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0672 – Documentação Comercial
Fevereiro 2010
CECOA – Centro de Formação Profissional para o Comércio e Afins
João Luis Francisco Costa
Gestão Económica de Compras
CLASSIFICAÇÃO DE STOCKS
Qualquer que seja o tipo de stock que estejamos a falar, exige sempre da
organização um controlo rigoroso, seja da sua quantidade, seja do seu valor, uma
vez que estes se apresentam como uma necessidade mas também como um
enorme constrangimento financeiro da empresa, uma vez que, em média, o seu
custo representa cerca de 25% a 35% do valor do capital imobilizado além de que
tem peso no custo final dos produtos.
O objectivo de uma empresa será sempre o de atingir stock zero, embora isso
pareça de todo impossível.
São elas:
1. Aumento de custos;
a. Custo unitário do produto
b. Custo de aquisição (ou custo de setup)
c. Custo de posse
2. Dificuldade de Controlo;
3. Pode esconder problemas de produção.
Esta gestão, por ser complexa e tão importante, começa por classificar os stocks,
isto é, atribuir características a cada tipo de stock e, a partir daí, gerir cada uma
dessas características.
Classificação de
Stocks
Localização no
Quantidade e Valor Tipo de Procura Outros
Processo
Matérias-Primas
Dependentes Manutenção
Em curso Análise ABC
Independentes Operação
Produtos Acabados
A. Localização no processo
B. Quantidade e Valor
Este método permite classificar os artigos em stock segundo o valor de uso dos
mesmos. Consiste em dividir os produtos em três classes (A, B e C) sendo que os
stocks de produtos serão tanto mais controlados quanto maior for o seu valor de
uso.
C. Tipo de Procura
Uma das classificações dos produtos em stocks será a o tipo de procura que estes
artigos encontram. Assim sendo, poderemos definir dois tipos de procura:
dependente e independente.
D. Outros
A ANÁLISE ABC
Assim:
No entanto, estes valores não são uma regra matemática, devendo ser ajustados à
organização. No entanto, é de sublinhar a importância deste modelo uma vez que a
análise ABC deve obrigatoriamente reflectir a dificuldade de controlo de um item e
o impacto deste item sobre os custos e a rentabilidade, o que de certa maneira
pode variar de empresa para empresa.
Exemplo
100,000%
90,000%
80,000%
70,000%
60,000%
50,000%
40,000%
30,000%
20,000% A B C
10,000%
0,000%
No entanto, a realização gráfica de nada serve se não for acompanhada pela devida
análise dos valores encontrados. Assim, levanta-se a questão do que fazer com os
dados obtidos.
Por fim, os artigos classificados como “C”, poderão ser alvo de revisões
semestralmente ou mesmo anualmente.
Como já atrás se disse, o peso dos stocks no total do capital circulante é elevado e,
por isso mesmo, deverá ser feito um controlo cuidado do mesmo. Este controlo
deverá ser iniciado no processo de compra com uma atenção especial na
quantidade e no preço do produto. Esta gestão permite que os produtos estejam
disponíveis apenas e só quando e nas quantidades necessárias para o imediato e
para as previsões de consumo. Com este intuito, deverá ser dada uma especial
João Costa – Fevereiro 2010 10
Gestão Económica de Compras
atenção às entregas para que não ocorram falhas que poderão levar a um aumento
considerável de custos.
Exercícios
10. Faria sentido fazer uma análise ABC com apenas três referências?
Fundamente a sua resposta.
LOTE ECONÓMICO
A. O que comprar;
B. Quanto comprar;
C. Quando comprar.
Estas respostas são de uma dificuldade extrema de resposta uma vez que exigem
uma mistura de factores internos e externos à empresa. Daqui podemos retirar que
as compras são sempre uma porta de entrada de todo o material necessário na
empresa.
Como já atrás vimos, pela classificação dos stocks, as compras têm que se
preocupar com as aquisições de matérias-primas, produtos intermédios (caso
estes não sejam de fabrico próprio), materiais de manutenção e de substituição.
Assim, para cada uma das referências que se contabilizam em stock será
necessário responder a estas três questões.
Esta análise financeira não se prende apenas com o facto do preço do produto. É
necessário levar em atenção toda a estrutura de custos inerente a uma compra.
1. Custos de encomenda
2. Custos financeiros de posse.
• Custo de transporte;
• Custo do seguro;
Todas estas limitações levam a que deva ser calculado o que se designa de lote
económico.
2 D S
EOQ
H
Em que D representa a procura anual do produto, S o custo por encomenda e H o
custo de posse unitário.
seus custos para que não haja lugar a perdas consideráveis por inviabilidade
económica.
Custo
Quantidade
Custo de Armazenagem
Custo de Total
Custo de Aquisição
Por esta análise gráfica podemos concluir que o custo de encomenda e o custo de
posse são iguais no ponto EOQ e que neste ponto, o custo total anual de
encomendar e de posse é mínimo.