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Outras Séries da COLECAO PRIMEIROg Passos CULTURA O que € Teatro Socteoape Ogee tone O gee é Dt Indiual Ogee ¢ Essig Ogu €Femeasmo Ogueé Lveriade O qae € Mactssmo © gue Paseprecto Famiar O gue Preconceno Racal O gee Promtranao ECONOMIA © aac é Divi Externa aque letacts 0 que so Milunacionais. O gue Poutica Pca Oa €Petues a hna Owe Reforma apne Caio Prado Jr. O QUEEA LIBERDADE Capitalismo X Socialismo Coordenagéo: Vanya Sant’Anna @ editora brasiliense 1980 Capa: Mario Camerini Mustragdes: Otavio Roth Caricatura: Emilio Dam Reviséo: J. Orzari Filho editors brasilien: 91042 — rua bardo de itapetini $80 paulo — brasil s0c, an, inga, 93 O PROBLEMA DA LIBERDADE* Sempre que se discutem a situagdo e as condi- sso sobretudo depois que o argumento anti-socialista outrora pre- ha a ser o dos padrées materiais pafses capitalistas, perdeu inteiramente sua raz3o de ser, € nfo engana mais ninguém medianamente informado de assuntos internacionais. Os progres- sos realizados naqueles pafses, e em particular na Unido Soviética, no que se refere aos padres mé- dios, e sobretudo minimos da popula¢go, so su- mentos a respeito, partidos das mais insuspeitas fontes, bem como daquilo que revelam as estat(s- ticas, cuja veracidade j4 nao & mais seriamente posta em davida — ao contrario de alguns anos passados, quando mesmo estatisticas is utilizadas pela * 0 presente trabalho foi publicado em 1960 como primeiro capt tulo do livro: © Munde do Socialism, ne 7 eetsleaateeeneaeeemnanameemaenaeeaee ~ 6 Caio Prado 3, a administragdo soviética na programacao e controle da execudo dos planos econémicos (e que por ise mesmo no podiam ser falsificadas), eram sists mmaticamente contestadas sempre que se mostravamy favoréveis 20 socialismo, Os padres soviétice, médios se equiparam hoje, se no os superam, ace dos principais patses capitalistas da Europa ociden, tal. E so ainda inferiores unicamente aos dos Es. tados Unidos, Mas 0 que € mais importante no é¢ situagdo atual, ou em qualquer momento dado, e sim 0 progresso que precipitadamente se esté ver cando, a ponto que jé é perfeitamente previsivel momento bem préximo — talvez no mais de uma dezena de anos — em que o nivel de vida da popu- lagdo soviética no teré mais paralelo em parte al guma do mundo. E isso no em alguns setores da- Quela populacdo e regiGes particulares do pals, como ocorre em geral nos pa(ses capitalistas que se caracterizam por grandes desniveis, e sim para to- dos 0s cidados em todas as partes. Isso tudo & mais ou menos expressa ou implici- tamente reconhecido pela generalidade dos observa- lores mais recentes e autorizado: 08 adversérios do socialismo, O mais Berar Gt mismo “capitalista”, bem entendido! % lade e as Unido Soviética de atin, 3 O que éa Liberdade 7 trés. Essa discus- 0 fato que mais ista de organizacao econémica jé deu provas cabais de sua capacidade de elevar em ritmo acelerado os padrdes materiais da populagdo. Foi assim no passado, e esté sendo no presente, como no caso em particular da China Po- lar desenvolvimento nos fa que transformaram por completo a fisionomia do pais. Isso tudo é incon: testado e incontestével, desfazendo-se portanto o argumento principal outrora empregado contra 0 regime soci A argumentacao anti-s 1a se vem concen- trando assim em outro setor, tomando aproximada- mente a seguinte forma sintética: “De que servern a0 homem o bem-estar e 0 conforto materiais, quando he falta a liberdade, e ele vive na opressao e escraviddo Com esse rumo que tomou a argumen- ista, e com a farta publicidade que a iberdade” de que se vanglo- burguesas, e que se alega faltar stas, 6 isso que se tornou hoje o foco principal do interesse do piblico relativamente aque- les paises. Vou pois me ocupar da questdo desde lo- 90, € com tanto mais razdo que pessoalmente também me incluo no n&imero daqueles que no somente pre- 2am altamente a liberdade do individuo humano, mas querem vé-la efetivamente realizada. O que infeli mente nao observo nem mesmo nas mais puras € per-

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