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INTRODUÇÃO
A preocupação com as questões que envolvem as relações humanas com o meio
ambiente despertou a partir da graduação em geografia na Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul/UFMS - Campus de Três Lagoas/MS, no período de 2002 a 2005.
O interesse pela questão ambiental foi se sobressaindo desde então e, no curso de pós-
graduação lato sensu em educação na Universidade Estadual de Mato Grosso do
Sul/UEMS - Campus de Paranaíba/MS, no período de 2007 a 2008, surgiu a
oportunidade de aproveitar o conhecimento adquirido acerca da problemática ambiental
para abordar a temática educação ambiental.
A necessidade de repensar a relação homem/natureza é uma preocupação
crescente na sociedade contemporânea, visto que esta vem passando por processos de
desequilíbrio que retratam a sua fragilidade ambiental. Fato que remete à ação da
conscientização popular, função da prática da educação ambiental.
OBJETIVO
O objetivo é enfatizar a importância e a forma de como abordar o tema educação
ambiental em todos os níveis de ensino.
Este objetivo se desdobra em refletir a importância de se pensar a temática
ambiental, mais especificamente das relações sócio-ambientais, relevando a importância
de formar cidadãos preocupados com ações simples do dia-a-dia, voltadas para a
preservação do meio ambiente.
METODOLOGIA
Para desenvolver o presente artigo utilizou-se de pesquisa bibliográfica, por
meio de leituras multidisciplinares de temas como educação, educação ambiental e
outras variadas discussões que retratam questões ambientais contemporâneas.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Cada ser vivo desempenha um papel importante no ecossistema2, cabendo ao ser
humano, por meio de sua racionalidade, repensar a sua relação com o meio ambiente.
Nesse sentido, é de grande valia o processo de conscientização da população,
oferecendo subsídios para que a mesma aprenda a lidar com as adversidades provocadas
pelo uso não sustentável dos recursos naturais3, uma vez que, quando um determinado
meio natural é utilizado e transformado pelo homem, sem nenhum cuidado com o
planejamento de uso e manejo, causa desequilíbrio ambiental.
Com referência ao desenvolvimento sustentável4, Silva & Albuquerque (2004, p.
01) relatam que:
O professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos que uma das
bonitezas de nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres
históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas,
histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. Ao
ser produzido, o conhecimento novo supera outro que antes foi novo e se fez
velho e se “dispõe” a ser ultrapassado amanhã.
De acordo com Bastos & Freitas (2007, p. 17), “[...] o correto equacionamento
dos problemas ambientais passa pela instauração de um processo para o despertar de
uma nova consciência e de uma nova postura ética em cada cidadão diante da natureza”.
Nesse sentido, é de grande valia a promoção de discussões relacionadas ao tema Meio
Ambiente junto às instituições de ensino, em todas as suas etapas de funcionamento,
percolando desde as séries iniciais até os cursos de pós-graduação destinados à
formação e capacitação de professores, já que as instituições de ensino são os locais
mais propícios para fomentar a conscientização quanto à postura desempenhada pelo
homem frente aos recursos naturais.
Para tanto, é necessário o pensar no papel desempenhado pelos cursos de
formação de professores e como tais profissionais estão chegando ao mercado de
trabalho.
A discussão acerca da temática educação ambiental deve ser adotada como
prática rotineira em todos os níveis do conhecimento. Esta deve ser uma constante na
relação professor-aluno, fato que irá permear além das discussões acadêmicas, o
repensar de suas atuações na relação homem/natureza. O que levará ao efetivo
surgimento de uma consciência ambiental na prática diária e individual de cada um dos
atores sociais, que associados a um conjunto em constante dinâmica, atuam no seio da
sociedade mundial, construindo e remodelando-a. Guimarães (2007a, p. 15) traz:
CONCLUSÃO
A raça humana, que se constituiu historicamente como dominadora, está se
apresentando com extrema fragilidade frente às questões ambientais. Diante dessa
perspectiva, resta indagar “para onde caminha a humanidade?”, mesmo sabendo que
não existe uma resposta concreta.
Enquanto a dúvida paira, precisam ser implementadas, em escala global, ações
individuais e ao mesmo tempo integradas em uma rede de atores, que promovam a
conscientização sócio-ambiental mundial. Pois só assim se conseguirá melhorias nas
condições ambientais mundiais, uma vez que cada pessoa, independente de condições
culturais, sociais e econômicas, é responsável por repensar as ações que regem as
relações homem/natureza. Integrados, construirão em escala global, uma sociedade
equilibrada e mantenedora das condições favoráveis ao contínuo desenvolvimento da
vida no planeta Terra.
Portanto, as preocupações não se restringem apenas aos profissionais das áreas
de conhecimento afins. Assim, esta discussão deve permear todos os setores da
sociedade, visto que a degradação da qualidade ambiental é uma preocupação
abrangente, que envolve a sociedade e consequentemente todas as áreas do
conhecimento.
Conclui-se também, ser a prevenção a única forma de se lidar com as questões
que envolvem a degradação da qualidade de vida. E tal ação ocorrerá por meio da
prática da educação ambiental junto à sociedade mundial, fato que reafirma a
importância de formar educadores ambientais para atuarem em todos os níveis do
processo educacional.
NOTAS
1
Graduado em Geografia - Licenciatura e Bacharelado - pela Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas/MS, Especialista em Educação pela
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Campus de Paranaíba/MS, Mestrando
em Geografia - Área de Concentração Análise Geoambiental - pela Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas/MS.
2
Descrição de todos os componentes de uma área específica, incluindo os componentes
vivos (organismos) e os fatores não-vivos (como ar, solo e água), além das interações
que existem entre todos esses componentes. Essas interações proporcionam uma
diversidade relativamente estável de organismos e envolvem uma contínua reciclagem
de nutrientes entre os componentes (DASHEFSKY, 2003, p. 105).
3
Substâncias, estruturas e processo frequentemente utilizados pelas pessoas, mas que
não podem ser criados por elas. Por exemplo, o sol, a terra e os oceanos são recursos
naturais e seus usos são óbvios. Os recursos naturais podem ser renováveis ou não-
renováveis. Os renováveis incluem o sol, o solo, as plantas e a vida animal, uma vez que
todos eles se perpetuam naturalmente. Alguns desses recursos renováveis, tais como o
sol, são usados como fontes de energia renovável. Os recursos não-renováveis são
aqueles que não se perpetuam. Se forem continuamente utilizados pelos seres humanos,
irão se esgotar algum dia. Por exemplo, o fornecimento de minerais tais como o minério
de ferro é finito e irá se esgotar um dia. A maioria das necessidades energéticas do
mundo são atendidas pelos combustíveis fósseis, que são fontes de energia não-
renováveis e se esgotarão no futuro (DASHEFSKY, 2003, p. 237-238).
4
Utilização racional dos recursos naturais, promovendo a manutenção do meio
ambiente equilibrado às gerações presentes e futuras.
5
Configura-se como paisagem, a expressão visível, que ao mesmo tempo é o suporte do
meio (PASSOS, 2003, p. 30-58).
6
Os gases-estufa produzem o efeito estufa, que retém calor próximo à superfície
terrestre, mantendo uma temperatura relativamente constante. Muitas atividades
humanas aumentam a quantidade de gases-estufa na atmosfera, o que pode provocar um
aumento gradual da temperatura de superfície da Terra, processo conhecido como
aquecimento global (DASHEFSKY, 2003, p. 32).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BASTOS, Anna Christina Saramago & FREITAS, Antônio Carlos de. Agentes e
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BISSACO, Joelcio Zoboli; SOUZA, José João Lelis Leal de. As incertezas sobre o
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2004, Goiânia/GO, Anais... Goiânia/GO, 2004. CD-ROM.
SILVA, Paulo Sérgio Ferreira da; ALBUQUERQUE, Maria de Jesus Ferreira César de.
Educação ambiental para a questão ambiental: uma proposta para escola pública. In: VI
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