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Palavra ‘terrorismo’ nasceu na

Revolução Francesa

Foto de John Tlumacki/Boston Globe/Getty Images

Transformado em Palavra da Semana pelas bombas de Boston, o vocábulo terrorismo,


como costuma ocorrer, é mais novo do que aquilo que nomeia. O “uso sistemático de
violência para criar um clima de medo generalizado numa população e dessa forma
atingir um determinado objetivo político” – definição genérica e competente da
Britannica Concise Encyclopedia – já era uma arma política empregada na antiguidade,
segundo o mesmo verbete. A palavra, porém, nasceu com a Revolução Francesa, no
período que ficou conhecido como Reino do Terror (1793-1794) comandado por
Maximilien de Robespierre, líder dos jacobinos, quando milhares de pessoas foram
mortas na guilhotina.

A palavra francesa terrorisme (do latim terror, terroris, “terror, espanto”) foi
empregada pela primeira vez em 1794 com o sentido preciso e restrito de “doutrina dos
partidários do Terror”, o mesmo com que desembarcaria em inglês um ano depois (em
português, o termo só foi dicionarizado em 1836). “Se a base de um governo popular
em tempos de paz é a virtude”, discursou Robespierre, líder do Terror, “sua base em
tempos de revolução é a virtude e o terror – virtude sem a qual o terror seria barbárie, e
terror sem o qual a virtude seria impotente”. Disse isso em 1794, pouco antes de ser
derrubado do poder e adequadamente guilhotinado também.

“Embora normalmente se pense nele como uma forma de desestabilizar ou derrubar


instituições políticas, o terror também tem sido empregado por governos contra seu
próprio povo para suprimir o dissenso”, prossegue a Britannica. Foi exatamente o que
ocorreu no nascimento da palavra.

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