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Evolucao e Semi6tica: para além do Neodarwinismo e da Genética 4 varios séculos, passamos da Idade da Fé para a Idade da Ciéncia. O ciclo da Ciéncia roduziu grandes progressas culturals até 0 inicio do século passado. A partir da desco- Derta da Teoria da Relatvidade e da Teoria Quéntica, a Ciéncia comecou a ser progress 'vamente questionada como 0 melo mais adequado para a busca do conhecimento. Co- ‘megou a dectinar com as duas guerras mundials e entrou em crise com 0 movimento Contracultural do Pés-Nedemnismo. Na década de 1990, passamos peta chamada Guerra das Ciencias (Wolpert, 1992), onde entram em confronto‘a cultura cientifica tecnolég- a (representadas pelos cientistas), por um lado, e a cultura das humanidades e das ‘féncias socials (representados pelos intelectuals), por outro (Snow, 1959). [oie estamos na iminencia de uma novaera. A principal mucanca ake {ard nossa conduta em questonamen- tos empirices.O protfema de muitos dos. _métodose modelos atuais usados em c- éncia nfo se resume tanto a uma ques- tio de estarem certos ou errados, mas simade estarem ultrapassados e de terem exaurido a sua capacidade de th, 1996). O novo paradigma, que pro- cura laze uma sinergia entre 05 jogos de ‘Sais erre sistemas naturasbkigcos¢ (jog inition daistria cultural os sereshumanos Salthe, 1998), vem sendo denominad de Tercera Citura (Bees 2000), Esta nova Mealisca Evo atv est reunindo elementos da Teoria {a nformacao Ciperntica (Kampis & cori de Autopoiese de Maturanae Vare- 1a (1980), da Hermenéutica de Gada- mer (1976), do Estruturatsmo de Von Foerster (1984) da semitica de Pie- ‘ce (1955). Estamos na idade da Cons- {rug Social do Conhecimento(Salthe, 2001). A Semiolagia forece os meios ara unficarvirias especiales numa, grande perspectvainterdiseiplnar (An- rou novos conhesimentos.e novesCsinyi, 1991) da Teoria GeraldeSis-_dersonet a, 1984), Denirodesaviso, _vangos cieniicos (Shank, 1988). temas de Von Bertalay (1968) e Lut tenemos vero mundo nao em termos Anova Metafsicaque estou de- mann (1995) daFenomenoogiade He de verde, mas em tertos de siguiicn Sendendo a MetalisicaEvokutvanterpre- ddeger (1985), do Realsmo Internode do. mundo ds ios est sendo subst {ath entra em conitocomametafisea Putnam (1984), da Teoria de Jogos Lin tid por um uns desnas (Leonard, ominaate na Cincia Moderna (Diwor: —ghstcosde Wittgenstein (1958), daTe- 1957; Deel, 194), Hist6ria do raciocinio cientifico ido olhanos para ahistériada didi em raciociio dedutvoe racio- —_certezasabsoltas, inci, descobrinios que aprimet- cio invilido (Brosdtie,1903) Entre- Hoje, a nossa cutura est procu- ‘ataretada pesquisa empiricafoiade tanto, 0 racicinio dedutvotimitava a randonovas maneiras de compreender separaro que representavaa yerdade ‘doque era also. AS verdades existe fes eram bascadas no que qualquer pes- ‘oa podria constatar a representagio ‘via de uma verdade, como, por exem- ‘lo, oprodutodieto dos nossosérgios dos sentidos (Adler, 1978); ou entéo, ram baseadas er fats que fossem fo Bicamente auto-evidentes (Maritain, 1997). Uma vez estabelecidas as ver ddades usando este método, permane- ia.anecessidade de achar uma forma sistemitica de dervar mais verdades a partir destas vedades iniciisndo-pro- Dlematicas. Para esta necessidade foi ‘derivado procedimento de inferéncia deutivo (Tarski, 1941). Commesando ‘com Aristtees, 0 procedimento ded tivo perdurou por séculos no mundo ‘cidental, como noeteado do raciocinio ‘empiico. 0 dominio do raciocinio era ‘busca do conhecimento para quests ermpiricas que agora sabemos consistie ‘em observagdes simples ow perguntas aulo-evidentes.Ocrescimento contin ‘ado da Ciéncia passou adepender do desenvolvimento de outrasferramentas ‘gas (Leonard, 1987). O inicio da revolugio cientiica ‘comesou nos séculos Xl e XIV, quan- «do Roger Bacone William Ockham, entre otros, demonstraram valida. «de © 0 campo para oracicinioindu vo (Deely, 1992). Com o passar do tempo, a inducio permit que o ac _mulo de informagées especiicas fosse usado para construir generalizagbes rovaves, 0 que esti no centro de toda ‘empreitada cientifica Holland etal, 1986). grande novidade do racioci- ‘io indutivo é que ele produz apenas _eneralizagées provaveis, em vez de ‘Sintetiza pares normaisdesignifica- 4; no criar novas verdades, mas ge- neralizar novos “insights” que levem a niveis mais soisticados de conbecimen- to signiticativo (Shank, 1994), Para isto, precisamos de novasferramentas logicas. Eo método logo restante que ainda no foi largamente usado a ab- ddugdo. Este método foi primero siste- ‘matizado por Peirce (1955), dizendo espeito ao mod de chegar i formula ‘lo de novas hipdteses. Nas suas pala- ras: “Qualquer propesigéo adicioaca ‘a fatos observados, tendendoatorns- 1 aplicaveis de qualquer forma a ou- {ras circunstincias que aquetas em que ‘ocamniiaimenteobservadss, pode ser ‘chamada de hipétese” (Peirce, 1955: 150), A novidade importante da abu- 0 € que a formula de hipiteses est CONCEITOS wage wins | beso oe vinudada experiencia coma, eno. {eoriaem si. O produto fina 6 um “che {” sobre omotivo de um determinado padréo ter sido encontrado, E este “chute nil pode eri servi de base peratestesempirinssubsogiertes. Ete ‘rocedimento fi chamado de “a kigica ‘4a descoberta” (Hanson, 1958)-Char- | Neodarwinismo riginado dat sho da Teoria da Evolugéo das Espécies de Charles Darwin, da me- {ade do sécuio XIX, com a ciéncia da Genética, do inicio do sécudo XX esté éncia Moderna, que Salthe (1993: 2) ‘chamoutde ciéncia baconiana/cartesi- ‘ype wioniana/darwiriane/eomears. Esta posturacientilica cassica esté ‘baseada no realism flsdfico. A pos- tura realist defende a visso de que é Possivel descobri como o mundo rea mente é, externa eindependenteren- {ede nossasproprias pritica cienti- cas. Iso, orelismo floséicodefen- de a existéncia de um mundo real a ser descoberto pelo métodocientfco. Aaualidade & construida pelos nos- ‘08 sentidos—fendmenos podem ser verdes, fio, duros,indefinidos,eas- sim por diante. A realidade, por ou- {rolado €construida usando a ligica ‘€uma colecdocrescente de observa- Ges cientiiassistematicas, quartil- ‘civeise acurutadas em interpretagbes entiicasaceitas na forma de regula- idades expicitas, ue se comportam ‘como les, teoriase modelos (Roth & Schwegler, 1990). Esta realidade deve ser chamada de ‘natureza’, que secontrapie a ‘mundo’ que represen ‘ato aquilo que pode existir I fora, or ts da atualidade da realidade (atthe, 1985). Esta visto orgaricist ‘dormunde einina a metstora mecari sta da natureza, no qual a Genética ‘se insere, coma sua mitologia da in- formagio genetic ses Sanderson Peirce, ome competodos {isos da Ciéeia(Sathe, 1993: 13), ‘coma sua Kgjntriktica, baseada nos Principns da Semiética, procurou nif ar 0s métodos de deduséo, indugo € _abstugo. A abdugioconsiste no ato de ‘aciocinarpartndo-se de experincias sSkyuoresem dregioacascscomens qe Neodarwinismo {azem pate de unfendmeno mais gral (O método activo atende a esséncia do ‘movimento pie-snaternisia, que i se dopersameriteeio ana justo o-se ideas que inialmente podem pa- recerestranhas.earbitrras, para se chegarauemasitesecogitiva nove fre tiera (Fiat, 1980). CONCEITOS wupmnar 5 | vena 0.

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