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EFEITOS DA DYNAMIC TAPE NO PÉ EQUINO DE CRIANÇAS COM PARALISIA

CEREBRAL ESPÁSTICA
EFFECTS OF DYNAMIC TAPE ON EQUINE FOOT OF CHILDREN WITH SPASTIC
CEREBRAL PARALYSIS
Mayara Pereira de Carvalho¹, Marina Ortega Golin²

1. Acadêmica do curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina do ABC;


2. Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina do ABC.

Endereço para correspondência:


Faculdade de Medicina do ABC
Mayara Pereira de Carvalho
Av. Lauro Gomes, 2000, Vila Sacadura Cabral, CEP 09060-870
Tel: 49935427
Endereço eletrônico: mayara_2607@hotmail.com
RESUMO
Introdução: A paralisia cerebral (PC) é uma patologia que acomete o Sistema
Nervoso Central (SNC), sendo que a espasticidade é a forma mais comum,
caracterizada pelo aumento dos reflexos tônicos de estiramento (tônus muscular). O
pé equino é comum nesses quadros (união dos movimentos: varismo de retropé,
adução e supinação de antepé e acentuação do cavo plantar), alterando a
biomecânica do tornozelo-pé e impactando na funcionalidade e independência desses
indivíduos. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos da aplicação
da bandagem elástica Dynamic Tape (DT) no m. tibial anterior de crianças com PC
espástica, quantificar sua interferência no grau de hipertonia dos flexores plantares e
na amplitude de movimento (ADM) de dorsiflexão passiva. Métodos: Participaram
cinco crianças com PC espástica e pé equino que estavam inseridos em programa de
tratamento fisioterapêutico individual, segundo o Conceito Bobath. A bandagem
elástica DT foi aplicada no músculo tibial anterior em posição de encurtamento
máximo, duas vezes por semana após a terapia, por um período de dois meses.
Resultados: Os resultados obtidos mostraram que a DT contribuiu para aumentar a
ADM de dorsiflexão (38,4° no lado direito e 18,8° no esquerdo) e diminuir a graduação
da hipertonia do músculo tríceps sural de todos os participantes. Conclusão: Assim,
a DT pode ser um recurso adicional nas sessões de fisioterapia, pois mostrou eficácia
para redução da hipertonia e aumento do arco de movimento.

Palavras-chave: paralisia cerebral, Dynamic Tape, bandagem funcional,


espasticidade, pé equino.

ABSTRACT

Introduction: The cerebral palsy (CP) is a pathology that affects the central nervous
system (CNS), spasticity is the common form, it is characterized by an increase in the
toning reflexes of stretching (muscle tone). The equine foot is common in these cases
(union of the movements: back foot varus, adduction and supination of the forefoot and
accentuation of the plantar cavus), altering the biomechanics oh the foot ankle and
impacting the functionality and Independence of these individuals. Purpose: The
purpose ofthis study was to verify the effects of the application of the elastic bandage
Dynamic tape(DT) on anterior tibial muscle of children with spastic CP, to quantify their
interference in the degree of hypertonia of the plantar flexors, and in the wideness of
motion (WOM) of passive dorsiflexion. Methods: Five children, with CP and equine
foot from the individual physiotherapeutic treatment program, participated in this study,
according Bobath concept. The elastic bandage DT was used in the anterior tibial
muscle in the maximum shortening position, twice a week after therapy, for a period of
two months. Results: The results showed that DT contributed to increase dorsiflexion
(38,4° in the right side and 18,8° in the left side) and to decrease the graduation of the
hypertonia of tríceps surae muscleof all participants. Conclusion: Therefore, the DT
may be na additional resource in physioterapy sessions,as it has sown efficacy to
reduce hypertonia and increase the motion arch.

Key words: Cerebral Palsy, Dynamic Tape, Functional Bandage, Spasticity, Equine
Foot.
LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1. Posicionamento final da aplicação da Dynamic tape.................................12

Tabela 1. Caracterização da amostra........................................................................13

Tabela 2. Descrição da Escala de Ashworth antes e após avaliações......................14

Tabela 3. Descrição da goniometria antes e após avaliações...................................14

Tabela 4. Goniometria: média dos valores de amplitude de movimento...................14


LISTA DE ABREVITURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ADM: amplitude de movimento

cm: centímetro

df: diferença final

DT: Dynamic tape

GMFCS: Classificação da Função Motora Grossa

HEMC: Hospital Estadual Mário Covas

m: músculo

MMII: Membros inferiores

PC: Paralisia Cerebral

SNC: Sistema nervoso central

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

%: porcentagem (por cento)


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................7

2 MÉTODOS...............................................................................................................10

3 RESULTADOS........................................................................................................13

4 DISCUSSÃO...........................................................................................................15

5 CONCLUSÃO.........................................................................................................19

REFERÊNCIAS..........................................................................................................20

ANEXOS....................................................................................................................22

ANEXO A – Termo de consentimento livre e esclarecido............................22

ANEXO B – Termo de Assentimento..............................................................25

ANEXO C – Escala Modificada de Ashworth................................................ 28


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1 INTRODUÇÃO

A paralisia cerebral (PC) ou encefalopatia crônica infantil não progressiva é


uma patologia que acomete o sistema nervoso central (SNC), atingindo cerca de 2 a
2,5 a cada 1000 nascidos vivos. Essa disfunção neurológica pode acontecer devido
falhas nos períodos pré, peri e pós-natal, podendo ser: congênitas (más formações,
síndromes) ou adquiridas (traumas, hipóxia, isquemia, infecções, entre outros),
resultando em alterações de tônus, força muscular e controle postural. (JAN, 2006)
Seu comprometimento pode ser classificado de acordo com a topografia, que
inclui déficits motores, ou seja, a parte do corpo acometida pela lesão, podendo ser:
hemiparesia, diparesia e tetraparesia (JAN, 2006). Outra forma de classificação se dá
pela perda neuronal (área afetada), que determinará o tipo clínico do paciente, sendo:
espástico (lesão no córtex motor), extrapiramidal (lesões nos núcleos da base),
atáxico ou hipotônico (lesão no cerebelo) e misto (diversas áreas de acometimento).
Além disso, ela pode ser denominada como leve, moderada ou grave, de acordo com
o grau de comprometimento. (ASSIS-MADEIRA, CARVALHO; 2009)
Esta categorização quanto à severidade é subjetiva e por este motivo foi criada
a Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS), que avalia o desempenho
locomotor de crianças de 2 a 18 anos. Analisa o grau de locomoção das crianças,
assim como sua independência e subdivide em 5 níveis de habilidades (de I a V).
(SPOSITO; RIBERTO, 2010)
A espasticidade é a forma mais comum de PC, caracterizada pelo aumento dos
reflexos tônicos de estiramento (tônus muscular), sendo velocidade dependente, ou
seja, necessita de um movimento rápido para ser estimulada e não é sinônimo de
força muscular (são inversamente proporcionais). (GOMES; GOLIN, 2013). Está
intimamente ligada a fadigabilidade, paresia, perda da destreza, alterações de reflexos
cutâneos e autonômicos. Consequentemente levará a déficits de desenvolvimento
motor, postura anormal, encurtamentos musculares e até deformidades, que
impactarão negativamente na qualidade de vida dessas crianças e familiares.
(SANTOS, 2014)
Para que a criança tenha independência é necessário que desenvolva controle
motor, que está diretamente relacionado à estabilidade postural em relação ao
espaço, tendo como objetivo coordenação e equilíbrio. Porém, nas crianças com PC
espástica este controle encontra-se alterado devido aos déficits causados pela lesão
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cerebral, que prejudica a maturação do SNC, relação do indivíduo com o meio,


aprendizado motor e estimulação sensorial. (COSTA; CARVALHO; BRACCIALLI,
2011).
Além disso, essas crianças possuem grande dificuldade em realizar
movimentos voluntários, apresentando, com frequência, limitações na marcha devido
a alteração musculoesquelética resultante no pé equino. A fisiopatologia deste ainda
é desconhecida. Porém, sabe-se que o ventre muscular do gastrocnêmico sofre
alteração devido à espasticidade, que o torna mais rígido e encurtado, limitando os
movimentos de dorsiflexão, gerando maior gasto energético e fadiga. (MAAS et al,
2014)
O pé equino pode ser definido como a união dos seguintes movimentos:
varismo de retropé, adução e supinação de antepé e acentuação do cavo plantar.
Esse padrão de movimento além de prejudicar a biomecânica da articulação
tornozelo-pé, interfere em todo membro inferior, comprometendo a articulação do
joelho, quadril, biomecânica da marcha, equilíbrio estático e dinâmico. (CARGNIN;
MAZZITELLI, 2003)
Para o seu tratamento são utilizados, com frequência, os seguintes recursos
fisioterapêuticos: mobilização passiva, alongamento dos músculos tibial posterior e
gastrocnêmico, posicionamento ortostático, estímulo e fortalecimento dos
dorsiflexores e uso de órteses. (CARGNIN; MAZZITELLI, 2003)
O tratamento fisioterapêutico é essencial para a reabilitação da PC, pois é
capaz de promover melhora da qualidade de vida e funcionalidade da criança e
cuidadores, objetivando o incremento da força, flexibilidade, mobilidade e estabilidade.
A fisioterapia dispõe de diversos recursos, tais como, Conceito Bobath, cinesioterapia
convencional, hidroterapia, equoterapia, equipamentos (bolas, rolos, esteiras,
mobiliários), estimulação elétrica funcional (FES), órteses, atividade lúdicas e
sensoriais. (OLIVEIRA et al, 2013)
Atualmente, tem-se utilizado também as bandagens elásticas. A denominada
Dynamic Tape (DT) é muito utilizada na reabilitação esportiva. Foi lançada no
mercado em 2010 e criada por Ryan Kendrick, em 2009. Essa bandagem visa
armazenar a energia potencial gerada no movimento, convertendo-a em energia
cinética, pela absorção de carga e desaceleração do movimento. Assim, auxilia no
trabalho do controle motor, diminuindo ou aumentando alavanca de movimento.
(MCNEILL; PEDERSEN, 2016)
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A DT pode ser utilizada no complexo ligamentar do tornozelo de crianças com


PC, visando reduzir a carga, desacelerar a flexão plantar e inversão, com consequente
melhoria da estabilidade, força e propriocepção. Quando aplicada no músculo (m)
tibial anterior, estimula o movimento de dorsiflexão, podendo diminuir os padrões do
pé equino causados pela espasticidade. Portanto, pode contribuir para melhorar os
padrões de movimento, aumentar a estabilidade articular, diminuir a sobrecarga da
articulação, favorecendo o equilíbrio e a marcha desses pacientes. (MCNEILL;
PEDERSEN, 2016)
Logo, o objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos da aplicação da
bandagem elástica DT no m. tibial anterior de crianças com PC espástica, quantificar
sua interferência no grau de hipertonia dos flexores plantares e na amplitude de
movimento (ADM) de dorsiflexão passiva.
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2 MÉTODOS
O estudo, com desenho transversal e observacional, foi realizado no
ambulatório de fisioterapia do Hospital Estadual Mário Covas (HEMC), composto por
cinco crianças com diagnóstico de PC espástica e idades entre 1 e 16 anos. Para sua
caracterização foram coletados os seguintes dados: topografia (diparesia,
hemiparesia e tetraparesia), sexo, idade, idade de início de tratamento fisioterapêutico
e sua duração, órteses e dispositivos utilizados.
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Medicina do ABC, tendo como número de parecer: 1.953.174. Os
participantes foram devidamente esclarecidos sobre a finalidade a que o estudo se
propôs e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), sendo
orientados sobre o anonimato, privacidade e possibilidade de desistência em qualquer
etapa da pesquisa.
Os critérios de inclusão foram: realizar tratamento fisioterapêutico no hospital
citado; ter diagnóstico médico de PC e clínico de espasticidade; ser capaz de realizar
dorsiflexão ativa ou ativo assistida; autorização do responsável através da assinatura
prévia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A) e nos casos de
crianças com idades entre sete e dezesseis anos, assinatura do Termo de
Assentimento pelo participante (Anexo B).
Dentre os critérios de exclusão analisou-se a não colaboração da criança na
execução das técnicas de avaliação e tratamento; baixa adesão à técnica aplicada;
deformidade articular em tornozelo; retração tecidual dos mm. flexores plantares que
não permita a dorsiflexão passiva a neutro ou zero grau; retração tecidual dos
músculos flexores do joelho, que impossibilite a extensão passiva total do joelho com
o quadril em posição neutra; realização prévia de cirurgia ortopédica para
alongamento do m. tríceps sural e aplicação de toxina botulínica no m. tríceps sural
nos últimos seis meses.
Todos os participantes estavam inseridos no programa de tratamento
fisioterapêutico individual, segundo Conceito Bobath, com frequência semanal de
duas vezes e duração da sessão de 50 minutos. Foram classificados de acordo com
os níveis funcionais do GMFCS para graduar a função motora e independência.
A intervenção com a DT no m. tibial anterior foi utilizada como recurso adicional.
A primeira colocação da bandagem foi realizada ao término da sessão de terapia e a
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criança permaneceu com a mesma durante o intervalo entre sessões (três dias),
sendo substituída a cada sessão, com proposta de aplicação por dez semanas.
O protocolo de avaliação constituiu-se de quatro momentos, sendo o primeiro
antes e após aplicação da DT, o segundo após oito aplicações (antes e após a
aplicação), o terceiro após mais oito aplicações (antes e após a aplicação) e o último
após quarenta dias do término das aplicações (referente ao período em que os
pacientes e alunos estavam de férias devido calendário do estágio, ou seja, os
pacientes estavam sem atendimento fisioterapêutico e sem aplicação da bandagem
elástica). Nas avaliações foi mensurada a ADM de dorsiflexão passiva pela
goniometria e graduada a hipertonia do m. tríceps sural, utilizando a Escala de
Ashworth Modificada.
Para execução da goniometria, o participante permaneceu confortável em
decúbito dorsal (DD), com quadril neutro e joelho estendido, em repouso, descalço e
sem meias. Após o posicionamento realizou-se a dorsiflexão passiva máxima para
estirar o m. tríceps sural. O goniômetro foi utilizado aberto (180°), sendo que o fulcro
do goniômetro foi posicionado em alinhamento com o maléolo lateral, o braço fixo
alinhado com a diáfise da fíbula e o braço móvel acompanhou a movimentação do
tornozelo em alinhamento com o quinto metatarso. A angulação de partida foi a flexão
plantar de repouso e o ângulo de dorsiflexão máximo obtido teve como ponto de
referência o grau máximo de dorsiflexão passiva atingido. (MARQUES, 2003)
A Escala de Ashworth Modificada tem a finalidade de avaliar o grau de
hipertonia muscular resultante da espasticidade, graduando a resposta de 0 a 4 (0, 1,
+1, 2, 3 e 4). Sendo que 0 significa que não há alteração de tônus e 4 corresponde à
limitação de movimentação passiva devido à severa hipertonia. (SPOSITO; RIBERTO,
2010)
O posicionamento para graduar a hipertonia do participante foi o mesmo
aplicado à goniometria. A avaliadora com uma das mãos estabilizou o terço distal da
perna (diáfise distal da tíbia) e realizou, primeiramente, a movimentação passiva lenta
de dorsiflexão e flexão plantar do tornozelo, identificando, assim, a ADM máxima de
cada participante. Em seguida, realizou a movimentação passiva rápida, partindo da
flexão plantar máxima até atingir a dorsiflexão máxima.
Para aplicação da DT, foi realizada a mensuração do comprimento da
bandagem utilizada, sendo essa variável de acordo com a perna da criança, desde as
falanges proximais dos artelhos até a tuberosidade da tíbia. Depois, foi mensurado o
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comprimento das falanges proximais dos artelhos até o talus. A DT foi cortada em
duas porções, uma seguindo o m. tibial anterior (direção do hálux ao tálus) e outra o
m. fibular terceiro (direção do quinto artelho ao tálus). As pontas de cada extremidade
também foram recortadas para que ficassem arredondas e não descolassem. Após a
preparação da DT, o participante foi posicionado de forma confortável em DD, com
quadril neutro e joelho estendido, em repouso, descalço e sem meias; em seguida,
realizou-se a dorsiflexão passiva máxima, deixando o m. tibial anterior em sua posição
de encurtamento e o m. tríceps sural em alongamento. Depois de posicionado
adequadamente, foi fixada primeiro a margem de ancoragem de três cm, da direção
dos artelhos para tíbia e realizada a tração da bandagem com respectiva fixação,
terminando com a ancoragem (três cm) na região da tuberosidade da tíbia (Figura 1).
No total, foram utilizados seis rolos da bandagem DT tattoo preto cinco cm x cinco cm.
Figura 1. Posicionamento final da aplicação da DT

Para análise dos dados foi realizada a descrição das variáveis, sendo as
variáveis qualitativas apresentadas por frequência absoluta e frequência relativa e as
quantitativas apresentadas por média, desvio padrão, valores mínimo e máximo,
devido aos dados apresentarem distribuição normal (Teste de Shapiro-Wilk, p>0,05).
O cálculo foi estabelecido por meio da diferença média no método da goniometria pela
subtração da 4ª avaliação pela 1ª avaliação antes da terapia. O programa estatístico
utilizado foi o Stata versão 11.0.
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3 RESULTADOS
Na tabela 1, observa-se a caracterização dos participantes do estudo referente
ao diagnóstico clínico, idade, idade de início do tratamento e duração do tratamento e
uso de órteses. Dessa forma, foi analisado que a maioria dos pacientes eram meninos
e fazia uso da órtese goteira suropodálica antiequino fixa, estando esse valor
relacionado ao diagnóstico de cada um, pois os pacientes hemiparéticos não as
utilizavam.
Quanto ao nível funcional do GMFCS, o participante 1, 2 e 4 foram classificados
como nível II (atingirão marcha independente com restrições em terrenos irregulares),
o 3 como V (cadeirante, necessitando se adaptações e ser conduzido pelo cuidador)
e 5 como I (marcha independente, sem restrições).

Tabela 1. Caracterização da amostra.


Variáveis n %
Hipótese diagnóstica
PC hemiparético espástico 2,0 40,0
PC diparético espástico 2,0 40,0
PC tetraparético espástico 1,0 20,0
Órteses
Sim 3,0 60,0
Não 2,0 40,0
Sexo
Feminino 1,0 20,0
Masculino 4,0 80,0
Média (dp) Mínimo - Máximo
Idade (meses) 89,4 21,0 – 200,0
Idade no início do tratamento (meses) 64,2 6,0 - 170,0
Duração do tratamento (meses) 25,2 15,0 – 36,0
Número de aplicações 14,0 10,0 – 16,0

Na tabela 2, são apresentados os resultados da avaliação da hipertonia de cada


paciente, segundo Escala de Ashworth Modificada. Verificou-se que a DT a curto
prazo, ou seja, imediatamente após a aplicação, não promoveu alteração na
tonicidade do m tríceps sural, logo não reduziu a hipertonia instantaneamente. Porém
após oito aplicações, observou-se redução da hipertonia e sua manutenção nas
avaliações seguintes. Nos pacientes mais graves foi visto que a redução da
espasticidade continuou. De acordo com a quarta avaliação, foi analisado que os
efeitos da bandagem se mantiveram mesmo sem sua aplicação (40 dias sem
aplicação de bandagem).
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Tabela 2. Descrição da Escala de Ashworth antes e após avaliações.


Lado direito
Participante 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação
4ª Avaliação
Antes Após Antes Após Antes Após
+ +
1 1 1 1 1 1 1 1
2 - - - - - - -
3 1+ 1+ 1+ 1 1+ 1+ 1
4 1 1 0 0 0 0 0
5 - - - - - - -
Lado esquerdo
1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação
4ª Avaliação
Antes Após Antes Após Antes Após
1 1+ 1+ 1+ 1 1 1 1
2 3 3 2 1+ 2 1+ 2
3 1+ 1+ 1 1 1 1 1
4 1 1 0 0 0 0 0
5 1+ 1+ 1 1 1 1 1

Nas tabelas 3 e 4 é possível observar as mensurações de goniometria. Na


primeira avaliação foi verificado que em relação à ADM, a DT possui efeito imediato,
ou seja, após alguns minutos da sua aplicação há aumento na angulação do
movimento passivo de dorsiflexão. Nas avaliações seguintes constatou-se que o
benefício da bandagem relacionado a goniometria se manteve, aumentando
gradativamente as angulações e melhorando questões como mobilidade e marcha.
Mesmo após 40 dias sem bandagens, os ganhos na ADM se mantiveram, com
redução mínima na goniometria. No total, em relação a diferença média (4ª avaliação
– 1ª avaliação antes), o lado direito (38,4°) foi mais favorecido que o esquerdo (18,8°).

Tabela 3. Descrição da goniometria antes e após avaliações.


Lado direito
Participante 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação 4ª Avaliação
Antes Após Antes Após Antes Após
1 74,0 86,0 98,0 102,0 115,0 116,0 98,0
2 - - - - - - -
3 62,0 85,0 74,0 76,0 78,0 86,0 88,0
4 76,0 128,0 134,0 143,0 143,0 143,0 141,0
5 - - - - - - -
Lado esquerdo
Participante 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação 4ª Avaliação
Antes Após Antes Após Antes Após
1 72,0 82,0 96,0 104,0 115,0 117,0 92,0
2 70,0 72,0 80,0 77,0 90,0 95,0 76,0
3 84,0 90,0 90,0 96,0 85,0 102,0 90,0
4 74,0 120,0 128,0 128,0 128,0 128,0 104,0
5 64,0 78,0 94,0 96,0 99,0 99,0 96,0

Tabela 4. Goniometria: média dos valores da Amplitude de Movimento (ADM).


1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação
4ª Avaliação
Goniometria Antes Após Antes Após Antes Após df*
Média
Lado direito 70,6 99,6 102,0 107,0 112,0 115,0 109,0 38,4
Lado esquerdo 72,8 88,4 97,6 100,2 103,4 108,2 91,6 18,8
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4 DISCUSSÃO

De acordo com os resultados do presente estudo, pode-se observar que a


bandagem elástica DT aplicada no pé equino de crianças com PC espástica, foi eficaz
para aumentar a ADM do tornozelo, resultando concomitantemente em diminuição da
espasticidade do m. gastrocnêmio, segundo a Escala Modificada de Ashworth. Sendo
esses efeitos tanto imediatos (logo após a aplicação), quanto a longo prazo
(mantendo-se mesmo sem aplicação da DT).
Segundo Ribeiro et al. (2017), 26,7% das crianças com PC apresentam
limitação de ADM em MMII, principalmente nos movimentos de extensão de joelho,
dorsiflexão e flexão plantar. Já em relação as alterações musculoesqueléticas,
observaram que 40% apresenta rotação externa de quadril e pé equino varo.
Justificando-se assim, a necessidade de investigação de medidas de intervenção.
O pé equino, nos casos de espasticidade, é resultado da fraqueza do tibial
anterior e da espasticidade do m. tríceps sural, sendo que a hipertonia impede que
haja crescimento muscular, resultando em contraturas e diminuição do diâmetro das
fibras. Esses fatores resultam em diminuição do comprimento muscular, logo, limitam
a ADM do tornozelo (encurtamento do m. tríceps sural e fraqueza de m tibial anterior),
impactando na funcionalidade (redução de mobilidade e instabilidade do complexo
tornozelo-pé). (MULLER, VALENTINI; 2016; ÁVILA, ROCHA, 2014). Com base nos
mecanismos geradores deste desvio postural, pressupõe-se que recursos
terapêuticos que estimulem a dorsiflexão sejam efetivos para sua redução.
Aqui neste estudo observou-se que as crianças de menor idade, foram aquelas
que apresentaram melhor resposta. Além disso, notou-se que as mesmas começaram
o tratamento fisioterapêutico nos primeiros meses de vida, beneficiando-se dos
recursos da fisioterapia e da técnica analisada. Como referido por Pomin e Palácio
(2009), que afirmam que crianças que iniciam tratamento nos primeiros anos de vida
têm melhor prognóstico e respondem bem à terapia recebida, pois a plasticidade
neural infantil é mais eficaz nesse período.
Anteriormente, a única forma de se corrigir o pé equino era por meio de técnicas
cirúrgicas (neurectomia, desinserção e fasciotomia do m. gastrocnêmio e cirurgia no
tendão calcâneo), como relatam Svartman et al (1994). Entretanto, com o avanço dos
recursos terapêuticos, outras técnicas foram aprimoradas, como uso da toxina
16

botulínica, órteses, conceito Bobath, alongamento e atualmente, as bandagens


elásticas. (LIANZA,2001)
No atual estudo percebeu-se que as crianças que faziam uso de órtese
antiequino apresentavam maior arco de movimento do que aquelas que não
utilizavam. Isso porque os indivíduos com PC espástica que fazem uso de órtese
antiequino apresentam aumento da dorsiflexão, largura e comprimento de passo. No
entanto, em longo prazo leva a diminuição da ADM dinâmica e força dos músculos do
tornozelo. (CAPUCHO et al.; 2012) A órtese atua reduzindo o posicionamento de
flexão plantar, prevenindo deformidades, alinhando o tornozelo-pé, favorecendo a
biomecânica e funcionalidade da criança. (OLIVEIRA et al.,2010)
O estudo de Almeida et al (2007), retrata que a bandagem funcional kinesio
tape aplicada nos músculos dorsiflexores de crianças hemiplégicas espásticas com
PC promoveu melhora no controle de movimento do pé, do padrão de marcha e
estabilidade postural. Além do aumento da ADM de dorsiflexão e diminuição da
hipertonia do m. tríceps sural, pois a bandagem estimulou a ativação do m. tibial
anterior, aumentando sua capacidade de contração e força, inibindo parcialmente a
atividade do m. tríceps sural. O que corrobora com o presente estudo, apesar das
diferenças de composição do tecido, elasticidade, ação e forma de aplicação da
bandagem DT. (LUPMED I, 2017)
A DT é aplicada de acordo com a biomecânica da região que se quer estimular,
pois por meio de seus princípios de elasticidade, força e recolhimento, ela é capaz de
resistir, desacelerar e assistir o movimento, assim como, promover conforto.
(LUPMED I, 2017).
Sales (2016) analisou os efeitos da DT em relação à dor em atletas de judô.
Através do seu estudo ele mostrou que a DT diminui a dor e melhora o equilíbrio semi-
dinâmico, dinâmico e flexibilidade. Isso porque ela atua reduzindo a tensão da unidade
músculo-tendínea e sobrecarga muscular, corrigindo o padrão motor e aumentando a
informação mecânica sobre os mecanorreceptores. No presente estudo, essas
propriedades podem ter contribuído para diminuição da hipertonia e aumento da
dorsiflexão.
Torres, Cabello e Antinez (2016) referem que o efeito elástico da bandagem
beneficia o alinhamento das estruturas que recebem sua aplicação. Fato este
observado neste estudo, pois houve aumento da ADM de dorsiflexão dos
participantes. Isso porque a DT quando aplicada em posição de encurtamento,
17

absorve as cargas durante o arco de movimento de alongamento, reduzindo o trabalho


excêntrico dos músculos. Assim, toda carga absorvida é armazenada em energia
potencial elástica, que é transformada em energia cinética. Por meio da cadeia
biomecânica, assiste à ação excêntrica do músculo, resultando em melhora da função
das fáscias e músculos e desenvolvimento normal dos movimentos, diminuindo
aferências anormais (LUPMED II, 2017; SALES, 2016).
Quando aplicada no m. tibial anterior, a bandagem funcional assiste o
movimento de dorsiflexão, permitindo maior ADM, como observado no presente
estudo. Além disso, aumenta a resistência dessa musculatura, por proporcionar carga
proveniente da tensão da bandagem determinada pelo aplicador.
Em relação ao tônus, a DT promove redução da hipertonia, pois ao posicionar
o m. tibial anterior em máximo encurtamento, o m. tríceps sural permanece em
máximo alongamento. Como a bandagem é de uso continuo, o posicionamento
persiste. Segundo Oliveira e Golin (2017), o alongamento passivo diminui a hipertonia
e aumenta a ADM do tornozelo, pois incrementa a flexibilidade muscular e reduz o
reflexo de estiramento, causador da espasticidade. O que foi referido também no
estudo de Sales (2016) que afirma que a DT estimula as vias sensoriais mecânicas,
diminui o reflexo do estiramento e relaxa os tecidos moles, diminuindo a hipertonia.
A avaliadora pôde observar que a DT teve grande adesão pelos pais, devido a
sua aplicação ser feita ao término da terapia e seu uso ser contínuo. Não necessitando
da colaboração deles para sua colocação ou manutenção, como no caso das órteses.
A aceitação foi positiva pelas crianças, pois é confortável, por ser feita de viscoelástico
e ter os desenhos de tattoo, deixando-as empolgadas com a aplicação. O estudo de
Oliveira et al. (2010), mostra que os pais reconhecem a importância do uso das
órteses, mas nem todos têm orientações suficientes quanto a sua colocação e
geralmente são de uso contínuo, o que causa incomodo. Fatores esses que podem
estimular a adesão ao tratamento com bandagens elásticas.
Além disso, as mães participantes do presente estudo relataram melhora na
mobilidade do tornozelo-pé e da marcha, reconhecendo os efeitos da bandagem DT.
O estudo de Santos et al. (2015), relata que os responsáveis pelas crianças,
costumam perceber a melhora de seus filhos com o tratamento fisioterapêutico, porém
não sabem especificar os efeitos.
Assim, a bandagem elástica DT pode ser um recurso a mais nas sessões de
fisioterapia, pois mostrou-se efetiva para redução da hipertonia e aumento da ADM de
18

dorsiflexão. No entanto, este estudo teve como limitações o reduzido tamanho da


amostra e a escassez de estudos que embasam os efeitos da aplicação da bandagem
elástica DT. Dessa forma, são necessários mais estudos que demonstrem a eficácia
desse recurso e que possam analisar o impacto de sua aplicação em outros aspectos,
como na marcha, equilíbrio e qualidade de vida dos pacientes e familiares.
19

5 CONCLUSÃO

A DT mostrou-se eficaz para minimizar o pé equino das crianças com paralisia


cerebral espástica pelo aumento da goniometria de dorsiflexão e diminuição da
graduação da hipertonia do m. tríceps sural. Consistindo em recurso complementar a
fisioterapia individual, devido à fácil aplicação e adesão tanto pelos pais, quanto pelas
crianças.
20

REFERÊNCIAS

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marcha e controlo postural em crianças hemiplégicas espásticas por paralisia
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Andaluza de Medicina del Deporte, 9(1), 50-53, 2016.
22

ANEXOS

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Convidamos o participante _____________________________________, residente


no endereço: _______________________________, na cidade de _____________,
CEP ______________, telefone: _________________ e email_________________,
a participar da pesquisa “Efeitos da Dynamic Tape no pé equino de crianças com
paralisia cerebral espástica”, com objetivo de verificar os benefícios da aplicação de
uma faixa elástica adesiva no tornozelo. Isto porque puxará o pé para cima, podendo
diminuir a tensão do músculo que o leva para a posição de ponta de pé.

1. Procedimentos: A criança convidada continuará em tratamento fisioterapêutico


normalmente. A primeira colocação da faixa será realizada ao final de uma sessão
de fisioterapia e a criança permanecerá com a mesma, que será trocada a cada
sessão. A duração total da pesquisa será de doze semanas e como o tratamento
é realizado duas vezes por semana, o número total de aplicação será de vinte e
quatro vezes. Não será necessário o comparecimento apenas para a pesquisa.

2. Riscos e benefícios: Os riscos possíveis são reação alérgica, irritação mecânica


e bolhas, devido à reação ao adesivo. Para que estes riscos sejam reduzidos aos
níveis mínimos, a avaliadora ficará atenta às respostas das crianças durante toda
aplicação e perante qualquer sinal de coceira, queimação, pontada, irritação ou dor
os procedimentos serão interrompidos imediatamente, com a retirada da faixa. E
como a bandagem será de uso constante, o responsável poderá retirar a faixa
perante o aparecimento de qualquer sinal acima. Os possíveis benefícios da sua
aplicação são a melhora da posição do pé e maior independência nas atividades
na posição em pé.

3. Informações: O responsável receberá respostas a qualquer pergunta ou


esclarecimento de qualquer dúvida durante a realização da pesquisa, entrando em
contato com a pesquisadora, mesmo que possa afetar a sua vontade em continuar
participando do estudo.
23

4. Retirada do Consentimento: Caso o responsável não aceite participar desta


pesquisa, não haverá prejuízo no tratamento. O responsável poderá desistir a
qualquer momento, também sem prejudicar o tratamento, bastando informar sua
decisão ao pesquisador. Fica esclarecido ainda que, por ser uma participação
voluntária, não haverá nenhum tipo de pagamento.

5. Garantia do Sigilo: É assegurado o sigilo da participação do voluntário. Os dados


serão divulgados no meio científico de forma a não possibilitar sua identificação.

6. Informações: Este termo será elaborado em duas vias, uma ficará com o
responsável pela criança e outra com a pesquisadora. Qualquer dúvida entrar em
contato com a Marina Ortega Golin, responsável pela pesquisa, que pode ser
encontrada na Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Av. Príncipe de Gales,
821, 2 º andar do prédio administrativo, em Santo André, SP, às terças e sextas-
feiras das 13:30 às 17:00 h, ou pelo telefone: (11) 99968-4182. Este estudo clínico
foi analisado por um comitê de ética em pesquisa (CEP). O CEP é um órgão que
tem por objetivo proteger o bem-estar das pessoas pesquisadas. É responsável
pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas
envolvendo seres humanos, visando assegurar a dignidade, os direitos, a
segurança e o bem-estar do sujeito da pesquisa. Se você tiver dúvidas e/ou
perguntas sobre seus direitos como participante deste estudo, ou se estiver
insatisfeito com a maneira como o estudo está sendo realizado, você pode entrar
em contato com o CEP da Faculdade de Medicina do ABC no endereço: Av. Lauro
Gomes – 2000, 1º andar - Prédio: CEPES, Santo André/SP ou pelo telefone: (11)
4993-5453. O horário de atendimento é de segunda à sexta-feira, das 07h00 às
17h00.

7. Remuneração: A participação na pesquisa é voluntária e não haverá nenhuma


forma de remuneração. Em caso de eventuais danos relacionados direta ou
indiretamente com a participação na pesquisa, mesmo após seu término, a
assistência gratuita será garantida.
24

8. Ressarcimento: Se necessário, o ressarcimento com qualquer despesa


relacionada com a participação na pesquisa será efetuado pessoalmente. Caso o
responsável se sinta prejudicado, terá o direito de buscar indenização.

9. Consentimento Pós-Informação:
Eu,________________________________________________, após leitura e
compreensão deste termo de consentimento, entendo que a participação de
____________________________________é voluntária. Autorizo a realização da
pesquisa e a utilização das informações contidas em seu prontuário no meio cientifico.

Santo André, ______ de ____________________ de 2017.

Nome do responsável (por extenso): _____________________________________


Assinatura: _________________________________________________________

Nome do pesquisador (por extenso): ______________________________________


Assinatura: _________________________________________________________
25

ANEXO B - TERMO DE ASSENTIMENTO

Assentimento informado para a pesquisa: “Efeitos da Dynamic Tape no pé equino


de crianças com paralisia cerebral espástica. ”

Nome da criança ____________________________________________


Este formulário de assentimento informado é para crianças e adolescentes
entre as idades de 1 e 16 anos atendidos no ambulatório de neuropediatria, de
Fisioterapia, do Hospital Estadual Mário Covas, que estou convidando a participar da
pesquisa “Efeitos da Dynamic Tape no pé equino de crianças com Paralisia
cerebral espástica. ”
Este estudo clínico foi analisado por um comitê de ética em pesquisa (CEP),
que é um órgão que tem por objetivo proteger o bem-estar dos indivíduos
pesquisados. É responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos
de todas as pesquisas envolvendo seres humanos, visando assegurar a dignidade, os
direitos, a segurança e o bem-estar do sujeito da pesquisa. Se você tiver dúvidas e/ou
perguntas sobre seus direitos como participante deste estudo, ou se estiver insatisfeito
com a maneira como o estudo está sendo realizado, pode entrar em contato com o
CEP da FMABC pelo endereço: Avenida Lauro Gomes, 2000, 1º andar - prédio:
Cepes. Santo André/SP, ou pelo telefone: (11)-4993-5453. O horário de atendimento
é de segunda à sexta das 07h00 às 17h00.

Parte I: Introdução: Meu nome é Marina Ortega Golin, o meu trabalho é pesquisar
os efeitos da aplicação de uma faixa elástica adesiva na posição do tornozelo. A faixa
adesiva puxará o pé para cima, podendo diminuir a tensão do músculo que o leva para
a posição de ponta de pé. Quero, com essa pesquisa, contribuir para sua melhora.
Você pode escolher se quer participar ou não. Discuti esta pesquisa com seus pais ou
responsáveis e eles sabem que também estamos pedindo seu acordo. Para você
participar da pesquisa, seus pais ou responsáveis também terão que concordar. Mas
se você não desejar fazer parte na pesquisa, não é obrigado, até mesmo se seus pais
concordarem.
Você pode discutir qualquer coisa deste formulário com seus pais, amigos ou
qualquer um com quem você se sinta à vontade para conversar. Você pode decidir se
quer participar ou não depois de ter conversado sobre a pesquisa e não é preciso
decidir agora. Pode ter algumas palavras que você não entenda ou coisas que você
26

quer que eu explique mais detalhadamente porque você ficou mais interessado ou
preocupado. Por favor, peça e a qualquer momento, eu explicarei.

Escolha dos participantes: Aplicarei a faixa adesiva em crianças com idades


semelhantes a sua e que realizam tratamento no ambulatório do Hospital Estadual
Mário Covas.

Procedimentos: Caso aceite participar dessa pesquisa, você continuará a ser tratado
normalmente. A primeira colocação da faixa será realizada ao final de uma terapia e
você ficará com ela, que será trocada a cada sessão. A duração total será de doze
semanas. Também serão anotados dados sobre a doença de sua ficha.

Voluntariedade de Participação: Você não precisa participar desta pesquisa se não


quiser. É você quem decide. Se decidir não participar da pesquisa, é seu direito e
nada mudará no seu tratamento de saúde. Mesmo assim, este serviço de saúde estará
disponível para você. Até mesmo se disser “sim” agora, poderá mudar de ideia depois,
sem nenhum problema.

Riscos e desconfortos: Os riscos possíveis são reação alérgica, irritação mecânica


e bolhas, devido à reação ao adesivo. Eu ficarei atenta as suas respostas durante
toda aplicação e perante qualquer sinal de coceira, queimação, pontada, irritação ou
dor os procedimentos serão interrompidos imediatamente, com a retirada da faixa. E
como a faixa será de uso constante, você deverá pedir para seus pais retirarem caso
apareça qualquer sinal acima.

Eu conferi se a criança ou adolescente entendeu os riscos e desconfortos da pesquisa


e ela referiu: ( )sim ( )não.

Benefícios: A pesquisa pode contribuir para diminuir a posição em ponta de pé do


seu tornozelo e assim facilitar suas atividades na postura em pé.

Incentivos: A participação é voluntária e não há nenhuma forma de pagamento.


Porém, caso haja algum prejuízo comprovado em decorrência de sua participação,
será compensado.
27

Confidencialidade: Não falarei para outras pessoas que você está nesta pesquisa e
também não compartilharei informação sobre você com alguém que não trabalhe na
pesquisa. As informações sobre você serão coletadas na pesquisa e ninguém terá
acesso a elas, exceto seu médico. Só os pesquisadores saberão qual é o seu número,
que será mantido em sigilo.

Compensação: Se você se sentir mal durante a pesquisa, informarei o médico


responsável pelo ambulatório que adotará as condutas necessárias.

Divulgação dos resultados: Quando terminar a pesquisa, eu sentarei com você e


seus pais e falaremos sobre o que aprendemos com a pesquisa. Eu também lhe darei
um papel com os resultados por escrito. Depois, falarei com mais pessoas, cientistas
e outros, sobre a pesquisa. Farei isto escrevendo, compartilhando relatórios e indo
para reuniões científicas, sempre sem identificar as crianças que participaram.

Direito de recusa ou retirada do assentimento informado: Você não tem que


participar dessa pesquisa. Ninguém ficará furioso ou desapontado com você se disser
não, a escolha é sua. Você pode pensar nisto e falar depois, se você quiser. Também
pode dizer “sim” agora e mudar de ideia depois e tudo continuará bem.

Contato: Você pode me perguntar agora ou depois. Eu escrevi um número de telefone


e endereço onde você pode me localizar ou, se estiver por perto, poderá vir me ver.
Se quiser falar com outra pessoa, tal como o seu professor ou doutor ou tia, não tem
problema.

Parte II - Certificado do Assentimento:


Eu entendi que a pesquisa é sobre a aplicação da Dynamic Tape e que participarei
dela, recebendo essa aplicação.

Assinatura da criança/adolescente:______________________________________
Assinatura dos pais/responsáveis:_______________________________________
Ass. Pesquisador:____________________________________________________
Dia/mês/ano:________________________________________________________
28

ANEXO C - Escala de Ashworth Modificada

Graus

0 Sem aumento do tônus muscular

1 Leve aumento do tônus muscular, manifestando-se como um resistir e


ceder ou por mínima resistência na extensão máxima do movimento
passivo.

1+ Leve aumento do tônus muscular, manifestando-se como uma resistência


que persiste de maneira discreta através da extensão do movimento
remanescente (menos da metade deste).

2 Aumento do tônus mais acentuado durante a maioria da extensão do


movimento, mas com facilidade de se mover o segmento acometido.

3 Aumento considerável do tônus muscular, com dificuldade na


movimentação passiva.

4 O segmento acometido está rígido em flexão, extensão, abdução, adução


(etc.).

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