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• Definição
Entende-se por delação ou colaboração as informações prestadas por indivíduo onde o
mesmo confessa ter praticado um ou mais delitos e atribui, também, a prática delituosa narrada a
um ou mais terceiros.
• Natureza jurídica
A natureza jurídica da delação é tema controvertido na doutrina.
Parte afirma tratar-se de prova testemunhal, no que diz respeito à atribuição de
conduta delituosa a terceiros.
Todavia, conforme se verificará, a delação ou colaboração necessita de outros
elementos probatórios para que possa sustentar uma condenação. Assim sendo, diferentemente
da prova testemunhal (a qual, por si só, não sofre quaisquer tipos de vedação quanto a ser único
elemento para fundamentar uma condenação), não poderia contar com essa natureza jurídica.
Ainda, testemunhas prestam compromisso de dizerem a verdade, nos termos do artigo
203 do CP, não podendo mentir, sob pena de cometerem crime de falso testemunho (art. 342),
institutos também não aplicáveis ao colaborador.
Por fim, além de o colaborar não poder ser arrolado por nenhuma das partes, tal como
testemunhas o podem, o colaborador, enquanto corréu, não é apenas um simples terceiro afastado
daquele processo – em verdade, tem tanto interesse quanto os demais réus, e ao ter interesse
naquele feito, não poderia ser considerado testemunha.
Assim sendo, tem-se entendido majoritariamente que a delação é um meio de
obtenção de prova (BADARÓ, 2016).
• Requisitos
Para ser considerada meio de prova, a delação precisa contar com os seguintes
requisitos:
1. Voluntariedade
É requisito essencial da colaboração. A delação daquele que houver sido coagido para
colaborar não possuirá qualquer validade e não poderá ser homologada.
2. Confissão do delator
A confissão é elemento imprescindível à delação. Caso o indivíduo apenas atribua a
prática delituosa a terceiros sem confessá-la, estará somente exercendo um ato de defesa e não
colaborando nos termos da lei.