mpreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para


trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o
profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o
profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas
e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Nesse
contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento
de Goiás (SED), em parceria com o Governo Federal, por meio do Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), visam garantir o
desenvolvimento dessas competências.
Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação
profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de
Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos,
nas modalidades EaD e presencial: Saúde e Estética, Desenvolvimento Educacional
e Social, Gestão e Negócios, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção
Alimentícia, Produção Artística e Cultural e Design, Produção Industrial, Recursos
Naturais, Segurança, Turismo, Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de
Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e
promoção do empreendedorismo.
Espera-se que este material cumpra
Marca Governo o papel para o qual foi concebido: o de
de Goiás
servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando
Assinaturas prioritárias com símbolo estilizado em 3D
e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos,
ferramentas essenciais para desenvolver sua capacidade de aprender a aprender.

Bom curso a todos!


SED – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecno-
lógico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação

Sobre fundo branco Sobre fundo


7

Sumário
CURSO TÉCNICO DE INSTRUMENTO MUSICAL
Introdução à Luteria 9

UNIDADE I
Breve história da Luteria 10
Introdução às partes Físicas do violão 12
Como consertar um braço empenado 17
Qual cola é a mais indicada para cada conserto no violão? 20
Como colar o cavalete? 20
Mão Quebrada 21
Reparo no tampo do violão 22
Colocando as cordas e afinando 23

Referências26
Bibliografia Básica 26
Bibliografia Complementar 26

Conteúdo Interativo
Essa apostila foi cons- Pré-requisitos:
truída com recursos
que possibilitam a Para acessar a salve o arquivo
interatividade tais como interatividade no computador
hiperlinks e páginas com ou
utilize o Inter- e abra-o no
hipertexto. net Explorer, Acrobat Reader.
8

Recursos Didáticos

DICAS VAMOS REFLETIR VOCABULÁRIO


Este baú é a indicação de onde Este quebra-cabeças indica o O dicionário sempre nos ajuda
você pode achar informações momento em que você pode e a compreender melhor o signi-
importantes na construção e deve exercitar todo seu potencial. ficado das palavras, mas aqui
no aprofundamento do seu Neste espaço, você encontrará resolvemos dar uma forcinha para
conhecimento. Aproveite, destaque, reflexões e desafios que tornarão você e trouxemos, para dentro
memorize e utilize essas dicas para ainda mais estimulante o seu da apostila, as definições mais
facilitar os seus estudos e a sua vida. processo de aprendizagem. importantes na construção do seu
conhecimento.

PESQUISE

SAIBA MAIS VAMOS RELEMBRAR FIQUE ATENTO PESQUISE


Aqui você encontrará Esta folha do bloquinho A exclamação marca Aqui você encontrará
informações autoadesivo marca aquilo tudo aquilo a que você links e outras sugestões
interessantes que devemos lembrar deve estar atento. São para que você possa
e curiosidades. e faz uma recapitulação assuntos que causam conhecer mais sobre
Conhecimento nunca é dos assuntos mais dúvida, por isso exigem o que está sendo
demais, não é mesmo? importantes. atenção redobrada. estudado. Aproveite!

Hiperlinks de texto

MÍDIAS INTEGRADAS ATIVIDADES DE HIPERLINKS CONTEÚDO


Aqui você encontra dicas APRENDIZAGEM As palavras grifadas INTERATIVO
para enriquecer os seus Este é o momento em amarelo levam Este ícone indica
conhecimentos na área, de praticar seus você a referências funções interativas, como
por meio de vídeos, conhecimentos. externas, hiperlinks e páginas com
filmes, podcasts e outras Responda as como forma de hipertexto.
referências externas. atividades e finalize aprofundar um
seus estudos. tópico.
9

Curso técnico de Instrumento Musical

Introdução à Luteria
Caro(a) estudante, esta apostila foi elaborada com o objetivo de facilitar sua compreensão no que tange à
atividade de luteria. Para tanto, sintetizou-se o conteúdo, direcionando-o como material específico à reforma e
consertos de violão e instrumentos de cordas não arcadas.

Aos estudantes que quiserem saber mais a respeito das técnicas de Luteria, poderá ter acesso ao material
pesquisado para a confecção na pasta “Biblioteca”.

Desejo bons estudos e sucesso na carreira musical.


Profº. Srilis Leonel Mourão

1 -Violão
Fonte: Pixabay.com
10

UNIDADE I

Breve história da Luteria

2 -Luteria
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Manzana_de_las_Luces_taller_de_un_luthier.jpg

A Luteria é uma das artes mais antigas, cogita-se que tenha surgido na busca do homem expressar-se so-
noramente através de um corpo acústico, instigando-o a pensar em transformar materiais em instrumentos
produtores de som. Segundo Alaleona (1984, p. 33): “As primeiras referências dos tempos remotíssimos foram-nos
transmitidas pela matéria que mais resiste a ação do tempo: a pedra. Pelas figuras de instrumentos musicais gravados em
monumentos é que conhecemos as notícias mais remotas de nossa arte”.

Alaleona ressalta o quão antiga é esta prática. Para ele, quando o ser humano iniciou sua busca por novas
formas de produção sonora, aprendia como as crianças. Elas “em vez de fabricar propositadamente as peças ne-
cessárias, procuram aproveitar objetos utilizáveis já naturalmente existentes” (ALALEONA, 1984, p.44). O autor
ainda ressalta que as crianças, em sua mais tenra idade, fazem uso de materiais sonoros sem uma busca pela
perfeição sonora, mas, simplesmente pelo prazer que o som lhe causa.
O homem, ao longo de seus processos de ocupação territorial, construiu e registrou saberes a partir de
mitos e lendas. Dessa maneira, conhecimentos tradicionais podem utilizar símbolos para expressar fatos que
ocorreram no passado, passando de alguma forma a servir como referência para as gerações futuras. A exemplo
disto, observa-se o mito grego que relata como teria surgido o primeiro instrumento musical na concepção grega
clássica. Para esta, Mercúrio teria sido o primeiro luthier ao construir uma lira a partir de um casco de tartaruga.
Conforme Alaleona: “A lira, instrumento nacional dos gregos, teria sido inventada, segundo a mitologia, por Mercúrio.
Encontrando uma carapaça de tartaruga, com ligamentos já dissecados e tensos, fê-los vibrar e transformou-a naquele
instrumento (ALALEONA, 1984, p.41)”.

Este mito grego estimula a reflexão acerca das formas de construção de instrumentos musicais, das impres-
sões e sensações que os sons nos causam. O quanto pode estimular a busca e experimentação de conexões com
o poder sonoro que certos materiais possuem, e que a construção dos mesmos pode ser feita com materiais
comuns, que podem ser encontrados em ambientes variados. Percebe-se assim instrumentos construídos de
cascos de animais, muito utilizados por povos nativos do continente americano e africano para produzir cho-
calhos; bambu ou taboca na construção de flautas; conchas do mar dos mais variados tamanhos tanto para a
construção de instrumentos de sopro quanto de percussão. O ser humano, partindo de uma intenção de busca
por uma emissão sonora diferente da voz, consolidou a atividade de luteria de forma ampla e diversificada em
suas ações cotidianas.
A palavra Luteria vem de Luthieria, etimologicamente originária de alaúde. Este instrumento teve um grande
11

aprimoramento na construção destes instrumentos musicais. Durante este período, segundo Henrique (2014),
o Alaúde foi o instrumento mais popular por quase toda Europa pelo fato do desenvolvimento da harmonia e
da polifonia a partir da fragmentação do poder da igreja. Introduzido na Europa com o nome de al’ud pelos Ára-
bes em meados do século VIII, durante a dominação Moura que perdurou até o século XIII, ganhou o nome de
“liuto” na Itália e “luth” na França, sufixo que deu origem ao termo Luthier, ou seja, construtor de alaúdes, raiz
etimológica da palavra Luthieria.
Na apostila de violão, vimos um pouco da história do violão e o quanto ela está ligada ao alaúde, sendo con-
siderado por historiadores o precursor dos modernos violões (figura 3).

3 - Alaúde “Os Músicos - Caravaggio 1595”


Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_musicians_by_Caravaggio.jpg

Evolução do Violão
No século XIX, o Luthier espanhol Antonio de Torres Jurado (1817-1892) fez as transformações que servem como
padrão até hoje, para o violão. Sendo as mais importantes:

l design de nova silhueta;


l aumento da superfície vibrante do Tampo;
l reforço da potência sonora;
l aplicação sistema dos harmônicos em distribuição e posição de leques harmônicos;
l aumento da quantidade de trastes até 19, pois anteriormente só usavam 12;
l transformou o cavalete, agregando ao rastilho e facilitando a transmissão da vibração das cordas do Tampo;
l desenho das tarraxas mecânicas;

Antes de Antonio Torres, na segunda metade do século XVI, o poeta e músico espanhol Vicente Martinez
Espinel, agregou a quinta corda e criou o sistema de afinação que utilizamos até hoje.
Depois no ano 1760, século XVIII, foi agregado a sexta corda pelo Frei Miguel Garcia, conhecido como o Padre
12

Introdução às
partes Físicas do violão
Na figura 2 abaixo, podemos ver bem as partes constituintes do violão, as quais são:

l (A) Tarrachas – onde se ajustam as cordas;


l (B) Mão – onde instalam-se as tarrachas;
l (C) Pestana – serve de apoio as cordas;
l (D) Trastes – delimitam as distâncias sonoras em semitons;
l (E) Espelho – onde estão fixos os trastes;
l (F) Braço – onde fica apoiado o espelho;
l (G) Caixa acústica – local onde se reflete o som produzido pelas cordas;
l (H) Boca – buraco por onde se emite o som produzido no interior da caixa acústica;
l (I) Rastilho – peça feita de osso ou material acrílico onde se apoiam as cordas;
l (J) Cavalete – peça de madeira colada a caixa acústica onde se encaixa o rastilho e também onde se fixam
as cordas do violão.
l (K) Cordas – são seis, podem ser de nylon em violões clássicos e para estudantes ou de aço para violões folk,
a afinação parte, assim, da nota mais aguda para a mais grave: MI, SI, SOL, RÉ, LÁ, MI.


H
D
C
J

B
I
K
E

F
A
G
2 - Partes do Violão
Fonte: commons.wikimedia.org/wiki/File:Classical_Guitar_two_views.jpg
13

Agora vamos por partes, a caixa acústica do violão é composta por:

l Tampo superior, feito de madeira mais macia (Abeto, Caixeta, Cedro, Cedroarana) com o objetivo de se ter
maior vibração sonora; por dentro, são colocadas tiras de madeira que dão sustentação ao tampo superior, e
proporcionam maior propagação do som, chamadas barras harmônicas e leques. Sobre o tampo superior fica o
cavalete e o rastilho, responsáveis pela transmissão do som das cordas para a caixa acústica, bem como a fixação
das cordas no violão.

l Tampo inferior, feito de madeira mais dura (Jacarandá, Imbuia, Maple, Pau marfim) com o objetivo de se
refletir para fora pela boca do violão o som produzido pelo tampo superior. Nele, são colados as travessas para
dar uma maior sustentação;

l Ilhargas ou laterais, são as partes responsáveis por unir os tampos de cima e de baixo, juntamente com o
salto e a culatra, bem como proporcionar em conjunto com o tampo inferior uma melhor reflexão do som inter-
namente. Nesse sentido, deve-se usar as mesmas madeiras do tampo inferior.

O Braço do violão é confeccionado em cedro ou mogno, que é fixo pelo salto à caixa acústica do instrumento. As
partes que constituem o braço são:

l Mão ou voluta, onde fica instalado as cravelhas ou


tarrachas, usadas na afinação das cordas do violão;

l Braço, confeccionado em cedro ou mogno, sobre


o qual é colado o espelho ou escala feito em Ebário ou
Jacarandá da Bahia. No espelho ficam fixos os trastes,
peças feitas de metal (latão).

MÍDIAS INTEGRADAS

No vídeo abaixo, você pode


conferir mais o trabalho de um
lutier de violão.

https://www.youtube.com/watch?v=COO
CATR-p_g&feature=youtu.be

3 - Planta de um Violão
Fonte: commons.wikimedia.org/wiki/File:Classical_Guitar_two_views.jpg
14

Ferramentas e materiais necessários para a atividade em luteria de violão:

l Furadeira l Rolo de Pintura


Fonte: freepik.com Fonte: freepik.com

l Plaina Manual l Pincel


Fonte: https://br.pinterest.com/explore/plaina/?lp=true Fonte: https://www.hamiltondecoratingtools.co.uk/
performance-masonry-brush/p29

l Régua de Metal l Chave Allen


Fonte: https://br.pinterest.com/ Fonte: https://br.pinterest.com/elencoinc/han-
pin/599189925393036080/?lp=true d-tools/?lp=true

l Grampo C l Grampo Sargento


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/599189925393036080/?lp=true Fonte :https://br.pinterest.com/pin/215891375867005542/
15

l Chave Philiphs l Lixas


Fonte: http://alvoradams.com.br/blog/846-2/ Fonte: https://www.tintasepintura.pt/lixas-e-a-sua-utilizacao/

l Lima l Alicate
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Grosa_(ferramenta) Fonte: http://www.famastilferramentas.com/blog/produtos-os-di-
versos-tipos-de-alicate-post-556.html

l Segueta l Serrote
Fonte: http://www.tramontina.com.br/p/ Fonte: pixabay.com
43301012-77-arco-de-serra-fixo-12

l Estilete l Borracha de Lixação


Fonte: http://universodavitoria.com.br/voce-ja-apontou-estilete/ Fonte: http://www.vonder.com.br/produto/taco_lixa-
dor_125_mm_x_68_mm_vonder/1064

l Verniz PU l Verniz Marítimo à base de água


Fonte: https://www.sherwin-auto.com.br/produtos/linha-automotiva/lazzudur-hs Fonte: http://www.sparlack.com.br/
16

l Cola Epoxi l Cola Madeira


Fonte: http://tekbond.com.br/araldite/ Fonte: http://www.pulvitec.com.br/produto/poly-madeira

l Cola Branca Madeira l Adesivo Cianoacrilato


Fonte: http://www.cascola.com.br/pt/produtos/colas-brancas-pva.html Fonte: http://www.pulvitec.com.br/produto/poly-madeira
Fonte: http://www.pulvitec.com.br/produto/polyfix

l Laminado Imbuia l Laminado Curupixá


Fonte: Acervo do Autor Fonte: Acervo do Autor

6 - Ferramentas
Fonte: Acervo do Autor

É necessário que você tenha um local adequado para trabalhar, para tanto organize uma bancada ou mesa,
certifique-se de ter ferramentas e materiais adequados. Os reparos mais comuns em violões são:

l Conserto de braço empenado;


l ajuste de rastilho;
l ajuste de pestana;
l reparos de buracos na caixa acústica e Colagem do cavalete.
17

Como consertar um braço empenado

Os violões modernos, em sua maioria, vem com


um tensor ou tirante na parte interna do braço, neste
caso ajuste usando uma chave Alenn de 4mm.

7 - Ajuste do tensor 8 - Ajuste do tensor


Fonte: http://www.contrabaixobr.com/t2593p350-regulagem-basica Fonte: http://musicointeligente.blogspot.com.br/2013_04_01_archive.html

9 - Ajuste do tensor
http://hubguitar.com/articles/common-setup-problems-affecting-learners

Para ajustar, folgue as cordas do violão e se necessário retire-as, solte o tensor.


Use uma régua de 50 cm, colocando-a de pé sobre os trastes para ver a curvatura. Em seguida, comece a
apertar o tensor e vá medindo com a régua, até que o braço esteja reto.
Se as cordas estiverem pegando nos trastes, é preciso folgar o tensor, se as cordas estiverem fazendo barriga
nos trastes será necessário apertar o tensor.

MÍDIAS INTEGRADAS

Neste vídeo, você pode conferir


mais à respeito do tensor:
https://www.youtube.com/watch?v=XynWxJufj
7k&feature=youtu.be
18

Os braços de violões costumam empenar para frente fazendo uma barriga entre as cordas e os trastes.
Isto ocorre pelo fato de o instrumentista deixá-lo deitado com a boca para cima (figura 10), isto faz com que
a pressão das cordas e mais o peso das tarrachas ao longo tempo forcem o braço do violão para frente, em-
penando o braço.

10 - Forma Incorreta
Fonte: Acervo do Autor

11 - Forma Correta
Fonte: Acervo do Autor

Se o as cordas estiverem fazendo barriga em relação aos trastes e o violão não possuir o tensor, será neces-
sário fazer o reparo rebaixando o rastilho e a pestana, para tanto realize o seguinte procedimento:

12- Tradução da legenda


Fonte: http://www.sunsetstudio.net/setupguide.html

13- Tradução da legenda


Fonte: http://www.sunsetstudio.net/setupguide.html

Barriga Normal Barriga


14 - Tradução da legenda 15 - Alinhamento de braço
Fonte: http://www.sunsetstudio.net/setupguide.html Fonte: Acervo do Autor
19

Afrouxe as cordas do violão o suficiente para que consiga retirar o rastilho. Em seguida, desgaste o rastilho
raspando-o na groza ou lixa, realize este procedimento aos poucos, sempre conferindo com as cordas, certifi-
que-se de não estar rebaixando demais. Se necessário, faça o mesmo procedimento na pestana. Lembre-se de
sempre conferir com as cordas.

16 - Rebaixando Rastilho
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-jAuPxskpWxI/Uh2b87CJ7iI/AAAAAAAAXwc/ngW-uR251-w/s1600/07.jpg

Se isto não for o suficiente, você pode identificar


depois o ponto onde tem o maior abaulamento em
relação as cordas com a régua, conforme figura 17.
Se for pouca coisa, utilize um ferro de passar roupa
para aquecer a madeira, utilizando uma flanela para
não queimar o verniz. Após aquecer a madeira, utilize
uma prensa feita com dois tacos ou caibros de madei-
ra dura, coloque-as uma em cima e outra por baixo
do braço e fixe-as com os grampos, colocando pressão
para que o braço ao esfriar se mantenha reto, confor-
me figura 18. 18 - Medindo com a régua
Fonte: http://rossiinstrumentos2.blogspot.com.br/

19 - Braço côncavo
20

Caso seja necessário uma intervenção maior, devido ao empeno ser muito grande, será preciso retirar a es-
cala do violão, aquecendo o mesmo com um ferro de passar, roupa. Em seguida, ao retirar a escala e a pestana
passar a plaina para deixar o braço reto. Após aplainar o braço cole novamente a escala, utilizando a técnica
descrita na figura 21, utilize a cola de madeira.

20 - Esquentando o braço 21 - Colando a escala


Fonte: http://gmarxcustomguitars.blogspot.com.br/2016/11/reset-neck-em-violao.html Fonte: http://gmarxcustomguitars.blogspot.com.br/2016/11/reset-neck-em-violao.html

Qual cola é a mais indicada para cada conserto no violão?

Acima, já vimos que a melhor cola para a escala do violão será a de madeira, pois a escala não sofrerá pressão
contrária. Para a colagem de cavalete, mão e braço quebrado, a cola mais indicada é a epóxi 24 horas (Araldite
24 horas), pois proporciona maior resistência a pressão.
Para colagem de laminados de madeira, podem ser utilizadas duas, uma para pequenas áreas e outra para
grandes áreas. Para pequenas áreas, utilize a cola Cianoacrilato (super bonder, superciano etc), figura 6, para
grandes áreas utilize a cola de madeira Tite Bond, figura 7.

Como colar o cavalete?

O cavalete (figura 22) é uma peça que suporta uma


grande pressão pelas cordas. Portanto, sua colagem
deve ser bem feita. Para tanto, após retirar o cavale-
te, conforme figura 23, é necessário lixar bem ambas
as partes antes realizar sua colagem com Araldite 24
horas. Após unir ambas as partes, certifique-se de co-
locar o cavalete em sua posição original. Em seguida,
utilize um grampo para manter a pressão na colagem
e deixe secar por no mínimo 48 horas antes de colocar
as cordas, pois a cola tem sua secagem em 24 horas,
porém o processo de cura da mesma só ocorre depois
de 72 horas.

22 - Cavalete 23 - Cavalete descolado


21

Se o cavalete estiver muito danificado, há a possi-


bilidade de instalar um rabicho. Porém, o mesmo não
substitui o cavalete, sendo instalado apenas para apoiar
o cavalete. Nesse caso, parafuse-o na base do violão con-
forme figura 24, e fixe as cordas, passando pelos furos do
cavalete, em seguida, amarre-as no suporte do rabicho.
24 - Rabicho
Fonte: http://blogartmusic.blogspot.com.br

Mão Quebrada

Para colagem de mão quebrada, figura 25, retire as tarraxas e, em seguida, as cravelhas , para tanto será pre-
ciso desmontá-las, observe na figura 26 que a tarracha está acomodada a uma base parafusada a mão do violão,
desparafuse a base e à retire com cuidado. Nesta base, tem os ganchos que seguram a tarracha e uma roda
dentada que faz girar a cravelha onde serão instaladas as cordas. Se for necessário trocar a cravelha, desparafuse
a roda dentada e faça troca do mesmo.
Para colar a mão quebrada, use a cola araldite 24 horas nas duas partes (não é necessário lixar). Em seguida,
faça pressão, colocando dois grampos para segurar, deixe secar por 24 horas com pressão. Em seguida, lixe e
envernize, recoloque as cravelhas e as tarrachas. Certifique-se de ter se passado no mínimo 48 horas para cura
da cola e recoloque as cordas.

25 - Mão quebrada
Fonte: http://www.guitar-george.co.uk/2013/08/19/fender-broken-headstock/

26 - Tarrachas no braço
22

Reparo no tampo do violão

Às vezes, ocorre do tampo superior ou inferior descolar. Neste caso, utilize a cola cianoacrilato se for peque-
nas partes, conforme figura 27. Se for um pedaço maior, conforme figura 28, utilize a cola de madeira e fixe-o
com os grampos por 24 horas.

27 - Tampo descolado (Pequena parte) 28 - Tampo descolado (Grave)


Fonte: http://joelsonluthier.blogspot.com.br/2012/11 Fonte: http://joelsonluthier.blogspotcom.br/2012/11

Após realizar os reparos em alguns casos, será ne-


cessário dar acabamento, iniciando com lixa d’água
grana 100 em alguns casos, e sobe até a 1200, veja
figura 29. Assim, fica melhor para trabalhar com ver-
niz, ao envernizar utilize um pincel de pelos de lontra,
conforme figura 30, ou o rolinho para verniz. Observe
que, para cada tipo de verniz, você terá um diluidor,
que pode ser thinner ou aguarráz. Ao comprar o verniz, 29 - Lixando
Fonte: http://violamineira.blogspot.com.br
compre o diluidor adequado.
O procedimento é o seguinte: Lixe até grana 1200,
aplique o verniz, espere secar por no mínimo 2 horas
(cada verniz vai ter um tempo de secagem). Lixe com
lixa grana 1200, aplique o verniz de novo, espere secar,
lixe novamente e aplique o verniz. Repita este mesmo
processo tantas vezes quanto achar necessário para se
obter uma boa camada de verniz. 30 - Envernizando
Fonte: http://violamineira.blogspot.com.br

31 - Verniz finalizado
23

Colocando as cordas e afinando

Após os reparos realizados, recoloque as cordas do instrumento, prendendo-as ao cavalete (figura 32 - A, B).
Passe a corda pelo furo na base do cavalete, em seguida, dê um laço e passe a ponta da corda por dentro do laço
três vezes (figura 32 - C,D, E), tensione a corda puxando o laço (figura 32 - F).

A B C

D E F
32 - Troca de cordas
Fonte: https://clubdomusico.com.br/violao/cordas/

Para cavalete com com pinos, é necessário que o encordoamento seja de bolinha, para retirada dos pinos
use um alicate de corte (figura 33).

33 - Troca de cordas em cavalete com pinos


24

Em seguida, recoloque as cordas nas cravelhas ou carretel (figura 25) na seguinte ordem: os bordões. A
primeira corda será corda Mi, instale-a na primeira cravelha mais próximo à pestana. A corda deverá ser enro-
lada, deixando um pedaço de aproximadamente 2 cm excedente. Ao enrolá-la, certifique-se de que não fique
sobreposta, veja a figura 25. Em seguida, instale a corda Lá na cravelha do meio. Observe que as cordas seguem
enroladas no sentido de sua casa na pestana, ou seja, a corda Mi segue enrolada do furo para o lado das tarra-
chas, as cordas lá e Ré seguem enroladas em direção ao centro da mão, da mesma maneira instale a corda Ré.
Do outro lado da mão, a sequência serão instaladas as primas, na primeira cravelha a partir da pestana instale
a corda Mi, a mais aguda, siga os mesmos critérios adotados para os bordões, na cravelha do meio, a corda Si e
em seguida a corda Sol.

34 - Ordem das cordas


Fonte:http://url4short.info/ee16d406

Cravelhas (carretel)

MÍDIAS INTEGRADAS
No vídeo abaixo, você pode conferir
como colocar as cordas no violão de
forma prática e correta.
https://www.youtube.com/
watch?v=jHVRhblG0HY&feature=youtu.be

Agora, afine o instrumento, usando um diapasão ou


afinador eletrônico.

Para afinar utilizando um diapasão com o som Lá em


440 htz, afine a corda Lá (bordão) primeiro, em segui-
da, o bordão MI, comparando os sons da quinta casa
com a corda Lá até que os sons sejam idênticos.

35 - Afinando violão
25

A quinta casa na maioria dos violões é marcada com uma bolinha, ou na escala, conforme figura 36, ou na
lateral do braço.

36 - Quinta casa
Fonte: Acervo do Autor

Observe que ao pressionar a corda na quinta casa temos o som da próxima corda, esta é uma forma de afinar
de ouvido, a partir de um som base.
Realize o mesmo procedimento pressionando a corda Lá. Na quinta casa, afine a corda Ré, comparando os
sons até ficarem idênticos, siga da mesma forma para a corda Ré afinado a corda Sol.
Para afinar a corda Si, utilizando a corda Sol, será necessário retornar uma casa, pois a nota si encontra-se
na quarta casa observe a figura 26. Para afinar a corda Mi aguda, pressione a corda Si na casa cinco e afine-a,
comparando os sons até que fiquem idênticos.
Se preferir utilizar um afinador eletrônico (figura 37 e 38), ajuste-o no modo violão ou cromático, ao afinar,
ele mostrará a afinação no modo de cifras, ficando assim a partir dos bordões: E, A, D, G, B, E. Os afinadores em
geral possuem três luzes a central (verde = Afinado) a do lado esquerdo (vermelha = Desafinado para o grave).
Essa, às vezes, possui um sinal de menos (-) ao lado, e a do lado direito (vermelha = desafinado para o agudo).
Essa, às vezes, possui um sinal de mais (+).

37 - Afinador eletrônico 38 - Afinador eletrônico


Fonte: www.long-mcquade.com Fonte: https:/pt.aliexpress.com

Após afinar o violão, toque um pouco para que as cordas se acomodem, cordas novas tendem a dilatar. Na
biblioteca, você poderá encontrar mais materiais a respeito de Luteria.

Ok! Bons estudos e até o próximo conteúdo.


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Referências Bibliográficas
Bibliografia Básica

ALALEONA, Domingos. História da Música. Trad: João C. Caldeira Filho. São Paulo, Ricordi, 1984.

HENRIQUE, Luís. L. Instrumentos Musicais. 8. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2014.

OLIVEIRA, Joelson. Como colar o cavalete. [2009]. Disponível em: <http://www.joelsonluthier.com.br/?p=646>.


Acesso em: 02 ago. 2016.

Bibliografia Complementar

FILHO, Pedro Alexandrino de Souza.Luthier, arte, oficio e cidadania. Belo Horizonte, Ed. do autor, 2007.

GOMES, Rubens; LAGE, Raul; MOURÂO, Arminda. Manual de luteria- Curso básico. Manaus; UNICEF, 2004.
Léo lince do Carmo Almeida
Acesse: www.ead.go.gov.br

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