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Introdução ............................................................................................................................. 2
Conteúdo................................................................................................................................ 3
Distinção entre recursos e ações autônomas de impugnação ................................ 3
Mas, e em relação aos recursos processuais penais? ................................................. 3
Portanto, qual seria a principal distinção entre os recursos e as ações
autônomas? ........................................................................................................................ 4
Recursos x ações: naturezas jurídicas distintas ........................................................... 4
Das ações autônomas de impugnação em espécie ................................................... 5
Classificações do habeas corpus .................................................................................... 7
Porém, existem também outras classificações do habeas corpus........................... 8
HC substituto de recursos ordinários ............................................................................ 8
Da revisão criminal .......................................................................................................... 11
Da revisão criminal .......................................................................................................... 13
Outras situações semelhantes ...................................................................................... 14
Mas, existiria então a possibilidade de se reformar a decisão dos jurados? ......... 16
E como determinar a indenização? ............................................................................. 17
Do mandado de segurança em matéria criminal...................................................... 17
Ilegalidade ou abuso de poder...................................................................................... 18
A Lei nº 12.016/2009 ....................................................................................................... 19
Atividade proposta .......................................................................................................... 20
Referências........................................................................................................................... 22
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 22
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 28
Aula 8 ..................................................................................................................................... 28
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 28
Objetivo:
1. Diferenciar recursos das ações autônomas de impugnação no processo
penal;
2. Estudar, pontualmente, as ações autônomas de impugnação utilizadas no
processo penal brasileiro: habeas corpus (HC), revisão criminal e mandado de
segurança.
Habeas corpus;
A revisão criminal;
O mandado de segurança.
A apelação;
A carta testemunhável;
Atenção
Dizendo em outras palavras, podemos afirmar que enquanto nas
ações autônomas constitui-se nova relação jurídico-processual,
nos recursos a ação é a mesma anterior, apenas em uma nova
fase, uma nova etapa.
Podemos acrescentar, ainda, a informação de que os recursos,
necessariamente, tem que ser interpostos antes do trânsito em
julgado da decisão judicial, posto que o trânsito em julgado é
fato impeditivo para os recursos. Já no tocante às ações
autônomas, o trânsito em julgado não obsta sua propositura,
havendo, inclusive, ações autônomas destinadas especificamente
à desconstituição da coisa julgada, como é o caso da revisão
criminal.
Isso se dá, a priori, pela flagrante diferença entre suas naturezas jurídicas, pois
enquanto os recursos são instrumentos processuais destinados ao reexame,
correção ou integração das decisões jurisdicionais, as ações autônomas são
novas ações, bem diversas, portanto, da natureza endoprocessual dos recursos.
O HABEAS CORPUS
De onde vem a expressão?
A expressão habeas corpus procede de dois vocábulos do latim: “habeas” e
“corpus”. No sentido literal, “tome o corpo”, porque habeas, subjuntivo de
“habeo” (es, habitum, habere) significa ter, possuir, manter, tomar posse e
corpus (corporis), corpo.
O HABEAS CORPUS
Por que surgiu?
Esta expressão nasceu como necessidade de limitação do poder e do arbítrio
estatal e ganhou maior destaque nos períodos do início do liberalismo e na
acentuação das tendências neoliberais. É adotado como norma nos países
civilizados, pois sua ordem significa uma contenção ao autoritarismo.
O HABEAS CORPUS
Quando surgiu?
O habeas corpus tem seu surgimento na Inglaterra, mais especificamente na
Magna Carta de 1215, no Artigo 29, que reconhecia injusta qualquer prisão não
estabelecida de direito ou decretada arbitrariamente. Os ingleses sempre
defenderam a liberdade física porque entendem que até atentados à vida e à
Em face desses termos amplos, juristas como Rui Barbosa sustentaram que o
habeas corpus tinha, no direito brasileiro, amplitude maior que no direito inglês.
Essa extensão seria necessária, uma vez que somente assim se atenderia ao
princípio ubi jus ibi remedium. Do contrário, a maioria dos direitos
fundamentais não teria proteção suficiente e adequada. Tal orientação foi,
O habeas corpus preventivo, que será utilizado quando houver fundado receio
de constrangimento ilegal à liberdade de locomoção. Baseia-se, portanto, na
iminência da violência ou coação ilegal e na possibilidade próxima da restrição
da liberdade individual.
Merece ser por nós destacado que embora a CF/88, em seus Artigos 138,
caput, e 139, I e II, considere inadmissível a impetração de habeas corpus
Assim sendo, podemos notar que qualquer pessoa pode ser impetrante de
habeas corpus, não sendo exigível qualquer outro requisito especial. Em suma:
tanto a pessoa física, nacional ou estrangeira, ainda que sem a plena
capacidade civil, quanto a pessoa jurídica, podem impetrar esse remédio
constitucional.
No que pertine à pessoa jurídica, observamos apenas que não obstante possa
ser ela impetrante de habeas corpus, não poderá ser dessa ação beneficiária,
uma vez que lhe falta liberdade ambulatória.
Ainda em sede de legitimação ativa para impetração ação autônoma que ora
estudamos, fazemos umas últimas observações: (i) o juiz, nessa sua qualidade,
não pode impetrar habeas corpus, a menos que seja ele o paciente, até mesmo
porque sua função não é a de postular. Poderá, porém, o magistrado, quando
Da revisão criminal
Embora a revisão criminal tenha sido incluída pelo legislador entre as espécies
recursais, induvidoso que esta tem natureza de ação penal constitutiva, de
competência originária dos tribunais, e que tem por finalidade o reexame e a
modificação de decisão condenatória (salvo uma única exceção que veremos
adiante) já transitada em julgado.
O instituto aqui por nós ora estudado desponta em nosso sistema como
instrumento que vem excepcionar o princípio da intangibilidade da res judicata.
Entre a segurança jurídica representada pela coisa julgada e a justiça das
decisões, optou o legislador pelo valor maior da justiça, permitindo a
mutabilidade (desde que a favor do réu) de decisões passadas em julgado.
Da revisão criminal
Não há, em nosso sistema, revisão criminal pro societate, sendo seu manejo
verdadeira manifestação do princípio do favor rei, e caracterizando-se tal
demanda como verdadeiro resgate do status dignitatis do acusado.
Ainda sob esse mesmo fundamento, podemos admitir a revisão criminal sob o
argumento de nulidade, porquanto sustentar nulidade significa afirmar que a
decisão judicial é contrária ao texto expresso da lei. Assim sendo, nulidades
absolutas também podem ser conhecidas na revisão criminal.
Observação I
O § 2º do Artigo 630 do CPP determina que a indenização não será devida “ se
o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao
próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;” e
“se a acusação houver sido meramente privada”.
Observação II
No que pertine à segunda restrição do antes referido dispositivo legal (“se a
acusação houver sido meramente privada”), entendemos, acompanhados da
melhor doutrina, que a mesma não encontra mais sustentação jurídica na
ordem constitucional vigente.
Observação III
“e, nesse sentido, trazemos as sempre valiosas lições de Eugênio Pacelli de
Oilveira: no plano processual, observamos que a restrição contida no §2º, b, do
art. 630, vedação para a ação privada, não sustenta uma análise mínima de seu
conteúdo. Ora, na ação penal privada, embora a iniciativa seja reservada ao
particular, a condenação nem por isso deixará de partir de órgãos do Poder
Público. O erro, apto e suficiente a justificar a indenização, teria sido praticado
pelo Estado, por meio do Poder Judiciário. E é dessa indenização que cuida o
art. 630 do CPP” (OLIVEIRA, 2012. p. 933).
A lei exige, ainda, que o mandado de segurança só seja manejado para tutelar
direito líquido e certo, ou seja, aquele apto a ser comprovado de plano, sem a
necessidade de dilação probatória. Sobre esse conceito, leciona Celso Agrícola
Barbi:
A Lei nº 12.016/2009
De outro bordo, a própria Lei nº 12.016/2009, em seu Artigo 5º, cuidou de
excluir algumas situações de cabimento do mandado de segurança. Senão,
vejamos:
Não podemos olvidar, ainda, que nos termos do verbete nº 266, da súmula do
STF, para que seja cabível p remédio constitucional que ora estudamos é
exigida a produção de efeitos concretos, não sendo admitido mandado de
segurança contra lei em tese.
a) para garantir que o advogado tenha o direito de vista dos autos do inquérito
policial ou da ação penal;
b) para assegurar a presença do advogado/defensor durante a produção de
alguma prova na fase inquisitorial;
Atividade proposta
Leia o caso concreto apresentado abaixo e analise a possibilidade de
utilização de ações autônomas de impugnação contra a decisão
judicial enfocada.
Material complementar
Referências
AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. 3. ed. São Paulo:
Método, 2011.
BARBI, Celso Agrícola. Do mandado de segurança. 8. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 1998.
BICUDO, Hélio. Direitos humanos e sua proteção. São Paulo: FTD, 1997.
GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antonio Magalhães; SCARANCE
FERNANDES, Antonio. Recursos no processo penal. 4. edi. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2005.
MOSSIN, Heráclito Antônio. Habeas corpus. 8. ed. Barueri-SP: Manole, 2008.
NICOLITT, André. Manual de processo penal. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2010.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 16. ed. São Paulo:
Atlas, 2012.
Exercícios de fixação
Questão 1
Questão 2
Habeas corpus impetrado visando o trancamento de inquérito policial,
instaurado por delegado da Polícia Civil, por falta de justa causa, deve ser
processado e julgado.
a) Pelo Tribunal de Justiça.
b) Por juiz de direito.
c) Por representante do Ministério Público.
d) Pelo Secretário de Segurança Pública.
Questão 3
Com relação a habeas corpus e seu processo, assinale a opção correta.
a) A impetração do habeas corpus deve vir acompanhada de comprovante
de pagamento das devidas custas judiciais do seu processamento.
b) O promotor de justiça poderá impetrar habeas corpus caso entenda que
o réu em processo penal esteja sofrendo constrangimento ilegal na sua
liberdade de ir e vir.
c) O pedido de habeas corpus, para ser conhecido e julgado, deve estar
assinado por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB).
Questão 4
No curso de ação penal, o Representante do Ministério Público requereu ao
Juízo Federal pedido de diligência para que fossem obtidas judicialmente
certidões de antecedentes criminais das Justiças Estadual e Federal dos locais
do fato, do nascimento e residência de réu. O juiz indeferiu o pedido, sob
argumento de que, no processo penal de modelo acusatório, o Ministério
Público tem o ônus da prova criminal, daí seu dever de apresentar as
respectivas certidões de antecedentes criminais. Contra essa decisão cabe:
a) Mandado de segurança
b) Apelação
c) Recurso em sentido estrito
d) Carta testemunhável
e) Habeas corpus
Questão 5
Em relação ao mandado de segurança, ao habeas corpus e aos recursos no
processo penal, assinale a opção correta.
a) No âmbito dos juizados especiais criminais, da decisão que rejeitar a
denúncia ou a queixa, caberá, nos moldes das leis processuais gerais,
recurso em sentido estrito.
b) É cabível mandado de segurança contra decisão de magistrado que, em
ação penal de natureza pública, tenha inadmitido assistente de acusação.
c) O recurso de apelação se tornará deserto, não cabendo a sua apreciação
pela instância superior, em face da não apresentação das razões de
apelação no prazo legal.
d) Considere que um réu, processado pela prática de dois crimes, seja
condenado em um deles e, no outro, seja declarada a extinção da
punibilidade. Nessa situação, caberá à acusação apelar em relação à
Questão 6
Quanto à revisão criminal, é correto afirmar:
a) A revisão será julgada extinta sem julgamento do mérito quando, no
curso da revisão, falecer a pessoa, cuja condenação se requereu fosse
revista.
b) Na ação penal de iniciativa privada, a revisão poderá ser requerida pelo
querelante ou seu procurador legalmente habilitado.
c) A revisão não poderá ser requerida depois da extinção da pena.
d) Não será admissível revisão das decisões do Tribunal do Júri.
e) Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação
da infração, absolver o réu, modificar a pena sem agravá-la ou anular o
processo.
Questão 7
Acerca da revisão criminal, é correto afirmar que:
a) Poderá ser requerida em qualquer tempo, mesmo após a extinção da
pena.
b) Depois de falecido o réu, não se admite revisão criminal.
c) Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá absolver o réu,
modificar a pena ou anular o processo, mas não poderá alterar a
classificação da infração.
d) No caso de ação penal de iniciativa privada, a revisão poderá ser
requerida pelo querelante.
e) Ainda que fundado em novas provas, não será admissível a reiteração do
pedido de revisão criminal.
Questão 9
Assinale a opção correta com referência a questões e processos incidentes.
a) Considera-se questão prejudicial homogênea a exceção da verdade no
crime de calúnia.
b) A medida assecuratória de sequestro tem como finalidade precípua a
garantia de ressarcimento dos danos causados pela infração penal à
vítima, do pagamento das penas pecuniárias e das despesas do
processo, recaindo sobre qualquer bem do réu, móveis ou imóveis.
c) O incidente de falsidade tem por escopo exclusivo o exame de falsidade
material e, qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em
prejuízo de ulterior processo penal ou civil.
d) Constitui requisito essencial de admissibilidade de incidente de
insanidade mental a dúvida manifesta acerca da integridade mental do
Questão 10
José, preso preventivamente pela prática do delito de tráfico de entorpecentes,
impetrou habeas corpus em causa própria no Tribunal local. Segundo o Código
de Processo Penal.
a) Se o Tribunal verificar que já cessou a violência ou coação ilegal, julgará
o mérito do pedido da impetração.
b) O pedido somente pode ser conhecido depois de a Defensoria Pública
devidamente arrazoá-lo.
c) Caso o habeas corpus seja concedido em virtude de nulidade do
processo, este não pode ser renovado, em razão da proibição de bis in
idem.
d) Havendo empate na votação, se o presidente não tiver tomado parte na
votação, proferirá voto de desempate, ou, no caso contrário, prevalecerá
a decisão mais favorável ao paciente.
e) O Ministério Público não poderia ter impetrado habeas corpus em favor
de José.
Questão 11
A revisão criminal:
a) Não admite reiteração, ainda que fundada em novas provas.
b) Não se presta a modificar a pena.
c) É aceita no caso de sentença absolutória imprópria.
d) Obriga o recolhimento à prisão para ser requerida.
e) Pode ser requerida em qualquer tempo, mas apenas antes da extinção
da pena.
Questão 2 - B
Justificativa: A competência para processar e julgar HC leva em consideração a
autoridade coatora. Uma vez que no caso em questão a autoridade coatora foi
o Delegado, quem julga o HC é o juiz de direito.
Questão 3 - D
Justificativa: Poderá o Promotor de Justiça impetrar o HC, nos termos do que
dispõe o Artigo 654 do CPP.
Artigo 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em
seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.
Questão 4 - B
Justificativa: Estabelece Pedro Lenza que no caso de haver recusa no
fornecimento de certidões, o remédio utilizado é o mandado de segurança e
não o habeas data, pois na verdade o habeas data serve para assegurar o
conhecimento de informações.
Questão 6 - E
Justificativa: De acordo com o disposto no Artigo 626 do CPP: Julgada
procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração,
absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Questão 7 - C
Justificativa: Conforme estabelece o Artigo 622 do CPP, A revisão poderá ser
requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após.
Questão 8 - A
Justificativa: Norberto Avena, em sua obra Processo Penal Esquematizado, São
Paulo: Método, 2009, p. 1154/1155) estabelece que “nesta situação, impõe-se
ao acusado, por meio de seu advogado, requerer, ao juízo de 1º grau, a
realização de audiência de justificação prévia, espécie de ação cautelar criminal
de natureza preparatória, para que sejam realizadas tais provas,
fundamentando esse pedido na circunstância de que pretende ingressar com
revisão criminal".
Questão 9 - C
Justificativa:
Questão 10 - D
Justificativa: Estabelece o Artigo 664, parágrafo único, do CPP que: "A decisão
será tomada por maioria de votos. Havendo empate, se o presidente não tiver
Questão 11 - C
Justificativa: Uma vez que no caso de sentença absolutória imprópria há
interferência direta no direito de liberdade do indivíduo.