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CONTROLE ESTATÍSTICO DE
QUALIDADE: UM ESTUDO DE CASO
EM UMA EMPRESA DO SETOR
ALIMENTÍCIO NA CIDADE DE
CAMPINA GRANDE - PB
Iasmin Ayala Macedo Duarte (UFCG )
iasmin.duartte@gmail.com
Rafael Wesley Barbosa de Queiroz (UFCG )
rafaelqrzz@hotmail.com
Gabriel Alejandro Palma De Melo (UFCG )
gabriel-palma@hotmail.com
Joao Joacelio Duarte Araujo Junior (UFCG )
junior.duarte.eng@gmail.com
1. Introdução
Atualmente nos encontramos inseridos em uma economia globalizada, que induz o comércio a
buscar caminhos para inovar e se tornar mais competitivo. Logo, cabe às organizações definir
quais seguimentos deseja seguir para ter a melhoria da sua competitividade.
É com essa visão que empresas e profissionais buscam inserir a qualidade em processos
industriais como fator básico para acrescentar valores ao produto, uma vez que a mesma ela
possibilita que sejam oferecidos produtos de forma mais estável e competitiva.
Juran e Gryna (1993) definem a qualidade como a adequação ao uso, onde o produto deve ter
um bom projeto, ser produzido de acordo a ele, ser seguro para o cliente e para a empresa, ter
alta confiabilidade no uso e não apresentar falhas.
Neste contexto, este trabalho pretende analisar, fazendo uso das ferramentas de controle
estatístico de processos, partes do processo de uma empresa do ramo alimentício no
município de Campina Grande PB. Isto possibilitará verificar a situação em que se encontra o
processo da empresa estudada, bem como ajudará a entender como funcionam as ferramentas
do CEP.
O trabalho está dividido, além desta introdução, em quatro partes. A primeira trata dos
aspectos teóricos que norteiam o estudo. A segunda aborda a metodologia utilizada na coleta e
análise de dados. A terceira trata da análise dos resultados obtidos, e, por fim, as
considerações finais do trabalho.
O CEP é um ramo do Controle da Qualidade que nasceu a partir das ideias pioneiras de
Walter A. Shewhart, estabelecidas na década de 1920, no estudo da aleatoriedade dos
processos industriais. Assim, o CEP possibilitou verificar se a variabilidade do processo
acontecia de forma aleatória, ou se era proveniente de causas especiais.
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Bartz (2007) relata que a proposta de Shewhart fazia uso de técnicas estatísticas para
desenvolver “gráficos de controle”, que serviam para analisar os dados encontrados a partir da
inspeção. Shewhart defendia que o foco deveria ser voltado para o estudo e prevenção dos
problemas relacionados à qualidade, uma vez que se estes fossem rapidamente identificados,
poderia se evitar que produtos defeituosos fossem produzidos.
A Figura 1 mostra o exemplo de um gráfico de controle. Ele é composto por uma linha central
(LC) – que representa o valor médio da característica de qualidade correspondente ao estado
de controle – e por outras duas linhas horizontais, que delimitam os limites superior e inferior
de controle (LSC e LIC).
O processo está sob controle estatístico quando os pontos plotados no gráfico se encontram
dentro dos limites de controle e dispostos de forma aleatória. Caso um ou mais pontos estejam
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fora dos limites, e/ou não estiverem distribuídos de forma não aleatória, significará que o
processo está fora de controle. Logo, será necessária uma investigação para identificar os
fatores que estão causando tais variações.
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As constantes A2, A3, B3, B4, D3 e D4 encontram-se tabuladas para vários valores de n. Os
valores de , , e , no entanto, são calculados a partir das fórmulas apresentadas na
Tabela 2:
Os gráficos de controle por atributos, de acordo com Montgomery (2012), podem ser
classificados em dois tipos principais, apresentados a seguir:
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A Tabela 3 apresenta todas as fórmulas que são necessárias para o cálculo dos limites de
controle de gráficos por atributo:
Tabela 3 - Fórmulas para cálculo dos limites de controle de gráficos por atributos
Tabela 4 - Fórmulas para cálculos de medidas de dispersão usados nos gráficos por atributos
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3. Aspectos metodológicos
A coleta de dados foi feita a partir da visita à fábrica, sob a supervisão dos técnicos
responsáveis, em que se observou o processo durante seis turnos, que foi o tempo máximo
disponibilizado pela empresa, e nos quais se colheram as amostras.
Na primeira etapa de fabricação de farinha de milho (flocos), o grão de milho passa por uma
máquina denominada “Canjiqueira”, que consiste em um conjunto de facas aderidas a um
eixo motriz, seguido por um conjunto de peneiras de malhas diferentes, que fazem a
separação do novo grão e do farelo, que são, respectivamente, produto e subproduto. Assim, o
processo resulta na degerminação, descascamento e limpeza do grão, já que a permanência do
embrião e da casca comprometem a moagem. A partir deste ponto, o grão sem a presença do
embrião passa a ser denominado de Grits.
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aproximadamente cinco dias. No entanto, a agua é drenada a cada dois dias para minimizar a
fermentação.
A massa obtida da moagem do Grits é levada para ser torrada num forno rotativo, onde é
espalhada por uma peneira trepidante sobre a chapa do forno aquecida a 300°C. Sob a chapa,
a massa de milho é prensada com rolos, para formar os conhecidos “flocos de milho”. O
produto final é então encaminhado para ser embalado.
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Recebimento do Grão;
Armazenamento do Grão;
Centrífuga – Canjiqueira;
Moinho;
Tanques;
Fornos;
Máquina Empacotadora.
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AMOSTRAS
Dias 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Média
1/M 501,5 502,5 502,5 502 500 503,5 500 501,5 503 503 ...
1/T 501 502 500 502 501 499,5 501,5 501,5 501,5 502,5 502,44
2/M 500,5 501 500,5 504,5 502,5 500 499,5 502 500 502,5 ...
2/T 503 501 505,5 506 502 501,5 505,5 502 503 504 501,54
3/M 500 497 498 499 498 500 501 501 502 500 ...
3/T 497 500 503 499 503 501 499 500 501 500,5 501,05
Fonte: Autoria própria
1º dia: máquina 1;
Figura 3 – Gráficos e S para a variável peso, da máquina 1
2º dia: máquina 3;
Figura 4 – Gráficos e S para a variável peso, da máquina 3
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Tabela 6 - Espessuras
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1º dia;
Figura 6 – Gráficos e R para a variável espessura, no 1° dia
2º dia;
Figura 7 – Gráficos e R para a variável espessura, no 2° dia
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3º dia.
Figura 8 – Gráficos e R para a variável espessura, no 2° dia
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Número de Grits: É retirada uma amostra de 20g de cada pacote (foram utilizados dez
pacotes) e feita uma contagem do número de Grits (grãos que não conseguiram
flocular). Os dados coletados são plotados no gráfico;
Nos gráficos plotados é registrado o número total de não conformidades ou defeitos em uma
amostra.
1º dia;
Figura 9 – Gráfico C para o atributo número de grits, no 1° dia
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2º dia;
Figura 10 – Gráfico C para o atributo número de grits, no 2° dia
3º dia.
Figura 11 – Gráfico C para o atributo número de grits, no 3° dia
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1º dia;
Figura 12 – Gráfico C para o atributo número de pontos pretos, no 1° dia
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2º dia;
Figura 13 – Gráfico C para o atributo número de pontos pretos, no 2° dia
3º dia.
Figura 14 – Gráfico C para o atributo número de pontos pretos, no 3° dia
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5. Conclusões
O trabalho usou como recursos os gráficos de controle para variáveis e atributos e analisou
quatro características de qualidade: peso dos pacotes, espessura do floco, contagem do
número de grits e contagem do número de pontos pretos (impurezas).
Como a produção é contínua e a única matéria prima é o milho, foi feita a coleta das amostras
em dias e turnos diferentes, bem como em máquinas diferentes. Todo este esforço teve o
propósito de permitir uma melhor análise da variabilidade do processo.
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Assim, a partir do estudo foi possível descrever todo o sistema produtivo utilizado pela
empresa e, desta forma, evidenciar as variações durante o processo. Logo, foi verificado que o
mesmo se apresenta sob controle.
As mudanças climáticas, das máquinas, de turnos visitados e operários foram fatores que
ocasionaram variabilidade no processo, ou seja, todos estes fatores têm o potencial de levá-lo
a sair de controle.
No processo produtivo de farinha de milho foi visto que, tanto o projeto quanto o processo são
bem elaborados, pois só é possível atingir a qualidade desejada quando um atende a
necessidade do outro, gerando benefícios tanto para a empresa quanto para o consumidor.
REFERÊNCIAS
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