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30/07/18 - Segunda
03/08/18 – Sexta
Direito de Família
Previsão Legislativa:
Dentro de uma previsão que o Sistema legislativo traz da matéria temos três
fontes legislativas dessa disciplina:
1- CF/88 – Art.226:
O Direito de Família parte da Constituição Federal
Tudo o que precisamos saber sobre Direito de Família está na CF/88 no artigo
226, sendo que a constituição não estabelece regras, ela apenas prevê, ou
seja, ela programa relações de família, são normas de conteúdo programático.
Já no Código Civil tenho nos artigos 1512, 1525, 1534 o mesmo tema
casamento, porém trazendo regras:
Art.1512 do CC/02:
“O casamento é civil
1512
Estruturação da Disciplina:
A Estruturação da Disciplina está toda dentro do CC (dos artigos 1511 a 1783)
a) Relações Pessoais:
Pessoas se relacionando para criar ambiente de família.
Na Constituição Federal temos os seguintes tipos de Relações Pessoais
(art. 226, §1º, §º2, §3º e §4º da CF/88):
- Casamento
- União estável
- Famílias Monoparentais
b) Relações Patrimoniais:
Dentro do Direito de Família no Brasil é regulamentada pelos Regimes de
Bens (Comunhão universal, parcial e etc). A Vida de família não é só de
contato pessoal, tem reflexo na vida patrimonial.
c) Relações Assistenciais:
Assistência dentro do Direito de Família não é só sentimental, ela é
econômica. Quando pedimos ajuda financeira a alguém por conta da
relação familiar, então pedimos: Alimentos (tem previsão implícita na CF,
intrínseca na CC e muito mais intrínseca no CPC).
d) Relações Convivencial:
O Pai que briga na justiça para conviver com o filho retrata bem dessa
relação convivencial também prevista na lei.
Então para eu informar o meu parentesco com alguém tenho que saber de
onde estou saindo e onde quero chegar, por exemplo, para saber qual é o
parentesco que eu tenho com meu neto, então digo:
Linha Colateral:
Sempre começa no segundo grau, na linha colateral NÃO existe parente de primeiro
grau.
Para o Direito Civil Brasileira somente importa o parentesco de até 4 na linha colateral.
Na linha Coleteral tem parte do Direito que diz que é parente até o 2 grau (por
exemplo,
Casamento Avuncular: Casamento entre Tio e Sobrinho (é imoral, porém não é ilegal).
Além dos parentes em linha reto existe outra forma de enxergar os parentes é
a linha colateral ou transversal. A linha reta é infinita, um traz o outro, já a linha
colateral não, tem o ponto de início e fim, não é infinita.
06/08/2018 – Segunda-feira
Linhas:
- Reta– art.1591 do CC/02 (ancestrais e descendentes – linha perpetua)
- Transversal/Colateral– art.1592 do CC/02 (existe uma limitação, pessoas que provem
de um mesmo ascendente comum)
Graus:
- Gerações (Parentesco em linha reta)
- Proximidade Parental (Proximidade na linha colateral, sempre começa no 2º grau e
termina no 4º grau)
2- Por ato Civil:Posso figurar na condição de filho por um ato decorrente por
intervenção do Direito Civil (Adoção, sem qualquer diferença entre sangue e
adoção). Os Vínculos de Sangue e Vínculo de adoção possuem os mesmos
direitos e as mesmas (art.227, §6º do CF/88). Efeito Ex-Nunc.
Todo casamento ou união estávelfaz com que todos os parentes de seu cônjuge viram
seus parentes também. O nome desse tipo de Parentesco por Afinidade:
Então, a mãe do cônjuge, que é parente de primeiro grau em linha reta desse cônjuge,
vira seu parente de primeiro grau em linha reta também. Não pode se dissolver.
1521 do CC/02:
Não podem se casar os afins em linha reta.
Não tenho que deixar herança e a pensão, de regra não, porém em alguns casos
isolados encontra-se casos de ex-nora pagando pensão para ex-sogro, por exemplo.
O vínculo que perdura é a proibição para casamento.
Linha reta é sempre indissolúvel. Nunca será desfeita, mesmo anulando o casamento.
Já a Linha Colateral (Transversal), terminando o casamento ou a união estável, se
desfaz o parentesco (art.1595, §2º do CC/02).
A depender do caso, não há vínculo de irmãos por afinidade (seu filho e o filho de seu
cônjuge). Porém, se eles forem criados desde pequenos como irmãos, então pode
criar entre esses filhos e o cônjuge de seus genitores a relação de parentesco sócio
afetivo. Isso deve ser analisado pontualmente e veremos isso melhor no final do
semestre.
Pai não é igual a genitor, posso ter sido gerado por uma pessoa, porém não tendo
nenhuma relação com ele. Então pode ser que, por exemplo, o padrasto seja muito
mais importante ou tão importante quanto ao pai que é o genitor. Existe uma lei que
permite que se acrescente ao nome o sobrenome do padrasto no registro Civil - Lei
11924/09.
Casamento:
Toda e qualquer legislação que estabelece uma noção de família vai tratar sobre o
casamento. Casamento é a forma,no Direito de Família Brasileiro, mais tradicional de
constituição de família.
Constituição Federal (art.226, §1º e §2º do CF/88) e o Código Civil (art.1512 e art.1515
do CC/02) admitem duas modalidades de casamentos:
1- Casamento Civil
2- Casamento Religioso com efeitos Civis ( ver também art.71 da Lei 6015/73)
Art.226,§§1º e 2º da CF/88:
“A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado:
§1º. O casamento é civil e gratuita a celebração.
§2º. O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei”
Desde de jun/1890 o casamento tem que ser celebrado na modalidade Civil. Para
produzir os efeitos jurídicos deve se submeter a uma série de etapas que a legislação
civil estabelece.O casamento é um negócio jurídico.
Até jun/1890 o casamento tinha que ser celebrado na modalidade religiosa (católica
apostólica romana). Era casado de acordo com os cânones do Vaticano. Porém, para
respeitar a tradição vai ser permitido que, uma vez casado perante a sua congregação
religiosa, a tradição será respeitada. Porém, será necessário pegar uma prova dessa
união religiosa para registrar nos termos da legislação brasileira. Caso contrário, ou
seja, se não registrar no cartório, para a lei brasileira você não é casado.
Consequência:
10/08/18 – sexta-feira
Temos três hipóteses para 1520, CC (perdeu a eficácia com relação ao crime, porém
não de acordo com a gravidez).
a) Evitar que uma pessoa
b) Natureza Criminal:
c)
Ver art.107, VII e VIII do CP (Revogado pela Lei 11.106/2005): antes se o homem
estuprava a mulher, porém se depois casar com essa mulher era extinta a sua
punibilidade pelo fato dele ter se casado. O legislador penal revogou essa
possibilidade. Hoje o estuprador pode até casar com sua vítima, com a autorização
judicial, porém não deixará de responder pelo crime que cometeu.
Inciso VI: pessoas já casadas. No âmbito penal o que conhecemos como bigamia no
âmbito civil conhecemos como impedimento. Somente pode se casar novamente nos
casos de: divórcio, morte ou nulidade. Porém, pessoas que são casadas no papel,
porém que não vivem mais vida de casadas. Mesmo tendo o vínculo jurídico eles
vivem em uma situação de separação de fato. Antigamente poderia ser ajuizada uma
ação de Separação Judicial. Nem no caso de separação de fato e nem no caso que
existia de separação judicial não pode a pessoa se casar novamente, porém pode
constituir uma união estável (art.1723, §1º, CC)
03/09/18 – Segunda-feira
Toda vez que tenho a causa suspensiva existe uma pessoa que está vulnerável, essa
vulnerabilidade é temporária e o problema precisa ser resolvido. Enquanto não estiver
resolvido o problema recomenda-se que não se contrate o casamente. Se não quiser
seguir a recomendação da lei não tem problemas, porém o regime de bens do
casamente vai ser o mesmo do suprimento judicial de capacidade, não se escolhe o
regime de bens e a lei separa o que é de cada cônjuge. Depois pode ser alterado o
regime de bens, porém nesse momento o patrimônio é totalmente separado.
Ex.: Maria é casada com João e tem um filho: Matheus. João morre e mais adiante a
Maria quer casar novamente com José. Se o inventário de João não foi aberto ou
finalizado, então a lei recomenda que Maria não caso com José para resguardar o
patrimônio de Matheus. Recomenda-se que espere o término do inventário para que
Matheus receba a sua herança e assim o Patrimônio de Maria não se misture com o
inventário de José. Se mesmo assim Maria quiser casar de José, então ela não poderá
escolher o regime de bens até que se ressalva o inventário de João.
Obs.: Toda pessoa que falece dentro do Brasil gera por parte do interessado um prazo
de 2 meses para abertura do inventário (Art.611 do CPC). Se não for aberto dentro
desse prazo gera multa a ser paga.
Art.1523, CC/02:
“Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido,
enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha
aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo
ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da
viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou
decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes,
irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou
curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não
estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que
não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos
incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de
prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e
para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a
nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de
gravidez, na fluência do prazo”
Não vai existir relação secundária (Ex.: Relação Patrimonial) se não existir
relação principal (Casamento). Acaba o casamento acaba também o regime
patrimonial. Ou seja, com o fim do casamento se tem o fim também do Regime
Patrimonial, porém não se perde os direitos adquiridos referente aos bens.
É possível decretar o divórcio sem a divisão imediata dos bens. Ou seja, aquilo
que for mais rápido de ser revolvido será, o que for mais demorado poderá ser
prolongado, o que gera uma causa suspensiva no caso de interesse em
contrair um novo patrimônio.
Art.1580 do CC/02:
“Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver
decretado a separação judicial, ou da decisão concessiva da medida
cautelar de separação de corpos, qualquer das partes poderá requerer
sua conversão em divórcio.
§ 1o A conversão em divórcio da separação judicial dos cônjuges será
decretada por sentença, da qual não constará referência à causa que a
determinou.
§ 2o O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os
cônjuges, no caso de comprovada separação de fato por mais de dois
anos.”
Art.1641, I do CC/02:
“É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas
suspensivas da celebração do casamento”
Processo de Habilitação:
1- Requerimento
2- Juntada de documentos previstos pela lei (art.1525 do CC/02):
Art.1525 do CC/02:
“O requerimento de habilitação para o casamento será firmado
por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido,
por procurador, e deve ser instruído com os seguintes
documentos:
I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência
legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não,
que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento
que os iniba de casar;
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência
atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença
declaratória de nulidade ou de anulação de casamento,
transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.”
Art.1532 do CC/02:
“A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em
que foi extraído o certificado”
06/09/18 – Quinta-feira
Emissão do Certificado:
- Exceções:
1- Edifício Público (praias, hospital público, assembleia e etc) –
pessoas de presença obrigatória:
2 Nubentes
2 Testemunhas*
O.R.C (Oficial do Registro Civil)
Juiz de Paz
* Obs. importante: Se um dos nubentes não souber escrever,
estão é obrigatória a presença de 4 testemunhas
1534 do CC
o Validade:
O conceito de validade vem da ideia de exclusão. Tudo o
que não for inválido automaticamente será válido. No
nosso código civil não diz quando o casamento será
válido, ele diz quando o casamento será inválido.
Art.1550, CC:
“É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima
para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não
autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts.
1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de
modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou
o outro contraente soubesse da revogação do
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os
cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade
celebrante.
§ 1o. Equipara-se à revogação a invalidade do
mandato judicialmente decretada.
§ 2o A pessoa com deficiência mental ou
intelectual em idade núbil poderá contrair
matrimônio, expressando sua vontade
diretamente ou por meio de seu responsável ou
curador”
Prazos decadenciais:
Incisos I, II, IVe V do art.1550 do CC: Prazo
decadencial é de 180 dias:
- Incisos IIe IV: Começa a ser contado na
data da celebração do casamento.
- Inciso I: Começa a ser contado no dia em
que a pessoa completa 16 anos.
- Inciso V: Começa a ser contado no dia em
que a pessoa tomou conhecimento da
revogação do ato (art.1560, §2º, CC).
Lembrando que se a pessoa revogar a
procuração antes da data e hora do
casamento, então aquele que revogou a
procuração não pode coabitar (entrar debaixo
do mesmo teto do local que seria a casa da
família) com a pessoa com a qual foi casada
sob pena de não conseguir anular o
casamento (Coabitação:1560, II).
Inciso VI (incompetência da autoridade
celebrante, incompetência territorial do juiz de
paz): Prazo decadencial de 2 anos que
começa a ser contado na data de celebração
do casamento.
Inciso III (Vício da vontade):
- Erro: Prazo decadencial é de 3 anos que
começa a ser contado na data da celebração
do casamento.
- Coação: Prazo decadencial é de 4 anos que
começa a ser contado na data da celebração
do casamento.
Explicando os Incisos:
Inciso I: Defeito da Idade
Inciso II: Defeito na autorização
Inciso III: Vício de Vontade
Inciso IV: Não estava em pleno juízo mental
Inciso V:
Inciso VI: incompetência da autoridade
celebrante,
Paramos aqui...
o Eficácia
17/09/18 – segunda-feira
Uniões Estáveis
art.226, §3º do CF/88 e art.1723 a 1726 do CC
- Contrato Escrito:
Esse mesmo artigo que coloca essa regra ele também deixa a
oportunidade de mudar esse regramento. Se na União Estável é
feito um contrato escrito o efeito dessa união será aquele
escolhido entre as partes no contrato. O nome desse contrato é:
“Contrato de Convivência”. Se não tiver contrato aplica-se a
União Parcial de Bens, se tiver, segue o que está no contrato
(Isso está definido no art.1725, CC).
24/09/18 – Segunda-feira
Procedimentos:
Se o casal chega a um acordo sobre todos os pontos que envolvem a
relação ou se existir divergências de alguns pontos é o que vai determinar o
caminho a dissolução vai tomar: Se será Dissolução no Litigioso ou no
Consensual.
O caminho que a dissolução vai tomar nunca será a vontade em pôr fim à
relação, isso não justifica o conflito de interesses, pois estou tratando de um
direito Personalíssimo, ou seja, não sou obrigado a estar casado ou em
união estável com a pessoa.
Os dois títulos servem para a mesma coisa: cobrar no futuro o que foi
combinado entre as partes. Em termos da eficácia da decisão tem o
mesmo efeito. O Extrajudicial é absurdamente mais rápido que o
Judicial. Enquanto no Judicial levo de 3 a 4 meses no Extrajudicial eu
levo de 3 a 4 dias.
Paramos aqui...