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Guia Completo

Comece a investir na
Bolsa de Valores

Você já ouviu falar em ações, não é mesmo? Deve ter sido algo do tipo:
"ações são arriscadas"," é coisa de rico", "você vai perder tudo", "O mercado
é manipulado".

De fato, a reputação das ações é péssima. E de fato, a maioria não ganha


dinheiro com esse investimento. A maioria perde. Iremos te ensinar porque
isso ocorre e o que fazer para vencer, mesmo que você não tenha nenhuma
experiência e conhecimento.

O que são ações

Uma ação, também apelidada de "papel", é a menor parte do capital social de


uma companhia. Quem detém uma ação é chamado de dono, sócio, ou
acionista da empresa.

Qualquer empresa? Não.

Somente Sociedades Anônimas (S/A).

Essas sociedades obedecem à lei das S/A (No 6404/76), e o anonimato vem
do fato de que a ação pode trocar de mãos.

Você pode comprar ou vender uma ação. Logo, o dono da companhia


também muda. Não há o registro da empresa no nome de ninguém, ao
contrário de uma padaria de esquina, por exemplo.

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Só que existem dois tipos de S.A.:
• S/A. de capital fechado
• S/A. de capital aberto

As S/A de capital fechado não permitem que o público adquira papéis.


Já as S/A de capital aberto permitem, e são fiscalizadas pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM). É este tipo de sociedade que nos interessa.
Ações como fatias de tortas

Caso o conceito de uma ação ainda não esteja claro para você, pense na
empresa como se fosse uma grande torta, dividida em dez fatias. Cada fatia é
como uma ação. Assim:

• Quem tem uma fatia (ação) tem 10% da torta (empresa).


• Duas fatias dariam direito a 20%.
• E assim por diante...

Embora esse exemplo seja fácil de entender, na prática as empresas tem


milhões ou bilhões de ações, e a maioria dos acionistas vai ter algo como
0,0001% de participação.

Portanto, quem tem pouca participação, também chamado de minoritário, não


influencia em nada a condução dos negócios da sociedade.

De fato, o pequeno investidor é mais um parceiro do que sócio propriamente


dito. E isso não é necessariamente algo ruim. Pelo contrário. As S/A possuem
uma administração profissional, sem necessitar do envolvimento dos
acionistas.

Além disso, vale mencionar que essas companhias geralmente são negócios
já estabelecidos, com um faturamento na casa dos bilhões para a maioria das
empresas. Veja alguns exemplos.

Exemplos famosos
• Petrobrás
• Itaú
• Vale
• Eletrobrás

Reconhece algum nome da lista? Tenho certeza que sim. Qualquer pessoa
pode se tornar acionista dessas empresas.

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Mas nem só de acionistas vive uma empresa. As companhias possuem
funcionários, credores, fornecedores, despesas com luz,água, aluguel,
equipamentos, impostos, etc...

Ou seja, na prática existem os bens e direitos da companhia (ativos) mas


também existem as obrigações (passivos). A diferença entre os dois é o que
chamamos de patrimônio líquido.

Patrimônio Líquido = Ativos - Passivos

Podemos dizer que o patrimônio líquido é uma medida da riqueza dos


acionistas que está na companhia em uma determinada data.

Só que existe uma outra fonte de riqueza: A geração futura de caixa.

Toda empresa precisa gerar caixa. Uma empresa é uma entidade feita para
dar lucro, e em última instância, conseguir cada vez mais dinheiro para os
seus sócios. Portanto, podemos enxergar o acionista de uma outra maneira:

O acionista é alguém que participa da geração de caixa da companhia. E por


que isso é bom para ele? Vamos ver agora.

Porque comprar uma ação


Aprendemos há pouco que o investidor que adquire papéis de determinada
empresa se torna sócio daquele empreendimento. Dessa forma, na figura de
sócio do negócio, passa a possuir, também, participação nos seus lucros.
Portanto, se a companhia prosperar e gerar cada vez mais lucros, o acionista
obviamente será beneficiado.

E na prática o acionista ganha dinheiro de três maneiras:


• Recebendo proventos
• Com a valorização da ação
• Alugando suas ações

Então vamos ver agora com mais detalhes cada uma dessas maneiras de
remunerar o acionista.

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Proventos

Você está vendo o gráfico acima? Em cada ano desde 2004 até hoje, essa
empresa vem pagando proventos crescentes aos seus acionistas.

Por exemplo, em 2016 esse valor foi de R$ 1,6 por ação. Se tal investidor
tivesse 100 ações, teria recebido 100*R$ 1,6=R$ 160.

De onde vem esse dinheiro? Dos lucros da sociedade.

Os proventos são uma parte desses lucros, que é distribuída aos sócios.
Quando a empresa paga os proventos ocorre a transferência de dinheiro do
caixa da companhia para o bolso dos seus acionistas.

Mas na verdade existem dois tipos de proventos:


1. Dividendos
2. Juros Sobre Capital Próprio (JCP)

A única diferença entre esses dois tipos é que os dividendos são isentos de
IR para o investidor enquanto os JCP são tributados na fonte a uma alíquota
de 15%. Por que a diferença?

É o seguinte: Os dividendos já são distribuídos diretamente do lucro da


empresa. Portanto, os impostos já foram pagos. Já os JCP podem ser
deduzidos para fins fiscais, e por isso, a responsabilidade pelo tributo fica por
conta do acionista.

E como muitas empresas possuem uma alíquota de tributação maior do que


15%, então ao pagarem JCP ocorre uma economia de impostos, o que é
vantajoso para a empresa e por consequência, para o acionista.

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Entretanto, vale ressaltar que as empresas tem um limite no montante que
podem pagar de JCP. Além disso, quando a tributação é muito baixa nem faz
sentido pagar JCP. Nesse caso, ocorre somente a distribuição de dividendos.

É costume no mercado de ações falar apenas o termo "dividendos", de onde


se subentende que estamos tratando tanto de dividendos quanto de JCP.
Assim, a partir de agora usaremos apenas o termo dividendos para se referir
aos dois tipos de proventos, combinado?

O valor mínimo de dividendos


Via de regra, se a companhia der lucro o acionista terá direito a receber
dividendos. Na prática, é extremamente raro a empresa lucrar e não distribuir
dividendos.

Claro que se a operação der prejuízo, então não existe essa obrigação.
Quanto ao valor mínimo de dividendos obrigatórios, a legislação prevê as
seguintes regras:

• O mínimo será o que o estatuto social definir. O estatuto é o documento que


dita as regras básicas de funcionamento da sociedade.
• Caso o estatuto seja omisso, então o mínimo basicamente será igual a 50%
do lucro líquido, exceto por algumas tecnicalidades contábeis e ajustes que
não cabem explicar neste artigo introdutório.
• Por fim, se o estatuto for omisso e a assembleia geral decidir estabelecer
um limite, então o mínimo será de 25% do lucro líquido ajustado. A
assembleia geral é a reunião em que os acionistas votam a respeito das
principais políticas da sociedade.

Por fim, a empresa pode dar lucro e não pagar dividendos. Mas como disse, é
muito raro, pois devem ser cumpridas algumas exigências bem difíceis. E
nesses casos, a empresa deve se justificar perante à CVM.

Periodicidade dos dividendos


Um outro detalhe importante é que existem datas relacionadas à distribuição
de dividendos. Temos três datas:
1. Data de deliberação
2. Data-ex
3. Data de pagamento

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A data de deliberação é quando a assembleia ou o conselho de administração
anunciam ao mercado o montante de dividendos a serem distribuídos, e quais
serão a data-ex e a data de pagamento.

Já a data-ex é a data a partir da qual todo investidor que comprar a ação não
terá direito de receber os últimos dividendos anunciados. Visto de outra
forma, todo mundo que era acionista um dia útil antes dessa data ("dormiu"
com ação) terá direito de receber os dividendos.

Por fim, a data de pagamento é quando a companhia efetivamente paga os


dividendos aos seus acionistas.

Mas é importante lembrar que não existe um padrão na distribuição de


dividendos .Tem empresas que pagam uma vez ao ano, outras pagam
mensalmente, trimestralmente, ou de maneira irregular ao longo do ano. E às
vezes a própria empresa muda o padrão de um ano pro outro.

Dessa forma, a mesma empresa pode comunicar vários anúncios diferentes


de dividendos. Ou seja, as datas que mencionamos acima mudam a cada
novo anúncio de dividendos.

Portanto, mesmo que você compre a ação após a data-ex, você só não
receberá o próximo dividendo, que já foi anunciado. Quanto aos dividendos
que virão depois desse,você irá recebê-los desde que não venda a ação.
Compreendido?

Vamos falar agora da segunda forma do acionista ganhar dinheiro.

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Acima mostramos o gráfico do preço de uma ação. Ao final de 2003, o preço
era de R$ 0,32. Já em 2017 passou de R$ 70. Em verde está o lucro da
empresa no período.

Ou seja, ocorreu uma valorização de mais de 200 vezes ao longo desses 14


anos. Essa é a segunda forma dos acionistas ganharem dinheiro.
E o que causa essa valorização?

Vamos voltar ao básico para entender. As ações representam negócios,


empreendimentos, e sociedades que geram e distribuem riqueza para os
seus acionistas.

Portanto, se essas companhias geram cada vez mais lucros, é natural que os
investidores reconheçam esse crescimento e aceitem pagar um preço maior
pela empresa.

Por exemplo, se tivermos duas companhias exatamente iguais, exceto que


uma lucra o dobro da outra, então a empresa que lucra mais deveria valer o
dobro.

De forma oposta, se a companhia apresentar lucros cada vez menores, então


o preço da ação também deveria diminuir de acordo.
Mas essa lógica funciona na prática? Sim.

Existem diversos estudos que comprovam essa relação entre crescimento da


geração de caixa e valorização da ação. A própria empresa do gráfico acima é
um exemplo disso.

Só que há um detalhe:

Isso só é válido no longo prazo. O que é longo prazo? Estamos falando de


anos. 3, 5, 10 ,20. Ou mesmo mais do que isso.

Warren Buffet, o maior investidor de todos os tempos, por exemplo, diz que o
seu período preferido para ficar com uma ação é para sempre.

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Ações no curto prazo - Um jogo de azar

Por outro lado, em períodos mais curtos, como meses, semanas e dias, tudo
pode acontecer com o preço da ação. Subir, cair, andar de lado, dar pirueta,
mortal, etc... Veja este gráfico para entender:

Esse é o mesmo gráfico do exemplo acima, mas agora mostra somente as


cotações do último mês.

Perceba como mudou o padrão dos preços. Ao olhar períodos de anos, você
verá uma curva suave, que segue o lucro da empresa. Já no curto prazo, a
figura é completamente aleatória.

E ainda que existam pessoas que defendam enriquecer através de operações


no curto prazo, acreditamos que ganhar dinheiro de forma consistente em
períodos tão curtos é algo tão incerto quanto apostar na roleta de um cassino.

Não acreditamos nessa estratégia e nem conhecemos pessoas que tenham


enriquecido dessa maneira.

Aluguel
Enquanto o investidor permanecer com seus papéis, ele poderá disponibilizá-
los para aluguel. Esse é um procedimento sem risco, e o investidor continua
recebendo os dividendos normalmente. Mas na prática, esse tipo de
remuneração é desprezível em comparação aos dividendos e à valorização
da ação.

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E agora que você já sabe como ganhar dinheiro com ações, vamos ver o
caso do Luiz Barsi, grande mentor e investidor brasileiro.

Luiz Barsi - o Rei dos dividendos


A ideia do Luiz Barsi quando começou a investir nunca foi de virar bilionário
(apesar de ter conseguido), mas sim, construir uma carteira previdenciária,
como ele costuma dizer.

O que é a carteira previdenciária ? É uma carteira de ações que proporciona


uma renda de dividendos para aposentadoria.

Desde quando começou, na década de 60, Barsi já percebia a necessidade


de investir no mercado acionário para poder se aposentar dignamente.

Ele concluiu que as demais opções , como previdência pública, fundos de


pensão, e renda fixa, não lhe dariam o conforto desejado.

E para demonstrar como as ações poderiam ser excelentes alternativas para


aposentadoria, ele publicou um estudo na década de 70 . Recomendo que
leiam.

É uma excelente demonstração de como o efeito multiplicador dos


dividendos, especialmente o reinvestimento desses proventos, pode criar um
fluxo de renda incrível no futuro.

O caso do Barsi é emblemático, pois mesmo há mais de 40 anos ele já previa


que a previdência pública era insustentável e então começou a criar a sua
própria previdência através do mercado acionário.

Previdência hoje
Hoje em dia a situação é infinitamente pior. A pirâmide etária está invertendo,
o rombo da previdência é enorme, e as aposentadorias atuais não
proporcionam mais o mesmo padrão de vida que proporcionavam
antigamente.

Além disso, vários fundos de pensão quebraram, outros irão quebrar, e


diversos escândalos já foram descobertos (procure Operação Greenfield).

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Já os planos de previdência privada, como VGBL e PGBL também não são
boas opções. A maioria não consegue superar o índice da renda fixa, o CDI.
E falando da Renda Fixa, Barsi deu o apelido carinhoso de "Perda Fixa".

O fato é que os juros no Brasil vem diminuindo consistentemente, mesmo


quando descontamos a inflação. No Brasil se criou a cultura da agiotagem, do
rentismo, pois os juros eram bem elevados.

Acreditamos que esses dias fazem parte do passado. Se você quiser se


aposentar bem, terá que começar a explorar a renda variável. E a melhor
opção para o longo prazo costuma ser as ações.

Existem diversos estudos que comprovam isso. E no mundo todo. Aqui no


Brasil, a média de retorno foi de 7,5% acima da inflação nos últimos 50 anos.
Mas isso é somente o retorno médio, considerando empresas boas e ruins.
Tenho certeza de que o Barsi conseguiu muito mais, pois sabia selecionar
excelentes empresas e esperar as oportunidades. Vamos falar disso mais
adiante.

Agora iremos estudar os diferentes tipos de ações. Sim, existem mais de


uma. Ação Ordinária, Preferencial e Units

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Até agora nos referimos às ações como se fossem uma categoria única. Na
verdade, existem três tipos:
1. Ação Ordinária (ON)
2. Ação Preferencial (PN)
3. Units ("pacote" de ON e PN)

A ação ON é aquela que possui direito a voto em assembleias gerais. Ou


seja, quem detém 50% + 1 ação ON, de fato controla a companhia. Na
prática, existem alguns grupos de acionistas relevantes que de fato,
influenciam no rumo dos negócios. Como falamos antes, esse benefício do
voto é praticamente nulo para o minoritário.

Mas a ON tem direito a um Tag Along mínimo de 80%. Exemplo: se o controle


da empresa for vendido por um preço de 10 reais, o acionista ON poderá
vender sua ação por 80% de R$ 10, ou R$ 8 ao novo controlador.

Isso ocorre pois quem compra o controle da companhia deve


obrigatoriamente fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) para adquirir a
participação dos outros acionistas.

Dependendo da empresa , o Tag Along poderá ser de 100%.

Já a ação PN não tem direito a voto. Por outro lado, essa ação pode ter
direito a um dividendo maior que o da ON, ou mesmo preferência para
recebê-lo antes, ou então prioridade no reembolso de capital (em caso de
liquidação da companhia). A PN ainda pode ter mais de uma classe como
A,B,C, com direitos diferentes.

Por fim, a Unit representa uma cesta de ON e PN. Por exemplo, 1ON + 2PN,
1ON + 4PN, 2ON + 3PN, e assim por diante.

A Unit garante aos portadores os mesmos direitos que correspondem aos


papéis em sua composição.

Maioria é ON
Apesar de existirem esses 3 tipos de papéis, Dependendo do nível de
governança corporativa, a companhia deverá obedecer algumas regras, por
exemplo:

• Empresas do Novo Mercado e Bovespa Mais só podem emitir ON com Tag


Along de 100%.

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• Empresas do Nível II e Bovespa Mais nível II devem estender o Tag Along
de 100% para a PN.

Eu fiz um estudo há pouco e mais de 64% das empresas só tinham ON. Do


restante de 36%, a maioria das PN praticamente não eram negociadas ou
então possuíam Tag Along de 100%.

E mesmo as PN que não possuíam Tag Along e tinham um bom volume de


negociação, muitas eram de empresas de capital misto (controladas pelo
estado). Nesse caso, a venda de controle é mais difícil de ocorrer.

Ou seja, na prática, selecionar a PN ou Unit ao invés da ON é basicamente


uma questão de avaliar o preço (em função dos dividendos) e o fato de que,
em alguns casos, a ON tem muito menos negócios e volume (chamamos de
liquidez) . É o caso das empresas Grazziotin, Taesa, AES Tiete e Itaúsa, por
exemplo.

Mas mais importante que saber escolher entre ON, PN e Unit, é conseguir
selecionar a empresa certa para investir. Isso é o que veremos agora.

Como escolher qual ação comprar


Você já aprendeu que para ganhar dinheiro com ações você precisa receber
dividendos e ver a sua ação valorizar no longo prazo. No curto prazo, é
praticamente impossível enriquecer constantemente.

E como explicamos, essas duas origens de remuneração estão ligadas à


capacidade da empresa gerar lucros no futuros.

Logo, você deve selecionar as empresas que possuam um futuro promissor.


Geralmente, esses negócios possuem alta rentabilidade, endividamento
controlado, geração de caixa previsível, e várias vantagens competitivas,
como:

• Escala
• Alta fidelização dos seus clientes
• Custo alto para novos competidores entrarem

Enfim. Esse processo de analisar a companhia em si, tanto passado,


presente e futuro, é chamado de análise fundamentalista.

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E é claro que você não irá escolher apenas uma única empresa. O ideal é
possuir um portfólio de companhias diferentes.

Algumas empresas são mais arriscadas do que outras. Alguns setores são
mais imprevisíveis que outros.

Então você deve encontrar o "mix" ideal para o seu perfil. Caso você ainda
não saiba como fazer esse tipo de análise, possuímos muito conteúdo
gratuito e recomendações de investimentos para lhe ajudar.

Quando comprar
Você deve comprar uma ação quando ela está sendo vendida com muito
desconto. O que é desconto? É quando o preço da ação é menor do que o
valor dessa ação.

Essa é a ideia por trás do Value Investing, ou investimento em valor. Comprar


algo por bem menos do que o seu valor.

Como diz Warren Buffet:

" Preço é o que você paga, valor é o que você leva".

Uma Ferrari 0 km por R$ 100.000 é um bom negócio. Mas por R$ 10 milhões


não é.

Enquanto o preço é algo dado pelo mercado, o valor é algo que o próprio
investidor deve estimar.

E para fazer isso, deverá aprender a fazer Valuation, que é o cálculo do valor
ou preço justo de uma ação.

Quando vender
Saber quando vender uma ação também é importante, abaixo transcrevemos
um vídeo sobre o tema preparado pelo CEO e fundador da Suno, Tiago Reis.
A transcrição está logo abaixo.

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1º caso: valorização excessiva
[ Eu acredito que o investidor deve considerar vender sus ações em apenas
três circunstâncias.
A primeira é quando o papel passa por um processo de valorização excessivo
em bolsa. Por exemplo:

O Warren Buffet. Ele comprou papéis da coca-cola em 1987. Em 1997, dez


anos depois, o papel tinha se valorizado de maneira brutal, fazendo com que
a ação fosse negociadas por 50 vezes lucro, que era um múltiplo muito acima
da média do mercado americano, e também, muito acima da média histórica
da coca-cola.

E o que aconteceu? Desde então, praticamente as a ação da coca-cola está


no mesmo patamar. A melhor coisa que o investidor podia ter feito em 1997,
era ter vendido a ação daquela empresa.]

2º caso: outras oportunidades


[A segunda circunstância que o investidor deveria considerar vender a ação é
quando surge uma oportunidade melhor no mercado.

Como vocês sabem, o mercado é volátil. Oportunidades surgem de tempos


em tempos. Em alguma nova ação, que não está no seu portfólio.

Então, o que o investidor deveria considerar: é que caso surja uma


oportunidade muito grande em um papel que ainda não está em carteira, ou
mesmo um papel que está em carteira mas numa posição menor, você
deveria vender um papel que você já tem em carteira, e comprar uma
oportunidade nova, essa oportunidade que tem um potencial de valorização
maior do que o papel que você tem atualmente em carteira.]

3º caso: deterioração da empresa


[A terceira circunstância que o investidor deveria considerar vender sua ação,
é quando ocorre uma deterioração da empresa investida.

Geralmente, quando ocorre isso, o investidor terá que vender a ação com um
pequeno prejuízo. Faz parte. Não se acerta todas.

Mas é mais fácil você reconhecer um prejuízo inicial e usar esse recurso para
comprar uma nova oportunidade, do que ficar embarcado num barco que vai
afundar.

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É importante lembrar que o investidor pode vender até 20 mil reais por mês,
em ações, isento de imposto.

Se você considerar que o trabalhador médio que ganha 20 mil reais, paga
quase que tarifa cheia de imposto de renda, é uma grande generosidade que
o governo brasileira dá para o investidor do mercado acionário.

Portanto, essas são as três circunstâncias que eu acredito que o investidor


deveria considerar vender as suas ações.]

Como comprar uma ação


A ação é comprada e vendida através da bolsa de valores. A bolsa é uma
empresa brasileira, chamada de B3.

Antigamente, as negociações ocorriam em um local físico. Mas hoje em dia é


tudo feito pela internet. Mas há um detalhe:

Não é possível compradores e vendedores negociarem diretamente entre si.


Você precisa abrir uma conta junto à uma corretora de valores, que irá lhe
representar perante à B3.

E sempre que você comprar ou vender uma ação, você irá pagar uma
corretagem para a corretora, além de taxas para a própria B3. Cada corretora
possui um sistema de negociação diferente, que chamamos de Home Broker.
Então, para comprar ou vender a ação, basta acessar à sua conta e entrar no
Home Broker.

E é nessa mesma conta que você irá receber os dividendos e fazer


transferências e retiradas.

Existem corretoras mais baratas que outras. Algumas com atendimento


melhor. Outras com maior reputação e solidez financeira.

As corretoras dos bancos grandes costumam ser as mais caras, enquanto as


corretoras independentes são mais acessíveis.

Enfim, é preciso avaliar os prós e contras e escolher a melhor corretora para


você.

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Riscos de investir em uma ação
Até agora falamos apenas das vantagens de comprar ações. É óbvio que
existem riscos também. Todo investimento tem risco.

Ação tem risco no curto prazo e no longo prazo.

Mas sobre o curto prazo já falamos. É extremamente perigoso comprar


alguma ação para especular.

Mas mesmo no longo prazo os riscos existem. E quando falamos de períodos


longos, o principal risco é a deterioração da empresa investida.

Caso a empresa comece a dar prejuízos sucessivos, o acionista não receberá


dividendos e a cotação inevitavelmente cairá.

Portanto, se a deterioração persistir, a perda de capital pode ser permanente.


É claro que se você monta um portifólio diversificado de boas companhias e
possui um horizonte longo de investimentos, a chance de você perder
dinheiro é baixa.

Isso costuma ser verdade pois uma ação só pode cair a zero. Mas distribui
dividendos. Ou seja, a partir de um certo ano, você já terá todo o seu capital
devolvido sob a forma de proventos.

Mas existem outros riscos, como inflação e o custo de oportunidade.


Se a inflação for de 10%, mas o investidor só conseguiu 9%, ficou 1% mais
pobre.

Por outro lado, o custo de oportunidade é um assunto que vamos deixar para
outra hora. Mas para um entendimento inicial, pense no retorno da renda fixa,
como do Tesouro Direto, por exemplo.

Se a renda fixa te render 8%, mas as suas ações só derem 7%, então você
investiu mal, pois poderia estar ganhando 1% a mais na renda fixa correndo
riscos menores.

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Avaliando os fundos imobiliários
Quando falamos de fundos imobiliários de tijolo, por exemplo, é importante
revisar o portfólio de imóveis dos fundos.

Ou seja, você deve se perguntar coisas do tipo:


• Como está a região dos imóveis?
• Qual a vacância projetada?
• Existe uma pulverização de inquilinos?
• Há a possibilidade de revisionais negativas?

O setor imobiliário é bastante cíclico, e muitas vezes o ciclo em SP, por


exemplo, pode estar em outro estágio se comparado ao ciclo no RJ.

De fato, é isso que vimos em 2017 e 2018. No Rio de Janeiro, a situação dos
fundos imobiliários ainda era muito mais delicada do que em SP, que já vinha
apresentando uma modesta retomada.

Outro detalhe importante é verificar se algum fundo da carteira ainda está


distribuindo a Renda Mínima Garantida (RMG).

Nesses casos, você deverá sempre consultar a renda real, e assim evitar
surpresas desagradáveis. É o caso do FIGS11, que possui RMG até abril de
2019.

As suas cotas vêm caindo recentemente, pois o fundo vinha pagando um


yield acima da sua capacidade, fruto da garantia da RMG. Obviamente,
quanto mais próximo da RMG, maior deve ser a convergência do yield do
fundo à média do mercado de shoppings.

Muita atenção também deve ser dada aos fundos de "papéis", que investem
grande parte dos seus recursos em CRI e CRA.

Você deve verificar se as operações possuem garantias adequadas e se


também são de alta qualidade.

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Avaliando ações
Você também deve regularmente avaliar as ações que possui em carteira.
Uma sugestão é fazer esse tipo de análise trimestralmente, que é quando as
empresas divulgam suas demonstrações financeiras.

E se quiser acompanhar mais de perto, pode se cadastrar no mailing dos


sites de relações com investidores. Assim, receberá em sua caixa postal os
fatos relevantes, comunicados ao mercado, avisos aos acionistas, etc.

Você precisa avaliar, dentre outros fatores:


• Ambiente competitivo
• Barreiras de entrada
• Endividamento da companhia
• Lucratividade
• Evolução das margens

Ou seja, é sempre importante ficar atento às empresas investidas, pois os


negócios são dinâmicos e as vantagens competitivas podem diminuir com o
tempo.

Exemplos não faltam.

É o caso da Eternit, que perdeu suas vantagens competitivas de forma


praticamente definitiva.

Outro caso é o da Cielo, que vem perdendo suas margens em um cenário


competitivo que se acirrou bastante nos últimos anos.

Mais recentemente, muitos investidores também estão colocando em dúvidas


a sustentabilidade do modelo de negócios da Ultrapar, empresa com um
histórico bastante longo de geração de valor aos seus acionistas.

Além disso, cada vez mais se fala em disrupção tecnológica, em que


negócios já consolidados podem perder seus pilares rapidamente.
Nos EUA, a Kodak e Blockbuster faliram por não acompanharem as
mudanças nos campos de fotografia e vídeo, respectivamente.

Na terra do Tio Sam, a Amazon já foi responsável pelo fechamento de


milhares de lojas físicas e de diversos shopping centers.

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Esses tipos de mudanças abruptas nas perspectivas de negócios de uma
determinada empresa fazem parte do dia a dia das companhias.

E para evitar ficar em um "barco furado", você deve vender ativos


problemáticos e alocar em novas oportunidades, aquelas que você acredita
terem ainda um bom potencial pela frente.

Diversificação
Um outro aspecto que costuma ser ignorado pelos iniciantes é a importância
da diversificação. Toda decisão de investimento depende de resultados
futuros que podem ou não se comprovar.

Por isso, é fundamental você não expor uma parcela muito relevante do seu
patrimônio em poucos ativos específicos.

Dessa forma, qualquer perda decorrente de uma má alocação de capital


tende a ser compensada pela performance das outras posições do portfólio.

Diversificando a carteira de fundos imobiliários.


Para que você levante seus investimentos em FIIs, você precisa montar um
portfólio suficientemente diversificado.

Por exemplo, você pode comprar lajes corporativas, galpões logísticos,


shopping centers, fundos de CRI, entre outros tipos disponíveis.

Mas você também deve avaliar a diversificação de cada fundo em relação à


quantidade de ativos na carteira e o número de inquilinos. Fundos menos
arriscados costumam ser multi-ativos e multi-inquilinos.

Para conseguir uma diversificação extra, é interessante buscar ainda fundos


que tenha imóveis em diferentes regiões do país, apesar dos imóveis ainda
estarem muito concentrados em SP e RJ.

É o caso de:
• OI,
• Forjas Taurus,
• OGX

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Entre outras..

Por esses motivos, a diversificação é ainda mais importante quando falamos


deste tipo de ativo.

Para que você levante seus investimentos no longo prazo, é comum se


deparar com algumas ações que passam por períodos difíceis.

As vezes são temporários e outras vezes são definitivos.

O acionista que estava excessivamente concentrado na Eternit ou


Blockbuster, por exemplo, sofreu perdas de capital irreversíveis.

Conclusão sobre ações


Ações não são a oitava maravilha do mundo, não fazem milagres e também
não resolvem todos os problemas da humanidade. Apesar disso, para
aquelas pessoas que desejam garantir uma aposentadoria digna, esse
investimento é uma das melhores opções.

Especialmente nos dias de hoje. A estratégia de ser parceiro de boas


empresas para o longo prazo gerou excelentes frutos para diversos
investidores. E acreditamos que possa gerar para você também.

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