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Departamento de Matemática
Cálculo 2
Lista de Exercı́cios – Módulo 1 – Lista 1 – Solução
1) Nem tudo o que sobe desce. De fato, podemos imaginar que uma pedra seja lançada de um
estilingue com uma velocidade tão grande que acabe escapando da atração gravitacional
da Terra. Para ver que isso pode ocorrer e para se ter uma idéia dessa velocidade, denote
por v0 a velocidade inicial, por m a massa e por x(t) a distância da pedra até o centro
da terra no instante t. Desconsiderando a resistência do ar, o corpo está sujeito apenas
à força gravitacional F = −m M G/x2 , em que G é constante, M é a massa da Terra e
R seu raio. Pela segunda lei de Newton, temos que
mM G
(∗) mx00 (t) = − .
x(t)2
Solução
a) Com a substituição v = x0 (t) obtemos dv = x00 (t)dt e
v2 x0 (t)2
Z Z
0 00
x (t) x (t) dt = v dv = +A= +A
2 2
−M G x0 (t) −1
Z Z
MG MG
2
dt = M G 2
dx = +B = +B
x(t) x x x(t)
Assim
2M G
x0 (t)2 = +C
x(t)
onde C = 2(B − A). Usando que x(0) = R e x0 (0) = v0 , temos que v02 = 2M G/R + C,
de modo que C = v02 − 2M G/R. Segue que x(t) satisfaz a equação diferencial de
primeira ordem
2M G 2M G
x0 (t)2 = + v02 −
x(t) R
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b) Se v0 ≥ ve , então v02 − 2M G/R ≥ 0. Usando o item anterior, segue que
0 2 2M G 2 2M G
x (t) = + v0 − >0
x(t) R
uma vez que x(t) > 0. Como x0 (t)2 nunca se anula, segue que x0 (t) não se anula e,
portanto, não muda de sinal. Uma vez que x0 (0) = v0 > 0, segue que x0 (t) é sempre
positiva.
c) Se v0 = ve , então x(t) satisfaz a equação
2M G
x0 (t)2 =
x(t)
x(t)x0 (t)2 = 2M G
Como x0 (t) > 0 e x(t) > 0, podemos extrair a raiz para obter que
p √
x(t)x0 (t) = 2M G
de modo que
3√
x(t)3/2 = 2M G t + C
2
Fazendo t = 0 obtemos que C = R3/2 .
Isolar: Isolando x(t), obtemos que
2/3
3√
x(t) = 2M G t + R3/2
2
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2) Um dos primeiros desafios da fı́sica atômica foi explicar a longa vida do átomo mais
simples: o átomo de hidrogênio. Segundo experiências iniciais conduzidas por Rutherford
entre 1909 e 1911, o átomo de hidrogênio consiste de um életron de carga −q e massa
pequena orbitando por atração eletromagnética ao redor de um núcleo de carga q e massa
grande. De acordo com o eletromagnetismo clássico, uma carga acelerada irradia energia:
esse é o princı́pio do funcionamento de antenas. Desse modo, se o elétron orbitasse ao
redor do núcleo segundo as leis da fı́sica clássica, ele perderia energia à cada revolução e,
num movimento espiral, eventualmente colidiria com o núcleo.
q r −q
O átomo de hidrogênio poderia ser compreendido dessa maneira se esse tempo de colisão
fosse grande o suficiente para ser compatı́vel com a longa vida do átomo de hidrogênio
observada na natureza: a chamada estabilidade do átomo de hidrogênio. O propósito
desse exercı́cio é mostrar que esse tempo de colisão seria muito pequeno, mostrando que
a fı́sica clássica não explica o movimento do elétron ao redor do núcleo do átomo de
hidrogênio nem sua estabilidade.
Seja r(t) a distância entre o elétron e o núcleo, onde t é medido em segundos. Em
unidades adequadas, a energia mecânica do elétron é
1 q2
E(t) = mv(t)2 −
2 r(t)
v(t)2
a(t) =
r(t)
a) Substitua (∗) na energia E(t) e mostre que a energia mecânica do elétron é dada por
q2 1
E(t) = − . A partir disso, obtenha a taxa E 0 (t) em que o elétron perde energia.
2 r(t)
b) Uma carga q com aceleração a(t) irradia energia à taxa dada pela Lei de Lamour do
eletromagnetismo clássico
2 q2
P (t) = − 3 a(t)2
3c
onde c é a velocidade da luz. Substituindo (∗) em P (t) obtenha a taxa com que o
elétron perde energia em função do raio r(t) da órbita do elétron. Igualando isso com
E 0 (t) do item anterior obtenha uma EDO para r(t).
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c) Mostre que a EDO do item anterior é separável e obtenha a solução r(t) com condição
inicial s(0) = r0 .
d) Encontre o instante t tal que r(t) = 0, que é o tempo de colisão entre o elétron clássico
e o núcleo. Usando as ordens de grandeza das constantes nas unidades adotadas
Solução
a) Multiplicando (∗) por r(t)/2 obtemos
v 2 (t) 1 q2
m =
2 2 r(t)
1 q2 q2 q2 1
E(t) = − =−
2 r(t) r(t) 2 r(t)
de modo que 0
q2 q 2 −1 0 q 2 r0 (t)
0 1
E (t) = − =− r (t) =
2 r(t) 2 r(t)2 2 r(t)2
b) Dividindo (*) por m obtemos
1 q2
(∗) a(t) =
m r(t)2
q 2 r0 (t) 2 q6 1
2
= −
2 r(t) 3 c m r(t)4
3 2
de modo que
4 q4 1
r0 (t) = −
3 c m r(t)2
3 2
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Separar: Multiplicando a equação acima por r2 (t), obtemos que
4 q4
r2 (t)r0 (t) = −
3 c3 m2
que é uma equação separada para r(t).
Integrar: Integrando os dois lados da equação separada, fazendo a substituição
r = r(t), dr = r0 (t)dt no lado esquerdo obtemos
r3 r(t)3
Z Z
2 0 2
r (t)r (t) dt = r dr = +A= +A
3 3
e no lado direito temos
4 q4 4 q4
Z
− dt = − t+B
3 c3 m2 3 c3 m2
de modo que
r3 (t) 4 q4
= − 3 2t + C
3 3c m
Isolar: Isolando r(t), obtemos que
r
3 q4
r(t) = −4 t+D
c3 m 2
é a solução geral. Fazendo t = 0 temos que
√
3
r0 = D =⇒ D = r03
e então r
3 q4
r(t) = r03 − 4 t
c3 m2
é a solução do PVI.
d) Pelo item anterior, temos que r(t) = 0 quando
q4 m2 c3 r03
r03 − 4 t=0 =⇒ t=
c3 m2 4q 4
Usando as ordens de grandezas dadas,
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3) Numa reação quı́mica do tipo X + Y → Z, a taxa de crescimento da concentração de Z
é proporcional ao produto das concentrações de X e Y . Como a massa total do sistema
se conserva, essas concentrações são proporcionais às respectivas quantidades, de modo
que a taxa de formação de Z é proporcional ao produto das quantidades remanescentes
de X e Y . Supondo que 1g de X combina com 3g de Y para formar 4g de Z e denotando
por q(t) a quantidade de Z no instante t, temos que q(t)/4 corresponde à quantidade
consumida de X e 3 q(t)/4 corresponde à quantidade consumida de Y . Supondo que
existem inicialmente 50 g de X e 33 g de Y , as quantidades remanescentes de X e Y após
t segundos são, respectivamente, 50 − q(t)/4 e 33 − 3 q(t)/4. Com essas considerações,
temos que a taxa de formação do composto Z é dada por
0 q(t) 3q(t)
q (t) = k 50 − 33 − = K(200 − q(t))(44 − q(t))
4 4
Solução
a) A equação acima é separável, de modo que podemos aplicar os passos:
Equilı́brios: Procurando soluções constantes q(t) = qeq , substituindo na EDO obte-
mos
0 = (qeq )0 = K(200 − qeq )(44 − qeq )
portanto, existem duas soluções de equilı́brio
q 0 (t)
=K
(200 − q(t))(44 − q(t))
q 0 (t)
Z Z Z
1
dq = dt = K dt
(200 − q)(44 − q) q=q(t) (200 − q(t))(44 − q(t))
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que pode ser escrita como uma igualdade dos polinômios
0q + 1 = (−A − B)q + 44A + 200B
de modo que que −A − B = 0 e que 44A + 200B = 1. Segue então que A = −1/156
e B = 1/156, de modo que
Z Z Z
1 1 1 1 1
dq = − dq + dq
(200 − q)(44 − q) 156 200 − q 156 44 − q
Integrando cada um dos termos dessa soma e utilizando a propriedades do logaritmo,
segue que
Z
1 1 1
dq = log(|200 − q|) − log(|44 − q|) + R
(200 − q)(44 − q) 156 156
1 200 − q
= log +R
156 44 − q
Substituindo esse resultado na equação
Z Z
1
dq = K dt
(200 − q)(44 − q) q=q(t)
obtemos que
1 200 − q(t)
log + R = Kt + S.
156 44 − q(t)
onde usamos que usando que 200 − q(t) > 0 e 44 − q(t) > 0.
Isolar: Passando R subtraindo para o lado direito da equação, multiplicando por 156
e aplicando a exponencial, segue que
200 − q(t)
= e156Kt+C = De156Kt
44 − q(t)
onde C = 156(S − R) e D = eC são constantes arbitrárias. Calculando a equação
acima em t = 0 e usando que q(0) = 0, obtemos que
200
D= ,
44
de modo que
200 − q(t) 200 156Kt
= e
44 − q(t) 44
Da equação acima, segue que
44(200 − q(t)) = 200(44 − q(t))e156Kt
de modo que, isolando q(t), obtemos que
8800e156Kt − 8800
q(t) =
200e156Kt − 44
é a solução com quantidade inicial q(0) = 0 da substância Z.
b) Como aparece uma indeterminação do tipo ∞/∞, podemos aplicar L’Hospital para
calcular o limite
8800(156Ke156Kt ) 8800
lim q(t) = lim 156Kt
= lim = 44
t→∞ t→∞ 200(156Ke ) t→∞ 200
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4) Podemos modelar a produção de iogurte através do modelo logı́stico, onde uma população
p(t) de bactérias cresce transformando uma quantidade L(t) de leite em iogurte. Segundo
esse modelo, a taxa de reprodução da população por bactéria p0 (t)/p(t) é proporcional
à taxa de consumo de leite por bactéria −L0 (t)/p(t), que é proporcional à concentração
de leite, que por sua vez é proporcional a L(t), uma vez que a massa total do sistema se
conserva. Deste modo, existem constantes positivas a e b tais que
p0 (t) L0 (t)
(∗) = −a = bL(t)
p(t) p(t)
a) Utilizando a equação (∗), verifique que L0 (t) = − a1 p0 (t). Integrando essa equação e
utilizando as condições iniciais p(0) = p0 e L(0) = L0 , mostre que L(t) = a1 (c − p(t)),
onde c = aL0 + p0 .
b) Substituindo a expressão de L(t) obtida no item anterior na equação (∗), verifique
b
que p0 (t) = p(t)(c − p(t)), denominada equação logı́stica.
a
c) Determine p(t) usando que a população inicial é p(0) = p0 .
d) Determine o que acontece com a população p(t) após muito tempo decorrido, calcu-
lando o limite lim p(t).
t→∞
Solução
p0 (t) L0 (t)
a) Uma vez que, pela equação (∗), = −a , obtemos a expressão desejada
p(t) p(t)
cancelando p(t) e isolando L0 (t). Integrando a equação L0 (t) = − a1 p0 (t), obtemos que
1
L(t) = − p(t) + C
a
Utilizando as condições iniciais p(0) = p0 e L(0) = L0 , obtemos que C = L0 + p0 /a,
de modo que
1
L(t) = (c − p(t))
a
onde c = aL0 + p0 .
b) Pela equação (∗) e pelo item anterior, temos que
p0 (t) b
= bL(t) = (c − p(t))
p(t) a
de modo que
b
p0 (t) = p(t)(c − p(t))
a
c) A equação acima é separável, de modo que podemos aplicar os três passos:
Equilı́brios: Procurando soluções constantes p(t) = peq , substituindo na EDO obte-
mos
b
0 = (peq )0 = peq (c − peq )
a
portanto, existem duas soluções de equilı́brio
p1 (t) = 0 p2 (t) = c
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Separar: Essa EDO é equivalente à seguinte equação separada
p0 (t) b
=
p(t)(c − p(t)) a
p0 (t)
Z Z Z
1 b
dp = dt = dt
p(c − p) p=p(t) p(t)(c − p(t)) a
1 A B
= +
p(c − p) p c−p
0p + 1 = (B − A)p + Ac
obtemos que
1 p(t) b
log +R= t+S
c c − p(t) a
onde usamos que p(t) > 0 e c − p(t) > 0.
Isolar: Passando R subtraindo para o lado direito da equação, multiplicando por c
e aplicando a exponencial, segue que
p(t) cb cb
= e a t+C = De a t
c − p(t)
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onde C = c(S − R) e D = eC são constantes arbitrárias. Calculando a equação acima
em t = 0 e usando a condição inicial p(0) = p0 , obtemos que
p0
D=
c − p0
de modo que
p(t) p0 cb
= eat
c − p(t) c − p0
Da equação acima, segue que
cb
p(t)(c − p0 ) = (c − p(t))p0 e a t
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Cálculo 2
Lista de Exercı́cios – Módulo 1 – Lista 2 – Solução
Solução
a) Pela segunda Lei de Kirchoff temos que
onde
C E
p(t) = e g(t) =
R0 + at R0 + at
Se q(t) = E
C
então q 0 (t) = 0 e então
C E
q 0 (t) + p(t)q(t) = = g(t)
R0 + at C
E
mostrando que q(t) = C
é uma solução.
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b) Usando os valores adotados das constantes, temos que
6
p(t) =
1 + 2t
de modo que
Z Z
6 6 1
dt = dx = 3 log(1 + 2t) + A
1 + 2t 2 x x=1+2t
mostrando que esse limite não depende da carga inicial q0 e coincide com a carga
estacionária 2.
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2) Considere um circuito RC onde a força eletromotriz é alternada, de modo que E =
E0 cos(t), a capacitância é uma constante C e a resistência aumenta linearmente, de
modo que R = R0 + at. Temos que as quedas de tensão no capacitor e na resistência
são dadas, respectivamente, por Cq(t) e Rq 0 (t), onde q(t) é a carga no capacitor. A
segunda Lei de Kirchoff diz que a soma das quedas de tensão num circuito é igual à força
eletromotriz.
a) Mostre que a carga q(t) satisfaz uma equação da forma
q 0 (t) + p(t)q(t) = g(t).
R
Para os próximos itens considere E0 = 220, C = 2, R0 = 1,
a = 2.
Solução
a) Pela segunda Lei de Kirchoff temos que
(R0 + at)q 0 (t) + Cq(t) = E
Dividindo essa equação por R0 + at, segue que
C E0 cos(t)
q 0 (t) + q(t) =
R0 + at R0 + at
que é uma equação diferencial linear de primeira ordem da forma
q 0 (t) + p(t)q(t) = g(t)
onde
C E0 cos(t)
p(t) = e g(t) =
R0 + at R0 + at
b) Usando os valores adotados das constantes, temos que
2
p(t) =
1 + 2t
de modo que
Z Z
2 2 1
dt = dx = log(1 + 2t) + A,
1 + 2t 2 x x=1+2t
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c) A solução geral é dada por
q(t) = c(t)e−P (t) ,
onde Z
c(t) = g(t)eP (t) dt
Temos
Z
220 cos(t)
c(t) = (1 + 2t) dt
1 + 2t
Z
= 220 cos(t) dt
= 220 sen(t) + B.
220 sen(t) + q0
lim q(t) = lim =0
t→∞ t→∞ 1 + 2t
pois é um limite do tipo limitado/infinito, mostrando que esse limite não depende da
carga inicial q0 .
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3) Considere um circuito RC onde a força eletromotriz é uma constante E = 12, a capa-
citância é dada por C = cos(t) + 2 e a resistência é dada por R = sen(t) + 2t + 1. Temos
que as quedas de tensão no capacitor e na resistência são dadas, respectivamente, por
Cq(t) e Rq 0 (t), onde q(t) é a carga no capacitor. A segunda Lei de Kirchoff diz que a
soma das quedas de tensão num circuito é igual à força eletromotriz.
a) Mostre que a carga q(t) satisfaz uma equação da forma
q 0 (t) + p(t)q(t) = g(t). R
Solução
a) Pela segunda Lei de Kirchoff temos que
onde
cos(t) + 2 12
p(t) = e g(t) =
sen(t) + 2t + 1 sen(t) + 2t + 1
b) Usando os valores adotados das constantes, temos que
cos(t) + 2
p(t) = ,
sen(t) + 2t + 1
de modo que
Z Z
cos(t) + 2 1
dt = dx = log( sen(t) + 2t + 1) + A
sen(t) + 2t + 1 x x= sen(t)+2t+1
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c) A solução geral é dada por
q(t) = c(t)e−P (t)
onde Z
c(t) = g(t)eP (t) dt
Temos
Z
12
c(t) = ( sen(t) + 2t + 1) dt
sen(t) + 2t + 1
Z
= 12 dt
= 12t + B
de modo que
12t + B
q(t) =
sen(t) + 2t + 1
d) Em t = 0 temos
q0 = q(0) = B
de modo que
12t + q0
q(t) =
sen(t) + 2t + 1
é a solução com carga inicial q(0) = q0 . Segue então que
12t + q0 12 + q0 /t 12
lim q(t) = lim = lim = =6
t→∞ t→∞ sen(t) + 2t + 1 t→∞ sen(t)/t + 2 + 1/t 2
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4) Num foguete, se o empuxo é uma constante d, a taxa de variação de sua massa é constante,
de modo que m(t) = m0 −at. Se o foguete não atinge uma altura muito elevada, podemos
supor que gravidade é uma constante g e que a força de arraste do ar é dada por −bv(t),
proporcional à velocidade v(t) do foguete. Segue que a força que atua no foguete é dada
por
F = −m(t)g − bv(t) + d.
Neste caso, a segunda Lei de Newton é dada por (m(t)v(t))0 = F .
a) Mostre que v(t) satisfaz uma equação da forma v 0 (t)+p(t)v(t) = g(t). d
Para os próximos itens considere g = 10, b = 1, d = 100, m0 = 1,
a = 2.
Solução
a) Temos que
de modo que
(m0 − at)v 0 (t) + (b − a)v(t) = −(m0 − at)g + d.
Dividindo essa equação por m0 − at, segue que
b−a d
v 0 (t) + v(t) = −g + ,
m0 − at m0 − at
onde
b−a d
p(t) = e g(t) = −g + .
m0 − at m0 − at
b) Usando os valores adotados das constantes, temos que
1
p(t) = − ,
1 − 2t
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de modo que
Z
−1
Z
1 1 1
− dt = dx = log(1 − 2t) + A,
1 − 2t −2 x x=1−2t 2
onde estamos usando que a massa 1 − 2t é sempre positiva. Podemos então escolher
1
P (t) = log(1 − 2t) = log((1 − 2t)1/2 ),
2
de modo que
1/2 )
eP (t) = elog((1−2t) = (1 − 2t)1/2 .
e que
e−P (t) = (eP (t) )−1 = (1 − 2t)−1/2 .
c) A solução geral é dada por
v(t) = c(t)e−P (t) ,
onde Z
c(t) = g(t)eP (t) dt.
Temos
Z
100
c(t) = −10 + (1 − 2t)1/2 dt
1 − 2t
Z Z
1/2 1
= −10 (1 − 2t) dt + 100 dt
(1 − 2t)1/2
Z Z
−10 1/2 100 −1/2
= x dx + x dx
−2 x=1−2t −2 x=1−2t
10 2 100
= (1 − 2t)3/2 − 2(1 − 2t)1/2 + B
2 3 2
10
= (1 − 2t)3/2 − 100(1 − 2t)1/2 + B.
3
Segue que a solução geral é dada por
de modo que
10
v(t) = −100 + (1 − 2t) + B(1 − 2t)−1/2 .
3
d) Em t = 0 temos
10
0 = v(0) = −100 + + B,
3
isolando B obtemos que
10 290
B = 100 − = .
3 3
Segue que
10 290
v(t) = −100 + (1 − 2t) + (1 − 2t)−1/2 ,
3 3
é a solução que satisfaz v(0) = 0. Pela forma de v(t), para que ela esteja definida,
devemos ter 1−2t > 0. Assim v(t) está definida para t em [0, 1/2), que é precisamente
o intervalo onde a massa do foguete é positiva.
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5) Vamos investigar a dinâmica, num dado paı́s, da relação entre a renda Y (t) produzida
no tempo t e o capital K(t) acumulado até o tempo t através do famoso modelo de
Solow-Swan. Temos que a renda é dada por uma função Cobb-Douglas do capital e do
trabalho, de modo que
Y (t) = AK(t)a L(t)1−a
e que o capital se acumula por uma taxa de poupança contante positiva s e se deprecia
a uma taxa constante positiva d, de modo que
Denotando a renda e o capital per capita, respectivamente, por y(t) = Y (t)/L(t) e por
k(t) = K(t)/L(t), a taxa de crescimento do trabalho por l(t) = L0 (t)/L(t), a razão
riqueza pela renda no tempo t por β(t) = K(t)/Y (t) = k(t)/y(t) e o seu limite quando t
tende por infinito por β, responda os seguintes itens.
s
f ) Conclua que β = .
g+d
Solução
K 0 (t)
= sy(t) − dk(t)
L(t)
que é equivalente a
k 0 (t) = sy(t) − (l(t) + d)k(t)
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c) Temos que
de modo que
k(t) k(t) k(t)1−a
β(t) = = =
y(t) Ak(t)a A
Derivando essa expressão, segue que
k 0 (t)
= s − (l(t) + d)β(t)
y(t)
β 0 (t)
= s − (l(t) + d)β(t)
1−a
onde
p(t) = (1 − a)(l(t) + d) e g(t) = (1 − a)s
Supondo que l(t) = g constante, temos que
e que
Z Z
P (t) s (1−a)(g+d)t
c(t) = g(t)e dt = (1 − a)se(1−a)(g+d)t dt = e +c
g+d
de modo que a solução geral é dada por
s
β(t) = c(t)e−P (t) = + ce−(1−a)(g+d)t
g+d
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Cálculo 2
Lista de Exercı́cios – Módulo 1 – Lista 3 – Solução
a) Mostre que y(θ) satisfaz a equação y 00 (θ) + νy(θ) = 0. Determine os valores de a > 0
tais que y1 (θ) = cos(aθ) e y2 (θ) = sen(aθ) são soluções fundamentais dessa equação.
b) Use o fato de que (r, 0) e (r, 2π) representam o mesmo ponto P na chapa, para concluir
que y(0) = y(2π). Use esse fato para concluir que ν = λ2 , para algum inteiro λ ≥ 0.
c) Mostre que z(r) satisfaz a equação r2 z 00 (r) + rz 0 (r) − λ2 z(r) = 0, r > 0, conhecida
como equação de Euler. Determine os valores de b tais que z(r) = rb é solução da
equação de Euler.
d) Use o item anterior para obter a solução geral da equação de Euler. Verifique que
qualquer solução que não é proporcional à solução rλ possui assı́ntota vertical em
r = 0.
Solução
a) Temos que y(θ) satisfaz
y 00 (θ)
=ν
−y(θ)
logo y 00 (θ) = −νy(θ) e, portanto,
onde ν > 0.
Considerando primeiro y1 (θ) = cos(aθ), temos
y1 (θ) = cos(aθ)
y10 (θ) = −a sen(aθ)
y100 (θ) = −a2 cos(aθ)
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Segue que
y100 (θ) + νy1 (θ) = −a2 cos(aθ) + ν cos(aθ)
= (ν − a2 ) cos(aθ)
= 0 ⇐⇒ a2 = ν
√
logo se e só se a = ν, uma vez que a > 0. Isso mostra que
√
y1 (θ) = cos( νθ)
é solução da equação (1).
Considerando agora y2 (θ) = sen(aθ), temos
y2 (θ) = sen(aθ)
y20 (θ) = a cos(aθ)
y200 (θ) = −a2 sen(aθ)
Segue que
y200 (θ) + νy2 (θ) = −a2 sen(aθ) + ν sen(aθ)
= (ν − a2 ) sen(aθ)
= 0 ⇐⇒ a2 = ν
√
logo se e só se a = ν, uma vez que a > 0. Isso mostra que
√
y2 (θ) = sen( νθ)
é solução da equação (1).
Elas são soluções fundamentais pois seu Wronskiano é dado por
√ √
√
cos(
√ νθ)
√ √sen( νθ)
√
W (y1 (t), y2 (t)) = det = ν>0
− ν sen( νθ) ν cos( νθ)
b) Como (r, 0) e (r, 2π) representam o mesmo ponto P na chapa, segue que
y(0)z(r) = T (P ) = y(2π)z(r)
para todo r ∈ [0, R], de modo que
y(0) = y(2π)
Usando a solução geral temos que
y(0) = c1 cos(0) + c2 sen(0) = c1
e que √ √
y(2π) = c1 cos( ν2π) + c2 sen( ν2π),
de modo que √ √
c1 cos( ν2π) + c2 sen( ν2π) = c1
para todo c1 , c2 ∈ R. Escolhendo c1 = 1 e c2 = 0, obtemos que
√
cos( ν2π) = 1
√
de modo que ν2π é um múltiplo inteiro de de 2π, isto é,
√
ν2π = 2πλ,
√
onde λ ≥ 0 é um inteiro. Segue que ν = λ e então que ν = λ2 , onde λ ≥ 0 é um
inteiro, como querı́amos.
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c) Temos que ν = λ2 de modo que z(r) satisfaz
r2 z 00 (r) + rz 0 (r)
= λ2
z(r)
z(r) = rb
z 0 (r) = brb−1
z 00 (r) = b(b − 1)rb−2
de modo que
b(b − 1) + b − λ2 = b2 − λ2 = 0 ⇐⇒ b = ±λ,
r−λ
λ
r
W (z1 (r), z2 (r)) = det = −2λr−1 6= 0
λrλ−1 −λr−λ−1
z(r) = c1 rλ + c2 r−λ
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2) Considere um elétron no estado fundamental do átomo de hidrogêneo, ou seja, no orbital
s do primeiro nı́vel de energia, onde λ = 0 e ν = 1. A probabilidade do elétron estar
na região de coordenadas esféricas (r, θ, φ) com r ∈ (r1 , r2 ), com θ ∈ (θ1 , θ2 ) e com
φ ∈ (φ1 , φ2 ) é proporcional a
Z r2 Z θ2 Z φ2
2 2
R(r) dr Θ(θ) dθ Φ(φ)2 dφ
r1 θ1 φ1 z
onde Θ(θ) está relacionada com a equação de Legendre
b) Integrando por frações parciais a solução geral obtida no item anterior, determine a
solução geral da equação de Legendre. Verifique que qualquer solução não constante
possui assı́ntotas verticais em x = 1 e também em x = −1.
Solução
(1 − x2 )z 0 (x) − 2xz(x) = 0
de modo que
2x
p(x) = −
1 − x2
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Logo
Z Z
2x
p(x)dx = − dx
1 − x2
Z
2x
= 2
dx substituição y = 1 − x2 ⇒ dy = −2xdx
1−x
Z
1
= dy
y
= log(y) + C
= log(1 − x2 ) + C
de modo que
P (x) = log(1 − x2 )
Como a equação é homogênea, sua solução geral é dada
onde c1 = AB e c2 = A/2. Segue que qualquer solução não constante é tal que c2 6= 0
e portanto possui assı́ntotas verticais em x = 1 e também em x = −1, pois
1 + x 1 + x
lim log =∞ e lim log = −∞
x→1 1 − x x→−1 1 − x
e podemos tomar
Q(x) = log(x) − x
Pela fórmula de Abel temos que
y 0 (x) = −1 y 00 (x) = 0
de modo que
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3) Considere um circuito RLC onde a força eletromotriz é E = 12e−2t , a resistência é R = 5,
a indutância é L = 1 e a capacitância é C = 4. Temos que a queda de tensão no indutor,
no capacitor e na resistência é dada, respectivamente, por Lq 00 (t), Rq 0 (t) e Cq(t), onde
q(t) é a carga no capacitor. A segunda Lei de Kirchoff afirma que a soma das quedas de
tensão num circuito é igual à força eletromotriz.
a) Mostre que a carga na capacitor satisfaz uma EDO linear R
de segunda ordem.
Solução
a) Pela segunda Lei de Kirchoff temos que q(t) satisfaz a seguinte equação
Lq 00 + Rq 0 + Cq = E
Usando que E = 12e−2t , L = 1, R = 5 e C = 4, equação acima fica
q 00 + 5q 0 + 4q = 12e−2t
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c) Pelo método da variação dos parâmetros, a solução geral é
onde
12e−2t e−4t
Z
c1 (t) = − dt
−3e−5t
Z
= 4e−t dt
= −4e−t + c1
e
12e−2t e−t
Z
c2 (t) = dt
−3e−5t
Z
= −4e2t dt
= −2e2t + c2
Segue que
de modo que a carga no capacitor tende a zero quando t cresce, uma vez que
d) Derivando
q(t) = −6e−2t + c1 e−t + c2 e−4t
temos
q 0 (t) = 12e−2t − c1 e−t − 4c2 e−4t
Usando as condições iniciais dadas
0 = q(0) = −6 + c1 + c2
1 = q 0 (0) = 12 − c1 − 4c2
concluı́mos que
c1 + c2 = 6
−c1 − 4c2 = −11
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4) Considere um sistema MMA onde a força externa é F = 5e−t , a massa é m = 1, a
constante da mola é k = 2 e constante de amortecimento é b = 2. Temos que a força da
mola e do amortecedor é dada, respectivamente, por ky(t) e by 0 (t), onde y(t) é a posição
da massa em relação ao equilı́brio. A segunda Lei de Newton afirma que o produto da
massa pela aceleração é igual ao somatório das forças.
a) Mostre que a posição da massa satisfaz uma EDO linear de
segunda ordem.
y(t)
b) Verifique que y1 (t) = e−t cos(t) e y2 (t) = e−t sen(t) são
soluções fundamentais da equação homogênea.
Solução
a) Pela segunda Lei de Newton, temos que y(t) satisfaz a seguinte equação
Consideramos agora y2 (t) = e−t sen(t). Usando as regras de derivação, obtemos que
y20 (t) = −e−t sen(t) + e−t cos(t) e y200 (t) = −2e−t cos(t)
Essas duas soluções são fundamentais, pois seu Wronskiano é dado por
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c) Pelo método da variação dos parâmetros, a solução geral é dada por
onde
5e−t e−t sen(t)
Z
c1 (t) = − dt
e−2t
Z
= −5 sen(t) dt
= 5 cos(t) + c1
e
5e−t e−t cos(t)
Z
c2 (t) = dt
e−2t
Z
= 5 cos(t) dt
= 5 sen(t) + c2
Segue que
de modo que a posição da massa tende a zero quando t cresce, uma vez que
lim y(t) = lim 5e−t + c1 lim e−t cos(t) + c2 lim e−t sen(t) = 0
t→∞ t→∞ t→∞ t→∞
y 0 (t) = −5e−t + c1 (−e−t cos(t) − e−t sen(t)) + c2 (−e−t sen(t) + e−t cos(t))
0 = y(0) = 5 + c1
e que
1 = y 0 (0) = −5 − c1 + c2
de modo que c1 = −5, c2 = 1 e a solução do PVI é dada por
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Cálculo 2
Lista de Exercı́cios – Módulo 1 – Lista 4 – Solução
Solução
a) A equação caracterı́stica da homogênea é
r2 + 5r + 4 = 0,
cujas raı́zes são r = −1 e r = −4. As duas soluções são fundamentais são dadas por
q1 (t) = e−t e q2 (t) = e−4t . Segue que a solução geral da homogênea é
q(t) = c1 e−t + c2 e−4t
cos(2t)e−4t
Z
c1 (t) = − dt
−3e−5t
Z
1
= et cos(2t) dt
3
1 t 2
= e cos(2t) + et sen(2t) + c1
15 15
e
cos(2t)e−t
Z
c2 (t) = dt
−3e−5t
Z
1
= − e4t cos(2t) dt
3
1 1
= − e4t cos(2t) − e4t sen(2t) + c2
15 30
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Segue que
1 t 2 t 1 4t 1 4t
q(t) = e cos(2t) + e sen(2t) + c1 e + − e cos(2t) − e sen(2t) + c2 e−4t
−t
15 15 15 30
1 2 1 1
= cos(2t) + sen(2t) − cos(2t) − sen(2t) + c1 e−t + c2 e−4t
15 15 15 30
1
= sen(2t) + c1 e−t + c2 e−4t
10
c) Como
1
q(t) = sen(2t) + c1 e−t + c2 e−4t
10
segue que a carga não tende a zero quando t cresce, uma vez que
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2) Considere um sistema MMA onde a força externa é F (t) = e−t , a massa é m = 1, a
constante de amortecimento é b = 2 e a constante da mola é k = 1. Pela segunda Lei de
Newton, a posição y(t) da massa em relação ao equilı́brio satisfaz
Solução
a) A equação caracterı́stica da homogênea é
r2 + 2r + 1 = 0,
onde
e−t te−t
−t −t
W (e , te ) = det
−e−t (1 − t)e−t
= (1 − t)e−2t + te−2t
= e−2t
e−t te−t
Z
c1 (t) = − −2t dt
e
Z
= − t dt
1
= − t2 + c1
2
e
e−t e−t
Z
c2 (t) = dt
e−2t
Z
= 1 dt
= t + c2
Página 33 de 58
Segue que
1 2
y(t) = − t + c1 e−t + (t + c2 ) te−t
2
1 2 −t
= − t e + (t) te−t + c1 e−t + c2 te−t
2
1 2 −t
= t e + c1 e−t + c2 te−t
2
c) A posição da massa é
1
y(t) = t2 e−t + c1 e−t + c2 te−t .
2
Temos que
t2 2t
lim t2 e−t = lim t
= lim t = 0
t→∞ t→∞ e t→∞ e
1
lim e−t = lim t = 0
t→∞ t→∞ e
t 1
lim te−t = lim t = lim t = 0
t→∞ t→∞ e t→∞ e
onde no primeiro e no último limite usamos a regra de L’Hospital, pois aparece uma
indeterminação do tipo ∞/∞. Segue que
1
lim y(t) = lim t2 e−t + c1 lim e−t + c2 lim te−t = 0,
t→∞ 2 t→∞ t→∞ t→∞
1 = y(0) = c1
0 = y 0 (0) = −c1 + c2
concluı́mos que
c1 = 1
−c1 + c2 = 0
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3) Considere um elétron no orbital p do segundo nı́vel de energia, onde λ = 1 e ν = 2. A
probabilidade do elétron estar na região de coordenadas esféricas (r, θ, φ) com r ∈ (r1 , r2 ),
com θ ∈ (θ1 , θ2 ) e com φ ∈ (φ1 , φ2 ) é proporcional a
Z r2 Z θ2 Z φ2
2 2
R(r) dr Θ(θ) dθ Φ(φ)2 dφ
r1 θ1 φ1 z
onde Θ(θ) está relacionada com a equação de Legendre
Solução
a) Colocando a equação de Legendre na forma
2x 0 2
y 00 (x) − y (x) + y(x) = 0
1 − x2 1 − x2
temos que
2x
q(x) = −
1 − x2
logo
Z Z
2x
q(x)dx = − dx
1 − x2
Z
2x
= dx substituição y = 1 − x2 ⇒ dy = −2xdx
1 − x2
Z
1
= dy
y
= log(y) + C
= log(1 − x2 ) + C
e podemos tomar
Q(x) = log(1 − x2 )
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Pela fórmula de Abel temos que
W (y1 (x), y2 (x)) = c1 e−Q(x)
2
= c1 e− log(1−x )
2 −1
= c1 elog(1−x )
1
= c1
1 − x2
para quaisquer duas soluções y1 (x), y2 (x) da equação de Legendre.
b) Para y2 (x) = x temos que
y20 = 1 y200 = 0
logo
(1 − x2 )y200 − 2xy20 + 2y2 = (1 − x2 ) · 0 − 2x · 1 + 2 · x
= −2x + 2x
= 0
o que mostra que y2 (x) = x é solução.
Para obter a solução geral y(x), pelo item anterior temos que
1
W (y2 (x), y(x)) = c1
1 − x2
por outro lado, considerando y(x)/y1 (x) sabemos que
0 0
y(x) y(x) W (y2 (x), y(x)) 1
= = 2
= c1 2 (5)
x y2 (x) y1 (x) x (1 − x2 )
Uma vez que
x2 (1 − x2 ) = x2 (1 − x)(1 + x)
por frações parciais temos que
1 A B C D
= + 2+ +
x2 (1 2
−x ) x x 1−x 1+x
multiplicando pelo denominador obtemos
1 = Ax(1 − x2 ) + B(1 − x2 ) + Cx2 (1 + x) + Dx2 (1 − x)
= A(x − x3 ) + B(1 − x2 ) + C(x2 + x3 ) + D(x2 − x3 )
= (−A + C − D)x3 + (−B + C + D)x2 + Ax + B
portanto A = 0, B = 1, C = 1/2, D = 1/2.
Integrando ambos lados de (5), obtemos
Z Z
y(x) 1 1 1/2 1/2
= c1 dx = c1 + + dx
x x2 (1 − x2 ) x2 1 − x 1 + x
1 1 1
= c1 − − log |1 − x| + log |1 + x| + c2
x 2 2
1 1 1 + x
= c1 − + log + c2 D
x 2 1 − x
Isolando y(x), obtemos a solução geral
1 1 + x
y(x) = c1 −1 + x log + c2 x
2 1 − x
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c) Observe que a solução obtida no item anterior é da forma
1 1 + x
y(x) = c1 −1 + x log +c2 x
2 1 − x |{z}
| {z } y2 (x)
y1 (x)
= c1 y1 (x) + c2 y2 (x)
lim y(x) = c1 · −∞ + c2 · 1 = ±∞
x→1−
e
lim y(x) = c1 · −∞ + c2 · −1 = ±∞
x→−1+
e podemos tomar
Q(x) = log(x) − x
Pela fórmula de Abel temos que
de modo que
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Cálculo 2
Lista de Exercı́cios – Módulo 1 – Lista 5 – Solução
x1 x2 x
Solução
2 /2
a) Escrevendo X(x) = e−x y(x), temos que
2 /2 2 /2
X 0 (x) = −xe−x y(x) + e−x y 0 (x)
2 /2
= e−x (y 0 (x) − xy(x))
2 /2
X 00 (x) = −xe−x (y 0 (x) − xy(x))
2 /2
+e−x (y 00 (x) − y(x) − xy 0 (x))
2 /2
= e−x (y 00 (x) − 2xy 0 (x) + (x2 − 1)y(x))
2 /2
(2E − x2 )X(x) = e−x (2E − x2 )y(x)
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Somando as duas últimas equações, segue que
2 /2
0 = e−x (y 00 (x) − 2xy 0 (x) + (2E − 1)y(x))
de modo que
∞
X
[(n + 2)(n + 1)cn+2 + 2(λ − n)cn ]xn = 0,
n=0
2(n − λ)
cn+2 = cn .
(n + 2)(n + 1)
2(n − 6)
cn+2 = cn
(n + 2)(n + 1)
Página 40 de 58
Os coeficientes pares são então dados por
c0 = 1
2(0 − 6)
c2 = c0 = −6
2·1
2(2 − 6)
c4 = c2 =4
4·3
2(4 − 6) 8
c6 = c4 =−
6·5 15
2(6 − 6)
c8 = c6 =0
8·7
e à partir daı́ temos c10 = c12 = · · · = 0. Os coeficientes ı́mpares são dados por
c1 = c3 = c5 = · · · = 0, uma vez que c1 = 0, e cada coeficiente ı́mpar é obtido à partir
de uma multiplicação pelo coeficiente ı́mpar anterior. Segue então que a solução y1 (x)
é o polinômio de grau 6 dado por
8 6
y1 (x) = 1 − 6x2 + 4x4 − x
15
que é uma função par, pois só aparecem potências pares.
Temos que y2 (x) satisfaz as condições iniciais
2(n − 6)
6= 0 para n ı́mpar
(n + 2)(n + 1)
2(n − 7)
cn+2 = cn
(n + 2)(n + 1)
Os coeficientes pares nunca se anulam, uma vez que c0 = 1 e que cada coeficiente par
é obtido multiplicando o coeficiente par anterior pelo fator
2(n − 7)
6= 0 para n par
(n + 2)(n + 1)
Segue então que y1 (x) não é um polinômio. Os coeficientes ı́mpares são dados por
c1 = c3 = c5 = · · · = 0, uma vez que c1 = 0, e cada coeficiente ı́mpar é obtido à partir
de uma multiplicação pelo coeficiente ı́mpar anterior.
Temos que y2 (x) satisfaz as condições iniciais
Página 41 de 58
Os coeficientes pares são dados por c0 = c2 = c4 = · · · = 0, uma vez que c0 = 0, e cada
coeficiente par é obtido à partir de uma multiplicação pelo coeficiente par anterior.
Já os coeficientes ı́mpares são dados por
c1 = 1
2(1 − 7)
c3 = c1 = −2
3·2
2(3 − 7) 4
c5 = c3 =
5·4 5
2(5 − 7) 8
c7 = c5 =−
7·6 105
2(7 − 7)
c9 = c7 =0
9·8
e à partir daı́ temos c11 = c13 = · · · = 0. Segue então que a solução y2 (x) é o polinômio
de grau 7 dado por
8 7
y2 (x) = x − 2x3 + x5 − x
105
que é uma função ı́mpar, pois só aparecem potências ı́mpares.
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2) Pelo Exercı́cio 5, para descrever a posição do elétron no átomo de hidrogênio, precisamos
resolver a equação de Laguerre
O objetivo desse exercı́cio é investigar as soluções dessa equação usando séries de potências.
Solução
a) Temos que
∞
X
0
(1 − x)y (x) = (1 − x) cn+1 (n + 1)xn
n=0
∞
X ∞
X
n
= cn+1 (n + 1)x + −cn+1 (n + 1)xn+1
n=0 n=0
∞
X ∞
X
= cn+1 (n + 1)xn + −cn nxn
n=0 n=1
X∞ X∞
= cn+1 (n + 1)xn + −cn nxn
n=0 n=0
∞
X
= (cn+1 (n + 1) − cn n)xn
n=0
onde usamos na penúltima igualdade que que −c0 0x0 = 0. Temos também que
∞
X
xy 00 (x) = x cn+2 (n + 2)(n + 1)xn
n=0
∞
X
= cn+2 (n + 2)(n + 1)xn+1
n=0
X∞
= cn+1 (n + 1)nxn
n=1
∞
X
= cn+1 (n + 1)nxn
n=0
Página 43 de 58
de modo que
∞
X
[cn+1 (n + 1)n + cn+1 (n + 1) − cn n + (ν + λ)cn ]xn = 0
n=0
que é equivalente a
cn+1 (n + 1)2 = cn (n − (ν + λ))
Isolando cn+1 , obtemos a seguinte equação de recorrência
n − (ν + λ)
cn+1 = cn
(n + 1)2
c0 = 1
0−1
c1 = c0 = −1
(0 + 1)2
de modo que
y(x) = 1 − x
e) Quando ν + λ = 3, supondo que y(0) = 6, temos que
c0 = 6
0−3
c1 = c0 = −18
(0 + 1)2
1−3
c2 = c1 =9
(1 + 1)2
2−3
c3 = c2 = −1
(2 + 1)2
de modo que
y(x) = 6 − 18x + 9x2 − x3
Página 44 de 58
3) Pelo Exercı́cio 6, para descrever a posição do elétron no átomo de hidrogênio, precisamos
resolver a equação de Legendre
O objetivo desse exercı́cio é investigar as soluções dessa equação usando séries de potências.
P∞ n
a) Escrevendo a solução como o polinômio y(x) = n=0 cn x , determine,Pem função
0 ∞ n
dos coeficientes cn , os coeficientes p n e q n dos polinômios −2xy (x) = n=0 n x e
p
também (1 − x2 )y 00 (x) = ∞ n
P
n=0 qn x .
Solução
a) Temos que
∞
X
0
−2xy (x) = −2x cn+1 (n + 1)xn
n=0
∞
X
= −2cn+1 (n + 1)xn+1
n=0
∞
X
= −2cn nxn
n=1
X∞
= −2cn nxn
n=0
onde usamos na última igualdade que que −2c0 0x0 = 0. Temos também que
∞
X
2 00 2
(1 − x )y (x) = (1 − x ) cn+2 (n + 2)(n + 1)xn
n=0
∞
X ∞
X
n
= cn+2 (n + 2)(n + 1)x + −cn+2 (n + 2)(n + 1)xn+2
n=0 n=0
∞
X ∞
X
= cn+2 (n + 2)(n + 1)xn + −cn n(n − 1)xn
n=0 n=2
∞
X ∞
X
= cn+2 (n + 2)(n + 1)xn + −cn n(n − 1)xn
n=0 n=0
X∞
= (cn+2 (n + 2)(n + 1) − cn n(n − 1))xn
n=0
onde usamos na penúltima igualdade que que −c0 0(0 − 1)x0 = 0 = −c1 1(1 − 1)x1 .
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b) Substituindo as expressões do item anterior na equação de Legendre, obtemos que
∞
X ∞
X ∞
X
(cn+2 (n + 2)(n + 1) − cn n(n − 1))xn + −2cn nxn + λ(λ + 1) cn x n = 0
n=0 n=0 n=0
de modo que
∞
X
[cn+2 (n + 2)(n + 1) − cn n(n − 1) − 2cn n + λ(λ + 1)cn ]xn = 0,
n=0
que é equivalente a
n(n + 1) − λ(λ + 1)
cn+2 = cn
(n + 2)(n + 1)
n(n + 1) − 6 · 7
cn+2 = cn
(n + 2)(n + 1)
c0 = 1
0·1−6·7
c2 = c0 = −21
2·1
2·3−6·7
c4 = c2 = 63
4·3
4·5−6·7 231
c6 = c4 =−
6·5 5
6·7−6·7
c8 = c6 =0
8·7
e à partir daı́ temos c10 = c12 = · · · = 0. Os coeficientes ı́mpares são dados por
c1 = c3 = c5 = · · · = 0, uma vez que c1 = 0, e cada coeficiente ı́mpar é obtido à partir
de uma multiplicação pelo coeficiente ı́mpar anterior. Segue então que a solução y1 (x)
é o polinômio de grau 6 dado por
231 6
y1 (x) = 1 − 21x2 + 63x4 − x
5
que é uma função par, pois só aparecem potências pares.
Temos que y2 (x) satisfaz as condições iniciais
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Os coeficientes pares são dados por c0 = c2 = c4 = · · · = 0, uma vez que c0 = 0, e cada
coeficiente par é obtido à partir de uma multiplicação pelo coeficiente par anterior.
Já os coeficientes ı́mpares nunca se anulam, uma vez que c1 = 1 e que cada coeficiente
ı́mpar é obtido multiplicando o coeficiente ı́mpar anterior pelo fator
n(n + 1) − 6 · 7
6= 0 para n ı́mpar
(n + 2)(n + 1)
uma vez que o numerador pode ser escrito como
(n − 6)(n + 7) 6= 0 para n ı́mpar
Segue então que y2 (x) não é um polinômio.
d) Para λ = 7 a recorrência é dada por
n(n + 1) − 7 · 8
cn+2 = cn
(n + 2)(n + 1)
Temos que y1 (x) satisfaz as condições iniciais
c0 = y1 (0) = 1 c1 = y10 (0) = 0
Os coeficientes pares nunca se anulam, uma vez que c0 = 1 e que cada coeficiente par
é obtido multiplicando o coeficiente par anterior pelo fator
n(n + 1) − 7 · 8
6= 0 para n par
(n + 2)(n + 1)
uma vez que o numerador pode ser escrito como
(n − 7)(n + 8) 6= 0 para n par
Segue então que y1 (x) não é um polinômio. Os coeficientes ı́mpares são dados por
c1 = c3 = c5 = · · · = 0, uma vez que c1 = 0, e cada coeficiente ı́mpar é obtido à partir
de uma multiplicação pelo coeficiente ı́mpar anterior.
Temos que y2 (x) satisfaz as condições iniciais
c0 = y2 (0) = 0 c1 = y20 (0) = 1
Os coeficientes pares são dados por c0 = c2 = c4 = · · · = 0, uma vez que c0 = 0, e cada
coeficiente par é obtido à partir de uma multiplicação pelo coeficiente par anterior.
Já os coeficientes ı́mpares são dados por
c1 = 1
1·2−7·8
c3 = c1 = −9
3·2
3·4−7·8 33
c5 = c3 =
5·4 10
5·6−7·8 143
c7 = c5 =−
7·6 8400
7·8−7·8
c9 = c7 =0
9·8
e à partir daı́ temos c11 = c13 = · · · = 0. Segue então que a solução y2 (x) é o polinômio
de grau 7 dado por
33 143 7
y2 (x) = x − 9x3 + x5 − x
10 8400
que é uma função ı́mpar, pois só aparecem potências ı́mpares.
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4) A temperatura de equilı́brio T (P ) em um ponto P de uma chapa elı́ptica feita com um
material uniforme pode ser escrita em função das coordenadas elı́pticas confocais (x, t)
de P dadas por
dA − dB dA + dB
x= t= ,
d d
onde d é a distância entre os focos A e B da elipse, dA é a distância entre P e A e dB é
a distância entre P e B.
P
dA dB
A d B
Temos que x varia em [−1, 1] e que t varia em [1, 2R/d], onde R é o raio maior da elipse.
Note que o conjunto dos pontos tais que t é constante formam uma elipse. Escrevendo
a temperatura em P como produto de duas funções T (P ) = y(x)z(t), é possı́vel mostrar
que as funções y(x) e z(t) satisfazem as seguintes equações diferenciais
(1 − x2 )y 00 (x) − xy 0 (x) (1 − t2 )z 00 (t) − rz 0 (t)
= λ2 =
−y(x) −z(t)
onde λ é um inteiro positivo. Segue que y(x) satisfaz a equação Tchebychev
(1 − x2 )y 00 (x) − xy 0 (x) + λ2 y(x) = 0
Solução
a) Temos que
∞
X
−xy 0 (x) = −x cn+1 (n + 1)xn
n=0
∞
X
= −cn+1 (n + 1)xn+1
n=0
X∞
= −cn nxn
n=1
∞
X
= −cn nxn
n=0
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onde usamos na última igualdade que que −c0 0x0 = 0. Temos também que
∞
X
2 00 2
(1 − x )y (x) = (1 − x ) cn+2 (n + 2)(n + 1)xn
n=0
∞
X ∞
X
n
= cn+2 (n + 2)(n + 1)x + −cn+2 (n + 2)(n + 1)xn+2
n=0 n=0
∞
X ∞
X
= cn+2 (n + 2)(n + 1)xn + −cn n(n − 1)xn
n=0 n=2
∞
X ∞
X
= cn+2 (n + 2)(n + 1)xn + −cn n(n − 1)xn
n=0 n=0
X∞
= (cn+2 (n + 2)(n + 1) − cn n(n − 1))xn
n=0
onde usamos na penúltima igualdade que que −c0 0(0 − 1)x0 = 0 = −c1 1(1 − 1)x1 .
b) Substituindo as expressões do item anterior na equação de Tchebychev, obtemos que
∞
X ∞
X ∞
X
n n 2
(cn+2 (n + 2)(n + 1) − cn n(n − 1))x + −cn nx + λ cn x n = 0
n=0 n=0 n=0
de modo que
∞
X
[cn+2 (n + 2)(n + 1) − cn n(n − 1) − cn n + λ2 cn ]xn = 0,
n=0
n2 − 62
6= 0 para n ı́mpar
(n + 2)(n + 1)
n2 − 72
cn+2 = cn
(n + 2)(n + 1)
Os coeficientes pares nunca se anulam, uma vez que c0 = 1 e que cada coeficiente par
é obtido multiplicando o coeficiente par anterior pelo fator
n2 − 72
6= 0 para n par
(n + 2)(n + 1)
Segue então que y1 (x) não é um polinômio. Os coeficientes ı́mpares são dados por
c1 = c3 = c5 = · · · = 0, uma vez que c1 = 0, e cada coeficiente ı́mpar é obtido à partir
de uma multiplicação pelo coeficiente ı́mpar anterior.
Temos que y2 (x) satisfaz as condições iniciais
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Já os coeficientes ı́mpares são dados por
c1 = 1
12 − 72
c3 = c1 = −8
3·2
32 − 72
c5 = c3 = 16
5·4
52 − 72 128
c7 = c5 =−
7·6 7
72 − 72
c9 = c7 =0
9·8
e à partir daı́ temos c11 = c13 = · · · = 0. Segue então que a solução y2 (x) é o polinômio
de grau 7 dado por
128 7
y2 (x) = x − 8x3 + 16x5 − x
7
que é uma função ı́mpar, pois só aparecem potências ı́mpares.
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5) (Desafio) No átomo de hidrogênio, a posição do elétron é dada em coordenadas esféricas
por (r, θ, φ), onde r é a distância do elétron ao núcleo, θ é o ângulo polar e φ é o
an̂gulo azimutal. A probabilidade do elétron estar na região de coordenadas (r, θ, φ) com
r ∈ (r1 , r2 ), θ ∈ (θ1 , θ2 ) e φ ∈ (φ1 , φ2 ) é proporcional a
Z r2 Z θ2 Z φ2
2
R(r) dr 2
Θ(θ) dθ Φ(φ)2 dφ z
r1 θ1 φ1
1 0 2mr2
e2 1
θ
2 0
r R (r) − 2 − − E = λ(λ + 1)
R(r) ~ 4π0 r
Solução
a) Primeiro note que podemos escrever a equação do encunciado da seguinte forma
me2
2 00 0 2mE 2
r R (r) + 2rR (r) + 2 r + 2 r R(r) = λ(λ + 1)R(r)
4π0 ~2 ~
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Observando que
me2 −2mE
νκ = e κ2 =
4π0 ~2 ~2
a equação acima pode ser escrita como
r2 R00 (r) + 2rR0 (r) + 2νκr − κ2 r2 − λ(λ + 1) R(r) = 0
Como R(r) = S(x), com x = κr, pela regra da cadeia, segue que
R0 (r) = S 0 (x)κ e R00 (r) = S 00 (x)κ2
Substituindo essas expressões no lado direito da equação acima, obtemos que
x2 S 00 (x) + 2xS 0 (x) + 2νx − x2 − λ(λ + 1) S(x)
que é igual a zero pela escolha de S(x), mostrando que R(r) = S(κr) é solução da
equação do enunciado.
b) Como S(x) = xλ e−x z(x), temos que
S 0 = λxλ−1 e−x z − xλ e−x z + xλ e−x z 0
e também que
S 00 = λ(λ − 1)xλ−2 e−x z − λxλ−1 e−x z + λxλ−1 e−x z 0 −
−λxλ−1 e−x z + xλ e−x z − xλ e−x z 0 +
+λxλ−1 e−x z 0 − xλ e−x z 0 + xλ e−x z 00
Segue então que
2νx − x2 − λ(λ + 1) S = 2νxλ+1 e−x z − xλ+2 e−x z − λ(λ + 1)xλ e−x z
que é igual a zero pela escolha de z(x), mostrando que S(x) = xλ e−x z(x) é solução
da equação do item anterior.
c) Vamos provar a fórmula através de indução em q. Quando q = 0, temos que y (0) = y,
de modo que
(0)
(xy 00 + (1 − x)y 0 + py) = xy (0+2) + (1 − x + 0)y (0+1) + (p − 0)y (0)
Se a fórmula for verdadeira para q, vamos mostrar que ela também é verdadeira para
q + 1. De fato, derivando a equação
(q)
(xy 00 + (1 − x)y 0 + py) = xy (q+2) + (1 − x + q)y (q+1) + (p − q)y (q)
obtemos que
(q+1) 0
(xy 00 + (1 − x)y 0 + py) = xy (q+2) + (1 − x + q)y (q+1) + (p − q)y (q)
= y (q+2) + xy (q+3) − y (q+1) + (1 − x + q)y (q+2) + (p − q)y (q+1)
= xy (q+3) + (1 − x + q + 1)y (q+2) + (p − (q + 1))y (q+1)
mostrando que a fórmula também é verdadeira para q + 1.
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d) Derivando a equação de Laguerre
x4y (2λ+3) (2x) + (2 − 2x + 2λ)2y (2λ+2) (2x) + 2(ν − λ + 1)y (2λ+1) (2x) = 0
de modo que
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6) (Desafio) No átomo de hidrogênio, a posição do elétron é dada em coordenadas esféricas
por (r, θ, φ), onde r é a distância do elétron ao núcleo, θ é o ângulo polar e φ é o
an̂gulo azimutal. A probabilidade do elétron estar na região de coordenadas (r, θ, φ) com
r ∈ (r1 , r2 ), θ ∈ (θ1 , θ2 ) e φ ∈ (φ1 , φ2 ) é proporcional a
Z r2 Z θ2 Z φ2
z
R(r)2 dr Θ(θ)2 dθ Φ(φ)2 dφ
r1 θ1 φ1
µ2
00 cos(θ) 0
Θ (θ) + Θ (θ) + λ(λ + 1) − Θ(θ) = 0
sen(θ) sen2 (θ)
µ2
2 00 0
(1 − x )z (x) − 2xz (x) + λ(λ + 1) − z(x) = 0
1 − x2
Mostre que Θ(θ) = z(x), onde x = cos(θ), é solução da equação do item anterior.
c) Seja y(x) solução da equação de Legendre
Mostre que
d) Seja y(x) solução da equação de Legendre. Use o item anterior para mostrar que
µ
z(x) = (1 − x2 ) 2 y (µ) (x)
Solução
a) Desenvolvendo
0
sen(θ) ( sen(θ)Θ0 (θ) ) = sen(θ) ( cos(θ)Θ0 (θ) + sen(θ)Θ00 (θ) )
= sen2 (θ)Θ00 (θ) + sen(θ) cos(θ)Θ0 (θ)
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Mutiplicando por Θ(θ) e dividindo por sen2 (θ) obtemos
µ2
00 cos(θ) 0
Θ (θ) + Θ (θ) + λ(λ + 1) − Θ(θ) = 0
sen(θ) sen2 (θ)
como querı́amos.
b) Se Θ(θ) = z(x) e x = cos(θ) então pela regra da cadeia
d
Θ0 (θ) = z(x)
dθ
d d
= z(x) x
dx dθ
0
= z (x)(− sen(θ))
de modo que
cos(θ) 0 x
Θ (θ) = (− sen(θ))z 0 (x) = −xz 0 (x) (6)
sen(θ) sen(θ)
e também, novamente pela regra da cadeia
d
Θ00 (θ) = (−z 0 (x) sen(θ))
dθ
d 0 d
= − z (x) sen(θ) − z 0 (x) sen(θ)
dθ dθ
d 0 d
= − z (x) x sen(θ) − z 0 (x) cos(x)
dx dθ
= (z (x) sen(θ)) sen(θ) − z 0 (x)x
00
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que é a equação (10) para µ = 0. Se a equação (10) vale para µ − 1, temos
e provamos que a equação (10) também vale para µ derivando a expressão acima
(1 − x2 )y (µ+2) − 2(µ + 1)xy (µ+1) − µ(µ + 1)y (µ) + λ(λ + 1)y (µ) =
(1 − x2 )y (µ+2) − 2(µ + 1)xy (µ+1) + (λ(λ + 1) − µ(µ + 1))y (µ) = 0 (11)
Isso mostra que toda solução y(x) da equação de Legendre (9) satisfaz (11), como
querı́amos.
d) Uma vez que
((1 − x2 )z 0 )0 = −2xz 0 + (1 − x2 )z 00
µ2
2 0 0
((1 − x )z ) + λ(λ + 1) − z=0
1 − x2
Para substituir
µ
z(x) = (1 − x2 ) 2 y (µ) (x) (12)
µ2
λ(λ + 1) − z = λ(λ + 1)z − µ2 (1 − x2 )−1 z
1 − x2
µ µ
= λ(λ + 1)(1 − x2 ) 2 y (µ) − µ2 (1 − x2 ) 2 −1 y (µ) (13)
e
µ µ µ
z0 = (1 − x2 ) 2 −1 (−2x)y (µ) + (1 − x2 ) 2 y (µ+1)
2
µ µ
= −µx(1 − x2 ) 2 −1 y (µ) + (1 − x2 ) 2 y (µ+1)
logo
µ µ
(1 − x2 )z 0 = −µx(1 − x2 ) 2 y (µ) + (1 − x2 ) 2 +1 y (µ+1)
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e então
µ µ
((1 − x2 )z 0 )0 = ( −µx(1 − x2 ) 2 y (µ) )0 + ( (1 − x2 ) 2 +1 y (µ+1) )0
µ
= −( µx(1 − x2 ) 2 )0 y (µ)
µ µ
−µx(1 − x2 ) 2 y (µ+1) + ( (1 − x2 ) 2 +1 )0 y (µ+1)
µ
+(1 − x2 ) 2 +1 y (µ+2)
µ µ2 µ
= −(µ(1 − x2 ) 2 + x(1 − x2 ) 2 −1 (−2x))y (µ)
2
2 µ (µ+1) µ µ
−µx(1 − x ) 2 y + (( + 1)(1 − x2 ) 2 (−2x))y (µ+1)
2
µ
+(1 − x2 ) 2 +1 y (µ+2)
µ
= (1 − x2 ) 2 −1 (−µ(1 − x2 ) + µ2 x2 )y (µ)
µ
−2(µ + 1)x(1 − x2 ) 2 y (µ+1)
µ
+(1 − x2 ) 2 +1 y (µ+2) (14)
Isso mostra que (12) é solução da equação de Legendre associada, toda vez que y(x)
é solução da equação de Legendre, como querı́amos.
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