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Faculdades Integradas do Norte de Minas - FUNORTE

Curso: Jornalismo
Comunicação Empresarial e Marketing
Profª. Maria Fernanda Abreu / 6º Período Noturno
Data: 03/11/2017

RESENHA CRÍTICA DOS DOCUMENTÁRIOS ERON, OS MAIS ESPERTOS DA SALA, A


CORPORAÇÃO – (THE CORPORATION) E A RELAÇÃO DOS MESMOS COM À
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E O MARKETING

Daniel Cristian

O ponto crucial deste trabalho se baseia na análise de grandes empresas e o seu desempenho
no mercado. Para isso, será realizada uma correlação das temáticas discutidas nos filmes e/ou
documentários “Eron, os mais espertos da sala”, “A corporação – (The Corporation)” e as
aplicabilidades em relação à Comunicação Empresarial e o Marketing.

Inicialmente, o documentário Eron, os mais espertos da sala realiza uma abordagem, através
de declarações de pessoas envolvidas com as transações da empresa, como por exemplo advogados,
traders, contadores, diretores, sobre o auge de sucesso mascarado dessa empresa até a sua falência.
A Eron Corporation, fundada em 1985, era uma das companhias de energia dos E.U.A, localizada
em Houston, no Texas, capitaneada por Kenneth Lay. Essa emprega empregava em média 21.000
profissionais e chegou a ser considerada umas das maiores do mundo em distribuição de energias,
comunicações e em outros investimentos. A suas arrecadações chegavam em torno de $ 101 bilhões
de dólares, em 200, até se tornar um dos maiores escândalos financeiros, que posteriormente gerou
a sua falência. Os investimentos na impressa eram muito grandes, pois todos acreditavam nos bons
retornos financeiros, mesmo em meio alguns problemas.

A empresa, aparentemente, possuía uma boa imagem e apresentava excelentes resultados e,


por diversas vezes, foi homenageada e premiada pela revista Magazine por seis anos consecutivos,
como a “empresa americana inovadora”. A empresa cresceu muito por conta do Marketing, ao alto
preço de sua ações e promoção de energia. A Eron era fiscalizada por diversas auditórias, dentre
elas a Arthur Anderson. Ou seja, possui destaque financeiro com significantes lucros em meio a
crises. Contundo, a consequência do desmoronamento da Eron se deu justamente por conta das
manipulações, com o uso da técnica contábil “Mark to marke”, juntamente com outras empresas e
bancos, realizou a alteração em balanços financeiros da empresa e um débito de mais de UR$ 25
milhões de dólares. Com isso, os resultados não poderiam ser diferentes: o desmanche de alianças
com acionistas, rombo nos investimentos de funcionários e o exorbitante número de
desempregados.

Desta maneira, é possível considerar a grande amarração ocasionada por chefes-executivos


da empresa, que de maneira antiética, planejaram manobras contábeis, ocasionando prejuízos
irreparáveis. Além disso, é preciso levar em consideração que alguns aspectos governamentais
foram cruciais para tal. A começar, como o próprio documentário narra, possivelmente a empresa já
estava falida há muitos anos, entretanto, a falta de balanços reais para os investidores e para o
governo deixava transparecer que tudo estava bem, pois se a empresa estava lucrando,
possivelmente, ela trazia lucro para outros também, além da falta de comunicação eficaz entre a
corporação. Porém, foi feito ao contrário: uma estrutura de sucesso construída com base em
especulações e mentiras.

É válido ressaltar que esse documentário em destaque dialoga com o documentário A


Corporação (The Corporation) (2003), produzido por Mark Achabar, Jennifer Abbotti e Joel Bakan,
que realiza observações a cerca de corporações e organizações norte-americanas. Desta maneira,
parte-se da observação de que o tema deste documentário é uma análise profunda sobre o
comportamento das corporações ao longo do tempo de acordo com o fluxo politico e econômico.
Em outras palavras, neste documentário o foco primordial é a lógica capitalista nas áreas politica e
jurídica em uma corporação.

No documentário é traçado uma abordagem sobre o surgimento das corporações até o seu
desenvolvimento na atualidade, com pontos passando pela Revolução Industrial. A partir dos
depoimentos de políticos, economistas, empresários e representantes sindicais, algumas questões
importantes são levantadas e faz correlação com o tema, como a exploração, livre mercado, relação
corporação e individuo que remetem a existência das mesmas. Com base nisso, ainda é levantada
uma questão singular que faz menção as regras e leis, que, no entanto, são deixadas de lado pelas
corporações em benefícios dos interesses pessoais em busca da lucratividade para acionistas e
investidores.

É importante considerar que os autores também nos faz acreditar que a corporação faz parte
de um todo da sociedade. Mas, uma observação importante tem sido o poder de atuação das
mesmas. Comum às duas produções é a análise ou referência às questões éticas das empresas, com
base em atitudes contrarias aos princípios éticos e morais que as deveriam reger, que, entretanto,
manipulam, mentem, fraudam e prejudicam pessoas.

Outro ponto importante está no fato das pessoas serem manipuladas por esse jogo de
interesse, que não se restringe apenas aos funcionários, sócios, mas também aos acionistas que, para
obtenção de lucros exorbitantes, submetem-se aos processos de lucros neste jogo de interesses das
mesmas. Além disso, a sociedade em geral é manipulada a acreditar que o desempenho e/ou
desenvolvimento das grandes corporações evidenciam o bem estar social, através de empregos,
produtos de qualidade e comodidade.
O documentário expõe ainda o domínio cada vez crescente das corporações no cenário
mundial. Isso se dá, principalmente, por meio da economia e politica, além de influenciar a vida de
bilhões de pessoas no uso da mão de obra e obtenção de lucro, sem preocupações com os malefícios
ao meio ambiente. No mesmo, entra as questões de Marketing, que são usadas para iludir e maquiar
quanto às projeções de apoios sociais, com interesses de abarcar mais consumidores, incluindo o
publico infantil com as propagandas voltadas a elas. Por essa razão, o documentário levanta que
além da ausência de princípios morais e éticos, tais empresas atuam de maneira negligenciada com
os direitos humanos, a exemplo da Monsanto, que não se preocupa com a saúde da população
quanto ao consumo de seus produtos e omite os fatos de suas decisões.

Em síntese, em ambos as produções fazem uma analogia ao capitalismo, como uma estrutura
maléfica nas empresas, através de seus interesses, que como levantado pela última obra em análise,
como sendo “assassinos frios”.

Com base nas análises realizadas e o objetivo de cada documentário, é preciso estabelecer
um paralelo entre os pontos discutidos em ambos e a disciplina à Comunicação Empresarial e o
Marketing. Desta maneira, compreende que o fracasso da Eron se deu por várias razões, que
também podem ser aplicadas as demais corporações discutidas. Com base nisso, podemos
considerar que A Eron possuía problemas de governança, que se deu a partir da escolha e/ou seleção
de pessoas inadequadas para cargos de chefia, que eram antiéticas e promoviam competições
acirradas dentro da empresa. Além disso, os seus fundadores aceitavam comportamentos antiéticos,
a exemplo de um de seus funcionários que possui práticas erradas e mesmo assim eram aceitas.
Também era perceptível que o governo de administração era omisso, inativo, e não participativo.

Ainda com base nas possíveis causas da falência da Eron, considera que a auditoria externa fez vista
grossa para os resultados, inclusive ao longo do processo eliminou diversos documentos, ou seja, o
comitê de auditoria falhou, por não ser independente. Por tudo isso, todo mercado acionário foi
prejudicado pela falta de confiança e deixou milhares de desempregados.

Por outro lado, como evidenciado pela disciplina de Comunicação Empresarial e Marketing,
empresas e corporações precisam estabelecer mecanismos sólidos que as garantam sucesso no
mercado financeiro. Diante disso, fica clara a real necessidade de uma comunicação eficaz, como
ferramenta primordial para a sobrevivência de uma organização, seja qual for o seu porte e
estrutura, conforme defende Gomes e Nassar (2001, p.58) ao afirmar que:

O sucesso da empresa, dos seus produtos e serviços, está diretamente


relacionado com a maneira como ela pensa e trata suas mais diversas
formas de comunicação. Não é exagerado dizer que todo e cada detalhe da
empresa falam por ela.
Tal como, a transparência é necessária para as tomadas de decisões, proporcionando a
consolidação de uma administração com bases na boa governança corporativa e de visão ampla. É
preciso ainda, compreender quais os objetivos da organização dentro do mercado e os canais de
comunicação mais apropriados para tal. Além disso, é indispensável à consolidação da imagem da
empresa, que perpassa a missão, visão e valores, com reflexos na boa reputação. Para Argenti
(2006) a identidade significa a manifestação visual real da empresa, adquira pelo nome, lema,
produtos, serviços, logomarca e demais acessórios elaboradas pela empresa e transferidas aos
consumidores, e se esses refletirem a imagem da mesma, a identidade terá sucesso.
As constatações a cerca desses dois documentários e a luz dos princípios da Comunicação
Empresarial e Marketing, são apontadas a necessidade de aplicabilidade de ferramentas que possam
direcionar as empresas a de fato serem de sucesso e atenderem, com real compromisso, aos anseios
do mercado financeiro, mas, principalmente, os seus beneficiários. E, por essa ração, a comunicação
estratégica é o caminho ideal.
Referencias:

A CORPORAÇÃO (The Corporation), documentário dirigido e roteirizado por Mark Achbar e


Jennifer Abbott, EUA, 2003. Disponível em: < http:// https://www.youtube.com/watch?
v=Zx0f_8FKMrY>. Acesso em 02 de novembro de 2017.

ARGENTI, Paul P. Comunicação Empresarial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

ENRON, os mais espertos da sala (Enron, The Smartest Guys in the Room), documentário dirigido
e roteirizado por Alex Gibney, baseado em livro dos jornalistas Bethany McLean e Peter Elkind,
EUA, 2005. Disponível em: < http:// https://www.youtube.com/watch?v=5jORoEE-CEk >. Acesso
em 02 de novembro de 2017.

ENRON, Wikipedia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Enron. Acessado em 02 de


novembro de 2017.

GOMES, Nelson; NASSAR, Paulo. A comunicação da pequena empresa. 5º Ed. Revista e


Ampliada - São Paulo: Globo, 2001.

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