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Rodada #1

Direito Constitucional
Professor Frederico Dias

Assuntos da Rodada

DIREITO CONSTITUCIONAL: 1 Direitos e deveres fundamentais: direitos e deveres

individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania; garantias constitucionais

individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos. 2 Administração Pública

(artigos de 37 a 41, capítulo VII, Constituição Federal de 1988 e atualizações).


DIREITO CONSTITUCIONAL

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DIREITO CONSTITUCIONAL

a. Teoria em Tópicos

1. Direitos humanos e direitos fundamentais - Os direitos humanos pertencem

ao homem, universalmente considerado, independentemente de positivação em

determinado ordenamento jurídico. Os direitos fundamentais são aqueles

reconhecidos como tais em determinado ordenamento jurídico, de um dado

Estado.

2. Direitos e Garantias - As expressões direitos e garantias não se confundem.

Enquanto os direitos são os bens em si mesmo considerados (principal), as

garantias são instrumentos de preservação desses bens (acessório). Por exemplo,

para proteger o direito de locomoção, a Constituição prevê a garantia do habeas

corpus.

3. Dimensões objetiva e subjetiva - A dimensão subjetivados direitos

fundamentais é aquela mais conhecida, relacionada a direitos de proteção

(negativos) e de exigência de prestação (positivos) por parte do indivíduo em face

do poder público. Já numa dimensão objetiva, os direitos fundamentais devem

ser compreendidos como o conjunto de valores objetivos básicos de

conformação do Estado Democrático de Direito: estabelecem diretrizes para a

atuação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e para as relações entre

particulares (é a chamada eficácia irradiante dos direitos fundamentais).

3.1. Em outras palavras: numa perspectiva subjetiva (dimensão subjetiva), os

direitos fundamentais possibilitam ao indivíduo obter junto ao Estado a

satisfação de seus interesses. Numa perspectiva objetiva (dimensão

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objetiva), eles sintetizam os valores básicos da sociedade e seus efeitos

irradiam-se a todo o ordenamento jurídico, dirigindo o comportamento dos

órgãos estatais.

4. Gerações (ou dimensões) de direitos– Na primeira geração, temos os direitos

ligados aos ideais do Estado liberal, de natureza negativa (exigindo um não fazer),

com foco na liberdade individual frente ao Estado (direitos civis e políticos). Na

segunda geração, temos os direitos ligados aos ideais do Estado social, de

natureza positiva, com foco na igualdade entre os homens (direitos sociais,

culturais e econômicos). Na terceira geração, temos os direitos de índole coletiva

e difusa (pertencentes a um grupo indeterminável de pessoas), com foco na

fraternidade entre os povos (direito ao meio ambiente, à paz, ao progresso etc.).

5. Titularidade - Se inicialmente os direitos fundamentais surgiram tendo como

titulares as pessoas naturais, hoje já se reconhece direitos fundamentais em favor

das pessoas jurídicas ou mesmo em favor do estado.

6. Aplicação a relações horizontais - Embora originalmente visassem regular a

relação indivíduo-estado (relações verticais), atualmente os direitos fundamentais

devem ser respeitados mesmo nas relações privadas, entre os próprios

indivíduos (relações horizontais).

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DIREITO CONSTITUCIONAL

7. Relatividade - Os direitos fundamentais não dispõem de caráter absoluto, já que

encontram limite nos demais direitos previstos na Constituição (Princípio da

relatividade ou da convivência das liberdades públicas).

7.1. No caso concreto poderá haver colisão entre diversos direitos (por exemplo,

liberdade de comunicações x inviolabilidade da intimidade). O intérprete

deverá então realizar uma harmonização entre esses direitos em conflito,

tendo em vista a inexistência de hierarquia e subordinação entre eles,

evitando o sacrifício total de um perante o outro. Assim, conforme as

peculiaridades da ocasião, prevalecerá um direito, prevalecendo o outro

numa nova situação.

7.2. Por não serem absolutos, os direitos fundamentais não podem ser utilizados

como escudo protetivo da prática de atividades ilícitas.

8. Impossibilidade de renúncia – Não se admite a renúncia total por parte do

indivíduo de um direito fundamental. Ou seja, é característica deles serem

irrenunciáveis. Todavia, modernamente, admite-se que deixem de ser exercidos

pelos seus titulares temporariamente em determinadas situações.

9. Limitações – Os direitos fundamentais podem, validamente, sofrer limitações.

9.1. Ao longo da CF/88, constatamos diversos exemplos dessas limitações, como

restrições legais (por exemplo, o sigilo das comunicações poderá ser

afastado por ordem judicial, “nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer

para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”, nos

termos do art. 5°, XII, da CF/88). Ou seja, trata-se de limitação do direito à

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DIREITO CONSTITUCIONAL

intimidade mediante lei ordinária aprovada com fundamento na norma

constitucional.

9.2. Outras vezes, a Constituição apresenta diretamente as restrições, na própria

definição de determinado direito (por exemplo, o direito de reunião só está

assegurado se realizado pacificamente e sem armas, nos termos do art. 5°,

XVI, CF/88). Ou seja, a limitação está estabelecida no âmbito do próprio

direito.

9.3. Mesmo aqueles direitos cuja definição constitucional não prevê

expressamente a possibilidade de restrição legal encontrarão limites nos

outros direitos fundamentais diante de casos concretos. Nessa hipótese de

conflito, caberá ao poder judiciário (quando provocado) realizar a

ponderação dos princípios em conflito naquele caso concreto, a fim de

identificar qual direito prepondera naquela específica situação.

10. Teoria dos limites dos limites– Vimos que os direitos e as garantias são

passíveis de limitação válida estabelecida mediante lei. Todavia, essas restrições,

também são limitadas. É dizer, os limites (ou restrições) também sofrem

limitações. Explicando melhor: admite-se a restrição (limitação) de direitos

fundamentais, mas essa restrição não pode ser ilimitada, pois ela deve se

razoável.

10.1. Essa teoria foi concebida para atuar como uma barreira (ou um critério) à

fixação de limites legais ao exercício dos direitos fundamentais. É que há

necessidade de proteção de um núcleo essencial de um direito

fundamental, no que tange à proporcionalidade das restrições impostas a

ele (ou seja, a limitação não pode ser tão intensa a ponto de inviabilizar o

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DIREITO CONSTITUCIONAL

exercício do direito). Com isso, evita-se que o legislador ordinário consiga

esvaziar o conteúdo daquele direito.

10.2. O que se pretende é proteger um núcleo essencial do direito fundamental,

impedindo que o legislador, ao regulamentá-lo (restringi-lo ou limitá-lo), crie

tantas restrições que acabe por esvaziá-lo completamente.

10.3. Em suma: (i) sabemos que não existem direitos e garantias fundamentais de

natureza absoluta; (ii) compete ao legislador a imposição de limites ao

exercício desses direitos e garantias; (iii) mas esse limite não é ilimitado,

tendo em vista que se deve preservar o núcleo essencial desses direitos,

considerando o princípio da proporcionalidade.

10.4. Na ordem constitucional brasileira, não há disciplina expressa sobre a

proteção do núcleo essencial dos direitos fundamentais. A teoria dos limites

dos limites cumpre esse papel, mas se trata de construção doutrinária e

jurisprudencial que tem aplicação entre nós.

10.5. São dois os modelos sobre a proteção do núcleo essencial dos direitos

fundamentais: teoria absoluta e teoria relativa. Os adeptos da teoria

absoluta entendem o núcleo essencial dos direitos fundamentais como

unidade substancial autônoma, que independentemente de qualquer

situação concreta, estaria a salvo de eventual decisão legislativa. Os adeptos

da teoria relativa entendem que os contornos do núcleo essencial de um

direito fundamental só podem ser estabelecidos em cada caso concreto

(considerando, inclusive, o aspecto da proporcionalidade).

11. Grupos de direitos na CF/88 – Os direitos e garantias fundamentais estão

disciplinados no Título II (CF, arts. 5º a 17), por isso denominado “catálogo dos

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DIREITO CONSTITUCIONAL

direitos fundamentais”. Nesse Título II, os direitos e garantias fundamentais

foram divididos em cinco grupos, a saber: (a) direitos e deveres individuais e

coletivos (CF, art. 5º); (b) direitos sociais (CF, arts. 6º a 11); (c) direitos de

nacionalidade (CF, arts. 12 e 13); (d) direitos políticos (CF, arts. 14 a 16); e (e)

direitos de existência dos partidos políticos (CF, art. 17).

12. Enumeração aberta - Nem todos os direitos e garantias fundamentais estão

enumerados nesse catálogo próprio. Há, também, diversos direitos fundamentais

presentes em outros dispositivos, que são, por esse motivo, denominados

“direitos fundamentais não-catalogados” (fora do catálogo próprio). Por exemplo,

direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (CF, art. 225).

13. Alcance dos direitos fundamentais - O caput do art. 5º da Constituição afirma

que os direitos e garantias fundamentais são garantidos aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no país. Todavia, a expressão “estrangeiros residentes

no País” deve ser entendida como “estrangeiros sob as leis brasileiras”. Ou seja,

aplica-se a estrangeiros residentes ou não-residentes, enquanto estiverem sob o

manto do nosso ordenamento jurídico.

13.1. Mas nem todos os direitos fundamentais são destinados a estrangeiros. A

ação popular, por exemplo, é garantia que não poderá ser estendida a

estrangeiros em geral, pois apenas o cidadão é legitimado ativo.

14. Aplicabilidade imediata – As normas que consagram os direitos e garantias

fundamentais têm, em regra, aplicação imediata (CF, art. 5º, § 1º). Entretanto, há

exceções: direitos fundamentais consagrados em normas de eficácia limitada

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DIREITO CONSTITUCIONAL

(dependentes de regulamentação, como são exemplos os direitos sociais

previstos nos incisos X, XI, XII, XX, XXI e XXII do art. 7º).

15. Tratados e convenções internacionais – Os tratados e convenções

internacionais celebrados pelo Brasil poderão assumir três diferentes posições

hierárquicas, ao serem incorporados ao nosso ordenamento pátrio, a saber:

15.1. emenda constitucional: tratados e convenções internacionais sobre direitos

humanos incorporados pelo rito especial do § 3º do art. 5º da Constituição

Federal;

15.2. lei ordinária federal: demais tratados e convenções internacionais que não

tratam de direitos humanos;

15.3. supralegalidade: tratados e convenções internacionais sobre direitos

humanos incorporados pelo rito ordinário.

16. Nos termos do § 4º do art. 5° da CF/88, o Brasil se submete à jurisdição de

Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

17. Direito à vida – O direito à vida deve ser interpretado em conjunto com o

princípio da dignidade da pessoa humana. Assim, o direito à vida não se resume à

mera existência física, eis que abrange também o direito a uma existência digna.

17.1. Segundo o STF, não ofende o direito à vida e, portanto, é legítima a

realização de pesquisas com a utilização de células-tronco embrionárias

obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não

utilizados no respectivo procedimento.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

17.2. Nem mesmo o direito à vida é absoluto, uma vez que sofre restrição

autorizada na CF. É o caso da autorização para pena de morte no caso de

guerra declarada (CF, art. 5°, XLVII, “a”).

17.3. Nossa Constituição protege a vida de forma geral, incluindo a vida

intrauterina (e não só a extrauterina).

17.4. Segundo o Supremo Tribunal Federal (1ª Turma), a interrupção da gravidez

até o terceiro mês de gestação não pode ser equiparada ao aborto, e não

pode ser considerada crime.

18. Princípio da igualdade - Esse princípio deve ser interpretado de forma que seja

dado tratamento equivalente aos iguais, mas que sejam desigualmente tratados

os desiguais, na medida das suas desigualdades.

18.1. Segundo o texto constitucional, homens e mulheres são iguais em direitos e

obrigações (CF, art. 5º, I). Mas a lei pode criar distinções entre homens e

mulheres, desde que haja razoabilidade para o critério eleito para a

discriminação. Por exemplo, concurso para agente penitenciário em uma

delegacia feminina que só admita a inscrição de mulheres.

18.2. O limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima em face

do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza

das atribuições do cargo a ser pretendido (Súmula 683 do STF). Ou seja,

pode haver determinadas distinções por critério de idade, desde que haja

justificativa e razoabilidade.

18.3. Estão plenamente de acordo com o princípio da igualdade as políticas de

“cotas” e outras ações afirmativas, eis que representam meio apto a efetivar

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DIREITO CONSTITUCIONAL

a igualdade material e permitir a suplantação de desigualdades ocasionadas

por situações históricas particulares.

19. Liberdade de reunião - Forma coletiva de exercício da liberdade de expressão,

uma vez que consiste no direito de determinados agrupamentos de pessoas

reunirem-se temporariamente para a livre manifestação dos seus pensamentos

(por exemplo, uma passeata pela liberalização do uso da maconha, manifestação

considerada legítima pelo STF). É também direito individual, pois assegura a

qualquer indivíduo a livre opção de participar ou não de determinada reunião.

19.1. Segundo o art. 5°, XVI, da CF/88, “todos podem reunir-se pacificamente, sem

armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização,

desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o

mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”.

19.2. Objetivamente, observe que não é necessária a autorização do Poder

Público para o exercício do direito de reunião, sendo exigido apenas: (i) aviso

prévio; (ii) fins pacíficos; (iii) ausência de armas; (iv) locais abertos ao público;

e (v) não-frustração de outra reunião anteriormente marcada para o mesmo

local.

19.3. Assim, o Estado tem o dever de assegurar aos indivíduos o livre exercício do

direito de reunião, protegendo-os, inclusive, contra aqueles que são

contrários à assembleia. Ademais, a liberdade de reunião protege ainda o

direito de não se reunir a outros.

19.4. ACF/88 admite a restrição excepcional desse direito nos casos de estado de

defesa (art. 136, § 1°, I, “a”) e estado de sítio (art. 139, IV).

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19.5. No caso de lesão ou ameaça ao direito de reunião, o indivíduo deve recorrer

ao mandado de segurança (e não à utilização de habeas corpus).

20. Liberdade de associação - A liberdade de associação é plena e também se

relaciona ao exercício da liberdade de expressão. Diferencia-se, entretanto, do

direito de reunião; porque a associação reveste-se de caráter de permanência, de

continuidade (ao contrário da natureza ocasional e temporária da reunião).

20.1. A Constituição assegura a liberdade de associação para fins lícitos, mas veda

a associação de caráter paramilitar (CF, art. 5°, XVII). Essa liberdade inclui os

seguintes aspectos:

20.1.1. para a criação (de associações, bem como de cooperativas) não é

necessária autorização do Poder público (CF, art. 5°, XVIII);

20.1.2. é vedada a interferência estatal em seu funcionamento (CF, art. 5°,

XVIII);

20.1.3. além do direito de associar-se, é também assegurado o direito de

não se associar ou não se manter associado (CF, art. 5°, XX);

20.2. Sobre a liberdade de associação, o dispositivo mais importante (mais

cobrado em concursos) é o art. 5°, XIX, da CF/88, segundo o qual as

associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas

atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o

trânsito em julgado.

20.3. Ou seja, suspensão ou dissolução das associações são temas que exigem

reserva de jurisdição (estão protegidos contra a atuação administrativa).

Assim, a associação poderá ter suas atividades suspensas ou ser dissolvida

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por determinação judicial. Mas, atenção! Como o caso de dissolução é mais

gravoso, ele (somente a dissolução compulsória) exige trânsito em julgado.

21. Representação Judicial e Substituição Processual - As entidades associativas,

quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus

filiados judicial ou extrajudicialmente (CF, art. 5º, XXI). Trata-se de hipótese de

representação judicial (desde que expressamente autorizada, uma associação

poderá ajuizar ação judicial em nome de um indivíduo, no interesse dele. Nesse

caso, a associação é mera representante do indivíduo interessado).

21.1. A representação judicial não se confunde com a substituição processual. A

substituição processual ocorre na impetração do MS coletivo, em que a

associação atua em nome próprio, mas na defesa de interesse alheio.

22. Inviolabilidade domiciliar – Segundo o art. 5º, XI, da CF/88, a casa é asilo

inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do

morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,

ou, durante o dia, por determinação judicial.

22.1. Ou seja, como regra, é inviolável o domicílio, mas a própria CF admite

exceções: (i) flagrante delito ou desastre; (ii) prestação de socorro; ou (iii)

durante o dia, por determinação judicial.

22.2. Observe que: (i) por determinação judicial, só será possível penetrar na

residência sem o consentimento do morador durante o dia; (ii) no caso de

flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro não é necessário que a

ação ocorra durante o dia.

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22.3. Segundo o STF, essa inviolabilidade não alcança somente “casa”, residência

do indivíduo. Alcança, também, qualquer recinto fechado, não aberto ao

público, ainda que de natureza profissional (escritório do advogado,

consultório do médico, dependências privativas da empresa, quarto de hotel

etc.).

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b. Mapas mentais

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c. Revisão 1

QUESTÃO 1 - CESPE - ANALISTA - TRE - PI - 2016

De acordo com o STF, um direito fundamental constitucionalmente previsto possui

caráter absoluto e se sobrepõe a eventual interesse público.

QUESTÃO 2 - CESPE - JUIZ - TJDFT - 2016

A constituição consagra expressamente a teoria absoluta do núcleo essencial de

direitos fundamentais.

QUESTÃO 3 - CESPE - AUDITOR - TCE - PA - 2016

No dia 4 de janeiro de 2016, o Movimento Tarifa Zero convocou cidadãos a

participarem de manifestação contra o aumento das tarifas de trens, ônibus e metrô. A

manifestação seria realizada no dia 3 de fevereiro de 2016 em frente à sede da

prefeitura de determinado município. O organizador do movimento encaminhou,

previamente à data prevista para a realização do evento, ofício à prefeitura e às

demais autoridades competentes avisando sobre a manifestação. Em resposta ao

ofício, a prefeitura informou que não autorizaria a realização do movimento em

quaisquer áreas públicas daquele município, sob o fundamento de que no município

ainda não havia legislação disciplinando o exercício do direito de reunião.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

Em casos como o descrito não se faz necessário o prévio aviso, de modo que o

organizador do movimento poderia ter encaminhado ofício à prefeitura e às demais

autoridades competentes em data posterior à realização da reunião.

QUESTÃO 4 - CESPE - ANALISTA - TRE - PI - 2016

Por constituírem direitos relativos às pessoas naturais, os direitos e garantias

fundamentais não são extensíveis às pessoas jurídicas.

QUESTÃO 5 - CESPE - TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR - FUB - 2015

Homens e mulheres são absolutamente iguais em direitos e obrigações.

QUESTÃO 6 - CESPE - DEFENSOR - DPE - RN - 2015

A inviolabilidade domiciliar refere-se à residência que o indivíduo ocupa com intenção

de moradia definitiva, mas não alcança seu escritório profissional ou outro local de

trabalho.

QUESTÃO 7 - CESPE - DEFENSOR - DPE - RN - 2015

Os direitos fundamentais são também oponíveis às relações privadas, em razão de

sua eficácia vertical.

QUESTÃO 8 - CESPE - DELEGADO - PC - PE - 2016

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Os direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, razão por que nenhum

dos direitos individuais elencados na CF necessita de lei para se tornar plenamente

exequível.

QUESTÃO 9 - CESPE - NÍVEL MÉDIO - FUB - 2015

Direito fundamental pode sofrer limitações, mas é inadmissível que se atinja seu

núcleo essencial de forma tal que se lhe desnature a essência.

QUESTÃO 10 - CESPE - PROCURADOR - SALVADOR - 2015

Seria inconstitucional lei que estabelecesse limite de idade para o acesso a cargos

públicos da administração pública, ainda que essa limitação fosse justificada pela

natureza das atribuições do cargo.

QUESTÃO 11 - CESPE - TÉCNICO - TRE - PE - 2017

Todos poderão reunir-se pacificamente, em locais abertos ao público, desde que haja

prévia autorização do poder público.

QUESTÃO 12 - CESPE - ANALISTA - STJ - 2018

O racismo estrutural gera desigualdade material profunda entre os candidatos

inscritos em concurso público, razão pela qual é constitucional assegurar vantagens

competitivas aos que se autodeclararem negros.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

QUESTÃO 13 - CESPE - TÉCNICO - TRE - PI - 2016

Os direitos sociais, econômicos e culturais são, atualmente, classificados como direitos

fundamentais de terceira geração.

QUESTÃO 14 - CESPE - TÉCNICO - TRE - RS - 2015

Ao estrangeiro em trânsito no território nacional, por não ser residente no país, não

está assegurado o exercício dos direitos e garantias fundamentais.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

d. Revisão 2

QUESTÃO 15 - CESPE - ANALISTA - SEGER–2013

Na dimensão objetiva, os direitos fundamentais são qualificados como princípios

estruturantes do Estado democrático de direito, de modo que sua eficácia irradia para

todo o ordenamento jurídico.

QUESTÃO 16 - CESPE - ANALISTA - DPU - 2016

O direito fundamental à vida também se manifesta por meio da garantia de condições

para uma existência digna.

QUESTÃO 17 - CESPE - ANALISTA – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014

Conforme já manifestou o STF e a doutrina dominante, os direitos individuais e

coletivos não se restringem aos elencados no artigo quinto da CF, podendo ser

encontrados ao longo do texto constitucional.

QUESTÃO 18 - CESPE - ANALISTA - STJ - 2015

A defesa, em espaços públicos, da legalização das drogas foi considerada pelo STF

como manifestação pública compatível com o direito à liberdade de pensamento.

QUESTÃO 19 - CESPE - ANALISTA - STJ - 2018

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DIREITO CONSTITUCIONAL

O rol dos direitos fundamentais previsto na Constituição Federal de 1988 é taxativo,

isto é, o Brasil adota um sistema fechado de direitos fundamentais.

QUESTÃO 20 - CESPE - ANALISTA - STJ - 2015

O direito de reunião constitui instrumento viabilizador do exercício da liberdade de

expressão e propicia a ativa participação da sociedade civil mediante exposição de

ideias, opiniões, propostas, críticas e reinvindicações.

QUESTÃO 21 - CESPE - ANALISTA - TRE - PI - 2016

Enquanto os direitos civis e políticos se baseiam em abstenções por parte do Estado,

os direitos sociais pressupõem prestações positivas do Estado.

QUESTÃO 22 - CESPE - NÍVEL MÉDIO - FUB - 2015

O respeito aos direitos fundamentais deve subordinar tanto o Estado quanto os

particulares, igualmente titulares e destinatários desses direitos.

QUESTÃO 23 - CESPE - ANALISTA – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014

Historicamente, os direitos fundamentais de primeira dimensão pressupõem dever de

abstenção pelo Estado, ao contrário dos direitos fundamentais de segunda dimensão,

que exigem, para sua concretização, prestações estatais positivas.

QUESTÃO 24 - CESPE - ANALISTA – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014

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A CF classifica, para fins de sistematização, o gênero direitos e garantias fundamentais

em dois grupos: direitos e deveres individuais e coletivos e direitos sociais.

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e. Revisão 3

QUESTÃO 25 - CESPE - ANALISTA – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014

Os direitos de primeira dimensão, ou direitos de liberdades, têm por titular o

indivíduo, são oponíveis ao Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da

pessoa, ostentando a subjetividade como traço característico, e são considerados

direitos de resistência ou de oposição perante o Estado.

QUESTÃO 26 - CESPE - TÉCNICO - TCE - PA - 2016

Em caso de flagrante delito no interior do domicílio de determinado indivíduo, no

período noturno, a autoridade policial poderá adentrá-lo independentemente de

determinação judicial.

QUESTÃO 27 - CESPE - ANALISTA – TRF – 1ª REGIÃO - 2017

A Constituição Federal, ao prever, de forma exaustiva, os direitos e garantias

fundamentais dos indivíduos, faz que sejam desconsiderados outros direitos

humanos, mesmo que estejam previstos em tratados internacionais dos quais o Brasil

seja parte.

QUESTÃO 28 - CESPE - AGENTE – SERES – PE - 2017

O direito individual fundamental à vida possui duplo aspecto: sob o prisma biológico,

traduz o direito à integridade física e psíquica; em sentido mais amplo, significa o

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direito a condições materiais e espirituais mínimas necessárias a uma existência

condigna à natureza humana.

QUESTÃO 29 - CESPE - TÉCNICO - TRE - PE - 2017

É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusa a de caráter paramilitar.

QUESTÃO 30 - CESPE - TÉCNICO - INSS - 2016

Em decorrência do princípio da igualdade, é vedado ao legislador elaborar norma que

dê tratamento distinto a pessoas diversas.

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f. Normas

CONSTITUIÇÃO FEDERAL (arts. 5º)

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade

do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos

seguintes: (aplica-se mesmo aos não residentes)

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta

Constituição;

(...)

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar

sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou

para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

(...)

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao

público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião

anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à

autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de

caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas

independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu

funcionamento;

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DIREITO CONSTITUCIONAL

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter

suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o

trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer

associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm

legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

(...)

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm

aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros

decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados

internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que

forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três

quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas

constitucionais.

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja

criação tenha manifestado adesão.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

g. Gabarito

1 2 3 4 5

E E E E E

6 7 8 9 10

E E E C E

11 12 13 14 15

E C E E C

16 17 18 19 20

C C C E C

21 22 23 24 25

C C C E C

26 27 28 29 30

C E C E E

28
DIREITO CONSTITUCIONAL

h. Breves comentários às questões

QUESTÃO 1 - CESPE - ANALISTA - TRE - PI – 2016

De acordo com o STF, um direito fundamental constitucionalmente previsto possui

caráter absoluto e se sobrepõe a eventual interesse público.

Não podemos considerar que os direitos fundamentais sejam absolutos. Item errado.

QUESTÃO 2 - CESPE - JUIZ - TJDFT - 2016

A constituição consagra expressamente a teoria absoluta do núcleo essencial de

direitos fundamentais.

A Constituição não consagra expressamente nenhuma teoria sobre os limites da restrição a

direitos fundamentais. Trata-se de debate mais propriamente doutrinário. Item errado.

QUESTÃO 3 - CESPE - AUDITOR - TCE - PA - 2016

No dia 4 de janeiro de 2016, o Movimento Tarifa Zero convocou cidadãos a

participarem de manifestação contra o aumento das tarifas de trens, ônibus e metrô. A

manifestação seria realizada no dia 3 de fevereiro de 2016 em frente à sede da

prefeitura de determinado município. O organizador do movimento encaminhou,

previamente à data prevista para a realização do evento, ofício à prefeitura e às

demais autoridades competentes avisando sobre a manifestação. Em resposta ao

ofício, a prefeitura informou que não autorizaria a realização do movimento em

quaisquer áreas públicas daquele município, sob o fundamento de que no município

ainda não havia legislação disciplinando o exercício do direito de reunião.

29
DIREITO CONSTITUCIONAL

Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.

Em casos como o descrito não se faz necessário o prévio aviso, de modo que o

organizador do movimento poderia ter encaminhado ofício à prefeitura e às demais

autoridades competentes em data posterior à realização da reunião.

O exercício do direito de reunião não exige autorização, mas exige aviso prévio (CF, art. 5º,

XVI). Item errado.

QUESTÃO 4 - CESPE - ANALISTA - TRE - PI - 2016

Por constituírem direitos relativos às pessoas naturais, os direitos e garantias

fundamentais não são extensíveis às pessoas jurídicas.

Embora surjam tendo como destinatárias as pessoas naturais, hoje se admite a existência

de diversos direitos fundamentais que alcançam também as pessoas jurídicas. Item errado.

QUESTÃO 5 - CESPE - TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR - FUB - 2015

Homens e mulheres são absolutamente iguais em direitos e obrigações.

Evidentemente, não são absolutamente iguais. É plenamente razoável o estabelecimento de

direitos distintos, como, por exemplo, a exigência de menor idade para aposentadoria das

mulheres. Item errado.

QUESTÃO 6 - CESPE - DEFENSOR - DPE - RN - 2015

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DIREITO CONSTITUCIONAL

A inviolabilidade domiciliar refere-se à residência que o indivíduo ocupa com intenção

de moradia definitiva, mas não alcança seu escritório profissional ou outro local de

trabalho.

Para efeito da inviolabilidade domiciliar, prevista no art. 5º, XI, da Constituição, o conceito

de “casa” é amplo, abrangendo quaisquer locais não abertos ao público, como o escritório.

Item errado.

QUESTÃO 7 - CESPE - DEFENSOR - DPE - RN - 2015

Os direitos fundamentais são também oponíveis às relações privadas, em razão de

sua eficácia vertical.

É a eficácia horizontal dos direitos fundamentais que lhes atribui a característica de serem

oponíveis também no âmbito das relações privadas. Item errado.

QUESTÃO 8 - CESPE - DELEGADO - PC - PE - 2016

Os direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, razão por que nenhum

dos direitos individuais elencados na CF necessita de lei para se tornar plenamente

exequível.

Há direitos fundamentais, previstos em normas de eficácia limitada, que dependem de

regulamentação para a produção de seus efeitos essenciais. Item errado.

QUESTÃO 9 - CESPE - NÍVEL MÉDIO - FUB - 2015

Direito fundamental pode sofrer limitações, mas é inadmissível que se atinja seu

núcleo essencial de forma tal que se lhe desnature a essência.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

De fato, as restrições aos direitos fundamentais não podem chegar a tal ponto de

desnaturar seu núcleo essencial. Item certo.

QUESTÃO 10 - CESPE - PROCURADOR - SALVADOR - 2015

Seria inconstitucional lei que estabelecesse limite de idade para o acesso a cargos

públicos da administração pública, ainda que essa limitação fosse justificada pela

natureza das atribuições do cargo.

O limite de idade para inscrição em concurso público é considerado legítimo quando possa

ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser pretendido. É o entendimento

extraído da Súmula 683 do STF. Item errado.

QUESTÃO 11 - CESPE - TÉCNICO - TRE - PE - 2017

Todos poderão reunir-se pacificamente, em locais abertos ao público, desde que haja

prévia autorização do poder público.

O exercício do direito de reunião não exige autorização, mas mero aviso prévio (CF, art. 5º,

XVI). Item errado.

QUESTÃO 12 - CESPE - ANALISTA - STJ - 2018

O racismo estrutural gera desigualdade material profunda entre os candidatos

inscritos em concurso público, razão pela qual é constitucional assegurar vantagens

competitivas aos que se autodeclararem negros.

Estão plenamente de acordo com o princípio da igualdade as políticas de “cotas” e outras

ações afirmativas, eis que representam meio apto a efetivar a igualdade material e permitir

32
DIREITO CONSTITUCIONAL

a suplantação de desigualdades ocasionadas por situações históricas particulares. Item

certo.

QUESTÃO 13 - CESPE - TÉCNICO - TRE - PI - 2016

Os direitos sociais, econômicos e culturais são, atualmente, classificados como direitos

fundamentais de terceira geração.

Os direitos sociais, econômicos e culturais classificam-se como de segunda geração. Item

errado.

QUESTÃO 14 - CESPE - TÉCNICO - TRE - RS - 2015

Ao estrangeiro em trânsito no território nacional, por não ser residente no país, não

está assegurado o exercício dos direitos e garantias fundamentais.

Segundo o STF, os direitos e garantias fundamentais aplicam-se também aos estrangeiros

em trânsito no território nacional, e não só aos estrangeiros residentes no país. Item

errado.

QUESTÃO 15 - CESPE - ANALISTA - SEGER – 2013

Na dimensão objetiva, os direitos fundamentais são qualificados como princípios

estruturantes do Estado democrático de direito, de modo que sua eficácia irradia para

todo o ordenamento jurídico.

Numa dimensão objetiva, os direitos fundamentais devem ser compreendidos como o

conjunto de valores objetivos básicos de conformação do Estado Democrático de Direito:

estabelecem diretrizes para a atuação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e para

33
DIREITO CONSTITUCIONAL

as relações entre particulares (é a chamada eficácia irradiante dos direitos fundamentais,

que os faz dirigirem-se a todo o ordenamento jurídico). Item certo.

QUESTÃO 16 - CESPE - ANALISTA - DPU - 2016

O direito fundamental à vida também se manifesta por meio da garantia de condições

para uma existência digna.

O direito extrapola a mera existência física, alcançando o direito a uma existência digna.

Item certo.

QUESTÃO 17 - CESPE - ANALISTA – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014

Conforme já manifestou o STF e a doutrina dominante, os direitos individuais e

coletivos não se restringem aos elencados no artigo quinto da CF, podendo ser

encontrados ao longo do texto constitucional.

De fato, existem direitos e garantias previstos em outras normas constitucionais, e não só

no art. 5º (a exemplo da a garantia da anterioridade tributária, prevista no art. 150, III, “b”,

da Constituição). Item certo.

QUESTÃO 18 - CESPE - ANALISTA - STJ - 2015

A defesa, em espaços públicos, da legalização das drogas foi considerada pelo STF

como manifestação pública compatível com o direito à liberdade de pensamento.

O STF considerou válida a realização da marcha da maconha. Item certo.

34
DIREITO CONSTITUCIONAL

QUESTÃO 19 - CESPE - ANALISTA - STJ - 2018

O rol dos direitos fundamentais previsto na Constituição Federal de 1988 é taxativo,

isto é, o Brasil adota um sistema fechado de direitos fundamentais.

O rol constitucional de direitos fundamentais integra rol aberto, não exaustivo. Item errado.

QUESTÃO 20 - CESPE - ANALISTA - STJ - 2015

O direito de reunião constitui instrumento viabilizador do exercício da liberdade de

expressão e propicia a ativa participação da sociedade civil mediante exposição de

ideias, opiniões, propostas, críticas e reinvindicações.

De fato, o direito de reunião liga-se à liberdade de expressão e ao regime democrático de

governo, uma vez que consiste no direito de determinados agrupamentos de pessoas

reunirem-se temporariamente tendo por objeto um interesse comum, que poderá ser, por

exemplo, o mero intercâmbio de ideias, a divulgação de problema da comunidade ou a

reivindicação de alguma providência. Item certo.

QUESTÃO 21 - CESPE - ANALISTA - TRE - PI - 2016

Enquanto os direitos civis e políticos se baseiam em abstenções por parte do Estado,

os direitos sociais pressupõem prestações positivas do Estado.

Direitos civis e políticos são direitos fundamentais de primeira dimensão (exigem

abstenções), enquanto direitos sociais são de segunda geração (exigem prestações). Item

certo.

QUESTÃO 22 - CESPE - NÍVEL MÉDIO - FUB - 2015

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DIREITO CONSTITUCIONAL

O respeito aos direitos fundamentais deve subordinar tanto o Estado quanto os

particulares, igualmente titulares e destinatários desses direitos.

Embora os direitos fundamentais surjam tendo pessoas naturais como destinatárias, hoje

se admite a existência de direitos fundamentais até mesmo em favor do Estado. Item certo.

QUESTÃO 23 - CESPE - ANALISTA – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014

Historicamente, os direitos fundamentais de primeira dimensão pressupõem dever de

abstenção pelo Estado, ao contrário dos direitos fundamentais de segunda dimensão,

que exigem, para sua concretização, prestações estatais positivas.

Direitos de primeira dimensão exigem abstenções, enquanto direitos sociais, de segunda

geração, exigem prestações estatais. Item certo.

QUESTÃO 24 - CESPE - ANALISTA – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014

A CF classifica, para fins de sistematização, o gênero direitos e garantias fundamentais

em dois grupos: direitos e deveres individuais e coletivos e direitos sociais.

Segundo a Constituição, são cinco as categorias: individuais e coletivos, sociais,

nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos. Item errado.

QUESTÃO 25 - CESPE - ANALISTA – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014

Os direitos de primeira dimensão, ou direitos de liberdades, têm por titular o

indivíduo, são oponíveis ao Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da

pessoa, ostentando a subjetividade como traço característico, e são considerados

direitos de resistência ou de oposição perante o Estado.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

Os direitos de primeira dimensão são oponíveis ao Estado, limitando seu poder em face da

pessoa. Exigem abstenção do Estado e funcionam como contenção ao exercício do poder

estatal, razão pela qual podem ser caracterizados como de resistência ou oposição. Item

certo.

QUESTÃO 26 - CESPE - TÉCNICO - TCE - PA - 2016

Em caso de flagrante delito no interior do domicílio de determinado indivíduo, no

período noturno, a autoridade policial poderá adentrá-lo independentemente de

determinação judicial.

Se motivada em virtude de flagrante delito, a entrada forçada na residência independe de

determinação judicial e pode ser realizada em período noturno. Item certo.

QUESTÃO 27 - CESPE - ANALISTA – TRF – 1ª REGIÃO - 2017

A Constituição Federal, ao prever, de forma exaustiva, os direitos e garantias

fundamentais dos indivíduos, faz que sejam desconsiderados outros direitos

humanos, mesmo que estejam previstos em tratados internacionais dos quais o Brasil

seja parte.

Não constitui rol exaustivo a previsão constitucional que apresenta os direitos e garantias

fundamentais. Item errado.

QUESTÃO 28 - CESPE - AGENTE – SERES – PE - 2017

O direito individual fundamental à vida possui duplo aspecto: sob o prisma biológico,

traduz o direito à integridade física e psíquica; em sentido mais amplo, significa o

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DIREITO CONSTITUCIONAL

direito a condições materiais e espirituais mínimas necessárias a uma existência

condigna à natureza humana.

O direito à vida não se resume à mera existência física (perspectiva biológica), eis que

abrange também o direito a uma existência digna. Item certo.

QUESTÃO 29 - CESPE - TÉCNICO - TRE - PE - 2017

É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusa a de caráter paramilitar.

É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar (CF, art.

5º, XVII). Item errado.

QUESTÃO 30 - CESPE - TÉCNICO - INSS - 2016

Em decorrência do princípio da igualdade, é vedado ao legislador elaborar norma que

dê tratamento distinto a pessoas diversas.

O princípio da igualdade não impede que a lei crie distinções entre pessoas que se

encontram em situação de desigualdade (ou seja, admite-se tratar desigualmente os

desiguais, como forma de promover, em alguma medida, maior equiparação entre eles).

Item errado.

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