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Existem intervalos melódicos em que tocamos as notas uma de cada vez e intervalos
harmônicos, que tocamos simultaneamente as notas. Para cada distância entre duas
notas temos uma classificação específica de intervalo, com subdivisões na qual
veremos adiante.
Intervalos de segunda:
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Segunda maior é o intervalo entre duas notas que tem um tom de distância.
No Carinhoso temos entre as duas primeiras notas uma segunda maior
descendente e no Noites Cariocas segunda maior ascendente.
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Intervalos de terça:
Terça menor é o intervalo entre duas notas que permite um tom e meio de distância.
No exemplo Vibrações temos a terça menor ascendente.
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Terça maior é o intervalo entre duas notas que permite dois tons de distância.
Podemos usar os mesmo exemplos de Noites Cariocas e Carinhoso para identificar
esses exemplos.
*Outro exemplo clássico de terça maior é o inicio de “Eu sei que vou te Amar” de Tom
Jobim.
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Intervalos de quarta:
A quarta justa é o intervalo entre duas notas que permite dois tons e meio de
distância. Ou seja, dois tons e um semitom. Confira no “O Vôo da Mosca” os
exemplos ascendente e descendente.
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A quarta diminuta tem a mesma distância da terça maior, dois tons, na forma
ascendente ela é usada apenas para escrita, quando temos uma terça menor e não
queremos usar bequadro para usar a terça maior, usamos a quarta diminuta.
Confira no Exemplo:
Entre fá e sol temos 2ª maior, entre fá e lá bemol temos terça menor, já entre fá e si
dobrado bemol temos 4ª diminuta. Poderíamos perfeitamente usar um bequadro que
anula o bemol do lá e usar o lá. Neste caso seria uma terça maior medindo intervalo
com o fá ascendente, mas como a opção foi si dobrado bemol, temos a quarta
diminuta.
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Intervalos de Quinta:
A quinta justa é o intervalo entre duas notas que possui 3 tons e meio de distância.
Confira o exemplo da introdução de Encantamento, choro de Elias Barboza.
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A Quinta Aumentada é a distância entre duas notas que permite 4 tons de distância
entre duas notas.
Na forma descendente:
Intervalos de sexta:
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Intervalos de sétima:
A sétima maior é o intervalo que permite 5 tons e meio entre duas notas. Confira o
exemplo harmônico:
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Intervalo de oitava:
O intervalo de oitava é aquele que permite 6 tons de distância entre duas notas. A s
notas que formam intervalo de oitava são as mesmas. Elas apenas se encontram em
alturas diferentes na partitura.
Para exemplo temos o clássico Língua de Preto, de Honorino Lopes. Conta-se que
Pixinguinha improvisava horas sobre essa polca sem nunca se repetir. Hoje tocamos
esta música como um maxixe.
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Exercícios:
1. O que é um intervalo?
2. O que é um tom?
3. O que é um semitom?
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ESCALAS:
Escalas Maiores
Escala maior é formada pelos intervalos de tom, tom, semitom, tom, tom, tom,
semitom. A escala maior modelo, é a escala de dó, a dita escala diatônica formada
por:
Dó –T- Ré – T – Mi – st – Fá – T – Sol – T – Lá – T – Si – st – Dó
Exercícios:
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Uma maneira pratica e rápida de identificar as escalas maiores é conhecendo o CICLO DAS
QUINTAS, onde as tonalidades estão dispostas em quintas e a cada quinta vamos
acrescentando um sustenido a mais no sentido horário do Ciclo. No sentido anti-horário temos
o ciclo das quartas em que a cada tonalidade vamos acrescentando um bemol.
Olhando a figura a cima podemos ver claramente o Ciclo das Quintas. A partir da tonalidade de
Sol maior, temos o primeiro sustenido FA# e em cada nova tonalidade acrescentamos mais um
sustenido, sendo que a “Ordem dos Sustenidos” disposta na partitura é
No sentido anti-horário podemos ver o Ciclo das Quartas, em que a cada tonalidade
adicionamos um bemol, sendo que a “Ordem dos Bemóis” disposta na partitura é:
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Confira as escalas maiores com seus sustenidos, seguindo o ciclo das quintas e a
ordem dos sustenidos e logo após as escalas maiores com seus bemóis seguindo o
ciclo das quartas.
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Escalas Menores
Existem três tipos de escalas menores. A escala menor natural, menor harmônica e
menor melódica.
Para formarmos uma escala menor partimos do sexto grau de uma escala maior e
assim formamos sua ESCALA MENOR NATURAL relativa do tom maior. Ou seja, se
a escala de Dó maior é Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si, seu sexto grau é Lá e para formarmos
a escala menor natural basta seguir a ordem natural dos sons, com o mesmo número
de acidentes da escala relativa maior. Então na escala de Lá Menor Natural temos:
LÁ - T –SI – st - DÓ – T – RÉ – T – MI – st – FÁ – T – SOL – T - LÁ
Exemplo
: Este sol com sétima é o quinto grau da escala maior de dó, prepara o acorde
de dó e suas notas pertencem a escala maior. Já na escala menor natural, se
empilharmos o quinto grau em terças vamos ter um acorde menor com sétima, ou
seja, não temos o trítono e o som da preparação. Para isso formamos uma nova
escala, a dita, elevando o sétimo grau da escala para termos a terça maior, no quinto
grau e obtermos o trítono tão usado no choro brasileiro.
Assim o 5º que na menor natural seria mi menor, na harmônica será E7 que prepara
Am.
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Confira as escalas menores nos seus diferentes modos. Lembrando que a melódica
esta sem a descida que ocorre na forma natural.
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Para sabermos a escala relativa maior de qualquer escala menor basta pegarmos o
terceiro grau da escala que estará a um tom e meio de distância da nota fundamental
que da nome a escala menor.
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Exercícios:
servem?
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Harmonia:
Quando tocamos simultaneamente duas notas musicais, nós temos um intervalo
harmônico. Já quando agrupamos três notas ou mais em terças sobrepostas nós
formamos um acorde.
Confira no exemplo:
A B C D E F G
Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol
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Através deste outro quadro podemos ter outras indicações de cifragem também, que
se unem ao quadro anterior.
b # m 5 6 7 9 11 13 º
ou
M
Bemol Sustenido Menor quinta sexta sétima nona Décima Décima Diminuta
Ou Ou E Primeira Terceira Acorde
Diminuto Aumentado Maior 4ª 6ª menor
em em alguns Uma Uma Com
alguns casos oitava Oitava quinta
casos acima acima diminuta
E sétima
diminuta
Sendo assim estaremos constantemente usando esses dois quadros para representar
diversos tipos de acorde como por exemplo:
C dó maior
C7M dó com sétima maior
Dm7 ré menor com sétima
Dm7(b5) ré menor com sétima e quinta bemol
Fº fá diminuto
E(#5) mi com quinta aumentada
D7(9) ré com sétima e nona
O acorde maior vem somente com a cifra, sem precisar de mais nada para
indicar que é maior.
O acorde com sétima menor se indica através do 7, sem precisar de m do lado
para indicar, ao contrario da sétima maior que precisa.
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CAMPO HARMÔNICO
Para termos um acorde maior (C) precisamos de – terça maior e quinta justa.
Como descobrimos isso?
Para termos um acorde menor (Dm) precisamos de terça menor e quinta
justa. Como descobrimos isso?
Para termos um acorde maior com sétima menor (G7), precisamos de terça
maior, quinta justa e sétima menor.
Para termos um acorde “meio diminuto” Bm7(b5) precisamos de terça
menor, quinta diminuta e sétima menor.
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E podemos concluir mais ainda. SEMPRE que pegarmos uma escala maior e
quisermos montar seu CAMPO HARMÔNICO MAIOR, ele estará na mesma
disposição que o de dó maior, seguindo este padrão abaixo:
Exemplo:
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O IIIm tem duas notas em comum com a tônica. Logo ele tem função tônica.
Numa cadencia como C A7 Dm G7, muitas vezes se substitui o C por Em, ficando Em
A7 Dm G7.
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Normalmente ao lado do IV, usamos o IVm, um acorde que chega que empréstimo
modal da tonalidade homônima da música, ou então usamos um acorde meio tom
acima diminuto, ou também em vez do quarto grau maior usamos um acorde
IV#m7(b5) e depois o quarto menor.
São várias possibilidades. Muitas vezes, após o quarto menor, ou diminuto, usamos o
IIIm ou a tônica.
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maior e a sétima menor, que chamamos de trítono. Esse som entre esses intervalos
causa a sensação de preparação. Estamos preparando pra resolver na tônica.
Exemplo: Dm G7 C
No Velhos Chorões da Luciana Rabello, temos o acorde de dominante C7 preparando
a tônica F:
Exemplo: C A7 Dm G7
No Velhos Chorões temos diversos dominantes secundários. A tonalidade é Fá maior.
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A terça maior de G7 é si e a sétima menor é fá. A terça maior de C#7 (que está a um
semitom de distância de C) é mi sustenido ( enarmônico de fá) e a sétima menor é si.
Logo o mesmo som de preparação estará presente nos dois acordes, preparando o C.
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Exemplo: C Bm7(b5) E7 Am
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Podemos ver claramente nos choros Noites Cariocas (Jacob) segunda parte e
Recado (Rossini Ferreira).
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Como temos três escalas menores. Logo temos três campos harmônicos do modo
menor. Porém podemos fazer uma comparação com os graus mais usados nos choros
em tom menor e fazer um novo campo harmônico que seria o mais usual no choro,
unindo um pouco de cada um dos campos a seguir:
Unindo os graus mais usuais no choro ficamos com o seguinte campo harmônico:
Como podemos ver. Utilizando o sol sustenido somente para deixar o quinto grau
maior e poder usar o trítono criando o E7. Além de usar sétima no sétimo grau, para
que ele atue como dominante secundária do terceiro grau maior.
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O Im é a tônica. Na maioria das vezes ele inicia a música quando ela é menor.
Exemplo:
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muitas vezes ele até atua como segundo cadencial, antecedendo a dominante
como poderemos ver a seguir na segunda parte que está em ré menor, do choro
Velhos Chorões de Luciana Rabello:
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O “espiritual” que Ronaldo se refere, quer dizer que para interpretar esta música é
necessário sentir, ter fundamentação e compreensão histórica de seus compositores,
sua grandeza, para então tentar entender a mensagem que o compositor quis passar
e dar sua interpretação e contribuição pessoal a esta música.
Para compor não é diferente. A música já tem tradição centenária, sua estrutura já
foi definida com muitos caminhos possíveis que estão sendo explorados desde 1845,
o que nos leva a obvia conclusão que para compor choro a primeira medida a ser
tomada é ouvir a discografia do gênero, prestar atenção nos detalhes, tirar choros de
ouvido (melodia e harmonia) e participar de rodas de choro.
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Cada uma destas partes terá dezesseis compassos e em cada parte de dezesseis
compassos, faremos uma subdivisão em 4 compassos cada. Esta estrutura é
chamada de rondó. Subdividimos a parte de 16 em A , B, A” e C, cada uma contendo
quatro compassos. Confira os exemplos abaixo para entender:
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| : I | IIm | V7 | I | - A
| I | IIm | V5 | I V7/IV | - A”
IV IV#º | I | V7 | I V7 : C
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Podemos observar também que as notas que formam esta polca são notas que
pertencem a tais acordes e se não pertencem, são extensão do acorde, como nos
últimos três compassos que no acorde de C temos a nota lá que é a sexta maior e no
acorde de G7 temos um mi, que é a décima terceira. Com isso podemos inicialmente
observar que um choro é formado por arpejos e notas de extensão do acorde, ou
“escala do acorde” também chamado.
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EXERCÍCIO:
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| : I V7/IIm | V7/V7 | V7 | I |
| I | V | V7/V7 | V7 |
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