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Caderno de Direito Civil V - Família– 1º Bimestre

30/07/18 - Segunda

 Plano de Disciplina do blog:


o Está com a Bibliografia desatualizada
o Ele não seguirá a mesma ordem, pois começará a matéria por Relação
de Parentesco

 Não teremos aulas: de 17 a 31/08/18 (professor estará no doutorado em


Portugal). Ele vai marcar a reposição.

 Prova: Geralmente valendo 10,0 pontos

 Melhores autores de Direito de Família para o Professor:


o Cristiano Chaves de Farias e Nelson
o Rolf Madaleno

03/08/18 – Sexta

Direito de Família

 Previsão Legislativa:
Dentro de uma previsão que o Sistema legislativo traz da matéria temos três
fontes legislativas dessa disciplina:

1- CF/88 – Art.226:
O Direito de Família parte da Constituição Federal

2- CC/02 – Art.1511 a 1783:


O Direito de Família se aperfeiçoa no Código Civil

3- NCPC/15 – Arts. 693 a 699 e Arts.731 a 734:


O Direito de Família se aperfeiçoa no Código e Processo Civil

Tudo o que precisamos saber sobre Direito de Família está na CF/88 no artigo
226, sendo que a constituição não estabelece regras, ela apenas prevê, ou
seja, ela programa relações de família, são normas de conteúdo programático.

Enquanto na CF temos a norma programada, temos no CC a norma


desenvolvida, por exemplo, o artigo 226, §1º da CF/88 descreve sobre o
casamento, porém não descreve como deve acontecer o casamente e nem
como se dá a gratuidade do casamento e etc.

 Art.226, §1º, CF/88:


“A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado:
§1º. O casamento é civil e gratuita a celebração”

Já no Código Civil tenho nos artigos 1512, 1525, 1534 o mesmo tema
casamento, porém trazendo regras:

 Art.1512 do CC/02:
“O casamento é civil

226§1º: ato gratuito (não diz como se casa, como é gratuito,

1512

 Estruturação da Disciplina:
A Estruturação da Disciplina está toda dentro do CC (dos artigos 1511 a 1783)

a) Relações Pessoais:
Pessoas se relacionando para criar ambiente de família.
Na Constituição Federal temos os seguintes tipos de Relações Pessoais
(art. 226, §1º, §º2, §3º e §4º da CF/88):
- Casamento
- União estável
- Famílias Monoparentais

b) Relações Patrimoniais:
Dentro do Direito de Família no Brasil é regulamentada pelos Regimes de
Bens (Comunhão universal, parcial e etc). A Vida de família não é só de
contato pessoal, tem reflexo na vida patrimonial.

c) Relações Assistenciais:
Assistência dentro do Direito de Família não é só sentimental, ela é
econômica. Quando pedimos ajuda financeira a alguém por conta da
relação familiar, então pedimos: Alimentos (tem previsão implícita na CF,
intrínseca na CC e muito mais intrínseca no CPC).

d) Relações Convivencial:
O Pai que briga na justiça para conviver com o filho retrata bem dessa
relação convivencial também prevista na lei.

Relações de Parentesco (arts 1591 a 1595 do CC/02)

 Linhas de Parentesco (arts. 1591 e 1592, CC/02)


- Art.1591, CC/02 – Linha Reta:
Na linha reta os parentes são os ascendentes e os
descendentes.
- Art.1592, CC/02 – Linha Colateral

 Graus de Parentesco (art.1594, CC/02)


Graus de parentescos significa proximidade, são gerações
Toda relação de pais e filhos é uma relação de 1º grau, parente de primeiro
grau somente existe na relação de ancestrais e descendentes diretos.

Então para eu informar o meu parentesco com alguém tenho que saber de
onde estou saindo e onde quero chegar, por exemplo, para saber qual é o
parentesco que eu tenho com meu neto, então digo:

o Parente em linha reta, ascendente de 2º grau

Linha Colateral:
Sempre começa no segundo grau, na linha colateral NÃO existe parente de primeiro
grau.
Para o Direito Civil Brasileira somente importa o parentesco de até 4 na linha colateral.
Na linha Coleteral tem parte do Direito que diz que é parente até o 2 grau (por
exemplo,

Herança (Sucessão) : Colateral de 4º grau


Constituir Família (Casamento, união estável): Primo não é parente (1521, CC/02 –
Vide: arts 1º a 3º, DL 3200/41)

Casamento Avuncular: Casamento entre Tio e Sobrinho (é imoral, porém não é ilegal).

Montar a árvore genealógica em casa.;;;;;;;;;;

Além dos parentes em linha reto existe outra forma de enxergar os parentes é
a linha colateral ou transversal. A linha reta é infinita, um traz o outro, já a linha
colateral não, tem o ponto de início e fim, não é infinita.

Meu irmão é meu parente colateral em 2º grau

06/08/2018 – Segunda-feira

Relações de Parentesco – Continuação

Linhas:
- Reta– art.1591 do CC/02 (ancestrais e descendentes – linha perpetua)
- Transversal/Colateral– art.1592 do CC/02 (existe uma limitação, pessoas que provem
de um mesmo ascendente comum)

Graus:
- Gerações (Parentesco em linha reta)
- Proximidade Parental (Proximidade na linha colateral, sempre começa no 2º grau e
termina no 4º grau)

Tipos de Parentescos – art.1593 do CC/02:

No Art.1593 do CC/02 temos: Os três tipos de parentesco (porta de entrada para a


família), ou seja, as três caracterizações para vínculo de parentesco:

1-Por natureza (sanguínea, genética):Ter a mesma carga sanguínea


(natureza, sanguínea, genética)

2- Por ato Civil:Posso figurar na condição de filho por um ato decorrente por
intervenção do Direito Civil (Adoção, sem qualquer diferença entre sangue e
adoção). Os Vínculos de Sangue e Vínculo de adoção possuem os mesmos
direitos e as mesmas (art.227, §6º do CF/88). Efeito Ex-Nunc.

3- Outra Origem (Filhos de Criação, FilhoSócio afetivo): Relação social,


uma convivência de pais e filhos e dessa relação desperta um sentimento que
os tornam vinculados como parentes. Efeito Ex-Tunc (primeiro eu tenho a
convivência para depois ter uma decisão por ato civil)
Todos possuem os mesmos direitos e os mesmos deveres.

Outra Forma de Ganhar Parentes – art.1595 do CC/02:

Todo casamento ou união estávelfaz com que todos os parentes de seu cônjuge viram
seus parentes também. O nome desse tipo de Parentesco por Afinidade:

“Afinidade” “In Law” (Por força da lei)


“Afins”

Por força dessa relação jurídica todos os parentes do cônjuge(ascendentes,


descendentes e irmãos do cônjuge ou companheiro – art.1595,§1º do CC/02) se
tornam seus parentes.

Então, a mãe do cônjuge, que é parente de primeiro grau em linha reta desse cônjuge,
vira seu parente de primeiro grau em linha reta também. Não pode se dissolver.

1521 do CC/02:
Não podem se casar os afins em linha reta.

1723 do CC/02, §1º:

Não tenho que deixar herança e a pensão, de regra não, porém em alguns casos
isolados encontra-se casos de ex-nora pagando pensão para ex-sogro, por exemplo.
O vínculo que perdura é a proibição para casamento.

Linha reta é sempre indissolúvel. Nunca será desfeita, mesmo anulando o casamento.
Já a Linha Colateral (Transversal), terminando o casamento ou a união estável, se
desfaz o parentesco (art.1595, §2º do CC/02).

A depender do caso, não há vínculo de irmãos por afinidade (seu filho e o filho de seu
cônjuge). Porém, se eles forem criados desde pequenos como irmãos, então pode
criar entre esses filhos e o cônjuge de seus genitores a relação de parentesco sócio
afetivo. Isso deve ser analisado pontualmente e veremos isso melhor no final do
semestre.

Pai não é igual a genitor, posso ter sido gerado por uma pessoa, porém não tendo
nenhuma relação com ele. Então pode ser que, por exemplo, o padrasto seja muito
mais importante ou tão importante quanto ao pai que é o genitor. Existe uma lei que
permite que se acrescente ao nome o sobrenome do padrasto no registro Civil - Lei
11924/09.

Casamento:

Toda e qualquer legislação que estabelece uma noção de família vai tratar sobre o
casamento. Casamento é a forma,no Direito de Família Brasileiro, mais tradicional de
constituição de família.

Constituição Federal (art.226, §1º e §2º do CF/88) e o Código Civil (art.1512 e art.1515
do CC/02) admitem duas modalidades de casamentos:
1- Casamento Civil
2- Casamento Religioso com efeitos Civis ( ver também art.71 da Lei 6015/73)
 Art.226,§§1º e 2º da CF/88:
“A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado:
§1º. O casamento é civil e gratuita a celebração.
§2º. O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei”

 Art.1512 e Art.1515 do CC/02):


“Art.1512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração
§único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão
isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for
declarada, sob as penas da lei”

“Art.1515. O casamento religioso, que atender às exigências...”

 Art.71 da Lei 6015/73 – Lei de Registros Públicos:


“Os nubentes habilitados para o casamento poderão pedir ao oficial que lhe
forneça a respectiva certidão, para se casarem perante autoridade ou ministro
religioso, nela mencionando o prazo legal de validade da habilitação”

Desde de jun/1890 o casamento tem que ser celebrado na modalidade Civil. Para
produzir os efeitos jurídicos deve se submeter a uma série de etapas que a legislação
civil estabelece.O casamento é um negócio jurídico.

Até jun/1890 o casamento tinha que ser celebrado na modalidade religiosa (católica
apostólica romana). Era casado de acordo com os cânones do Vaticano. Porém, para
respeitar a tradição vai ser permitido que, uma vez casado perante a sua congregação
religiosa, a tradição será respeitada. Porém, será necessário pegar uma prova dessa
união religiosa para registrar nos termos da legislação brasileira. Caso contrário, ou
seja, se não registrar no cartório, para a lei brasileira você não é casado.

Capacidade jurídica para o casamento – Art.1517 do CC/02:

- Ser maior de idade: 18 anos acima;


- Idade núbil no Brasil se dá com: 16 anos (idade mínima para casar), pessoas
que já atingiram 16 anos já possuem a idade mínima para casar e, por tanto,
são chamados de Nubentes. As pessoas de 16 anos são relativamente
capazes, porém,para praticar atos da vida civil necessitará de assistência
(Suprimento de capacidade para casamento) para a autorização desse
casamento, suprindoassim a incapacidade para casar. Se esse jovem de 16
anos for emancipado, então não se faz mais necessária essa assistência.

Temos duas formas para adquirir o suprimento de incapacidade:

1- Suprimento Voluntário de incapacidade:


Toda pessoa menor de idade está submetida ao Poder Familiar (Pátrio
Poder) – art.1630 do CC/02. Portanto, os pais assinarão os documentos
junto com o filho menor.

2- Suprimento Judicial de incapacidade:


Acontece quando existirdivergências dos paisou quando ambos os pais
não querem autorizar o menor ao casamento (art.1631, §único do
CC/02). Os direitos parentais serão exercidos em conjunto, por isso hoje
em dia se fala em Poder Familiar e não Pátrio Poder.

No caso de divergência dos pais oterceiro isento para resolver o conflito


é o juiz (Juiz de Direito da Vara de Família). Se os dois se recusarem
procura-se um advogado para fazer a petição inicial e faz um termo
para ser curador do menor.

Consequência:

- Essa consequência vale apenas para o Suprimento Judicial de


Incapacidade:Como o Poder judiciário foi provocado, e a maior idade
ainda não foi atingida, o legislador entendeu que o menor deve ser
protegido de alguma forma. Ele te permite casar, porém coloca um
escudo no Patrimônio por um determinado tempo. Na hora que o
casamento é dado por celebrado, o regime obrigatório é o de:
Separação Obrigatória de Bens. Ao alcançar a maior idade o Estado
pode ser novamente provocado para a troca do regime de bens
(art.1641, III CC/02).

10/08/18 – sexta-feira

Da capacidade para o casamento - continuação:

Temos três hipóteses para 1520, CC (perdeu a eficácia com relação ao crime, porém
não de acordo com a gravidez).
a) Evitar que uma pessoa
b) Natureza Criminal:
c)

Ver art.107, VII e VIII do CP (Revogado pela Lei 11.106/2005): antes se o homem
estuprava a mulher, porém se depois casar com essa mulher era extinta a sua
punibilidade pelo fato dele ter se casado. O legislador penal revogou essa
possibilidade. Hoje o estuprador pode até casar com sua vítima, com a autorização
judicial, porém não deixará de responder pelo crime que cometeu.

1521, CC – Não podem se casar:


Vai cair na prova uma questão sobre Impedimento (me caso com toda e qualquer
pessoa exceto as que estão no rol do artigo 1521, CC). O ato é nulo de pleno direito,
pois são normas de ordem pública (Nulidade, ex tunc). A lei brasileira está impondo a
sua vontade, não dá margem para discordar.Por força do 1548, II, CC o casamento é
nulo de pleno direito.

Inciso IV (vide DL 3200/41, arts.1º e 3º): Eu pretendendo me casar com o colateral de


3º grau basta que procure dois médicos e esses médicos atestem que os eventuais
filhos não correm o risco de alterações genéticas. Esse exame é através de exame de
sangue (Condição “Sine qua non”). Não importa se o casal é homossexual ou
heterossexual, ambos precisam passar pelo exame.

Inciso VII: o homicídio é doloso. É necessário a sentença condenatória transitada em


julgado para a comprovação do dolo. Se o casamento ocorrer antes do trânsito em
julgado, então nulidade com efeito ex tunc (1521, CC).

Inciso VI: pessoas já casadas. No âmbito penal o que conhecemos como bigamia no
âmbito civil conhecemos como impedimento. Somente pode se casar novamente nos
casos de: divórcio, morte ou nulidade. Porém, pessoas que são casadas no papel,
porém que não vivem mais vida de casadas. Mesmo tendo o vínculo jurídico eles
vivem em uma situação de separação de fato. Antigamente poderia ser ajuizada uma
ação de Separação Judicial. Nem no caso de separação de fato e nem no caso que
existia de separação judicial não pode a pessoa se casar novamente, porém pode
constituir uma união estável (art.1723, §1º, CC)

De 13/08/18 a 31/08/18 – Não teremos aula


Professor estará em Portugal

03/09/18 – Segunda-feira

Causas Suspensivas – Art.1523 do CC/02:

As causas suspensivas não se aplicam a união estável, é exclusiva ao casamento,


tratando-se de direitos meramente patrimoniais. As causas suspensivas são
consideradas recomendações e não proibições. Além de ser algo exclusivo do
casamento, é considerada momentânea.

A consequência da causa suspensiva gera apenas como consequência a imposição


de regime de separação obrigatória de bens.

Toda vez que tenho a causa suspensiva existe uma pessoa que está vulnerável, essa
vulnerabilidade é temporária e o problema precisa ser resolvido. Enquanto não estiver
resolvido o problema recomenda-se que não se contrate o casamente. Se não quiser
seguir a recomendação da lei não tem problemas, porém o regime de bens do
casamente vai ser o mesmo do suprimento judicial de capacidade, não se escolhe o
regime de bens e a lei separa o que é de cada cônjuge. Depois pode ser alterado o
regime de bens, porém nesse momento o patrimônio é totalmente separado.

Ex.: Maria é casada com João e tem um filho: Matheus. João morre e mais adiante a
Maria quer casar novamente com José. Se o inventário de João não foi aberto ou
finalizado, então a lei recomenda que Maria não caso com José para resguardar o
patrimônio de Matheus. Recomenda-se que espere o término do inventário para que
Matheus receba a sua herança e assim o Patrimônio de Maria não se misture com o
inventário de José. Se mesmo assim Maria quiser casar de José, então ela não poderá
escolher o regime de bens até que se ressalva o inventário de João.

Obs.: Toda pessoa que falece dentro do Brasil gera por parte do interessado um prazo
de 2 meses para abertura do inventário (Art.611 do CPC). Se não for aberto dentro
desse prazo gera multa a ser paga.

A ideia é a proteção do patrimônio de alguém que está vulnerável. Se eu hoje me


pretendo me casar com alguém eu escolho a modalidade de casamento, vou verificar
se tenho capacidade para casar, se sim, preciso ter suprida ou não minha casada, vou
verificar se posso ou não casar com a pessoa que estou querendo, verificar se existe
alguma restrição patrimonial para aquele casamento. Se não houver prejuízo a
ninguém o juiz poderá afastar a causa suspensiva.

O legislador estabeleceu um rol taxativo no art.1523 do CC/02. São quatro as


possibilidades:

 Art.1523, CC/02:
“Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido,
enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha
aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo
ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da
viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou
decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes,
irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou
curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não
estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que
não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos
incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de
prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e
para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a
nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de
gravidez, na fluência do prazo”

O inciso II do art.1523 é o melhor exemplo de afastamento da causa de suspensiva,


uma vez que só apresenta um exame médico para afastá-la. Esse prazo de 10 meses
é para o caso da mulher estar grávida do falecido.

Inciso III: Existem apenas três formas de acabar um casamento no Brasil:


1- Morte
As outras duas formas dependem de manifestação de vontade:
2- Divórcio
3- Invalidade do casamento (casamento nulo ou anulável)

Na hora que acaba um casamente é necessário resolver as demais relações.


Por exemplo ao terminar um casamento, temos que resolver as relações
patrimoniais.

Não vai existir relação secundária (Ex.: Relação Patrimonial) se não existir
relação principal (Casamento). Acaba o casamento acaba também o regime
patrimonial. Ou seja, com o fim do casamento se tem o fim também do Regime
Patrimonial, porém não se perde os direitos adquiridos referente aos bens.

É possível decretar o divórcio sem a divisão imediata dos bens. Ou seja, aquilo
que for mais rápido de ser revolvido será, o que for mais demorado poderá ser
prolongado, o que gera uma causa suspensiva no caso de interesse em
contrair um novo patrimônio.

Veja Súmula 197 do STJ e o art.1580 do CC:

 Súmula 197 do STJ:


“O divórcio direto pode ser concedido sem que haja prévia partilha dos
bens”

 Art.1580 do CC/02:
“Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver
decretado a separação judicial, ou da decisão concessiva da medida
cautelar de separação de corpos, qualquer das partes poderá requerer
sua conversão em divórcio.
§ 1o A conversão em divórcio da separação judicial dos cônjuges será
decretada por sentença, da qual não constará referência à causa que a
determinou.
§ 2o O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os
cônjuges, no caso de comprovada separação de fato por mais de dois
anos.”

Ver também Súmula 377 do STF:


 Súmula 377 do STF:
“No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos
na constância do casamento”

Inciso IV:Enquanto eu for tutor (representante da pessoa em todas as relações


pessoais e patrimoniais) ou curador (representante exclusivamente da vida patrimonial
de uma determinada pessoa) de alguém, nem eu, nem meus descendentes, nem
meus ascendentes, nem os parentes colaterais de 2 grau (irmãos), nem meus
cunhados e sobrinhos devemos nos casar com essa pessoa que eu represento. Essa
recomendação é feita, pois eu tenho acesso a vida patrimonial dessa
pessoa.(Observação: Cuidado com essas pessoas que aparecem no inciso IV,
pode cair na prova).

O impedimento matrimonial recai sobre a pessoa (Permanente). Na causa suspensiva


a essência é a proteção de patrimônio (Temporária).

 Art.1641, I do CC/02:
“É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas
suspensivas da celebração do casamento”

Processo de Habilitação:

Sempre vai acontecer antes da realização do casamento. Esse processo possui 5


etapas e todas elas são realizadas dentro do cartório. Quem vai conduzir esse
processo é o oficial do cartório de registro civil acompanhado do juiz de paz. Esse
processo começa pela iniciativa das partes. São as cinco etapas:

1- Requerimento
2- Juntada de documentos previstos pela lei (art.1525 do CC/02):
 Art.1525 do CC/02:
“O requerimento de habilitação para o casamento será firmado
por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido,
por procurador, e deve ser instruído com os seguintes
documentos:
I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência
legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não,
que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento
que os iniba de casar;
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência
atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença
declaratória de nulidade ou de anulação de casamento,
transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.”

3- Publicidade ao processo de habilitação “Editais de Proclamas” (se isso não


acontece o processo de habilitação é nulo): A partir dessa etapa que se pode
arguir a nulidade dos efeitos produzidos pelo casamento ou até que o
casamento venha acontecer.
4- Promoção do Ministério Público: Ministério Público quando atua no processo
de habilitação vai dar um despacho que tem cunho mandatório e
homologatório. Quando ele dar um parecer no processo de habilitação
chamamos de Promoção (nome do Despacho que o MP dá, ele fiscal da lei vai
verificar se as três etapas anteriores foram cumpridas e vai determinar que o
processo volte para o cartório e o cartório promova a 5 etapa do processo).
5- Emissão do certificado de habilitação para o casamento: esse certificado vai
dar um prazo de 90 dias corridos para o casamento ocorrer o casamento
(art.1532 do CC/02), é um prazo decadencial, significa dizer que você ou tem
que se casar no prazo de 90 dias (incluo o primeiro dia o dia que o certificado
foi emitido. Na hora que o certificado é emitido já começa a contar o primeiro
dia) ou tem que começar todo o processo de habilitação novamente (pagar
tudo novamente).

 Art.1532 do CC/02:
“A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em
que foi extraído o certificado”

06/09/18 – Quinta-feira

Emissão do Certificado:

- Ato da Celebração – 1534 do CC:


Se o ato da celebração for interrompido a cerimônia não
- Regra:
Nas dependências do Cartório (pessoas de presença obrigatória):
 2 Nubentes
 2 Testemunhas*
 O.R.C (Oficial do Registro Civil)
 Juiz de Paz
* Obs. importante: Se um dos nubentes não souber escrever, estão é
obrigatória a presença de 4 testemunhas

- Exceções:
1- Edifício Público (praias, hospital público, assembleia e etc) –
pessoas de presença obrigatória:
 2 Nubentes
 2 Testemunhas*
 O.R.C (Oficial do Registro Civil)
 Juiz de Paz
* Obs. importante: Se um dos nubentes não souber escrever,
estão é obrigatória a presença de 4 testemunhas

2- Edifício Particular (Cerimoniais, em casa e etc) – pessoas de


presença obrigatória:
 2 Nubentes
 4 Testemunhas
 O.R.C
 Juiz de Paz
O número de pessoas no ambiente particular sempre será de no mínimo
4 pessoas como testemunhas do casamento.Essa quantidade mínima
se referente as testemunhas que assinarão o livro.

1514 do CC: O casamento se realiza na hora que o homem e a mulher


manifestam a sua vontade de casar diante do Juiz de Paz. Na hora que
o Juiz de Paz falar que: “Vocês estão casados em nome da lei”

1534 do CC

A partir daí as pessoas já estão casadas, a assinatura do livro é apenas


uma formalidade, porém o casamento se concretiza quando o Juiz de
Paz declara que estão casados em nome da lei.

A lei diz que o casamento é um negócio jurídico:


 Negócio Jurídico: Ato Jurídico “Stricto Sensu” do casamento

Esse negócio jurídico passa a ter reflexos dentro de Planos jurídicos do


casamento:
 Planos jurídicos do casamento:
o Existência (Art.1514, CC):
Verificar se existe um casamento: Se foram observados
alguns requisitos mínimos

Para existir casamento no Brasil eu preciso de três


requisitos (art.1514 do CC, lembrando da Resolução do
CNJ):
1- Pessoas interessadas(Desde 2011 e em especial a
partir de maio de 2013, através da Resolução 175,
CNJ) firmou-se a permissão para o casamento de
pessoas do primeiro sexo);
2- Manifestação da vontade das pessoas interessadas
3- Autoridade Celebrante (Art.98, II, CF/88).

Obs.: Se faltar qualquer um desses três requisitos o


casamento é inexistente.

o Validade:
O conceito de validade vem da ideia de exclusão. Tudo o
que não for inválido automaticamente será válido. No
nosso código civil não diz quando o casamento será
válido, ele diz quando o casamento será inválido.

Se tiver em conformidade com a lei civil será válido o


casamento, porém tenho que verificar se nenhuma regra
do código covil que proibia aquele casamente foi
desrespeitada:
1- Verificar se esse casamento tem alguma invalidade
absoluta:
Nulidade do Casamento (vou ter nulidade do
casamento toda vez que os Impedimentos
Matrimonias forem desrespeitados – art.1548, II, CC).
Os atos jurídicos nulos são imprescritíveis, não são
consertados, nasceu errado e morrerá errado, pois é
um desrespeito a uma norma de ordem pública.

2- Verificar se esse casamento esse casamento tem


alguma invalidade relativa:
Ato jurídico anulável (anulabilidade). As hipóteses de
anulabilidade do casamento estão no art.1550, CC.
São seis incisos. Se não entrar com a ação de
nulidade do casamento no prazo decadencial, então a
única saída será o divórcio:

O artigo 1550 trabalha com defeitos que podem ser


consertados:

Art.1550, CC:
“É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima
para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não
autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts.
1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de
modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou
o outro contraente soubesse da revogação do
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os
cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade
celebrante.
§ 1o. Equipara-se à revogação a invalidade do
mandato judicialmente decretada.
§ 2o A pessoa com deficiência mental ou
intelectual em idade núbil poderá contrair
matrimônio, expressando sua vontade
diretamente ou por meio de seu responsável ou
curador”

Prazos decadenciais:
 Incisos I, II, IVe V do art.1550 do CC: Prazo
decadencial é de 180 dias:
- Incisos IIe IV: Começa a ser contado na
data da celebração do casamento.
- Inciso I: Começa a ser contado no dia em
que a pessoa completa 16 anos.
- Inciso V: Começa a ser contado no dia em
que a pessoa tomou conhecimento da
revogação do ato (art.1560, §2º, CC).
Lembrando que se a pessoa revogar a
procuração antes da data e hora do
casamento, então aquele que revogou a
procuração não pode coabitar (entrar debaixo
do mesmo teto do local que seria a casa da
família) com a pessoa com a qual foi casada
sob pena de não conseguir anular o
casamento (Coabitação:1560, II).
 Inciso VI (incompetência da autoridade
celebrante, incompetência territorial do juiz de
paz): Prazo decadencial de 2 anos que
começa a ser contado na data de celebração
do casamento.
 Inciso III (Vício da vontade):
- Erro: Prazo decadencial é de 3 anos que
começa a ser contado na data da celebração
do casamento.
- Coação: Prazo decadencial é de 4 anos que
começa a ser contado na data da celebração
do casamento.

Explicando os Incisos:
 Inciso I: Defeito da Idade
 Inciso II: Defeito na autorização
 Inciso III: Vício de Vontade
 Inciso IV: Não estava em pleno juízo mental
 Inciso V:
 Inciso VI: incompetência da autoridade
celebrante,

Coação Psíquica (Moral): Não sofre uma


força física externa, sofre apenas uma
pressão, um abalo psicológico externo. Vis
compulsiva

Obs.: No caso do temor reverencial: isso não


é coação, é excesso de respeito.

Erro Essencial (1557, CC): Elemento que vai


recair sobre a pessoa com quem me casei e
esse erro será interpretado como um
desconhecimento.

Paramos aqui...

o Eficácia
17/09/18 – segunda-feira

Uniões Estáveis
art.226, §3º do CF/88 e art.1723 a 1726 do CC

Nossa espécie de relacionamento entre pessoas, dentro do


ordenamento jurídico brasileiro vai se desdobrar em:

- Familiar (1723, caput¸§1º, CC)


- Concubinária (1727)
- Namoro Qualificado (Resp. 1754.643/RJ)

 Deveres (pessoais) Decorrentes da U.F.E (art.1724, CC):


Dever de lealdade, de respeito e consideração mútuos,
concorrer para cuidar e selar pela integridade dos filhos.

Qual é a Diferença da eficácia pessoal do casamento para a


eficácia pessoal da União Estável?
Resposta: São pequenas diferenças:
Primeira Diferença é a Coabitação:
- No casamento uns dos deveres é a coabitação
(morar debaixo do mesmo teto);
- Na união estável por força da Súmula 382, STF
(não precisa da coabitação, dispensa da
coabitação, não há necessidade de residência
debaixo do mesmo teto. Podem ter união estável
até mesmo morando em países diferentes);
Uma Semelhançaestárelacionada a Fidelidade:
- Casamento (art.1566, I e V do CC) na relação de
casamento as pessoas casadas devem agir com o
dever de fidelidade, respeito e consideração
mútuos.
- Na União Estável tanto o dever de fidelidade
quando o respeito e consideração mútua com a
pessoa que casei eu vou encontrar no art.1724 do
CC que: as pessoas que vivem em União estável,
devem guardar o dever de lealdade (é a mesma
coisa do 1566 que fala das pessoas casadas). Ou
seja, aqui devo entender que aqui ao falar de
lealdade se enquadra tento a fidelidade quanto o
respeito e consideração mútuo. Dependendo da
forma como a lealdade é quebrada na União
Estável(dependendo do caso) pode haver
caracterização por responsabilidade civil por
danos morais e materiais.

Diferença: visualmente falando o 1566


(Casamento) tem o rol mais extenso enquanto nas
Uniões estáveis os efeitos pessoais do
relacionamento se restringem apenas em três,
sendo que o dever de lealdade engloba a
Fidelidade recíproca e o dever de respeito e
consideração mútuos.

 Efeito Patrimoniais nas U.F.E (1725, CC):


Além dos efeitos pessoais não vai existir relação de família sem
desdobramento de efeito Patrimonial.

- Regra (art.1658 a 1666 do CC):


O art.1725 do CC vem trazer uma regra para tratar os efeitos
econômicos dessa família e uma exceção a essa regra.

Se no casamento as pessoas não fazem o pacto nupcial a lei vai


colocar como regime da Comunhão parcial de bens (1640 do
CC). Na União Estável é adotada a mesma filosofia do Regime
Comunhão Parcial de bens. Na Comunhão Parcial de bens eu
tenho um Esforço Presumido.

- Contrato Escrito:
Esse mesmo artigo que coloca essa regra ele também deixa a
oportunidade de mudar esse regramento. Se na União Estável é
feito um contrato escrito o efeito dessa união será aquele
escolhido entre as partes no contrato. O nome desse contrato é:
“Contrato de Convivência”. Se não tiver contrato aplica-se a
União Parcial de Bens, se tiver, segue o que está no contrato
(Isso está definido no art.1725, CC).

Esse Contrato de Conveniência pode ser realizado por:


a) Particular
b) Escritura Pública (é o mais seguro, pois é feito em
cartório por um Tabelião.

No Contrato de conveniência, ao escolher o Regime de Bens,


essa escolha tem efeitos Ex Nunc. Posso até reconhecer no
contrato esse tempo de União Estável. Por tanto não posso
mudar o Regime de Bens antes da assinatura do Contrato, pois
enquanto não existe contrato já existe por lei outro Regime de
Bens.

Ou seja, se eu estiver em uma União Estável há 5 anos e agora


resolvemos fazer um Contrato de Conveniência, então, não
podemos informar que desde o início da União o Regime de
Bens era de Separação Total, pois isso não é perdido por lei.
Esses 5 anos entram obrigatoriamente como Regime Parcial de
Bens e daí em diante que passa a valer o Regime de Separação
Total de bens.

 Conversão de União Familiar Estável em Casamento:


- Art.226, §3º da CF/88
- Art.17
Quando eu tenho uma União Estável já configurada e quero
transformá-la em casamento, também é necessário passar pelo
processo de habilitação, porém esse processo de habilitação
terá algumas diferenças:
1- Requerimento que vai fazer é diretamente ao juiz, não é
ao oficial de registro.
2- A finalidade do processo de habilitação para casar é ter
um certificado para dar um prazo de 90 dias para depois
casar. Já esse processo aqui,de Conversão da União
Estável para Casamento, tem a finalidade de converter a
União Estável em casamento (Estou apenas modificando
e a essencial dos dois relacionamentos são os mesmos).

Nesse processo de conversão eu tenho que:


- Fazer o Requerimento ao juiz de direito
- Juntar documentos comprovando que já vive como pessoa
casada.
- Obrigatoriamente tem que ser feita a Publicação de
Proclamas. Essa finalidade é dizer que já vivem em União
Estável e que agora querem converter em casamento.
- Processo vai para o Ministério Público;
- Depois vai para o juiz de direito, pois ele vai prolatar uma
sentença. Na sentença do juiz ele vai determinar que o
Cartório de Registro faça a conversão e conceda a certidão
de casamento. O juiz vai preservar todos os efeitos
anteriores a esse casamento.

21/09/18 – Sexta-feira (Faltei por causa do congresso)

Dissolução do casamento e união estável


Requisitos materiais para as respectivas dissoluções
Faltou falar da parte processual da dissolução (que ele lecionou no dia 24/09)

24/09/18 – Segunda-feira

Dissolução da Relação Familiar:

 Procedimentos:
Se o casal chega a um acordo sobre todos os pontos que envolvem a
relação ou se existir divergências de alguns pontos é o que vai determinar o
caminho a dissolução vai tomar: Se será Dissolução no Litigioso ou no
Consensual.

O caminho que a dissolução vai tomar nunca será a vontade em pôr fim à
relação, isso não justifica o conflito de interesses, pois estou tratando de um
direito Personalíssimo, ou seja, não sou obrigado a estar casado ou em
união estável com a pessoa.

Vontade de Terminar o Relacionamento, torna a vontade do outro parceiro


uma “Pretensão meramente resistida”. Quando uma das partes ajuíza a
ação para colocar fim ao relacionamento o juiz já tem a certeza de que uma
das pessoas está interessada no término de relacionamento.

O que vai fazer com que os procedimentos de dissolução (Litigioso ou


Consensual) sejam aplicados é a existência ou não de controvérsias em um
dos pontos as chamadas Cláusulas Acessórias:
 Planilha de Bens (731 do CPC)
 Alimento ao Cônjuge (731 do CPC)
 Guarda, Residência e Regime de Convivência (731 do CPC)
 Alimento ao filho + (731 do CPC)
 Manutenção do Sobrenome (1578 do CC)

São os tipos de Dissolução de Casamento ou União Estável:

a) Litigioso (arts. 693 a 699, CPC):


Se não há acordo com qualquer um dos pontos das Cláusulas
Acessórias, então o procedimento de dissolução vai para o Litigioso.

Nesse caso o problema será exclusivamente resolvido no poder


judiciário. Não existe a modalidade extrajudicial na Dissolução Litigiosa.
Ou seja, não é possível fazer a separação extrajudicialmente através do
cartório.

A ação para resolver qualquer tipo de litigio entre as partes deverá


seguir um rito específico que não se mistura com o procedimento
comum ordinário.

O procedimento seguirá o seguinte trâmite:

1- Primeiro vem a Petição inicial:


Obs.: Por força do art.373, I do CPC é incumbência de quem alega
o fato a prova do que está sendo alegando.

2- Depois a pedido do autor o réu é citado:


a) Essa citação deve ser exercida por AR ou oficial de justiça e
o réu não receberá cópia da contrafé. Não é deixada a cópia
para não criar mais animosidade entre as partes da
dissolução. Mais o réu pode ir ao fórum para solicitar cópia.
b) Entre o dia em que o réu é citado e a data da audiência tem
que ter no mínimo o prazo de 15 dias (corridos).

3- Audiência de Mediação e Conciliação:


Caso na primeira audiência de Mediação e Conciliação seja
necessária marcar novas audiências de Conciliação e Mediação eu
aplico o art.696 do CPC e marco uma nova audiência. Após as
audiências de Mediação e Conciliação as partes poderão chegar a
um acordo ou não chegarem a um acordo. Dependendo disso eu
tenho dois caminhos a serem tomados:

a) Se teve acordo, então o procedimento será:


a.1) Acordo
a.2) Homologação do Acordo (assinada pela pessoa que
faz a conciliação e mediação)
a.3) Arquivamento

b) Se não tiver o acordo continuo os procedimentos abaixo:


Rito do procedimento Comum ordinário
b.1) Contestação (15 dias úteis contados a partir da
última audiência da conciliação)
b.2) Réplica
b.3) Audiência de instrução e julgamento
b.4) Sentença do juiz

Com relação aos pontos da Cláusula Acessória não controvertidos o


juiz, por força do art.356, I do CPC (Resolução parcial do mérito da
causa), proferirá uma decisão interlocutória para os pontos não
controvertidos, ou seja, fazercoisa julgada material. Na hora de prolatar
a sentença ele terá que se posicionar apenas das decisões
controvertidas.

Todos os prontos controvertidos da Cláusula Acessória serão juntados


no mesmo Rito Comum ordinário (art.327, §2º do CPC): Ou seja, juntar
todos os pontos controvertidos em um só processo e assim o
entendimento do juiz será único. Caso contrário, tem-se o risco de cada
ponto controvertido virarum processoe ai cada um poderá cair em mãos
de juízes diferentes, podendo a decisão do juiz.

Art.190 do CPC: Autonomia privada processual: Aqui você pode alterar


o rito se comum entre as partes (escutar o áudio da aula).

b) Consensual (arts. 731 a 733, CPC)


Dissolução Consensual tem um procedimento diferenciado do
procedimento de Dissolução do Litigioso. Esse procedimento de
Dissolução Consensual é realizado quando as partes não possuem
divergências quanto as Cláusulas Acessórias.

O processo aqui tramitará bem mais rápido na Dissolução Consensual.


Se for União Estável eu tenho que fazer uma combinação do 731 do
CPC, 732 do CPC e cumprir exigência do 1578 do CC.

Tenho duas possibilidades na Dissolução Consensual:

Judicial: Quem vai decretar o fim do casamento é o juiz através de


sentença que será um título executivo judicial.

Judicialmente é mais fácil ficar configurado a não possibilidade de


pagamento dos custos em razão da hipossuficiência. Na separação
extrajudicial isso também é possível, porém dá bastante trabalho e os
cartórios costumam incentivar que a pessoa entre na via judicial.

Obs.: Se nesse processo estiver envolvido filhos incapazes ou menores


de 18 anos (também idosos, todos os que são vulneráveis) então o
Ministério Público obrigatoriamente deve participar do processo para
resguardar o interesse do menor. Nesse caso o Ministério Público
somente pode atuar na esfera judicial. Por esse motivo a dissolução
deve ser feita na forma judicial (art. 178, II do CPC). Se o MP não
participar torna NULO todo processo de dissolução feito
extrajudicialmente, portanto retroage a data do fato (efeito ex-tunc).
Extrajudicial (lei 11.441/07):Cartório concretizará através de escritura
pública lavrada por um tabelião de notas e que será um título executivo
extrajudicial.

Os dois títulos servem para a mesma coisa: cobrar no futuro o que foi
combinado entre as partes. Em termos da eficácia da decisão tem o
mesmo efeito. O Extrajudicial é absurdamente mais rápido que o
Judicial. Enquanto no Judicial levo de 3 a 4 meses no Extrajudicial eu
levo de 3 a 4 dias.

Toda vez que o casamento ou União Estável for dissolvida os feitos


daquele ato de dissolução serão dessa data em diante: efeito ex-nunc.

Paramos aqui...

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