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CURSO

CURSO DE
VEDAÇÃO
VEDAÇÃO

GAXETAS, JUNTAS E
PAPELÕES HIDRÁULICOS

Soluções com Qualidade


ÍNDICE

Introdução
Gaxetas 2
1. Definição.........................................................................................................................2
2. Tipos Construtivos.......................................................................................................2
3. Gaxetas para Isolamento Térmico..........................................................................3
4. Gaxetas de Vedação....................................................................................................3
5. Sistemas de Engaxetamento...................................................................................6
6. Dimensionamento da Caixa de Gaxetas..............................................................7
7. Seleção de Gaxetas de Vedação.............................................................................8
8. Engaxetamento Misto............................................................................................. 10
9. Instalação de Gaxetas.............................................................................................. 11
10. Problemas Mais Comuns com Engaxetamento........................................... 13

JUNTAS DE VEDAÇÃO 14
1. Definição...................................................................................................................... 14
2. Forças em uma União Flangeada........................................................................ 14
3. Eficiência de uma Junta.......................................................................................... 14
4. Influência do Acabamento dos Flanges na Escolha da Junta................... 14
5. Tipos de Flanges........................................................................................................ 16
6. Dimensionamento de Juntas Não-Metálicas.................................................. 17
7. Emendas de Juntas Não-Metálicas..................................................................... 17
8. Materiais mais utilizados na Fabricação de Juntas Não-Metálicas.......... 17
Problemas Mais Comuns com Juntas de Papelão Hidráulico.................... 19
9. Juntas Semi Metálicas............................................................................................. 21
10. Juntas Metálicas...................................................................................................... 22
11. Procedimento de Instalação de Juntas........................................................... 23
Curso de VEdação 

Produtos Teadit

Papelões
Gaxetas Hidráulicos

Juntas Metálicas Juntas de Expansão Metálicas


e Não-Metálicas

Tecidos e Fitas Técnicas Produtos em


PTFE Expandido -
Quimflex®

Produtos em PTFE
TEALON

Papelões Isolantes

Esta apostila foi preparada para fornecer informações bá- Cabe ressaltar que o conteúdo desta apostila está embasado
sicas sobre vedações em válvulas, equipamentos rotativos nos 50 anos de experiência do grupo Teadit na fabricação
e uniões flangeadas. de produtos para vedação e isolamento térmico, produtos
de qualidade internacionalmente reconhecida e que repre-
Seu objetivo é, servir de material de apoio ao curso mi- sentam o que existe de mais moderno a nível mundial.
nistrado pela Teadit, passando um maior conhecimento
técnico aos responsáveis pelas especificações de Gaxetas Como este é um trabalho sujeito a atualizações, a Teadit agra-
e Juntas, bem como orientar os usuários sobre os procedi- dece o envio de comentários e sugestões ao Departamento
mentos necessários à instalação destes materiais. Técnico, por e-mail, fax ou correio.

Av. Pastor Martin Luther King Jr., 8.939 - Rio de Janeiro- RJ - CEP 21530-012
Tel. 55 (21) 2132-2500 - Fax. 55 (21) 2132-2550 - e-mail: engenhariadeprodutos@teadit.com.br
ISO
EMPRESA

A/C. Engenharia de Aplicação - Tel. 55 (21) 2132-2650


Departamento Técnico 90
01
 Curso de VEdação

1. Definição 2.1. Torcida


O controle das perdas de fluidos e de calor é essencial Consiste em se agrupar um
para o bom funcionamento de equipamentos mecâni- conjunto de fios e retorcê-
cos. Vários métodos são empregados para atingir esse los, obtendo-se assim uma
objetivo, sendo a utilização de gaxetas o mais antigo, e gaxeta macia, porém com baixa
até hoje o mais funcional. resistência mecânica. Utilizada em
aplicações de isolamento térmico.
Permite a obtenção de bitolas
menores, retirando-se fios.

2.2. Capa sobre Alma


Consiste em se trançar uma
capa sobre uma alma de fios
Construídas com fios trançados de diversas fibras, as torcidos.
gaxetas se caracterizam por serem produtos macios, fle- É u m a g a xe t a d e p o u c a
xíveis, resilientes (elástico), com boa resistência mecânica, resistência mecânica e baixa
térmica e química. densidade, porém de excelente con­­
for­mabilidade. Recomendada para isolamento térmico.
Fáceis de serem instaladas, as Gaxetas podem trabalhar
Quando impregnadas e lubrificadas, também podem
com praticamente todos os tipos de fluidos, em amplas
ser utilizadas em haste de válvulas em aplicações pouco
faixas de temperaturas e pressões.
exigentes (baixa pressão).

2. Tipos Construtivos
Como as gaxetas são utilizadas numa ampla gama de 2.3. Capa sobre Capa
aplicações (haste de válvulas, bombas rotativas, alterna-
tivas e centrífugas, misturadores, sopradores, tampas de Neste processo, são trançadas vá-
filtros e reatores, evaporadores e fornos), existem vários rias capas, uma sobre a outra, até
tipos construtivos visando à obtenção da melhor relação se atingir a bitola desejada. São
custo/benefício em cada uma delas. gaxetas densas, porém pouco fle-
xíveis, sendo recomendadas para
No caso de gaxetas de vedação, várias experiências de- altas pressões e baixas velocida-
monstraram que a força de vedação é influenciada pela des periféricas, como em válvulas,
construção da gaxeta. As gaxetas com construção mais juntas de expansão, etc.
densa são mais efetivas na transmissão da força de aper-
to de anel para anel, e como conseqüência a força de
vedação também é melhor distribuída (embora de for-
2.4. Entrelaçada Trança Grossa
ma decrescente) do anel junto à sobreposta até o anel
no fundo da caixa. Os fios são trançados de uma
O tipo de construção da gaxeta também é determinante só vez, passando uns sobre os
em sua flexibilidade. As gaxetas mais flexíveis se confor- outros numa mesma direção.
mam melhor ao eixo (haste), garantindo uma superfície Normalmente macias estas
de contato / vedação mais homogênea. gaxetas podem absorver grande
quantidade de lubrificantes e
A seguir, relacionamos as características de fabricação impregnantes. São relativamente den-
e aplicação dos diferentes tipos construtivos: torcida, sas e flexíveis, sendo recomendadas para serviços com
capa sobre alma, capa sobre capa, entrelaçada trança altas velocidades periféricas e pressões relativamen-
grossa, entrelaçada trança fina. te baixas. São também utilizadas em equipamentos
rotativos velhos e com desgaste.
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2.5. Entrelaçada Trança Fina 3.1. Características das Fibras Utilizadas


Os fios se entrecruzam diago­ Fibra Aramida
nalmente, de um lado ao outro Possui excelente resistência mecânica (abrasão, tração e
da gaxeta. Cada fio é fortemente fadiga) e média resistência térmica e química. Utilizada em
preso pelos outros, formando uma aplicações nas quais o esforço mecânico sobre a gaxeta
estrutura muito sólida e densa, for intenso e cíclico.
porém flexível. Sem capas para se desgastarem, as
gaxetas com essa construção podem absorver uma Produtos:
boa quantidade de lubrificantes e impregnantes, AR 505 – AR 3110
sendo as mais indicadas para aplicações em eixos
rotativos, alternativos e válvulas, em serviços com Fibra de Vidro
altas pressões e/ou altas velocidades periféricas, de- Possui alta capacidade de isolamento térmico, boa resis-
vido as seguintes características: tência química e as intempéries, porém tem baixa resis-
Possui uma superfície mais lisa  maior área de contato tência a fadiga. Recomendada para aplicações estáticas
da gaxeta com o eixo, “melhor vedação”. de isolamento térmico.

Maior estabilidade dimensional  menor deformação Produtos:


transmitindo melhor a força de aperto de anel para anel. TERMOVID® 603 – TERMOVID® 505 – TERMOVID® 636
TERMOVID® 637 – ET 3110.
Maior flexibilidade  Ajusta-se melhor quando curva-
da sobre o eixo. Fibra Cerâmica
Melhor efeito de vedação  A força de vedação é melhor Apresenta excelente capacidade de isolamento térmico a
distribuída ao longo do engaxetamento. altas temperaturas, boa resistência química e mecânica.
Recomendada para isolamento térmico a altas temperatu-
ras e sujeito a esforços mecânicos de baixa intensidade.
3. Gaxetas para Isolamento Térmico
Produtos:
Desenvolvidas para Isolar termicamente e Vedar equipa- TERMOCERAM® 630 - TERMOCERAM® 635
mentos em industrias de alumínio, siderúrgicas, metalúr-
gicas, de vidro, petroquímicas, têxteis, açúcar e álcool,
entre outras. 4. Gaxetas de Vedação
Essas gaxetas possuem distintas concepções construtivas São aquelas utilizadas para controlar o vazamento de flui-
e de fibras para atender à peculiaridade de aplicação e dos em bombas rotativas ou alternativas, misturadores,
operação de cada um desses segmentos. agitadores, juntas de expansão telescópicas, válvulas e
Não possuem lubrificantes nem impregnantes, sendo muitos outros tipos de equipamentos mecânicos.
por isso indicadas somente para aplicações tais como: As gaxetas de vedação, são cortadas em forma de anéis,
 Isolamento e proteção de mangotes contra respingos flexionadas de modo a se conformar em torno do eixo
e metais fundidos. (ou haste) e instaladas na caixa de Gaxetas.
 Isolamento externo de tubulações que conduzam flui- Ao apertarmos a sobreposta, ela exerce sobre os anéis
dos aquecidos. uma pressão axial (força de aperto) que os deforma, pro-
 Vedação de portas de fornos, estufas e equipamentos vocando sua expansão contra o eixo e a caixa de gaxetas.
similares. Essa força provocada pela expansão dos anéis é chamada
de força de vedação e é a responsável pelo controle do
gotejamento (selabilidade).
Fibras usadas na construção das Gaxetas:
Temperatura Revestimento (oC) 4.1. Características Básicas de Aplicação
Fibras Com solicitação Sem solicitação
Mecânica Mecânica Estática  Haste de Válvulas
Vidro 260 550 Nestas aplicações a gaxeta funciona como elemento de
Aramida 290 350 vedação, não sendo permitido gotejamento ou qualquer
vazamento visual.
Cerâmica 550 1260
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Portanto, são gaxetas com características construtivas 4.2. Características das Fibras Utilizadas
próprias para resistir à alta pressão de aperto, recebendo
ou não reforços metálicos para aplicações extremas. Existe uma grande variedade de fibras apropriadas para
a fabricação de gaxetas de vedação, cada uma delas com
características próprias. A utilização de uma ou outra, tem
como objetivo a obtenção do melhor desempenho para
as gaxetas em cada aplicação específica.
Abaixo relacionamos as fibras mais utilizadas, bem como
as principais propriedades que conferem as gaxetas:

FIBRAS TEMPERATURA (oC) FAIXA DE pH


Mínima Máxima
450 At. Oxidante
Carbono -240 0-14
650 Vapor
Grafite Flexível 450 At. Oxidante
-240 0-14
Grafite Flexível/Carbono 650 Vapor
PTFE Expandido -200 280 0-14
Dinâmica  Eixos de Bombas e de outros equipamentos PTFE - grafite -200 280 0-14
rotativos e alternativos. meta-Aramida -100 290 1-13
para-Aramida -100 280 2-12
Normalmente nessas aplicações, a gaxeta funciona como EGK®:
elemento controlador de vazamento e necessita de uma -100 280 0-14
PTFE-grafite/aramida
película de fluido entre ela e o eixo (luva), com o objetivo EWK®: PTFE-aramida -100 280 0-14
de diminuir o atrito entre ambos e refrigerar o sistema.
Fenólica -100 250 1-13
As fontes desta película podem ser: os lubrificantes adi- 4-10 Grafitada
Acrílica -100 230
cionados a gaxeta durante sua fabricação, o gotejamento 2-12 Teflonada
controlado do fluido de processo ou um fluido de fonte 5-9 Teflonada
Vegetais -25 100 6-8 Parafinada
externa. 6-8 Grafitada
Algumas gaxetas em situações específicas poderão tra-
Carbono
balhar sem gotejamento, consulte nosso Departamento
Técnico (vide introdução). São obtidas por processo de oxidação controlada de fi-
bras de base asfáltica ou acrílica, obtendo-se as fibras de
Não tente eliminar o gotejamento através de aperto carbono (com 95% de carbono). Possuem excelente esta-
excessivo na sobreposta, pois poderá elevar a tempe- bilidade e condutividade térmica, são auto-lubrificantes,
ratura dentro da caixa de gaxetas acima dos limites má- e são inertes a maioria dos produtos químicos. Ideal para
ximos de trabalho dos componentes da gaxeta (fibras, trabalhos com alta temperatura, alta pressão, alta veloci-
impregnantes e lubrificantes), e causar desgaste acen- dade periférica e produtos químicos agressivos.
tuado do eixo por abrasão.
Produtos:
O aperto excessivo também poderá causar a extrusão da Quimgax® 2002 - Quimgax® 2025 - Quimgax® 2200
gaxeta entre o eixo e a caixa, travar o eixo e acarretar até
mesmo a queima do motor elétrico. Grafite Flexível
Não é recomendado o uso de gaxetas com reforço metá- Obtido a partir do grafite puro expandido e, posteriormen-
lico em bombas, pois poderá danificar o eixo / luva. te, compactado sob pressão, o Grafite Flexível apresenta
propriedades únicas de inércia química, resistência tér-
mica, resiliência e compressibilidade. É auto lubrificante
e dissipador de calor, sendo portanto ideal para trabalhos
a altas temperaturas.
Produtos:
Quimgax® 2000S - Quimgax® 2000IC
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Grafite Flexível / Carbono do equipamento possua um acabamento superficial com


Reúne as principais características dos dois tipos de dureza entre 45 e 60 HRC.
filamento, proporcionando uma gaxeta com excelente Produtos:
selabilidade, baixo coeficiente de atrito e excelente re- Quimgax® 2004 - Quimgax® 2043 - Quimgax® 2044
sistência à extrusão. Sendo indicada tanto para haste de
válvulas como para eixos rotativos. 2) meta-Aramidas  são fibras resistentes a fluidos abra-
sivos e quimicamente agressivos. Suas principais carac-
Produto: Quimgax® 2202 terísticas são, boa estabilidade térmica e dimensional,
maciez e flexibilidade, proporcionando baixo desgaste
PTFE Expandido da luva/eixo e alta durabilidade do engaxetamento.
Atualmente, vários tipos de filamentos de PTFE são utili- Produto: Quimgax® 2030
zados na produção de gaxetas, sendo que os testes de-
monstraram que os diferentes processos de produção EGK, EWK
dos filamentos influenciam diretamente na performance
O EGK e o EWK são filamentos exclusivos, patenteados pela
das gaxetas de PTFE.
TEADIT. No EGK, o filamento de para-aramida encontra-se
A TEADIT utiliza hoje na fabricação de seus filamentos, totalmente envolvido pelo filamento de PTFE-grafite (EG),
a mais avançada tecnologia em PTFE expandido e adi- já no EWK encontra-se envolvido pelo filamento de PTFE
tivado, que proporciona às suas gaxetas características expandido. Estes filamentos reúnem propriedades tais
superiores às das similares produzidas com filamentos como a resistência mecânica da para-aramida (interna) e
obtidos por outros processos, tais como: a resistência química, autolubrificação e baixo coeficiente
de atrito dos filamentos de PTFE expandidos e aditivados
 Maior Flexibilidade, melhor conformação na caixa (externa). Possuem grande resistência à extrusão.
de gaxetas.
 Menor Atrito, menor desgaste e geração de calor. Produtos:
 Menor Encolhimento, maior selabilidade.
Quimgax® 2060 Quimgax® 2070
 Menor Relaxamento, menor necessidade (EWK) (EGK)
de reapertos.
 Maior Transmissão de Calor, maior arrefecimento.
Fenólica
Essas qualidades conferem as Gaxetas de PTFE expandido
e aditivado TEADIT, excelente performance numa ampla Devido a sua estrutura química (termofixa), a fibra
faixa de aplicação. fenólica possui propriedades que claramente a distin-
gue de outras fibras e que conferem as gaxetas carac-
Produtos: Quimgax® 2005 - Quimgax® 2006 terísticas tais como: Boa resistência à temperatura, a
produtos químicos e abrasivos, excelente estabilidade
PTFE-Grafite térmica, além de não provocar o desgaste prematuro
Produzido com a mesma tecnologia do filamento de PTFE da superfície dos eixos/luvas.
expandido e aditivado, é obtido através da integração
molecular do PTFE expandido com o grafite, resultan- Produto: Quimgax® 2777
do em um material auto-lubrificante com coeficiente de
atrito muito baixo, excelente resistência a produtos quí- Acrílica
micos, alta condutibilidade térmica e dissipação de calor. Esta fibra possui boas propriedades mecânicas, que con-
Apresenta excelente selabilidade, não enrijece e virtual- ferem a gaxeta boa estabilidade térmica e dimensional.
mente elimina o desgaste no eixo. Apresenta excelente relação custo / benefício em aplica-
ções com fluidos pouco agressivos.
Produto: Quimgax® 2007G
Produtos:
Aramidas Quimgax® 2019 - Quimgax® 2061 / 2062
Fibras de poliamida aromática dividem-se em dois grupos:
1) para-Aramidas  oferecem incomparável resistência à Fibras Vegetais
pressão e a fluidos abrasivos. Apresentam ainda excelen- As fibras vegetais, tais como o rami e o algodão, têm como
te estabilidade dimensional e boa resistência a produtos principal vantagem o seu baixo custo, além de não serem
químicos. Como as gaxetas produzidas com essa fibra abrasivas. Apresentam boa resistência mecânica, porém
são especialmente indicadas para trabalhar com fluidos baixa resistência aos produtos químicos e ao calor.
que contenham sólidos em suspensão / abrasivos (areia,
polpa de minério, etc.), recomendamos que o eixo / luva Produtos: Quimgax® 2143 - Quimgax® 2153
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4.3. Fator de pH Minerais  Comumente conhecidos com derivados de


Um dos fatores mais importantes para a escolha de uma petróleo ou hidrocarbonetos.
gaxeta, é a compatibilidade química de seus componentes
Sintéticos  Comparáveis em alguns casos aos mine-
com o fluido de processo com o qual terão contato.
rais, porém, desenvolvidos em laboratório para atender
A agressividade química de um fluido é medida por um especificações de alta performance. Possuem excelentes
fator chamado de “Potencial de Hidrogênio”, que varia características de viscosidade × temperatura e, quando se
em uma escala de 0 a 14. decompõem, volatilizam-se sem deixarem resíduos.
7 8
5
6 9 PTFE  A emulsão de PTFE em suspensão é um dos
4 10 impregnantes mais empregados atualmente, pois além
Neutros
3 11 de aumentar a resistência química das fibras utilizadas
C na construção das gaxetas e não contaminar os fluidos
12
áu

2 de processo, possui baixo coeficiente de atrito e é auto-


os

stic

lubrificante. Porém, como o PTFE se comporta como um


Ácid

1 13
os

isolante térmico, é comum adicionar a ele um lubrificante


0 14 para diminuir a geração de calor causado pelo seu atrito
com o eixo em altas velocidades periféricas.
Quanto mais próxima das extremidades estiver a classifi-
cação de um fluido, mais agressivo ele será. Lubrificantes
Exemplos: Essenciais para Gaxetas utilizadas em aplicações dinâ-
micas (eixos em movimento), os lubrificantes ajudam a
Fluidos Ácidos  Variam de 0 a 6 minimizar o atrito e dissipar o calor gerado na interface
Ácido Sulfúrico > pH tendendo a 0 entre os anéis da gaxeta e a superfície do eixo, e entre as
Fluidos Neutros  Variam de 6 a 8 fibras da gaxeta.
Água (neutro) > pH 7 Durante a partida do equipamento, os lubrificantes de-
vem ser liberados das gaxeta ao se apertar a sobreposta,
Fluidos Cáusticos  Variam de 8 a 14 de forma a prover a vedação e a lubrificação inicial, até a
Soda Cáustica > pH tendendo a 14 entrada gradual do sistema de lubrificação dinâmico.
Após a partida e durante toda vida útil do engaxetamento,
4.4. Impregnantes e Lubrificantes
os lubrificantes proporcionam uma resiliência as gaxetas
Devem ser combinados com as fibras de tal forma que permitindo que se deformem e se recuperem, devido a
não sejam facilmente expulsos da trama da gaxeta quan- pequenas ações mecânicas tais como a flexão do eixo.
do esta for apertada pela sobreposta, evaporados pelo Os tipos mais comuns são:
calor gerado devido ao atrito da gaxeta com o eixo, dis- Silicones  Resistem a condições extremas e são quimi-
solvidos ou precipitados por reações químicas com o camente inertes e termicamente estáveis até 360 °C.
fluido bombeado.
Óleos Minerais  Normalmente são empregados os óleos
Em algumas gaxetas, a perda prematura dos impregnantes inertes quimicamente.
e lubrificantes, provocará uma redução significativa de seu
volume, obrigando a serem efetuados sucessivos reapertos Grafite  É o lubrificante sólido mais usual. Utilizado na
da sobreposta na tentativa de controlar o vazamento. Essa forma de escamas ou pó.
perda de volume aliada ao maior atrito entre as fibras das Mica  Este lubrificante sólido possui alta resistência a
gaxetas e o eixo do equipamento, também provocará temperatura, não causa erosão ou danifica as hastes de
maior desgaste do conjunto eixo/gaxeta e reduzirá dras- aço inoxidável das válvulas de vapor. É termicamente
ticamente o tempo de vida útil do conjunto. resistente até 600°C.
Daí a importância de uma criteriosa escolha do impregnante
5. Sistemas de Engaxetamento
e do lubrificante de uma gaxeta, pois a combinação ade-
quada da fibra com esses componentes, contribuirá sig- Os sistemas de engaxetamento utilizados dependem do
nificativamente na redução dos reapertos da sobreposta, projeto da caixa de gaxetas e dos fluidos envolvidos.
prolongando a vida útil do engaxetamento tanto em eixos
rotativos e alternativos, quanto em hastes de válvulas. Em aplicações nas quais o fluido de processo contém sólidos em
suspensão, estes poderão se acumular entre o eixo e a gaxeta,
Impregnantes
Tem como objetivo proteger as fibras da gaxeta contra o impedindo a lubrificação e arrefecimento do conjunto, o que
ataque químico dos fluidos e bloquear sua passagem entre provocará um aumento excessivo na temperatura do sistema
a estrutura da mesma. Os tipos mais utilizados são: e o desgaste prematuro do eixo e da gaxeta devido ao atrito.
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Os dois projetos mais usuais nas industriais em geral são: deverá ser retirado da própria descarga da bomba e fil-
trado (se contiver sólidos em suspensão) para então ser
Sistema Auto-lubrificante  Este é o projeto mais simples injetado na caixa de gaxetas através do anel lanterna.
e amplamente utilizado com fluidos limpos (não contami-
SAÍDA
nantes e sem sólidos em suspensão) em equipamentos
rotativos e bombas centrífugas de simples estágio. Injeção de Fluido
Lubrificante Limpo
Sendo a pressão interna do sistema maior que a pressão
atmosférica, o fluido de processo é forçado a passar en- CAIXA DE GAXETAS
SOBREPOSTA

tre o eixo e a gaxeta, proporcionando a lubrificação e a


refrigeração necessária.
E
N
Fluido com T
Sólidos em R
A
Suspensão D
A

Anéis
ANÉIS DE GAXETAS de Gaxeta
Anel Lanterna

FLUIDO
LIMPO
6. Dimensionamento da Caixa de Gaxetas
GOTEJAMENTO O dimensionamento da caixa de gaxetas depende funda-
mentalmente das características físico-químicos do fluido
PRESSÃO POSITIVA e em função do equipamento.
Válvulas  Não existe uma norma padronizando as di-
mensões das caixas de gaxetas, sendo o dimensional das
Sistema Integrado de Lubrificação  Com auxílio de um
mesmas dependentes do projeto de cada fabricante.
anel lanterna esse sistema é utilizado quando:
 O fluido de processo contiver sólidos em suspensão, O API (American Petroleum Institute) criou a norma API 621
mantendo a caixa de gaxetas limpa. com recomendações para o recondicionamento de Válvulas
Gaveta, Globo e de Bloqueio, das quais destacamos:
 O fluido de processo for contaminante, evitando que o
mesmo entre em contato com o meio ambiente.  A utilização de no máximo 6 anéis de gaxetas
 A pressão na caixa for inferior a pressão atmosférica,  Em caixas mais profundas, a utilização de espaça-
evitando a entrada de ar no sistema. dores no fundo da caixa que deverão ser: de carbono,
de material equivalente ao da caixa de gaxetas ou de
 A temperatura do fluido do processo for muito ele- um material com dureza inferior em pelo menos 50 HB
vada, ajudando na refrigeração e lubrificação do do que a dureza do material da haste.
engaxetamento.
Essas recomendações apre-
Este sistema consiste na injeção de um fluido limpo (nor- sentam como vantagens, o
malmente água), com uma pressão de 1 a 1,5 bar superior menor esforço para movi-
à pressão interna da caixa de gaxetas. mentação da haste e a eco-
nomia em gaxeta, sem afetar
Este fluido é injetado entre os anéis da gaxeta através do
anel lanterna (anel perfurado de PTFE, bronze, aço carbo-
a selabilidade do sistema. B
no ou inox), cuja posição no engaxetamento é definida Abaixo indicamos as princi- A
no projeto pelo fabricante do equipamento. pais tolerâncias para utiliza-
ção dos espaçadores:
Se não houver problemas de contaminação ou de diluição
do fluido de processo, este líquido (geralmente água) é A - Espaçador / Haste
suprido por uma fonte externa. Haste / Sobreposta: 0.035” - 0.060” C
Quanto o fluido de bombeado não puder sofrer contami- B - Caixa de Gaxetas / Sobreposta
nação ou diluição, ou quando a pressão interna na caixa Caixa de Gaxetas / Espaçador: 0.005” - 0.030”
de gaxetas for inferior à atmosférica, o fluido de injeção c- F undo da Caixa / Haste:
Máx. Especificado pelo Fabricante: + 0.0200”
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Rotativos  Em equipamentos rotativos de uma manei- de atrito do engaxetamento. Portanto, ao fazer a seleção
ra geral e em bombas especificamente encontramos as da Gaxeta para uma determinada aplicação, deve-se ana-
seguintes medidas: lisar os seguintes fatores:
SAÍDA
Tipo e Condições do Equipamento  As Gaxetas para vál-
vulas devem ser mais densas e não há necessidade de
7B
muito lubrificante. Já para os equipamentos rotativos, as
5,25 B 2B Gaxetas devem ser flexíveis e conter bastante lubrificante
2B 3B
ou então serem feitas com fibras auto-lubrificantes, verifi-
B
SOBREPOSTA
car o sistema de lubrificação existente no equipamento.
E
CAIXA DE
N B GAXETAS
T O acabamento superficial do eixo ou haste deverá ter a
R 15o A 30o
A
ROTOR
rugosidade adequada e estar em bom estado.
D 0,25 B 1,5 B 0,25 B
EIXO
A
DIÂMETROS DOS ANÉIS TAMANHO DA GAXETA Características Físicas do Fluido  Os fluidos podem ser ga-
pol (mm) (B) pol (mm)
DE 5/8" (15,9) ATÉ 1,1/8" (28,6) 5/16" (7,9)
ses ou líquidos, podendo ainda ser voláteis, cristalizantes,
ACIMA DE
ACIMA DE
1,1/8" (28,6)
1,7/8" (47,6)
ATÉ
ATÉ
1,7/8" (47,6)
3" (76,2)
3/8"
1/2"
(9,5)
(12,7)
limpos ou com sólidos em suspensão.
ACIMA DE 3" (76,2) ATÉ 4,3/4"(120,7) 5/8" (15,9)
ACIMA DE 4,3/4"(120,7) ATÉ 12" (304,8) 3/4" (19,1)
No caso de gases (incluindo o vapor), trata-se normal-
Número de anéis de gaxeta: 5 mente de uma válvula e a gaxeta deverá ser compacta e
Largura do anel lanterna: 2 vezes a bitola da gaxeta de alta selabilidade.
Curso ou ajuste da sobreposta: 2 vezes a bitola da gaxeta. Quando o fluido for volátil, obrigatoriamente deve-
Caso não haja anel de lanterna, a profundidade total da mos ter um lubrificante externo ou aplicar uma Gaxeta
caixa será igual a 5B. autolubrificante.
Tolerâncias nas Caixas de Gaxetas de Equipamentos No caso de fluidos cristalizantes ou com sólidos em
Rotativos suspensão, além da fonte externa de lubrificação, de-
vemos trabalhar com gaxetas que possuam boa resis-
tência a abrasão.
Para fluidos limpos, podemos trabalhar com gaxetas mais
macias e conseqüentemente menos agressivas ao eixo.
Características Químicas do Fluido  A resistência química
dos lubrificantes e impregnantes da Gaxeta bem como
a fibra utilizada na sua construção tem fundamental im-
portância neste item, dessa forma deveremos escolher
uma gaxeta cuja faixa de pH seja compatível com o pH
do fluido de processo.
Temperatura e Pressão de Operação  Aqui também a re-
sistência dos materiais de construção da Gaxeta devem
ser compatíveis com as temperaturas e pressões as quais
As condições gerais do equipamento são de vital impor- serão submetidos.
tância para a vida útil do engaxetamento. Folgas excessi-
vas causam extrusão da gaxeta e o empenamento causa Velocidade Periférica  As experiências em campo mos-
fadiga no engaxetamento devido aos esforços alternados traram que cada tipo de Gaxeta (material, construção,
de compressão durante a rotação do eixo. lubrificação) tem um limite de resistência que pode ser
relacionado com a com a velocidade periférica (ou su-
De nada adianta especificar corretamente o tipo de gaxeta perficial) do eixo.
se as tolerâncias acima não forem obedecidas.
Relação Custo x Benefício  Sempre que uma Gaxeta for
especificada, os seguintes fatores devem ser observados:
7. Seleção de Gaxetas de Vedação
desempenho, durabilidade, contaminação do fluido,
Num engaxetamento típico, a pressão de vedação e o otimização dos itens de estoque, eventuais problemas à
conseqüente esforço do motor ou do operador (válvulas) saúde de quem manuseia a Gaxeta e perdas de produ-
para girar o eixo, serão diretamente proporcionais à pres- ção. A análise de todos estes fatores é que determinará
são de operação do sistema, ao comprimento da caixa de o produto mais vantajoso ao cliente.
gaxetas, ao diâmetro do eixo e sua RPM e ao coeficiente
Curso de VEdação 

Limites de Serviços e Características das Gaxetas de Vedação:

Velocidade
Pressão bar Suporta fluido Necessita de
Tipo Fibra Temperatura (ºc) pH Perrférica
(rotativos) abrasivo lubrificação
(m/s)
Carbono/ 450 At. Oxidante
2200 25 0 a 14 20 Sim Não
Grafitado 650 Vapor
Carbono/ 450 At. Oxidante
2202 30 0 a 14 20 Não Não
Grafite 650 Vapor
2006 PTFE 280 20 0 a 14 12 Não Sim
2007G PTFE-grafite 280 35 0 a 14 25 Não Sim
PTFE/
2060 280 35 0 a 14 12 Não Sim
para-Aramida
PTFE-grafite/
2070 280 35 0 a 14 25 Não Sim
para-Aramida
2004 para-Aramida/ 20
280 2 a 12 15 Sim Sim
2044 PTFE 35
PTFE-grafite +
2017 280 30 2 a 12 20 Sim Sim
para-Aramida
2019 Acrílica/PTFE 230 20 2 a 12 12 Não Sim
meta-Aramida/
2030 290 35 1 a 13 10 Sim Sim
PTFE
para-Aramida
2043 280 20 2 a 12 20 Sim Sim
PTFE/Grafitado
2777 Fenólica/PTFE 250 25 1 a 13 15 Sim Sim
Vegetal/
2143 / 2153 100 15 6a8 6 Não Sim
Graxa Mineral

7.1. Exemplo Passo 3 :


Especificar uma gaxeta para trabalhar em uma bomba cen- Verificar nas tabelas existentes no catálogo de gaxetas ou
trífuga que possui as seguintes condições operacionais: na tabela acima, quais das gaxetas selecionadas no item
anterior atendem as condições de pressão e temperatura.
 Fluido: Celulose pré-branqueada Resposta: Todas
 Temperatura de operação: 80 °C
 Pressão de operação: 6 bar Passo 4 :
Verificar se as gaxetas selecionadas no passo 2, podem
 Velocidade Periférica: 6 m/s
trabalhar na velocidade periférica informada.
 pH: 7 a 13
Resposta: Sim, todas atendem.
 Pressão da água de refrigeração: 8 bar
Passo 5 :
Solução: Verificar na tabela de preços o custo de aquisição (R$/mt)
Passo 1: de cada uma das gaxetas selecionadas e comparar com
Como a celulose pré-branqueada é um fluido abrasivo, os dados técnicos / desempenho esperado de cada uma
verificar na tabela acima ou na descrição das fibras (item delas, classificando-as como segue:
4.2) quais as gaxetas que atendem esse requisito.  Gaxeta mais econômica: 2030
Resposta: 2004, 2017, 2030, 2043, 2044, 2777 e 2200
 Gaxeta com melhor custo/benefício: 2777
Passo 2 :
Verificar nas tabelas existentes no catálogo de gaxeta ou  Gaxeta de maior performance: 2200
na tabela acima, a compatibilidade química entre o fluido Escolha agora a gaxeta que mais lhe convém.
de processo e as gaxetas selecionadas no passo 1.
Resposta:
As gaxetas compatíveis com o fluido são: 2030, 2777 e 2200
10 Curso de VEdação

8. Engaxetamento Misto Desta forma, os anéis do fundo da caixa de gaxetas


(Figura 1), recebem uma pressão de aperto menor
Nas indústrias em geral, o emprego do Engaxetamento que os anéis mais próximos à sobreposta. Por esta
Misto, que consiste na utilização de anéis com gaxetas de razão, em equipamentos rotativos, cerca de 70% do
tipos distintos de fibras, vem se tornando cada vez mais desgaste do eixo ou luva de desgaste ocorre na região
usual seja pela necessidade de se reduzir o consumo de que fica em contato com os dois anéis mais próximos
fluido de selagem ou pela necessidade de se prolongar à à sobreposta (Figura 2).
vida útil dos engaxetamentos submetidos às mais severas Pelo acima exposto, podemos dividir a caixa de gaxeta
condições de operação. em duas regiões distintas:
Um engaxetamento ideal tem que atender a todas as CAIXA DE GAXETAS
SOBREPOSTA
condições do serviço e manter o controle da vedação
por um período prolongado devendo então possuir as
seguintes propriedades:
 resistência a produtos químicos. EIXO

 resistência à extrusão. REGIÃO I REGIÃO II

 suportar altas pressões e temperaturas. Anel Lanterna

 boa estabilidade dimensional. REGIÃO I


 boa dissipação de calor. É a região compreendida entre o fundo da caixa de gaxetas
e o anel lanterna ou pelos dois anéis mais próximos do
 baixo coeficiente de atrito. fundo da caixa de gaxetas.
Nesta região, a gaxeta tem contato direto com o fluido a
8.1. Distribuição da Força de Aperto ser vedado, tendo que resistir aos seguintes esforços:
A pressão exercida pela sobreposta vai diminuindo de anel
 Ataque químico.
para anel no sentido da sobreposta para o fundo da caixa  Ataque por abrasão dos sólidos em suspensão.
de gaxetas, devido ao atrito entre a superfície interna do  Extrusão causada pela pressão de aperto.
anel de gaxeta e o eixo/luva de desgaste, e entre a super-
fície externa do anel de gaxeta e a caixa de gaxetas. REGIÃO II
É a região compreendida entre o anel lanterna e a sobre-
SAÍDA
posta, ou pelos anéis mais próximos da sobreposta.
DIREÇÃO
RADIAL Nesta região, conforme mostrado nas figuras 1 e 2, as
gaxetas sofrem maiores forças axiais e radiais, tendo que
possuir as seguintes características:
DIREÇÃO
SOBREPOSTA AXIAL  Baixo coeficiente de atrito.
E CAIXA DE GAXETAS

N PRESSÃO
 Alta dissipação de calor.
T DE APERTO
R
A
ROTOR ANÉIS DE GAXETA EIXO  Boa resistência à extrusão.
D Figura 1
A  Resistência à temperatura.
SAÍDA  Boa estabilidade dimensional.
FORÇA RADIAL

FORÇA AXIAL 8.2. Conclusão


Tendo em vista as características e os conceitos das
gaxetas nas regiões I e II, vários arranjos de gaxetas po-
FORÇA
DA SOBREPOSTA derão ser analisados, com o objetivo de proporcionar
uma maior vida do engaxetamento com ou sem fluidos
E
N abrasivos e melhor performance do equipamento, com
T
R ou sem água de selagem.
A
70 % DO DESGASTE
D
A
8 7 6 5 4 3 2 1 100
200
Consulte a nossa Engenharia de Aplicação para selecionar o
arranjo mais adequado as suas condições de operação.
300

CARGA RETIDA

400

( PSI ) Figura 2
11 Curso de VEdação

9. Instalação de Gaxetas

9.1. Preparativos 9. Limpar e verificar estojos e


porcas, substituindo-os se
1. Organizar todas as ferramentas necessário.
e materiais necessários para a
execução do serviço. 10. Verificar o sistema de água
de selagem.
2. Solicitar o bloqueio do equi-
pamento e aguardar sua li- 11. Conferir a bitola correta da
beração pela segurança gaxeta pela fórmula:
D caixa - D eixo
3. Certificar-se que o mesmo está 2
despressurizado, drenado e na
temperatura ambiente. 12. Conferir o número correto de
anéis de gaxeta e a posição
4. Preparar o local de trabalho: do anel lanterna. Número
⇒ L avar e desobstruir o de anéis:
equipamento. Prof. da caixa de gaxetas
⇒ Providenciar iluminação Bitola da gaxeta
adequada para a execução
do serviço. 13. U tilizar uma fita de PTFE
“veda rosca” envolta no lo-
5. R emover da sobreposta, cal da gaxeta onde será efe-
todos os anéis de gaxetas tuado o corte, de modo que
velhos e o anel lanterna. as fibras não se abram. Se
⇒ Método clássico a temperatura na caixa de
⇒ Método hidrojato gaxetas for superior a 200ºC,
utilizar fita crepe no lugar da
6. L impar e verificar a cai- fita de PTFE.
xa de gaxetas, o eixo ou a
luva / haste de modo que: 14. Determinar o comprimento
⇒ Rugosidade máxima esteja do anel pelas fórmulas:
dentro das tolerâncias da ⇒ P ara equipamentos que
norma (API 600 = 32 µpol utilizem bitolas de gaxeta
ou 0.8 µm) até ½”.
⇒ A superfície esteja lisa e L=(1,3 x S + D) x 3,14
sem desgaste. ⇒ P ara equipamentos que
utilizem bitolas de gaxeta aci-
9.2. Preparo dos Anéis e Instalação em Bombas ma de ½”.
L=((1,3 x S + D) x 3,14) + S
7. Tolerâncias recomendadas: onde:
⇒ Folga entre a caixa e o eixo L = comprimento do anel
(Fce) = de 0,25 a 0,40 mm S = bitola da gaxeta
⇒ Folga entre a sobreposta e o D = diâmetro do eixo
eixo (Fse) = de 0,40 a 0,50 mm
⇒ Folga entre a sobreposta e a 15. Efetuar o corte dos anéis
caixa (Fsc) = 0,25 a 0,30 mm com o auxílio de um dispo-
⇒Empenamento Máx.=0,025 mm sitivo de corte a 45º (bitola da
gaxeta até ½”) ou 90º (bitola
8. Se a folga existente entre o da gaxeta acima de ½”).
fundo da caixa e o eixo/luva for
excessiva ou o fluido a ser veda- 16. Lubrificar os anéis, um a um. Nunca utilizar graxa na
do for abrasivo, colocar um anel lubrificação de anéis.
de fundo em PTFE. Utilizar um lubrificante compatível com a gaxeta e
com a aplicação. Ex.: óleo mineral, vaselina ou silicone.
12 Curso de VEdação

17. Com auxílio de uma luva bi- 24. Desbloquear o equipamen-


partida, ferramenta específi- to, fechando os drenos, abrindo
ca ou da sobreposta, empurre as válvulas de processo, retiran-
um anel de cada vez até o fun- do as etiquetas de bloqueio e
do da caixa de gaxetas. libe-rando o equipamento com
o pessoal do controle.
18. Instalar os anéis de tal for-
ma que fiquem defasados
de 90º entre si. Sempre no 25. Ligar a unidade. Se ne-
último anel junto a sobre- ces-sário, apertar as porcas
posta a emenda deverá alternadamente ¼” de volta por
estar virada para baixo, evi- vez até alcançar o gotejamento
tando que o gotejamento desejado.
gire com o eixo formando
um chuveiro.

19. Lubrificar parafusos e por-cas 26. Substituir a gaxeta quando


com lubrificante adequado o gotejamento não puder mais
de acordo com as condições ser controlado mediante o ajuste
operacionais. da sobreposta.

20. Posicionar corretamente o 9.3. Instalação em Válvulas


anel lanterna medindo ou
con-tando o número de 1. Siga as mesmas orientações de
anéis de gaxetas até o local preparo, remoção e instalação
do furo de injeção, de modo de anéis, já mencionadas para
que o início do anel coincida bombas.
com o furo de injeção.
2. Apertar o preme-gaxeta até
21. Após instalar o último anel, encontrar forte resistência.
apertar alternadamente as
porcas da sobreposta até 3. Abrir e fechar a válvula 3 vezes.
encontrar forte resistência. Atenção: O aperto exces-
Afrouxar as porcas da so- sivo poderá travar a haste
bre-posta reapertando-os impedindo a abertura ou
até encontrar pequena re- fechamento da válvula.
sistência.
4. C o l o c a r o s i s t e m a e m
22. A
 sobreposta deve penetrar operação.
na caixa de gaxetas no mí-
nimo 3 mm, para evitar que
o último anel extrude pela
folga exis-tente entre a so-
breposta e a caixa, travando
o seu curso.

23. Abrir sempre a água de se-


lagem, antes da partida,
pois sua falta poderá acar-
retar danos irreversíveis ao
engaxetamento.
Curso de VEdação 13
10. Problemas Mais Comuns com Engaxetamento

EFEITOS APARENTES Possíveis Causas Possíveis Soluções

⇒Excesso de aperto na sobreposta, falha na lubrifica- ⇒ Diminuir o aperto da sobreposta.


Anéis junto a sobreposta ção interna (falta de gotejamento) ⇒ O anel lanterna foi montado fora de sua posição.
queimados. ⇒ Falha na injeção de água de selagem) acarretando ⇒A tubulação do sistema de lubrificação e/ou re-
aquecimento excessivo pelo atrito da gaxeta com frigeração está obstruída (normalmente a válvula
Anéis com face interna o eixo. está fechada).
carbonizada. ⇒O fluido bombeado possui temperatura acima do ⇒ Especificar uma gaxeta que suporte a temperatura
limite máximo da gaxeta. de trabalho do fluido.
⇒ Verificar se a gaxeta é a indicada para trabalhar
com fluido abrasivo.
Alta abrasividade ⇒ Verificar se a água de selagem está limpa (sem
Anéis com face interna ⇒Causada pelos sólidos em suspensão do fluido ou sólidos em suspensão), com volume e pressão
desgastada. pela rugosidade acentuada da superfície do eixo ou adequados.
da luva de desgaste. ⇒ Providenciar reparo do eixo ou a troca da luva
de desgaste por uma com a dureza superficial
compatível com o trabalho com fluidos abrasivos.

Anéis secos, sem


impregnantes ou Ataque químico ⇒ Especificar a gaxeta adequada em relação ao
lubrificantes. ⇒ Incompatibilidade da gaxeta com o fluido. fluido bombeado.

⇒ Providenciar o reparo da caixa de engaxetamento,


Anéis mostram tendência a ⇒ Folga excessiva entre o eixo e a sobreposta. do eixo ou da sobreposta para diminuir a folga.
extrudar. ⇒ Excesso de aperto ⇒ Diminuir aperto da sobreposta
⇒ Gaxeta inadeguada ⇒ Especificar uma gaxeta que possua maior
resistência a extrusão.

⇒ Providenciar o reparo do fundo da caixa de


Falta de anel ou parte do
Folga excessiva entre o eixo e o fundo da caixa engaxetamento ou do eixo para diminuir a folga.
engaxetamento.
de engaxetamento. ⇒ Se não for possível, utilizar um anel rígido como
primeiro anel.

Saliência lateral em um
ou mais anéis.
Anel cortado muito curto. ⇒ Utilizar os anéis com os comprimentos corretos.

Anéis com face externa Anéis giram junto com o eixo ⇒ Providenciar o reparo do eixo ou
desgastada. ⇒ Luva de desgaste ou eixo desgastado. trocar a luva de desgaste.
⇒ Bitola da gaxeta inferior à recomendada. ⇒ Utilizar gaxeta com a bitola correta.

Alta vibração
⇒ Rotor desbalanceado. ⇒ Fazer o balanceamento do rotor.
Variação na espessura
⇒ Rolamento danificado. ⇒ Providenciar a troca dos rolamentos.
radial dos anéis.
⇒ Empenamento do eixo. ⇒ Fazer o reparo do eixo.
⇒ Desalinhamento do eixo.

Face de contato de um anel


está brilhante.
Um anel gira e o outro se mantém fixo. ⇒ Fazer o reparo do eixo.
14 Curso de VEdação

1. Definição 3. Eficiência de uma Junta


Junta de vedação é todo material que comprimido entre A eficiência de uma junta é determinada pela observância
duas partes de uma união flangeada, permite manter dos seguintes fatores durante a especificação do tipo da
o vazamento de um fluido dentro dos limites máximos junta e material a ser utilizado.
aceitáveis para a aplicação.
Pressão de Operação ⇒ Representa a pela pressão interna
Os materiais das juntas devem ser sempre mais ma- do fluido contra a junta, tentando expulsá-la.
cios do que os materiais dos flanges, de modo que,
ao serem apertadas contra as superfícies dos flanges Temperatura e Ciclagem Térmica ⇒ A alternância entre
preencham as imperfeições entre elas, proporciona- o calor e o frio atuam sobre a junta, flange e parafusos,
do a vedação sem que os flanges sejam danificados. causando efeitos termomecânicos pela dilatação e con-
Em juntas, o vazamento pode ocorrer entre as superfícies tração dos metais e o colapso de alguns tipos de juntas. O
da junta e dos flanges ou através da própria junta (juntas calor afeta o material da junta pela aceleração do “creep-
não-metálicas), sendo este último caso mais comum na relaxation”, que é a deformação permanente que ocorre
vedação de gases, podendo ser bastante perigoso se o em materiais macios quando sob esforço. Certos fluidos
gás for tóxico ou explosivo. confinados se tornam cada vez mais agressivos com o au-
mento da temperatura, atacando os materiais orgânicos
da junta. Como regra geral, quanto mais alta for a tempe-
2. Forças em uma União Flangeada ratura, mais criteriosa deve ser a seleção da junta.
Compatibilidade Química ⇒ É a capacidade da junta re-
sistir ao ataque químico do fluido que será vedado.
Torque Adequado ⇒ É o aperto a ser dado nos parafusos
do flange de modo a que a junta seja comprimida o su-
ficiente para vedar o fluido nas condições de operação
especificadas. O cálculo do torque deve levar em conta
os limites de resistência das juntas, flanges e parafusos
de modo a que não sejam danificados.
Acabamento superficial ⇒ O acabamento superficial dos
flanges tem grande influência na selabilidade da junta. Flanges
com maior rugosidade requerem juntas mais macias.

Força Radial ⇒ É originada pela pressão interna e tende Condições gerais ⇒ Tipo, material e dimensional dos
a expulsar a junta. flanges e dos parafusos, montagem correta e caracterís-
Força de Separação ⇒ Também é originada pela pressão ticas típicas de cada equipamento / aplicação.
interna e tende a separar os flanges.
Força dos Parafusos ⇒ É a carga total exercida pelo aper- 4. Influência do Acabamento dos Flanges na
to dos parafusos.
Escolha da Junta
Carga do flange ⇒ É a força que comprime os flanges Como regra geral, é necessário que a superfície seja ranhu-
contra a junta. Inicialmente é igual à força dos parafusos, rada para as juntas não metálicas já que elas precisam ser
após a pressurização do sistema é igual à força dos para- mordidas pela superfície de vedação, lisa para as metálicas
fusos menos a força de separação. e ligeiramente áspera para as semi-metálicas.
A força dos parafusos, aplicada inicialmente sobre a junta, As superfícies dos flanges podem variar do acabamento
além de esmagá-la, deve: bruto de fundição até o lapidado. Entretanto, o acaba-
⇒C  ompensar a força de separação causada pela pres- mento mais encontrado comercialmente é o ranhurado
são interna. concêntrico ou em espiral fonográfica, conforme mos-
trado na Figura 1.
⇒ S er suficiente para manter uma pressão residual sobre
a junta, evitando o vazamento do fluido. Ambos são usinados com ferramentas similares, tendo
as ranhuras 1/64” (0,4mm) ou menos de profundidade e
Curso de VEdação 15
Figura 1
passo de 1/32” (0,8mm). As faces com ranhuras em espiral
são mais difíceis de vedar do que as faces com ranhuras
concêntricas, pois o preenchimento dos sulcos deve ser
completo; do contrário, haverá um caminho de vazamen-
to entre o início e o fim da espiral.

Ranhurado Concêntrico Espiral Fonográfica

Acabamento da Superfície de Vedação dos Flanges

Metálica Camprofile
Descrição Plana Metálica corrugada com Metalflex® Metalbest® (dupla Metálica Metálica Ring-Joint
Plana metálica
da junta não-metálica corrugada revestimento (espiral) camisa metálica ) ranhurada ranhurada com metálico
não-metálico cobertura
920 / 923 / 926 950 / 951
Tipo Teadit 810 / 820 900 905 911 / 913 / 914 940 941 942
927 / 929 RX / BX
920 950
923
Seção 951
926
Transversal 927 RX
929 BX
Acabamento
superficial

µm 3.2 a 6.3 1.6 3.2 2.0 a 6.3 1.6 a 2.0 1.6 a 20 1.6 1.6 a 2.0 1.6

µ pol 125 a 250 63 125 80 a 250 63 a 80 63 63 63 a 80 63

Quadro de Aplicação

Características do Flange
Não-Metálico ou Metálico Metálico
Linha com revestimento frágil Classe de
TEADIT RF FF RF FF
Lingüeta Macho e
Pressão
(com ressalto) (sem ressalto) (com ressalto) (sem ressalto) Ring-Joint (PSI)
e Ranhura Fêmea
Liso Ranhurado Liso Ranhurado Liso Ranhurado Liso Ranhurado
Quimflex® SH
   
TEALON®
Papelões
        ≤ 400

Hidráulicos   ≤ 400
Graflex®
Metalbest®
        ≤ 300

911  
Metalbest ®
911M 
Metalflex ®
913  < 250 Ra  < 250 Ra ≤ 600
Metalflex ®
913M  < 250 Ra
 < 250 Ra ≤ 2500
Metalbest ®
923/ 927   
Camprofile 942  
Camprofile 946  < 250 Ra  < 250 Ra
Anéis RTJ 
16 Curso de VEdação

5. Tipos de Flanges
Nas figuras a seguir mostramos as combinações mais Face Plana e Ranhura ⇒ Junta totalmente confinada
usuais das possíveis faces dos flanges e sua influência na (Figura 5). A face de um dos flanges é plana e a outra
seleção das juntas. possui uma ranhura onde a junta é encaixada. Usada
em aplicações onde à distância entre os flanges deve ser
Face Plana ⇒ Junta não confinada (Figura 2). As superfí- precisa, pois quando a junta é esmagada, os flanges en-
cies de contato de ambos os flanges são planas. A junta
costam. Somente as juntas de grande resiliência podem
deve ser do tipo FF (Full Face = face plana), cobrindo toda
ser usadas neste tipo de montagem. Juntas espiraladas,
a superfície de contato. A face plana é normalmente uti-
O-rings metálicos não sólidos e juntas dupla camisa com
lizada em flanges de materiais frágeis.
enchimento metálico são as mais indicadas.

Figura 2 Figura 5

Face Plana e Ranhura

Face Ressaltada ⇒ Junta não confinada (Figura 3). As


superfícies de contato são ressaltadas de 1/16” ou 1/4”.
Macho e Fêmea ⇒ Junta semi-confinada (Figura 6). A pro-
As juntas podem ser do tipo RF (Raised Face = face com
fundidade da fêmea é igual ou menor à altura do macho,
ressalto) indo até os parafusos, ou FF (Full Face = face pla-
para evitar a possibilidade de contato direto dos flanges
na). A junta RF é a mais utilizada, pois além de permitir
quando a junta é comprimida. O diâmetro externo da fê-
sua montagem / desmontagem sem a necessidade de se
mea é até 1/16”(1,6mm) maior que o do macho. Os flanges
retirar todos os parafusos, é mais econômica.
devem ser afastados para montagem da junta.

Figura 3
Figura 6

Tipo mais comum; Junta confinada


Junta confinada no no diâmetro
diâmetro externo externo
Lingüeta e Ranhura ⇒ Junta totalmente confinada (Figura 4).
A profundidade da ranhura é igual ou um pouco maior
que a altura da lingüeta. A ranhura é cerca de 1/16” mais Junta confinada no diâmetro interno
larga que a lingüeta. Normalmente a junta tem a mesma
largura da lingüeta. É necessário afastar os flanges para a
Ring Joint ⇒ Também chamado anel API (Figura 7).
colocação da junta. Este tipo de flange produz elevadas
Ambos os flanges possuem canais com paredes em ân-
pressões de aperto sobre a junta, não sendo adequado
gulos de 23°. A junta é de metal sólido com perfil oval ou
para a utilização de juntas não-metálicas.
octogonal (mais eficiente).

Figura 4 Figura 7
Curso de VEdação 17

6. Dimensionamento de Juntas Não-Metálicas


No Brasil, as juntas consideradas “padrão” seguem a norma
ASME B16.21. Porém, outras normas podem ser utilizadas
como referência para a fabricação de juntas mediante
solicitação do cliente.
L > 200 mm
No caso de juntas não normalizadas, devemos seguir as A= (.15 a .2) L
recomendações abaixo: B= (.15 a .25) L
Figura 13
⇒ Fazer os furos com diâmetro levemente maior que C= (.25 a .3) L
o diâmetro dos parafusos. Deste modo, a Junta não
abaulará em torno dos parafusos, proporcionando um
Chanfrada ⇒ Quando a força de esmagamento for
assentamento perfeito (figura 8).
baixa, podem ser feitas emendas chanfradas, coladas
⇒ Dimensionar corretamente o diâmetro interno da Junta ou soldadas. Devido à dificuldade de fabricação, este
para que a parte exposta do flange não seja corroída tipo emenda só é viável para espessuras de no mínimo
pelo líquido (figura 9). 3,0mm (Figura 14).

⇒ O diâmetro interno da Junta deve ser levemente maior


que o da tubulação; isto fará com que o fluxo não seja
obstruído quando se esmagar a junta (figura 10). Figura 14
450
Figura 8 Figura 9 Figura 10 Espessura Mínima da Junta 1/8” Colado

8. Materiais mais utilizados na Fabricação de


Juntas Não-Metálicas

8.1 - Papelão Hidráulico


8.1.1. Definição
Nunca martele o Papelão Hidráulico sobre o flange
Fabricado a partir da vulcanização sob pressão de compos-
para confeccionar a Junta, pois poderá danificá-lo.
tos de elastômeros (borrachas) e fibras, é o material mais
empregado na confecção de juntas planas para vedação
estática de fluidos, por serem econômicos e cobrirem
7. Emendas de Juntas Não-Metálicas uma ampla faixa de aplicação.
Suas principais características são:
Quando as dimensões da Junta forem maiores que as
folhas dos materiais não-metálicos, e na impossibilidade ⇒ Elevada resistência ao esmagamento.
da utilização de Quimflex 24B (que não requer emendas), ⇒ Alta retenção de torque.
podem ser utilizados dois tipos de emendas: ⇒ Resistência a altas temperaturas e pressões.
Cauda de Andorinha ⇒ É a emenda mais usada em apli- ⇒ Boa resistência a produtos químicos.
cações industriais, permitindo a fabricação de Juntas em
qualquer tamanho e espessura (Figuras 12 e 13). 8.1.2. Fibras Utilizadas
As fibras têm a função de elemento estrutural, sendo as
responsáveis pela resistência à pressão e ao esmagamento
dos papelões hidráulicos, além de influenciarem no limite
da temperatura de trabalho e na resistência química aos
produtos a serem vedados. Os tipos de fibras utilizados
pela Teadit na fabricação dos Papelões Hidráulicos são:

L ≤ 200 mm
Celulose
A= (.3 a .4) L Fibra vegetal com boa resistência mecânica, baixa resis-
B= (.3 a .5) L tência à temperatura e a produtos químicos. Tem como
Figura 12
C= (.5 a .6) L grande atrativo o baixo custo, o que a torna uma boa al-
ternativa ao amianto em aplicações não severas.
Aramida
Fibra sintética com boa resistência a produtos químicos
e excelente resistência mecânica.
18 Curso de VEdação

Lã de Rocha Para fluidos específicos, devem ser realizados testes dos


Fibra Mineral que possui como principal característica à papelões nos próprios fluidos a serem vedados.
resistência a elevadas temperaturas. 8.1.6. Seleção de um Papelão Hidráulico
Carbono / Grafite Especificar o Papelão Hidráulico sempre de acordo com
Fibras com boa inércia química e boa resistência a ciclagens as condições reais de serviço. Neste caso, devemos con-
térmicas moderadas. Ideal para altas temperaturas. siderar todos os dados listados a seguir:
⇒ Compatibilidade Química.
8.1.3 - Borrachas
⇒ Temperatura máxima de operação.
Atuam como ligante entre as fibras, contribuindo na ob-
⇒ Pressão máxima de operação.
tenção de uma boa resistência mecânica e conferindo a
flexibilidade necessária ao papelão. Tem forte influência ⇒ Curva PxT.
na determinação da resistência química do papelão em ⇒ Presença de ciclagem térmica.
relação aos fluidos que serão vedados, sendo responsável ⇒ Acabamento superficial dos flanges.
também por sua selabilidade. ⇒ Dimensional da junta.
Borracha SBR (estireno-butadieno) ⇒ Excesso de Vibração.
Possui superior resistência ao calor e apresenta-se eficien- ⇒ Custo x Benefício.
te em contato com água quente e fria, ar, ácidos fracos,
álcalis e produtos químicos em geral. Sua resistência a Os Papelões Hidráulicos TEADIT atendem as normas ASTM
óleos e solventes é limitada. conforme indicação do catálogo.
8.1.7. Exemplo de Especificação
Borracha NBR (borracha nitrílica)
Selecionar um papelão hidráulico para fabricação de juntas
Possui excelente resistência à água, solventes, para flanges RF de 3” classe 300 #, de uma linha de Vapor
hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, óleos minerais, Saturado a 250 °C e 40 bar, em usina de açúcar e álcool.
animais e vegetais, tetracloreto de carbono, solventes de
esmalte, ácidos fracos, álcalis diluídos e concentrados e Solução:
produtos químicos em geral. Passo 1 :
Verificar na tabela de compatibilidade química existen-
Hypalon® te no final do capítulo de Papelões Hidráulicos, existen-
Borracha sintética (marca DuPont) que apresenta alta re- te no catálogo geral de produtos TEADIT, quais os tipos
sistência à oxidação pelo oxigênio e ozônio. Possui boa de papelão que são indicados para trabalhar com vapor
resistência térmica e a fluidos corrosivos. Não propaga saturado.
fogo e resiste a intempéries. Indicada para trabalhar com Resposta: NA1000/1000M, NA1002, NA1060, NA1100 e
ácidos em geral. NA1092.
Passo 2:
8.1.4. Acabamento Superficial do Papelão Hidráulico Verificar no catalogo geral, as tabelas existentes na des-
crição de cada produto, se os valores máximos de ope-
Grafitado ⇒ Como opção ao acabamento natural, o gra-
ração informados (temperatura e pressão) são inferiores
fite pode ser aplicado em uma ou duas faces dos pape-
aos limites máximos dos papelões selecionados no item
lões hidráulicos, evitando sua aderência aos flanges e
anterior.
facilitando a desmontagem da junta.
Resposta: Sim.
8.1.5. Limites de Serviços Passo 3:
Cada Papelão Hidráulico possui limites máximos de tempe- Verificar se as condições operacionais de temperatura e
ratura e pressão em função dos seus componentes (tipos pressão, estão dentro da área limitada pela linha verde e
de borracha e fibras). Estas condições máximas, porém não que corresponde aos limites “normais” de aplicação de
podem ocorrer em conjunto, visto que, na medida que cada um dos papelões.
aumenta a temperatura, a borracha sofre uma aceleração Resposta: O s tipos NA1100, NA1092 e NA1060 estão
em seu processo de envelhecimento, e alguns tipos de de acordo.
fibras são atacados, diminuindo a resistência à pressão
do papelão hidráulico. Passo 4:
Verificar se existe a possibilidade de ocorrerem ciclos
De uma forma genérica, a compatibilidade dos Papelões térmicos, ou seja, de variações de temperatura na linha.
Hidráulicos Teadit em relação aos fluidos básicos é apre- Resposta: No caso de uma usina de açúcar e álcool são
sentada na “Tabela de Compatibilidade Química” contida normais ao longo da safra pequenas paradas de produção,
em nosso Catálogo de Produtos. acarretando esfriamento de algumas linhas. Dessa forma
Curso de VEdação 19

recomendamos a escolha de um papelão que tenha al- dimensional dos flanges. Como se trata de junta padrão
guma resistência a ciclos térmicos. Nesse caso ficaríamos consultar a norma ASME B 16.20.
com o NA1100 e o NA1092.
Passo 7:
Passo 5:
Verificar acabamento superficial dos flanges. Para que Verificar se existe possibilidade de fortes vibrações ou
se possa utilizar juntas de papelão hidráulico, os flanges golpes de aríete na linha. Caso positivo, utilizar juntas
têm que ser ranhurados com rugosidade entre 125 a Metalflex® 913M.
250 µ polegada. Caso a rugosidade seja menor, deve-
remos optar por juntas Meltalflex®.
Passo 8:
Verificar custo de aquisição das lâminas dos dois pape-
Passo 6: lões selecionados.
Verificar se o dimensional da junta está de acordo com o Como o NA1092 é mais econômico, optar por ele.

8.1.8. Problemas Mais Comuns com Juntas de Papelão Hidráulico

Efeitos Aparentes Causas Prováveis Solução

⇒ Carga insuficiente dos parafusos. ⇒


 Verificar a especificação dos parafusos e se possível trocá-
Carga insuficiente los por novos, com um limite de escoamento maior.
⇒ Junta muito fina. ⇒ Usar junta de maior espessura.
sobre a junta
⇒ Junta muito larga. ⇒ Reduzir a área da junta.
⇒ Tipo incorreto de junta. ⇒ Colocar junta que necessite menor esmagamento.

 Recalcular e controlar o aperto necessário para a vedação
de modo a não ultrapassar a pressão de esmagamento
Carga excessiva ⇒ Carga excessiva dos parafusos. máximo admissível pela junta.
sobre a junta ⇒ Junta muito estreita. ⇒ Aumentar a área da junta.
⇒ Tipo incorreto de junta ⇒ Colocar uma junta que suporte uma pressão de
esmagamento maior.

 Calcular torque adequado para as condições de trabalho.
⇒ Parafusos com aperto insuficiente. ⇒ Seguir procedimento correto de aperto dos parafusos.
⇒ Procedimento de aperto incorreto. ⇒ Especificar uma junta mais apropriada para essa aplicação.
Falta de aperto
na montagem ⇒ Junta relaxada devido à temperatura de operação. ⇒ A ssegurar-se de que as porcas se movimentam com
⇒ Roscas defeituosas. facilidade ao longo de toda a rosca dos parafusos.
⇒ Comprimento insuficiente da rosca. ⇒ Trocar os parafusos.
⇒ Os flanges devem ser suficientemente rígidos para não
distorcerem sob a força dos parafusos.
⇒ Flanges muito delgados. ⇒ Usar juntas mais macias, que necessitem de menor aper-
Flanges distorcidos
⇒ Flanges não paralelos. to para vedar.
⇒ A pertar os parafusos sempre na seguência cruzada. Caso
o problema continue, reparar os flanges.

⇒ Danos causados durante a montagem da linha


Flanges danificados quando as faces estão expostas; agressão durante ⇒ Reparar os flanges.
a limpeza.

⇒ S uperfície irregular devido às pastas ou colas


Flanges sujos ou corroídos utilizadas antes da instalação de juntas, que ⇒ L impar os flanges totalmente. Providenciar para que as
endurecem com o tempo, ou devido à remoção ranhuras também estejam limpas e nítidas.
parcial da junta velha.

⇒ Incompatibilidade do tipo de acabamento ⇒ Providenciar a substituição da junta, conforme


superficial do flange com a junta utilizada. indicado na tabela “ASME PCC1 – 2000).
20 Curso de VEdação

Efeitos Aparentes Causas Prováveis Solução

Material da junta
⇒ Incompatibilidade química do material com o ⇒ E xaminar as recomendações do fabricante para
deteriora-se selecionar o tipo de material ou junta capaz de resistir
rapidamente fluido e/ou temperatura excessiva. às condições de trabalho.

⇒ Pressão de aperto excessiva. ⇒ Rever o cálculo de torque e a especificação da junta.


A junta é extrudada
⇒ Uso excessivo de pastas ou colas para juntas. ⇒ O uso de compostos ou pastas não é recomendado.

Dimensões ⇒ E rro de projeto, fabricação ou uso de ⇒


 Verificar se a norma utilizada para a fabricação das juntas
incorretas é compatível com a norma pela qual a os flanges da tubu-
norma errada. lação / equipamento foram projetados.

8.2. Produtos em PTFE TEALON TF1590 (Marrom) ⇒ Aditivado com sílica mine-
8.2.1. Definição ral, é especialmente indicado para trabalhar com ácidos
fortes, possui certificação para trabalhar com produtos
Os produtos em PTFE caracterizam-se por serem iner-
alimentícios e farmacêuticos (FDA).
tes, atóxicos, não contaminantes e resistentes às intem-
péries, sendo compatíveis com a maioria dos fluidos de * TEALON é uma
processo em industriais de Papel e Celulose, Químicas marca da E.I. DuPont De
e Farmacêuticas, Bebidas e Alimentos, Açúcar e Álcool, Nemours and Company e
está sendo utilizada sob
entre outras. licença por TEADIT®
Não envelhecem e nem enrijecem, proporcionando grande
durabilidade as juntas. Apresentam excelente resistência 8.2.3. Quimflex – PTFE expandido
química, faixa de pH de 0 a 14, podendo trabalhar com Fabricado com 100% de PTFE expandido, através de pro-
todos os fluidos ácidos ou cáusticos, exceto metais alca- cesso especial que gera uma estrutura de fibras unifor-
linos fundidos e flúor puro. mes e de orientação unidirecional ou biaxial. Possui como
principais características:
8.2.2. TEALON – PTFE Reestruturado e Aditivado ⇒ Alta Selabilidade a líquidos com baixa força de aperto:
A principal vantagem da linha TEALON* sobre as placas O PTFE expandido é a melhor solução para a vedação
de PTFE rígido (sinterizado) é que, a partir do processo de de flanges extremamente frágeis, tais como: vidro, ce-
fabricação desenvolvido para produzir folhas aditivadas râmica, PVC e alumínio fundido, entre outros.
e com estrutura fibrilada de orientação biaxial, obtem-se
⇒ Alta compressibilidade: Permite fácil conformação
produtos cujos resultados reduzem substancialmente o
da junta em superfície de flanges irregulares e des-
escoamento do PTFE, sob aperto a alta temperatura.
gastados.
A TEADIT, para obter a melhor adequação dos seus pro- ⇒ Trabalha com fluidos a temperaturas de -240 oC a + 280 oC.
dutos as várias necessidades de resistência química dos ⇒ Possui desempenho superior às juntas tradicionais de
fluidos de processo, desenvolveu inicialmente três tipos de PTFE rígido ou do tipo envelope.
TEALON com diferentes aditivos e de alta performance.
TEALON TF1570 (Azul) ⇒ Aditivado com micro esferas ocas As juntas PTFE expandido são encontradas no mercado
de vidro, é especialmente indicado para aplicações em sob forma de:
flanges frágeis com fluidos altamente agressivos quimi- Junta Plana - Quimflex® 24B
camente, possui certificação para trabalhar com produtos
Trata-se de uma estrutura de fi-
alimentícios e farmacêuticos (FDA).
bras unidirecionais obtida através
TEALON TF1580 (Branco) ⇒ Aditivado com sulfato de bá- da extrusão e expansão do PTFE.
rio é especialmente indicado para aplicações com fluídos Com uma fita auto-adesiva em
cáusticos fortes a altas temperaturas, além de possuir uma das faces, permite rápida e
certificação para trabalhar com oxigênio (BAM), alimen- fácil instalação em flanges sob
tos e produtos farmacêuticos (FDA). qualquer posição.
Curso de VEdação 21

Ideal principalmente para flanges de grandes dimensões, Após o aperto, o Quimflex® 24B
pois pode compensar a falta de planicidade e pequenas 5 se transforma em uma fita fina
irregularidades além de dispensar emendas (ex: torre de que se espalha sobre a superfície
destilação de álcool). De fácil utilização em qualquer for- de vedação, preenchendo as ir-
mato de flange (ex: carcaça de bombas). Possui certificação regularidades e garantindo uma
para trabalhar com produtos alimentícios e farmacêuti- excepcional selabilidade.
cos (FDA).
Placa de PTFE expandido -
Quimflex® SH 8.3. GRAFLEX® - Grafite Flexível
O Quimflex® SH é fabricado atra-
Produzido através da expansão e calandragem do gra-
vés de um processo especial que
fite natural, possui entre 95% a 99% de pureza.
gera uma estrutura de fibras unifor-
O grafite flexível possui alta selabilidade, alta reten-
mes e biaxiais. De fácil corte e estampa-
ção de torque, eliminando a necessidade de reapertos
gem, é ideal para aplicações nas quais o espaço entre os
freqüentes.
flanges é reduzido. Possui certificação para trabalhar com
produtos alimentícios e farmacêuticos (FDA). Devido às suas características, é um dos materiais de vedação
mais seguros (fire-proof), Possui excelente resistência aos
8.2.3.1. Procedimento de Instalação do Quimflex 24B ácidos, soluções alcalinas e compostos orgânicos, sendo
Além de seguir o procedimento descrito no item 11 (página especialmente indicado para aplicações com óleo térmi-
23), observar as recomendações abaixo relacionadas: co, hidrocarbonetos e vapor. Entretanto, em atmosferas
oxidantes e temperaturas acima de 450° C, o seu uso deve
1 A largura da junta plana é deter- ser cuidadosamente analisado.
minada pelo diâmetro nominal
do flange normalizado ou de 1/3 Placas de Graflex® ⇒ Por serem materiais de baixa re-
a 1/2 da largura da superfície de sistência mecânica, as placas de Graflex® são fornecidas
vedação do flange. Descolar a fita com reforço de aço inoxidável 316, que podem ser per-
adesiva e pressionar suavemente furadas (TJE) ou não (TJR). Devido à dificuldade de corte,
o Quimflex® 24B, centralizando-o recomenda-se que esse material já seja solicitado sob a
sobre a área de vedação. forma de junta cortada.
Não é recomendável a utilização de juntas de Graflex® em
Completar a instalação cruzan-
flanges com classe de pressão acima de 300#, a menos
do as pontas da fita uma sobre
2 que sejam instaladas com torque controlado.
a outra, junto ao furo do flange.
Ajustar os parafusos primeira- GR3110I ⇒ Junta plana trançada com fios de grafite flexí-
mente com as mãos depois, atin- vel com reforço de fios de Inconel®, possui fita auto-ade-
gir o aperto desejado no mínimo siva em uma das faces o que permite rápida e fácil insta-
em três estágios, seguindo sem- lação em flanges sob qualquer posição. A junta GR3110I
pre a seqüência de aperto cruza- é recomendada para flanges com formato irregular, de
do (vide procedimento ASME). grandes dimensões ou frágeis, em tubulações e equipa-
mentos que necessitem de uma excepcional selabilidade
Em algumas aplicações, prin-
a altas temperaturas.
3 cipalmente em flanges frágeis
aonde o volume extra na altu-
ra do cruzamento podem vir a
causar problemas, as extremi- 9. Juntas Semi Metálicas
dades do Quimflex® 24B devem
ser unidas através de um corte 9.1. Juntas Metalflex®
chanfrado. São espirais constituídas de uma fita metálica pré-forma-
da e de um enchimento com material macio que propicia
Em casos de flanges de gran- a vedação. Quando é realizado o aperto inicial da junta,
4 des dimensões ou com sérios o enchimento escoa preenchendo as imperfeições do
problemas de vedação, pode- flange. A fita metálica além de dar resistência mecânica
se montar uma junta Quimflex® permite a junta reagir como uma mola, acomodando-se
24B ao lado da outra ou até uma às variações de pressão e temperatura.
sobre a outra.
Podem ser fabricadas em diversas combinações de mate-
riais, dimensões e formas. As juntas produzidas conforme
Curso de VEdação 22

a norma ASME B16.20 (antiga API 601) para flanges ASME Outras aplicações da Junta Metalflex® 913M:
B16.5 e B16.47 são padronizadas e de série. Mediante pedi- ⇒ Linhas com forte vibração, golpes de aríete ou vácuo.
do, as juntas Metalflex® também poderão ser produzidas
⇒ Pressões e temperaturas elevadas.
conforme outras normas ou com dimensões especiais.
⇒ Flanges com classe de pressão acima de 600 lbs.
Materiais das fitas metálicas ⇒ Flanges com diâmetro nominal acima de 12”.
⇒ AISI 304 e 304L: os mais utilizados. 9.1.3. Junta 911
⇒ AISI 316 e 316L : para ataque químico. Utilizada em flanges tipo “macho e fêmea”, “lingüeta e
⇒ AISI 321: temperatura elevada. encaixe” em tubulações, equipamentos e castelos de vál-
⇒ Monel, Inconel, Níquel, etc, aplicações especiais. vulas. Também é usada em equipamentos onde existam
limitações de espaço e peso. É o tipo básico de juntas
Enchimento Metalflex, por constituir-se apenas da espiral circular.
Por ser responsável pela selabilidade da junta, utiliza-se Fabricada na espessura padrão de 3.2 mm. Podendo a pe-
materiais com elevada capacidade de vedação: dido, ser fabricada nas espessuras de 4.45 mm, 4.75 mm e
⇒ Graflex®: o mais usado (“fire-proof”). 6.4 mm. Em casos especiais também pode ser fabricada
com anel interno “911M” ou com travessas para junta de
⇒ PTFE: ataque químico, criogenia. (sempre utilizar com
trocador de calor “911T”.
anel interno).
9.1.4. Junta 914
Similar a 911, porém com formas não circulares, é utilizada
9.1.1. Junta 913 principalmente em: janelas e portas de visita de caldeiras
Indicada para flanges com ressalto, também pode ser e castelos de válvulas.
aplicada em flanges com face plana. A junta 913 é o tipo
de junta Metalflex® de maior utilização na indústria em 9.2. Juntas Metalbest - 923 e 927
geral devido à sua versatilidade de aplicação, aliada ao Construídas de uma dupla camisa metálica sobre enchi-
baixo custo. mento macio. Suas aplicações mais típicas são em troca-
dores de calor. Produzidas sob encomenda, não existe
Anel de Centralização: por não entrar em contato direto praticamente nenhum limite de diâmetro ou forma para
com o fluido, é normalmente fabricado em aço carbono sua fabricação. As juntas 923 também são empregadas
1010/1020, com um acabamento anti-corrosão, que pode em flanges de grandes diâmetros em reatores de indús-
ser pintura ou algum tipo de galvanização. trias químicas.
Quando aplicada em flanges de aço inoxidável, em am- Para tubulações de gases de alto-forno das siderúrgicas
bientes extremamente agressivos ou em criogenia, é re- e outras aplicações cujas principais características são a
comendado o uso da guia externa no mesmo material alta temperatura, baixa pressão e flanges com empena-
do flange. mentos e irregularidades, podem ser fabricadas nas es-
Principais Aplicações da Metalflex® 913: pessuras de 4 e 6 mm.
⇒ Linhas com Ciclagem Térmica. As juntas 923 quando recobertas por grafite flexível
⇒ Flanges de válvulas automáticas. “Graflex®” ou PTFE expandido “Quimflex®” recebem o
⇒ Linhas de vapor acima de 270°C. código de 927.
⇒ Flanges com classe de pressão até 600 lbs.
9.1.2. Junta 913M 10. Juntas Metálicas
Se diferencia da 913, por possuir um “Anel Interno” que: 10.1. Junta 942 – Camprofile
evita o esmagamento excessivo da junta devido à força
Uma das melhores alternativas para elevadas pressões de
de aperto dos parafusos, reduz a turbulência do fluido na
trabalho, a junta Camprofile 942 combina a resistência de
região de transição entre os flanges, e evita a flambagem
um núcleo maciço e serrilhado com a excelente selabilidade
das juntas. Também é de uso obrigatório quando o fluido
de uma cobertura com Graflex ou Quimflex.
contém partículas abrasivas ou quando o enchimento das
espiras for de PTFE. O perfil metálico serrilhado da junta permite atingir ele-
vadas pressões de esmagamento com baixo aperto nos
O anel interno é usualmente fabricado no mesmo material
parafusos, enquanto a fina camada de Graflex ou Quimflex
da fita metálica. Porém, em processos altamente corrosi-
preenche as irregularidades e evita que o serrilhado mar-
vos, deve-se usar anel interno em PTFE.
que a superfície dos flanges.
Curso de VEdação 23

Material do Núcleo ⇒ deve ser especificado de acordo 4. Preparar o local de trabalho. Ambiente limpo e ilumi-
com a compatibilidade química do fluido e com a tem- nado é fundamental. Nunca fazer o serviço sem ilumina-
peratura de operação. É recomendado que o núcleo seja ção adequada.
fabricado com o mesmo material do equipamento para
5. Verificar e colocar nas válvulas de bloqueio da linha em
evitar corrosão e problemas de expansão diferencial.
questão uma etiqueta com os seguintes dizeres:
Limites de Pressão e Temperatura “NÃO ABRA, EQUIPAMENTO EM MANUTENÇÃO”.
Material Temperatura Pressão de 6. Sempre aguardar a liberação da equipe de segurança
(oC) Operação para iniciar o trabalho. Os equipamentos devem estar des-
(bar) pressurizados, na temperatura ambiente e drenados.

Mín. Máx. Máx. B – ESPECIFICAÇÃO


Verificar se a junta a ser instalada é a indicada pela em-
Graflex® -240 650 250 presa para a aplicação. A junta que será instalada tem
que atender as condições de serviço, como: resistência
Quimflex® -240 270 100 química, temperatura e pressão.
C – PREPARAÇÃO
1. Colocar a plaqueta de identificação (Tag) em todos os
10.2. Junta RTJ conjuntos de flanges que sofram intervenções.
São anéis metálicos usinados de acordo com os padrões 2. Certificar-se da inexistência de ma-
estabelecidos pelo American Petroleum Institute (API 6A) e teriais estranhos e sujeiras nas su-
American Society of Mechanical Engineers (ASME B 16.20), perfícies de vedação, dos estojos ou
para aplicações em elevadas pressões e temperaturas. prisioneiros, porcas e arruelas. Utilize
A vedação é obtida em uma linha de contato, por ação os procedimentos de controle de re-
de cunha, causando elevadas pressões de esmagamento síduos específicos de cada planta.
que deformam a superfície da junta, conformando-a so- 3. Examine os parafusos ou estojos,
bre a rugosidade dos flanges. As superfícies de contato porcas e arruelas para detectar de-
da junta e do flange devem ser cuidadosamente usina- feitos tais como rebarbas ou trincas. Todos os parafusos
das e acabadas. devem ser iguais (mesmos materiais e dimensões).
Existem vários tipos de juntas RTJ, sendo as mais usuais 4. Examine a superfície dos flanges
a 950 (perfil Oval) e 951 (perfil Octogonal). Os materiais a procura de empenamentos, riscos,
das juntas RTJ devem ser usinados ou forjados. Sua dureza marcas profundas de ferramentas, ou
deve ser obrigatoriamente menor do que a do flange em qualquer outra ocorrência que preju-
pelo menos 30 HB, para não danificá-lo dique um assentamento apropriado
da junta.
11. Procedimento de Instalação de Juntas
5. Substitua componentes encontra-
dos com defeito. Solicite ajuda, se necessário.
A – SEGURANÇA
1. Conhecer os procedimentos de segurança do local 6. Identifique os acabamentos superficiais dos flanges,
de serviço. comparando sua rugosidade com o padrão ASME para
acabamento de flanges.
2. Estar com todos os equipamentos de segurança (EPI’s)
apropriados para a execução da tarefa: Uniforme, capace- D - Alinhamento dos Flanges
te, botas, óculos ampla visão, luvas, protetores auriculares 1. Faça o alinhamento dos flanges
e máscara de fuga. e dos respectivos furos, sem aplicar
Obs.: Se o fluido for quimicamente agressivo, ácido ou força excessiva. A tolerância máxi-
básico, utilizar luvas de PVC. ma recomendada para o desalinha-
mento entre flanges é de 0,5 mm
3. Separar todas ferramentas e materiais necessários para para cada 200 mm de diâmetro do
a execução do serviço: Chaves fixas,torquímetro manual flange, e de 3 mm entre as furações
calibrado, soquetes, escova de aço, lubrificante para por- dos parafusos/estojos.
cas, arruelas e parafusos, paquímetro digital, posiciona-
dores e lanterna. 2. Informe qualquer desalinhamento superior aos acima
mencionados, solicitando autorização específica para
24 Curso de VEdação

dar continuidade ao trabalho caso não seja possível torque a ser aplicado.
corrigir essa falha.
5. Sempre aperte as porcas em múltiplos passos:
E - Instalação da Junta
Passo 1 ⇒ Aperte todas as porcas manualmente. Parafusos
1. Assegure-se de que a junta é do tamanho e material
muito grandes podem requerer a utilização de uma pe-
especificados para a aplicação e compatível com o aca-
quena ferramenta manual (já executado no item G.2).
bamento superficial do flange.
Passo 2 ⇒ Aperte cada porca até aproximadamente 30%
2. Examine a junta para certificar-se que ela está isenta do torque final especificado.
de defeitos. (foto 1) Passo 3 ⇒ Aperte cada porca até aproximadamente 60%
do torque final especificado.
3. Cuidadosamente insira a junta entre os flanges.
Passo 4 ⇒ Aperte cada porca até atingir o torque final
4. Certifique-se que a junta esteja centralizada entre os especificado.
flanges. (foto 2) Passo 5 ⇒ Aplique o aperto final em todas as porcas, se-
5. Não utilize cola ou outros agentes de fixação na junta guindo agora o sentido horário até que todas tenham
ou na face dos flanges, que não sejam os especificados atingido o torque final especificado. (Flanges de grande
pelo fabricante da junta. diâmetro podem requerer apertos adicionais).
Passo 6 – Repetir o 5° passo pelo menos 4 horas após a
6. Aproxime os flanges, assegurando-se de que a junta instalação da junta e antes de energizar o sistema.
não seja mordida ou danificada.
H - Reaperto
Atenção: Consulte a Teadit e/ou o departamento de en-
genharia de sua companhia para obter recomendações
de reaperto.
1. Não reaperte juntas a base de elastômero e fibras não-
amianto, depois que estas tenham sido expostas a ele-
vadas temperaturas, a menos que haja especificação
contrária.
foto 1 foto 2
2. Reaperte os parafusos expostos a ciclos térmicos
F - Lubrificação agressivos.
1. Utilize apenas lubrificantes especificados ou aprovados.
3. Todo reaperto deverá ser realizado a temperatura am-
2. Aplique lubrificante em abundância, uniformemente biente e pressão atmosférica.
na rosca e nas superfícies de aperto dos parafusos, por-
cas e arruelas.
3. Assegure-se de que o lubrificante não contamine a
junta ou a superfície de contato do flange.
G - Instalação dos Parafusos
1. Numere os estojos ou os furos dos parafusos com “mar-
ca tudo” seguindo a seguência cruzada.
2. Instale cada um dos parafusos ou estojos com as res-
pectivas porcas e arruelas, e com a mão movimente as
porcas até que as arruelas encostem-se aos flanges. Caso
seja necessário utilize uma chave fixa adequada. Todos os
parafusos devem ultrapassar obrigatoriamente as porcas
em pelo menos dois fios de rosca. Para maiores detalhes sobre instalação de juntas, por fa-
3. Sempre utilize ferramentas adequadas: Torquímetro vor consulte a Teadit e o ESA/FSA Guidelines for safe seal
calibrado ou qualquer outra ferramenta com controle de usage - Flanges and Gaskets, disponível na Fluid Sealing
tensão aplicada. Aperte as porcas seguindo a numeração Association e na European Sealing Association.
efetuada anteriormente sempre em ordem crescente, re- Nota: Para informações mais detalhadas sobre Juntas
petindo essa operação para cada passo abaixo. Industriais, sugerimos consultar o livro de autoria do
4. Consulte a Teadit e/ou o departamento de engenharia Engenheiro José Carlos Veiga – 4a Edição.
de sua companhia para orientação da especificação de Obra Registrada no 173.856 – Rio de Janeiro/RJ.
Service Center
A TEADIT realiza serviços técnicos de troca de gaxetas em paradas de manutenção,
além de Posto de Serviço Avançado de fabricação de juntas, onde nossos técnicos
vão até ao cliente para checar especificações, facilitar as instalações, produzir, de
acordo com a necessidade, no momento em que ela é gerada, fabricando juntas
de vedação e executando montagens de juntas de expansão. Todo esse trabalho é
rigosoramente registrado gerando, ao cliente, dados e análises que comprovam a
eficiência e qualidade do Teadit Service Center.

Alguns pontos de atendimento do Teadit Service Center:

1. S elabilidade de Equipamentos Estáticos e Rotativos, Assegurada


Remoção e instalação de gaxetas em equipamentos rotativos;
Remoção e instalação de gaxetas em válvulas;
Controle e monitoramento periódico de TAGs e Intervenções;
Reportes de intervenções e de ganhos obtidos.

2. V
 edação ¨On time¨ Posto Avançado de Juntas
Atendimento Técnico e especificação adequada da melhor aplicação;
Instalação de juntas de vedação;
Fabricação de juntas, no momento da necessidade;
Cálculo de Torque para aplicação de juntas.

3. C
 ontrole Ambiental
Monitoramento de emissões fugitivas segundo EPA, através do O.V.A.
(Organic Volatil Analyser - Analisador de Gases);
Instalação de Sistema “Live Loading” (carga constante).

4. S ucesso e Economia com Juntas de Expansão


Montagem e desmontagem de juntas de expansão, em campo.

Serviço de Engaxetamento, Posto de Juntas, Controle de Emissões Fugitivas, Instalação de Juntas de Expansão Não-Metálicas - Freeflex®
Teadit no Mundo

(SHANGHAI / CHINA)

O grupo TEADIT® vem se destacando, cada vez mais, por fabricar produtos da mais alta qualidade e uma linha
abrangente e completa como nenhuma outra. A primeira indústria na America Latina em seu segmento a receber
certificação ISO 9001. Se orgulha ainda de oferecer os melhores produtos e o melhor suporte técnico com serviço de
engenheiros de aplicação e especialistas em todo território, além da mais completa rede de distribuição.

Os parâmetros de aplicação indicados neste folheto são típicos. Para cada aplicação específica deverá ser realizado um estudo independente e uma avaliação de compatibilidade. Consulte-nos a respeito de recomendações para
aplicações específicas. Um equívoco na seleção do produto mais adequado ou na sua aplicação pode resultar em danos materiais e/ou em sérios riscos pessoais, sendo que a Teadit não se responsabiliza pelo uso inadequado das
informações constantes do presente folheto, nem por imprudência, negligência ou imperícia na sua utilização, colocando seus técnicos à disposição dos consumidores para esclarecer dúvidas e fornecer orientações adequadas
em relação e aplicações específicas. Estas especificações estão sujeitas a mudanças sem prévio aviso, sendo que esta edição substitui todas as anteriores.

Produtos de nossa fabricação


Gaxetas • Papelões hidráulicos • Papelões isolAntes • tecidos, fios e fitas técnicas • produtos em Ptfe, Quimflex® e Tealon®

JUNTAS CORTADAS E METÁLICAS • JUNTAS PARA TROCADOR DE CALOR • juntas de expansão metálicas - termatic® • juntas de expansão não-metãlicas - freeflex®

Soluções com Qualidade


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