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Diario da viagem do Dr.

Francisco Jose de Lacerda


e Almeida pelas capitanias do Para, Rio Negro,
Matto-Grosso, Cuyaba, e S. Paulo, nos annos de
1780 a 1790

Francisco Jose de Lacerda e Almeida

1841

Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados


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"Dissemina os documentos digitais de interesse da atividade legislativa e da sociedade.”


VIA(H~JI DO DR. F ,\. XC I SCO .JOSE DF. I. •
ERD1 E ALMEIDA PEI.AS CAP T ,\. . ' lilS
DO P R ,,\.', 10 NEGRO, llIAT'I'O-GRO!ít-
SO, CU"" ,\.BA', E S . PAULO, NOS AN-
, ' O S DE 1780 1790.

( T.U'RESSO POR OR[)J:~1 D, AS !U:~mLflA LF.GIU,ATn' .\


DA PllO'"INCIA nn S. P .\lTLO. )

•a. Typ . de Costa Silveira .

Il na do S. Gonsalo N. l-h

1 ..tI.
Copia do D iario que fez o Dr. Francisco José de La-
Cerda e Almeida, sendo mandado por Sua J)[agesla-
de Fulelissima para as demarcações de Seus Reae s
Dom inios na America Portugueza , servindo n'ella
de Astronomo.

ANNO DE 1780.

JANEIRO 8. S ahi da Cid ade de Li sboa na cha rr ua o Co .


raç ão de Jesus, e Aguia Real, com todas as pessoas que
da dieta Cidade vinhão nomen das para adicta diligencia.
FEVlmEIRO 26. C hegamos felizmente a Cid ade do Grão.
Purã , onde fomos recebi dos c om g ra nde aga zalho dos seu s
ha bita ntes .
A GOSTO 2. Sahimos da Ci dade do P a rá em companhia
do m. mo e Ex. mo S r, J oão Pereira C uldus , Commissa rio
Geral das demarcaç ões na die ta Capitan ia , e fomos apor-
tar a um engenho chamado da Ri beira, quo per ten ce ao
Mestre de Campo João Fcrreir u , d'o nde sah imos pelas 11
horas da noit e. (Ieg. I)
- 3 - N avegamos com a maré até G uaj a u ç ú , e pelas
11 h. da manhã n õs puzemos em ma rc ha, e passa mos
pelo Iguarupe-mirim , c fomos ficar abaixo da Freg uezia
da 8 r. 11 S unct'Anna, (1
- 3 - Partimos para a boca da ba hia do Marapa ta , que
atra vessamos felizmen te, c pernoitamos no Li moeiro. ( :;
- 4 - Part imos pelas 3 horas da mad rugad n, c fornos
esperar a maré no R io J api m , d'onde fomos pern oita r ao
s itio Vncurana. (3
- :; - Depois da Missa , quo se disse na boca do Piri ã,
fomos jantar na boca do R io !VIatuac ú , e pernoitamos nas
Ilhas . dos Piriqu itos, (4 t
- (J - Continuamos a via gem entrando pelo Rio dos Bre:
r es , e janta mos defronte do R io .Mapuá, e de turdo- e nt ra.
mos pelo T agipur ú, pelo qual seg uimos alg uns dias. e che-
ga mos fi Vill a do G ur upá no dia 11, tendo ouvido Missa.
no dia 10 defro nte do R io elas .A rêas. Ch egamos a Guru ,
pá, que consta de 400 almas , e de um pequ eno F orte de
ligur a irregular , (8
~
- 1~ - Pa r tidos d'esta V illu pelo furo do .\Ioju, p s. u ;
mos pela boc a do R io A rapijó , c ch egamos a o Iog a r d
Corrozedo , e fomos pernoitar na boca do Rio Xiugú , ( 11
- 13 - S eg uimos viage m pelo Rio Xingú acima, e pa s.
sumos pelo lugar de Vilarinho, e de Bou- Yis tu , e ap or .
tnmos antes de chega r ao Norte J'ell s. (5
- 14 - Entramos pola bo ' U do furo chamado A uiqui
( ha bitaç ão de mosquitos) . T UIll de cou mrido 11 legoa s; 7
correm ao O..TO até a boca do outro furo cha mado Gu u,
ju rú , c as 4 legoas a 1 até sa hir 110 Amazonas de.
fronto da povon ç üo do Pn rü, Chegamos Ú referida boca
depois de mui a noite. ( II
- 15 - Fizemos-nos á vela pelo Amazonas acima, de i•
•'a nuo na outra marge m a referida povoaç ão chamada hoje
Alrneirim , c uma cord ilheira de serras da mesma pa rte
d ist a ntes do r io 5 para fi Icgoas . o purnllelns á s ua CO lo
rente. T endo navegado 4 legoas a OS O deixamos a foz
de Igarape Pixuna j virando d'aqu i o rio para Poente .
deixamos depois de ter andado ma is de 2 legoas a ou:
Ira foz do furo Gunjuru , e pernoitamos dep ois de meiu
noite com 12 t legoa;;. ( 12 !
- Iü - S uhimos co m o -ru rno de OSO encostados ú ter.
ra firme chamada Co s ta do :\Iaguary-jurapará , deix ando
para o outro lado infin idade de ilhas que por muitos dia,
n ão deixão ver a rnnrzcm opposta do Am azona s. Fomos
pernoitar na boca do Rio Uruara com 8 legoas.
- 17 - T endo a n ado 3 le~oas dei xamos a boca do R i.
Urubuçuarâ , e no fim de 5 mud am os para o rumo de
SSU e vimos mui to ao longe a outra margem do Ama .
zon as.
- 18 - Snhirnos pelas li horas da manhã com uma tro .
" onda, e o r io vai tomando a S ul, r umo que sea rirnos
todo o dia . Di s ta n te du as lcg ous do log ar da partida est á
o fu ro, que vai ao Rio Gu ru puruba j out ro ta n to a dia n te
(J furo Cu ssarí , por onde no. ure u cm os. Pernoi tamos n a
boca do R io Coroá ,
- 19 - N 'e te dia jnntamos na boc a do Igarapc Atuqui :
e como S. Ex . esta va mu ito doe nt e de uma eoli ca 101110.'
navegan do sem par ar por 2 0 hora s at é a villa de Tr,!lIIj 6 ~ ,
hoje S an taram , pelo mesmo furo Atuqu i , cujas , ma rgens
s ilo hub it udas do gentio chama do i\llllldllrtlCÚ, nniruoso ,
fe roz , c de corpo pintado. Ac.ima do dicto furo está o R io
Sirui ú; pa ssada outra o Rio JlI lluaica ; e a c ima d'cs tc ou-
tra legou a Villa de Santarcin sita 1111 foz do Rio T apajós,
onde chegamos pelas 10 horas do dia 20 . N'esta Vill a ha
um pequeno Forte j u quusi destruido de todo, (J IIH n'ellu
mil ita áb undancia de todos os efleitos do paiz, O:i se us
lndios fazem com es pec ia lida de pacaras, que s ão umas pc.
quenas ca ixas c ube rtas de pa lha de ditlercutes cores, o
te cidas, forma ndo agrada veis e vistosas pintura ; mu ito
chapeo da me sma palha e mu ito bons , como tumbcm
uya s &e. Aq ui nos dem oramos at ê S. Ex . ficar em term
-G-
de fh ze r viagem, que foi no dia 16 de Se te mbr o Lat. A.
T
20 2-1' 50" L ong. :325 0 15' Va riação I E 5° 32 '.
Swm~In Jto 16. Pela uma hora da noi te, de ixado o Rio
T ap aj ós , segu imus viagem cost ean do a ma rgem septcntrio.
na l da' granJe Il ha P nr icntubu , seg uin do o rumo de 1TE ,
e pa ssad as 6 le rrons, deixamos um fu ro que vai ao R io
S iruiú , e contin uan do a viagemn'es te dia e no seguin te
da mesma forma , pernoitamos no me io da I lha de Paux y,
que tem 5 legoas de co mprido .
- 18 - P ela uma hora da tarde ch egamos a Paaxp ,
Vi lla s it uada em a lta ba rreira , e tem um F orte semelhan ,
te ao de Sa nta rern nas r uín as. Consta de 500 a lmas .
Fomos pernoitar pou co mai s ac im a do Rio Trombetas que
di ·ta 1 t lego a de Pauxy . P or este R io T rombe tas se re-
t ini rão os Hollandez es , que se tinh ão estabeleci do e m Gil-
rupã para 11 Colonia do Suri nam ; e os I udios que ha bit fio
lias cabcce irns d'cs tes rios us ão de urmas de fogo , de
vestidos de pa no , adq uiri do tudo do comme rcio dos mes-
mos H ollnn dezes. V illa de Pa uxy (D bydos ) L at. A. l °
5 1' 56" V III'. NF. (;0 7' T em o rio defronte de Pauxy
pouco mais de 800 braç as.
- 19 - Seg ui mos via gem com o ru mo q uasi a Poente I
o pe rn oit a mos na Il ha dos Camel e ões ,
- 20 - Sahimos com o ru mo de S E, e du as lcgoas
a c ima está 11m fur o que va i á Villa F ra nca. T11l'oga ulOs
1)01' e nt re mu itas il ha s, e pa ra mos com 6 legoas de urar-
cha, (6
- - 2 1 - T en do a ndado pouc o mais de 3 legoas passamu
por detraz de urnas ilhas qu e se opp oem á boca do Ria
J amund á , e pernoitamos no pr inci pio do ou te ir o de Para tirn,
- 22 Fomos j antar perto do Rio Tu pinaudoxe , c pas.
sa mos no furo que vai a I\lagllY.
- 23 - Sa himos com o ruUIU de Poen te, e na vegam s
po r e nt re ilhas 9 ! legoa . ( {) t
- 2 -1 - N 'este dia a nela mos somente 4 t legoas, an da ndo
a pr imeira legoa a 1'0 011 te , c a o utra SO, e o resto a
o. ' O. (4 ~
- 25 - S ahi mos com a proa a O, e pa ssam os por urnas
altiss imns ba r rei ras de oc h re de d ifferen tes cores. P assadas
:-l legoas tom a o ri o pa ra NO até a boca do Rio A/uma,
e pe rn oi tam os na ponta da Il ha Auy uessa .
- 26 - E la I lha te m duas leg,-:: a s de comprimento I e fi.
zemos pouzo pe rto do fur o q ue vai ao R io A tumu ,
- 27 - S ahimos pel as [) horas da manhã, c pula uma
da tanjo chega mos a \II1l furo qu e vai a S urac ú, ou S :I\'o'; ,
onde p rnoi uunos pO I' au sa de um a grn ncie t rovoada ,
- 28 - Partimos pel as 3' ela madrugada cu I a proa a
SSO e ncostados a terra firme, J anta mos na po nta ela
Il ha do Saruc ú , d' onde suhimos seguindo o rumo de SO ,
c pernoi tamos po uco ac ima de ou tro furo , que vai ao dieto
S urac ú,
-- ~{) - N'este dia de S . M igu -:l ;;(' rr ui mo ~ o mesmo rumo )
- 6-
c com duns legoas de viagem se acabou a Ilha Saracú ,
c om ma is uma chegam os u Villa Serpa, ond e nos demo.
ramos pouco temp o , e seguimos para Poente, e paramos com
5 t de ma rcha. ( 5 ...
- 30 - Pela s 4 da mad rugada sa himos com a proa a S Ü
encostados a ter ra firme da direita; e tendo au dado 5
legoas atravessamos o rio por entre ilhas para irmos
ver fi boca do Rio ill adcira , aonde chegamos de tarde : L nt .
A. 3° 23' 43" L ong . 31So 52' 53", isto é, mais acima da
boca em urna praia. (5
OUTUBRO 1.0 Deixada a boca do Madeira seguimos pelo
Amazonas, e fizemos pouzo abnixo do Rio Puraqucquara,
2 - N 'e te dia andamos 7 legoas e ncostados as Ilh as
do 41Iatllry que tem 6 legoas d' ext ensão.
- 3 - Seg uimos o rumo do Poente, e. pa ssadas algu mas
c orrentezas á sirga , che gamo s no Pesqueiro R eal das tar-
ta rug as , do que fornecem os soldados destacados no Rio
Negro, por quanto este é faminto d'ellas , c do peixe .
Passando adia nte do Pesqueiro r depois de n õs provermos da
ta rtarugas, fizemos a lto com 7 legoas de marcha.
- 4 - Sahirnos com o rumo de SO, c tendo navegado 3
I ~goas chegamos a boca do Rio N egr o; e com o as suas
lIgoas silo pretas e as do Ama zonas brancas ou barrent as ,
fazem este s dous rios na sua junc ção uma grande sepa-
ração de ngu as. Seguimos pelo Ri o N egro á riba , c ten do
and ado 2 legoas chegamos á Fortaleza de S. José, c pou.
zarnos pouco acima d'ella,
- ;; - Ta vega mos para o Poente: e 5 legoas a ci ma da
Fortaleza está um furo que vai ao Ama zonas , que BC de.
nornina da boca do Ri o Negro pa ra. cim a SI/limões , e I,er .
noitamos na principio da 111m de Anna Vilhena,
- (} N'cste dia costea mos a die ta ilha , c a ndamos 8 legoas.
- 7 Acabamos de pa ssar a dieta ilha, que tem 10 lc.
goas ele com prido.
- 8 N avegamos n'este dia, c nos passados entre infi -
n idaeles de ilhas, que tem este grande rio j e por causa.
de lima tro voad a só march a mos 3 legoas.
- 9 - N avegamos da mes ma so rte por entre ilha s e furos,
fizemos alto com 8 Icgoa s de ma rc ha .
- 10 - "avcgRndo pelo ru mo de j TO pern oitamo no 101
gnr de A irilo , que const a de 30 pessoas.
- 11 - T oma mos o ru mo de O, e uma legoa acima de
Air ão dei xa mos a boca do R io J u ü , c passadas 2 legoas
toma o rio para N .
- 12 - Na vega mos pOl' ent re I lhas co m o rumo de NO.
- 13 - S ahiruos pela 5 l da madrugad a I c pela s 10 h.
passamos pela Villa de .I.1Iour a , um a das m aiore s povoa ções do
R io N egr o , c pernoitamos porto de um rio que vem do
S ul chamado P araná-mirim, com 5 legoas de marcha. Lat ,
A. de i\loura l ° 25' 45"
- 1·1 - S ah imos pelas !j .} o pelas 10 vimos da parte S er .
tcn tr iuna l a boca do t; o Branco , pelo mei o dia pa ~ a 1Jl U3
4-7-
pela Villa do Carroeiro , c fizemos alto com legoas d
marcha.
- 15 - 'este dia andamos 8 t legoas para Poente.
- 16 - S ahimos pelas 3 h. e 12 m, da madrugada com
o rumo de Poente. e pelas 6 h. passamos por Poiares I pe.
qu ena povoaç ão. Lat. A. 1° 7' 8".
- 17 - Pelas 11 h. da noite do dia antecedente seguim os
vi ngorn , c pelas 5 t da madrugada chegamos á Villa de
Barcellos, capital da Capitania de S. Jo sé do Rio 1I;"egro,
onde foi S. Ex. recebido com arcos trium phaes. E esta
V illa a residencia do Governador da Capitania, tem ordi ,
nariamente 200 sokludos de guarnição, que estão destacados
por va ries Fortes pertencen tes a mesma Capitania. T em
Ouvidor, Vigario Geral , boas casas, e quart éis pa ra os om.
ci aes militares, e soldados razos, Lut. 58° 8' L ong , 314°
4:3' Varo NB 7° 16'

Diario da viagem que fiz com o Capitno Joaquim José Pe-


re ira de Barcellos, até acima do Forte de S. José de
Marabitanas , e tambem pelo Rio Vaupes.

D EZE)IRRO 25. Sahimos da Villa de Barcellos pelas 5 h. da


tarde, c navegando pelo rumo de NO pernoitamos com uma
legoa de andamento. (1
- 26 - Tendo navegado quasi duas legoas encontramos
na margem meridional a boca do Rio lIfaruri: 1 legoa adio
ante o Rio Canimarü. Distanto d'este quasi 3 legoas est á
fi primeira boca do Rio Quiuni, e a quarta dista da pri-
meira quasi legoa e meia. Navegamos pelo mesmo ru ,
mo. (8
- 27 - N'cste dia andamos 10 legoas pelo rumo de ONO. (10
- 28 - T endo nave gado 1 t legou chegamos ao lugar
de il foreira que tem 400 almas. Distante d'esle legar 4
legoas , c da parte da mesma mar gem merid ional est á a
boca do R io Varirá. Pouza mos 3 legoas ac ima d'este rio,
tendo desde o dic to rio tomado o rumo de O. (8t
- 29 - F izemos alto, tendo navegado 9 legoas por uma
grande enseada que faz o rio, passando o rio por todos
os rumos de NO pa ra SSE. (9
- 30 - Distante do logar da pouzada 3 t legoas pelo
- r umo de SSE está n Villa de Thomar , que consta de 400
almas I e fomos pernoitar no logar de Lana Longa 2 t le-
goas acimn de Thomar: Lat. A. 0° 18' Varo NE 8 tu «(j
- 31 - Duas legoas distantes de Lana Longa está a foz
do Rio Xibart«, d' onde principia o rio a rumo. de SE,
e portamos com o andamento de 7 legoas. (7

ANNO DE 1'2'81.
J A.. -EIRO 1. - Tende navegado 4 t Iegoas pGr duns g randes
~m,ea das q e faz O rio vimos a foz cio Rio Jlati'lllic 110 me io
da segunda en seada; e andando mais 4 legoas fizemos alto. ( 8 1
- 2 - l'a \'ega ndo ti lep:oas pelo rumo de SE che ga .
mos fi desembocadura do Rio Urubaxi , onde pernoitamos,
c 8Gh ,i a sua Lat. A. de 26'. ( [)
- 3 - Duas legoa s acima do re ferido rio e tá o R io
Uajuanà I e corrend o d'aqui o rio pura Poente pernoi am o.
na foz do Pio Uncuix i I cuja Lat. A. é 27 ' VaI' , E 100
,10' D efronte do Uajuan á es tá S. Isabel . . ( (j t
...- 4 - Qllasi 2 i legoas acima d' este r io está o Xivara: d' el.
le torna o rio a dircc çno de N por 2! legoas I e vira depois
para Poente. Pouzamos defronte - do Ri-4) .1IaruvijaI que est á
na margem Septentrional. (7i
- 5 - " es te dia anelamos 8 legoas pelo rumo de 0 1 O. ( 8
- (j - [ avegn mos (j t legoas com rumo de SSE, ou I por
diz er melhor I para Poente. (6 :i'
- 7 - Fizemos alto defr onte do Rio Cavabory, que vem
de [orte com andamento de 7 I tendo navegado a ultima
pelo rumo de S I e as outras por varias ense a das , (7
- 8 - T en do na vecado 2 i legoas por uma en seada I chc.
g amos a povon çüo denom inada N . Sr» do Loreto , e anti.
gamente Massa rn mby I e nav eg ando n'este dia 11 leg oas
pelo rumo geral de P oente, pouzam os na povoa ção de S .
Pedro I sit a na margem Septen trional. ( 11
- {) - D'esta povoa ç ão principiamos a navega r por um
enseada que corre a 80 I em cujo fim e tá a povo aç ão pc.
quena de St,O Antonio distante dn de S. Pedro 4 legoa s, o
fomos pouza r no Rio Marie com a marcha de 5 t legoas, (5 t
- 10 - C om andamento de 8 legoas para Poente fizemo
alto I e ja o rio tem muitas pedras. (8
- 11 - Di sta o Rio Curicuria ü d'oste pouzo 5 logoas j
e entrando por elIe tem na s suas margens uma s serra s I
onde os Indios costumão pegar com visgo, que na s arvores
dei tão I os galos chamados ú. se rr a do tamanho de lima
g rand e pomba, e muito vist osos; a com andamento de 7
lcgon s pelo rumo de 0 1 O fiz alto. (7
- 12 - Navegamos 3 legoas por entre Ilhas o ped ras
at é li povoa ção S. Bernardo dos Comunaes, (3
- 13 - Dista a Fortaleza de S. Gabriel da povoaç ão de
S . Bernardo 5 lego as, que as navega mos com cu sto I som.
pre por entre pedr as I faz endo o ri o v rias cachueiras I sendo
a maior e ma is difficultosa de se passar a que está qua sí
meia leg ou debaixo do mesmo Forte. C ousa de meia lagoa
abai xo do mesmo eRlá outra povoação denominada N, Sr »
do Nazareth, N'est e forte nos demoramos até o dia 16
Lat, A. 0° 5' Var, NE 13'1 . . (3
-- 16 - Corren do o 1'10 pnrn ONO andamos por en tro
pedras 7 t legoas I tendo deixado acima do Forte a povoa no
de S, Jlligucl. (7 t
- 17 - Com 2 legoas de nav ega ção entramos pelo Rio
Vaup es I que segue a mesma direc ção do R io N eg ro I da
sor te que 's e não fosse mais estreito e de agoas difforc ute
e tornaria o dieto Gunu p ês ou Uaup éa pelo • -eg ró , qllo
de 'de a barra d'e te Rio Guaup ês toma para N , como adi un-
te se dirá. leia leg oa acima da Loca cio rio está a gra nd
povoa ção de S. Joaquim, cujo director tinha subido por
este rio á caça, digamog assim, do gentio Mncú. ( 2 .~
_ 18 - N eregando para Poente, rumo que tem o r io.
caminhamos 7 t legoas . ' (7 }
_ 19 - Com 7 t Icgoas de na vegaçJo pelo mesmo rumo
fizem os alto . . (7 !
- 20 - Um a leg oa nav rgamos pa ra Poente, e depois 2 J
para S, d'onrle navegam os mais 3 pa ra Poente , com i nch o
'I1Ul{JO para S no fim. (5 t
_ 21 - NO ~'e legoas andamos n'este dia 101' varias cn-
sendas, (9
- Andamos 5 t legoas - pnra ONO até a boca do
Rio Tiquic , que diz em ser quasi ina veg nvel pelas muita s
cachoeiras que tem. Do Rio Tiqu ie vira o rio pum N 1 E
pO l' 2 legoas , c com andamento depois de 1 legoa pelo rumo
de NO fizemos alto' com andamento total de 8 t lc -
gons . (8 ~
- 22 - A ndamos f de legoa para N, o depois 3 t até
n primeira cachoeira do Unup ús , d'onde voltamos por não
a podermos varar, tnnto por ser g ran de a emb arca ção em
qne hiamos , como por falta de gente; c ch egamos a S. Joa-
quim no dia 24, tendo descido pejo mesmo rio 42 logoas. ( 40 3
- 25 - Da boca do Rio Guaup és to ma o Rio Negro para
• e andamos por elle 4 t legoa s até San ct'An71a, povoa.
çüo sita na m rgem Oriental, c fizemos alto com 6 -! le-
goas. (6 t
- 26 - Tendo nav crrado 2 t lp.goas encontramos n foz do Rio
lssana na margem Oecident nl , e acima d'clle meia Icgo;4
11 povoaç ão de N. Sr » da Guia, e por tei com ;) t I -
g ons. (5 ~
- 27 - Com 3 t legoas de navega ç ão vimos a povoa ç ão
de S . João Baptista na margem Ori en tal; e te ndo naveg ado
mais 3 t pouznmos na. foz do R io X ie. (7
- 28 - Andamos para ENE 7 t legoas u'cste din, (7 -~.
- 29 - D uas legons c meia na vega mos pelo rumo de TE
para ch egarmos á ult ima povoaç ão nossa, e F ort a leza de.
nominada S. Jo sé de Maruhitunn s , e andando mai s :J le-
goas para N fizem os alto , - (6
*
- 30 - T end o nav ~ ga do 3 lego as vol tamos P:Ull Il urccllos
\lO R io Negro, c findou est a diligencia. .

Copia elo Diario que ao mesmo tempo f ez o Capitão R i-


cardo Franco r!'Almeicln. Serra com o /)1' . Antonio
Pires Pontes pelo Rio Branco , que desagu« no R io- o
Negro , e por outros de que constará este D iario.
AN " O D~ 1781 .
J A:ot"I:I R O l.0 _ J ' o 1.0 de Janeiro pelas 10 h. da noite em,
2
-t
roamos no porto de Barcellos com :~ soldados em dou !
botes, um de sete e outro de cinco remos por banda. Fo -
mos dormir fi Po iarcs , d'oude suhimoe 110 dia 2, e fomo
dormir em Carvoeiro.
- 3 - Atravessamos o rio, o com andamento do :; uii -
lhas chega mos á boca do furo Am ayaú, por 0111\0 n a ve-
gamos, e fizem os pou zo com anda mento de 4 legou!!. L at,
A. l° 15' (4
- 4 - N'est e dia, nan'gando pelas mu itas volta s do dioto
furo, tomo s pou zar lia outra boca d' elle , e lia do Rio Branco
lcfronto de uma ilha, q11e form a as bocas do Pio Seocriui,
O dicto furo faz com o R io Bran co n a sua foz uma ilha
de S legou'! de comprido. (7
- 5 - a ve am os ja pelo Rio Il ra nco , que nos parecco-
mui to nprazivcl pela s muitas praias, e il has, e pela muita
ubunda nciu de caça e peixe. Navega mos para com al-
gu mas volta s do rio pa m NNO e lI. TE : L a t. A. Ou 47 ' . (
- fi - Navegando pelo mesmo rumo, e por entre ilha s .
fornos j a nt ar ao Pesqu eir o R eal de turtu ru ga s , de q ue tum -
bem ab und a muito es te r io, e se tinh ão a pa nhado no
a nn o a n teceden te se is mil c tantas. Continuamos u viagem
c pnrlllllOH co m marcha do 5 lego as. ( ::;
- 7 - Continunmos a viagem , e e nc ont ra mos na margem
Oriental o I ,in j '1e rc vill ~ dH ngo as verdes: du boca d'est e
r io toma o B ranco pa ra O. Anda mos 4 lego as. (4
- 8 - S eg u'rnos \'i agpm co m o rum o de N, c de tardo
pa ssam os rl'l boc a do Rio Curi úc ã , qu e nos parcceQ po ucu
cou sa, P ouco a cim a es tá outro pesqu eiro. F izem os pou zo
defro nte da I lha A raM com fi Icgoa s de marcha. ( (;
- u - Sahirnos , indo e u ja bem molesto de um grande
r esfria men to ta lve z causado do mu ito vento [o rte , que
Rcmpre ti uham os por proa. e q ue é constante !) mez e
n 'este r io , e send o tal vez a causa da saude qu e logrão os que
n'elle habit ão, Anda mos 4 lcgoas para N . (4
- 10 - Po rt a mos pela s 7 h . , e c hegamos a povoa ç ão de
N . SI'.'" do Carmo pelo meio dia. A ndamos n 'c te dia 2 f
l e go a ~. Co nst a es ta povoação do 116 I ndios de varias I a _
r;ão Sepa rás, T ipiqu ás , c foi estabelecida no anno de 1775.
Os I ndios sã o bem feitos, e esta é uma povoaç ão da s d'es-
te r io, em que ha menos p re ~ u i ça , e em q ue se ac hüo
rapazes eom mai s al guma luz da doutrina C hrist ü. Tinha por
pr inc ipal um home m bem feito , C cle uma pr esen ça de os ,
pir ito a gradave l : e indagado por alguns pr incipies da Re-
ligi ão que seg uiüo nas s uas terra s, respondeo qu e os bon s
depoi s de mortos hiao te r muitas mulheres , e os máos hi no
para. lima co va muito funda em . q ue havia muito fogo. Do
(11Ie e colligc que es tes se lvagens semp re tem a c renç a
da imm orta lidadc d' a lma , c a recompensa do ma l e do
he m. Costu mão ter muitas mulheres , ele que se servem in.
d iflbr oníemente , ma s uma d'cllas sempre tem um mo/lo de
imperio sobre as outras. D emoramos-nos até o dia 12 para
urar-mc, L a t. B. 17' VaI' . 1TE 60 42 ' (2 ,"
.( -
- 13 - T endo navegado para N qnasi uma lego , en.
contrnmos a foz do Rio 11Iaúm't, que entra no Bra nco pel
sua margem Occid ental: e navegando mais 7 milhas d'e lo
rio sobre die to vimos a foz do Rio Caratirimany, do grau.
de cxtensão , e que tam bem desagoa na margem Oc ci dcn;
tal, e de grandes eachoeiras, e vem a communicar-se com
o R io N egro pejo R io Varaca , que fica mais acima de
Ba rcellos dia e meio de viagem. D uas milhas m is acima
est á o Rio ln iuill!/. do mediana g randeza . Navegumos 4 le.
go as. • (4
- 14 - Co n inuamos 'pelo rumo de N, e viemos a per.
no itar com 7 legoas de marcha por entre ilha s. (7
- 10 - " idumos 2 lego as para NE , o outra' duas para N.
- 10 - Sah irnos pelas (3 t, e p lo meio dia chegamos ao
Rio A U(loau que des agoa no Branco pela sua margem Ori;
ental. ,E rio de g 'a nde ex ten são , e de diíficil uuvegnç ão,
Dizem os Indios, que ha hitão lias uns margens, que se
gastão dous mezes at é as su as cabccoirns , quo const ão do
dous bra ços nas se rras , qne cham vo de Acary , quo formão
igualme.,to as cabeceiras do R io R epumuny ; e quo da Ser.
ra Acary até o harnado porto do R io Rcpumuny serão 20
legoas. Este por to dista da Forta leza S ei tana , f~z do R io
Tn urú , seis dias de caminho a Po en te. Ver-~e- ha isto
mais claramente fluando for occasi ão pam dia nt e. N ave.
gnmos 5 legoas , e pouzamos cm um p queiro de tartaru-
gas. ( ij
- 17 - N aveg amos por entro ilhas e praias a N e per.
noitamos com 4 leg oas do viagem. Lat. B. l° 17' Varo
NE tio lU'. (4
- 13 - Seguindo o mesmo rumo andamos 4 legoas. (4
- 19 - I avegando entre ilhas andamos 4 t kgoas e pou.
znrnos em umas correntezas causadas por pedras. (4t
- 20 - Sahimos d'estas corren teza s e pa ssamos a Il ha
Cara çaroy , e fizemos alto em uns penedos, c uja L at, é
,} o 51' B, O ahi nos demoramos até o dia 23 a es pera
e canoas ligeiras que mandamos buscar ao forte , e como
n ão ch egavão seguimos viagem. (3
- '22 - Sahimos pelas 2 h. da tarde com o rumo de SE.
Logo ac ima está urna ilha chamada Cutupepar, e adiante
d'ostu um furo que vai ao de Matapy. Andumos n'c s ta. tar-
de 1 ~ legoa. (1t
- 23 - 8 ahimos pelas 6 da manhã, e logo passam os o
rabo da Cachoeira , e immod iatamente está o 2 .° furo iU tapy,
Fomo'! nav egando com muito trahn lho, o por correntezas
até o meio dia, em que paramos na maior força da cacho.
eira. t\ qui deixamos o bote de sete remos por não poder
passar nvante , e o mesmo de cinco custou muito, c es-
teve por vezes qu asi s bmergido. A cachoeira é de salto.
Carregou-se urna uba que tinha vindo da Fortaleza. A n,
damos n'este dia 2 legoas. (2
- 24 - Sahimos . pelas O h., e tendo andado uma milha
N ainda por entre penedos, correntezas, e ilhas da. cu-
*
-12 -
choeira , continuamos o rumo de SE, ficando uma ilha
denominada Aracá , de mais de legoa de comprido. Já para
ambos os lados do rio se hi ão vendo mui tas se rras ; e
tornando outra vez o rio para N fizemos alto com an da .
mento de 5 legoas. (5
- 25 - Sahimos com o rumo de SO, e tendo andado uma
legoa en contramos o ig arape Vutrim é q ne tem defronte o
serro Camacah y , que tem uma legoa de extensão. Pela
ponta de N d'clle se a vista urna grande serra chamada
Picuné , e faz toda dia c meio de viagem. Du as leg oull
acima do nosso pouzo está a Ilha Anmery : passada ella
se avi sta a Serra llIa rauveva, que parec e grandíssima,
afastada 5 dias de viagem. N 'elln habita a N a ç ão 'I' upi-
c arro Finalm ente fizem os pouzuda na superi or extremi dade da
I lha Assarab ú. (4
- 20 - Navegamos meia legoa a N E e outro tanto II
Po ente, vendo pa ra esta pa r te mai s se rr as . Tomamos para
N I C eneon trnrnos de tarde n foz do R io Afocajahy QU Cu .
vuná I que desag oa pelo Indo Occ ideu tal e com bastante lar.
gura. Por est e rio na vegou 20 dias o soldado D uarte J osé
.Migu y , e no fim d'elles encontrou uma gra nde ca c hoeira,
c n'ella uma povoação de I ndios que lhe disse rão, que
nquelle rio communica va- se com o Ca vabory. Hav ia pou.
cos dias que uquelles I ndios t in h ão morto a uns H e "pa.
nh ocs que a lli vierão da r em busca de outros Indios , que
das suas povoa ções tin hão desertado. D isse ma is o mesmo .
soldado que sempre navegara c om a proa para Nascente.
Pouzamos pouco ac ima d'este r io. ( 4 t
- 27 - Tendo naveg ado para N duas lcgoas a porta mos
no meio da Se rra Cruma ny na margem O riental: subimos
n 'ella com g ra nde cu sto, e de ci ma vim os um a ca mpa nha
de exten são in de terrnin a vel aos olhos , e para Poente g ra n.
des montanhas que hi no corta ndo o ca mpo: L at . B. d'es te
ponto 2" 34' 43 ". D eve mos a d vertir que do R io Anaou ú
para c ima são as ma rgens ambas do R io Bra nco de ex·
ten sa s cupinas , e para a part e do Nascen te chegao alem
do Theporauny, c para P oente ao Cni acaya , e a mbas as
margens do Murac á , l\Iojar.v I & c. , e p a~a N se exte n,
dem até as serras que os sepa r ão do Ori noc o. São estes
campos ch eios de g ramas as mais mimo. as e frescas que
se podem desej ar para a cria ção de gado I mas por fatu.
lidad e não há uma só rez ! (2
- 28 - Partimos com o r umo de N N E : dua s legoas
acima da parte Occid ental es tá o igarape l\Iaravan y, e na
parte opposta e fronteira pr incipia a Serra Aram a t ury , que
tem meia legoa de ext ensão , e corre pa ra N. J an ta mos
uma legoa acima do ig a ra pe I e- defron te d'este loga r em
distancia de uma legoa está a Serra Yac ará. F ina lmente
viemos a dormir no meio da Il ha Perurupany com 4 le.
goas de viagem. (4
- 29 - Ch egamos pelas 11 horas á povoaç ão de SI. o. Isa,
bel que tem mais de 200 almas, dljl quI,) só as c rian ç
-I
ostnvão haptisudas, E stá nata povoação na - foz do Rio c".
aná, de pequena extensão I e que vem de Poent e, g as ta n.
do-se 5 dias até suas cubecoi ras , que são scrras , em que
habita a Nucão Separá. (2 t
_ 30 - Sahimos com ru mo de N g , c com a ndamen to
de 2 t I gons ch egamos á povoação de SI .a Barbara , que
está. situ ada em 2 u 50' B., c da mesma gra ndeza que 1\
pr ecedente. ( :! t
_ 31 - Pouco . rm is av ante da Ilha S a ra bun v , que tem
meia . legoa de comp rido, está o ignrllpc A r ar a ú , d'on de
toma o no qu asi a SS até o Forte de S. J oaquim, a '1 ue
chega mos pela uma h. da tarde : Lat. B. 3u i' Vnr. E
50 19 '. Está fundada a diet a Fortaleza na parte (Jricutul
do rio defronte da conflu en cia dos Rios Taet ú , e Urari .
quera ; aqui nos demoram os 5 dias.
FgVEREIRO 6 . A 6 de F evereiro nos puzemo s do viagem
pelo Rio Ta etú navegando uma legou para N E, e .depui"!
para NNE uté S . Felippe , que dista do Forte 2 legoa9,
e consta de 400 almas; foi queim ada e a bando nnda a seis
rnezes pelos seus habitantes. D'es tn povo a c âo , corno tumbem
do Forte e avi st ão umas se r ras , que dizem Iorm ão as
cabec eiras do Rio Anax u ã. Seg uimos viagem indo pcrnoi,
tilr na foz do R io Okuimanú ; 4 legoas na vegamos o o di.
eto ri o con e pa ra L. ( '1
_ 7 - Uma legoa an dada para N encon tramos o igaru.
pe Da na murary , que ent ra pelo lado O rie ntal: P OI' outra
legou toma o rio pa ra N E, e fomos pern oitar em u rna
grande pr aia de fronte da boca do R io Xllrum ó com -í t legoa!i
de via g em. E stá ad ic ta pl'lllll e m 3° 21' 36" B .. o o R io
Xurum ó entra no 'I'ae t ú pelo lado osquerdo. Di sserão os
practicos que nav eg ando l'0r elle 4 dias se chegava a um
braço d' elle, c ha mado P oat iny , que entra pelo lado dircito ,
e (1'1e d' es ta di vis ão plll'U cima era o rio de pouca ag ua I
c de muitas cachoeira s. ( 4 -}
_ 8 - Suh imos com o rumo de l ' E . e o rio leva pouca
a goa, e é ch eio de ba ixos c de ar eucs. i ' a vega mos 4 lc-
gons. (4
_ 9 - Seguimos pelo r umo geral de ~ ' E I C fumo jan tar
em um igara pe chamado P urian ema. O rio é abundan te de
peixe, e os campos, por onde cor re, de veados, No logar
onde jantamos, vimos á dista ncia de dez legoRs pouco 1110ia
ou menos umas serras que correm N NO . SSE . que form ão
as cabeceiras do Puri mó, Xurumó, &c. Andamos n' este
dia :i Irg oas . ( fi
_ 10 - Navegando Icgoa o meia chegamos a umas 1'11\11';]"
que apertão o rio de tal forma que lhe delllos (J IIOII:e de
Angustura. Navegamos at é a foz do Rio jll alttl , por onde
nav egamos no dia segu inte, porque o Tuet ú ja não dava
nav ega ç ão. ( ,.
_ 11 - A boca do Ri o l\I ahú está em 3u 33' 5W' B.
É este rio de ag oa pretas , como as do Rio N egro. A
uas mar ge ns são alta de bons 40 palm os, c C o1.)(: J"tas da
- I·
arvorcdos , excepto nas voltas , que são muit s , e 10da1! per.
pend ic ularo s. L egoa e meiu andam os para N e fornos per-
noitar com 3 t de viagem, ( :J t
- 12 - N a vegada lcgoa e meia, chega mos á boca do
Rio Pirar á, Na ponta do S ul de Pira r á e Mahú estive.
r ão es ta belec idos os H cspanhoes, onde farã o vigorosa men te
atac ados pelos ge ntios Ca r ipunu , e Pnru vian as. Entra mos
pelo P íra rri , que é muito estreito . c tendo navegado perto
de uma lagoa ehegamos á sua c achoeira que é de penedos
com 6 braças de ex tensão , onde pouzamos para no outro
dia fazermos viagem por terra ao R io Repumuny , Rio dos
lIolandezes. Está est a cachoeira e m 3° 39' 20" B.
- 13 - Pelas 8 h. da manhã sah irnos co m 3 pessoa s, 2
practicos, e I ndios , e com man timentos pa ra 6 di as na
diligenc ia de chegarmos ao R io Repumuny , . sem todavia
sa ber algum de nós o caminho; c os prncticos por tradi,
çã o somente sabião que ficava para E. Seguimos por este
rumo pelo meio de um la rgo campo, indo admirando duas
co rdi lheiras de montes que o íechão de N para uma pnrto , o
de S pela outra. As du as pon ta s de Nascente d'estas se rras pa.
rallelas, assegu ravão os I nd ios , que híno termi nar nas do Rep u.
muny, continuando 11 formar as suas margcns : e para a par.
te de Poente via-se que se acabava a cordilheira do S,
a que chegamos depois, quando navegamos pelo Mahú , do
qu e faliaremos. P or êrn as serras de N continuav ão a Poent e
po r urna extensão indetermina vel á vista, Ma rchamos , co rno
hia dizendo . para E da cachoeira de Pi ra r ü , fazendo esto
r io um a. valia pa ra S, e com 2 legoãs de caminho che ,
amos li ponta ele lima volta, onde jantamos , tendo en·
centrado a uns I ndios ~ Iacaxy que estavão pescando . N ós
lhes dem os sal, facns , &c., e elles peixe em recompensa.
D'uqui seguimos viagem para E q S até chegarmos com
uma legou de caminho 11 uma eollina coberta de matto ,
a que os naturues charnão ilha , e se chamava Tupinanema.
D'ella para N corre um cabeça que chamamos da L ago
pela s que tinha. e uma d'ellas pa reci a uma perfeita eira.
D 'a qui continuamos para E, e descendo o diclo cabeço
demos em u ma va rg em toda cobe rta de sa l como fi tinha.
mos visto no pri ncip io. Fi n almen te viemos a per noitar no
fim do Pirar ú, e pri ncipio de allagados : 3 t andamos. (3 t
- 14 - Depois de pa r tidos atravessamos um pantano meto
tidos n'elle até os peito'>; e tendo andado para E uma
mil ha. tomamos pnrn NE em dema nda de uns pequenos
cabeça pam evitnrmos n maior força dos allagados que
cobrem estes campos; e ten do a ndado mais uma legoa , e
a tra vcssndo outro lago de 270 passos, juntamos , e con tinua.
mos depois a viagem pelas bordas de um bosque, e sem-
pre cos teando os pa nt auos com voltas a todos os rumos,
sendo O total de N I C fomos pe rnoitar n a falda de um
peque no cabe ço , em cuja fren te e para Po ente está um lago
cercado de g rn ndes alia gados , que crão os me smos que
hirunos torneando est a ta rde, com legou e meia de cami-
- 1:» -
nho. Aqui dormimos com g ra nde fr io, porque ven ta va mui-
to e o campo era. todo limpo. O diet o lago que é a ver.
dud eira ori gem do Rio P irarã , Amozari ncm , e tem outros
nom es, qu e lhe dá cada Naç ão de Gen tios que ah i habit ão :
e 1\11'. do La-Condamine, segundo as in forma ções de um
Holandez que desertou de Surin am, e se acha va no P ur á
quando es e As tronomo por nlli passou, lhe chama va Lago
maclÍ , ( origem do Pi rnr á ) , nome qu e tamhem lhe dá uma
u ção , e de que mo. se rv ire i quando for preci 'o falia r n 'c lle :
L at . B. 3° 29 ' L ong. 3 17° O' 53".
- 15 - P artimos para N ascent e. e se mpre pelo cum e de
pequenas colinas que vem de S. fican do- nos a T das di .
.tas , depo is de largos e co ntinuad os pnntnnos , out ras co.
lin as, e viemos a pern oitar com 1 t legua entre dous pc.
que nos mont es. ( 1 ;}
- 16 - P assamos entre os dous dict os montes um a lia .
ga do de 200 passos dI' extensão . e com grande perigo pelo
mu ito fuudo que tinha; e em muitas pa rt es, n pezur de
a lgu mas a r vor es que se ab at er ão pa ra se rv irem de cspccic
de nttc r rndo , dava a oa pelo pesc oço: e com :l legou s de
caminho cIlCgnm'Js ás fald as do un s pequ enos mon tes , que
impedem a continuaç ão dos pa nta na es , T em Posta elevaç ão
de terra :lOO passos , e é o ult imo e 3° varndouro , o qua l
pa ssado , Jogo se dá em novos a llag ados, e em um igarapt:
c ham ado T a va r icuun ê-I a rgo : andamos pela sua murgelfl ,
c com mei a legou de ca minho chegamos ao Rio R epumu:
tzy, ou E cequebe pelas 11 h. na sua confluoncia corn o
igarnpe , em que estnv ão var ias canoas e pequ enas. E este
rio de a go/l~ cla ra s c muito largo e fundo, por onde j ul,
gamos que ti nha as suas cabeceiras mu ito dist antes: c como
nos achavamos sem mantimento s e descalsos , torn a mos pelo
me smo caminh o e viemos pernoitar pa ssado o :l. 0 va r udou ro.
- 17 - N 'estc dia, passados os mesmos in convenient es, vic.
mos pe rnoitar no POllZO UO dia 14.
18 - Sahimos pelo ru mo de O . 'O . E st es vnrad our os ,
de que tenho fallado , só se pa SdO . ou pa ssão os I nrlios ,
no tempo seco do P icará pa ra o R epumuny ; mas no tem.
po da c heia se commu nic ão estes rios por grandes alia .
gados. Chegamos de noite ú cachoeira em que tinhumos
deix ado as canôas. Sempre hinmos vendo a grande cor.
diiheira dos mont es, de que ja tenho fallado , em que Ir .
bita a Nu ção Cnripuun , que rec ebem dos II olandezes (es.
tes tem um fort e chamado Custipa , quat ro dias de vingem
aba ixo do logar do Repumuny li quo chegamos) arm as.
polvo ra , panos, espel hos , con tas. fac ões, & c., C Olll que
)s dict os C aripunas comprão (L N a çüo Ma cu ry os prisio ,
nciros qlle estes faz em no Gent io I rimi ssu na , Se pará , Pa ,
ruv ia nas , e ou tr os, o est es C u ripu nas os vão vender a o"
H olandezes, ond e estes miscraveis vivem sem pre na escra .
vidã o , e na cultiv aç ão das terras. São estes campos do
Pirará cobertos de minas de sal g ema ou montuno , c são par.
re das gera es do Rio Branco. As serras da parte do S são
In no" alta acompanhüo , o campo. que ter á de e pn~ll.
f) legons rie largo . Finalmente , a não ter o Ri o Repumu-
ny 20 cach oeiras do dicto Fo rte pa ra bai xo, ti nh üo os
Holnmlczes uma fncil entrada 'nos nosso domini os. C on ti -
n ün a inda o Repumuny lego as aCJ S , in clinando alguma,
cous a para 1 as ccute , de tal sorte que II J1l soldado portug uez
ch amado Miguel Archangelo desertou da noss a F or ta leza ,
c caminha ndo sempre para L em 6 dius chegou no Rep u.
mllny em um porto d'elle , d' onde se passou para Surinarn,
A este logul', a que chegou, cham ão porto, porque faz em
ólli lima quehrada as serras que abeir üo o Repumuny , ou
(11Ie formão a s sua s margens. Do dieto podo ainda se an -
da pelo rio acima 5 dias até encontrar um braço chamado
Cu idnrú , qlle terá 20 legoas de comprido ate a Serra As .
sary em qnc acaba. Da boca do dic te Rio Cuidarú conti-
nua a L, com menor extens ão at ê acabar na dieta serra .
Os I ndios naturaes d'esta Serra Assar)' dizem que d' ella
ra ra o S nascem dous bruços que são as verten tes do R io
An non ü , e que fi sorru continua para E por 2 dias de
v ingern : tio que infirimos que a extrema entre nós e os
Ho landozcs , a na tura l e propriu , devia ser a serra que
vimos a l ' dos cam pos (lo Pirará até encontrar n'ella um
ponto em qilO se podesse tirar uma meridiana, que pa;;sas.
se pelo terren o e leva do que forma o L ogo Amacú, orig em
t!(\ P irar á , a té termin ar lias serras do S. e c ontinuando
pelos cumes d'es tas a té as do As ar)' . e d'aqui buscar a ,
do T ro mbetas para finulisu r este negucio. (6
_ 19 - 1 "este dia depois de jantar descemos pelo Pirará ,
c su bimos pelo j\lahú com o r umo de 1 E, e por mui tns
voltas, Andamos 1 t. (1 i
_ 20 - ~a\'egando por muitas voltas chegamos pelas 11
h. á cachoeira do Muh ú (l.a) chamada o Caldeir ão , li.
(p ai passnria , fomos pernoitar uma legoa acima em uns
penedos : L at. u. a·) 48'
_ 21 - Continuando o r io com as suas costumadas vol -
ta s , mas semp re com o rumo geral de N , pa ssamos de
tarde peJl· um igarapc quo entra pelo la do esquerdo. Meia
Iegoa a cima d'e ste igarapc, e do lado direito est ão umas
g randes serras cha madas O cu ymnno , por entre as quacs
co rr e o rio, e são' altissima s : 4 ~ lcg oas na\'egamos. ( 4 ;f
_ 22 - N'cste dia passam os a cachoeira (2 . a ) que es tá.
na se rra chamada l\Iapiriman. al tíssima j e chamamos á di .
ct a cachoeira , cachoeira das Pontes, por representar mui to
com os passadeiros , que os la vradores de Portugal cos tu,
mão lan çar nos rios para os atravessar. Navegamos, ven do
par a L serras nltissimn s , que tmnbem form ão uma logoa
a cima da precedente outra cachoeira (3.a ) quo denomina-
mos Franca, ( :3
_ 23 - Pelas i h . demos principio a pas sar a dieta cn -
cho oira que denomi na mos Franca, pela faci l passagem que
TIOS deo. Pas sada clla , continuamos n nav egar pelas vol-
tas do rio, e en contram os a serra chama da Canapiry I dli
e depois (ali aremos. Aqui est ivemo em urnas eorren-
tezas cau sadas por pedras, e em urnas prai as que es tão
cheias de umas ped ra s tão verm elhas como lacre, e e. .ce lie n-
tos pedern eiras de tirar fogo. Fomos pernoitar nn boca
do igarape que fica no lado e querdo, te ndo na veg ado on·
tre se rras muito altas: L at . n, 4° 1'. (
- 24 - 1 a ponta de uma se r ra ch am ada G u ra iné do lado
direito do rio, c heg a mos a uma cachoeira (4.&) que cha, \
mamos da foroe , pela que n 'ella experimenta mos , o da par.
te esquerda tem uma grande mont a nha c hamada Mau r)"•
'rend o nnvegudo uma Icgoa para c ima d'csta cachoeira,
chc~amos a ou tra muito grande chamada Oro êb urú , ou do
P ap agaio, cachoeira que se nos representou aos olhos só
pela parte que viamos de mais de i de legoa de extens ão,
to da form ada por tabolei ros de pedra s em forma de degr âos
rn, de grande co mprimento , e ao mesmo tempo ch eia de mui.
lia ta s ilhas. 1 o fim d'esta ag rad av eI e terrivel perspectiva 50
io via levan ta r espumo os cachõe s d' agoa dv a ltura de dous
de homen s. As serras que term ina vã o em ambas as margens
do r io erão al tis imns de dua s e tres orden s, urnas sobro
outras, e o gentio lhe tinha In ado fogo. Nós somente
tinhamos para 2 0 pesr oas um peneiro de fari n ha , o rio
Rpenas tinha 2 pal mos d'agoa , e estes motivos nos obr iga,
r üo a voltar. Voltando pois ch egamos pelus 9 h. á Serra
C a na piry, a qual re solvemos s ubir a inda que c om g ra nde
a cu sto : a caba da a l.a ordem , a ch amos 2. a e 3. a , a que tam-
bem subimos , c vim os que LO corria uma g randissima e
gro.-sa serrania , indetcrrninavel á vi ta . Chega mo' á foz
d'este ri o a 27 . EUe é de agoas pretas, e es tr eito , fillllin. ·
to de peixe e de caça . S6 a bunda de patos, e seus ea m-
pos de vea dos. As se rras sã o povoadissirnas de gentios ,
l\
flue encont ramos mui ta s vezes : e dons mezes de pois de recolh i.
os dos nos assegurarão os I ndios da Conce ição que ell...s t inh üo
determinado n t ac ru--nos na cachociru gra nde que n ão pas.
I. amos. A pri ncipa l Nação Íl chamada Ma cu xy.
de - 28 - Segui ndo viagem p I Rio Ta etú a baix o chega.
mo s á F ortaleza no dia 5 de Ma 'ço, a onde nos demora-
mos a té o dia l.0 do dicl o rnoz .
l\L-l. RÇO 10. - S ahimos n 'este dia pelas 10 h. da manh ã, e
e ntramos pelo R io Urariqucra , que confluo com o T ae!ú
na F ortaleza. E ntramos pelo ru mo de l 'N O pelo dicto rio,
que é la rgo , abu ndante de c a ça e peixe, e de llgoas bar-
ren ta s. Uma lcgoa ac ima está li Il ha Vori e , e logo adiu n.
to outra chamada Pay a-pi c á : ~ ll'g oas na\' egamos. (2
- 11 - Sa hirnos com o rumo N O . Tendo an dado 2 le-
~o a
goas encont ram os o ignrupe Ona;;ren e do lado oc cidental ,
na-
O qual acaba em cerras que vimos afas ta das do rio uma
(3 lcgon . Pouco aci ma o do lado ori ental está o Rio S creré , poque -
cu· no, e quo co rre de uma s serras do mesm o nom afastadas 2
1l.lC
legoas. D 'a qui fo mo com o r umo de N até li boca do
'01. iga rape U l'\Iary, que r1esag a pelo lado occidenta l , e per.
d noit am os defronte d'ello com g :l legcas de marcha. ( 3 f
3
-18 -
- III - P artimos seguin do o mesmo rumo de N, ,tend.
a ndado meia legoa , vimos pelo lado ori ental a boca d
u m fur o chamado X6 -01Ilc,ué , que vai ao Rio Parim ê por'
detraz de duas pequenas ilha s. D'csta boca r am d ia nt e to.
ma o rio pa ra Poente. J an tamos no ig a ra pe V ucuruputa ,
n o lado esq uerdo. Pouza uios em uni a coliua com 4 legoa!
de caminho. (4
- 13 - O lado di rei to do rio é acompanhado de varias
colinas , e segue o r io o ru mo de O q S . Portamos em u rna
ilha. por detra z da qual e da parte do • está o 1 ;.()<
J11ajary.
- 14 - T en do andado 1 f chcg nrnos á pomação ela COTJ -
ceição I que é das ma ior es que tem este r io, c consta da
600 alm ns de N ações Se parás , Iremissan as, e Paruviu nas ,
cada uma gove rn uda pelo SCl! Cucique , e todos por um
soldado: Lat. B. 3 0 27' Var,' NE (} O 20' Long. 316 0 2;)'. . ( 1 ;
15 - Pouco acima pelo mesmo ru mo de O está ou tra
pequ ena habitação de Indio s , a que chamüo Aldcí nha. Aci -
ma d'ella principia a L"' cachoeira d'est e ri o I e j u de detrn z
tinhamos visto para N as gorandes serranias, de que j a te.
nho Iulludo tantas vezes. Portamos acima d'esta L " ca -
choeira.
- 10 - Acima d'e sta c achoeira est á outra (2. R ) qu e ntra-
vessa todo o Rio VinaplIncr é. Pouc o ab a ixo d'ella c da
parte do S está o ig arape Atará. e ma is a cima e da mos-
ma parte outro muito ma ior cha mado Piaty , e o utro Ayty ,
D 'aqui toma o rio por meia lcgoa o r umo de 0 1 O, e lo.
go a O por 1 t logoa. Ficamos no fim d'cste rumo com
3 leg oas de ma rcha. (3
- 17 - N'este dia fomos j anta r no pen edo cham do de
Doa Vista , nome que lhe derão os intrusos H es panhocs :
Lnt. 3 0 23' VaI'. 1 ' E 9. Seguimos viagem, e paramos com
a nda men to de 3 t l('gons. (3 f
- 18 - T endo na vegado 1 ~ legoa ch ega mos á boca do
R io õla rac á , que desngoa pelo lado meridional , c la rgo ,
rle so rte que pa recia a rnãi do U rar iqucra. Da eon tluour-ia
d'cste r io toma o U ra riquera pa ra N O . c com pert o de 2
Icg oas de a ndamen to est á o igal'ape Cay a- caya, 'este
Jogar esti \' 01' :10- estabelecidos os H es pun hoes c om o nom e de
S. J oão Baptista no an no de 1755. D 'este log ar toma o
rio para SO por meia legon , e toma depois para P oen te
a té uma gra nde correnteza chamada I\Iorossaca ra ma. D 'ella
faz Q r io uma v Ita para N a té o principio da Serr a Sa -
paiea I alta , c de mai s de meia legoa de extensão , c pro-
xima ao r io da parte direita. Pernoitamo s no meio d'e lln com
4. legoas de an dam ento. Deve-se not ar que os c amp os ge- '
raes do Rio Br a nco acab ão pouco ncl ma do Caya-caya , (4
- 10 - S egu imos o r umo de N O I e a cab ada a serra di.
eta passamos muitas correntezas I e igarapes , c uma pequcl1l1
cachoeira (3 .") : acima d'ella um a milha, () da parte de {
est á o R io Yl'eu, e perno ita mos .uma milha a cima d'e llo
'cor andame nto de 3 f lego as, (3 :lo
-I
;-- ~o ahimes eom o mesmo ru mo , e encontramos , ten-
do a nda do meia legoa, uma g ra nde cachoeira (4 .:1) chama.
da T uper cmü , em que gastamos todo o dia, c d' ella tam-
be m vimos a g rande Serra Ti poque , que ha dias ja avistava .
mos. (f
- 21 "este dia anelamos somente uma meia legou c pas.
snrnos duas cachoeiras ( 5." e 6. "). (1f
- 22 - T endo nav egado para S O meia legoa encont ra mos
da parte S eptentrronal a foz rio Rio Id umê , que é de mui tas
cachoe ira s , o por elle ,dentro de 8 dias de vingom , se chega
ás te r ras da Na cão S epará. Para mos com 1 i leg oa de
camin ho na g rando ca choeira Xurubnrê . (1~
- 23 - Sahinros d' ella pela uma hora da tarde c peru oi ,
hunos no princ ipio de outra cachoeira (7. 1l ) . (}
24 Pass amos a die ta cachoeira (8. a) ( t
- 2;') N 'est e dia passamos 2 cachoeiras (9.& C 10. a ) . (1
- 26 S omente pudemos passar uma cachoeira (ll.") que
tem ele ext ens ão uma legoa. ( 1
- 21 - Passa mos mui tas correntezas.
- 28 - Nos di as 28 c 29 ga stamos em p~ssar cachoel-
ras (1:!.a, la.", 14.") c co rre ntezas co m muito ris co de viela.
A minha canõa por t rcs vozes foi ao fu ndo , e cu fiquei
lima vez pendurado em uma n rvore , tendo passa do por 6
Icgoas ele c. ' nsão 14 grandes cachoeiras. O r i corre
pa ra SO .
- :~ o e 31 - Com o mesmo rumo de SO andam os 2 legoas , c
chegamos á boca do R io Vnri capara a que dão o nome da
St." R oza os soldados do Rio Branco , e no me que lhe ficou
do estabelecimento H c pan hol, que está. IIOS con fins do dieta
rio , c a que hia mos conforme as ordei rec ebidas.
A BR il, 1 a 5. - Aqui fizemos alto para jantar , c em quun-
to elle se aprompta vu fornos ve r o Rio U ra riqucra j c te ndo
e ntrado por elle uma legoa , vimos uma horrorosa cnc hooi.
ra , c t ào medonha que julgo difflcultúsissimo de nav egar-se por
cmelha nto ri.. j c por isso voltamos e seguimos ,viagem
pelo R io Vnricapnra , estreito, c que vinha enchendo , o
pO!' isso fa minto de peixe e ca ça . Para evitar prolixidades ,
a cabo d izendo que navegamo!;! Ir. legoas por este rio pelo
rumo gera l de 1 O com muitas voltas , na s quaes se
correm muitos r umos , c era o dia 3 de Abril qua ndo a ca-
burnos de correr ei< te espaço até as 2 da ta rdo , c d'u qui
tom a o rio para N O q N, até a 101. do R io Tucup inh em ,
quo ent ra pelo lado Occ ideu tnl, ( 27
- - 6 - N'est c dia ch eg amos ao an tig o estabelecimento Hcs-
pangol si.« R oza ,
- 7, S e () - Como o rio e ra es t re ito , julgamos que as suas
cabeceiras erão prox ima s , c , ap eZU1' de não termos pra.
ti cos d'cste rio, resolvem os a llcg uil-o ; e partidos, logo
chcauci a uma ca choeira , pur cima da qual c ·tú. outra.
irupass uvel certamente. A chuva era tanta, e a falta do
mnutimont os tam bom , que depoi s do subirmos a uns sonos
-.
ltos no din 9, nã o vimos se nã o grandes serros e Long. dI!
St .lI. Roza :314" 45' L at. B. ao 45' .
- l O - Sahimos pela ma nhã , e o r io corria ta nto, qu .
ch egamos no dia 13 á hoc a do Ri o l Iuracá , tendo pas .
sado mil inconvenientes nus cnch oeirns , em urna das qUll e
s e submergirão a s cnn úas o se . uch a rã o 2 I goa s abaixo
sem bnncns o tnldas ,
- 14 - 1 ~a\" egamos pelo Rio l\Iarac:i pa ra Poente :1 le.
goas. O r io é lar ru issimo c de m uita 'aóoa ; corre por
meio de exten sos ea mpos. A nda do este espnço , em flue no.
Iicn r ão para a direi ta dous iga ra pcs, demos em uma mul-
tidão de ilhas, grandes e peq uen as , no fim das quacs ha
urna cac hoe ira não pequ ena, a qu a l passada m vegamos por
entre outras ma iores il has, que fazem ter o rio grande lar.
gura , até outra cac hoeira de sul to , lJue não passamos, tan ,
to por fa lta de practico, como por se r o tempo lim ita do
r.a ra tanta av eriguação , não sendo esta da s mai s im port a ntes.
E tra d ic úo eo nst unte que este rio se commun ic a no tempo
da chcia com o C uva bo ry , (S
- 17 - N'este dia chegumos a Conceiç ão , on de det ermi-
namos nav cgar pelo Majary como ma is proprio para f()r.
marrnos c ompletu idea das se rra s que ti nhumos visto pa ra 1 ,
_ 18 - N 'este dia entramos por este rio agrada vel , .p0rqu
c orro entre c ampos , abundan te de pci xes , tu r t nr ug us , ~
av es, N'es te dia nav egamo!! 4 lego as. (4
_ 19 - N'cste dia an damos 5 ICl-(o as por muitas voltas. ( :>
_ 20 - T endo na vega do lima legoa acaba n Serra Unv n ,
que tem 2 legoas de ext ens ão da pa rte de N , (J uma le.
'Da uc imu da parte de S es t á outr a S er ra Cadavary d
u ma de comprido.
2 1 - N'este dia a nda mos some nte 4 l ego~s . (4
_ 22 -:.... Com :3 leg oas de cami nho chega mos a um a grana
de cachoeira cha mada Ar u:I. tendo passado outra menor.
Aqui nos demor amos o dia 23; L a t, B, 3° 46 ' Va I'. NJ<:
50 l O'. (:3
_ 2.} - P assamos n'cstc dia :3 cachoeiras. (4
_ 2:; - 'est e dia un dumos 2 -! Icgoas e passa mos 6 ca-
e-hociras , e viemos pernoita r na boc a do um pequen o 1'10
cha mado Nama m do lado septe ntrional. (2 1
_ 26 - Duas legoas nav eg~mos pas sando {j cachoeiras. (2
_ 27 - T e ndo ; uda do 1 t Icgoa c passa das ~ cnchoe i,
r as , ch egamos 11 uma g l'nndissi ma , in vudoav el , o que ía -
zia 11 I o.n cachoeira. D isserão-nos os pra c ticos , que aci ma
d' cs ta havi u outra , e qu e depois se divi dia o rio em p •
que nos bra ços, que vinh üo das serras que est avão proxi.
ma s. " (1l
_ 28 - N'este dia volta mos e chegamos á cachoeira Aruá.
_ 29 - Caminhamos por terra ao Nascen te , e en co ntra.
mos a ca beceira do Parimé, que é um la'g o pequeno, po.
br issimo , e nã o t ão r ico, que o ch umurão L ago D ourado.
_ 30 - T e ndo e ntre nós assentado, con corren do tu m bcm
a assevera ção dos practicos, que por detraz d'es ta la r a
eomp rida cordilheira corria o Rio O rinoeo , volt amns par
Il Fortaleza com inten to de entrar pelo R io Xn rum6, 8
de fazer um t ra nsito por terra da Fortaleza ao Re pu mu -
ny: mas o in verno esta va mu ito for te, c as or dens do
S. Ex . t ão a pertadas para es ta rmos cm Barcellos no mez
de Maio , para partirmos para Ma tt o-Grosso, que n ão pu.
zernos em pract ica o det ermi nado , c ch egamos á dicta Vil.
la a 17 de Maio.

Copia do Diario , que fez o mesmo Dr . L a-Cerda, ds


B arcellos para a Capital de Matto-GrosGo.

Sr:Tl:MBRO 1.0 - No 1.0 de Setembro pelas (j h. da tardo


embarq uei no porto da Vi lla de Burc cllos pa ra a Villa-Bel-
la de i\la tto-Gros~o , e cheguei á boca elo R io ilfadci ra no
dia 9 pelas 8 h. da ma nh ã. e na ponta do N fizemos alto
para observn rrnos a posic üo cl'cste pon to, q ue achamo '>
mai s prop rio pa ra a ex trema do pon to int er mcd io da di .
visão co m os H espa nhop.s: Lat. A. ;1 0 22' 4;)" L ong , 318 0
fi2' 53" Va I'. I "E (j0 4 '1'. .
_ 10 _ S ahirn os da foz do ! Indoir a com a proa a 80.
o fomos pernoitar na Ilha dos Carap an as com 5 k-goa do
andamen to. (5
_ 11 - P ela tarde d'e te dia passamos pela Ta pera d
Ab uc axy , antr ga e nu merosa povoa ão que se mu dou pa ra
Scr pa , pulos in sultos do G ent io. 5 -li na vegamos. (5 t
_ 12 - Pelas 10 h. da m unhí pass a mos lo furo Tupinam-
i ara nes , que vem de perto ele T npnj . lTllveg amo <l a S .
c pernoitamos de fron te da Ilha T ir ipiru aca, com (j legous
de marcha. ( ti
_ 13 - N'este dia com rumo de S, e de P oente. fomo.
pernoit ar pouco ma is de legoa aba ixo de Borba. (5
_ H _ Com anda mento de pou co ma is de uma legoa
ch ega mos Íl Vilta de B orba , Rogist o e esca la das can õa:
qu e vem do Malto-Grosso. ondo fomos hem recebidos do
Comrnandnnte , C ap ell ão , c ma is pessoas de que con st
a quc lln g uarn iç ão: L at. A . 4° 2a' 3 1" VaI'. N E 6° 55'
_ Ir) _ • ahimos n'este dia com o rumo 'ora pa ra S , ora
para Poen te , rumo que seg ue o ri o ge ral mente, e a nda .
mos :3 legoas. (3
_ lO _ N'cste dia fomo s pernoitar na parte super ior da Il ha
Mllndiuba com 5 legons de marcha . (5
_ 17 _ Fomos pernoita r na parte superior U Il ha Ja.
car é com andamen to para o S de 5 t legolls. ( 5 -}
_ 18 • "e~te dia andamos s ó 3legons por ma nda rmos co n-
certar as c an õus , nas quaes chovia mu ito , e de tarde ti.
vemos uma grande te.mpest ad e que /lOS poz em I:ra nde pe.
ligo. (3
_ 10 _ Anuamos 2 lcgoas para Poen te I e depo i a S,
2-
fomo pernoitar acima do Rio Ariopoll4 eom 7 legoas de
ma rcha. (7
- 20 - T en do n a vegado meia legou topam os a Ilha das
A raras quo 10m 4 legoas de comprido: 7 t andamos. (7 t
_ 21 - - P rtamos a pouznr no principio da Ilha J a nipu-
rnnn , ahaixo da qua l e da parte meridional fica o Rio
M alll rá do pouca s agoas , e que diz em se comrnunica r. OI I
o T upina mbaranas cio Rio Cunnmá . ( [j 1
- 22 - 1 'este dia and am os 4 t log oas c fomos pernoita r de .

front e do Rio A71llangaliny de po\l(:a agoa . (4í


- 2a - T endo navegado 1 t leg ou fomos ntacndos pelo
Gentio, que do milito, c se m se rem vistos , desp edirão iru -
mcn sas flcxus sobro a minha ca nõu , com ta l felici dade
nossa , que ne m-um ferirão , cscapundo mui tos pela s voltas
que dav ão ao corpo , qua ndo as vi ão em dir eitura a si:
eu escapei de ser at rav essado por uma pelo pescoço . Aca ,
ba do o co uflicto , em que es teve a minha c nn õu em grandtl
perigo, porque OlS romeiros se deitarão Jogo n' agoa para
~ ampnrarem com a outra borda ' da cun õu , e U II ÜO ser
soocorrida da canõu ( O Ca pitão, e da. cio Padre Cap ollão ,
(11Ie não for ão atacad s fortemente, alguma desgraça suc o
ced er ia; nos demoram os em uuiu praia fronteira a este lo -
gar, d' onde se ma ndou sem fru c to dar CRçtl ao Gentio j e
depois rl'estn dili gC'llcin continuamos a marcha , c undrunos
n'esre dia :ll legoas. (3~
_ ~H - T endo nav egudo 2 legoas pas am os pelo ignra pe
Mourussat uba , que entra na mal'g elll occidentul , c 2 leg ou:!
a cima cst.í a. boca do R iu l\Iari cul'á de pouca lIgoa . (U
- 25 - ' avega mos por e ntre ilhas chamadas J n tunr an us ,
e pas samos pela boca do Rio Cap ana de a goa s pretas J que d i.
zem se commuuica com o Pe rus. Anda mos 8 legoas. (8
_ 26 - Fomos pernoitai' na ponta superior da 1. 11 Ilha
do l\larmello com 6 ll'goas de marc ha: L a t. 6° 3' 32" A.
Varo i E 7° 15' 40 " . ( fI
- 27 - N'este dia fomos jan tar em uma ilha, por detruz
da qual desemboca o R io .Mú,'amerú, ou Marmello , e na -
vcgamos o legoas. (6
_ 28 - L ogo encontramos du as ilhas, uma pequena, e
outra que tem 2 lego as, 1'01' det raz das qu aes desembo ca o
R io Aruapiará . Na veg amo s 5 legoa:'!. (5
- 29 - T endo navega do 2 t legoa pass a mos pela boca.
do Rio Jaruary, que mais parece igarape , do que r io :
uma !egoa mais ac ima está outro chamado B acias, ig ua l.
mente peqneno, e que e nt r ão amb os pelo la do occidont nl.
N'esfe dia JHn-egamos 5 legons , isto ó no di a 30. (10 ~
O UT UDR O }.o - N'este dia an dam os- lS Ó meia legoa , e pa.
ramos defro nte da I lha dos ~IIl(lros para observarmos 11 lSUU
posiç ão , porque , segundo os in stru c çües quo t ín ha mos, se
ju lgava o pon to medio para n de marcaç ão dos lim ites ;
com tudo achamos qne dia n ão ser via: L ut, A. ao 3,1' 15"
L ong. ~H ;lo 55' 45". ( -l
- ~ -- Navegamos cos tea ndo esta ilha que te m 3 legoa
de axtensão ; e n a vega mos fi t legoas. (5 t.
- 3 - Navegando entre algumas ilhas, fizemos al to co m
6 t legoas cle na vegação. (O t
- 4 - Fomos pernoitar na pon ta inferior da Il ha da s
P a ra hibas , com fi t legoas de a ndame nto . ( fi t
- {; - N'este dia a nda mos soment e 4 t por ga starmos
mu ito tempo á es pe ra do um sold ad o que se ti nha perdido no
m alto: Lar. 7° ]4'. . (4 t
- 6 - Anda mos n 'est e di a :; Icgoas , lendo navegado por
entre ilha s ch nrund as da s Arrai as. (5
- 7 - Passa mos pelas ilhas do Batuque , e das Flexas ,
c fizemo s alto com 6 legoas do caminho. ( (}
- 8 - Pa ssam os pela boca do pequ eno Rio Jlaissy, qu e
desemboca pelo lado ori ental, e na vcga mos n'os to dia 5 le-
g oas. ( i>
- !) - L egoa e mei a a cima do refer ido r io está o R io
Iachn rlo , <I ue é la rgo e desagoa pelo lado orio ntal. An ,
dam os 4 legoas , e achamos a L at . do lagar do pou zo 8°
9' 42" A. Lo ng. 31 3 ~ 9'. ( -1
- 10 - T endo navegaclo 5 t legoa , por tam os pouco nc i,
ma do Rio Paupema , qne e ntra pelo la do d ireito. ( 5 -?t
' - 11 - Fizemo s a lto na ponta superior dn ilha , que est á
defron to do Ingo T ucun nr é , com 6 lego :ls dI' march a . ( G
- 12 - Trcs horas ~l1s b m o ;; a té a boca do R io J amury, que
entra pelo lado esquerdo , c parumos e m lima peq uona ilha
que faz ter o dieto r io duas boc as . E lle é de medi ana
grandeza. de ng ons bons , e cris ta linas. C on ti nuamos , depois
de jantar. a vIng em j c pela mu it a c huva andamos som en -
te a t legua . (3;
- 13 - 1 neste dia pnssnmos pela Tapera do T rocano ,
Jogar e m qu e esteve 11 VilIa de B orba, mas lIue pela in.
fes tn çüo do G en tio se mu dou pa l'll outros loga res, até per.
manccer no que uc tunhu onto est á . Fizein s alto na pon ta
su peri or da Il ha l\Ia ndiy com 5 + de marc ha. ( fi }
- 14 - Chegamos depois de rueio dia .' praia Tn mnndu é,
que n ão é g rall de , ma s t ão abunda nt e de tartaru gas que
u ' clIa vão desovar de noite, qu o cau sa espa nt o. N 'esta noi,
te tinh ão as monta rias vi rado ~ 6 U: re colhidas para ns
con õas pOlleo ma is de 100, mand amos deitai' no rio as
ma is, e seguimos vingcm. Andamos u 'est c dia '1 Icg 03s. (4
- 15 - T endo na veg ad o 1 legoas chegan os (I p rim eira
cachoeira (l.a) chamad a de S t. O Antonio , c se desc ITcgarilO
as ca nô as a meia carga. ( ,1
- 16 - Pa ssadas a s ca n õns , e ca rregad as. segu imos via.
gem pela tardo j c depo is de pas a r uma gra nde corr e n teza
ch amada do l\Iac aco, fizemo s alt o , co m ~ l e go:\~ de ma r.
c hn, (2
- 17 - Pela s 8 h. da ma nh ã ch egamos ao sa lto do T hco-
tonio, ond e a chamos os com me rciun tes do J Ia tt c--G ro so
co m 13 cunõus I e truzião fi mezes do viagem. E lles ti .
n hã o sido atacnrlos pelo geurio :; vezes , e de lima ferirão
- .
lgumns pessoas. c mallnrllo a um Indio remei 1'0 de um
montaria, na boca no Jamary (2 . 8 cachoeira). Os c·om.
Inercia ntes fizer ão-Ihes uma emb osc ada , em que matarão
quatro . e a 11m pr incipal, quo se suppoz ser I pelo distinc,
ç ão das pen as com. que vinha udornndo , como tambem o
seu arco e flexn. E esta cachoeira formada por um gran.
de pen edo que atra vessa o r io, o qual se dcspenha por
canaes de a ltura de 40 palm os•. Adiante do logar d'c ste
pre cip ício está um a g ra nde ilh a de pedra, que faz t CI' 11
ng oa prec ipitada um g ra nde robojo. ( 1f
- 24 - T endo aca bado do varar por terra as canó as , e
de as carrega r , sa himos n 'este dia ~4 pelas 8 h. da 11M .
n hã j e passarias militas correntezas , tomos per noita r no
pri ncipio da cachoeira chama da dos Blorrinho« (3. 8 ) , com
.( f legoas da marcha. ( <1 f
2;:; - Ga slumoa este d ia em passar a cachoeira forma.
da por muita s ilhas rio penedos.
- 26 - Seg uimos viagem pa ssando correnteza s , e fomo!'!
perno itar qua si na pon ta sup erio r de uma ilha quo tom 1 a
legoll de comprido , andamen to de 4 lcgoas. (4
- 27 - T en do na, c 1' 1110 uma legoa passamos a foz do
R io 'Yocipnr« da par c or iental . [)'aqui toma o r io I) ruo
mo de L P OI' 4 log oas. Port am os na pon ta de uma ilha
quo fica á direit a , por det raz da qu al corre o R io .:.1!uIJa.
runá: (j legoas lia vega mos. . (O
- 28 - T endo na vegado uma legoa ch ega mos ao prin ,
ci pio de uma cachoeira , que lhe cha mão Caldeir ão do 111.
f emo ('l. a) , a qua l tem uma legoa de co mprido, e ó pe .
r igosa no rio cheio j mas n ós a a chamos favor ável pela
pouca lIgoa que t ra zia o rio . ( ::! t
- 29 - Tendo. navegado legoa e meia chega mos á cacho-
eira cha ma da Salto do Uir á» (5."), e m que se var ão ns
ca n õas por terra i nciu do :l[)6 braças . "' Pesta c •
c hoc irn estivemo a o . 10 ( l X CI 1l ~ i n1 , que o gasla mo
e rn vara r as can . " e no nccrto d'e llus , que a n: o se r
este accir/en te ga I men te 8 . A' distancia de mei a
I .goa pelo ma to dcn assistom os In dios Pam us , que jn
est i ver-ao Ak leados ; e na occus i ão de h uve r cnn õus n 'uq uel ,
\ 11 cachoei ra, 11;]0 ~6 as vem aj udar a va rar, como tum -
hem t raz m refrescos de sua la voura , fi li O consta de ba.
nanas. mand iocas , ha tutns , cnrãs , & 0. Da outra pn rt e do
r io a itu o Genti o C uri punu , manso . por ém [ ,ia ladr ões
nc til ' L:'. qua nto podem. .Nós os ma nda mos ch amar , c
vie r 19u ns 40 de todos os sexos , c idadcs , cl a ros , e vi s-
to 'os , P a dorundos com mui tas pcn na!'l dos passa ros que ma .
tã o. T r azem a c ar t ilagem, qne divido as ventas do na ri z .
furada , e por este 1'11 1'0 mettido urn tubo do rezin a da c o r
de ulumb ro , c do duns polcg udas do compr ido. Os hom ens
teui a bnrl a comprida, ( 1f
• ,) VI : U llU O 10. - S ubimos do Salto do C ir áo : navega mo"
some n te ~ i leg oa!!. ( :1 t
- II - Pela tarde ch egamo li cachoeira ch amada os T
i mão (l> .a) quc p:u::sumos até o meio; 1I11\'CofllI10. I
ont n'este dia. (
_ 12 - Con ti nu nrnos a pa"l'31' o resto da cachoeira .
cimu tio pouzo está ° R io ãlutumpa run«. T em ,I cachoei ra
de ex tensão lima leg oa , Il l.aH:gallJo n 'e,; te dia 4 lcg ias, ( 4
_ 13 - TOeste dia a ndnmos somente 2 le g o u , pe lus mui-
t- . c or ren te zn s , e sirgas , que passa mos, a l;ulllas u no in .
feriores a algumas -e ac hc eiras, Cheg. unos pe la t- rde á C/l·
chocira c hauuulu do P ared ão (7 .1').
i ( :I
_ 14 - Forma-se est a cachociru de duas como pa re es I
pie ve tu de uma e de o u t ru murgern dn .; 0 , de ixm o pe lo
me io pa ssagem ás agoas ; mil' n' estn nbert Ira l.n lima ilha.
d e ped r ,(I' faz ter u r io d uas en t radas ou uber rus , Ac a -
ba mos de pa;;:sar com trabalh o c felicidade pelas 10 ~ da
In 1111hã , A ndam os n 'cs te dia lima ieg'Úc. para darmos tempo
para o descanso ao s trn imlhu d res . ( 1
~ 15 - 'relido nav egado :t legoas chegamos á cachoeira
c hamada P ederneira (13 ." ) , pelas mui tas que te m. G ns tam os
o rest o do dia em faz er ran chos. ( :t
~ lU - Trabalhou-se em d sscar r ez n r as canõas ató o
meio dia, ficando Q resto da tu r em in ac çüo pela mu ita
chu vn .
_ 17 - A c nbnr no- so de de carregar as c nnõ us , de 8
pnssnrem , e de nov mente se c arregarem .
__ 1 -.,; 1" e!ite dia fomos pernoitar defronte ,l.l foz do
Rio A buna , que entra 110 iII ~l(le ira pelo lado diroito , c é
-dc llgoas pr etas ; com andamento de 4 lego a s, ( 4
_ l!) - O dicto r io obrign ° t.la,leira a tomar o r umo
de 1 ' as ce nte por '2 legoa. _ Anda os 5 !cgoas. ( :;
- 20 - T i do na\'C'gado .3 lego:!s chega mos :í. cachoeira
das A raras (9. a ) , por onde en tramos po uc o cspnç o. ( ~
_ 21 - E r üo perto de 11 h. qua ndo acabnmos Je pa" aI-a ,
navegam os 1 t
legoa . J n tinhamos . O doe ntes . c mu ita
fid ta de ma ntimentos.
- 2:t - Na vegada urna h'",oa p, ssamo va rras pedras ,
defronte das quues está 11 m ri de HgO' preta j e na \ ' C'
rra ndo mais uma leg ua chl::gamos o rabo da. cachoeira do
Ribcirao (10." ).
- 23 - 1 · ·cste dia an damos somente meia lag oa j c por
e ste tão pequeno andamento considere-se qual scr.u o tra.
~.ll ho. (t.
- 2 '1 - Pa sstul a a 4./\ sirga , St' rico prin ci pio ao I.. nc ho ,
c li dos carreg a r a i! c an ôus , tra balho q ue durou at é o d ia.
27: mas em pa ssar toda a cachooiru , quo tem 2 Jegoas de
"xtcn~ão, ga stamo~ a té o dia ti du D <.:ze mbro. ( 1 ;.
lh:z mllmo 7. - Sahimos da en ch o ira do }{ibuirão pulrt:l
2 t
da ta rde , e pelas :'Ir
ch" gamo>< rl cachoeira da 11lhe.
r iconlia (11.1') . q ue pass allJos se m t rnhalho , se ndo uma d as
qu e custa qua ndo o ri o vui possante d'ugo as. Portamos aci-
ma d' dla um a legou. ( 1 lJt
_ B - Che gamos á cachoeira do 11[adc ira (12."), em que
g astamos 4 dias em passai - a, e em ver se se podi a fazer
• -1
-2
r~l1m obs rva ção , que não teve effe ito. Tem esta cu ch
ri ra meia legoa de comprido.
- 12 - 1Ta\'cl!adn meia legoa co m grande cu sto, ch"l!a -
mos á fO? elo io Madcirn , ou Bcni . (~
- 1:3 - 1 'este dia entrou o Dr. Pontes pelo Ben i acima
a legnlls .
- 14 - ~jz'.:mQ s a vela pelo Rio Iamorê elas G h . d
111. I hü , c pelas h. 43 ' c hf'l~al1 lO ao principio riu r u ;
rliocira da Lago (13.") . qu e a p' ,'a InOS ; e pela me ia h. de.
pois ele meio (Ia c lPgamos á cachoeira do P ào Grande (14 . ),
c n'esta ta rde demos principio a desc arrega r as cuuõns, (
- 1:) - Demos pri ncipio a pa.sar a cachoeira pelas 8 h .
da mnn hã , c acaba mos de pns. al-u pclas D t ; c seguindo
viagem andamos somente 2 I('gons. (~
- 10 - T endo nn\,pgfldo meia IC,!!'f)1! hega mos ao princi .
pio da cachoeira da Eu IUneira ( Ui . Il ) , e des carrogurao-e
as canõ ns. ( f
- 17 - E ste dia, c outr os , até o 23 se g nsta l'Jo ei u
pn fsar es ta cachoeira, em tudo muito má, e que tem do
co . iprido 1 t le6roa. ( I ~.
24 - N 'est e din 1H\\'cgnmos <I legons a té o pri ncip io
do Guajaragna ssú (16. n (:l1clumiru ). (.
- 2:; - Desc arregarüo-so as ca noas, o se pa ssou a ca -
choeira em parte.
- 2 ) - Acnb ou- se o t rab al ho da passagem, e carrega.
r no-se as can õas,
- 27' - Ch eg a mo,,; á ultima cachoeira c ha mada GUlIjará-
mirim ( I7. a ) , ql\ ~ -,h s ta d'estn out ra meia Icgoa. Passou-se SPIIl
milito trnhul ho, E es t u a ult ima ca ch oe ira d 'este rio. N 'e '.
te es paço , e m que est ão as 17 cuchoei ra s , qlle Ó de 7.)
le goa ~, gas tamos 7:3 dias. (t
- 28 - Da ndo graças por se te r acabado o tr aba lho d-is
cachoeirns , s ~ g u i m os viagr- m pel rumo geral de SE. c tendo
a ndado 1 t If'goa pas. amo s pela foz do R i» Pacanoca , que
en tra pelo Indo • querdo. .1 :I\'eg a mos (j le:roas. (6
- 29 - i "este dia fomos pernoitar IIU Il ha das Capi ra ·
rns com G lcgoas de a \·egnçilo. ( 6-
- :30 - 'este dia a ndamos 5 ~ leg oas sem haver ci rcun. .
tnn cin diuna de no tu r-eo , ( r) i
- :31 - 1 'este dia andamos 6 legoas , passan do por ai.
guns es tir ües de 2 e 3 lea ons de comprido. (6

A . NO DE 1 7 S

JA:.'íEIRO 1. 0 - T endo navegado. uma legou passamos P'·!:.L


boca do Rio Soterio , estreito , e que, dc"agoa pelo lad o os,
querelo. Co nt inuamos a viagcm , e andamos 5 legoas ut é
a ponta da Ilha do S ilvestre. ( f)
2 - Sahin do da diet a ilha fizemos alto com 5 I gelaS
tle naveg a ião , ( ;,
:J - Com a nda mento de 4 \Cg o3S chegam os li boca
R iQ Guaporé , on de nos demo ';UIIVS para lazer a. ohs , 1"

.
- "
\' cõcs nec('snrias: Lat. A . 11 0 ó4' 46" Long. a12° 28:
"30" . (
-4 D emoramos-nol:! nind este d ia para o mesmo fim.
-5 1 "este dia e 110 s g llinte tivemos a mesma demo .
ra.
_ 7 Segui mos via gem pelo G unporê acima, c te ndo
na veg a do fi legoas com o ru mo ge ra l de L, fizemos al-
to. (O
_ 8 - Pes te dia na "eg am ol:! {j leg oas.
1 ( li
_ !) _ F omos pe rno ita r lia foz do Ri o Oauterios , qu o
<1csagna pelo la do esq uerd o , te ndo o ri o fei to muito la rg a"
voltas , c co m :) legoHs de viage m. ( !j
_ 10 - T endo II U " ('g ado 1 t lagoa ch egamos á foz do
R io Cauterinhos , que co rre pu ral lelo a o utro , c com G Ic.
goas de viagem c hegamos a' , Curral. ( fi
_ 1 1 - COIII 1 tlcsroa de via:,rem chega mos ao Forte do
Princ ipe da Beira , o nde fomos hem rocuh idos do C ouuna n-
dante e ma is O ffic ia es da ~uilrni(:ão : L ut, A. 12" 20 ' Lo ng.
por va rias observações 312" 57 ' 30". . '
r- 18 - P a rt idos do Forte do Prin c ipo da B e ira UlIIIIlS
pcr noitar em uma ronda, que está defronte do Rio Itona.
mas, q ue desagoa pelo lado direito. (1 t
I !) - Com 2 lcgoas de murcha chegamos á p.o"O:l ' ito
de S. ,ligllcl de Lamego , povoa ç ão de Indios ; c com IImi~
de lima pOllzamos de fro n te da foz do Rio Haure . ( :1
20 - Com 2 1 leg oas de I archa ch ega mos á pCl"(ucn >t
po voação de Lçomil , onde j antamos , c depo is ;,eguimo" vi:••
,g('m , U n!1I·pgalllos 4 legoa. . (4
_ ~l - Com rumo gera! de .l usceuto segu'mos via gelll .
c na vegamos 5 lcgoas. ( !j
_ 22 - 1 'este dia ant amos () leg oas. ( (;
_ 2:3 - P assa mos u'es tc d ia pelo 3,0 Rio C(W' rios , as .
_ si I denomina dos pelo G entio d 'e 'te nome , que habita n'cl-
les. Ta \'el-{a nlos fi f leg ons, (!j ~
_ :.l.i - Pa ssa mos pe la boca. do Rio S. .Jlfi"lIel . que en-
tra pelo la do de S j e como tiremos vento andamos 8 lu·
gons. . (8
_ 25 _ Pernoitam os meia It"' oa acima da foz do 'Rio 8 .
Simao-grande , '1U O ent ra pelo la do esque rdo . ( (j
_ 20 - Co m (j I\·gous de marcha c iJeg:lllltls de front e d;L
boc a do Rio S . íimãoziului , que entra pulo la do direito,
mas duvido qu e seja r io. ( ti
_ 27 - N'es te d ia se foi re con iccc r o Ri o S. S imãoz i -
n ho , q ue se a ch ou n ão se r r io , mas si m sallg ra J unl'O , 1'01'
onde des ug o.l o II S llg oa s rl'uquullu enm pun ha .
•_ 28 - N a vegll daH 4 leg oas ch elpmos ao des tncarnentn
das Pedras , cuj a L at, A. é 12<> 52' 35" Long . 31 ·1" 37'
:10" VaI'. NE 100 (4
_ 30 - El'i o 8 h. qua ndo sahimos d' este des ta cnme n to ,
e navegauns 2 Icgoas ch/ga mos á foz do Rio T anguiahos,
que entra pelo lad o d ire ito, (Ú
_ :$ 1 - ~ "c~ te dia. a ndamos li } l..g oas. (5f
li-
nm o 1." - "-aveg , mos '7 kgou!'l , e
' Y F.Y , f{
o n o ra'l. mn ' "
tas vo ta s rniud as. (1
_ 2 - N a "e gamos 5 lc:;ü:ls I ÍJ ·1 cost an do n Il ha com-
prida. ( [,
_ a_ Aca ba da a ilha d icr n , qlle tem de cxt cusl o 4 ~
1 g aa .' . fi emos alto com 4 f I ~ !!na s qu asi no fim da ilha ,
e da outra parte e..tá o Rio tio.' J Inquens , ou "'. .I (1~é. (,1 f
_ 4 _ Ch egamos pelo me io dia no loga r chamado Qu inze
Ga zas; c a 2 ~ le go.ls ' IC : II Hl c:;ü~ a C(l,W l Il cdowla , OH
V IZ ClI , q ue fica de fron te do Rio Curumbiara. A nda mos r) ~. Ic.
goas. ( ;) :1
_ 5 _ O r io supra ent ra do l a (~'l I'i;ql' rrlo , e tendo nu-
" e;;ado 3 Il1goas chp.gallltl~ to foz tio R io CuluTlIrill1tos, filie
eletillg ua pelo lado en ple l'do , C ' Pl" luc no. qnc j ulgo ter :'
suas cabec eiras nas S erra s dos Guarnjó s . que av isl umo
n 'cst e d ia. N av egando ma is uma Icgoa pussu mos pelas La .
ranjeirns. A lidamos 5 legoas. ( r,
__ 6 _ Com 5 lcg oa s de cam inho chegamos fi um logar
flue chrun üo porto dos G UlI l'llj lÍs. D ist üo as se r ras di e ta
(res te po rto fi legous de m áo ca mi nh o , e u'elle h n ouro
de born loq ue. ( ;;
_ 7 _ D uas Icgoas e moia ac ima d' este port o est á a
boca do 1 io P aragaii , quo dcsagoa pela ma rge m mc ri din-
n ~. (6
__ 8 N un 'g amos G lc;;on s. ( 11
'- _ ,U Andamos 4 ~' lcgoa s , c pernoit a mos n o prin ci pio
elo es tirão da ja ngada . ( ,I f
10 j'a\'('galn o s ,4 lt'go, (4
11 March am os 4 ~. (41
1'2 And am os:-' Jr gou ~ . (5
1:l Andamos o uras fJ. ( 5
1'1 l -a y('gnmos ~ ~' I c~oa s nl é a ponta de lima scr ra ,
fjue sn pponho ser a ll,\lrClllida dc da que d izem priuc ipi a
.lefl'o n te da V ill» Bellu. P OIICO uc inm e~ (1 o R io do P iolho .
e fornos pomoita r defro n te da s 'l'U1T PS . ( 4 t
_ 15 - Quatro legons ucim está da parte esque rda o
R io Branco . ou do P iolho , e n uv ",. mos fi legoas . ( fi
_ 10 _ I'assamos por limas ilh a , a qu e chum ão as Tres
Barras, (5 t
17 "este dia na vcrrnmos 4 legoas. (4
18 1 Ta W g UIl1 0 S 5 Il:g uas . (5
in P OIIZUIllOS ponc o a c ima do R io l'crdc. ( rl
eo 1 Ta vcgamos 5 l e ~olls . ( ;;
21 " ,~stc dia a ndam os 5 legoa~ . ( :.>
22 E n'cste 5 ;,. ( ::; t
2:3 T endo n nveg. do 2 \cgO!l3 passa nj(J~ ,'(:\a boca .1.)
Rio Galcra , que desu gon pelo lado as qnc rdo , e Ioruos pc r.
n oitnr no Cuhat ão , (Ô
_ 24 - - 1 'este dia nos demo ramos 11'e te le ga r.
_ 2" _ Tav ega mos 4 t lcgoas , p:l'> sa mos pe la Loca elo
1' io Capi/:ary, pequeno , c de [lOuc u ex te nsão . ( r,
_ 2fi - ! " clit~ dia an damos G leg om:. ( .
_ 0

_ Z7 - Com mera legoa de viagem chegamos á Loca j


Rio S araré , que desaz oa pelo Indo esquerdo , e IOll1fJS per.
noi t ar perto da Villu com a nda me n to de fi legons. (5
_ 28 - C hegamos á illa Hclla da S• . T rindade com
1IIoa legoa de ma rch a . onde fomos bem recebidos pelo
Ex . m o Sr. Lui z de A lhoquerquc de , le llo Pe reira e C ac êrcs ,
G overnador e Ca pi tão General d'aquella Capita ni a , c das
mais pessoas d'e lla : Lut. A. 15u O' 3" L ong. 317° 42'
VaI'. ' E. ( 1'

Copia de um Diario , que e. CrCl)CO o Dr. Francisco J osé


de La-Cerda e Almeida, A stronomo de Sua ~lIa ·
ge.~tade na Capitania ele Mouo-Oroeeo , no anno dé
rrsc , por ordem de 111m. e E xm. Ge neral d'ellll
Luiz de A lbuquerque de Mello Pe re ira e Cac êrce ,
desde Villa- Bella , pelos R ios Ja ú rt~ . e Paraguau,
até onde constar do mesmo D iario.

I..at . A. da VilIa-BeBa 15° O' O" Lon g. 316u 42' O"

AURIL 30. - Os en carregad os d'.!sta diligcn cia, que forj


o C api tãO Ricardo Frunco de A lmeida Serra , o DI'. An-
tonio Pires da S ilva Pont es, e cu , parti mos da ViHa- Bella
com uma part e na ccmiti va , em que tambern hia Ma lluc\
Rebello Lei te '. l'orta-Esta n(J; rt e de D ra g ões , e Almoxarifo
da s dem arcaç ões, e algu lI!; solda dos pedes tr es , c fomos per-
no itar 4 Icgoas fora da V illa no sitio de um F. Xavi er.
J\Luo 1. - D 'este Jogar fizemos pouzo em casa de An ton io
H odri g ues, G legoas dist un te do pr imeiro pOIl ZO.
_ 2 _ T e ndo an dado 2 legoas pnzemos-uos a pé pa ra
passarlllos o chamado Barreiro, q ue é um f,1 1l10 S0 alngado ,
por c ujo meio pnssa . IIllI r ihei r.lo , e , mergulluulcs e m ngoa
e lama até a c in tura, gaslamos duas horas em passai- o ,
sendo t ão pon co la rgo q ue n ão c hega a ter t de k goa.
S eguimos viage m pa ra dian te ma is 2 1"I;oa s, qne vem a
e r até o encontro do R io G unporê , o nde fizem os nlto , c
falhamos o dia 3 para. én cltugarmo:3 11 roupa , que den tro
das caixas se tin ha molhado n'uqu ella passngcm , e pu ra
curarmos os pés estropead os nos espinhos e púcoS , qne es -
tavão me rg nlhados na la ma . Aqui nnc out rumos o T e nen te
V ic tori nno , que t inha vindo pelo ri o , c ou r s camnradi S ,
c cargas de boca, e guerra.
_ 4 - P or cau a de u ma fi iagem, qne a. tod s in cornm o-
- 3
I.llJU í. uoit e , se uimo viagem pelas 11 I . d'este dia, apenas
pud lJ O~ nu dnr 3 lcgo ns por não se rmos se uhores das I
os nc çoe cm razão elo d ruaz iado fr io, e nos aguzulha .
lIlt'~.ia com noite serrada na L avrinhas em ca sa de um
- . R U7.a , oude ao pé de u rna fog uei ra plls!ium os m eu os
ma l n s no:" as camas de redes e mos quite iros.
- fi - Com o mes mo incouunodo ca minhamos n'este dia
6 lezons até a chamad a E stivn , fim do ma lt o qu e pri n-i ,
piou perto de Antonio R odrig ues, e passamos tod a li noite
incommodados com a ro upa moih' da, c com o ve nto Sul,
11 pr za r do tbgo q ue fizemos utca r.
~ () - Não obst a nte a fal ta de duas ou t res bestas , qu
se m c tte rão pelo mut t o , ma rchamos pelas 9 h. , c tendo
I lidado 10 legoas c hegamos pelas 7 h. da noite a ca sa de
um vel ho, onde fomos aga' alhos com carin ho e cal ida de.
1·'0 i tnnt o car ra pa to qu e a pan ha, os no caminho. tItiO
POI tres dias IJOS vimos doso .perud os , n ão obstan te n õs es-
t ar mos sumpre ba nha ndo com agou-ardente e fumo . D,·i.
xaruo- me sn rnns , de que só lll U \"Í li \'1'U \10 fim de <luz
d ins.
- 7 - N 'cste dia passa mos em casa do vel ho , cspcrrmdo
pdu. compa nh eiros. IlU~ fulhur ão no p om~o a ntecedente
h::1a falta das bcsrns , •
- 8 - I ndu !lo:, demoramos n'esto dia n a casa do velho
peln rnesmu raz ão,
- !) - • dO ob..tanto Iidtarem a lgum) da companhn , como cu
me achava com UUI grande de lluxo 1I 0S den tes , pa rtimos para
o porto ou rt (>gi sto do J n úi ü , di ianto da casa do velho
~ ~ Icgoas , onde se uchuv ão as cuu õas pnr a u 'e llas l I a ·
veg a n uos.
- 10 - :'""to dia ch cgn rão os companheiros, quo t i nhão
l;'l hado p Ol' causa das bestas; e cu u'cstc mesmo dia tome i
tr es f'ulIgTia" .
11, 12, la, e 14 - Falhamos n'estos dias com o fim
de 5'~ C'IITl"gan:m as cunõ r s , e curar-se (J cnpitão H icnrdo
d., IIl1J a l; HZÕCS , pelas qua es tomou 11m vomito rio c 1IIIJa
purg a . Cu ntã o a d istanc ia da Villu-Tlclln ao Ri o de Ju ú.
"li :.l;j ~ : L:lt. A, tio I~ cgi sto 15" 44' :·W".
- Irl - Os dia I!), 10 , 17 , 18, met ute do lU g asta .
l U ,s dI'. ce ndo pelo J a úrü até \) ma rco , que c.' tá posto no
l'" rag uay pOIlCO a ba ixo da foz do rlict o J u úrü . _ qui II US
' !. · ITlO:-IU ll I)S o dia 2 [) pum se purga re m quat ro doen tes mais
Il"cp"'litndo~, fura 01ltr08 . que. saltindo bons do R cgi sto , em
P u breve tem po adoecer ão , o tumbem pura se faz erem
lt1.gll mas ohservn çoos qne o te m po pe rm itt in : e se a ch o u -
i. «. A. ]60 2;'1' :..!O". VaI'. TE 11° 47' . L 1.rglll'U do ri o
l l' g ULH.b 'I' ri gouoa rc tri ca uic n to l ·.Ool'll ça s j desde o R cgi sto
iité o marco hu :.la I('g'oi\s: -di stancia do m arco ao ve r-
ti ee du mo nte que lhe fi ca fronteiro 1130 braças .
-- ~:l -- l T fio obst an te amanhece r o dia com fria gem , nos
""lh.Il'C.llllOS" o descemos pelo Rio Paraguay com vento rijo
'1'.' 1':")11, \, 0 ser todo. o andamento para o S ul j e ten do
nn regado 4 t Icgoas fizemos alto I a margem oc cidont
em UIJl pequ eno e hu mido red ucto , porém a bri ga do do vou
to . Do m arco pela d i ta nc ia de 7 leg oo:; a com pan ha um
cordilheira ao rio pela 1" rtc do 1 [us ce ute j o es ta mesma
c ordilheira seg uc ao 1 · o rte . e a ca ba no c;l1npo dos POI Q '
v, c serve de cabec ei ra a os Rios Para un v , Ja úr ü , o
'l' a ru ' os , qu e desa g oa no Amazona s. E stn c or di lhe il'll
11 c hamaria de S. J osé , e cortada pelo P arngua y :í di tun ,
c in de 20 Icgoas ·r OUCI) mais 011 men os elo marco pnr
• ort e . C omo tomos se n t idos do B ór óró , todo o d ia o noi-
te fizem os fogo de sig na l por to da a co sta da dieta cor-
di lhe ira . Eutrnmos na primeira bahia qu e achamo; para o
occidento , e logo rol tu mos por se acabar.
" - ~2 - Com chu va e vento seguimos viagem j e ten do
com g ra nde mcommodo nav egado 2 legoas. flzcmos alto
no fim da serra, qu e , tenho ' dicto , acompanha o rio pela
m a rgem oriental; e c ham ão u este ultimo serro o E sccal-
»ulo, Tres forüo ns buhi a s (Iue e ncon tram os n'esias d uas
leg oa ': na pri meira não entrumns por se saber IlIlO n ôJo
ser viu para o intcn ío , c se uc uha vn logo: entra mos pela
6Pgullda que denominamo Balsi ela Onra por uma que
v imos a n tr a ve sou j e fa nto e-sta COlHO a terceira termi na.
vão em pa nt uun ' S in na vopaveis po r mu ito baixos. Demo-
r a mos-nos u'es te I g 'lr n ão so ra ra "C curn r 11m pedestre
c ama do J osé Soa re s , qu o s tu va em pe loigo de vida , como
tarubern pa ra dct erru in urmos a ve rda de ira po icã o d' este
E , ca l\'ouo pe la o serv i çJ da i1l1111 ' I são do L" S nt ellite do
Ju pit or , qne observaremos 110 di a 2 '1 so a m adrug du nos
permittir.
- Q;3 - P el a dc rnora n' s te log a r uhi ao dicto !:'ca h udo
c om "mnde in c oiumodo por ir de 'ca lço , a nn de o pod er
s ubi r . Do ( imo do se TO ví para Poente 11 1\5 serros ; tn.
muda a dircc çso do parte ma i ulta , vim no con heci mento
rio que erão a S erra do Agual'ey , di ua n te d 'este Iog a r'
m a is de ;jj leg o<u,; : a rlic tu prllll a mais meridional demora .
va a ú8° de _ para O. i tumbcm á distancia do :2 t le.
oas te rr e nos a lto , qu e ec n no a laga v:10 , e co rr i o r S.
() q uo media va on tro II m a rge m occ identul , e es ta terra
Ii rm e , parte se ha d _ al aga r e parte n ão.
- 2 * - Com dese jos rle ter ma is notic ias subi n' este
d ia ju nct nme n to co m o ca pit ão R ica rdo segu uda vez; (l
desc al va do j e a tra vessa ndo o seo c ume pa ra Nascen te . \"Í
(1\10 o terre no qne vai do Nascen te pa ra o N cr b r10
mo ntuoso qn a n t o os olh os po di r,O a lca nç a r do alto do u ma
urvore , oi I que M u"i (pa ,i gu in da do. Subi depois a Ij'!lra
qu e tic a va m ai s p rop ri n p,.I\1 desc obrir a pa rte do R, e
oe nte , e \'Í mito a o longe u ns S" ITOS . ou un. a p( n ta OI'
se rr a que fic a va 20 u de lo) pa ra E, c o r.'s tl,l c neube t fo
com Uni c ab e ço qlle esta vu 1'1'0 itoi ro , c mu it o !,"rl" : :"up.
pon ho que são as da I.. oa G aiba , do qo e se fa llo rá se D er, '
jwrm itti r . Do S pa ra P oe nl e hav i um la rgo e vis toso 110.
ri sontc at é a se rra , de q ue fiz men ção uo J:ll :.!3, seu-
"•

(lo toda esta campina intercepta da de bahi as com ng ra àa vel


vistn , qlle no Paruguay tinh ão a sua Loca.
- 25 - ! Tã o se pôde ob scrvnr a immers üo do 1.0 S utcl ,
[ite de Jupit cr , que de via acconteccr na '.lIallruga da d'este
d ia ás 4 h. 4;)' !1" em Yilln-Bcll«, C om e' te de-gosto e~
gui mo~ ,'ia gem rodea ndo 1\ ponta do es cn lvudo , seguindo o 1'11.
mo de L f de lp.goa ; e depois lia voga ndo a 1 T or to , lordes.
to, S ueste , co m va ria s d ir cc ções tende nt es pa ra o 1 usce nt e ,
SIII . Tendo na vega do 3 ~ lego as , deixamos na marge m occ ide n,
t al um cu he ço , junto ao q ual es tá uma ba hiu , e m ()II U
e ntramos com a mesma fel ic idade e perda de te mpo das
o utras. P ouco abaixo na sse i uma a ldca de Ind ios (; enlio5
desertu ; e desde quc ~ah i do marco se mpre en cont re i si .
~naes e vcsti jrios de I'0 uzos do Gc utio , do d ia antecede nte.
Matarão -se n'est e dia de passa gem d ua s on ças. Peja 1 h.
sobreveio vento Su l com chuva : o tendo u 'est o d ia leito
) lcgous de c, m iu ho , fizem os POllZO e m um pe que no re-
dueto , que só tinha tCIT a para se laze r a comida : du rmi-
mos nas red es ata da s um a rvor es • com muito frio , IllOS -
qui tos . II formigas, que milito mo mord er ão . P ouco abni .
xo da d ic ta T apem prine ip ião os logares alag,l{.los de um-
hus a s margens, e 5 0 se vi üo os montes de que j a Iullui s
Lal. A. 110 logar de on de partimos 10° 42' &8".
- ~u - Co m nev ou e frio seg uimos vinrrcm : o nndarne n,
to ou corren teza do rio é r ou co ma is de t de legoa fiO!'
I1000a , c remando e ra de 1 t e I } do leg ou. O fundo do
ri o at í. o es cnlvudo e ra de 2 -l- al ô 3 br acu s , para bai xo ut é
a qui de l ·~ ; adv e rt indo que desde o ';I arco at é o dicio
esc ulvudo tinha o rio j a a bai xa do 4 para 5 palmos; e do
sc nlvudo para bai xo qua ndo mui to UIl1 palmo. Amhus us
marge ns s ão s tunm.une u te a lagadas , c cam pos a perd er de
vis ta : este o mot ivo por qu e a ndam os com es forco de rc,
m o até as 7 h. da noite, para a ch a rmos um pequeno ca ,
pào ou ilha , que tin ha 11m cabe ço a lto, on de nos aquar.
telurnos , te ndo march ado ] ::! t Ic" oa s , seguindo o ru mo
gera l de E S E. O p<:qllc no rcducto teri a de diametro 100
pal mos ; c pelo gos to qu e todos t ivemos em achul-o , o de.
nomina mos Cap ão da consola ção, C omo as ag oas do riu
se es pa lhão , a lag :io grande po rçã o da ca mp in a, (tanto as.
si m qu o Ilfiycgando-se do R io Cu yubâ pa ra este P a ra g lla y
e rn tempo d" r io ch e io , desde UIl1 l og ar no Rio Cuyub á ,
II qne c hnm ão Arrn iu! velho , n travess ão o campo o vem
s a hi r n 'e !;!.) I:a p'l o com g rillHlc a va n ço de dias) o rio tem
d irninui do i de s ua la rgura no marco.
- 27 - P ar tidos do C a püo da co nso lação , navegamos r; -}
legons seguind o va rius dircc çõcs , sen do a gera l de Sl~ .
t
Vendo no fim das diet as 5 legons , que na margem OCC l.
de ntal ha via uma boc a de 8 bru çns , por ella ent ramos,
acompan hand o tambem a corrente d'agoa , quo por ellu cu.
tra va , e fizemos alt o em um pequeno red uc to m uito It\ O-
lhado , distant e ou Loca meia legoa, seudo a murch a to.
ai du f.j lcgoas.
2 egni mos por este pequeno bra ço cortando a lt .
n ha ( e 1 ' S em va rias pa rtes pelas voltas que dava par
ori nto e occidentc j e tc ndo an dado 1 t legon , demos
e m lima tapugc , que não pudemos passar, fene cendo est s
furo , pelo que par ec ia , em um pantanal todo cobert o de agoa -
ré; e re tl'occJcnn do a ndamos pela madre do rio ~ legou .
3, ru mo 'de SSE, e passam os a noit e uns em a rvoi s , ou-
t ros na canoa por falta de te n a , ten do na ma rge m ori en -
tal uma g ra nde lug oa, CO l1l 0 tamhe rn na occ iden tal . Como
meu compan heiro e collega o DI'. Pont es hia di str hi.lo
com as suas Philosophi as, ga ilta ndo mui ta ' parte do dia
em copit r mac ac os, ra tos, &0., deixa va por este motivo
passar e: claro muito rumos, dan do ao rio curso differente
do que na rca lidaJ e tinha, rcsol\'i-llle desde est e dia a confio
urul-o dia ria mente .
_ :,.!!) _ Fo i a marcha d'este dia de 8 ,~ legoas , 3 ae
11 1. e 5 t :SE. te ndo se mpre pela proa un s mon tes: o
c humud••rdo Ch ené bem se parece com um P;1Q de as ucar. Per.
noita mos todos na canôa, pois nem terr a houve para flll
t1lzer a c êa. Observei que a corr ente do rio ja hia diuii-
n uindo.
_ 30 - Poucn aju dad os a correnteza do rio seguim •
ossu der rota pelo rumo geral de SO . Tendo mnrchnd«
lego. ~ demos com a prime ira ta pagem do rio. CIo cujo
pa s:o g.lfltamos uma hora, c teri a 50 para 6U braças pelo
curso rio rio. E sta ta pagem cru tal, que pa reci a que ahi
le sum ia o rio , porque o ago a-pé , o ca pim, c o rnntto
ra t ao alto, q'le pa rec ia todo li 11 i na scid o; duas 0\1 tr es
encontramos no espaço de lima ll'go<l. Acabada . :l.a ta -
pagem vimos-nos no meio de um pantanal tão g l'll ndo que
víamos agoa. o uns montes que himno s bu cando. O
r io difllcllltos 1l men te se distin;!llia no meio d'es te O ea no.
Todo o pantanal, de q ll1 tenho falla do nos dias pa ssa do ,
c coberto do ta l agoa- pé, c por isso 'n üo se distingu ia
o grande mar j mns es te por limpo deixav a ver as suas
agoa , que termina vão e m um vasto horisont c. Deixa vão-se •
ver no longe uns baix os montes p OIlCO de pois de se ter
pas sado a 3.1' tapagem, c ti ra as as visuaes , c combinada
com a derrota , c com outr as visuaes 'lue do csculvudo
tirei, vim no co nhec imento de que us diet as se rras , qlle
ao longe se deixa vão ver, erão uquellas que tínhamos pas-
sado. e formu vão a cord ilheira com o cscalvado. Pe rto
da noite. ou ao pôr do Sol , veio uma tro voada com ve nto
r ijo, trovões . e chuva , que , receando nós alguma ala -
. gação, nos recolhemos ao pouzo meridiona l da ser ra , que
buscuvarnos , apnrtundo-nos ela margem do rio; c navegan-
do por pantanacs com muito escuro e risco , chegumoll
finalmente á serra, que nos servio de consolação por ha-
ver 40 h. que tínhamos passado u agou e fari nha, c dor-
mido mui to mal. Foi o andame nto de 8} legoa~.
3 1 '- Pa ra dar desca nso aos remciros , e para sub ir mos
no alto da serra nos demoramos este dia; e com cll' it
5
1 io O Dr. Po nt es, o T enente Victorinno , e ou tros e e eu,
o Cap it ão Rica rdo n ão o pudemo fazer por rn -les tos.
Ia s do que refer ir ão nada se colli gio da procurada lagoa
de G aiba.
J U . "110 1.0 - P ara determin ar a latitud e da pon ta septen,
trional d' este ser ro , que corro , TO , gu indo o dicto ruo
mo por al agados de altura de 20 pa lmos consta n tom m te ,
c. mi nhnmo 2 leg oa , e fizemos pou:6O na sua extrerui lade ,
cuj La t. se achou de 17° 3:3' I '.
- 2 - Sahindo d'esto logAr, o nav eg ando pouco tempo
para 1 [orte , vimo um mar de agous , n ão se vendo '111
par tes ma is do 'lue a g ou e Ceo, com outras se r ra .. mui-
to dist antes. Ta incerteza de que ieria talvez este innncn-
o pelllg o alg uma lias lagoas, de cujo exa me estamos en -
ca rregados (C()1ll0 se verá na ordem j un cta no fim) nave-
gamos 3 ll'goa s pelos ru mos dc NO e procurando umas
coli nas que se vi ão ; mas pela parte de L na veg nv a mos
á costa de grandc " nrrozaes com fundo constante de 20
palmos; por c uju mo tivo, o pela idea que 1I0S da 1'11 o rio
ju conf ignrndo , viemos no conh ecim ento que es tes e rã o ca m.
pos ala g ados, c que, se ter minavão em al gu ma la goa, era
pa ra P oente e Su l. Na veg a mos pouco por não n os se r
]1(1S ivcl ulcau çar uma colin a mais distan te , e r cearmo s
ahrum vento, que levan tan do ondus nos su bme rg isse .
- :3 - C aminhamo,' 3 lcgoas , uma par a N O , e 2 pllra 080
por c am pos hlagadu s de Hi pulmus de altura , e por U I 1'0 "
:/., cada ha .tea de arroz tinha e comp ri do I G . e 2 I'nl-
mos , e a la g rossura err de u m dcdo , e outros mni : fi nos,
Tudo qua n to 'ia de 1 T para O era arrozal. Pouzame
C/Il um pequeno rcduc to , e n ão cont inua mos a viagem po r
nã o I nnos te rr , e para nós n ão ver mos ohr igados li li .
car no m io das agon expostos ao furor dos ventos,
- 4 - Tendo mnr chudo uma le ou pelu r umo de OS O
li ' ma nda ndo a extremidude de umas se rras , q'l e se vi. o
ú distancia de 5 ou G legous, vi mos-nos obrigados a to rnar
• p ara o mesmo loga r , c ponta da se rra de onde t inhnmos
sah ido no dia 2 , por darmos em um mu tto baixo que nos im-
pe dia a viagem ; o qua l ruatt fazen do enseada tambcm h ia
íen ece r na dieta ponta da SC' -rn , m que pernoi tamos , /lIO '.
t ran do o spaço cornprehendido entre este matto bai xo, e
11 serra que pretcndi amos buscnr , ser muito mais a lto c
firme, conforme dizi ão un s prncti cos , pois vião n 'elles umas
arvo res que ehamav ão carandu ( csp ecie de pnlmeirns ) a
qu al 8 0 lia em scmelhnntes t érro nos. Em fim havi a en tre
este mutto , de que a cab o de falia r , e entre o caminho
Il'le segui mos , um espaço limpo de toda arvore , mo tio , 111'·
r oz , e palha , de fundo de 20 palmos , o qua l tem para
NO 4 Jeg-oas, e pam NE 3 , faz endo uma forma de boro
ra cha. Pelos 9 h. da noite veio uma onça tirar un
couros de monos que estavão pendurados na distanc ia de'
ou 5 pés de um preto , le vou dous tiros , que por sere
e curt s , e em ponta ria , for ão perdidos. D esenganamo .
nos depois que estn 1:lgoa er a Ubera va.
_ 5 - Part idos d'este loga r , e tendo cheg ado a outra ex.
tremidade da serra , em que pornoitamos no dia 3 1 de Ma io,
andamos u ma legoa para SiSE , e snhlrnos R lima bnh i a
c hei a de ilhas , onde se confunde o Pllragu ay ; e na vegando
ou tra I goa pelo ca m inho que costunrão seguir os v iajan,
tes , fOlHO;; sahir na. extremidade meridiona l de u rna se rra
muito alta c de comprim uto de meia legou . N'est primei.
rn extremidade , em que chegamos, está um le tt reiro , que
di zem ning uém o e ntende , e JlÓS o n ão vimos por esta r
deba ixo d'ngoa . F omos a outra ponta que tem fron teira ou.
t ra serra a dist an ci a de t ou t de legoa , que se i ve de re.
cho, 011 IJOCIl da Guihu , e que se une om aq uella , em
c uja oxtrornidades estivemos. Depois de ter mos e mbica do
sobreveio um tempora l de NO, que a pezar de es ta r mos
abrigados , só as ondas , que al li chegavão da hnhia , TIOS pu.
ze rã o em grande .s us to , e em te rmos de dosc nr rc g urm o
a canõas.
_ G - Appareceo o dia mais sereno: demos prin c ipio a'
erre inda r a Giba , s 'gni ndo a ser ra a pera e alta , que
II acompanha; e tendo andado para SSO 1 -} legoa, dei.
xtunos a serra , que cont inu a va . e segui mos outra 1 } Je -
gOR por uma enseada opposta á boca da dieta lagoa , se n-
cio a ma rgem. que acompanha esta enseada , a lagada n'es te
tempo ; mas ao longe se v ê terra firme pelo caranda que
111 . E n t ra mos em varias bocns , que n'esté mnt to a laga.
o se vião , c não achamos a communicacão de qlle falia.
.r o ~o J In rti ns C laro (como se ve r á na infor ma ção qlle se
transcre verá no fim d'cste dia rio ) e nem pudemos 'eg llir
a rrn. F oi muito pe no a a t rnvess in da seada , e ig tal.
mente peri "'osa pelo vento ;' qlle a ssoprava r ij o, d sorte
que a termos logar em que nos a commodnssemos , não pas.
suri IlnOS adiante, como co m efle ito succcdco na pr irn ii ru
terra que encontramo . O dinmctro ela enseada é de E . O.
_ 7 - P a ra ficarmos sem escrupulo se haveria com efleito
alguma corm iuuicação , furão em cnnôa ligeirrt o CapiLio
I icurdo , e o DI', Pontes a esse fim j mas re .olhc rão- s
sem a achar , e sem pode rem chegar â terra firme: por cujo
1II0tivo oi o dicto DI'., e Manuel Rebello por terra á
dieta diligeneia; e CII com o Capitão nõs o utrs nhamos
pelo rumo de NO f do kgoa até um pequeno se rr o do
pederuc.ras , com o fim de tirarmos a perspecti va do 1"', 1"
1"0 , qll~ acompa nha a G a'ilm p...la pa rte o rienrul , e ri s,
cohrirmos a lgllnlll cousa, o que 11;]0 teve efleito 1'01' .·<' 1'
o dicto SOlTO muito b.i ixo. L ogo donois da nossa ch r c'Hda
;10 pouzo fomos hem se rvido de vc,; to, trov õos , c chuva,
Pesta mesm a ta rde e m dista nc ia de 100 bra ças para dian -
te nchu rüo os da mouluriu dois pa ioes de mil ho bran co,
bananas, c aipins , tudo plan tad o pelo G entio.
_ 8 - '!lI'gnrão o D ". Po nte , Manu I R ebello , tendo
n; rchado 3 legoa pelo rumo de SE , e ada a cha rão p
prio ao in tent o,
- 9 - 1 'est e drn , costeando a margcm occidentn l da G al-
ba , dobra mos um serro. fJ re dist ava do pouzo uma legoa;
c tendo andado meia legoa entramos por lima ab erta I fJ ne
fazi ão os mon tes, por um ca na l limpo , e do agoa 1I1g IIHl
cou su avcr melh ada ; e tendo e ntrado por clle me ia legoa
vimo s outra bahia ce rcada de umnt cs , e prin cipia mos a
c ircumlal- n pela ma rgem occiden tul , () fornos pernoitar
com marc ha total de 2 l legllas : su bimos a um monte a lto .
e somente descobri mos que para Poente havia g ra nde g roR.
sura de montes. T odos os mont es a que ch eg amu s e rüo
de pedern eiras nf'g ras, c brancas, e que disse o DI'. P Oli.
tes que erão ágatas, e que poucos mon tos ha veria no
mu ndo tão r icos e01l10 est es. O fundo da lagoa pela bei.
rada é de 20, 22, e 18 palmos .
- 10 - " este dia acabamos de circunda r ala g ou, a que
ch amamos Guibu-cniri ur , c tem de comprido 1 t de legoa •
c de la rgo t j e tor na ndo a suhir d'elln , fomos segu ind o
o ca nal que tra zião as agoas , que r1'ella corri üo , o qu al
ncabnvn em n rro zaes aln g udos ; c cortando por elles fomo
dormir no rnont e , que forma a barra occidcn tul da G uí ba ,
g Ull SSÚ, tendo ma rc hado n'cste dia 5 legoa .
- 11 - Perto d'este monte eorri ão as agoas milito, e
co m mu ita la rgura : e suppondo que por este novo rio,
( CJuc .a 'sim se pude chamar pelo fundo e la rg lll'u ) 8
cornmunicarin a Iairoa Uberuba com fi G nlba , o tom os se .
uin do, e pernoitamos com a legoas de andama nt o de de
u burra da Guiba , e 2;} do pouzo . D 'uma e out ra parte
hn campos, ou ma tos alagados, e ao long e se divi a terr a
firme I ma is pro. ima pela pouca distan cia CJlIe .ha d'este
rio os montes , por onde passamos no, dias I e 5 de J u,
nho ; com fi differcn ça de ser este caminho pela pn rt
opp osta dos dic íos mont es.
- 12 - Segu imos o san gn rlour o , flue , di vidi udo-se em va-
ri os ramos largos de 20 e 25 bra ças de fundo. •ah ia fi.
nalmente no gra nde lago, de que tenho tratado, e que
hoje assento ser a lag oa beraba ; e do pouzo a té o cn -
ce ntro d'ella hav ia 2 t lcgoas: e porque tudo per ten cen-
te a e ta bahia jn es ta va examinado , e não tinham achar!
furo para a :\Iund iorem , seg uimos \ iag em , e fomos do rmi r
ao meio do serro, por onde j a tinhamos passado duas vezes .
"um marcha de 5 t legoas.
- 13 - Depois de ch egados -ll Se rr a da Gaiba qUI) te
u lettreiro I nos demoram os para tomar a a ltura do Sol.
a chamos a Lut, A. de 17" 42 ' 48:' . F omos pOllzal' 110 lo.
gar ch a mado das Pilas, d istante do di eto serro 3 t lego as I
com marcha tot al de 6 Iegoas : Tal'. 1 E 100 :30 '.
- 14 - Distante do pouzo das P ita s 3 t de legoa est á a
boca do R io Porr udos , c hamado hoje S . L oure u ço , e fizc.
mos alto per to da serra chamada pedra de a n la r , por
muita s IluO tem, 40J distam do pouzo das Pi tas G } lego s, T o
7 -
st a parte occiden tal é nccom panhada de serre s al tos ,
as peros , ora contiguos ao ri o, ora ma is dist untes , e toda
a cam pi na orient al, e a que distava dos se rros , era ala .
ga da ; por cujo mot ivo tiv emos gra nde tra balho na dcs-
coberta da ilha, de que fali a o ja menc ionndo Cla ro, sem
que nos fosse po rsive l a char até este pouzo a dieta ilh a.
c por con sequen cia o sangradouro para a lagoa de !\lan.
diore m.
- 15 - G asta mos toda a ma nhã em in dagaç ões necessa -
ri as ú descoberta da bahiu , ou lagoa l\la ndiorem , c não só
se fez a diligencill pelo rio, com ta rnbem subindo ao
mont e que es tá pro vimo ao 100"a r do pouzo : estes disse rã o
que por det raz do mon te vião um bra ço que lhes parecia
segui r , e o em ba ra ço de ou tra s serras fronteiras os im-
pedia poder em descobri r ma is. Depois do j a ntar fomos em
demanda do dicto braço, e gastamos toda a tar de em r m,
per serrados pllra. poder em na vega r as canõ as ; mas esta
tra bal ho foi in tru ctuoso , porque depois de sahirmos a limo
po em uma volta do dieto br aço, cujas marge ns estu vü o
e ntre montes , se acabou intcirarnen te , se m haver passa .
ge m ou communi ca ção por es ta r toda fechad a co m se rres.
- 16 - T odo es te dia se gas tou e m subi r ao s ma is al,
tos mont es, porque su ppunha mos que, a exist ir a dieta ba-
h in , havia de se r por detraz d 'estes: com efle ito a viram .
e mu ito proxi ma do serro, ond e aca bou a pequena en -
sea da do dia passado: do que in ferimos que, vista a pr o•
• imirlado da lagoa aos montes , se r ia a passagem par à ella
a de que falia o velho Claro, nq uella mesma, mas ju ta.
pada pelo tempo: o fjUe n ão é pa ra a dmira , pois este
r io é muito sujeito a tapa gens, quanto mais uma bahiu ,
que pou ca ou nem-uma correnteza ItHIl. Fom os faz er pou.
zo segunda vez lias pedras de am olar. Determinei a sua
Lat. A. 18° l' 46". O bserv ei a imm ers ão do i.» Sntcl.
lite de -Iu pite r as 17. b 2 ' :i 3 " de tempo verda dei ro , e da
Long . do logar :l2(}0 13' 3 0" Varo N E 30° :lU'.
- 17 - F oi o soldad o de D rag ões Man uel J osé de Arau-'
jo c m dua s montar ias indag a r pelo r io a bai xo qual seria
a eo inmunicaç ão mais fac il que achuriarnos para a lagoa.
ou bnhia,
- 18 - Chegou sobre a tarde o d ieto Amujo com a
noti cia de que achara pas sag em para a lagoa, e qu e se
n ão atrevera en t ra r u 'ellu por se não a lag a r ter cei ra vez,
E screvi a S. Ex. por un s soldados que de Coimbra hi üo
busc a r m antimentos ao Cu y a bá.
- 19 - L eg ou e meia ab aixo das pedras de amolar está
uma ponta da cordilheira que charn ão D ourado. Cham üo
a est e Jogar Doura do por ter abund anc ia de peix es do
mesmo nome. D'uqui deixamos o ri u, e IIO S n mtteruos por
11m fur o , pelo qu al na vegamos 1 a rumo de S SO, c pas.
a mos por e ntre dous mo ntes destaca dos, e ch am ados 00
Ch cné. D obramos depois a ponta de um a cord ilheira.
t .ndo anda d . m ia l(,~ol\ a SO 1 e segu imos 1\ mes rn co r,
dilheira p O I CQ maio li , ': ' c snhimos a bahia 1 r. 1ldiori.
c ore nda de mo n tes e vrs tosa , 1'" "ega lflo co r ta nd pela
mr rge m orient nl 1 t ICO'O II , e pouznm o em u rna en nda ,
E s tc filio por onde en tramos para su h ir no 11andioré n ão
ser á ta lvez o ve rd. de iro , ( ,'e ate m C' nuz d na ve 11
n a sec ca s ) I por quan to rompem os ruat to tres
sn h ir e m a lg um as perplcnas en. arlus , ']lle
nos cond uz ir üo , Vere mos PO I' fim o resu lt a 1 •.
- 20 - F oi de fa lha c 'tc rlia pai' n m un.• C o
P ri nc ipio u °
ve nto as 1 L h. da 11 " '1 (; , e p IZ
01 rbns , qll • ap ezur, de e armos fi 'ri g •• lo , 7. na
nece sid ads de a liv iarmos a carg'l (I.~ li ,li c 10 'o .
do o ri sc ma dal - a s pOlra ou tro I D a r meuo o
- :?l - Ama nhec eo 0.1: Ilonco
1](1 ' em marcha .. e com a lld; nen o d 1 J, IC"''''I e ~

a lto para nov am .n te 'I uda, uos ver nos ig'lI 'i k
fu ro , 'l'H), ap ezu r da tcrrn nltn , q uo se vi a , CU \. 1111, "
esta Jllgr,a com a G aí bn I po is com a U:]f)rn!l'l era i tn p ) '.
i I'el • pela cu-cuustuno in d ter 'P 10 . corno crru -! u e nt
a!' reverru a o velho , ou para melhor d zcr , 11 te 1 tll:1. o Sl;U
depoimcnto . pois achando nó'! vn ri as C Oll .,US \ '0'1' '''ada s ,
P fiam admi ~ n l' que falha s: esta. que com tal tu Cf rt c z .r
8 ,S veravu , E do suppor , p lo qu e tcn os vis t • ClU c tn
fl'll'lCll commun icn ção , qu e d i ziu h a ver do J'Ja wliorú pn n l
a [Ibc ra hu , sei-ia trocada pc o crevcnte elo dop unen to ,
f! quereria o velho dize r da Güua 1'; ru U be ..nbu . Recol he .
l'<1o-~e o i ndolgadorcs sem a c hnreru cousa que servi se a
mtento,
- 22 - D~" en~rlllado por meio d ta nt as te ta tivas , lil-
r1i ~n , c perda: de dias , q'Je n ão havia cornrnunic: çü o do
i b udioré para a Uberaba , ne n iar: fi G lIiha. fom co ' .
fUllldo a mar em occidenlal da dieta • Iau rlio-ê , , qual f.' z
p Ol' es ta pa ' te algumas en seada s , e tem defron te de uma
na suns pon tas U '113. ilha peq uen • co mo dizia o vel ho ,
T endo na vcg ndo 4 lcgoa s faz vo lt a para L. e fizem o pOU .
zo na fakln do m te. 'l'le lhe serve de m'lrgclll ori n tal ,
ten do atravessado o se \ fun do co m andam ento de 1 legou . t
- 23 - Continuamos a seg ui r u margolll o rie ital , e tcn-
do n av ega do lim a leg oa , nos rne tte mos em um se r radã u ,
qu e li ido fomo s snhir ao mon te C he n é , e fornos pernoita r
nu D ou r: do. sem quo li hassemos furos por' on de se c o rn ,
munica sse c 'ta Insrou e m te m po dc se ccas com o Pa l'ugu a y .
posto qlle as ngoas azora corri , I) pur pautannes l' ur:J (I
d ic to I'a rhgllay por es ta par te q 1C hoje n t rav essn mos. C or.
re a lag oa pelo se u ma ior comprimento . que é de 4 le.
{!' ~as . a lT1'\O . SSO , e a sua I!!rgnra é de I :'r I(' g oa cone ,
tu n tern en te , se m fazer caso de a lgu rnus te rras enchn rcu dn
'luo a ub ·;;r::o . C om murc ha de :J Io,ruas c heg a mos ao D o I.
r ado.
24 - Urna legou e ~ a ai : o do Dou ';\(;0 está a boc a do
Chené , li que r.:Iwmão Rio Chel/é : f' cu I pelo no ten ho 0111 ido
, ;~t' r, \I1 ~ ..:hamo lwc,a Ull ~ 1'.1 do I i P.orl'l ulo s ~ a cn l nll 1, COIII
Ido d'este uro no Porr idos j n está tapada, e ão na cg
DI, is por ella . Continu i J(iJ ' ,· lagp.m encontramos um sang ra.
ouro largo e fundo 1 t 1 gu li a ixo do Chené, pel o qual en -
tramo uma legoa, e vim os se r riesago douro do Mandro rein •
l orê lll fecha": cl ma n o n o fm da lagoa . P e rn oita mo.!
COI\1 m rcha de 6 le 0 '1 •
_ 23 - T e m! n: 'ano 2 ~ lcgoas, deixa mos na margem
ori» 1 ':1 a boca " plc triou I do Parnauay-mirim; e com mar-
C:l.1 de 7 le'.!oas JW' I :G,b fIOS no carand.rzal com m rrc ha d Sul.
_ 2U - Cu l ' l u r eli a de l:l legoas chcg\lmo~' á ovoa çno
e Alboquerqu , corr e ndo sempre o iu a 'u! '111 va ria s
volta s . E s _:.J 10" U<I '; '10 é ( 1 ise uveis , (In 8 passão a virin-
cheios de .lI ic , c J 11 1~7.; o commnndunto d 'dla só cuid e
m utilisnr-se ":0 suor d'elles. S6 es üo fartos de palma-
tondas , co rr e ntes, c ro d: s de pão. '
_ 27 e 28 - Pa m det erminarmos a lo ng it ll,le d'este logar
velo E clip e do 2 ,0 S uell ite , 1I0S dem ora mos n' estu pOI'na.
ç:l o , rli vor t idns das materiuli .ludcs do Cumru an du ntc. Fo i
de ter minada a Lat. 1no o' 8" o a Long. a·:!o a' 15".
_ 29 - Ac ompa nha dos de 11m J os é P a z, tido por pmcti-
co do Hi o 'I'umengos , fizemus viag;lI11 por elle a cima; o
I assadas a dua s pru ueira lcgoas , suhi mos na peqne na buh in de
Cac ê r , qlla tem de comprido lima legou , e out ro ta n to
de largo. Com marcha de ,1 11'[;0' s para Poen te fizemos
pOIIZO .
_ 30 - "'ave amos 4 t Icgoas pa ra r' por meio de eu·
J" ndus , P. campo" , m qllc n06 l.ersu adissumo s qlle da ri.
umos no mauo m um orunde r io, como dizia o prac tico.
Jt'LIl O l.0 - D ua le rua a nda mos pa ra ' E , até qne, en·
trando no matto , '!lIO!! o rio do pr uct ico , que era UIIl.:l
bal.ia , que ti nha 4 ) bru ças de compr ido , e 8 de la rgo .
"'- 0 é e .te o primeiro irupo tor , a que se dá credito, Pelo
que vimos, fica dosvenccido tal r io T a menrros, pois n ão
é mais do que um cal1po alagado . Volturncs com brevi .
dade panl ve r se ob _'crva vam os lL irnme rs ão du l.0 S atel,
li te no dia 2 de Julho; o fornos dormi r no legar do pouzo
do dia 29.
_ 2 - C heg a m o"; e a friage m que veio nos impedio o
podermos faz er a obser va ção.
_ :3 - P elo m esmo el buraço n ão se gu imos pelo Paraguay
a nossa der rota .
- 4. - Findas 3 t I güas rle marcha de Alboqu rq uc pelo
P a ra g uay a rum o de ~ [usccnle , entramos por um a ng rarl ollro
dn pa rte direita pa ra recon hec er mos um a l.ahiu , de CI'lf:
dav a noticia li c hnma do praet ico JOlS ó Paes j e por nio
110 S pUl!ermos ud ianta r , e a tal' tempo pelo matto, ti.
ze rnos POllZO no princ ipio de u ma bnhia milito pequena
dist a nt e do rio t d le,Q;oa, e m an dam os reconhecer o
matto para ma is fac ilme nt e pode rmos rorn pel-o , pelo dose-
jo que tinhamos de vel-a , pr.r dizer o dicto pruct ico
qu e Ma milito g ra nde , e quo sahia per to do E lIlbntct cm.
- fi - tr vessando a P qnena dieta bahia ro rnp 1110 ' t
C l('goa do mntto , c rah irno na bahia procurada; q 10 be
deo a co nhece r a fabulo sa informa fio do practico , poie
6 tinha mei a lt'goa 110 dinmetro , e não tinha communi ,
cn çüo pa ra o P urag uuy pur parte al guma, por cujo moti,
o lhe humamos lagu ; e pUC'j ue os mon tes que a cerca -
\ ' 11 0 ostav ão ch eio s de Cury , tinta av ermelhada I c dizia
11 m a nonimo , sem lá c heg ar, qu e nq uillo e ra Sinahrio na .
ivo I lhe !luzcmos o nome de Lago Si nabrino, Confirmou- se
depois ser C ury o ve rme lho dos monte s, por un s pedaço
{I UO 11panhamos : fizemos pouzo no Ioga r do dia 4,
- 6 - Com uma le roa de na vega ç ão ch eg am o á boca
meridional do P"7 aglwy-mirim , e com ma is 7 t á pri mei ra
boca du Ria T aqlUl r!J, frequ en tada pela s can õas com mer,
ciantes, que da Frcguezia de Araritaguaba , Ca pita n ia do
:;. Pa ulo , navegüo pa ra o C iyabá em tempo seco , !l0rque
fins c heias cort ão de mais lo nge por ca mpos alagados , e
vem a s uhi r em difle rentcs pa rt s do R io C uyub ã,
- 7 - Quatro legoas ubnix o do Rio T aq uury es tá o R io
].[ondeg o , antigamen te Bote tc 1, pelo qual primeirnm nte
lln vegavão as dietas ca n õas pam o Cu y a b á : e por mui
el iligencia que fizemos em descobri r o morro un ico e desta..
cndo , de que fulla 11 momo riu do velh o , d'onde desc ubr ira
o tabulo o rio P ara guay-guassú, n ão o ac ha mos , s6 sim va-
ri ns co linas , qna si contignas a serrnuia , qu e t inh am os se-
gu ido j e f.'l.t igado s e persuadidos da falsidade da existenci
do mcucionado rio fizemos POllZO uma logoa abaixo do Mon.
dego em lima Colina chamada de Alboqllcr'lue. C om 12 le-
gOIlS de marcha , ou navegação . chega mos á vis ta de dou
fi qllflnOS montes , POl' entre os quaes corre o Paragu a y,
Ia falda do que está para Po en te e tá fundado o novo
presíd io de Coimbra.
7 9 - Co m cinco minutos de n a vega ção chegamos
c te destaca mento , onde fomos bom recebidos do Comman-
dante d' elle , c elos seus desgraçados soldados j porêm mui.
to mal hospedad os por ser tão c teril e ás pe ro aquelle peque.
no monte, qne so produz pim enta; e os mo re gos são tan-
tos , que nào deixão criar uma só galinha ; e ja chegar o
a c. tingllir a s cabras 11I. tuudo a ma is de ao. Desde a boca
do Taquary corre o rio a S O. Demoramos-nos n'ost
r!lsacam ento at é o dia 10 , c sahimos no dia 11, tendo
achado a sua Lat. A. 19 0 55' L ong. 320 0 l ' 45" VaI'.
' E 10° 39' .
- 11 - N 'cste dia sa hirn os de C oimbra, c navegando ria
a baixo 9 legoas encontram os 1111I mat to de carandas , li qu o
r-stava contigu a uma cn tr nda 0\1 boca , que pcrtendia o
C ap itão i\la nue! J osé, se m mai or exame , fosse a foz 11e
um rio, a que elle c hama 1 q~ro . Por este motivo entra .
mos por ellu com o rumo de N , e na yegando u ma legoa
fizemos alt o no me io da ngoa, por n ão ha ver terra.
- 12 - D 'este logar f'ieg uindo o rumo de NO na vega mo!!
G lerroa s por grandc;, pant nu a cs , íuud o logo perdido a r ,r.
ó4 dó! rio dieta entrada, c c ca bando tu do nos lTl'il nd
1 -

antanaes ou bahias , ficamos po uzados no meio 'da 11 a


• em terre no algum.
- 13 - Navegando 3 lcgoas a NNE, e out ra s 3 a TE,
por mio pode rmos segui r o rumo do dia por causa do ma .
to. vimos que ja se tinha a cnh ado a bahia, a qu e cha-
mo mos Negra em a t tcn ção ao prim eiro nom e. e conheci da .
mente n av eg am os por campos ala gados, e pouzamos da
mesma for ma.
~ 14 - D 'este logar segu indo o ru mo de 1 a nda mos 8 y
lcgous , e fize mo â pouzo em um pequ eno tezo , que se r via
a toda ge nte de g ra nde con sola çüo , pois ja hia bast ante.
me nte filtigada , n ão .s õ pur n ão puder em dormir bem , por
ter faltado terra , com o por cortado s de um a grande fri a.
gem, que por todo este pantanal nos per segu ia .
- 15 - Querendo continuar pelo mesmo rumo em busca
das serra , que estão por detra z de Al boqu erque , n ão o con-
eguimus por j a se n ão poder n a l'cgar. por não ter ultura
su fficiente o cam po n 'este log ar j e, depois de vari os enca-
lhes e volt as , paramos com quatro logoas de murcha pelo
rumo de E ~ E.
- 17 - Cinco leg oas nnda mes n'este dia pelo mesmo ruo
mo . depois de termos falha do o an teceden te por ca usa da
mui ta ch uva, que ti vemos todo o dia e no ute com mu ito
incommudo nosso.
- 18 - S.:guindo o rum o de NNE . co m um a legoa de mar,
cha chegamos ao monte chamado de Alb oqu erque, de qu
se fez menção no dia 7, tendo desc ript o desde a boca da
ba hiu Negra até este ponto uma qua si elipse de 19 legoa
de diamet ro maio r , e de 7 de menor. sem que n 'este transi to
podessemos encon t ra r nem vestígios. ou signaes , de que
po r todo aquelle terreno pas sa sse o rio de que tinha falla ,
do o volho ; sendo cer to que devendo pa ssar por delraz d' es,
tos ser ros , tendo-os I1Q S cost eado, nec essariamente ha·viumos
de vel-o. C ontinua ndo a na vegação por campus a lagado..
mais 6 legoas a N O, fizemos al to no mei o da agoa s.
- 19 - T endo andado duas legoas sa hi mos no Parnguay ,
de fronte da boca do P araglla y- mirim , c n' est e mesmo dia
chegamos á povoaç ão de Alboquerque , ond e nus demoramo
até o dia 25 por termos mandado a Co imbra buscar Olo
CJuc tinhão ficado enfermos.
- 26 - B uscando novamente a boca do Paraguay-mirim ,
pouzumos perto d'ell a com cin co legoas de viagem.
- 27 - T endo subido por ella , c tendo -nos por veze
perdido , c nova men te tornado a Alboquerque em husca 110
praet icos , sah irnos ao g ra nde Paraguay 110 dia !) de Agos .
to, tendo n 'est as voltas andado perto de 100 legoas, e
gastando 14 dias, qua ndo so se gastão a até 3 t. Corre o rumo
de 1 c S, o distão as s uas bocas em linha recta 12 lc .
gons, Pe rnoitam os no mesmo logar do dia 2 '1 de Junho ,
c recebemos alguns mimos qu e do Cuyab â nos remetti ã
varies amigos.
- 4:~-

'11 0 !!T O lO - S,ubindo. pelo rio acima pouzamos nns pe dra.


de amolar com 7 legoas de marcha.
- 11 - Pouzamos no monte Caracnr á , ou Corara. qu e ja
está no Rio Porrudos , uma legoa a cim a da sua foz.
- 12 - T en do nav egad o 3 t legoas a rumo de ' E . fi.
zemos pouzo perto da boca de uma ilh a. .
- 13 - Co m 5 t legoas fizem os alt o, segu indo o rio, ae
mesm o rum o.
- 14 - Anda mos 4 t lego as at é e ncontra rmo para a
parte cio nscc nte a foz de um pequeno rio, a que cha-
m ão 1 eg ro ; e andando mai s 1 t Il'goa fize mos alto.
- 15 - Su bmdo pelo rio ' uma legoa e nco ntra mos a hocn
de uma ilha , a que chamam os dos Cerxos, que tem de com-
prido perto de 2 t lego as.
- 16 - FOmos pouza r na boc a tio R io CII!laM com 5!
lego;-ts de nav ega ç ão, o nos dem oramos no d ia ] 7 pa ra
de terminarmos a sua posi ção : e acha mos li La t, A. 17"
10 ' e 4:3" Long. :320" 50 ' VaI'. N E lO n O'.
- 18 - Deixado o R iu Porrudos para Nascente, segui.
mos pelo R io C uyabá , qu e segue o rum o ge ral N N l': , c
te ndo an dad o 11 i lego us , ch egamus ás tres barras , prin.
c ipio da l lhu AI'iacllné, e fomos poruoitur 110 furo A r ia.
<.: IIU': com an d.uu en to de :J { legoas , pelo me nor braç o da.
i lha.
- 10 - A boc a soptcntrionnl da ilha menc ion ada dista
u ma legoa d'este log nr, e no e n tre mei o hn um sangra -
«louro, que denom in nmos da maiança , pelu grauclc mortan,
Jade 'lllC n'esse logar fez ° Gen tio A ri an o , destruindo ao
c a nõ as que do Cu y a b ã navcga vão para S . Paulo. E te ndo
lIa\"cgadu :J legoas , en cont ramos ou tras :J bocas , que for .
m ão 2 ilhas , e nos me tte rnos por e nt re ellas, fa zendo pou.
zo no meio com marcha do ,1 t legous.
- 20 - Sahirnos das ilha s co m 1 t leg oa de navega ção ,
c com nn tlumento de mais de uma chegamos ao B unanal ,
0 11 -10 co lhemos alg un s cachos d 'el lus. Pouco a c ima está a
fi'L: da Ilha das .4.raras; c fizemo: alto n 'elln com anda.
men to de 4 legoas.
- :H - Distan te do pouzo 2 leg n'\s , c pouco a c ima da
outra foz da ilha está a foz do R io Guaxo-guass ú, que
dcsasroa pela ma rge m or ien tal. Au dumos 5 Ing oas.
- 22 - Andamos 4 t legons , tendo deix ado uma leg oa
aba ixo a foz cio Gnaco- mirim,
- 2:1 - N a vega mos 4 -} lcgoas pelo mesmo rumo ge ra l ,
preseiudiudo dus muitas voltas do r io.
- 2 4 - Andamos G ~ Icgoa s at é um sang raclouro chama.
do Cabeça Se ca, dei xando UlII sa ugradouro chamado Tuty
para a esquerda. .
- 25 - Meia legoa a cima d'est c pouzo está II boca de
lima ilha I qu e tem de co mpr ido em linha roe ra 11 lego:ls.
O Dr, Pontes foi pelo . furo occidental, e o Cap itão R i.
cardo, e cu. pelo or ien tal , o an dam os 4 í Iegous.
- 26 - Navegando 4 legoas acha mos outra boca de ou'
t ra ilha , chamada 1Taycw"utlÍ, c fizemos pouzo COIU I) Li.
goas de ma rcha . T em a ilha 2 t legoas.
_ 27 - Andamos 5 legoas, tendo o rio desde o logar
chamado Ca beça Secca seguido o rumo de E NE.
- 28 - l Iein legoa acima d'este pouzo está a foz do
] 'ia Cuyabá-miri11l, c d'ella seg ue o rio rumo de utê 11
outra boca du ilha grande jn mencionada, pela qual devia.
sa hir o Dr, Pont es. E, tendo nós esperado algum tempo I
fornos pouzar 2 {- legoas acima d'esta boca com marcha
de 6 lt'gO'l S. A boca d'e sta referid a ilha está perto do prin-
cipio de uma pequena cordilheira, que se chama do !\leI.
gnsso, que segue o rio por distancia de 8 ou 9 legoas;
o da dieta boca torna o rio ao rumo geral ju dicto,
- 29 - Andamo s 5 legoa s, seguindo o rio o rumo geral
2 t e outras 2 o de NNO.
- :.lU - Navegando 8 legoas ja por entre rochas, lhe.
mos alto em uma capella de St." Antonio, seguindo ainda
o rio o rumo de N ] O.
- 31 - De St,v Antonio navegamos quasi uma legou pa.
ra 80, e depois 2 t para NNO I e virando 11 proa ao
rumo geral de NNE fizemos alto pouco abaixo do Ri"
Cuxipó com 7 Iegoas de nav egação.
SETE)lBRO 1.0 - N'este dia com uma legoa de viagem ,
deixando pura Nascente 11 boca do Cuxipó , chegamos á
desejada Villa do Cuyabá, onde fomos muito bem recebido
do DI'. Juiz de Fora Diogo de Tol edo Lara Ordouhes , meu
amigo e patricio, e das mais pessoas da Villll, que em .
todo o tempo que ali estivemos, não s6 para determinarmos
n sua posiç ão I mas tambem para tirarmos a planta da Vil.
lu, não deixarão de n õs obsequiar em extremo. Dista esta
Villa do Porto 850 bra ças. Está muito mal nrruadu , e, não
obstante isso, tem boas casas. O seu clima ó calidi ssimo
e muito abundancia tem de carne e peixe: Lat. A. 15° 35'
-l)" Long. 321° 3f)' 15" Varo NE 10°;

Diario , que, por ordem do Illm. e Exm. Sr. Luiz de


Alboquerque .de .Mello Pereira e Cacêres , Gooer-
nador e Capitão General da Capitania de Mat-
to- Grosso , e Cuyabá , fiz .da Villa-Bella até a
Cidude ele S. Paulo pela ordinaria derrota dos rios.

ANNO DE 1 '2' 8 8 .

" H E }I HR O 13 - Por quanto no anno de 1786 ja tratei


com individuação da derrota que se segue da Yilla-Bella
.,
Iara o Cuy ab á , -e as circunstuncias auendiveis na nave-
4
açllo dos R ios Cnyab ã I, Porrudos I , e P ara guay I , dli .
re i princ ipio a um circunst an ci ado dia rio na foz do Rio
'I'aquary 4; e a gor a. s6mente direi que n 'esse dia parti d
V illa-Bella .
- 29 - Cheguei á V illa de Cuyabá , ond e me demo re i om
me apromptar at é o dia 14 de Outubro,
OUTOBRO 15 - Pelas 7 t h. da manh ã. d i principio li mi o
nha na vegação em uma c nn õa I e levando em minha com.
pnnhia mais um barel ão pa ra em am bas se poderem ncom-
modnr 26 traba lhado res. que ta nt os erào precisos para as
var ações nos sa lros , de que ao dia nte tra ta rei.
- 22 - P elas 8 h. en tre i no Rio Pornulos I ten do av iso
tado pelas 7 h. uma pequena ca n õa de Ge nt io P a iag ua ,
que logo que nos vir ão se met terão por uma bah iu,
2·1 E ntrei no P uragul1Y pela s 7 h. da manhã. ( 2:>
- 26 - N 'es te dia c heg uei á povoação de Alboquerque 5.
- 28 - Che g uei á (in do Rio Ta quary pelas 10 h. ria
manh ã , e n'ellu dou princi pio a tirar o leit o d'es te rio,
dos ma is por onde for preci so na vegar para . chega r á Ara .
rita gua ba I F reguezia da Cn pit ania de S . Pa ulo, e esc ala
da s cnnõ as de com mercio, que nav eg ilo para Cuyahá , fu.
zen rlo n 'es tu lon ga derrota as observa ções As tronomicas ,
que necessa r ius forem pura levan tar depois um exacto e
com pleto mapa, conforme as ord ens que do di cto Sr. Ge ,
nera l receb i. Naveguei pois o restante d'este dia pelo R io
Taquury , abe ira ndo uma gra nde campanha , que lhe serv
do leito, e tão ba ixa que, estando o rio quusi na sua m '.
nor altura , e tav ão as suas agoas pouco ma is baixas do ni,
vel do campo. A innumeravel ql untirlnde de aves aquu ti,
ca s , que por to da esta campanha se divisava, bem mostr a
vn u abunda ncia de peixe nas suas lagoa s, N ão de ixou
tumbem de me admirar as muitas ar ra ias que so bre a
ar êas se virão n 'este dia, c do tal grandeza que algumus
t inhão de 4 para 5 palmos de dinmetro , T inha o r io na
Rua ma ior la rgura 15 para 16 palmos, e os sig naes , qlle as
a rvores mostra vão , deixa vão ver que o r io s ubia mai s 12
palm os, vi ndo a ficar por este com puto a campanha COIII
11 palm os de innunda ção , o quo a bbrevia muito . a nave.
ga ç ão das can ôas, que em semelha ntes tempos naveg ão d"
S. Paul o pura Cu ya bã , e de C uyabâ para S . P a ulo , pois
n'esta tra vessia se li vr ão de nav egar por uma parte d
mesmo T aq unry , por todo o Pa raguay, e Porrudos , e vüo

I O Gen tio que os Paulistas ach arã o n' aqu clle continen te se ch io.
mava Gentio Cuyabá, e d'aq ui é que a. povoaç ao , c ViIIa. t ornou e
nom e. - i O. Gent ios ach ados n'est e rio erao dotad os de membros
viris maiores qu e o commum dos out ros: e ' por iHSO a est es ch amara
porru dos, c d'aqui tornou o rio nome. - I e 4 Pa ragu ay , e T aquary
tornar ão seus nom es dos Indios que ahi se achar ão com oa mesm os
nomes, - I E sta li uma nova. povoação 01\ colon ia fu ndad a pelo
actu al Ge neral de M atto-Grosso Luiz de Albuquerque dp I ello Per eira
e Cac êres. D• . I eu appellido tomou e nora s.
sahir no Cuvllbzi acima da lua foz. 1 Ta vcgamo5 ( 1 le 0 1\
tudo ao No;·te t. ( 4 !
_ 29 _ C om 10 ou 11 braças de andamento perdeo o
rio a sua forma de encanado, c entrei por um panta-
nal , pelo qual estava espalhado o rio com infinitas entra-
das , que fazi a difficil achar o verdadeiro caminho que fi
devia segui r; e n ão obstante vir 11m guia, tido por ITJ ito
experiente , seguimos por duas vezes umas verédas falsas.
Este espraiado do rio fez diminuir tanto a sua profundidade,
que muitas vezes era preciso varar a canõa por cima da s
arêas. Navegamos 5 t legoas: A 22 0 de N para E. ( 5.·l
_ 30 - Naveguei 2 t por entre agoa-pés do pantanal,
retrocedendo de varias ver édas , que seg uí , porque as achu-
va secas; a té que final mente sa h i u um Ioga r que chamão
Boqueirão , pon to em que o r io tor na novamen te a correr
encanado por entre umas ma rgens . filie tinhão de um ate
dous pa lmos de alt ura . Fu i ~egu i n d o c ..te anal , vencendo
a correnteza d'agoa, e algumas veze c \lb a ndo nos bai-
xios , pois nas par tes concavas da nsead tinha muito
irrcgular fundo de 5.. 7, e 10 palmos. A la rgur a 110 r io
é com milito pouca mu dança de 22 braças: A',H u t de ...
para E . ( fi
_ 3 1 - Co m marcha de S legoas passei. deixando na ma l'.
gem orien ta l um sangradouro , ca na l a n tigo que es tá cn tu-
pido das arêas , incon venicu tc que tem succedido a outros
muitos , c succederá tamb ém a este por onde vou na \'cg a n -
do; pois a qua lida de do terren o baixo e arenoso, como
tambem a pDuca altura do r io em var ias pa rtes o está pro.
mettendo. Do meio dia pura t : rde ja as r ibanceiras tinhüo
de 4 para 5 palmos de al tura. Naveguei 7 t legoas : .\ ~8°
UI') N para E. (7t
'ovE~[ n RO l.Q- 1Ta veg uei n'este dia conse r va ndo o r io a
mesma altura de r iban ceiras da tarde a ntecedent e, o mes-
mo fundo , e a mesma la rg ura. Não permittio o tempo ob •
•ervnr a immersão do 1.0 Satellite de Jupi ter : A 43u de
N para E .
_ 2 - D as 10 h . por diante forão as margens do rio di.
minuindo a sua alt ura até chegarem a de um palmo, que
e conservou pe lo resto do dia. P assei 12 ilhas pequ enas.
Det er minei a L ut, d'este loga r , que achei de 18° l~' 59" •
li V aro N E 9!) 30'. Nave~uci (j 1 legoas: A 53° de 1
para E. (Üt
_ 3 - Principiei a marcha por um panta na l , posto que
não t ão es praiado. e suhjeito a perdas C O l1l0 o pri mciro ,
eom tu do t ão ha ixo, que uma esp écie de ri bancei ra, 1(l1C
tinha, com qua lqu er repi que te se innundaria. )-ui pernoita r
uma legoa acima do P Oll ZO Alegre , ten do deixado na ma r.

t N om, Para se saber o ru mo gera l. que segu i em cad a um


dia . ti rei do pont o da partida par a o ponto do pouzo uma linha rc.
ta , c designarei tarnbern o anguJo que ella faz com um dos quatro
. e n : o~ p incipaer , c o desi::lIarei caiU a letra - A. -
I
- 46-
gilll'l septentrlennl , uma legou c t abaixo do dieta 'POUZIJ
Alegre, a foz de um sangradouro, quo me a ssevero u o
guia ter (lido a antiga madre do rio, que inda ha c in co
annos se seguia, e hia sa hir no l'araguay aba ixo da s t r .S
barras, mas que agora se acha entupido pelas a r êas. E 'to
cap ão ou pouzo al eg re está no meio de uma gra nde res -a -
cada, cheia de pequ enas ilhas, c de tantos bancos de :11 êa ,
que custou muito achar canal para se navegar: A 700 de
N para E. ( Gt
- 4 - Todo este dia naveguei entre peq uen as ilhns , o
nuncos de ar êa , de qu e tambem são as ma rge ns do r io.
A pouca con sislencia do sim illmntes marge ns faz q ue O
r io se alargue muito. e que se cons uma mnit te mpo 1Hl.
d iligencill. de achar por en tre as ur êus fundo C Kpil Z de se
poder navegar, correndo POI' es te moti vo va ries rumos
n 'esta penosa carreira: A G:l° ~ de N pa ra E. (7
- 5 - No d io dos baixios pr olonguei o cam in ho COII.
idernvelmen rã profundidade do rio no sou prin ,
eipio , em co p caÇã II P quenu que tem ti do n'este.• dia s,
pro vêm IIJO só de serem as suas ag oas repr esadas -las do
Paragu uy, mas tamhem UC corr e rem por um c a nal ma is
estrei to j pois logo 'Iue se esp rui üo pelo panta nal , c por
esta par te que ha dias ten ho nnvega do , principalmente do
Pouzo- leg re po r dia nte, princi pie i a s n tir o refe rido ia.
conunodo. 1 'ào deve igualmente c a uso ad n in~~ .: o o acha r ,
na diligen cia do rec on hecime nto do :'Ln~ :uiY,' da lagoa
bcrava , G níba , e Mnndiorcm , fi . tu • o arm o de 1780 .
a ca mpan ha com 20 pa lmos de innunda ção , pois c' , é pe-
que no recept áculo para as agoa s . qu e em semelha nte tem.
po co tum üo ter o Paraguay , Por rudos , Cuy ub á , T uquary ,
l\foodcgo, c ou tr os muitos grandes r. os , que n 'e stes ue;;.
pojno as suas agoas. As marge ns deste 1" 0 ju te m de 11
para 12 palmos de altu ra : t8° de para E. (7 t
-- a - 1 Ta 'eguei todo este d ia a beirando te rra s firmes,
e as ci rcunstancias da navega ção forão as mes mas do -di a
precede nte : pou ze i t de legoa a c ima de um log:1.I' que c hu-
0\ ' o Cocais, peJos mu itos co cos que tem: A 82 0 de N
para E. (1
- 7 - E ste rio ja al eg re e vis toso pelo s seus estir ões ,
il has, posto que pC(l'lOlla s. g randes praias, ma tto s , e ri.
.han ceiras de 20 pa lmos de al tura, a pez a r de correr repre,
1':1110 e ntre ellas , não sob e u g ra nde alt ur a, pois os signaos ,
' Iue nas mesm as margen s se divi são. mostr ão que do -esta do
. crunl so be 8 a lt ura de 16 para 18 palmos, n ão deixando
fL SUl!. r ápida velocida de o uccumulurem-so mais as suus
ag oa r: A 78/1 de N para E. (7 t
- 8 - A larg ura do rio tem sido bem 'irregular j pois em
partes te m tido 25 braças , e m partes 60, e a inda mais nas
e nseadas ond e ha ilh as: a parte mais estreita. que tenho
encontra rlo , foi um loga r , on de fiz alto para juntar ,e que lhe
c!J;]IJ ':'o Vitral, porqlle n 'elle se pr ovêm de varas, tendo nos
' jlld o remed ia ndo at é aqu i com um as canas I que tirüo no


arng unv , defronle do monte chamado Dourado: A 6° } da
E para S. <. s t
_ !) _ Correo hoj e o r io enlre N ascente e S, obrigadu
t alvez de um a co rdi lheira , qu e 00 longe se di visavn des-
de hontem , qua ndo a prõa ten dia pa ra o i asccnte r A
:3 o ,ie E pa ra S. t7 }
_ 1() - ma legoa acima do pom~o está uma praia con-
t ig ua á ponta e principio da cordi lhe ira , de que tenho
fa lindo , ond e o Ge ntio Cavulleiro cos tuma a tra vess a r o Ta.
quary. Vi ras tos fresc os . e es tacas em que pre nder ão 05 -
ca val los. As primeiras pedr as que encontrei, c que dão o
n ome de Bel iag n, dist üo 4 legoas da partida , e sã o co mo
u ns princ ipies das cachooi ras : e com effeito na vegarlas ma is
2 4 de lego:1- chegu ei á pr imeira cachoeira c hamada da
B urru . que te m i2!j br a ças de extensão, cuja metade foi
pa ;;sada co m a canõn cal'l'egada, e a outra com ella in.
te ir auientc va zia, po r se precipitar o rio com grande vio-
lcnciu por canaes muito es t re itos . e ch eios de porlrns , o
muito inclinados: A 13 0 t
de E para S: Lat. A. 18" 33' 58"
Long. 3220 3i' 18" ( 6 -}
_ 11 - No fim da referic a ca choeira est á a foz do Rio
Cuxiim de 25 braças de largo, po r ond e entrei parll. por
clle sllgu ir via gem. E ste rio logo diminue co nsiderav el-
me nte a su a larg ura , pois na di stan ci a de 3 t de legoa.
e pon to e m que n' elle desagoa pela ma rgem meridional o
R io 'I'nqnary-mirirn t
de 15 braças de largo. o de pouca
IIgoa , ju ti nha 10 bra ças. Pouc o aci ma do referido Ta.
qua ry-rnirim est á a p rimeira cach oeira denominada da ilha,
P a ssa da uma sirgn , e descarregada inteiramente a cun õu ,
a me tte rüo por um est reito de 10 br a ças de la"l'g r). e pa ~.
sado elle fi vararão por um can al quo tinha 2 palmos do
ngoa; pOl' q ua nto de out ra pa rt e estava um salto de a bra-
ças de altu ra . N'esta manobr a se consum irão 4 horas.
ma lC'gQU aci ma d'es ta cachoeira ha outr a chamada Gi.
quiiaya , que for ma um n vistosa cascata , e foi pass ada 11
meia ca rga. A out ra cachoe ira . q ue se chama C ho ra d,~i ra .
(J que dista da precedente 1 t . do legoa. é um pla no i n.
cl inado com fundo de pedra s, pelo qual co rre o rio e m
varies cnchocs co m gra nde veloci dade. Fu i pe rnoit a i' com
ma is uma legoa de ma rc ha no principio <lu o tra cacheei -
ra : A 3 0 de E pa ra S . ~o
_ 12 - Pa ssad .i esta cachoeira donorniunda Ava nha nduvil '
mi rim t com a ca nõa vazia, e pOI' um canal de 2 00 Lru -

t Taq uarç- mlrim quer dizer T "'1uary pe'll1rn o , para diatinc çüo
I1 c out ro 'I'uquary quo é g ranue. - t A vanltll ll il at'II- 'IIliri m: ./l v ,í ,[ner
dizer gente : nlunula ca quer dizer correr. lIa uadi çüo 'I"" 11111 Sueury
de oxtra ordinnrin granl1eza en laçou a 11111 Iudi o para o cng ulir , o '1''')
es te COIII a faca qu o tra zia lhe cortou O cs piu haço , O a sim se snlvurn,
E nl:lo correrão to-Ios , c ,l'a hi tomou o nome o logar . Bem cut~n,l i "o
'I"e este caso foi succc dido em outro !"!.iar do Tu-tõ , ond e ha outra ea·
choc ira maior do mesmo nome; e estu por ser 1l('ql1r;D~ oham a-ee miri m.
,li de exten ão , cheguei com pequeno andamento a ou ír
chamada Avanhandava-guassú. Transportadas as cargas por
um descarregadouro de 300 bra ça s, foi conduzida a can ôa
po r um unico canal. que tem esta cachoeira. por ondo cor.
re COlO grande furta I pois vai represada entre margens de
pedi a por um es treito de 3 braças. No fim d'este canal
foi varada ~ canóa por cima de uns penedos para salvar
o salto I que dá principio á cachoeira. Con sumirão-se n'e sta
manobra toda 6 t h. I trabalhando eflec tivarnente ~6 homens.
Meia legoa dista nte d'esta está outra menos furiosa, deno -
minada do Ja/lry t, porque no fim d'ella está na margem
oriental Ulll rIO rl'este nornu , o do 10 braças de largo 1II
sua foz: A 52 0 de E para S. (,
- 13 - A navegação d'este dia foi summarnente trabalho.
la; pois alem de passar em 5 í legoas set e cachoeiras ch a-
madas de André Alves, da Pedra Redonda, do Vami.
canga, do Bicudo , das Anhumas t, do Robalo, e do AI.
varo I não naveguei lima legoa interpoladamentc sobre
rio rnnn so , ou sobro plan o hori zontal, pois o leito tio ri o
foi 11m continuado plano inclinado co m fundo de pedra, qu e
to do foi subido com grande tra balho á força de varejões,
que j a no dia preceden te se tinhão armado de espontõe s de
ferro j a ccrescendo ta mbem u circu ust uncia de na\'cgar por
entre montanhas de considera r ei al tura . N avegada a pr i-
meira legoa o mei a ch eg uei a um mout e su mmamente alto,
que estava como de proposito a berto a pic ão e a prum o,
por en tre o qual cor ria o rio pla cid amente , apllzar de ter
n 'este Ioga r 5 bra ças de la rgo. E digna de se ver e de
se adm ira r esta obra da N at ure za. ma legoa ac ima d' es te
P aredão está outro pouco inferior a o pr imeiro , e immc.
din to á sua ext rem idade superior !Im r ibeirão de larga e n-
trada , e da parte do meio dia. E prova vel que nas suas
cabece ira s, Ijue sã o estes mon tes , por en tre os quaes co rre
o Cuxiim , haj a ouro; pois me a ssev era o g uia que se
chama Salvador R ibeiro H omem, que ' em _uma praia que
fica pouco mais a baix o do referido ri beirão, e na ca ch eei,
ra da hora dcira , a chara ou ro que most ra ra ser de suo
bido qui la te. l or fal ta de inst rumentos prop rios n ão fiz a
mes ma oxpc rieu cia : A 44° de E para S. ( 5 !-
- 14 - A primei ra visita que tive ao sa hir do pouzo foi
li dos T res Irmãos, n oruc que dão a tres ca choeiras. que
se succedorn urnas ás outras, e a cllas imrncdiatamcnte est á
a chamada das F urnas , que se passa co m a can ôa vazia,
(j vara ndo-o por c ima dos penedos. Du as legoas e meia

t Y qller dizer agoa : J a ú é 11m peixe . JalJ~Y Tem a dizer ago a.


de Jan, - f T oma o nome dos l':l""aros chamados A nhuma.t. Esta
Il Vil é preta. c maior que uma galinha: tem ferrões nos enc ontros das
azas e lia cabeça. A expcriencla tem feito ver que estes ferrões 8 11.0
antídotos contra todo o veneno. Aos mordidos de cobra da o-se raspados
em agoa : virtude esta que j'l. era conh ecida pelos I ndios antes da
~ ú ll qu i s t a Portc gucza,
ci ma d' es ta stá ou t ra c h a m a da Qucbra-prf)(l, 11c fa c il
j! lI"Si!n"CIn : po uc o acima d'ella encontrei da parte do m eio
li a lI~n Jc~agoadollro, q'le pela sua la rg u ra me rec ia o no.
re de Pigueira , ue a ssim o denoruinei, J a pel a tarde
nav('guei por entre montes menus a:>p ros , e mais Lai xos :
A 1) Cl de E para S. ( a 1-
_ l;j - A c!III,·a , qlle por todo o dia me i nc om modo u ,
compensou muito bem a facihdndo , co m qne se pa >.sa rã o a s
cachoeiras dcnominad us das Tres ('ed rüs, da C lIlapada , e
do Taré . dis ta n te li La do ponto da purtida 1 t l e ~l )a, Il
:l.a d'esta ~ , c a 3." da iuimediutu 1 l de lcgoa : A 7 a" de
" para S. ( [l 1
_ Jfl - E ra minha te n ç 'l.o fall ar da g r a n dez a da chei a
quan do ac abas e de n nv eg a l' llQr es te r io ; mus a circ uns-
tancia da n a veg' ção d'es te d ia me ubri ga a fuz el - o agora.
Este estreito rio, rep resa do e n tre m o nta nhas o nperrudae
r ibn nceirns , sobe a mais de 5 0 pa lm os de ultura , C0ll10
mostrüo os ",igllaes das a r vo res . Pa ra elle se fa z r-r i n lia.
vog" vel não nece ssi ta de ta nto p l' 'lO d'a goa; pois 5 Ú c o m
pa lmos q ue cresceo c om a ch u vu de ho utein iuiped io
de tal so rte a v iag e m 'l l\e 1'111 todo o d ia n av eg uei só. nc n,
te 2 í leg o:Js. S,) o le ito do ri o fosso t ão iu c liu ado COIII()
1I 0 S dia" proccdc ntos , o u hou vesse a lg um· cachoeira . n ão
fa "ia ,'iagem a lg llma. Nuvcgi da a primeira meia lenoa,
deixe i na m~\fgelll oriental um ribeirão chamado do Bar.
rciro : L nt, A. 10" 3' 16". A ,ao de E para S. ( 2 -}
_ 17 - Com a mesma fa c ilida de , com que enche o ri o ,
com a m esma 'usa l,o r li'lici r!ad para os u a vee a n tes :
palmos , qlle uhnixou du rante a noi te, fez dimin (r m uit o ri.
lia fu r iu , e U H: poz em esta do de pode r . rguir v ia g'l lll,
pas-u udo n 'e lle dU 'I'l ca c hoei rus , chamadas do P era lia • "
da Pe(l r.:-bl'n nc a : A 4!)f) de E pa ra S. ( fi
_ 1 - As a g oa s cla ras e saborosas d'estc fu ncbre r io
se pertu rbn rã o de ta l sorte com o rcpiquete de qlle ten ho
fa lludo , que só a nccossidudc mil podia ob riga r a bebe r
d 'c lla: ma . por outra pl rte não deixou de ser co n veniente
°
q'llJ r io torn asse mais ag0:l do que tinha , pois co m me-
n os t rab a lho e "ar va a cauôn po r c ima dos [roncos d a s
11 rvorcs , que das r iba ncei rns n'elle cnlicm , e o ton rão de
parto a pa r te . Uistunte do po nt o da partida :! t legoél s rles-
n ~!oa pel a marge m o riental 11m ribeir.to chamado da Ci -
lada , e a c im a. d'este 1 t de Icg oa está iI cacheei ru do
i\l a.u g ab al , ult ima e a 24 .1> d'es te rio: A G;j° de E pnri
S. ( () J
_ 19 - C om 3 t legoa s de nrl ve g ~ <; ão c1 l() g \l~i ,í foz do cs -
treitis imo R io Ca'UaZJlJAIIII , q ue desng ou 110 C uxi im pela mar-
gem orien tn l : por nque lle ,.,"~uí viugcm , t cn o) ti iixarlo o
Cuxiirn , qu e n .e dizem se d ivirle em do u" bra ço s \,011f.' 0
acima cio R io C ru nupuum , J. la rg u ra rl'e~ t El r iu na 1Ii1 lu,
é de 4 ~ hru çn s ; m a s \,OI1CO acima d 'eila ~e cst rr-it a a inda
In ris , e te m tão po uc a nvoa que as cnu õas v ão pela m uior
xtensão do rio a r rastadas por ci ma do se u fu udo , pas a no
- .1 .0 -
do ao me mo temp o pelos troncos das ar voros , quo t oda via .'i~H~
muitos apeznr da frcquencia das cun õas de commerc io , <!uu
por elle se pode nav ega r II meia C <lI'l;a. Na \'eg uei pur es te
fio 3 legoas no meu bate l ão , em qu o me em barq uei P UI'
cheg u r á. Fazenda de C nnmpua m (a] com ant ie ipuc ão á ca;
n ôa " rn nde , pa ra poder faz er e reitera r as oh.:erva.; õe.
Astron omicas sem a trazarnento da viugcm : A 5;i° do E
pua S. ( :]
- 20 - A' pro porçã o que fu i deixando nlglll1s rib cir õos
foi tambem perde ndo o r io muit do "e u cabcdul , e filze n.
do- se muito penosa a na vegação por conta dos buix ios ,
n ão obstante se r pequena a cnn ôa do meu tra ns port e : A
560 de E para S . (o
- 21 - Com 6- lagoa s de na veg n ção , e com os mesmos
in con ven ientes chegue i á F azenda de Camapuam , tend o
deix ado f de legoa a ba ixo a fui': do Rio Cmnop uam-guas:
sú, qlle dosa goa pela n.a rgem ineridiouul , e qu e PO I' cnt u,
pido pelas arv ores cab idas se te m le ito il lla vega vcl. (6
- 22 - Nem lia rioit e passada, nem n'esta pe rm it ti o o
tempo fazer obser va ção alg uma.
- 2:J - C hegou a c nn ôu g ran de pelas 5 h. da ta rde , e
logo foi posta 110 carro, c muu druln co nduz i.' pa 11 o R io
rle Snnguixug a . O te mpo nublado n ão só 1I.1u dco log a r
de observar a im mors ão do 2. ° Sn tellite de J upitc r , ma s
tu mbcm de poder pelo me nos de terurinur a la tit ude tl'est c
Jogar.
- 24 - N 'esle dia nppa rccco o Sol e a L ua entre nu-
ve ns meno s espessas , e tom i algu mas distuu cius , pelas '1'...cs
vim 1\ de termina r a lo ng itude d' este lag ar 3 ~ ao 38' 45 " 6
a Lat . A. H)" 35' 14 ". VaI'. N E {)O 21" .
- 2ij - Pelas 6 h. da manhã mon toi a c nvall o , e ch eg uei
logar em que estav.to a s ca n as, que tril hão sido con -
d uz idas por um ra rudor de 6. 2=30 bra ça s. E mbarcad o n'el -
la descí pelo rio , que den ominão Sa ng ui.' uga ("] até a o e u.
co nt ra do R io Vermeiho r ond e perde o nome , e tom a o do
R io Pa rdo, bem como o Amazonas , q ue ria foz do R io Nc-
gro para c ima se de nomin a Solim- os. E ste Rio Ve rm clho
dI', agoa no Pardo a dista nc ia de :} t legoas do ponto da
partida; e as s uas aguas são tão vermelhus , '1ue n ão difle.
rem do sa ng ue . N ão pareça exagera ção o que aca bo de
pr oferir; pois n ão fa ço de um pig meo um gigante. A s ua
la rg lll"ll é a mesma que a do Sa ng uixu g n 0:.1 Pardo, qu e
é e nt re os limites de {) 0 1\ 12 palmos co m fundo s uffic i.
elite de na veg a rem a s cun õas cun~ toda a carga, c livres

[a] Gll/napuam na li nguagem das Indios qnc r dizer bico do peito.


N'e"l a pa ragem estão dous montes um defront e a o out ro . que vistos
de longe pa recem dous peitos de uma mulher. Em razão da simi lhauça
ch a mar o Camapua m, A faz enda d'este nome ó a u uica d'cs ta navega .
ção ; e por isso muito rendos a a seus donos, e indispensavelmente nc,
cessari a pa ra o com mercio. - [I,] Chamou-se Sanguix lIga pela ab un,
dancia qu,c n'cll e se t em achado de eimilhnutes bichos.
- ii l -
dos incornmodos dos troncos. po is corre pelas encostas fi
uns chapadõ es rio rel va mi mosa , e pr ópria para a ho
criu ção do gaJo vur cum ; mas o R IO Ver mcl lio só tem 11'11
palmo de l'ro tiu lllidi de . ;: In st,l esta pequella por ção (r agUiL
PUl'Il per turb ar a s Ju Sa lJ<fll ixlI g 1, q ue são cr isru l iuas , fres o
ca s , c de lic iosns , e a fa; :e r i nc a pa zes 11.10 só de se bebe.
rem. m a s! tmnb em de se pode r u'e llus la vnr rOllpa. P urêm
"ur re m II es tes dcfl iJilus O~ m ui to r ibc ir ões , reg a tos, ma .
nu nci a cs ~ e rios, q tle no Pa rdo dos.rrroão . Um qu al' o de lo-
g OR a ui xo do log:lr da part ida est á a c ac hoei ra c ha mad a
do B unquinh a , e 2 k lCl!oa. dis tante d 'e s ta o Sa ltinho , c
fi nal me n te fi c ha ma da T uqua rn ssny -i : ,\ 67 0 do E pa ra S . (-1
- 20 - O R io Ve r melho, o ltibeirã o Claro , e o R io Su -
curiy [fll q ne pa s.sc i pel a. ;) h , da turde , e ou tros ribeir ões
ii C III lia me , nl ôm cio mui tos reg atos , quo eon t inu umen to
u 'c llc t:C.':1 álu , tcr u aUg'rne n tado eo ns ideravelmon to as sua s
agoas e la . b ura, po is j :1 s obre a ta rde tin ha I) braç as do
Ia rgul'U : , 10 c uc hoei rus pa sse i n' cst e diu , al e m de niuitus
~ i l'gtls , e co r rc ntc zus , o u-lo os qlle segu em para o Cu yu ,
hóí dc,_ca lT,!g'1u I s ca n õus , ou elll par te . conforme está o
r io mai s ou me nos poss ante . ou em toJo : ellas for ão as
P edras de Am olar, o Form igueiro , o Pared üo , o E mbi:
russ ú-g uassu , e mirim, 1\ Lage Grand e. e Pequena, que
se pa ssa r:io com a cnu õa va zia, pro c ip it a dando- se c om ()
r io por {r es d('g "tÍQS I a Can õa Velhu , o S ucurin , e o Ilan,
gue , re ceben do a penúltima o nome do rio qu e abaixo est á :
A 5:>0 de E para S. ( 10
- 2i - Com 8 legoas de na\'eg'H;'lo, pa ssando muitas s ir -
gas e correntezas, c he filei ao Salto elo Curáo : .: de legoól
antes de chega r R elle se desc arrega a c an õa , e at é a sua.
p rox im ida de se navega por entre cn choei ras , e depois se
v ara a ca n õa por torra PO(' 11m vurn rlor de ao 11I'a ç as,
pam sal va!' o sa lto , (I"e te rá 4 br a ças de altura. Fiz alto
n 'es te sa lto pam obse r var o ecc lipse do S ol, qu e devia
aucccder n 'es ta tarde. 'l u , n ão teve cfl c ito pela c on ti nuaçã o
u Ceo turbado , ljue li milito tem po se con servava chu-
voso, Pelo mesmo in co n ven i ente 11 ,10 observei o ccclip so
do 2 .° Sutellite de Jup it"r, qu e dev ia suc cedcr lia madru.
gada d'est e dia, e uponn s det erm inei li L a titude d'estl:
salto , qu e ~'S t(1 e m :.!O" !l' A. ; A 46 " de E parn S. (8
- 29 - E m A ~ Ieg'Jas , que hoje n a vl'gu e i , passe i 12 cacho.
ei ras , li sabe r () lt... b.ilo , o T um und u á , que se pa ssa vuruudo
a c u n ôu pOI' cima de la ges e vuzia , os 'I 'res I rrnãus , li Ta .
quaral , qu e se va ra pnr tcr ra pe la di sta nc ia de 2 1 hnu;as,
o Anluuiduy , o J llpi{l, o T ijuco , o Vara dor, por terra de
00 brucas , o ~ fa n;.; a h a l , o • ico S a nto, e o Embirussü ,
c ac hoe ira s tod a s co ns ide ra vcis , e o nde se tem por vezes

(11 ) Su cl!riy ( na pro unc ia S ueurin , porque oy na llngua <10.


Ind ios vale corno um il fechado ) 'IlIer dizer ag oa de Sucuriy, talve z
1'''1'I111C achassem algu m Sucuriy , que <.Í u ma cspee ic de cobra. in ens,
tr uo arncntc gr'j llll e,
-erd ido muit a cuuõus , e e u pe rd i UIll bater, o, que, corno
J 'I disse, ve io s ó para a cconunoda ç ão d. g ~I te da eq uipa geru.
N'c. te peq ueno espa ço, e m quo desce do gastei UIII dia ,
gus tão os comme rc iu nt cs na s ubida 15, e c um o un ico
d ivert imento de m uta reru muita perd iz , vead os, e e runs ,
de q lll~ abundão este ch a padõ cs ; sendo I iui to e ue ri l 110 (11I e
p er tence a outras e pec i ~ de av es, e o rio de pei xes , q ue
pelo nm baraco rias cachoe iras c s a lto s n 110 pode m subir do
P ara ná j e so h a do salto para ba ixo , co rno m e a s ' \ '(' 1'11
o guia . O r io ja tem de la ra o 2:.! bra ças , e da luz dI'
Rio AIIll(lII dlly..-mirim , q ue dc agva pe la ma rgem oc cir len-
t al da dist a nc ia de 5 I('g ous do salto cio C uráo , c cuj.
foz tem (j bra ças de Iargu, tem filais ;} omita s : A 5:}"
de E para S. ( t
- 29 - Pa ssada 11 s irga coiuprida , quc tem 39 h ra ç as
de ext m s ão , p assei o hnn co quc se . eglle iru mc d in tarucnto,
vnrando- se a cunôu por ter ra pela di s ta ncia de 5i ol'lll; a~.
S egue-se depois a sirga nl'g rH, a dn Malto, u S alto do
Cuj u ry , onde se ;;irga a cu n ôa 1' 01' UIII estre it íssimo c anal ,
q ue form a uma ilha muito con tigun { I1lolrgem merid rona l ,
e cachooiru visrosu , po rq ue o r io com ba sta n te largnra "e
pre c ipita pela altur a de ;3 k bra çu s , for mando vu rios c u ..
ch ões , q ue muito bem se d rvis ao de um a prai a q ue eot (
uhaixo d'clla . D e pois d'csre salto está o aj u r y - m i r i lll , . ~
cuehoeira da ilh a , ultima e a 33. a cl'ostc r io: .\ 3üO "
de E pa 1'11 S, ( "7
- ao - P a ssei hoj e pelas deseru hoc a rlur t s do s dons r ios
ehum ados Urellui de AI/lu. . c Urrllia de Ollça. qlll~ d e~ ago;i o
pela ruursrc ru Horea l , c dista nt e U lll do out ro a t Ic;,:o 18 ,
f : o p r im e iro a Icgo ns do ponto da partida: A (j)0 de ~
para '-C" ( 13
Jh:z l: IDflO L " - T e ido desc ido 5 I('gnu, pa .sei pela ('011_
Iluencia do R iu A lIlIalull1.'1-g u'lssú [11) de Jê bra ças de la r "u.
ra , e q ue " cru do oc c ido ne , A fé e ste po n to tem o r io
corrido pel o ru mo g eral de S E ; uins do dicto r io pa ra
baixo mu dou o se u c u rso pa ra ! · usccnte,
- ~ - Por co nselho dos pil o tos de termin ei egn ir vi agem
lugo depo js de m eia noit e para pu der chega r até j h, da
I lI a l1h :1 á "oca do H iu P ard o, e para po der al cnn c ur 110
{{in Grande um Ioga r que se rve de a hr igo ás c a n õ.ts , pa ra
se livrurem da furia du r io nu s tem pest a des : 1l1:1S us ch n..
vas , qll c desde o dia 2ü tem c ah i.!c sem iutcrrup çüo , \I H}
11';0 derüo [og a r a partir a sc m.-lh untes h 0 1'l\5, prin c ip al.
m ente em nu ite escura. CUIII (J dia pois se;;u i via ge m, ('
fui jantar (ldas ~ h . na descmbocuduru di) R io l' ardo 110
Rio Grande CUIl I an rlmucuto de l U lt ) g(,a ~ . 1 ':1 0 ud miru o
u i/I'eg ar 10 leg ua s em m enus de ti h., ' pois 11 velo c ida de

[fi] 1 'hr/lldu qu er dizer êrna , ave bem celebre pela sua grande,
7,;\, c velocidade 110 correr , y quer dizer agoa, E porque tal vez o.
primeiros ahi acharão d'es aas aves, poz orão ao rio ° nom e de: X ha n,
GUj'. vu J ~b uh at.duy,
a s agoas 00 R io Purdo , ja sem c nchoci ra s , é tal que
c o r rem 2 mi lhas c 7 dec im os e m uma hora . A la rg u ra d'es-
te rio na sua foz tem 6 4 brac us . ( 10
O res to do dia na vegu ci subindo pelo R io Grand e , cuja
larg u ra a valio, at é a c ha r p a rt e d'onde possa m edir t r ig o .
nomet r ic a nrente , por n ão pode r fa zer d 'o utra sorre , 1'111
30ll bra ça s. As s uas agoas 1:I ,-lO barrentas e pest ilcntus , ma"
pelos seus est i r oes , ilhas , e nM f tos , tem tod a a IIHI ~l'stlldll
d e 11 111 grande l"i<;>. ! . <.1 v gue i 2 ~ de legou : A 3:t u de
pu ra E. (2 ?
_ :J - 4 ' n n 'gllci pe la s I!ralldeil ons udus d'cs te rio 5 le-
g oas e l , im pedi ndo- me lima grande trovoada , qu e so br e.
veio, o poder se guir ma is av ante, 1 ão ohstunt« o es ta r.
mo s abr igadus da furi« do veuto , com t udo foi prcci';(J d..".
c lIl'I'eg a r a cun õa pa ra se n üo aln gar com o I ovimeuro
e iml'lIbo das ondas. Distante do P O" ZIl 2 } lego as d('s ag o.lU
pc la marg em oc c idental o /fio Or elha de Ouça, f) Inai ,;
a ciinn dou>; I'iheil' üp s : A 10'j do E para S . (;1 ,
_ ,i - A chuva continuou po r tod a a noite sem iutc r.
rupI;âo ulglllna: 11Iio só todos a passamos ensoprulos , mas
tarubcm me 1'(;7. perder a 1,!J ;crva l; ào da iu un e rs ã o do l ,?
Sutcllito de Jupi tc r. As arvores mostr ão 'lUIl o riu sohe a
2 :i palmos de altura : A fJU de N pa ra E . Acima do pOli.
zo :l} Jpgoa est á lima peqll ena i lha chan.udu de 1\1 a nuel
H omem. E ste criminoso se refu giou nas s uas visinha\ll;n s .
!r'III)O f razido c om s igo uma veneranda Jma ;:;clIJ do S cuho r
Bom .JEZ IJS. Vendo-se dep" is obr iga do a r etirar-se, n ;l fl
'pi por q llC mo t ivo , tiz um lll'q llcno rancho dI) palha, c
n'ulle deix ou abr; O'ada das in j u rra « do te m po a n "pe:tavl'1
] uI ~ gl'l1l . R ecolhendo- se para :-:l, P a ulo li I e O :llll h~ r c iaIJI P,
uchou-cr , e que rendo ('(Jnlblzil-a , é tr:Hlir;iio l'ollstall lP,
q ue n.io a pnd cr ão u hulur , ;..;IId fcita de lenho de lI11'dI O:
cre gravidade; P UI' i "o a duix ar ão , c {i ,i d l'roi~ c on d UZI.
da para a Vill a tin Cu y ab ,í co m a til ci lid a de natu ral . (> Ó
v"nNa da e re sp eitada n 'e stn Vitla de qu e tomou u nome.
Al úm de .ia te r ouvido este caso a mui tos indi vid uos , m'o
repl'tio no v mente um nct to do drcto "lanu el H on c r I . (~lIalfl
i neompn-heusi bilin sun t j udicia tua Domine ! (7 :
_ ;j _ ,' leia h~goa acima do POll ZO, e no fim UI' umu
ilha . despeja as suas n"onS pela parte do Poe n e o Rio
'erde de 42 hru çus de largo; e 4 I",goas e } d ist ante d 'c',:-
te, ,~ d u parte oppostu d sagoa o Ili» A gllopr.!! [a) de l:.!
Itr:ll;as de largo. Abeiru r ão hoj e ao r io varias pedrus , enlre
as qune,; haviao algll llllls iílratas. de q\lf: íil. ll\.!!lIin p rn vi.
munt o ; c pod e ri a talve z fa z er m u io r, e dI' nm is l:'\f]lIi.-itllS .
se o r io j a n ;LO t iv ss o to mado ba ' Ia n te a;;"a . P ara me
livrur de lima i m ine nte tro vnru ln , en trei . e pouz ci e rn IIlll
r ihl'ir,i o que dcnol llinc i do ahrigo: A 18".1 ;' para ;. (fi.
() _ A bulhu , q ue lia ba rl'l do r ibe iru o fazii:..u os dou-

[a] .1gOlll'CY '111er diz er 3:!oa de ngo a-pé , Agoa-pé é uma hcrva
de fulha larva e gro~sa, qu e "" cria sobre a' agoas.
flulos, me n ão deix ou do r mi r . e na ,i " o ': m erü o tant a s IC
P ira c nnju ba s , peixe de esca ma pra tea da U nii mozo , e 05
P ia buss ús qu e sa lt a vão pa ra a cauõ u , que rue vi obriga.
d.) a cor rer as c ort in as lia barrnca pura me livrar do
c hoque d'a lgu ns que duia uiui to , COIIIO me tinha mos trado
a experieucia. Pe las ;$ h. da ta rde passei front eando a bar.
ra do Rio SUl'llriy , que ve m du occidente , e cuja largura
deixei de medir lJur não poder ntruvessur o rio por cau .
~a das ondas ; ma s pelo q ue me pareceo excede ri a a r,u
bra ças. E tradic c üo constante qlle urna cun õu , qu e es c a -
pnra de um ataque do Gent io P a iag lJá nas visinhun cns do
R 'o Cuvub á, subi ra pelo R io POITU l US , e por outro (1110
u'/) lo de.tu as suas U (TOUS, e qH e c om u ma peljue na nl .
ra<;.iu pa~sara pa ra o Sucu riv , de Ijlle e stou fa lluudo , sem
ter o incouunodo das cachoe ira s , de que tenho tratado j
mas qu e em recompensa e nco nt ra ra muito G e ntio Caiupó ;
1'01' cujo mo ti 1'0 tin hão desprezado esta navega ção q ue pa.
rcce devin se r pre fe rida á que pr esentemente se ía z , Im
n üo houvesse li interesse de cx tc ndc r os domiuios de S . M . F.
CplO Dcos glla r·,je , o mais que podesso se r . proc urando 11
l'<lr.lg'lIay. Oxalií qu e deba ixo do pre te x to da ma is fa ci]
n al 'cg a ç to para Cuy.ib i e l\Iatt o- G rosso des is tisse S . M.
C tuhol ica a parte q ue tem no [t io P araná, e na lIIur genl
oric utu l do R io Pa :·a g ua)'. da foz do R iu G rande para o
T, p:lra pur este 80 na vega!' a té () Parng uay (ca so as
c ac:\CJ li ra s ,res te g"unde r io ° pc rmi tt üo ) e >'cgu ir depoi s a
o r-Iiuuri n n :l\ 'C'g '[': -LO pa ril as die tas V illa«. Pernoit e i n a foz
du l t :o 'I' icté CU ;}} 7 logoa" de nave,gal;ào : A [) O de N
pa ra E. (7
7 - D ~ ; x fl d o o R io Parau á , qu e me d izem ter, subi u.
ti", ru.iis mciu d ia tie l'i a ,rclII, u.n sa lto chnn mdo Uru b úpu n ,
g .l [fl] , !I H vegu ci subi n do pe lo R io 'l'iet ê , cu j a foz tem de
l'l l'g o 70 bru ça s, Com 5 h. rle n ill'cg a ç ão, e ma rcha (h
:1 Ip.'!oa ,{ e ' c !lCgu ei ao gra nde snl to , de nomina do I t a pu.
1'.1 [b] C Uj '1 f i~ . lI' a se de ixa ve r no m a pa j unc to, F oi va ,
ru da li cu n õ.i em 5 h . por UITI plano d'! 4,1 palmos de ul -
to, 1I!13 U nt a é a altura do salto , . de 60 bra ças de ex-
ten s.to, A ci lll'l d'este sa lto na distancia de u ma legoa es tá.
ou tr.i c ac hoeira chamada I tnpn ra- miri m , (!'IO em na da se
a ssi m ilha ÍL primeiru : A 80" de N para E. ( fi ~.
- 8 - As :3 cachoeiras chamadas do s 'I'res Irmãos se pa s.
snr ão bem fac ihn eute , mas o Itupirú (e] le vou toda a ta l'.

r,,) Ul'llbúpuugá quer diz er on de passcião Corvos, a q ue os I n.


dius chama o Uru bus j talv ez porque visacm ahi C orvos , q m, cost tu n: o
and ar lias ca choeiras a p ~ s c a 110s peixes '1110 salt ao no s ubir, - [b) Itn ,
J'Urtl. 1ta sign iflca ped ra , pura , ponta: vcih a dizer ponta do pedra.
illirim qner di zer poqu ena.; por disti n ç ão da ~ranJ e 110 mesmo nome,
- [e] I tltpirri ou y tupyry , qu er diz er cachoeira scca ; pois a palavra
!l1u. qu er dizer ca ch oeira ou sa lto. D'uqui " C1l1 qu e a VIIIa de Ytu lo.
°
IJIO II 1I0me do salto que tem o Riu T ietê j un eto a ella. F. lias cscrip tu ,
róis a l;t i;l'a ll acho ch aurar-se ylu-gl/(/ss,i . por ser f) m aior salto qu e Iam
- Joi-
de , c tem meia legou de exten s ão. o princi pio d'cst
cachoeira encontrei a un s commerci nn tes qu e esta vão cn-
chuga ndo os far dos de a canôas que se tinh ào a lagado :
"\ 700 de ~ para E. (J
- 9 - i chu va , que d urou pOI' toda a noite e parte do d ia.
não me de ixou serrui r via gel a horas compete ntes e 1'01'
esse moti "0, al em ele ja te r to rnndo °
rio bastan te ngoa ,
c cor re r com violen c in , apenas navegu ei fl legoas e t, te n-
do pa ssa do por umn . pouta de pedra P iralaraca [a] : ~\ l ~ "
de E para S. ( j :-
- lU - Sem outra novidade mai s do qu e a muita ch uvu ,
e ter deixado na margem sc pte ntr iona l doas ri bei rne s , n u-
veguei fi legous e t: A 2úo de E prll'a S . ( 6 {.
- 11 - A muita chuva apenas me c1eo logar de pod e r
embarcar pelas 7 h. da manhã j e por es ta r o eco m uito
turba do não observei a immers ão do 1. 0 Satelli te de J II.
piter. Pa ssei com a cnn õa cnrrcgnrln as duas cachoeiras
ohumadns Vnicurytuba-mirim [~), e a Ytupeba [r): esta uh i,
ma é de 1 de legoa de extans ão , P. trabalhosn. A 3," ehu-
-madu Aracanguá-guassu [li) foi passada sem carg.\ al gullI a.
Uma lcgoa acima do pOIl;':O deixei na margem Boreal um g ra nJa
ribcir üo , que o denominei do Sucuriy pOl' me d izer o gu ia .
qu e ant igamente pernoitando na sua foz " a rins pc,,; .on
passarão lJor c ima de um de tnl g ra ndeza , ql\P. n ão fazia
caso dos Wle n piz nvão , at é qu e julgando ser um tronco
lhe me ttcrão o mnchado para fazer lenha, e então vir ão
o S r.1I en gano. T odo o 'I'i et ê tem grande ahundaucia d\·s.
tas cohras , c de outras se rpe ntes , e muito principnhnent c
o Rio P ardo. em que ordinar iumente sã o mord ida s alrru.
mu s p csso~ s . principalm ente quando sobem. pelo muito tem.
po que n'elle gastão. O meu piloto ja foi mordid o por tr es
vezes; c usa pnr contra ven eno da ngoa-artlentc de cana.
em que lhe de ita al gum sa l ; e n ão obs ta n te o beber e m
pl'orlig insu quantidade, o n ão cmbe bcda , q uando em out ra
occnsiã o que a bebe, qu a lquer pequen a porç ão lhe subo á
c a be a: A 12 0 de E pa ra S. ( ;;
- l~ - Pelo mesm o in conv eui euto do dia pr ecedente na -
yp.g'nci ;, Ir~gnas e f , tendo passado as cachoe iras Aracnu -
g uri-m irim . e A ra cntubu : A 27 u ~ de E pa.I'a S. (5 f
13 - C in co cac hoei ras c luu undus Yuicu rytiba de ruuis
de t de leg oa r1 ,~ cxtens .to , o F U llil-~rand u. e peljueno,
as Ondas (loqu enas, e g'ran rlcs , passei em 5 legoa s c t.
que tanto n uvogu o] u'cste dia: A 2 0 de E para N. (ú {

toda esta n~\· cg n ç ão . - [fi] T'irata raca. I'irá é peixe t taru ca e stalo .
T ornou este nom e t porque n'cst o JOg'ar CR PCiXCR tàz i ~ o rumor corn o r-s,
t alos . - [b) Vaic ursjtuh« O tl G nnlcury tyba, Gu a icury ú uma cspccie
de coquinhos <lo arv oredo baixo. 'l'yba que r dizer cocal , 0\1 ma tto ri"
cocos, F icou-l he o nomc pela abundancia d'estes coc os. - [1;] I l upeha ,
ou Ytu-pcba , é cac hoeira chat a, por ser essa a su a figura. - [dJ Am.
rangllá ou Araracan guaba , denota o log ar onde comer ão cabe ça de Arara t
ponj'1O ,/cu ng a sil:" iJic;l c abc ça : glLQVQ comer,
- 11 - , c acho eira chamada j l a lt o- S eeo d is ta do pOli .
z o t de If'goa , II da 111m 2 t , e a Yrupune rna [a] 4 t. A '
ion ti uua dus c huvas tem ench ido o r io de forma , que se
va i ta zc ndo tra bal ho siss irn u a sua subida. Ta vf'g uei 5 le.
g oar; e ±:
A 31') de E pa ra S. (fl ~
- 15 - Pela s 10 h. c heguei ;í c a choe ira q ue chnrn no E s.
curamucu [b] , c pela s 1 ao 'alt o Avunhun da va [r] , tendo de i,
x.ulo lima Jeg oa ab ai xo d' el le , c da parte se pt c n t ri ona l uiu
m ed irmo rio . 'p ie o de nouun ei do S. J osé . Um qu arto do
)" ,!!.. a a n tes de c heg a r ao salto cor re o rio (lOI' fundo de
I cd r: , e re presa do entre el lns , q uu t:lh a naveg a ç ão laho.
riosa , e muito arriscada : A 7 0 de E para :::l. (4 t
- 1(j - 1 .ío obstante esta r o tempo promettcndo chuva
. c des ca 1"1"('''0\1 a canõ a po r IIIl1 descu rr cgurlor de 363 ora.
«;as, e depo is se deo prmci pi» á SU ' l varn ç ão , '1l1e levou
at é - ás fi da ta rde, sendo va rada pela d is ta nc ia de HHl
l' rrll:ml , c pcl'l alt ura de 5 3 puhu os , '1110 tanto tom o sal.
fo, que se faz medunho, 1H1O s6 pelo em ia te da s a g oas
dosp cn hudus , mas t am ur-m pdos pc ncdos , e ilhas, qlle pe.
la sua lurg uru tem for mado varios cu naes e quedas. Qllan.
do u rio cst ú m a is r ico cresce o va rador mai s 100 braças.
- 17 - Pa ssei duas ca ch u iras chamadas A vauhunrh va,
mir im, e a do Campo : 1: 14" t de E para S. (7 f
! - O Ci'paço pu r onde n:l\'cg uei, que (los,:o d izer q'JO
t:,i 11 m só e~tir ;lo , é li vre de c uchoe irns ; mas a c o rre nt e
do rio flJ i mu i ra p;lb, e II US s uas margen s ha muitus a r.
\ oru s , qu e lhe .hruuão J bu ti c: beir as , a s qu ues d ão 1Il11
fru c to , o ma is saboroso qu e te nho comido. lIa 4 es p écie
dcllus : a s g ra ndes , que tc r.i uma poleg ada d d iumetru ,
510 de c ür neg ra, c na scem pelos t ron cos com pé COIl!.
p rido como a ce rej : j as P u nherua s que diflercm das grau.
dos lia grandeza e 110 I é cur to ; a ' pintadas , c as 1I1I mi .
xruuu s,i o n: outras duas espr-ci es , e nascem em arvore
mais bnixus , e SIO do tnm unho de 'uma baila de a rc a buz.
:\ cu sc n de tod as cll as é delza-la , c tem a virt ude adst rin.
/!l·ut ., e SlO t .io ac ida q ue d 'ellas se fa z opt imo vinn .... re ,
I

Es te ncido da casca , • ue fa ci lme nt e se curn rn i nic a á lIIi.


1II(1~n ma~~a ria Iructa , (a h que o n'io possão come r pa .
"'Idas 21 h, depo is de col hidas , nao obstuu te sere m muit o
doe S quando se npauh .í o , c terem u m nn ma, q ue e m
logal' de cu usn r tcd io i uci tu o 11 peti te. P e los mesm os i 11.
c o nven ien tes dos ,Las pussu.los n ão oh. c rve i a immersã o do
:!.O ~;"tf 'lIit e de Jupi tor : A 20 " de E pa ra S. (7
- li) - Eru (j I{'g r,a s e ~ qne hoje lia vegn e i pa ssei filo
cihueuto , por esta r u ri o cheiu , as a cach oe iras Cambay.

ra] l't uJ1(/n~m 'l , ,'uI ·;, U tupan cmn , '1u;r dizer cachoeira m al sue ,
r.~ d Íib. porq ue com o ja 1J 0ki, y tll é cachoeira, ] JallClll a mal su cce,
dicla . A razüo ori ~ i n:\fi a d'est c nome ig-noro. - [l'J Escoramnça r vulgo
I:~ ~~~m u ça , é 1I111.l c ac hoei ra flue peja su a couflguraçao parece UIU
cav allo cscaramu çuu .lo. D'aqui to mou (\ nome. - [e] vauhanda v.. I
j" fica no udo '1"'1 é lo;;' r onde a g ent e corre .
- ~7-

pou- ivocn tIO), 'I' ambau-rni rim , e g uassú . P ela imrncrsão do 1.°
. A Satellite de Jupiter achei que 11 L ong. d'este lagar é 328"
c se 2 1'30" , c a L a t. A . 2 1° 4;J' 2 1"; A 25° de E pa ra S . (6 l
. lo. - 20 - Navegado o primeiro quarto de legoa pas se i 11
(;'j ~ c ac hoe ira Tumbufiriricn , e 3 legoas distante d'e sta a cha.
E~~ muda Vamicunga [/>]. P ouze i com 7 legoas ele' marcha pou .
dei. co acima da foz do Rio J acarépipira-guass ú de 5 bru eus
111111 de la rgo . c da parte B oreal , e o p ri meiro que deita na
) d 611as aguas no Tietê: A 18" de E ' para S . (7f
o de - :! 1 - Ven c idas 3 logoa s e f de na vega ç iio passei fron.
uh". toa ndo u jj,z do Rw J acarépipira-mirim (c] da m esma parte
.j .!.
2
(!o guu ,;sú: A 74 0 de E para S. ( (j t
iuvu - :!2 - Pouco depoi s de estar em ma rcha passei a ca.
ora. c hoe iru ch amada Congouhn , de legoa e f do ex tensão; d'es ta
UII se segue o S a pé {ti] , o Barueri-gu assú , c mirim [eJ. e o B uu-
150 r ú, com pre hcn dulus e m 7 legoa s e i, que tanto naveguei
sn], n' es te dia: A aso de E para S. (7 t
O:IS - :la - A primeira ca ch oeira q ue pass ei, e que dista uma
pc· Icgoa do ponto da partida. foi a chamada I ta puã [f], e
11111. poucu de pois a do S iti o , a ssim chamada por estar fro n,
tel ra ao logar c ham ado P utun duba [g] , onde ja houverão mo.
r ada res , que se reti rar ão por es ta re m muito longe rio pas.
to espiritual. e não pela nlá qu alidade dos maltas , qU Q
ficguudo se ex pli cava um piloto, que tambem n 'cste l o~ar
tin ha mor a do, e rão aq uclles a nata das terras. E com efle i.
to, se pelo cop ado e viçoso das arvores , e pela g rossura
dos troncos se pode julgar da boa ou má qua lidade da te r.
ra, posso diz er que não se rá faci l a char-se me lhores. Esta
tapera está. no pr inci pio de Ulll cs tirão : A 51° de E para S .
Pela distancia de nma lego a uhaixo do POU7.0 de ixe i t res
poços chamados Nhapuuúp á-rnirim [ h), c g unss ú, e dos L a n çoes,
E stes pOI;OS são uns lagares milito fundos . c q ne tem do
15 pal'a 20 braças de profundidade , COll1 0 me assever ão
-a ri as pessoas que ve m na minha compa nhia , c que por

[a) Ca77lbaYUl:oc". Carnbay uva é uma espcc ic de taquaras ou ca na.


tinas, de que se fazem este iras . Oca quer dizer rachada. N'cste lagar
lia d'cssas taquaras; c d'isso tomou esta cachoeira o nome. - (bJ Va.
m icanga, 011 Guaim iea nga . Gu.aimi quer diz er velha; canga, osso :
vem a dizer osso de velha. "T ate - se que os primeiros portuguezcs pau'
listas, que navegarão estes rios se m maior c uriosidad e , hiao acornpa-
nhados de gentios , que ba tisa vao os Jogares com qualquer nomc a que
11m pequeno suc ccsso dava cau sa . - [c] Ja cur ép ipira quer dizer a
pesta na ou capclla dos olhos do bicho Jacaré . - [d] Sapé, 011 ya sa.
pé , que lima cspeeie de pa lhas com que se cobrem casas . - (e] Baru,
é

eri, 011 Baryr iy , que quer dizer agoa de Ila ryry. Il arin é uma espcci e
de caeté , que tem flor vermelh a c sem entes pretas. - [ f ] Itap u ã ,
qucr dizer pedra rcdonda : porque it a é pedra , puli , redonda. A' ligu .
r a da pedra d'esta ca cho eira se deve o seu nuurc, - (1.'] Put und uba ,
ou P utu udyva , quer dizer lagar onde escure ce a vista . por ser cote um
est irao gra nde do rio, que com a vista se uno alcança bem o fim. -
(hJ Nhul'anltl'á quer dizer espancado,
s
cze o tem medi do, n ão por curiosidn de , mas pOI.qu
n'elles vem pcscar cm tempo seco. como cm \'1\" ClrU5
de pcixe , e a lin ha do que us âo lhes mo stra fi prolun.
dulad c. E os n ão pude sondar pela viol c nciu , c om qu
co rria o r io po r cst t r com h.ist .. nte a goa . A eff rvcs cen,
cia d' llg oa n'rstes log ares prov êm do m uito peixe qu e u 'el,
Ip hu , e prin c ipalme nt e de Uni c ha ma do J u ú , q ue é do
t ul g rnndcz. , q ue me asse verou o g ll;a q ue , a br in do com
um páo a boca de U!Il q " matturu , por cll a pod ia e nt ra r
111ll ho mem s m c nxovalh. r <H vestidos. Dei - I' e cr dit o ,
por<]ue vi um que ti n ha 7 pnlmos , c n a co rniri va vinhão
mais tes ternunlu s tle v. s ta ; e por que fil a l.n c n te e m dous
mezes de comm un ica ção le n ho observado fJ 'lO o gu ia é
homem , que nem por graça deixa de falla r ve rd ad e - vir.
t udo , ql\e raras ve zes se e nco n tra , pr incipnlmc n tc em ho .
meus d'e$ta profiss t o. (7 f
- 24 - Com :3 h. de navcg rll;-O pa ssei II cachociri nha do
Banhu ron [a] , e PUllCO u cii uu 111\1 poçu do m smo nome . Um
quart o de ''' goa ac ima d' esto poço, c da par te concn va
rln e nseada se avi sta {l di st an c ia de :l Ir ....ons para N E UIl9
montes que 11 es ch urn ão do A ra ra quaru [b], que pela ta rde
q ua ndo lhes ba te o so l re pr ese nta um a grand c idade . Por
esta i' este planeta entre nuve ns n :1 0 logre i d'cs tn rlclic iosn
llf)rs pp.c tiva . E tra d iç ão qlle n'est es m on tes ha mui to 0111'0 .
Var ias pe 'soa s tem ten ta do clll' g ar a elles , e °
n 10 tem
c onseguido ! elos muito. pantann es c obstuculos qlle e ncon -
ti.. o: ITl<.lS cu me pcrs undo qu e c-tu tentati va tem s ido foi-
ta 1'01' home ns pus ila 11[11\(':, o fracos scrtu nis tas, po is n ã o
é c rivei que em 3 ic'g oas de terr no possa haver obstaculo ,
filie co m te mp o e tra halho SlJ II :iO \(:' nça. I'ouzei mc ia le-
g oa acima do Ilio Pira cicaba que dcsp ja as . lias a go li
pe la m nrgern Uoreal por umu abertura de 28 br a us : A
15 ~ de E pa ra S . ( fi t
- 25 - Co m a per da da. agoas do R io Pira c ic ab a [c] e
reduz io a la rg ura do R io T ie te a ,10 braças , la rg ura q ue

[o] B anh aron , ou Bacnharon . B ae é cous a ; nharon, brava . Ha


tradi çno entro os pilotos do Cuyabã , qu e um bicho marinho 011 peixe
grandc levant ou ondas n'cste Jogar, e fez temor na gente, c que: ist o
s ucccdera no poço do mesmo nome: por i o lhe puz r-r ao aquello 110.
m o , quo se communicou " cachoeira que ,stá log o aba ixo. - [6] Uma
penhora velha de Ara ritagunba , de bom ju izo, c instruida na lingoa
dos I udios , mo certificou 11'10 na s ua I ocid ado sc cham ava Aru'lll.al'U,
e n ão A raraquara , como hoje, S e assim é , quer dizer buraco do dia .
talv ez porque n'est cs mais de pressa ap pnrccc o dia , c de longe os vc ôm
os nav" gantcs com os 1'1imeiros raios da Aurora . E se é o nom o d.. ho,
j e, qu er diz er buraco do ara ra. N'cstcs cam\,n~ que ja BC vuo povoan .
do co m faz endas de ga do , lia n"!;ros fugidos qu c extrahcr u ouro, por
quo se tem ach ado oignacs d'isso : o quo coufi rrnu qu e O" mont es sem
duvida tem o mesmo metal, - [c] K itC rio tom ou o nome do Ulll
..a lto que n'clle ha chamado Pi rac icaba , em razão de n'cll e para rcur
e chc rnre m 08 peixes: porque pin; é I' ixc , cicaba qu er dizer Chl' ;:-liC.
-3
padece su as alt ernativas para mais e pa ra menos j ma
nem por isso ficou ma is ha ixo , ant es tão fu ndo q ue só
n llveg a mos a re mos e g a nc hos , cu stando muito a vence r
a sua correnteza por fa lt a dos huixius , que h a pelo rest o
do rio (!ue tetiho nav egudo , pa ss unào de ex tremo li cx tre .
1'10 , ja muito fund o , e ja UI) baixo que apen as se pod o
nuvegur : o que faz qu e as cu nôas de negoc io por v irem
carreg ad a s gaste m m ais tempo e m o de .c e r , do que nqu cllus
qu e se recolhem qnu si v zi us P IO o subi r. Corre o r io pu r
e ntre rib an ceiras m uit o a l tas. P assei li pequena c achoeira
da Ilha: A 1:'1" de E pa ra S. (7t
- 26 - N'este d ia na vegu ei 4 t lpgons por m e demora r
:, } h. em matt ur, e espe ra r q ue surg isse do fundo
du rio uniu an ta. q ue no fim de 1 h. npp an-ceo com grall.
de al egria de todus , e m qlle eu truu bcm tive parte , pa i'
te r co m qu e l:lzer o meu banq ue te do post die m do Nas.
c ime n to do Nosso R edclllptor, ja q1le o de honr em COIl .
si stio no p.ln em nos t rum quoiidinn um , que é feijii o eapllz
ainda de ter filhos c net os , c em bogio cozido , e e m lll~.
gio COIII a rro z . c em boaio ruoqu eudo , cujo papo co mi po r
ser n pa"lc m a is sah o rosu . Todos os rio s desde () C uxi im
in clusi v ô , en trando t am bem o T ietê, tem milita ubundu n,
ciu de a nt as, c ham a da s I'lI SS a S, q uc s üo da grlludezu do
ma mr-diunu vacca , C no go s to m uito melhores: A 34 0
de E pa ra S . (4 ~
.- ~7 - Pa ssei dons g l'llnl1es r ibei rõ es vind os da parte do
me io dia , o 1.0 chamado l cua ca tú [o] , e o 2.° se m nome.
e dis tan te do 1. 0 u ma legoa e t , D , i 'o i tumbern o baxio
J ilt a y (11) c o e s irüo do 1'''0 C a vu llo [c] : A 3:l° de E para
, (
- 28 - I avecuei 7 t It'g as n' ste din , compreh cndcndo-se
n'ellns o P oço 'I'aq unrn nx i n [11], o R ibeir ão da Ou r; , li cn ,
c hoe i rn da peJe rnei 1':1, dt' t de tl'g ou de ex tuns ão , u Rio
orocaba [e] da margem IH n J ion al, e os R ios Capivar i- mi-

[o] I cuacntu , ou yc u ~ c i tü , qu er d izer corrigo bom . - ["] Ja,


ta h!J é unta arvore que J f ti elO" eOIl1 cas cas O'",".as , c njn ma sa
é doce, e muito si mil han tc a do p do J " lo. - [c ] }'J.o CIlva lo , 111'1:,
ra z o de se ae har (niudu existe) o c 'rue de um grand e madeiro , (1"0
rodou, e fico u 11\ etc cetirao ; e vis to de longe pancc u m ClY J.1I0 .
- [dJ T uquaranx im , quer diz er t aq uar a bran ca, - f e] S orocabu J" .
n ota O lagar onde se r» peo algt mu cousa. É tra dic;ilo qu e n'i-st e rio
00 rompeo um a p ont e ( t rlv. Z 110 log:tr da Villa do mCH lJ W nornc ) "
por isso assim se cha mou, E e l ia tem as s uas cab ecciius lias lllguo.
zias de S. Roq ue , e ',,o Amaro: P" d" pela Villa de " ... ocub , tl
n tt~8 do che ga r ti s u a foz )\,. va as agous do Sar apun ( lilIlltl..l da 'jll a
do] S o rocaba COIll a de It pClining a) O qu al t~1 iberu leva a ',,0, s do
Hio Pirapo ra r rio" est es to O" nav egaveis • rn o menor C .b co, ex ,
epto O de So rocaba , que perto da s ua [ 'JZ, 00 Iog ar cham in Jur.r,
m iri m , tem uma cachoe ira . N 'e te lega r as terrr s g o 'rt~ll i H iina • e
..hundautes dn 1' 6.0 8 para ca I ~ 8 : ,li,la c Ie da Villa d Soroe ba pou .
':'a! kg o 8. Por i~80 ~ai~ lJ••u il 'lue C) .) .1' ~")1Il elite de S ' 0 .
il'
rim, e lr'l'l.ml pela opposta , e comprchcnd idos este s t re
ri os no espaço de IInIa legoa, duas cachoe iras cham adas
It npema-g uassu e mirim, c um poço do mesmo num e: A
28 () de E pura S . (i ~
- 20 - Passei as cac hoeiras de Ma thius Peres, c do
G a rc ia. e t res P oços , S upup ema-rni ru n [a], e :;!;u a SSll. c o
C uru ssá j e pou zei defron te do lo " s itio d'este ;:'io com un-
dnmc nto de 8 lego as e f: A 35 ° de E para S. (8t
- 3 0 - T odo es te d ia na veg ue i por entre infi ni ilndo de
it ios fundi dos em ambas as margens do rio, e tão (' 0 11-
t ig llOS, que nã o se i como os moradores tem te r ra s para
a cult ur a . se é que ne cessitão d'e llas , pois, pelo que vi ,
vivem e m uma con tinuada innc çüo. N ão deixei de admirar
a mult idão de rapazes . qu e no ter reiro de uma das casas
se j unta vão para ver pas sa r a canõa j o que n ostra muito
be m a bondade do cl ima, n ão só pela fecund idade das 1I1l1-
lh ercs , mas tambem pela hoa n triçã o , pr in c ipa lme nte pc.
los poucos que na tenra idade falle ce m , pois pela sua s ue.
c essiva altura se conh ece a successi va idade de cada um .
Passei 6 ca c hoeiras . a saber: os Pil oes , o Bujuy [b] , o Pi-
ra pora [c], g ra nde e peri gosa , o Pi ra pora-rnir im I a I tng us.
" a va-mirim [d] . e guassú , e fiz a lto com a nda men to de
4 legoas e { : A 17" de E pa ra S . (4 t
- 31 - Com o fim do a n no de i lambem fim á min ha
navega çüo , te ndo pas ndo pelas cachoeira s do Macha do .
T irinca [e] , I ta nhae m [f], Ava rernandoa va [ g ] I Ju rurni,

c aba , cuja F reguezia tem 8.000 almas , fizesse al li uma povoa çao , com
que se frequentaria o comm erci o para o Cuy abá por todo. o. sobre.
dictos rios. N 110 sO ser viri a aOB povo. de S . Roque , Sor ocab a , e Tta,
petíninga , mas tambem aos negocia nt e8 de fora. a08 quacs seria ma is
util Vir a S oroca ba carregar canõ as , do qu e a A rar ita gu aba , porque
evit..ria o toda. a. cachoeiras qu e existe m da foz do R io S oroeaba para
c im a. A povoa çno é necessá ria para 'Iue BC fa ção can õas , c para h aver
g ente n'esse unico varad or. Bem sc sa bc a necessidade qu c esta C api,
t ania tcm do ouro do C uya b ã e se n50 devc conserv ar fech ada CRIa
n ova porta. - [a] Supupema , ou Sapopem a , é uma espccic de fi.
g llcir as, de cujas ra Iz,'s se fazem boas gam ell aB, N 'osto logar ha d'es ,
t,,,, arv oredos. - [L] Bujuq , é um a eapccie de andurinhas , que faz em
seus ninhos pela . pedra. d'esta , c de outras cac hoeiras. - [c] Pira:
pom, é logar onde o peixe salta ; pois pi rá é peixe, IJOra 'Iucr dizer
salt a : de fa ct o nos mezcs dc J unho , e J ulho, elo que o rio esta seco .
o peixe nao pode su bir, e que rendo avanç ar ago a sal ta pela s pedras .
e o apanh ao em seco. - [d I Ltag assaxa. Itá, é pedra i gassavf1 que r
dizer que atravessa o rio. Com eflci to esta cachoeira tClII corno uma
cinta de pedra , que atravessa o rio. - [e] T iriricu , 011 yxururuc a ,
que qu er dizer agoa que est ã chiando ou fcr.cndo. - [fI Itnnkae n ,
qu er d izer pedra qu e falIa ; pois com effeito ;.'e.la cachoeina h.. urna
csp ecie da ech o. - [g j A van!inand u"va . ou Av areman osaava. Avaré .
é P.•drc j ma nouava quer dizer morreo. lia t radi çao que n'cst e laga r
naufragou um Pad re : d'ahi ae chamou ao logar e cachoeira A\' arema.-
ncsa ava j e corrupto vocabulo  varemanduava .


rim I e lJ'/lf3.,Ú pela eppostn , e comprohcndidos est I ri:
rios no espaço de uma leg oa, duas cachoeiras cha mndas
Itapcma-nu nssu e mirim, c um poço do mesmo nom e; A
28° de .E para S. (7 t
- 20 - Passei as cachoeiras de i\Iathias Pcrcs , e do
Garcia . e tr es Poços, Su puperna-enirim (a], e g llassu , e o
Cu russá j e pouzei defro nte do L a s itio d'est e rio com an-
damento de 8 legoas e t : A 35° de E para S. (8 t
- 3D - Todo es te dia navegu ei por ent re infi n id ade de
sitios fundi dos em ambas as margens do rio, e tão «on-
t iguos I que não sei como os moradores tem terras pa 1'11.
a c ultura, se é que nec essitüo d'ellas , pois, pelo que vi I
vivem em uma co ntinuada inacç ão, N ão de ixei de admirar
a multid ão de r apazes , qu e no terreiro de u ma da!'! casas
se jun ta vão para ver passa r a ca n ôa j o que mos t ra muito
bem a bondade do clima, n ão só pela fecund ida de da s rnu,
lhe rcs , mas tambe rn pela boa nutr iç ão. principa lme nte pe.
los poucos que na te nra idade fallee em I pois pela sua sue-
c essiva al tur a se conhece a successiva idade de cada um .
P assei 6 cachoeiras, a sab er : os Pil ües , o Bujuy [b) , o Pio
r apora [c), g rande e peri gosa I o Pirapora-rnirim , a I!agas.
s nva- rniri m (d] . e g uassú , e fiz alto com an dame nto de
4 legoas c -: : A 17" de E pura S. (4 f
- 31 - Com o fim do un no dei tambem fim á minha
navegação, tendo passa do pelas caehoeiras do Machado ,
T ir ir ic a (e], I ta nh nem [f), Ava rernandoava (g], Jurumi-

caba , cuj a F reguczia tem 8.000 almas, fizesse al li uma povoa çao , com
que se frequent aria ° eommercio para ° Cuyabá por todos os sobr e.
dictos rios. N ilo so serviria a09 povos de S . Roque , Sorocaba , e I ta,
pet ininga , mal tam bem aos nego ciantes do fora , aos quacs seria. mais
u til Vir a S oroca ba. carregar can õas , do que a. Ararita guaba, porque
evitariao todas a. cac hoeiras que existem da foz do Rio Sorocaba para
c ima. A povoaçno é nccessaria par a que se façao canõas , e para haver
g ente n'esse un ieo vara dor. Bem se sa be a nec essida de qu e es ta Capi,
tan ia tem do ou ro do C uyab ã e ee na o de ve conserva r fechada es ta
nova porta. - [a] Supu pema , ou S apopeina , é uma espccic de fi.
g uciras , de cuja. ra iz,'. se fazem boas gamellas. N' csto lo~ar ha d'es,
te. a rvoredos, - (b] BujllY. é uma es pccie de anduri nl:as, qu e fazem
seus ninho s pela s pedras d'esta , e de outra s ca cho eiras. ~ (c] P irc :
p om, é logar onde o peixe salta j pois pirá é peixe, para quer dizer
sa lta : de facto nos mezos de J un hu, e J ulho , em qce o rio esta seco ,
o peixe nao pode subir , e querendo avançar ago~ salta pela s pedras ,
e o npanh ao em seco. - (d ] Ltog assata, Itá, é pedra j g assava que r
dizer qu o atravessa o rio. Com efiàito esta cachoeira tem corno urna
cinta de pedra , que atravessa o rio. - [eJ T iririca , 011 y xuru ruca ,
qu e quer dizer agoa que está chiando ou fervendo. -.:. [f ) Ltan liaen ,
quer dizer pedra que falIa ; pois com elfeito .,'c"ta cachoeira ha urna
esp écie dEI echo, - [gJ AIllITémanduava , ou Av areman ossav:l. Atl aré .
é Pa dre ; manOlBalla quer dizer morre o. Ha tradição que n' cete lag ar
naufr agou um Padre; d'ahi 8e chamou ao 10glU' o cachoeira Av a rem a,
co 'UVa : e corrupto vocabulo Â.varem anduava.


1 -
r im (al, c Ac ung uor« (b), a ultimo. e li 113 . a qu e ha n'est 11
rios at é Araritaguaba I em cujo porto dei fundo com 4 lc-
goas e { de navegação: A 17 0 do E para S. (4 t

(~)

T enho a honra de apresentar á Academia Real da s Sei-


encias o mappa, e o diar io da viagem , qrle fi z desde Villa-
do
Bella • Capital de jlfallo-Grosso. atIJ a Villa e Praça de Sano
111-
tos, onde dei .fim ás minhas longas e trabalhosas nau gaçues .
ra
indagaçoes , reconheciuientos , e obscr cações feitas desde o ano
'í,
no de 17 80 até 1790 nas vastas Cap itanias do Pará I Rio-N e-
'ar
gro, jlfa/lo-Grosso, Cayabá., e S. Paulo.
as
Seria completo o meu gosto se mefosse possivel[azcr ojfe:-.
ira
ta de um mappa geral de todas as minha s viagens ; mas
11 -
com g rande mágoa minha ml O posso satisfazer este desejo j
p orque , tendo sido mandado a levantar () lIwppa ,que. oiJ"ereço,

com ordem de recolher-me á mesma Capital de Mauo- Gros-
n.
so pela estrada de terra atracessando as Capitanias de
"I. P aulo, e de Goyaz, deixei em Mauo- Grosso todos os meu
p apeis, que tractuoão do ref eridu assumpto , e apenas trouxe
uma parte do leito ,[ 0 R io P arng lUl!J tirada no mesmo anllo
de l 78 G , como parte que devia aj unctar ao Rio Taqu oru ,
que n'elle despeja as suas agoas , e de onde devia princi.
piar esse mappa: estando em S . P aulo appromptando- me
para dar inteira execução á ordem , recebí outra para re-
colher-me a esta Cidade de Lisboa, onde me chegou depois
a desagradaxel noticia de que os meus escravos , que tinha
deixado tomando conta do meu quartel , sabendo que ('u não

(aJ J UTlí , nignifica boca i mIri m 6 cousa pequena. E como est a


cacho..ira tem um ca nal estr eito, por IMO assim se chamou. - [b] A can.
guera , quer dizer cabe ça q ue foi , ou cavcira : talvez porque n'c se lo.
ga r se achasse alguma caveira. - Nctc- se mais , quo acim a de A ra ,
rita guaba catao as cach oeira. seguintes : L a Avaremandua-rnirim ; 2. a
Avacur."ia, que quer dizer puxado pelos cabellos , porque Avá 8ignifica
eabelio , cucaia puxado: a razao da ctyrno logia , é porque n'osta cacho -
eira se afogou uma c reatura , cujo corpo se achou cmbar çado " UIIl
p ão pelos ca bcllos ; 3.a Ytup ücn , que quer dizer cac hoeira comprida ,
por'lue pucn sig nifica C O U" " comprida . D'csta cachoeira tomou o nom e
o bairro de Y tupucn no termo da Villa de YtO; 4." Atua y : Atuá.
quer dizer cogote , y agoa. A razão da etymologia talvez sej a porque
a lg'uem ah i lavou o cogotc; pois . como ja uotci , por qua lquer asnei ra
se punha o nome a um logar j e li tr abalhar debalde as ve zes O pro-
curar uma etymologia ra cionavel ; a 5.11. finalme nte li o grande salto de
Ytn , cha mado Ytu-g uass ü , porque na rea lidade é o 1J11ior <lu todos.
D'ahi vem que li o unico que impede o tran sito dos peixes. Aqu ella
li a barreira qne n08 impede o ter bom peixe em S . Pa ulo; posto que
caib a nas força s dos P aulistas o muda rem o rio. C ontinu no aind "la-
rias cachoeiras para cima , porque todo o rio li chei o de pc ras a t é
Darucry-mirim: d' ahi corre o rio por vargedos até a» B;ld " cabe ceiras
no termo da Yilla de )I o gJ'-d l1s-C n: ~ cs .
... -

ltara , e que me n ão tornuvão a ver, consumir ão os papei.


como causas para clles ima eis , e drr ão 11m lo que quasi g e.
ru i lI n_~ meus mooeis , e trastes de maior valor , que tinha
d (>7X(f(ill ]1 01' 111(' n üo serem nrcessa r ias , antes ser virem de
embaru ço 110S vastos sert ões q//e I i 11/m de ntra ressnr ,
Jfas pu ra que n ilo pu reca inte irame nte trunc ado esl ,
m l)pa. ajunc o outro em s upplemcnto , que somente serre de
d l/r su.!ficiellle idea de toda esta viagem . fazen do certo á
A cademia I .eal das Sciencias de que os pontos , em que se
acha lima cruz de car mim . estão na sua verdadeira poslcão ,
e q // ('. 11 rU1110 geral <la estraüa , e dos rios é como u'clle se
deixa /'er.
J spcro que a R eal Academia se digne de acceitar I\ÇUJ
p equen,) s i~II(/1 da f'cnera rão, com que respeito lima sacie.
d{/lie d i ) homens subi as , que tonta honra faze m á Naçã o ;
e 1/' 11 deixo de p edir in.lulgencia para os defeilo,ç , quc hou:
tiercm d e notar , dcoidos n ào somente aos meus fracos conhe-
ci mentos , como tombem aos descuidos pr oced idos do cansaço ,
q te necessaria mente se devia seg uir a um trabalho d iurio , glllj
tiuli a principio ao I'omper do d ia , e acabara pelas se is ho:
ras e meia da tarde , com só hora e meia ele descan ço ao
meio d ia , e seguido da perda de grande p arte das no ües
nas observações Astronomicas , que o tempo permiüia fa zer.

o Dr. F ra ncisco J osé de L a- Ce rda e Almeida.

c Vil a. c! a p ra , . ~ u to.

17 8.

l':TF: lIR O 13 - Por qu anto j a no a rmo de 1766 trat ei co m


urdi vldua çt o das c ir c uns ta nc ius ntten diveis na derrota. q
de Vilkr- Bel !« se s 'g nc para li Villn do Cuyab á e rnbn r-
cando no Rcgisto do R io J'IÚ"Ú, e desc endo pelo mes mo,
e pelo Pa r ag uny , c su bindo pelo Po rrudos , c C uyu bá , c
do ca minho de te r ra desde II Villa cl'cst o nome a té Villa
Bel!a, corno uunbe ur (telldo n av eu ado a té abai xo do des.
tacamento da 1 uva-Co illlbra) de todo os reconhecimen tos
da,'! grandes c alt as serras , lag us, e bahias , q ue est ão n'es,
In pa rt e do Paraguay , -a que dcn on riu ão L ago Xaraes ,
dare i pri nc ipio li UIIl c ircuustun cimlo dia rio na foz do R io
T aqu ury , que des peja SU'IS lI g oas no P :lI'lI gua y na L a t,
i\ . l!) " I r)' 16 " e Long . :l:.!UO 58' 1 " . - Mas an tes
de ' pus sa r nd ia ute da rei uma breve I't:l a ~ 10 da origem
e situação de r;J1a- Ik!la. de o nde pa rt i n'este dia pura
11 elo C uy a b á pelo c a min ho de ter ra , c dos ri cs q lle !m.
nh ão os seus terri rorios , das su s produc çõ es , &c. Foi pois
Vi!Ja-ll ella Iun dnda no a rmo de 1752 POI' D. An toni o R ol.
Ii rn ele Moura , de pois Conde de Az a rnbuj a , na L a t, A. lú"
, 3", C L ong. 3 18 0 12' e, sczuudo a minha lem br a n ça , 1
- 6
do Tcgon distante da margem or ie nt al do R io G unporé, qu
nas ch ias, po uco ma iores que as ord inarias alaga um a
bon part e da Vill a a ponlo de se navegar pOl' e ntre a i.
g uma 8 ruas, o que no anno de 178:3. ou iH , causou gra n.
de es t ra go nas cu sas , e dei tou aba ixo mai s de 2U propric.
dndcs , pel a maior parte a c a ba d as tod as n 'uquelle nnno , por.
q ue SJ O de adobes, ---. E st e rio, c uj as enbaceirus d ist üo pon .
co ma i ou me nos 4 0 legoas de illa- Be lla , c que dos.
a ~oa no 1\lam oré na Lat. A. 11 0 f.t' 46 ", e L O IJlF. :312<>
:, , 3 0", em de exten são ma is ,le 2·10 1cg oas, e ~om 011 .
tros ri os , qne n'eHe dcspoj ão as suas a gn ils, como s uo os
Ri os A leg re . Sa ra ré , T gr o , do Cubat ão , G al era, Baures ,
c I tonamas [a] , c outr os , c ujos no mes me n ão le mb r ão ,
in nndão o va sí issi mo te rr e no que ' ,'a i desd e as prox imidades
.10 Parn gu ny uté o R io i\lalllor ó; e deix nnrlo depois muitu s
ln go as, n 'ellas se t11Z uma fcrmeutac ão putr idn , e ad qu ire m
t oda mal ignidade de agoa s en ch arc ad as, e cheia s d.) aninu os
mortos, cujas parti c ula s elev l1ndo-se e va poradas pelo nim io
calor , e espalhando- se pela a tm osp hern , lhe couunuu icão a
snn mal igniúade , c nos habi tun tes caus I o tod as as moles ,
tias, qne pod em proceder de um paiz al a ga do. e quentissi,
mo: (\'aqui vem as militas sezões, e pe rn ic iosas. os cn tu r-
rn es , des intcrins , ic te r ic ias , uy dr opos ias , obstruccões , & c. ,
com tanta freque nc ia . que c an sa compa ixão vê r os r apau,s,
oriundos no pniz , pnl idos , com pernas delg ~:das , e com o
ve nt re milito ele vado pelas obstruc çõcs : este o mo tivo por
()ue ha tão poucos nacionu cs , e tambem e. ·t ra ugCll'05.
.L 1 a margem orien tal do mesmo G ua poré , (J vin te Ie -
g oa !! di tante na s ua foz. está uma fort al eza qundrada , e
pel as c i rcuuI'isinhanç as ha mu itos mora do res es tab elec ido
com en genhos de a g oas-:lI'.icule ', e fa rinh as : a s ua L I •
A. é 12 0 20' l' Long. 3 3 0 27' e ".
Alem d' esta lo rl alcz' de nomin ada do Prí nc ipe da Bei-
ra . ha na mesma mar gem. (J na Lut, A. 12° 52' 3:," , e L ong .
3 1:10 7' 31" , um des ta cam en to, por onde n ão passa cn nôa
que n ão sl'ja observada e reg ist ada, pa ra se ' CI' se é de iui -
migo, 0\1 de f.lg idos.
Ha n'estes rios peixes de diflerentcs gran dezas, e es-
pccies mais ou menos sab or osa s i ma s na Vil/ a s e n to- se
a s ua falta . po is a sua ma ior abund n ncin c hega aiPo 20
Jego as d istante d' ella. O s matlos ig uallllente a bundüo de
a ni maes de saboroso gosto, como c utias, cs: ce io de coco

[a] No Ri o Ba ures despeja as suas agoaR o Rio de S . J onquim ,


em c uj as mar gens cstá fundada a miss ão de S. J oaquim de 1.500 po _
voa dores In dios. Mais abaixo o Rio Branco. c n'cste cah e o Ri" da
Concciçã o , em quc c.lá a missao da Concelçao de mai s de :l.tIOO mo.
ra dorcs, Na. margem do I tona maa a cinco dias de viag III da sua foz
".t i fundada a nouilis sim:l mis são de SI.a lIlaria ~l agdalena ,I 6.000
al m s, Todas estas povoações sa o H uspanholas. No I toua mas dc ~~ ('ja
as suas agoas o Rio Maxupo , que rega uma vasta campanha hcia de
~a d o bravio. c sem dono.
ho , poreoe, antas, vead os, &e., aves singulares I entre
a s quaes merece pr efcrcn cia o Jo ó maior, e. por mai s tcn-
ra , melhor qu e a pe rdiz de P ortug al, e que " em otíere-
c c r--sc a o tir o q uando o c a çad or imita o seu a ssobio so-
noro , e saudoso. H a tam bém mu ito s pat os silvestres, mar.
r cc us , e m ar rcc ões jucú s , e rnu tun s , quo em nada cedem
I

á ma is bella gallin ha.


Ali terras d:10 com usura os legumes, o arroz, a cana.
de que se fa z oprimo nssncnr ; o milho, qu e reduzido a fa.
r inha se r ve de pão, c com elle se cev ão os muitos porco.'l
q ue ha de muito bom sa bor j o c aftc j o anil, que natu,
ralmente na sce i a laranj a. qu e por muito doce causa se-
do, o cujas nrv orcs em to do o un no tem Ilor , frueto ,·cr.
de, c maduro j a ba na na , be m como em outra s partes da
nossa Am cricu , a e xce pç ão da s partes mais Au strucs , c m
que 11 geada a s n ão deixa pr odu zir, e das quaes a especie
chamada banana da terra, se ndo as sada antes da sua per.
Ceita maturação, pede suprir a falta do pão; o mamão, e
a maugaba , fructa qu e me devo pa ix üo , e que esta ndo
perfeitamente madura, e se m les ão de ter sido pizadu , e
m imosa, s aborosa , aromn ti ca , e no es ta do natural muito
melhor, qu e . se ndo red uzida a doc e.
Por êm o que fa z a riqu eza do pai z , c que servo do
grilh ões aos hom en s, sao a s boa s m ina s de ou ro que tem,
e de subido q uila te: e se n ão fosse o a vnltudo pr eço do
uç o, fe rr o. e esc ra \'OS , dos qu a es morre uma grande pa r.
te pela m:; lignida de do clima, se rião os min e iros mais ri.
cos , c a F azenda R eal te ria mai or es rendimentos. pois na
verdade são a s mi na s ma is rendosas q ue pr esentemente te.
mos , e o u nico luc ro que de semelh ante terra se pode ti.
rar por se n ão poderem transport a r os seu s e fleitos para
os po r tos de mar : es te o mo ti \'0 po r que os la vradorcs S6
comcntüo com a cultura do que some n te pode ter co ns ummo
na te r ra. a ttend end o m uito á qual idade e quanti da de dos
cll eitos que para esse fim devem sem ea r.
- 20 - Ch egu ei a o Cu ya bá que foi crecta em Vi lia no
a 111)0 de 1727 Lat, A. 15" aj' 5D" , Lo ng . :1220 5' 15 ".
E 'ta V illa , a lem de participa r de toda s as boas qualidades
que te m o territorio de l\lalto-Gro;;so, tem a vaut ag cm de
carecer de todos os se us defícitos , a cxccpc üo da ca lma q ue
li a verda de é g ra nde, porque o seu te r re no pe c1 regoso CO I1 ·
se rva muito o c a lo r que lh e imprime o so l. E Ua é muito
po vouda , o climu sa udu vel , 0 3 vi veres m a is bara tos, e c m
ma ior ubund unci u : as fazendas de gado , qu e priucipi üo nas
vis iuh uncus do Para g ua y, são mui tas, e a crc aç ão do gado
se multi plicn inc ri r hu cn te por que a s vuccas de unno e meio
ja tem filho nuscid o : o rio que cOITe a pouco menos de
m eia leg oa da Villu lhos fornece uma g ra nde quantidade
de peixe bom e ba rato , c de que se lilz co ns ide ra vel sal.
ga pa ra os IlHe m or ão longo 00 r io , e para su pr ir a falta,
qllC d' clle ha no s UOllS mcz es da maior enche n te , q ue é
pela Q I1:m :"ma. .L minas de cU;'O e m nada são inferiores
âs de j l atto-Grosso, e o R io Cuxip ó , que tem fi sua foi
ma leg oa abaixo do porto da Villa , tem diurnautes mi údos •
'que por ordem expressa sc não tir ão , assim como os da
c rte ntes e cabec eiras do Paruguay , para cuja defesa vai
do C uyabá um des tacam en to de soldados dragões , e pc.
estres , qu e ga st ão na vi agem 8 e mais dias.
O G e ntio Cay apô , c de outras açõ es tem feito re -
petidns hostil ida des nos s ities ou esta belec imentos que se
reluto e m maior distanci a da Villa, e por cousequ encia em
lugares des e rt os , c mais vis inhos aos bosqu cs , e campos
ainda n üo tril had os pelos nossos, ma is s im do G ent io. O
Cayp6 ha bastantes an uo que fez u rna horrível carllagem
'no logar chamado do Medi co , onde es ta va m uit a g entil
minerando sem tem or de sem elhante inim ig o, pois de longQ
tempo não havia ex emplo de que al gu m ou za sse aprox i,
rnu r- se aos dietos estabelecimentos. D esde e ntã o as pessoa !!
' luC trabal hão nos siti es mais remotos conduzem c om sigo
armas de fogo, e ordinariamente es tã o dons hom ens do sen -
-r inollu, Ja for ; o vistos de pr ox imo G ent ios barbados .
OUTUllIW 15 - Pela s i~. h. da manh ã dei principio á mi,
n lru nav cgaç üu tra zendo lia minha companhia ~ S hom ens,
ent re os qlla es e nt rã o dou s g tl ia~ , ou prnctic os das ca.
choeiras , todos nce cs sarios para a vurucão da s cn uõ as no!
s al tos e pa ssa gens das cac hoe ira s, de que hcide trutnr ,
r ep art idos to dos e m duns- cn n õa s , lima m áio r , e outru mais
peque na , qa e se r ve n ão s6 para a nccessa ri u nccorumo.la ção
de toda a gente , ma s tamhem para se rvi r de montaria por
.er mais leviana . Ao desu fe rrar do porto, tendo-me de -
pe dido do D l'. Juiz de Fora Diogo ele T oleclo Ordouhez , meu
a m igo e primo, e de outros sc n ho res , que me íizer.lo o
obsequ io de acompanhar ate o porto . prin c ipia r.to nas duas
canóus as cost u .na dus salv as , q ue du r n rüo n t ó se perder
dc vista o dic to porto , e fizer ão es ta despe di da bcllica e
saudosa ,
E is-me aqui po is en tre g ue (l d iscri ção de 29 hom ens
val e rosos , c dest em idos. mas desco ntiudos , e inc i I ís flor
e du c açã o e ofticio, e pr oximo a a t rn vcssu r 11m se rtã o vas o
t iss irno habitado por d iffer ont es l ' aç ões de G entios va le.
rosos , c indumitos, e que por muitas vezes tem feito gran-
dos estragos e m vid as e lilzcnt1as. A m inha defe sa cons iste
E:Jn 10 a rcabuzes, e 11. cu idado quc devo pôr para não
ser surp rchendido , pois o G entio Aycurú , chamado po r
outro 1I0me cavn lle iro POl' nndu r por te rra U c uvull o , que
na vega PO I' g ra nde pa rte cio Rio Cuya bá , e Porru dos , e
habita n o Parag uny , e T a qun ry , custurna dar o seu as.
sa lto sahindo re pen tina me nte de algum peque no bra ço de
rio , o u bah ia , em cu nôas de 20 e mais hom ens . a rmados
com arco c Ilcxn , c lanças com choupns de ferr o eomprn -
das ' os hospanhoes n a Ass um p ão do Pa ra g ua y , co m os
quaes te m pazes . Em quanto un s despedem flexas , e ou tro
não Lotes de la nça, os que rein ão tem a astucia de no
1i"l, SlllO tempo at irar agoa CQIll li pá do remo para molha,
!)
G-
m os feixos das arm as, e livrarem-se elo offeito do tiro,
at é chegarem a ubordar , e fa ze rem-se senhores cid ca nõa
pelo grande numero rle homen s que a a commettem .
- 22 - Pela s 8 i cheg lei ao R :o Porrudos 10J1'1 avista.
do pela s 7 horas urna peque na ca nôa do G o nr io , que _
pôde escapar da ca ça que lhe quiz da r . i\1at Lamos uma
formida vel on ça.
- 24 - Entrei no Parogua y pelas 7 h . da manhã . te do
"indo desde lon ge divert in do-me co m a bclla perspectiva
dos montes qu e ab eirão ao Parag ua y , e reuovundo as idea
do anuo do 17 80 quando com co mpa nhia mai s num e rosa ,
al egro, e in struída, fiz aqu ella via ge m , de que me rec ord o
com sa uda des , nã o obstante os muitos perigos. in conuno.
dos. e trabalh os , qu e tivem os princ ipal me nte na travessia
do la go Xarn es a o S e O da N o va Co imb ra, c hega ndo a
])assar 7 d ias com uma po uca de fa rinh a de milh o , e mar.
melluda ja urdida , qu e de . Paulo vem pa ra tod as as Mi.
nas paL"a negocio, o isto accontec eo por não haver terra ,
onde se fizesse a comida, at é que no fim rle 7 dias a cha.
mo s 11m logar seco, qu e nô s pa receo a terra da promi ss: o ,
on de fizemo s alto, e pa ssa mos aqu ella noi te abriga rios oru
toIdas da mui ta chuva, que po r c inc o dias su ccessivos ti .
nha cah ido , e a quecen do- nos ás fogu eiras pelo muito fri o
• que fazia . Ví e nt ão por cxpori cncia pr oprin que o melhor
gui za do do mundo , c o mais innocc ntc , é o fêij :l 0 e tono
c in ho pouco co zidos. Este é o hom c Ileite da sobriednde ,
- 26 - A bom navegar c hegu ei á povoação de Alboqu er:
que pelas 7 h. da noite I onde fu i hosp edado pelo Sargento.
m ór Co rnma nda nt e , que ja no anno de 86 me tinha feito n
mes mo obsequio ; e agora, para o fazer mais co mp leto e
plau s ivel, me rega lou com uma dan ça do pa iz , e fa vorito
d'c1le, inaipida s im , mas milito be m executada pe los mo.
rndores da povoaçõe s : L a t. A. H)O O' B" , L ong . 320 0 33 ' 15" ..
- ~8' - Chegnei á foz do Rio Taq uary pel as 10 h. da
m a nhã, te ndo na vega do. como fica dito , pelos tres R ios
uyab â , Po rrudos , e Paraguay, por torla es ta ext ensão tão
a bundant e de peixes , c os seus mat tos de caças , que n ão é no,
ce ssario mais qlle de itar a linha . e a recolher co m peixe, as maia
das vezes da qualidade que se desej a pe la g ra ndeza do an zol
que se lhe aj unta, e e ntra r pelo matto, c tra zer m utu ns ,
[ac ús , araqu nn s , j o ós , todas estas a ves na bondade como
gallinh as . Erão ta n tos e tão esp':ssos os cardumes de pei -
xes, que pelo rio se vião , que po r divertiment o qu alquer
pessoa, que n ão sabia pescar á Ilesa . a at ira va á di scri-
ç ão, e n ão erra va tiro. - A bonda de do cl ima , j unto fi est a
abundan cia de cornesti vois , faz quo uqu ellcs terrenos se ·
j ão mu it o povoados de Ge ntios, e de in n ume ra vel quun .
tidude de onçllS , que SCl ce vão n 110 136 nos qua d ru pedes ,
~om o ca piva ra s qu e a ndã o pelas OI11rgens dos ri os, como
fatos de porcos. ant as, por cos, &c. , C 0 ll1 0 tarn bern nos
peixes que admiravelmente pesc ão ba te ndo no ri o com a
cauda ; pois os peix es j ulg an do filie a bulha procede de ai.
7 -
uma (ruel a, qu e c uhe principalmente das copadas e gran.
des figu eira s b ravas, que em abundancia estão na s mar-
.gens do ri o , c hegão-se li ellas , e perecem nas ga rras da
o nç a , qu e os ti ra pa ra terra. Como em 1786 naveguei
por estes r io com ma is vagar, vi tantas on ça s, que alêm
du quo se mn ttur ão , e das q ue fugirão, me causou admi-
ra ção o ver a terra re volvid a pelas unhadas d'ellas como'
se Iõra ca 'a da co m e nx adas. - Ha outro inimigo aquati-
co, que na verdade se de\' e tem er , e qu e faz a rri scadiesi ,
m a a la \'agelll n' a quel les ri os, po is ha muitas pessoas, que
n'ell as tem pe rdido a lgu m dedo , ou peda ço de carne. E ste
é o pe ixe chamado pira n ha . e na nossa lingua ti zoura. Os
mai or es tem um pa lmo ; mas a 1J0ca & desproporcionada á.
sua grandeza . c os de n tes, q ue se encaixão U JlS nos outros
á muneiru de duas scrras , cortão como e llas, Em menos
de cinco minutos deix ão somente o esquele to de qu alqu er
homem , que te m fi infelicidade de cahir u'a g oa, co mo li
expericncia o te m mostrado , e ha poucos a n nos qu e contir-
mou em 11m solda do , que es ta ndo e m a margem fr ont eira.
á [ova Coimbr a , vend o- se a cossa do pelo G entio, e n ão se i
e ja ferido. se de ito u a na do , e im medi ata men to foi des.
c arnudo á vis ta de se us camaradas , que esta vão no ba lua r-
te. E lles são ta nt os (digamos assim) como a, a rêas , e é
d ign a de se ver a gnerra que no rio faze m uns co nt ra os
ou tros qua ndo os navegantcs , atruhindc--os ás riba ncc i ru s
co m a lg um mono, ou outro qua lquer an imal morto, fer em
a lgu mas d 'ella s, pois j ulgando ( aI) meu ver) pel o sangue
que sã o ou tras csp cc ies de pei xes e anim ues , pa ra se til.
zere se n ho res dos peda ços da c a rne, fu riosamente se c om.
batern , e pelo rio vai aque lle batalhão e m g erra cruel, fa.
zondo u ma scenn t ra ~i c a e di ver tida .
ubí pelo R io 'I aquary o restan te do di a ab eirando
um a g rande c a mpa nh a al ag ada, e t ão baixa que , es ta ndo
o rio na sua menor altura , a s r iban ce iras est uvão pouco
acima. do n ivol do ' campo , e tão a Jaga dus, o u m olh adas,
qne com diflicu ldade achei Iog a r seco para faze r pOllZO. O
rundo do ri o 6 de 15 pura lO pal mos, e pelo s s ig naes das
arvores \'Í quo sobe 12 , vi ndo por es te c urnp ut o a elev a.
r em-se as agoas 11 palmos sob re a c am pan ha , sup po ndo- a
do mesmo nivel : esta inundação ubb re via mu it o a nav e-
ga ç ~o das cuuõas , quando e m se melha nte te mp o na vega o
de S. Paulo para Cuyabá , e rec iproca me n te, po is n 'e sta
travessin se li vr ão de na \'e g al' po r o res ta nt e do 'I'uqua ry ,
por todo o P a l'a g uny, c Po rru dos , e vão sa h ir ao Cu yao "
mui to acima da ua foz. A la rgura do Taqnary na sua
entrada é de 25 bracus , e a conservou por to do o dia. Pou,
co depois do sol po. to t ive um di vert ime nto util, que con,
si tio na cnçuda rle muitos patos silve Ires g randes e gol' .
dos por se s ustentarem com varios al imentos prop ri os á
flua na tureza , que lhes administra o lago Xuraes , e tam ,
he m com o a rr oz que naturalmente na sc e n'est e mesmo la •
./ó Q , e cuja cana cresce á I'l'oporç ã o da altura da ago a pela
.~
o ie r vaçâ e 'llle fiz em 80, chegando ter 20 palmos r1
comprimento nos logares em que o pan tanal tinha a re fc-
r ida altura, e as irn á pr oporção, () só a e 'pig a es ta va fo r a
d·agoa. E stes patos vinh ão pa ssar II noite nas fignei ras .
que est a vã o no logar em qu e fiz alto, c de baixo d'ellus
co m tod o de canso fiz boa ca çada. - O innumeruvel ban -
do de U ves aquaticas , que pOI' es ta vnsr n c a m pn n ha d i vi;
zei por todo di a. mostra mu it o hem a abund nn cia de pei.
xes que n'ellas lia, N ão me deixarão de a dmirar as mui,
tas nrrains , que sohre as urêu s ví , e tão grandes qu e
algumas t inhão de 4 pnl'll fi palmos de dia me tro. E ste
peixe, de cujo ferrão, qu e tem na cauda , justamente se te.
rnem por ler vene no , posto que n ão mortifero , ma s que
faz umu ch aga dolorosa , e de dilata da cura , mi o mor r-e
ser despresado como em Po r tuga l. pois na s Ca pitanias do
P ar ã , e Ma lto -Grosso , se ndo fr ito , é pr eteri ve l aos pei-
xe s mais m i mosos e sa borosos.
- 29 - C om 10 ou 12 braç as de a ndamen to porrleo o
1'10 a SIJ;l forma de encanado , c en t rei por 11m pa nta nul ,
pelo qu al es ta va esp ra iad o o r io , e com tant os can aes ,
qu e era d iíiicil acha r-ssc o verdade iro que se de via seg ui I'
por /1,10 sere m constantes e mudare m todos os n n nos c om
lI S e nc he ntes , e com qualquer repiqueto que hn, ~gu i duns
vcré .las fal sas, das 'l uaes retrocedi . E ste espraiado do r io fi 7.
d im in uir tanto aSila profundidnd e , que algumas vezes se
varou a cu nõ a por cima das a rêas , e outras se fez canal
c.)1IJ e nxada". Pernoitci em 11m tezo , qu e achei no Iog a r
cha mado cnchoc irinha . por que tem u rnas ped ra s , po r e ntre
a" qlla cs se nal'cga c om cautella , Em 1· de ho ra se peso
1' 011 ta n lo dourmlo , que ch ego u para toda a comit iva, e
por s I' no ite se sus pe ndeo a pescaria .
- :lO - Retrocedendo de -n r ius vcrédns fa lsas , que se.
gui , nal'('g:lllli :! t leg oa s por entre os agoa-pes do pa n tn ,
nnl , '1ue 5 ,1 0 limas er vas nquaticas , que se entrelncã o uma
c orn outras de fo rma l jl JC mu itas vezes é ncc cssa rio abri r ca.
mi nho com fac ões ; c cuj a flor , est ando ab erta , forma amai!'!
bel lu e reg ular bandeja ci rculu r , sendo as ma iores que I'Í
de t res pa lmos de diametru pouro mais ou menos. TO fim
da re fe rida dis ta nc ia ch ezu ei a um Iog a r '1ue chrunüo Ilo,
quci r ão , po nt o es te em '1Ufl {J r io tor na a ter um a forma de
cncanudo e ntre margen s de 1Il11 e dou" pa lmos de al tura .
F ui seg lindo este canal vencendo a grande correnteza do
r io , e dando a lgumas vozes nos buixios , pois 80 nas pa r.
tcs coucuvus das pequ na s e nse adas tinha o ri o um muit
irregu lar fundo de 4, 7, c 10 pa lmos . A la rgura do ri o u 'es.
tcs la gares é de 2 2 brucus,
- 3 1 - C om ma rch a <le 3 lcgo a s chegu ei a U lll r-sconn te
do rio feit o na ma rgem orienta l , por onde anti gamente
se n nvega va, e e ra a verdade ira madre do rio, mas que
jn está entupi do pelas ar êas ; incon ve nie n te , q ue tem lICC OIl.
tecido a outros muitos, e succedc rá ta l vez a este por on.
" OU nav eg nnde , porque li 'lU lida do do terren o ba ixo,
· • ron osc o e lá promettcndo . Do meio dia para a hml
.i as ribanceiras tom tido de 4 pa ra fi pa lmos .
N O'·E.IDRO 1 - N 'este dia navl'g uei (j .~ legoa s conser van-
do o rio a mesma largura , a ltura de nba ncei ras , e fundo
de 10 palmos
- 2 - D ' s 10 h . por d iante Iorão as r iba n ceira s dirn i,
unindo de altu ra at é chegarem a de um pnlmo q ue assi m
se conservar ão pelo rest o do dia .
- :l - Principiei ll na l'ega r por um pan tanal, p~ to ,que
não t ão espraiado , e s ubjeito a perdas co mo o pr une iro ,
COIll t udo t ão ba ixo, que uma espcc ie de ri ban c eira, quo
t inha a mad re do rio, com qualquer repiquete se inuu ndar in,
Fui pernoitar lima legoa acima do c ha m ado P ou zo A legrc ,
te ndo de ixa do na margem se ptc n t r iona l urna legoa e um
quart o abai xo d' clle a Ioz de um [lcquell o sa ngrado r , 'Iue
íç i (sl'g und o di z o g uia ) o an tig o alv eo do ri o, qu e hu '1
an nos seguia , e que agora está entupido pelns ur êas. -
D JO a es te log a r o n ome dI, Pouzo All'g re pelo conteu-
tumcnto qu e h av ia no e ncont ro da s c a n ôus de commorcio t
'Iu e viuh üo de S . Pu ulo , c om outra ca nõ a urmada cru
g ue r rn t llue v indo do C uyahá e m tempo proprio , ns c oso
tum avu es pera r n'esle logar, e u n idas á s outras fa zi ão IUII,I
forcn c apa z de res istir ao G entio P lly a g uii: qu an do se rrJ.
colhi ão para S . Paulo erão tam bem acompanhadas nté es te
10gnJ'. - A est e costume deo mot i vo o g l'alllle in su lt o. c
perd u , qu e a ccoutec eo á mon ç ã o e m que se recolh ia o D I'.
Antonio Alves Lan ha s [a} O uv idor Gera l da Coma rca de
Purnn agna da Capitan ia de S, P a ulo, de onde t in ha pas.
sn do por Ordem I{egia em companhi a do G ove rn a dor e C a.
p it ão G en eral Rudr'igo C ezar de Menez..s pa ra a s i\I inns
do Cuyn bá , o nde d 1l'g llr'-io no an no de I7~6 , e erirrirüo
n SU' l po voa çao em Vi!la no anno seguinte de 27, como
fica dict o. O di et o O uvidor perece0 no a ta que [L] , poucos
se salvarão , c m uitas barras de ou ro se pe rde rã o [e]. O
so hredicto G en tio PaYllg oá foi temido por muitos <lIllIOS , o
pouco a pOIlCO Q foi abatendo , e destruindo o seu inimigo
chamado A)'CIII'Ú , o u Cavalleiro , ° qunl , ni nria 'l0e bellicoso ,
n ão te m sujo t üo f un esto nos nossos na"cgantes c omo ti.
nha Rido o PaYllgl l:í : istu nãn ohs lante , n ão ha muitos lIn·
nos que vind o á Nova Coimbra COUIO mui ·OS. limit arão G~)
pe: soas ponco ma is ou menos á trai ç ão , c a pouca d is.
umcia da estucudn , c montando ,í cavn llo se escapu rã o a o
castigo llllC merecião . Crião gado vnccum , e lan ig ero,
perús , e cava llos , que perrnut ão por ferr o e ngoa -a rdc lI.
te , &c. , e segu ndo exuctns i nfonn a çocs , tira das dos H ospu.
n hoes , s ão mili to la d rõe s . e a ma ior parte .10s c avu llos
s ão furtados . H a out ras J Talioes de scl l'agens , 1J1IC hubit üo

[a] Foi no anu o de J í 30 . c durou a bata lha cinco horas , -


[li] Perecerão 400 Port uguezes , c escaparão somen te 8, Oitenta forno
"8 canõas do Gent io. - [e] Sessenta arrobar de ouro: consta dos ano
naes,
-7
a ca mpa uuns lU EIIS ou menos visiuhas a est e Rio 'I'aquary ,
nos mai s dc que tenho fallado j mas raras vezes se tem
e nco ntra do com os nossos sobre as ag ou:!.
- 4 - T odo dia nav eguei por entre pequ enas ilhas, Il
ba ncos d'ar êas. A pouc a consi st enc iu do saibro I dc qll .
si n IIS ma rgen s do rio, faz que seja largo e baixo e S I'
. lIs te mui to tempo em proc u raI' por e nt re as ar êa s fun do
ca paz de s poder na \'ega r, corren do-se por este moti VI)
va rios rumos 11'es ta • pe nosa carreira.
- ;; - TO desv io dos buix ios pr olong uei o caminho C OI1-
sidc ruvelme nt e. A grande profun didade do rio no seu prin,
cipio em compa ra ção da que tem ti do n 'estes dias. prov êm
n ão só de serem as ago aill re pres adas pelas do Paraguay.
CO IllO de correrem por um ca na l ma is est reito I poi logo
,\ue se ospru in r üo pelo pnntann l , c por esta pa rte que tenho
navegado, principulmento do Pouzo Aleg re para c á , princ i,
piei a sent ir o referido incommodo. ão deve igualmento
ca usa r ' admirn ção o ter ach ado no reconhecimento do I'a.
ra gua y feito e m 80 a campanha co m 20 palmos de inun-
da ç ão, pois ella é pequ eno receptuculo para as agoaR, q uo
em se melha nte tem po cost um ão ter o l'araguay, Porrudos ,
Cu ya há I J nn rü , T nqunry, l\l on dego, e outros qu e n'estes
rlespej ão as S UllS agoa s. O te rreno , por ond e pa ssei n'estu
tarde. vai fica ndo me no s subj ci to á inn unda c õcs , pois ali
ma rg ens j n lem rio 11 para ) 2 palmos. aveg ne i to do es te
d ia a be ir ando terras firm es , e as c ircunstaucias da nave.
gação forão as mesm as do dia pa ssado. Pa ssei por um 10-
gar qlle c hum ão Co ca cs pelos mui tos cocos que tem. N'es-
ta noite me \'Í obrigado a m ud ur de logar pa ra n õs li.
vrarrnos do r isco de se r virmos ele pr eza a uma on ç: , lj,lIlt
and a va abeirando o aqua rtelament o.
- 7 - Este r io ja alegre e vis toso pelos se us estirües ,
boas praias, mattos limpos por ha ixo , e ri ba nceiras de 20
pal mos, ap ezar de correr represa do per e nt re ellas com
grande ve locidade , não sobe a grande a ltu ra , pois ví qllo
no estado actual so se elev ao as agoai 16 para 17 pai .
mos .
- 8 - A la rg ur a do rio te m sido hem irregula" pois em
pa rtes tem si no de 6 0 brac us, e outras de 25. O logar
mais estreito por onde passei foi 11 m, que chamão var al ,
porque n'elle tir ão va rej ões pa ra servire m no rest o da na-
vp.gn ç:io da su bida , poi s n ão lia em ou tra parte d'estas ,
por onde tcnho na vegndo , va rus prop ria s pa ra ellus .
- 9 - Correo hoje o r io e ntre Su l e Lest e, obrigado talvez
de lima c ordilheirn , quc se di visava desde houtern quuudo
a pró a tendia para o N ascen te .
- lO - Uma Jegoa acima (lo PÔIlZO es tá uma pra ia eon-
t ig ua a urna pon ta dos montes , de que fallei hon tem , on ,
de o Gent io Cava lleiro cost uma atravessar o r io. Ví ras tos
frescos , c est acas , em que t ive rüo prezes os cavallos. Pe.
las 4 hora cheguei á pri meira cac hoeir a cha mada do T a .
qua r y, ou di, Ba r ra , ponl ue 110 fi m d'clla es t á a foz do


- ". -
Rio Cuxiim. Esta cachoeira tem 725 bracas de ext ensão ;
metade d'ella foi passada com a can õn carregada [a) e a
outra parte com ella inteiramente vazia por se precipitar
o rio com grande violencia por canaes de pedras muito
estreitos e de muita inclinaç ão, e entro os quaes ha aI.
guns pequ enos saltos.
- )1 - f O fim da referida cacho eira está 11 barra. do Rio

Cu xiim de 25 bra ça s de 11Irgo, por ond e entrei; n largllra


logo diminue consider a vclrnen te , pois. tendo na vegado f dEI
legoa , ponto. em que n' eJle desa goa pela margem mcridi-
onal o Rio T aqu ary-m irim de 15 braça s de largo, e d
pouca agoa, j a tem 19 bra ças. 1'0llCO a cima do dicto Ta.
q ua ry-cn irirn está a prim eira cachoeira denominada da Ilha,
P assada uma sirga , e descarregada a can õa intei ram ente,
n metterão por um estreito de 10 bra ça s de extensão, o
qual tendo sido passado, 11 vararão por um canal, 11110 s6
t inha dous palmos de agoa , em qu e n ão pudia nadar a ca·
n õa , visto qlle da outra parte estava um salto de 3 bra ças.
N a manobra da VAração da can õu se gastaJ'ão 4 h. Urna
legoa a cim a d' esta e lá ou tr a cachoeira chumada Giqui.
taya , filie forma uma vis tosa cascata. e foi pnssuda com
meia carga . A outra que se segue , chnmadn Choradeira, é
11m plano muito inclinado COIl\ fundo de pcrlrns , pelo qun l
cone o rio com g ra nde velocidade levantan do granues on-
da s. Pernoitei no principio de ou tra cacho eira .
- 12 - Passada esta cachoeira ch amada Avnnhn ndava ,
nurrm com a canõa vaz ia , e por um cana l de 20 0 brn-
ças , e cheio de pedras iutermedins , s gui \'ia gH m, c ch e-
guei á cachoei ra Avanhnndava-guass ú. Tran 'portadas ali
cargas ás costas dos trubulhudo rcs (lO!" 11m doscarregudor du
300 braças, foi eond uzida n cunôa por 11m unicu can al ,
que ha, po r onde corre o rio com grande furia , pois vai
represado e ntre margen s de pedras com a largura de a hru -
ças. No fim d'e sto canal foi a canôa varada por cima de
uns penedos para salvar o salto, que dá fim á cachoeira.
Gastarão-se 6 t horas em toda esta man obra, trabal han do
eflectivume nte 28 homens. !\leia legoa acima d' esta está ou -
tra chn mr.da do J a úrü , porque no fim d'e lla , e na margem
oriental está um r io d'este nome , e da largura de 10 hra-
lias na sua foz. Navegu ei som ente 2 legoa s.
- 13 - A na veg aç ão d' es te dia foi sununa mente tr aba ,
lhosn , pois al êm de passa r em 5 t hora s 7 cacho ei ra s cha-
madas de Andr é Al ves , da Pedra Hedonda , Un micungn ,
fio B icu do , das An hu mas, do R obalo, e rio Alvaro , fi som -
um de rio ma nso , 011 sensivelmente ho risontul , que nave-
guei, não fará lima leg oá, pois o leito do rio n 'o-ta par-
te é lima ladeira de pedras desiguaes , que toda fui subida

[a] Deve adverti r- se que a can oa vem milito descarregada , e


lcviana , porque ~Ó traz mantimentos e o fato de cada uma das pcs.
soas . qu e n'ella "em: as que descem, como vem carrojradns , sao alli-
·iadas,
~ m grnnd traba lho e perigo á forca de varej e , que J
no dia anteceden te se tinh ão arma do de espontõ es de t~r.
o e ao. A a 'pe re za d' est e pu:; 'O pro vêm de corre r o r io
entre as encostas dos montes de con ide ra ve l al tura, qll
fazem as marg e ns d 'e lle. D ons hom ens ca hi rão n ' agoa na.
ultima c a e hoe ir u , e PO I" feli c ida de se não afi:, garão n'aqu el,
les ferved ou os , e redomninhos , ou p lo me nos - Hã o qu e bra.
r ão al gu m memb ro na-s pedras. Salva rão • a g arra dos aos
varej ões q ue im medi ut a me nt e lhes lançaráo, e to rüo suhir
a cun .ide ra vcl distancia do pont o da COlhida sem lhes ter
s irlo poss ível a lô en t ão ga nho r a lg umas das ma rg ens, não
.. bstn nte er es t re ito o J'Ío. Pouco acima da ca choei ra Ua.
mi ca nga encon tre i 11m comrnerc iaute conheci do meu, qll
10Vl1 VIL negoc io pa ra o C uy a h á , e de pois de desp edidos
pe rde o na dieta cachoeira uma ea n ôa, qu e se foi ao I"lIn.
' o c om a ca rga, da qu al pouco se salvou. - N av g a da
11 primeira legoll e meia c hegue i a um mon te sum ru nmen-
te alto, qu e parecia ter sido senado a pmmo, pois UI
riuus fa ces sã o (qu anto se pode dizer) perfeitamente some-
"lhan tes, porquc tem a me sma cõ r, as mesmas man ch as I
I'ISCOS , e as suas i nclin a çoos resp ectivas são as mesmas.
P or entre es ta div isã o do mor,lte corl'C , o r io plncidnrneut o I
n:1o obst a nt e ter 5 braças dc largo. E d ig ua de se ver
«sta ob ra da n nt urczn , a não ter sid o effe ito de a lgn mlt
anti~a con cu ção da te r ra. Urnu leg oa ac ima d 'est e mo n t
cha mado o P ared ão estã ou t ro pou co in ferior ao primeiro ,
tl in nn cdinto á sua ext remi dade superior, e do occide nte um
ribei rã o de la rga entrada. Asseveru-sue o g u ia Sal vad or
R ibei ro H omem que n 'es tc montes hu ou ro, poi s o tem
uc hudo em algumas praias , quando abe iro u para j antar.
- 14 - A primeira vis ita que tive ao sah ir do pouz
toi a dos Tres I 1'111fios , nome q ue dã o li tres ca ch ooir n.
que se su cccd em u mas (IS ou tra s. A es ta s imrn ediatu está
li Fu ruu , que se pa ss a com a cunõa va z ia va ra n do por ci o
ru n de la ges e penedos : spgu e-se fi denominad a Q ueb ra.
prtJll , q uc e nl10 de faci l passagem , tem por vezes desern ,
pcnhudo o 110 1110. P el a tarde uUI'eg uei por en tre 11I0 /l t e~
men os llHl k rus .
- 1;) - A cliuva , que por todo o dia m e incommodou ,
('()lIlf",m'o" muito bem a fill;ilid'Hlc co m que pa ssei as tres
,'a t'iloei ra s ch ruuudus da s ' '1' 1.::> Pedras , da Cu lupuda , c do
Va ..r-,
- lü - Era minha tc nç ilo fa lla r da gra ndezl1 ;la. ch eia quan .
ri... uca hasse de navega r por es te rio j ma ' as circun stan c ins
du n a l" ~gil ç ã o d'este dia me oLJ ri gã a fa zel-o a g ora. E st e
es tre ito r io, rep rcza do ent re montanhas, qu o lhe SC1 l'1'el11 do
r ih an ce ir as , sobe a ma is de ci ncoenta palmos. P ara elle
se faz e r in n uVCgl1 vel n ão é necossa rio li"" chegue a refe ,
r idn a lt ura , pois só por 8 palmos, q ue s ub io pela chuva fi
1lo n i c lll , embu rucou a via c em de h i ~J e de tal fo rm a , qu e
em todo o dia n a veg ue i some n te ~ t legoas com i nc rive l
t ra ba lho , aj udado de t;iln cl lú . , qu e pr ea . :[, 0 n os t one da.
rvo res para se pod r fa zer a dia nt ar canón , q , Z
li vu da im pu lsão dos remos. S~ o 1",to rio rt - 6 lo
incl inado c omo II OS d ia s p recc den s n : o poderr taze r ior -
'n a da a lguma . Hou ve gra nde alegria no' reu.ad res . por
te re m morto uma anta J'us~. da grl.Lndeza de u m uov ilho ,
(J qun não lhe c erle no go to n'cstas pa ra gen s.
- 17 - COIl1 a m sm n f:lcilit1üd e , co m que enche o ri o ,
com a mesma vaza quando n ão s ão continuadas a .' cheia ,
c pOI' fe 'cidade para os navccantcs. Quatro palmos q ue
a ba ixou d 'unte a noite mo po z em c tudo de pode r cu n-
it UU I' a nge lO , estando de an imo de me de ix ar esta r no
mesmo Iog a r se dia tivesse co n t in ua do, pvrquc os r ema.
rlor 'e mnta vã u , e pouco se ndiu ntava U I'iagem; com
tudo ,,11 , aind a foi tra bal hosa pe la grande velo c ida de com
' lU) corrião as ngoas ', c pelus duas c a c hoei ra s qlle pussoi
chu m udns do Pera lt a , e da Pedra B ran c a .
- 18 - As agoas clar as o sab orosa s d'este fúnebre rio
c pcr turb ur üo de tal fo rma com o ro pique te , de q ue tenho
lidla o . que só n n ec ess id a de me podia o bri gar a beber
ti'd lns ; TIl :l S po r o ut ra par te não deix ou de se r conveni cn .
t I; °
qu e rio to masse mais algu ma ugon . pois com me.
r.o tra balho var a va a ca n õa pOI' cima dos tro nc os das ar-
vores , q ue das r· ~an ce i r a.s t in hüo cahido , e o a tru ves sa ,
v ão de pa rte a pa rte, n .io obstnnte SI'I' j n m uis la rgo depois
( 110 se acabou a as perez a da mou ta nhas , qu e lodal'ia a inda
eon ti nuü o , porêrn men os esca r padas e ma is ua ve s ..
P a : p,i p la ul t ima cachocirn d' 'st" r io chummln (lo
,Iang... b: I , por q ne nos m a tros c ir c unv is inho s ha milita a r.
veres q ue dão a fru c ta 111 ln fTa !Ja ; por ser tempo d'cl las
ul tu rnos em terra , e deixa da sufli c ienre g uard a na s cunõns ,
e le va ndo UlgUlllRS a rrna de fo go fo .ios em busca d' p"t
tt'l'rcseo : achamos pouc as , por q ue o L;c n tio Caya l'ó as ti .
nha c olhido u 'cste dia I co mo mos tra \'::40 as pegadas fr es ca s
ue \Í.
Eu n ão me atre vo a da r a r nzr o , POI' q'lO os:o G c n-
t io, sen do bellicoso , no. . o g ra nde iniini go , o Il ~O perdeu lo
oc c asic ão de no s ho sti lisar ex po nd o ttuubern a sua propriu
v idn , deixa passa r a s c an ôas li vremente por este rio , pll .
dl'lldo im punemente rnetter ao fun do 10 11 '15 q ua n t as pn ,d- l l
som mi ni rno pel'igo se n : b usu Vil 'l " e aj u ntusso m no c imo
d' cstcs montes as peros m ilit a quan tidad e de pedras , e sem
poderem SU l' vis tos a ' luu ça ssem ao ri o na occusi üo em qll fl
as cun õ.rs pnss ão : n :LO ser ia fa c il nscap:ll' alguma , !Jo r.
q.lw es tes montes 15.0 te m escarpa, são pe rpendi cular ao
rio .
- l U - Com a Il'goas e 2 de IHll'egn,;ão cheguei aves.
tre iti ss imo R io C umupuum, 1111 , de sprja as suas a g oa .' no
Cux iirn pela Illargctll orienta!. Pur est e Rio Cnma puam SI'.
guí ,"iagcm: a sua la rg u ra na fi,z é de 4 J braç as , e po u.
co acima iuui to menus: 1l'tn t Jn po uc a agoa, 'lue as cn -
n õas 1'01 sua mai o r extr-us - o vão urra ·Iada. por cima do
'cu fundo , c J )a s~ao por ba ixo dos tronco"! eahidos , que
10
todavia sã o muitos não obstante a frequencia dos commer.
- cian tes , cujas ca n õas navegào com meia cnrga , largando-ae c
na boca do rio abrigadas em casas de palha das injuri as à
do 'te mpo em quanto vão conduzir o resto. Mudei-me para d
I) batelão fi fim de ch egar com a nticipa ção á outra canôa
á Fazenda de Carnapuam para poder fazer e reiterar, se- r
v
possivel fosse , as observações astronomicas sem atrazamcn- r
to da viagem.
- 20 - A proporção que fui deixando alguM pequenos ribei-
ros, foi o rio ta mbem perdendo muito do seu cabedal , e cada voz
mais fazendo-se penosa a navegaç'to por con ta . J S ba ix ios ,
e troncos , que muitas e muitas vezes é preciso cortarem-se ,
e fazer barreiras para que as ago as acud ão a uma parte '"
e haja maior fu ndo: isto me não accontcceo porque apro.
vei tei-rne cio trabalho de UnS comrnrner cia ntes , que dous dias
ha que por aqui passarão; isso não obs tante algullll tron-
cos ainda se co rtarão.
- 2 1 - Com 6 legoas' de navegação padecendo os mes-
mos inconvenientes do dia passado cheguei a Fazenda de
Camapuam , tendo deixado o Rio Cnmapuam-guassú , qua
desagoa na ma rgem meridion al.
- 22 - O máo tempo me não deixou fazer observaç ão
a lgum a.
- 23 - Ch egou a can õa gran de pelas' 5 h. da tarde, c
logo roi posta no carro, e conduzida para o R io Pardo.
Pelo mesmo inconveniente do dia passado n ão pude obscr-
"ar a Ímmcrsão do 2.° Satellit e de Jupiter .
- 24 - Appareceo o Sol, e a Lua entre n uvens menos
esp essas : to mei distancias e fiz o ca lculo comp etente: Long.
:324° 8' 45", L at. A. 19° ~5' 14".
Antes de con tinuar o Diario devo fallar n'esta Fazenda
de Camapuam. E sta povoa ç ão fundada no centro d'este
se rt ão somen te co m o fim de ter carros promp tos para n
varaç ão das canoas e cargas de 11m para outro r io , o
que te ve pr incipio em 1720 [a]. e onde todos se prov êm
de mantime ntos, de assucar , de agoas-ardent cs , de tabaco
de rolo, dous generos, que sã o para os trabalhador es o
mesmo que o Maná para os I sra elitas , é administrada por
11m dos seus sacias, e está sit uada em os principies de
11m chapadão coberto de relva mimosa para a crea ção de
todo o animal que d'elln se ' suste nt a. Antes do Cu y ab á ter
as boas , e muitas fazendas de g ado , que pre sentemente tem ,

[a) A té este anno os navcgantcs , que naveg1l." para o C uy nbã ,


costumavno deixar as canoas no salto do Cajurn , primeiro salto c II
s.a cachoeira do Rio Par do para os que o sobem . e conduz ir ás coso
tas todas as cargas até o Cu xiim , onde as embarca Vão em as ca,
nOas em que tinhao vindo os que se rccolhiao para S . Pa ulo. qU 9
vindo também desde o C uxiim por terra . cm barcav ão nas que tinh ao
ficado no Cajur ü, Os primeiros que tentarão. e consegu irão naveg ar
pelos dons Rios Pa rdo. e Cuxiim , forao os dous irm ãos Joao Lem e ,
e Lourenço Leme, natura cs de '. Paulo,
~ 'Ui -
leva rão por terra lima g ra nde boiada para aqu ella Vi ll.. I
c ort a ndo sc rt õos , po r o nde nun ca se tinha passado, lt
dirigindu o ru mo pela estimativa . - Os seus maltas pro.
duzem mu ito bem os legumes , a cana de ass uca r , o arroz , o
p ão , e as fr uc tas do paiz. N 'este cha pad ão, por ond e se.
v êêm dispersas algu mas colinas, estão a s ver te ntes de alguns
r ios, que. desagoão no P ara guuy, R io Grande, ou Paraná ,
os quucs te m um decl ive tão grande q ue me adm irou, pois
nunca pensei su bir , ou desc er por uma ladeira de ag oas.
O a r é temperado e pu ro, tão aleg re . e a me no aquelle ter-
re no todo. que depois que sa hi de P o rtugal n ão ví , nem
nas Cap itani as do Pará, e Ri o N eg ro , nem na de Malto
G1'OS'; 0 . cousa que se lhe possa compa rar. Renasceo em
mi m toda a legria , q re um paiz ap razível pode cau sa r, e
q ue t inha 'pe rdido vivendo por oito a nnos em um sertão
(ass im o fl'O sso dizer ) cheio de matto s ultissimos , asper os ,
o de a lgu m cam po pela ma ior parte in nundado , e pestife,
1'0. Os sóc ios d'est a F azenda de vem faz er bom negoci o.
po is al êrn das carnes , e ma is gene ros que vendem pelu.
pn.:ço qu e corre em Cuy a b á , levão pelo t ran s por te de cu -
da urna can õa ~ $ OO O rs . , e po r c ada um a carrada 9$ 600 rs ,
Es ta F az enda é infestada pelo G entio Cay a p6, naç ão
robus ta que uza de bord ão , e flexn armada na sua extre -
mi dade de nrn espont ão de r ijo páo -he io de fa rp as desen ,
co ntrud as p lo seu comprimento de dou s pa lmos , ou tm u,
bem de 0 5<'0 , e é tão nume rosa. que s6 por sí faz UIlI
g l'llnde im perio , pois pr incipiando ao No rte do Cu ya bá ,
cl!çga a Cainap uum , ao No rte de S . P a ulo , ao N ur te e
L este de Villa Boa de Goya z , c uja L a r, A •• e Lon g. Ó
( co nfor me a s obs r 'açües de un s J ez ui ta s) 10 026 ' - 3:30 0 i u ',
H a tres para qua tro an nos que te ndo este Gentio in.
sul tado no Cuxiim a uns co mmerci a ntes que na veg a \',to
para o C uyu hã , o ad minist rador da faz e nda pa ra os inti-
m ida r man dou ' um destacamento com posto de alg uns mu-
la tos lihertos , e de outr os escravos da fazend a. homen s na
ve rdade ca pazes de se lhes confia r qua lque r em pr eza , em
q ue se deva ter valor e int repidez, os (juaes no fim de
algu ns dias os en contrarão , ( e tal vez aos in noc e ntcs ) e fizerno
uma boa pre za de ra pazes e de mul he res de toda idade ,
e os conduzi rão ú faz e nda I url'Je os ví fullando portugue» ,
a1eg n's, e pa ci ficas , depois de te rem te nta do a fuga por
duas vezes innut ilmeute , pois for ão seguidos pelo rasto , e
a pa nhados. V i d uas mul he res velh issi mus , mas tão for tes
ue na die ta fug a for ão apanhadas ca r reg ando cada uma
ás cos tas o se u ra pa z de cinco para se is an nos,
Não p o~so de ixa r de fa llnr na uni cu cousu , que n' e st a
povoa ção mo ca usou grande fas tio a pon to de fugi r da gen.
t e d'elJa, e e m que se ve ri fica muito bem, qu e os máos
h ab ites com faci lidade se cu mmu n icão e a prendem. A liu-
gu a propria d'es tu N a ção é gra ta a os o uvido s, como o b,
sc r vei , m an dando-os conversa r na materna i ruas dão á.
portu g ez a un sotaque tão fas ti dioso . e ingra to , que fa zia
".
fugir; c o mai s é que tonos da povoação te adoptarTa
c se fazem in sofrive is r,,].
- 2!i - Pelas 6 h . da rnn n h ã montei em 11 m cavnllo
q uo e ra o mel hor da po voa çno , e por ob eq uio me deo o
a dm in ist rador: isso n ão obstu nte achei-o t ão m úo , (Iue te ndo
e a ru in ha do me nos de t d legoa. me pu", II pé . e assim
completei n mi n ha vi a g e lll até o R iu Pardo. em qu e esta ,
v ão a s c un õus , q uc t in h ão sido conduzida r or um varn dor
de 6.230 bra ça s. - D esc i po!" este rio, a o qual cit a m; o
Sangll ixuga pelos muitos ve r me s sangnivcros , q ue tem a té
o enco nt ro do R io Vc rru el ho , onde pcr.le o nome , e toma
O de p. rdo , n ã o sendo outro dil}crcnte do Sanguixuga. A'
. g oa. do R io Ve rm elho, a sim chamado porque as suu
cubccr-iras estão em \1111 mon to ele ochre verruel ho , que JI)
H io P ardo se v ê , to m ão ta n to esta cor, qu e n ão ditli-rem.
do s a ng ue . A sua la rg u ra é a m e 'm a , qu e a do S an glli.
Xllg~, '1ue é en tre os limi tes de D e 12 palmos com tun .
do su flic ie ute pura n u\'cg urclII as cau õus com toda carga •
. e liv res de in c onu nodos das a rvores cahirlns , pois co rr e
pel o refer ido chu ptul ão de rel va mimosa ~ mas o H io Ver.
molho só tUIlI UlIJ palmo d'u ltura , c bastn esta p c('p lCna,
porç 'jo de a g oa para tin g ir a tio Su ng uixuga , qu e ó clara e
Iro (, <1, e a li ze r in c a pa z n ;10 ~ Ó de se beber , como tam•.
he m de se ln vu r a r oupa em to da 1"11:1 c x tun são , c o mo me
li 'sevc rã o os gu ia~ . jl l as 6U1ll'I'UI f' te dP.lle ito os m uitos ,
rih"irül',', rpga los, e rios Q1W no Pard o deRnlIoãu. P a~ . ei
Ire. c.rchor- iru s c luu u nrlus do B a uqu inho , tio S ult in ho , e
T a " lia ru ('li ia .
- - ~(l - O R io V crrn olho , o R i lr'irlO C ' uro , e o n io RII _
' ; 11I iú , que pa"" ,i ('d as f> h. da f, rrle, OUl lU8 ribeir ões,
,,(.111 nOIl I<' .,dear de muitos /'l'g ato,> , I' ('unI inuame nte des,
a;! - o no Pardo, tem all gmpntil do ('Oll .( r r-h n n! as SII U!"
llgt,as e l a r~ l l l'l , poi ja I'pla tarde ( r ll d" ) l.lI"Il<; ltS. To.
,h.,.; ' ; 5 ( 1': m uu a uciaes n üo I'0d 111 rkixn r de Icrti lis a r e " l ,~
If'rr e ' ,o todo, q ue u bu nrlu dI' 1" rdizes , êruns , e veados e m
n uu u lJua ul i ( ~ " d , " que aq iolk - 'l HO , ( l, PIlI pur es tas 1I1-:0as ,
. 'Plno \( 'I H (:0 111 PH~i~ va g a r , n. ti .. ó porfllH' !"o .- o uiu i tns as cu n ôas,
'11Ie s(· "J" llt:io para l"('cil' luca llllll !l' ~, ': ju da.n -ru , c om o porq oe
" IIII !>CIII gas! 10 m u i to Il lIIl''' nas c <ldll)ciras , teru mu ito
f 1111'0 para fazerem n uru ' 1''' a s e co ntiuuadas côl ,: a da~, c om
'''lI la u bru uln nciu corno lilc dirlndc . (Ull t o de perdizes COlHO
de \(·ad o ~ . A (';ó ç ada d'l'~t(>s se faz da n ia nei ru Iooeguinfe.
E IICôllll i/l h.iu- -se os cu c udo res p ura as m u nadas de veados
" " n lr a o veutn , lev a ndo nu ca beça al g um barre tc , 00 I'n no
ve rrne lho : nl um as vozes !,,,r:lo , e lev unf ão n m bru ço , (}
outras !Iga chau-se : os . veados que n ão est ão a cos uuu udo«
11 \'1 ' 1' estus pha ntu sm as , c1 lC' g ~:o-: e a dicii para U S reco-

[11 ] C onsta-me que depois da minha passagem por es t a povo a ção ,


for Ro O~ moradores d'ella atacados po r dua s vezes pelo Gen tiu Ca val,
Iciro , l;u e oa accomcltco inopinadament e. c tez um grauue esl rag"
princi p" .ulule n s '1l1e c"lavRo occupado. na 8llltur. d:ja l.<:rras.
l1c er , e fie ~ sendo victimns da su cu rio , iJ ad...
Duas cach oeiras passei hoje a lem do IJI iitas I;irrrn.,
corrcntezas , onde os flue se g ue m para o Cuya bá .Iesear
reg üo as canôas ou e m todo, ou em pa rte, conf oi lhe ()
rio est á menos , ou m a is possante ; ellas forão ; a s Pedras
de Amular, F o rmi gu ei ro, Paredão, IlJJb: russú-;!Ua~SÚ, Im-
hi ru ss ú-emirjm , L a e G ra nde, Can õa Velha , Su curiü , e o
Ba g ué, recehendo a pe n ultima o nome do r io, que pouco.
aba ixo es tá . '\ 8 duas c a c hoe ira s L :l ge Grande , c Pcq ue na ,
lla tisüo-se com a rn nõ a in iramen te va z in , e na le\' a lla
do ri o, qu e se prec ipita po r tres saltos . Eu podia pa ssar
ror terra; mas quiz ve r o mal , de que os ma is se qu ei-
x ão : c uidei que ficuri u suhm rgido , mas escn pei com a
cu u õa meia a lag a da: o mesmo succede a os mai s, que
llf\ s~ ão: mas n ão se devo tomar ror divert iment o um tal
pel·lgo.
_ 27 - C om 8 lego ns de n a vcgn çüo , pa ssa n do m ilitas s ir-
~.IS, e correnteza s, c he guei au sa lto do C urá o . Um 'luar.
\0 de Il'g oa an tes 11'clle se descarrega a can õu , e até a
sua pr o. imidndo se nav egn por entre te miveis cncho ciru s ,
c dep ois s(~ vara a ca n õu por terra por um vnrudor de
:;0 br a ça s para sa lva r o salto, que tem de al tura 4 ~ hrn,
';a s: li a goa des pc nh ada se d eva e m va po\' mui to espesso.
FIZ alto para obse rvar o ec lipse do S ol, c (lo 2. ° Su lei
lit e de Jupiter , e os c ama radas fur ão ao c a m po á ca ça
do" vea dos c êrnns.
_ 2R - Em 8 ~· legons. que 110;1' nav cgu oi . pa sei d õzc
(;achocirlls a 'a he r, : o Jl ()u.~llu, o T am an duá. que c w\ssa
var al do-se li canoa pOl' cmu da s la ges e ,:azla, os 1 rr-s
[rmão s , o Tnqu ral , que se vuru por terra p-I a c1i~l(lIleia
de 21 brncns , () uhuurl uhy , o Jupiá , o 'I'ij uco , vura-
dor por terra de 60 hr ac ns , o I /lgu ba l , o X ico Santo,
c o Imbiru: sli. c.u- oci rus c onsi deru ve is . e onde >'1' te rn
perdido por vezes mu it n cn n õns , e Ó meu ba tel -o li'l no
fundo e fi'li zrne nte se il[\) I' OU . e li uente torta . "este pc.
qu eno csp a (;o. e m qu e gastei um dia rlesce nd o , ga tã o os
(lue sobem qui nze, c vint e dias . (i vert in do-,'c (, S p' <'sa gc i.
ros , e al gun' c.un arud a s c om gra ndes c llc; a tla s. J á o 1"0
t m de largo 22 braç as, c da luz do R io i nhnndu ·-:ni.
r im, que de..a g oa pela margem ucci d nt u l , c de ü hnll;ll"
de largo, tem ' 27 brll l:a .'.
_ 2[1 - Passada a birga comprida, qlle tem : 9 0 hrnC; 'ls
do extensão, pa ssei o Banco, 'I"e se 1110 ~l'gue irmuediu-
tumente , varando-se a ca nôu por terra p la distu uciu do
b7 bra ças. S egue-se 11 sirga Negra. a sirga do Malto , o
salto do Cajurú , onde se sirgn a cunõa por um estr.;iti .ssi-
I !lO c anal , 'lUtl lia entre I1IIHI peq uena ilha . e 11 llHHg"11l
rueri diona l. E sta. cnchor-iru é vistosa na vcrdadt·, porqlle fl
rio n'esta parte fi muito largo, o a agoa se pr ecipita da
altura de :3 ! b ru ças formando entre as pedras di ·pcr,as com
irrl'gularidadc varies cuch ücs , espumas, e nevoa , o que til.
o se deixa vêr de uma praia flue est.i abaixo d'ella. E '
!' -
tas tarnosas e nnturaes ca scatas t ir a ri ão grande parte do
e nfado da viagem, que se au grnen ta por n ão ter pessoa com
quem possa conversar em cousa s . in I eressantes , se não
houvessem imm inentes per ig os , que n cada passo ameaç ao
perdas de "i das , e l~zen da s : e se n'est as cachoeiras fre-
quentada s ha 60 a n nos, e cuj os ca naes , e escaplls estão
bem conhec idos, se pe rdem tantas em barca ções , não ha,
vendo ca choe ira, que n ão tenh a sido um theatro de mor.
tn udnde , o que não . succede ria aos pr ime iros , quo as pas.
sa rã o totalmen te faltos de experiencia ? Depois d'este salto
está o Caj urú-m ir im , e a cachoeira da Ilha, que é a ul,
ti ma e II aa. n cachoei ra d'este r io.
- 30 - Passei hoj e pelas desemlmca duras dos dons rio s
Orelha de An ta , e Orel ha de Onça, que desagOlio pela
margem boreal, e di tan tes um do outro 3 t legoas , a lém
de alguns rib eir õcs , que vão augn!entundo o cah edal do rio.
DEZE )IDRO }.o - Pa sse i pela conlluencia do R io A nhand uy-
gUIIssú de 16 braças de largo , c que vem do occiden te,
Os P a ulist a s descobridores das minas do Cu vu b á forão os
pr ime iros , que desc erão pelo Rio Tietê para -fa zerem gue r.
ra ao Gent io. Uns subirão pelo R io P ardo, e ou tros por
~"te RIO Auhand uy [11), no qua l encont ra rão a foz do Rio
Anhangahy , C subindo por ambos acharão sei s povoa ções
11e pun holus com Ig rej ns , vnrias offici nas , bois, ca rne ir os ,
ca vallos , & c , ; tudo destruirão por estarem em terras P or.
tu gneza s : n'este logar se ac ha a inda ga do brn vio , por cujo
motivo lhe dão o nome de Va ccaria. Continuando a s ua pc.
noza derrota cheg a rã o no Para gnay, uns pelo r io Cux iim , e
T uqunry , e outros pelo Botet eu , c Cahy , qu e tem S UllS
origens na Vaccaria: proseg uindo n a sua perig r inu ção por
ent re innumer a vei s Nações de Gentios, co mo C o ra y ãs , Pu.
co uren tos , Xixibés , Axa nés, Porr udos , Xacoreres , Aragoa .
rés, Coxi penc s , Popucun ês , Arapov unes , Mocor , Pa ra.
gu a nés, Apeco nes , Bor ipocu n és , Arapa nés, H itup eres , J uy ,
mes , G oa t6s, e Aycurús , c outros, chegarão a 'descobrir
as min as do C uy nbã, e a tira r do loga r , em que está fun -
dada, em um mez 400 arrobas de ouro. Co nsta dos An,
naes da Camara da di cta Vill a.
D esde hontem se prin cipiou a co lher peixe no anzo l ,
porque , á exc ep çno de alguns miudos , o n ão te m havido
até o fim do C aj ur ú , por que os saltos lhes servem do
barreira para su birem. Pesc a r ão-se novas especies de pei-
xes desconhec idos nas Cap itani as do Pa rá e l fatto-Grosso .
- 2 - POI' con selho dos gu ias determinei seg uir viagem
logo depois de mei a noi te pura pode r pernoitai' no Rio
a ral/de em um lognr , que está a brigado das - onda s nas
fre quentes tem pes ta des, que cosfumão naver principalmento
n'estes tempos das c hu vas. Ma s ellas , que de 'de o dia 26

[li) Deve-se advert ir que este. famosos A rgonautas navega vão


q rando Ihcs fazia conta o navegar ; e largavi10 as canOas nos mio.
· ~ pa ~e Q ~ . r aB torna vac a faze! dc novo quan do necessltuvnc d'ellas.


- ,. ..
tem eahido sem interrupção, me n ão derão legar de lt
pode r fa zer a semelhantes horas , e em noite tão esc ura,
e tenebr osa. Com o dia me puz em marcha, e pela s 2 h.
fui j an ta r na confiuenci a do P araná com andame nto de 10
lego. s.
Nã o c anse admiração o n avegar 10 legoas e m menos
de 6 h., pois n'esta parte que ja se pode c hamar r io man -
s o , e de ponco decl ive I a veloci dade d'agoa é de duas mi o
-Ihns e. te deci mos por hora, G astei na descida d'est e
ri o 7 dias , pois vim com algum " ag a r em razão do meu
officio , que o tempo , que ordinariamonto gas tão os ma is,
é de [) ou 6 dias , ao mesm o tempo q ue quando a estaç ão
é favoravel , e o r io es tá baixo , gastão em o subi r 50,
e 6 0 dias. A sua la rg ura na foz é de 64 bra ças. - O
r es ta nte do dia na veg uei su bindo por este gra nde r io. cuja
larg ura a valio em 300 br aça s , em quan to o n ão messo trio
gonometricame nte se houv er corn mod idade para o poder fn-
Zero As suas ngoa s são ba rr entas, principalmen te n'este
ternpo , e causã o sezões j mas pelos se us esti r ões I ilhas ,
) iba nce iras I C ma ttos I te m toda a magestade de um gran.
de rio.
- 3 - 1 Tavegue i 5 f de legou pelas grandes enseadas d'os-
te rio, im ped indo- me um a grande trovoada o seguir a vnn-
te , N ão obstante estar alguma causa nbrigndo da furia
do vento, foi com tud o preciso descarregar :, canõa para
HJ n f; o alaga r , e molh ar a carga. Passei pelo Rio Orelha
de Onça, qu e desagoa pela margem occidental.
- 4 - A chuva que continuou por toda a noite sem in.
terrup ção nos fez passar lima muito má noite, pois por
mui ta e mu ito grossa pa SSOll os nossos toldos, e ensopou
as red es, que são as camas do sertão I que bem como ma.
cas se nt ão ás nrvores , c n'cllas se dorme. Cresce o rio
mais de 30 palmos.
- õ - Meia lego a a cima do pouzo conflue o Rio Verde
de 42 braças de largo pela parte do poente: e quatro lo-
goas aci ma d'este, e da parte oppost a vem o R io Agua.
pey de 12 braças. Para livrar-me dos perigos de uma iunni-
nente tro voada e n tre i e pouzei dentro de um rib eir ão
de 4 braças, que den ominei do Abrigo: o que restava do
dia gastei em divert ir- me ve ndo na dar dentro do r ibeirão
de lIgoa cl ara infi ni dade de doi ra dos : mas nem um só quiz
pegar no a nzol , não ~6 pOl' causa da diufanidade da agoa,
mas t a mbem por a ndare m fart os,
-:- (j - A bulha I que os doirados fizer ão no ribeir ão em
toda a noit e , me n ão de ixou dormir, e por isso do nra-
d rugada ma nde i lev nn tar ba rracas , c segu ir via gem: for üo
ta ntas as pira canj ubas , pe ixe de escama pratea da, e m io
rnozo , c os pi ubussüs , que sa lta vüo para a can õa atrn hi-
{los pela luz, qu o para pode r ver os rum os trazia na ca-
mera , quo me ví obrigado a correr as cort inas d' ellu , e
fa zer a lto pa ra livra r-me de segundo ch oque , visto ter-me
maltratado nu C:U'U o choque que recebi de um piabussü :
na s para se n ão perde r o tem po , ma nde i p õr a luz 'n
c io da c nn õu : saltarão pa rti de ntro tantos pei xes , qu
'ào 11 m bom j, t r, e fiei mos vingados do des pr eso , que
a i .ca t i nhao le ito os doira dos no R ihe irão do A br igo ,
Pe h s :3 h. da tarde passe i fro ntoando a foz do R io
ucu ryü '. qu e " em do occiden t , e 'lIj a la rgllfll me parece0
de 50 bra ças. 1 ernoirei na bu rra do R io Ti e tê, que tom
tle la r rr ira 7 bra ças, Pe la ah'gria qllc tiverão os caro'.
arlns de dW~llrelll au rio , que hn ulu o seu paiz nata li-
cio • • e e ufurecer ão , c e ntre ~randes O'ritMias , e viva
~'l!;t, rão-m ' em salvas fra '1'0 é meio de pol vora , e u ns
pOli co" de a g'oa-ardentc. T ulvez que fi alegr ia fosse fiu ,
gid' • e servi e de pr etexto pa1'll subir a fr a sq ueira a ribn [a] .
-- 7 - Doixudo O Rio Grande , q'le me dize m ter uma
I!ra nde cachoeira chamad o Urubupungá I subindo-se mui "
H 0 11 -1 lego.•s , naveguei subindo pelo Rio Tieté , Com 5
hora de n a veg a fio ch gllei ao grandc sa lto chamado Itá.
pur a . F oi a c un ôa varada e m 5 h. por um pla no inclina ,
.10 ele 60 brn' ;.Il.q de extcnsüo , e 1·1 pa lmos de altu ra . qlle
I: nta é a do sa lto, A meia le oa rle distanci a ou ve-e a
hulha da queda eI'agoa dcspenhnd n . É este Ulll salto di gll O
de ve r-se, n ão só pe la be lleza da co nfigllração. c posição
,Ir s pedras, e ca naes , po r o nde se de-pe nha a agem , c o mo
"ela gul' u turin da luta dos poixes com 11 ng oa, que na di.
l.gl.<lIcia de pr oteuderem . ve ncer o salto, 11 que lhes é
J llpO ivc l , uud ão I' vol .os n'uquell t UI' ilhoes c fe rvcdou ,
1"0:> rl'agoa s clando S' I O" '11e ad m irü o : a cxpor ie nc iu d'cs.
ta via gem me tem mu- t rn do , ll"e qUILllto mais revõlta está
a a goa no s sal tos e ac hoei ras , onde ha pei xe". melhor
pes ca ria se Ia z , pois nao t'lzem f. ni mo n ia em pl'gar na
J cu, S 'g ue-se a este salto a cachoeira l tá iu ru- mirim , quo
m nada se a ssi.uilha á primeira .
- 8 - As tres achoei ras ch. urarlus os T res Ir mãos forã o
I a (ida s fa cilrne u te ; run s o I tu pirú le vo u toda a tarde , e
1<.;11I li. ia leg oa de ux te nsã o. ' o principio d'esta cachoeira
en co ntre i a u ns n ('g o c i anl c ~ , q ue cs tu vão enxugando Oi!
f.•rd os , qu e se t in h:io mo lhado 0111 t ros cal õus , q'le rinhno
,hido a o fi n lo . naufragio " te em qn' n ão só perderão lodo
HHlllli ul n to ' luO n 'ellns vinil-o, mas ta mbem uma b a PUl' .
t · da cn rga: t i \'0 la t imn d'e, tc:; pobres hc me ns , não .6
pelo p rej uizo , corno p ela faltn q uo lhes lia ia de fa ze r o
ma u tuneuto até chegare m 11 Cnmupuum , pois n 'este tempo
l'fll que os rios vão tomando diariamente mui tas agoas •
.!'e ·c m tnmhe m os dias el e n a veg a ç ã o,
Se reil ect inuos nos cont inuados trabalhes e pr ej u izo s ,
f te a in da hoje re cebem 03 neg oc ia n tes n'c te j a bem t r i o

[a} Por uasi todas cota s 29 legoas do R io G rande que tenho


Il a \'e ~a do
é o leito do CIO. pelo monos nas SU:lS Illarg ells , de á at ha
Iiu.Iis- imas na figura c c õr cxquisitas , de ql1C fiz UIn hom provirncn ,
I

t tJ , e seria muito maior se f) rio ja nao estivesse possau te com a


chuvas . c cu pode••c ter rucior demora,
h300, e conhecido transi to , e qua i liv re do a salto. de
~c ios ; se tamb OI lnn çurn os o" olhos para os Annaes da
ç, maru do C uy abá , e fize rmos o c ôm p(.lto dos homens,
q ue tem cu tudo aque lle ostubelccunento desde o s eu p r in.
ipio , mo to" não F6 pelos tr abalhos , fomes, iufe rm irla des ,
e ma is mi erius , com la mbem pelas g ru ndes e horri vei
mortandade , e em IgU1S nnnos geral dest roço dos lIR\''' ·
gan • fJlI attrahidos p -la riqueza d'aquella dcsc obe rtn ,
atropelland« tod os obstnculos , p.orrião a pê z do ouro. fl
Ii cuvão sacrificados ao ~ 11'01' dos G e ntios, qu pelo es p:\l;
e 111 is de 20 anuos fez lastimoza ca r nagem , n ão deve re -
m !J j us ta me nte exclnm I' com o poeta; .

... .,. Q/IH "ffl1l 7Iwr talia putura cogi&


A uri soe fa n es] .

_ V - A c l\l1T3 muito g OSF3, que durou por to II noit e


• parte do di a. me não de ixo seguir via ge 1 a ho ra s com-
pet en tes . Naveguei some nte ú legoas porque o r io ja co r-
,.~ com violcnc iu pela muita agoa que tem to mado.
_ O - Nüo houve n'oste d ia causa, de que se p03S
fazer mencã o. Passei dous ribeir ões.
_ 11 - A muita ch iva me n ão deo lagar pa ra emha rcr r
o romper do di a. Pelas 7 h. segui viag em: p:l~. i com
c nnô a carregada as duas cachoeiras U a icu rit ub l-mi r im .
c U tupe la , d u (nad o de legoa de e xten são, e traba,
lhosa. A tercei ra chamada rara canguá-guassú foi pas"a .
da com a cauõ: va zi a . D ixei na mar e m boreal u m ri.
cirüo ch amado Sncuriy por causa de uma cobra d' esre
n ome de e traor dinuri a g ra nrle1.a , que n'elle foi a c ha da.
Os escra v s que v in hão na comitiva , julgando se r um tro n.
co. quizerão-I he de ita r fog o I!ara se aquentarem a elle por
toda noite ; com o calor se mo veo o suppo to tronco, ~
cheios de admiraçã o todos ,,~ fi ra ão do e ng a no em que
e sta vão. Esta é a t rnd i çno , e muito vs rosim il para os que
f em \ in.'ado po r es te no vo mundo, onde a cn rln pa sso e •
t- o enr-ont rnndo cousas , q ue tcr iüo po r fabulosas se n ão
t IH::;SC:n sid o t estenu mh ns oc ula res.
1'0 .10 este Tiet ê tem muita a buml uncia d'e s!. cobrns ,
qu e nf! .üo vene nosns , 'l'll S monot 1'110 'as e m grossura . o
comprimcuto : em dias claros c st umà o estar ao sol extcu -
didas afl ppdrlls da s enchoci rns , T em tnm bem muitas se r -
pl lltl"S \C IIl; 1l0 S11 S, c não te m havido dia em qlle se n no
ten h: mort o dua s , ou t res , que 11 na do veio dem an da r fl
'all('a. Po rém so b re tu do e m o J ~ i o Pa rou tal a bundunciu
d'cs a" scrpuntos H JIl N I0 3 <lS, q ue onlinarinrncnto são 11101'·
didos muitos indivíduos qual do sohe m , porque g n.'t ào mu i.
t o tempo . e girão por uqu elles campos. Não o hstante ltl'l
m uit a s cobras que se matarão qua ndo dc sci , t ive a 101'.
tuna de n ão ter mordi da pc._:OI\ a guma . O g uia Sa lvado r
ja foi mordi lJ tres vezos , e to: livre dos accidentes mor.
aes , que sentia , por cl1cilo da muita quan ti da de de arroa -
u
-8
a rde nte feita da cana de assucar , que O! companheiro ,
~n;a Ih'a fizerão beber mixturada com sa l; a Jlrodigiosa
quant idad e d'ella que bebeo não o embebedou , ao mesmo
tempo que em outra differente oc casi ão qualquer porção
lhe vai á cabeça. Em i\1atto-Gr08so foi curado com o mes-
mo rernedio um escr a vo do T enente-Coronel Antonio Fi.
lippe ~a Cu nha como eu mes mo observei'.
- 12 '- Scm out ra novidade mais , que a muita chuva,
pa ssei as duas cachoeiras Ar a racanguá-mirim, e Ârassatuba.
- 13 - Cinco ca choei ra s chn mad us Uaic urituba de mui.
de t de legoa de extensão, o Funil-grande ; e pequeno,'
as Ondas-grandes. e pe(luenas,. toda s ellas perigosas, pa.o
se i hoje em fi t de legoa, que ta nto nav eguei.
- 14 - T em o Ti etê enchi do de forma que se vai fa..
zend o trabalhosissi ma a SU Il. su bida ,- e a passagem das ca-
cho eira s: ju tenho de menos a do l\lattó~eco ', li. da Ilha,
e a Utnpanemu.
- 15 - Pelas 10 h . eheguei ' li. cachoeira' f:scaramuçn t-
nome bem' proprio pela esca ra muça que fazem as cnn õas
na Sua passagem. Pelas 4 h. cheguei ao sa lto de Avanhu n-
duva , tendo deixado uma legoa abaixo ' d'e lle , e da parta'
cio scptentri ão um mediano rio, que de nomi nei de S . J os é;
Um quarto de legoa antes ' de se chega r ' ao sal to' corre o
rio represado ent re rnurgen s c varios ca chopos de pedras t
qu e faz em a na ve ga ção laborio sa e a r riscada.
- 16 - 1 fio obstan te estar o tempo pro mettendo chuva
se descarregou a canôa, o forno as c ar gas cond uzi das pejo'
espaço de 3&2.. braças para o logar em que de vi ão ser
novamente ernba cada s, Pelas 8 h. se dco princ ipio á va-
ra ç ão da canêa- em , c uja ma nobr a se gasta rão 9 h., ten-
do si elo arrastada pela dist an c ia de l õO braças , e pont o:
em (IUO se tem salvado o salto . que tem 53 palmos de
altura, e é medon ho não s6 pelo embate das agoas des ,
penhndas, mas ta mbem pelos penedos e ilhas , quo pela:
ua largura tem, e que formão va rio cannes e quedas.
Quando o rio es tá ma is cheio c resce o va rador mais 100'
braças. O torreuo , que serv e do va rador, é mui to desigual ,.
c tem algumas subidas basta ntemente in g l'(lllles :- o trabalho
foi grande" c n ã o obstante estar eu anima ndo a gc nto ,
vendo-a ja quasi desíallecid a , e que a cauõu se não movia,
do logar , não obsta nte estar a frasqueira aherta , ajuntei.
me a ella e fiz te dus as demonst ra ções de quem na verda-.
de puxnva- com . toda força. Ist o bas tou pa ra a electrisar c
e a oa nõa correo pela ladei ra ac ima . Foi de pois co ndu zi,
da a cnnõu para o leg ar em que esta vão 1l:S carglls por
entre ca choei ra s.
- 17 - Passei por duns cachoei ra s chamadas Avnnhan-
dava- mirim. e do Campo.
- 18 - O espaç o, que hoje nav eguei, e que posso di.
ser foi 11m bÓ esti rão , é livr e de cachoeiras; mas a cor.
zeuteza do rio foi mui to rapida. Tomamos uma artadclla - d!#
3 -
. ma Írnet a ch nmnda Jabuticuva , das quaes ha qun tro espeeiea,
todas dias muito boas.
___ 19 - Em perto de 7 legoas , que hoje navegu ei, p1lS'.
ei facilmente as tres cachoeiras, Carnbaiuvoca , T amba ü,
iuirim , e guassú. De repente se poz a tarde op t ima , fiz
alto, man dei deita r a rvo res abaixo, e observei a im me rsã o
cio 1.0 Satellite de Jupiter.
- 20 - Tendo n vegado t de legoa , passei a cachoeira
" runbát irir ica. e depois a Uamicnnga . Passei ta rnbe ru pela
hurra do R io Jucm-êpipiru-guass ú de 15 bra cas , e quo
despeja as SU llS HgoaS no T ietê pela margem Boreal.
- 21 - Vencido'! f de legoa de na vega ç ão , passei pel
fuz do J acar êpipira-mirim , que vem da mesma parte do
J1;uassú.
- 22 - Pouco depois de es ta co em marc ha pa ssei a ca-
c hoeira Congonha de legoa e m eia de extensão: a es ta
!Il e ~ u e-se o S apé, o Ra riry- guassú, e mirim, e o Baurú ,
e omprehendidas em 7 legoas, que tan to na vegu ei.
- 2:3 '- A prim ei ra cachoeira, que passei, foi o Itupuã ,
e pouco depois a do Sitio, assi m ch amada por es ta r fr ou-
te ira a um logar c ha mado Pot nduba , onde houver ão mo-
ra dores , e parentes do meu guia, os quaes retira r ão-se por
es tare m mu ito longe do pasto cspi ritual, e mio pela má
q ualida de do terreno , que conforme se exp lica o piloto I
que turnbe rn alli a ssis tio por alguns annos , era este loglll'
a na ta das terras. C om e1feito , se pelo copado , e vi çoso
das arv ores, e grossura dos tron cos, se pode jul gar da hoa I
ou m á qual idade da terra, posso dizer que não se rá fil-
e il a char melhore s. E ste loga r deserto está no princip io
de um es tirã o , em c ujo fim es tá uma cachoeira c ha mada
do E stirão.
Passei tambem os tr es poços denominad os Nhapnnup á
.mirirn , e guass u , e dos L e n çoes. E s tes poços .são uns Jogar es
mu ito fundos, qU(,l tem de 15 para 20 braças de profundidade,
c omo me ass sve rão varias pessoas, que vem na comitiva,
e que por vezes os tem so ndado , n ão por curiosidade. mas
porque a elles vem pescar em tempo que o rio es tá haixo I
c omo em viveiros de peixes, e a linha de que uzão lhes
mostra a profun didade dos poços.
Ale m dos don s gui as , que. como fica dict o , vem na
comitiva por practicos das cachoeiras , e por pilo tos, vem
ta mbem um remador dos mais antigos. e experien tes d' el.
las, com o titul o de P roeiro, E ste homem tem as chav es
do caixão das ca rnes !'1l1gadas, e das frasqueiras , com .
m a nd a - e govern a a prôa , e es tá na sua ju risdicçn o e VO/l .
t.ade o fazer mais. ou men os compassadas as remad as ,
confo rme ba te mais, ou menos apressadamente com o ca l.
canhnr na cunõa , se rvindo cad a pancada co mo de COlIII.
passo para cada uma remada: todos rernão em pé. Este
homem me rece lia verdade toda c on teru plação , pois nas de •
cid us das cachoeiras leva a vicia em muito perigo e risco:
purquc como o rio corre n'ellus (par a assim dizer ) COl Ho.
*'
- ,S
11 balla de pedida da pe ça, é necessa rro des 'ia r a \-'1' 1'1.,
ca n õa das pedra s, q ue lhe est ão em frente, e n ão ba __
tnudo o leme, que taru br-m é UIl1 l em o , vui este PIOl-!/JO
e m pé na proa da ca n ôu com IIIlI g ra nde c forte remo /I"'"
m ãos parn po I' njudar , e allgllle nt I' o .c fl(~ i t o do I me ,
e rup idume n te de svi ar U cU IIÔa das )'(ll r as ; CUInU esta
sã o muito di sp ersas, .lhc uec essa ri o mu da r o remo pa la
11m e ou tro lado da canoa , co n forme a nc ocssidado o P')'
de , e com grande pres tezu ; se n 'es las rnpidas m uda uc us
succede es conegar , 011 ro ssa r fi ca n ôa em alg11lllu pedI a •
ainda quo seja' levemen te. va i no rio, II se faz e m ped.l.
ços , ou ao men os mo r re ufogado.
Todas estas c on sid er a ções du impor tnncin da sua peso
so n , e 11 authorid a de q ue te m , o filzmll res pei ta do de seus
c ompa nhe iros, e tem toda a c hiba ns a de 11 m vilão obsequia .
do e rcspeitudo ., Ven do pois este p roe i ro 'pie nu hum do
dcscun ço me eslava infor mando dos refe ridos poços, c he -
gou-se tumberu pa ra da r noti ci a d'el les c om o quem ti n ha
vindo por vezes pese: r n 'e lles , E n tre a pr@ui g ioga q uun .
tidude de pe ixe , que me di sse se pescava, sendo dos mui.
ores o .Tu ú de 8 palm os , pe ixe de pelle , e que o co me m depo is
de 1'i!llgado e seco, po ry uc fresco é n oc ivo, contou - me
ma is q uo u 'es tes po ços ha vi ao m üis d'ugoa enca n tadas • 'lUO
l-vunta vão graudcs ondas, e fazi ão m uita bulhu , e tinh ão
morto al guns homens, 'c . P edi- lhe a descripç üo d 'es ta s
"r.c, ntn dn ma tro nas , e elle (não obs tante nu nc a a s ter vis .
to ) me fez 11 des cr ipcã o de Ull on Ira mais horrendo , qlll'
aq uellcs qUI) n os pinta Horacio. I nte nt ei desa busal-o j mas
ell e , c torlu comiti va se mostra r ão t ão re.-s cutidos e per.
ri na zes , que - pa ra o contentar , e evit a r al guma su ble 'a ão
m e vi oliri gn do li seguir o pa r ti do das m ã is d'agoa e nc a n,
tada s , Es ta nar ra ção (eu o confesso ) é a lheia d'esle dia.
r io; m as \'li pa ra desenfa do , pa r a fal la r d \ · 'I home ui , o
do se u sc rv iço , e par a nos c o n ve nc rmos de que é di tti .
cultos a em preza o desa ferrar da s su a s opin iões homens
r usticos , e moem a muitos subi os logo que sâ o pres u,
mi rlos,
- 2-1 - Com 3 h. de n n \'cg nç ão passei a ca choeira. do
Bunharon , e o poço do mosrno nor ue , qllll ponco acim a
est á. I avegallrl o tuais t de !t'gou , e da parte con cava da
e ns ea da se avis t ão OEi montes de Aru ru q ua rn , em os qu ac:
l;U representa uma bcllu cidade. E t.'adi'ifl o co us tuut e q ue
II'CS/cS ' montes lia ouro: os ljlH : vão de S. Paul o par;
G oyuz n trn vess ão estas serra . Pouzei mei a lego, acima d?
R io Pi ra c ic aba . Nas vis inhun ca s d'es te r io, e a quaíro ou
c inco jornadas de ' S. P aulo es tã o u m a ~ ug oa s therura es ['I] .

[a] Informando-me em S. Paulo das virt udes J 'cstas agoai\, n ino


gu em me ROU OO fazer a narra ç ão u'"III1> . e menos ..a si,a anulysc ,
A pena s ° Cun ego J oao Ferreira Bueno me disse que hindo cada HZ
mais ca minha ndo pa ra uma consump,; o , foi á ve tu ra fazer uso d'c!.
I w por algu m temps : nao necessitou de faze r ae::ullua vi."TtlO , !,oi.w
- 8G-
- 25 - om li. perda das agoas do R io P ira ci caba "
recluzio o Tietê li. 40 hra ças , e es ta mesma I. rgUI1l parlec
sua s alternativas para mais e para mcnos: ma s nem p'lr
isso ficou mais bn ixo, antes tão fun do, qu e fomos subindo
a remos e a ganchos , e despreza mos os varej ões por falt u
dos ,h a ixios, qne até aqui tem ha vido, pas sa ndo o rio de ex tremo
a ' pxtrem o, ja muito fun do , e j a tão ba ixo que apen as se
pojJe na vegu r: estas irregularidades de fu ndo fa ze m que fi
canõus de negocio por virem carregada s gas tem mais tem.
p({ em o descer', do que g a stã o as qu e na subida vem mais
levianas. Corre o rio entre rib an ceiras mu ito altas, e 08
deus mattos tam bem o são , c tão limpos por baixo que faz
ost o passear por es te continuado bosque.
-- 26 - N'este dia nav egu ei so me n te 4 .~ legoa s po r de .
mora r- me f} ~ hora s em es pe ra r qu e su rg i sse do fundo J,)
r io u ma anta qu e tinh a mos mor to. Esta gra nde caçada
110S en ch eo de uuzer , porque es te r io quan to m ai s para
c ima , ta nto m âis esteril é de ca ça e peix e, pr in c ipul mon ,
te quando está ch eio. Com dia fizemos o nosso hau qu et c
muito melhor, que o de hontcm dia de Na ta l , qUI) PUI' 51J I'
t ão solemne o festeja mos com feij ão , e tou ci nho , e com
m aca cos preparados de quatro mu dos differcn tes.
- 27 - Passei por dous grandes ri beir ões vindos da pa r .
te do me io dia, e pelo baix io J at ny.
- ·2 A - S ete leg oas navegu ei hoje eomp reh eu rlerido-ec n' -
la s o poço 'I'aquaranxiru , o R ibeir ão da Onç a . a e nc ho .
rtra da Pederneira, ond e ha ágnthas, c de t de k goa do
extensão . o R io Sorocubn da parte merid ional, c o. Ri os
Capinlry-gllassfl, e mirim da opposta , dua s ' cu choe irns
ch a madas Itapen,a-gunssú, e mirim, e finalmente um pOI;O
do mesmo nome.
- 29 - Pa ssei duas cachociras , uma. chamada de Mathia»
P eres , e a outra do (iarcia; es te s homen s, e os ou ros
de qu em se tem falindo, immort nlisarão o se u nome á cu s-
t a da sua propria vida, qu e perde r ão n 'est ns a nas outras
c uc hoe ir ns , deixando os se us n omes ao s l o~ ares qlle lhes
er vi rn o de tumulo, Deix ei tres POli oS dcnoiui na dos SIII'II-
pl'lIlf1-mil'im. e glla ssÍl, e o Curuss á, Pouzei defronte do
primeiro sitio , 011 habita ç ão do T ietê.
- :~o - Todo e" te dia navr-gu e] entre inn umerav cis 11108
fundados em as duns margen s do Ti et ê. Admirei-me rlu
mult idão de rupazes, c raparigas, que no pnt co de ca da
UI.III da s casas se ajuntavão para ver em pa ssar as cn n õus ,
o que most ra muito bem a bondade do cl i ma n üo (, pela
fecundidade das mulheres, mas tamb ém pela boa nutr i(:11o
c eÔ1' d 'elle6, e muito prin '1almente pelos pouc"", 1111 1:
em 150 tema id ad e per eci üol poi s pela st a suc cess iva ui.

log J rest abc lecco . O bom effeit • que ellas fizera o :lo est e temera .
8C

nao iuci tou a curi osidade de quem as devia an alysar: pode r


)':.11 0 .
~. o m o firmc·mr'hte cre io qo ... .i norasaem e mcth odo de fazer sernclhan
te. 3.1 a I;.e
- 86:-
n a se v~ c progressivo crescimento de cada um.
Pass ei G cnchoeirns, a snber : os Pilo en s, o Bujuy ,
P irnpor a-mirim , e Itag assab a-mirim, e guass ú. P ara me
poder acenr melhor para e n tra r na Freguezia de Arnritn,
gua ba fiz a lto mui to ced o , e pouzci na casa de um dOi
da comitiva, q ue vem go ver na ndo o batel ão j hospedou -me
muito hem , e regalou-me co m boa c ên de hortalissa , de
fra ngos c leitão ass ados , de gn llinh n ens opa da , e de fruct a
do paiz , tudo feit o pela mu lher co m mu ito a ceio , c me.
lhor vontade, e se m gas to de um só real por ser tudo
da sua cren çno .
- 3 1 - Com o fim do anno de i tumbem fim á minha
na \·cga<:iío. dan do fundo no por to da Frogueaiu de N. S r."
M ;l i dos H om en s de A rnrila g unhu, esca la de todas as cu.
nõas , que vão e ve m do Cuynbá. De S. Paulo pa ra este
po rto s;10 tran sportadas as c a rgas em an imaes POI' c au sa
fias mui ta s cuch oeirns , e de su mma dilficuldade no tran ,
sito que hu ~m 10 ou 12 legons acima de Ararítaguaba,
se ndo d'ahi por dia nte limpo d'elln s o Tiet ê, Passei 6 ca .
c hoeiru s , a sa be r' : o Machado. Tiriri çu , Itunhaern , Avara,
m audna va I J ur umíry, e Cang ueru,

ASNO DE 1'189.

JAXT:IRO S, 9 , 10. - D emorei-me n'esta Freguezia até o


d ia 8 a es pera de bom tempo pa ra poder det e rminar a sua posi -
ção , mas as c huvas m'o im pedir ão; e temendo qu e por
se r o tem po proprio d' ell as ficassem as estradas em peior
estado , me puz e m marcha pelo ca minho de terra , e es-
trada di reit a . e passei pela popul osa e grande Villa d~
Y rú , em cujo/ district o se faz a muior parte do assucar ,
flue se gasta em S. Paulo, e se ex porta , pois a qu nlida .
de do te rreno assi m o pe rmitt e, porq ue nos mezes de Ju .
n ho , J ulho, e Ago sto , ca hin do muit a ge a da em g ra nde
pa rte da Capit ania de S. Pa ulo, e nas c ircunvisinhan çus
d'esta cidade, destrui ndo os cana veaes , e os vegetaes , que
lhe não resis te rn , o terri torio d'es ta Villa é livre d' ella ,
ou pelo me nos cae tão pouc a que não causa pr ejuízo. E ste
phenomeno é somente de vido á na tu reza d'aquelle terreno,
porq ue a ditrerença do n ivel e nt re es ta Villa e a Cidade
de S. Pa ulo n ão será co nsi dera vel , nem tem montes que
a ce rquem, e dis ta de S. P a ulo vin te legoas pouco mais
ou menos.
Ch eg uei á C idade de S. P aulo no dia 10 pelas 4 h .
dn tardo, ten do vi ndo por toda es ta es tra da com g ra nde
sntisfa c ção do meu e,s pirilo pel,o muito qu e é aprazivel todo
nque lle terreno, cheio de rega tos, e de mo rad ores, tod os
lnvrndores , deus dos qllaes me hos pedarão magnificamentc
nus duas noites c/ue pouze i no ca minho, Viverião estes
home ns na ma ior felicidade se c1H'gussem a per suadir-se
que re a lme nte s ão feli zes ~ pois tem a dita de re sp ira rem um
.... t
,r doce; os campo!! sustentão as suas vaccas , e I1nj'mA~.
de carga, c dão boa relva para os de estrebaria, que ã o'
muito bons, e bem nrrondados por ser esta a sua paixão'
dorninunte ; as terras produzem abundantemente tudo quo
1hes {j necessario, não só para ferem as suas familias na
abundancia como para o negocio j a laranja, o' limão do.
ce , e azedo, e a lima, é tanta que, por n ão terem con-
summo , IIpodrecem debaixo das arvores, e assim á proporção'
o mais. É pobre . somente o preguiçoso, porque não full ão
f4!rras para quem as quer culti vur', c' na posse d'esta COI1.
siste a maior riqueza prineipahllcnte sendo (como são) t ão'
ferteis: com tudo a muitos que a cultisüo' ouvi queixarem-
se da pobreza, porque não tinhão com que sustentar o luxo'
e a vaidade, dous inimigos do soccgo do nesso ospirito , e'
da nossa felicida'de.
Em o dia 25 de Janeiro de 1554 se celebrou o pri.
moiro incruento sacrificio n'estu hoje cidade de S. Puukr
fundada lia Lat. A. 23 0 32' 58", e Long. 331 0 22' 3U",
e no plano de um monte cercado pelo' Rio Tamuudoutoy,
c pelo Ribeirão Auhangnbaü , e rlistnnte do Tietê i lego a'
pouco mais ou menos. Este monte domina um campo co.
1'10 de relva e feno, de baixos e lieq.uenos ruattos , ;
quo ehamão capões , dispersos por toda campanha, e de.
baixo de um ar temperado, p~)fIlue 6 ardor do', ver ão fi
ua vizado peras chuvas, IJ o frio do inverno' com o calor'
de sol " li quem a atrnosphera limp issima de nuvens de i XII
IIpparc<:er c om todo seu espl endor. A cõr rubicunda dl
maior parte dos habitantes n'nquellu Capitania (a oxcepç ão
dos de beira mar), a fecundidade das mulheres. o aus
gmento sensivel dos colonos, e a robustez, provão muito bem:
a bondade do clima. O trigo, de qne se faz um ramo con -
sidera vel de commercio para as ne ssas M, nas-Gera es , Goy-:
trz, Cuyabá, l\Iatto-G'rosso, a boa produccão das Iructas
de Portugal, que tem sido transportadas, e as do paiz , s
legume , a s raizes, a carne de vacca , e de porco, eur
nada inferior á de Portugal. a innumeravel multidão da
a ves , o assucur , o lei te , o queijo, a hortalissa produzida
sem maior amanho, fazem ser aquelle paiz um dos inelh
res do mundo.
Porêrn o qne o faz mais celebre e famigerado é 11 fi.
delirlade e respeitoso amor, que os seus colonos tem ao scir
Soberano, e a seus amigos; a sua hospitalidade, libera-
lidudo , candura, ingenuidade, brio, honra, e valor lia"
acçoos militares, em que se tem achado j os importantes'
s érviços feitos ao Estudo. entrunhanuo-se por aquelles imo
mensos sertões sem outra bagagem mais que a pUll'ora U'
11 baila, sem outro rumo mais que o do acaso, dcscubri ndo
n'clles todas as minas de ouro I e pedrnrias que possui mos ,
e que tanto tem en riquecido aos seus posteriores , ficando
elles e seus desoeudenlus pobres.
E ste é o churucter dos paulistas inteiramente desfigu-
r a do paI' todos os hi toriadorcs , ~ue discorrendo por todo
111111.10, a o mestn« tem po qu e l'~ lii o e ncerrados 1I0! seus gnhinel " ,
«ndc por verdadeiras a s uoti crus da da s pelos emulas e ri v ues I
l'l ca pitulüo por barbaros , COIIIO se o va lor , resolu ção , c
in trepidez dependesse m da barbe ridado , e n ão l).~ unimos
honrados e ambiciosos de g loria.

~ o' . O D E 1 '790 .

MAIO 1~. - Sn!n de S. Paulo , e ch(~gur~i :i Vi lla e Pra .


t;n de Santos , fundada na margem meridional de uma es-
pa çosa e I:mpa. bnhin , em lJlIO pode estar um a n ume ros a
armada, . alll'lgada de todos os ventos : 11 ba r ra tnmbem
é limpa. 'c Jlà !! lia necess idade de pilotos pa ra entrar P OI'
elln, Demorei-mo at é o dia 10 de .Jun ho, em qu o me ti l.
á "ela pari! L isboa, em cujo port o dei fu ndo li 2 L de Se.
tembro cu m 10 nnnos e 8 m ze s e meio de au soucia.

o OH. FUANCI5CO ,T ost OE L , -CERO. E A :~llHI1 .\.


~

Longiiudes , contadas da ponta mais occidcntal da Ilh a


do FeITo , dos log ares abaixo declarados pert en -
centes á Capitania de S. Paulo, e R io de Jan ei-
1"0, determinadas por Francisco de Oliveira B ar.

bosa , c Bento Sa nches d'Oriu.


Long: r.« . A . r'lr. E.
D'
Cu
idarle de S. Paulo .. ... :3al° ~(j ' 0" - 23 " 3:.r 30"- 6') 50' Po
Barra tia ' dia de Santos Pa
na E I"(' a eia o ' • • • 3al° 40' 0"- 24° O' O"
00'
Ta
Villu de Sa ntos 331 0 39' 3(f' - ~3 56 ' 15" Cu
Vi lla da Cone iÇflO de Ri
I tan ha cn :. 331 0 2 0 ' 0"- 24 lO' 40 " - 70 2 ::'1'
0

Villu de Iguu pe . •••.••• 3:iOO 3D' 0" - 2.1 0 42' 35"- 7 0 36'
ViII" de C ana ne a •.•••• 33 00 6' 0 "- 2~jf' O' 35"- 7 n ':"J7'
V illa ele Pura na gllá .• .. :129° :3fj' 0"- 2:",0 31' ao"- o ' Cu
Yilla de Gu urn tu bu • •• • 32UO :30' 0"- 25° ;:-)2' 25 " - 8° ao'
Vill a ele Arnra pir, .•••• - 25° 14' 30"
B arra do R . ele U na •.• - 2 40 :.W' 5 0"
la rru ela Bertiog a • ••• • - :2:3° s L' 35"
' illu de S . S eb a st ião . .. 3:l3° O' 0"- 23° 47 ' 40 " - 6° 45 '
' illa de U batuba •• • •• • :333" :>0' 0 "- 23° 26' 3"- 6° 3 0'
P u utu de N . da Ilha de Ta
St. n Catharina • •• • •• - 2 7° 22 ' 3D" Cu
Villa de N. S. do Do st cr- Pa
ro da diet a Ilha •• • • •• . 3 2 9 0 211' 0" - 2 7° 35 ' 36"- 9 0 47' Ti
R io de Ja nei ro ••• ••••• 3:1·to 50 ' 15'.'- 22° 54' 15 "
C abo Frio .. ...•..••• • 330 0 2' 13" - 22 0 58' 8"
P o utn do S du I lh a de
~ .a Cathurin a • • • . . • • • •. • • . •• • • • • • ~no 50 ' O"
- 89-
Longitud88 , L atitudes, e Variações da Buesola , dos
Iog ares abaixo declorados , dos quaes se faz men-
ção n'estc D iori o , •suppotulo a Ilha do F erro 20~
30' para o Occidente de Paris.
Long. t.« A. Varo N E.
B arra do Rio Gunporé.. 312° 58 ' 30 " -11° 54' 46"- 9° 30'
'1\. F orte do Principe dn Beira 3 13° 27' 30"-12° 26' 0"- \}0 40'
S. D estaca mento das Pedras 315 0 7' 31 "-12° 52 ' 35"- lO"
Villa Bella 318" 12' 0"- 15° O' 3"-lGo 3 0'
III Villu Mar ia .•• • , • •• ••• 3200 32' 0"-160 3' 33 "
OI' Villa do Cnvnhá .••.• .• 32~0 5' 15" -15° 35' 59"-100
til. S. Pedro d'EI-Rei ...... 32lO 32' 15"-16° lO' 4"- 9° 30 '
e· Barrn do Rio Cuyabá , .. 321° 20' 0"-170 19' 43" - 100
Alboquerqne •••••••••• 32()0 33 ' 15" - 19" O' 8"-10° :10'
Ba rr a do Taquary ••• t : 32 (,°50' 18" -10° 15' l G"
Coim bra N ovn 32Do 3 l' 45"- H)CI 55' 0"-10°39'
Ba rra do Cu xiim 32:l° 7' 18"- 18° 33' 5B"- Do
Fazenda de Cumnpuurn .. 324° A' 45 "-19 u 35 ' 14"- 9° 27 '
UI Cidade de S. Pa ulo... .. 33 1° 2:2' 30"-23° 32' 58"- 7 0 ir,'

Numero de leg oas de caminho de terra , c de cada um rio


que nav:?guei.
D esde V iIIa Belln at ê o C uyahá 9<1
C uv a b á a té •••• ••••••• ••••••••••••••••••••••• · ••• 64
P or rudos. • • • • • • • . • • • . • • •. . • • • . • • • . . • • . • • • . • • • • • •• 2ij
P, I'ngllay •••••••• • ••••• ••• •• o o . , • • o o • • • • • • • • • • • • o 3!l
'I'aquary , ••••• o o • • o • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • 90
C uxiim ••••••••• • • • • •••••.••• . 0 o ••• 4
R io Carna puam .••. •• o o o •• 0.0 • o., o •••• •••
• 17
_ Pardo . . . . . . • . . . . . . . . . . . • . . . • . . . . . . . . . . . . . . . 75
_ Grande •••.•••• •••••••••••••••• •• 0.0 ••••••• 29
- - T ietê 152
C aminho de terra • • • . . • • • . . . . "' .•.•.•• 1 •••• •••••••• 23t

Sommn ••• •048t

Numero das Cachoeiras de cada um dos rios.

Taq~l.ary . • •• • ••••••••••• "' ••• I............


24
C UX 11111•••• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
1
P ardo •••••••••••••••••••• •••••••••••••••• •••••••• 33
Tietê . . • .. . • . . • • • . . • . .. . . . . . . . . . . . • . . . • • . . . . . . . .. 55
Somma •••• U'

De. LA-CERDA.
Pago L ins. E rros, E mendas.
5 20 51' ••• ••• • ••••• 57'
7 15 Lat. 58° 8' • • • • •L a t. A. 58' 8"

"
41 8 :to. •••..••. •. 8 t
29 17 L ong, 3 16° ..... Long. 3170
3 19 Long. 32° •• ••• .L ong. :3200
73 37 occasição•• •• •• occ sião
8 40 esquorsilas••••• •exquisitas

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S . Paulo. - 1841. - Na 1'ypogn phia de C OSTA S u.n;ll14o

Ruu de S . Gonsalo R. O 14.

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