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Apesar de a entropia ser uma propriedade macroscópica do sistema, qual

é a sua interpretação molecular? Como poderíamos compreender o aumento da


aleatoriedade da energia de um sistema por uma interpretação de sua
composição molecular?

A Segunda Lei da termodinâmica propõe a existência de uma função, a


entropia, que permite determinar o sentido das transformações e o seu ponto de
equilíbrio. É comum observar a relação feita entre entropia e desordem, porém
em muitas situações essa relação pode ser problemática, já que a entropia não
deve ser exemplificada com objetos macroscópicos que não interagem entre si
A origem estatística da entropia está relacionada com a existência de
estados (situações) mais prováveis. Quanto maior for o número de estados
possíveis que um determinado sistema possa assumir, então, maior será a
entropia desse sistema. A entropia é, de certa forma, uma medida do número de
estados possíveis que um determinado sistema pode alcançar. Contudo, a
natureza sempre tende a se transformar de forma a atingir estados mais
prováveis.
O fato pode ser elucidado a partir de um exemplo com um bloco de gelo
em um copo d’água retirado do trabalho de Bianchi e Sabatini (2007). As
moléculas de água no gelo podem vibrar, mas não sofrem rotação, devido às
suas posições bem estabelecida no cristal. Já no estado líquido, as moléculas
de água podem vibrar e rodar. Assim, se o pedaço de gelo recebe certa
quantidade de energia, então, as moléculas do pedaço de gelo absorvem essa
energia em seus modos de vibração. A mesma quantidade de energia, se
fornecida ao pedaço de gelo fundido, será distribuída pelos modos de vibração
e de rotação. Portanto, no estado líquido, existem mais estados (vibracionais e
rotacionais) pelos quais a energia pode ser distribuída e consequentemente, a
entropia é maior.
Diante disso, uma interpretação a nível molecular de entropia estaria
relacionada aos movimentos moleculares (translação, vibração ou rotação),
onde quanto mais energia é estocada nesses estados, maiores são os graus de
liberdade (habilidade em ocupar diferentes posições) e maior é a entropia.
SABADINI, Edvaldo; BIANCHI, JC de A. Ensino do conceito de equilíbrio
químico: uma breve reflexão. Química Nova na Escola, v. 25, p. 10-13, 2007.

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