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Gradiente de subida máximo

Leonardo Pedroso

June 10, 2019

Consideremos o problema de determinar o gradiente de subida máximo e a velocidade cor-


respondente de uma aeronave de peso W , potência disponı́vel Pav , área alar S e voando a
uma altitude em que a densidade é ρ.

1 Aproximação de ângulos pequenos


Comecemos por considerar ângulos pequenos para o gradiente de subida e o caso geral em
que a polar é uma função arbitrária CD (CL ). Assim, visto que L ≈ W para um gradiente
de subida pequeno, γ, temos que
Pav − DV Pav CD (CL )
sin γ = = − , (1)
WV WV CL
em que V é a velocidade da aeronave em relação ao ar. Mais uma vez, tendo em conta que,
para a aproximação de pequenos ângulos, L ≈ W resulta que
1 2W
W = ρSV 2 CL ⇐⇒ CL = . (2)
2 ρSV 2
Substituindo esta expressão na equação (1) vem que
ρSV 2
 
Pav 2W
sin γ = − CD . (3)
WV 2W ρSV 2

É de notar que na expressão para γ dada pela equação (3) o gradiente de subida é apenas
função de V . Sabendo que para ângulos γ com significado fı́sico a função sin γ é monótona
crescente, o máximo para γ corresponde ao máximo para sin γ. Desta forma, derivando a
equação (3) em ordem a V e igualando-a a zero, obtemos uma expressão para a velocidade
em relação ao ar, V , que maximiza o gradiente de subida
   
Pav ρSV 2W 2 dCD 2W
+ CD − =0. (4)
WV 2 W ρSV 2 V dCL ρSV 2

1
É de notar que esta é uma expressão implı́cita pelo que será necessário aplicar um método
numérico para a resolver. É possı́vel, ainda, escrever a expressão (4) para o caso particular
de uma polar parabólica, obtendo-se
Pav ρSV 1 4W
2
+ CD0 − =0, (5)
WV W πAe ρSV 3
sendo, mais uma vez, necessário usar um método iterativo para determinar V que maximiza
o gradiente de subida, dado o carácter implı́cito da equação acima.
Consideremos, por exemplo, uma aeronave com um peso W = 420 lbs, S = 155 ft2 , Pav = 310
bhp e polar dada por CD = 0.0350 + 0.051CL2 + 0.00138CL13.42 , voando em condições padrão
ao nı́vel do mar. Visto que dCD /dCL = 0.102CL + 13.42 × 0.00138CL12.42 , substituindo as
constantes e resolvendo a equação (4) obtém-se V = 82.843 kt e substituindo na equação (3)
vem que γmax = 11.042◦ .

2 S/ aproximação de ângulos pequenos


Comecemos por considerar o caso geral em que a polar é uma função arbitrária CD (CL ).
Assim, visto que L = W cos γ temos que

Pav − DV Pav CD (CL )


sin γ = = − cos γ . (6)
WV WV CL
Mais uma vez, tendo em conta que L = W cos γ resulta que
1 2W cos γ
W cos γ = ρSV 2 CL ⇐⇒ CL = . (7)
2 ρSV 2

Substituindo esta expressão na equação (6) vem que

ρSV 2
 
Pav 2W cos γ
sin γ = − CD . (8)
WV 2W ρSV 2

É de salientar que se não for empregada a aproximação de ângulos pequenos a expressão para
sin γ não depende apenas de V , incluindo também um termo cos γ. Desta forma é necessário
substituir, em cada caso particular, a equação da polar na equação (8), resolver em ordem a
sin γ ou cos γ e apenas seguidamente derivar.
Vejamos o caso particular para uma polar parabólica.

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