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Kant, Carta a Herz, 1772 – extrato:

. Passagem da Carta de Kant a Herz, explicando a questão a ser resolvida em vista


da solução do problema do conhecimento:
“Em minha dissertação me contentei em explicar a natureza das representações
intelectuais de modo apenas negativo, isto é, em afirmar que elas não eram
modificações da alma provocadas pelo objeto. No entanto, deixei passar em
silêncio a questão ulterior sobre como pode ser possível uma representação se
referir a um objeto sem ser de forma alguma afetada por ele […]. Por que meios
são essas [representações intelectuais] dadas a nós, se não pelo modo como elas
nos afetam? E se essas representações intelectuais dependem da nossa atividade
interna, de onde vem a concordância que se supõe elas têm com os objetos –
objetos que todavia não podem ser produzidos por meio delas? […] Quanto a
como meu entendimento pode formar por si mesmo conceitos de coisas
completamente a priori, conceitos com os quais as coisas devem
necessariamente concordar, e quanto a como meu entendimento pode formular
princípios verdadeiros acerca da possibilidade de tais conceitos, princípios com os
quais a experiência deve estar em plena concordância e que, no entanto, são
independentes da experiência – essa questão, de como a faculdade do
entendimento alcança essa conformidade com as próprias coisas, permanece
ainda em um estado de obscuridade” (Ak., 10:130–131).

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