Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE ÓSCAR RIBAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

DEPARTAMENTO DE DIREITO

DIREITO DO TRABALHO

NOME: CARLOS DANILO PEDRONHO DA SILVA

Nº 20150612

DOCENTE: LINDO BERNARDO TITO E GUILHERME CAMPOS/ESTÁGIO CURRICULAR

LUANDA-2019
CASO PRATICO

Guizia prestação de serviço LDA, com sede em Luanda na Urbanização Nova Vida, Rua 50, Edíficio
85, porta 04 reis do chão, contribuinte fiscal nº54000000051, registado na conservatória do
registo comercial sobre o nº1234-2018, neste acto representado pelo senhor Guilherme Campos,
solteiro, natural de Luachimo Lunda-Norte, residente habitualmente em Luanda na Urbanização
Nova Vida, rua 58, casa 484, titular do B.I nº00473792004708NL042.

No dia 30 de Maio de 2019, Jurema dos Santos, trabalhadora da empresa supra citada, foi
surpreendida pelo senhor Guilherme Campos informando-lhe que estava despedida. Quid Iuris?
RESOLUÇÃO

No caso em apreço estamos diante de um caso de direito do trabalho, sendo que o direito do
trabalho é o ramo do direito privado que regula ou disciplina as relações de âmbito laboral.

A relação jurídica está constituida por um sujeito, objecto, facto jurídico e garantia.
Concretamenta ao caso, os sujeitos são: Jurema dos Santos e Guilherme Campos. O objecto é o
despedimento disciplinar art 47ª LGT. O facto jurídico: Jurema foi surpreendida pelo senhor
Guilherme Campos informando-lhe que estava despedida. A garantia jurídica é a Lei Geral do
Trabalho(Lei nº 7/15 de 15 de Junho).

No caso supra citado Guilherme Campo como autoridade patronal da referida empresa tem poder
disciplinar sobre os trabalhadores ao seu serviço e exerce-o em relação as infracções disciplinares
por estes cometidos art 47ª LGT, logo Guilherme Campos tem legitimidade para despedir a
referida trabalhadora, Jurema dos Santos. Mas para exercer o poder disciplinar existem requisitos
que devem ser observados pela lei geral do trabalho.

A primeira coisa a saber é se Guilherme Campos teve em consideração os requisitos previstos pela
lei. A primeira fase é o despacho de nomeação de instrutor art 46ª nº2 LGT, e no caso não houve
delegação de competência expressa.

A segunda fase é a convocatória, ou seja, o empregador deve convocar o trabalhador para uma
entrevista, na qual a convocatória deve incluir: os factos de que o trabalhador é acusado, o dia,
hora e local da entrevista decorrido dez dias úteis sobre a data de entrega da convocatória e
informar ao trabalhador que pode fazer-se acompanhar, na entrevista, por até três testemunhas
pertencente ou não ao quadro do pessoal da empresa nos termos do art 48ª nº2 LGT. Caso
referido Guilherme Campos não convocou a Jurema campos para uma entrevista que já torna o
despedimento nulo porque não houve aviso prévio art 48ª nº1 LGT. Sendo assim, é de dispensar as
outras fases uma vezes que o empregador, Guilherme Campos, não observou, ou mesmo, não
levou em consideração o art48ª da LGT.

Em consequência do exercício abusivo do poder disciplinar, despedimento disciplinar, deve o


empregador indemnizar o trabalhador ou mesmo as partes podem, por acordo, optar pela
reintegração imediata art58ª nº2 da LGT, e a indemnização deve ser calculada de acordo a
tipologia da empresa, acrescido de mais cinco salários de base nos termos do art58ª nº1 alínea b)
e o art236ª da LGT. Para tal, Jurema dos Santos, tem ao seu dispôr vários mecanismos para uma
tentativa de reconciliação que pode ser a Inspecção Geral do Trabalho, CREL, Ministério Público e
por último tem a faculdade de recorrer ao Tribunal competente para reclamar os direitos que
considere violados. E em caso de não acordo produz-se uma Certidão de não Acordo.

Se for o caso de uma micro-empresa a compensação corresponde a dois salários base acrescidos
de 20% do salário base multiplicado pelo número de anos de serviço que excedam o limite de dois
anos. Neste caso o salário base da Senhora Jurema dos Santos é de 180.000,00 KZS, nesta senda a
compensação é de 504.000,00 KZS(360.000,00+20%x2anos=504.000,00 KZS) art236ª alínea d) LGT.

Se for o caso de uma pequena empresa a compensação corresponde a dois salários base acrescido
de 30% do salário base multiplicado pelo número de anos de serviço. Neste caso a compensação
seria de 576.000,00 KZS, art236ª alínea c) LGT.

Se for uma média empresa a compensação corresponde a um salário-base por cada ano de
efectivo serviço até ao limite de três anos, acrescido de 40% do mesmo salário-base multiplicado
pelo número de anos de serviço que não excedam o limite acima referido. Neste caso a
compensação seria de 648.000,00 KZS, art236ª alínea b) LGT.

Se for uma grande empresa a compensação corresponde a um salário-base por cada ano de
efectivo serviço até ao limite de cinco, acrescido de 50% do salário-base multiplicado pelo número
de anos de serviço que excedam aquele limite. Neste caso a compensação é de 720.000,00 KZS,
art236ª alínea a) LGT.

Você também pode gostar