OS DOIS LADOS DO FEMINICÍDIO

Ana Ribeiro Coelho da Silva

IFP: Instituto Faces da Psicanálise Formação e Desenvolvimento

Resumo: No Brasil, diversas mulheres acham-se vulneráveis
diante do feminicídio que é o assassinato de mulheres cuja
justificativa do assassino se assenta na diferença de gênero
masculino e feminino. Antes de se chegar as vias de fato, o
assassino submete a mulher a obedecê-lo; a agride, estupra, e
alimenta discriminações alegando desigualdades de papeis e de
hierarquia, que transcendem através da cultura, tornando a mulher
um objeto usado pelo homem. Quero chamar atenção para dois
lados do feminicídio que são: de um lado a mulher que morre e, do
outro lado o homem que comete o crime, sob um olhar da
Psicanálise cujo intuito é destacar os processos mentais patológicos
na contemporaneidade.
Palavras-chave: Feminicídio, Homem, Mulher, Psicanálise
I. INTRODUÇÃO
O termo feminicídio foi introduzido a partir da Lei
Maria da Penha n° 11.340/2006, para qualificar o
homicídio de mulheres cuja característica foi a
violência doméstica que se apresenta sob diversas
formas que vão desde ameaças, agressões físicas
leves, graves, pressões psicológicas, manter a
vítima em cárcere privado até o assassinato da
vítima dentro do ambiente familiar.
vida e da morte da mulher, como se fosse um
objeto.
Na perspectiva da Psicanálise, o feminicídio é visto
sob o vértice da psicopatologia, sem isentar o
assassino da culpa e da responsabilidade do crime
praticado. É um olhar que se sobrepõe a diferença
de gênero, se assentando na estrutura da identidade
da mulher, ou seja, no lugar que ocupa o feminino
no psiquismo deste homem que mata a mulher. Em
contrapartida a Psicanálise discorre sobre os dois
lados, sendo o primeiro, os elementos subjetivos da
mulher, que não encontra subsídios para separar-se
de um indivíduo que a mantém aprisionada
permanecendo no relacionamento até ser
assassinada. Dentro de um relacionamento
patológico cujo ser de um se funde ao do outro. E
do segundo lado, o da mulher que se separa, dá um
fim no relacionamento para viver sua essência.

É interessante refletir que do lado, da mulher que

morre, podemos dizer que o feminicídio faz calar
uma mulher que acredita nas possibilidades que a
vida lhe apresenta de viver transformações. É
aquela mulher que percebe a impossibilidade de
continuar no relacionamento patológico e, sente a
necessidade de libertar-se. Sendo assim, ela pede a
separação. Imagem do Google
Do outro lado, ou seja, do lado do homem que
comete o crime, podemos dizer dissipou-se as II. CONSIDERAÇÕES FINAIS
possiblidades de ser. Trata-se do indivíduo que
vive a partir do outro, ou seja, vive em simbiose O mundo contemporâneo contempla a violência.
com o outro, como se, sem o outro, sua mente Os padrões de vida da atualidade são com bases no
fosse se fragmentar, semelhante a um vampiro de capitalismo, na velocidade de informação e no
mentes, sugando o psicológico das pessoas ao seu desenvolvimento tecnológico, o que, conduzem o
redor. Ele quer manter o controle do ir e vir e da indivíduo ao isolamento e ao Desamparo, o que, l,
o que leva ao adoecimento psíquico, cuja
subjetividade não se estabelece. A necessidade de
pedir ajuda nos casos em que se está vivendo
dentro de um relacionamento o qual se sente
aprisionado é emergente. Você vai se surpreender
com quatro passos que farão a diferença em seu
relacionamento que são: 1- coloque limites, 2- não
anule nunca sua personalidade, 3- não deixe de
realizar seus sonhos e 4- acima de tudo rompa o
silêncio.

A Psicanálise ajuda o indivíduo a compreender os

reais motivos que o levam a fundir-se ao outro
dentro de um relacionamento sem conseguir se
livrar. A compreensão dos processos mentais do
individuo contemporâneo é fundamental e
libertador, ou seja, ajuda o indivíduo a relacionar-
se de forma equilibrada e a tomar suas próprias
decisões.

O Instituto Faces da Psicanálise alerta as pessoas

para a violência cujos índices nos dias de hoje, tem
sido alarmantes e disponibiliza o curso de
Psicopatologia e Psicofarmacologia para que as
pessoas e os profissionais da saúde agreguem
conhecimentos sobre as principais psicopatologias
do mundo contemporâneo destacando três vertices:
O vértice da Psicanálise, o vértice da
Neurociências e o vértice da psicopatologias
chamadas do século, ou contemporâneas, as quais,
algumas delas ainda não estão inseridas no DSM V.

É interessante estudar a violência sob outras

perspectivas com o intuito de diminuir a violencia
na sociedade e ajudar as pessoas entrarem em
contato consigo mesmas para obterem uma
qualidade de vida muitio melhor nos aspectos
fisico, mental e social que é o alvo da Psicanálise.

REFERÊNCIAS:

RIQUINI, R.D; MARCOS, C.CM. Revista

Subjetividade. Edição Especial: 1-12, 2018.

DOSSIÊ FEMINICÍDIO
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/fe
minicidio/capitulos/como-e-por-que-morrem-
as-mulheres/#como-morrem-as-mulheres