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Pelos relatos descritos constata-se que a problemática de Ana não se dá de aspectos cognitivos,
pois há o relato de que as funções qualitativas cognitivas operatórias concretas esperadas, para a faixa
etária do caso analisado, encontram-se dentro da “normalidade”. Mas, diante da leitura da problemática,
percebe-se claramente que Ana está sendo submetida há um modelo tradicional de ensino além de uma
cobrança excessiva dos pais para que ela acompanhe o que é esperado na escola.
Nesse sentido, há um bloqueio entre o que é ensinado e o que é aprendido. As metodologias
aplicadas e a linguagem empregada pela professora não são claras e eficientes para que promovam a
aprendizagem ou o desejo de aprender em Ana.
Segundo Celso Antunes há reflexões que o corpo docente precisa fazer dentro de sua rotina de
trabalho e metodologias aplicadas e ele propõe perguntas que nos faz pensar nessas questões: “Qual é a
maneira certa de educar? Como se portar na sala de aula? Se o ensino não ocorre, o que há de errado? E
você, é professor ou um "professauro"?” Celso Antunes se mostra irônico e ideológico em sua obra
“Professores e Professauros”, mas, ao mesmo tempo, proporciona uma reflexão sobre o nosso saber
fazer. Para que a aprendizagem da Ana ocorra, de forma significativa, Ana deveria ser vista como “um
sujeito” com suas dificuldades e não “uma entre tantos dentro de uma sala de aula”. Teria que haver
uma mudança metodológica da professora para uma forma lúdica e os pais teriam que perceber as
questões mais individuais de Ana e respeitá-las, ou ainda, de um jeito mais fácil e rápido, a solução seria
retirar a criança da atual escola e procurar uma outra.
Segundo Celso Antunes:
Quanto ás aulas que deverão ministrar: Para os professores, um momento
especial para propor novas situações de aprendizagens pesquisadas e através das
mesmas provocar reflexões, despertar argumentações, estimular competências e
habilidades; para os professauros, nada além que a repetitividade de informações
que estão nos livros e apostilas e a solicitação de esforço agudo das memórias
para acolher o que se transmite, ainda que sem qualquer significação e poder de
contextualização ao mundo em que se vive.
Assim, Ana não aprenderá por que não há aprendizagem sem significado, sem sentido, sem
fundamentação. O que Ana aprende precisa fazer parte da sua vida, precisa ter utilidade, precisa causa-
lhe curiosidade. A problemática de Ana está na escola e na família e, desta forma, o psicopedagogo
deverá criar estratégias para intervir.
REFERÊNCIAS