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por Mark Duncan

Jesus empregou um método de apologética pressuposicional. Os apologistas cristãos


hoje fariam muito bem em seguir o exemplo do nosso Senhor. O Salvador era
perfeitamente consistente em Seu ensino. Cristo ensinou as doutrinas que vieram a ser
conhecidas como os cinco pontos do Calvinismo. Essas doutrinas ensinam que o
homem é um pecador totalmente depravado e, portanto, a salvação é plena e totalmente
pela graça de Deus. Um método apologético evidencialista é inconsistente com a
doutrina calvinista, enquanto totalmente consistente com a doutrina arminiana do livre-
arbítrio. O evidencialista arminiano crê que, se fornecermos evidência convincente
suficiente, um homem raciocinará que a Bíblia é a Palavra de Deus e que Jesus é quem
Ele reivindica ser. Ele então empregará o seu livre-arbítrio para “aceitar a Cristo”.

Concordo que as evidências para a veracidade da Escritura e as afirmações de Cristo


estão por todos os lugares (Rm 1.18ss). Contudo, por causa dos efeitos noéticos do
pecado, o homem suprime tal evidência. Mesmo que alguém possa provar, sem sombra
de dúvida, que Jesus ressuscitou dentre os mortos e que a Bíblia é a palavra de Deus,
isso não convenceria uma pessoa a ser salva, pois a salvação procede da graça de Deus,
e não da vontade do homem (João 1.13). É a pregação correta de todo o conselho de
Deus que Deus emprega na salvação das almas. Em Sua “defesa da fé”, Jesus nunca
discutiu com os romanos mediante a apresentação de um sistema elaborado de provas
teístas. Nem Ele tentou vencer os saduceus com evidência empírica dos aspectos
sobrenaturais da Escritura. Jesus “pressupôs” a existência do Deus do universo revelado
na Escritura, e não poderia ter feito outra coisa, sendo ele mesmo o “Deus conosco” (Mt
1.23).

Nos quarenta dias sendo tentado por Satanás, Jesus sabia que Sua melhor arma contra o
Maligno era a auto-autenticadora Palavra de Deus. Três vezes Jesus reagiu à tentação,
com a “frase esta escrito.”
Não somente Jesus “pressupôs” a verdade da Palavra de Deus, mas tomou-a
acriticamente. Jesus aceitou como fato histórico os eventos que teólogos racionalistas
modernos relegam às categorias de “mito” ou “lenda”. Por exemplo, Jesus ensinou o
relato da criação em Gênesis (Mt 19.4) como um evento histórico. Ele ensinou a história
de Jonas como um evento real e não deu sequer uma indicação que a experiência
maravilhosa de Jonas era apócrifa ou puramente simbólica (Mt 12.38-41). Nosso Senhor
também afirmou a historicidade de Noé e o dilúvio (Mt 24.37-39). Jesus assumiu a
verdade da Escritura, usando até mesmo detalhes daquelas passagens “difíceis” para
ilustrar aspectos de Sua obra. Por exemplo, Jesus usou a historicidade da história de
Jonas para ilustrar que Ele permaneceria sobre as trevas da morte por um tempo, mas
ressuscitaria ao terceiro dia (Mt 12.40-41).

Traduzido por Felipe Sabino de Araújo Neto


Maio/2009

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